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Oficina de Formação: Pesquisa Social
Webaula 1
Seção 1
Metodologias de investigação
Nesta webaula vamos conhecer o conceito de metodologias de investigação, identificar os fundamentos do conhecimento e da ciência na aplicação na investigação, além de refletir sobre o método da investigação científica. Para o físico e teórico alemão Albert Einstein (1879-1955), o único homem que está isento de erros é aquele que não arrisca acertar. O conceito de metodologias de investigação
Para pesquisar é preciso saber que não estamos isentos de erros e que a ação pertinente não é a previsibilidade de erros ou acertos, mas sim a apreensão da metodologia científica no ato de pesquisar.
Um pressuposto científico necessário ao processo metodológico investigativo recente passa por compreender que a ciência implica um método fundamentado na experimentação.
Experimentação essa que possibilita uma aproximação e um entendimento da realidade a ser investigada. Sendo assim, é fato que a pesquisa é a atividade principal da ciência.
Experimentação: Anterior ao método investigativo científico, há que se considerar a existência de outros conhecimentos, apesar do conhecimento científico ser o mais universalizante e o mais completo (GUERRA, 2009), por captar a realidade do pensamento.
iStock 2017
Os fundamentos do conhecimento e da ciência na aplicação na investigação
Assim, para conhecermos o que é a ciência e o que é o conhecimento, há que se considerar quais são os fundamentos do conhecimento e da ciência e qual é a sua função na aplicação na investigação. Ou seja, é preciso qualificar os tipos de conhecimentos. Explore a galeria para conhecer os tipos de conhecimento e suas especificidades com base em Trujillo Ferrari (1974 apud LAKATOS; MARCONI, 2003): Conhecimento empírico, vulgar ou de senso comum (popular): adquire-se nas relações cotidianas com as coisas e as pessoas.
Valorativo.                                   Verificável.
Reflexivo.                                     Falível.  
Assistemático.                           Inexato. Conhecimento científico: compreende conhecer o fenômeno e suas causas.
Real (factual).                          Verificável.
Contingente.                           Falível.  
Sistemático.                             Aproximadamente exato. Conhecimento filosófico: avalia o objeto pela investigação e pelo método da interrogação e da reflexão.
Valorativo.                            Não verificável.
Racional.                               Infalível.  
Sistemático.                         Exato. Conhecimento teológico: implica uma atitude de fé, perante um conhecimento científico ou filosófico, diante dos dados como revelações divinas. 
Valorativo.                                   Não verificável.
Inspiracional.                              Infalível.  
Sistemático.                                Exato. Tendo como base o conhecimento científico e as suas características empíricas de experimentação e de sistematização desta, vamos, em síntese, compreender que a metodologia investigativa perpassa: • Uma diversidade de sistemas e procedimentos. • Uma diversidade nos modelos de trabalhos para a obtenção do conhecimento científico. Portanto, há que se compreender que os métodos são importantes porque eles vão ajustar as direções dessas diversidades, com vistas a um fim. Ou seja, para a investigação de um determinado problema (fenômeno), há que se seguir uma determinada regra e determinados procedimentos. O método da investigação científica De origem grega, a palavra método é formada pela junção de metá (reflexão, raciocínio, verdade) e hódos (caminho, direção). O método, na investigação científica, trata do conjunto de regras e procedimentos que conforma um sistema utilizado na obtenção de conhecimentos. Os métodos mais comuns utilizados no campo da pesquisa são: O método indutivo O método dedutivo O método hipotético-dedutivo No entanto, com base nos estudos de Lakatos e Marconi (2003), no âmbito das Ciências Sociais, existem métodos específicos, dentre os quais destacamos o método dialético. Em síntese, podemos utilizar os dizeres de Oliveira (2002, p. 57) para concluir que o método se configura como “[...] uma forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado problema, quer seja para estudá-lo, quer seja para explicá-lo”. Seção 2 Nesta webaula vamos conhecer o que é a pesquisa social, além de identificar os fundamentos e a aplicação da identidade e da subjetividade na pesquisa social. A pesquisa social está mais próxima da nossa realidade do que pensamos. Formadora de opinião, a pesquisa social traz em si elementos significativos da realidade social a serem apresentados e discutidos. Pesquisa Social No conceito de Gil (2008, p. 45) encontramos uma definição precisa, coerente e objetiva sobre a pesquisa social, segundo a qual esta “pode ser definida como o processo que, utilizando da metodologia científica, alcança novos conhecimentos no campo da realidade social”. Destaca ainda o autor que “o objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos” (GIL, 2008, p. 45). 
A pesquisa social pode ainda ser definida como um processo estruturado em função de um problema. Considerando o conceito de realidade social, do processo de aprendizagem do conhecimento científico, há que se reconhecer ainda os fundamentos da identidade e da subjetividade na pesquisa social, pois constituem a base para a leitura crítica da sociedade.A identidade e a subjetividade são construções que perpassam o olhar sobre a fundamentação e a aplicação da pesquisa social. Fundamentos da identidade na pesquisa social A identidade se desencadeia nas relações sociais. Molina (2011 apud CALDAS; JÚNIOR, 1999) expõe que a identidade tem a sua origem nos estudos da lógica e nas filosofias clássicas, que presumiam o conhecimento do ser social. É importante entender que existe a necessidade de uma relação entre o pesquisador e o objeto de pesquisa, de tal modo que se exige uma relação entre a pesquisa e o tema estudado para que se instiguem o estudo e o conhecimento (MINAYO 2002). Fundamentos da subjetividade na pesquisa social A subjetividade é instituída e construída socialmente. E, na contemporaneidade, não podemos desconsiderar a presença e os efeitos do capitalismo sobre essa construção influindo na subjetividade dos sujeitos. Outra consideração significativa é entender que a subjetividade é parte intrínseca da identidade.Assim, pressupõe-se que “a subjetividade expressa pela identidade revela o ser humano nos distintos jeitos de transitar” (CASSAB, 2004, p. 186). Aplicação da identidade e da subjetividade na pesquisa social A aplicação da identidade e da subjetividade na pesquisa social perpassa interrogar a cientificidade das ciências sociais (MINAYO, 2002), considerando a subjetivação e a identidade.Julgamos, para a pesquisa qualitativa, que as questões da identidade e da subjetividade implicam a aplicação da pesquisa social pelas seguintes considerações: A subjetividade do pesquisar há que ser considerada na pesquisa social, de tal modo que essa subjetividade não descaracterize os seus resultados científicos.Os procedimentos metodológicos devem ser adotados para que o processo investigativo tenha validade. A ideologia e o contexto histórico são elementos intrínsecos da pesquisa social. Nos dizeres de Cassab (2001), podemos compreender que a subjetividade está para além das particularidades (afetos, sentimentos), dos interesses individuais, alcançando uma forma de compreensão e conhecimento do mundo, na dualidade construída entre os sujeitos e a realidade social. Na compreensão de Cassab (2001), duas dimensões evidenciam os estudos da subjetividade: A primeira é a subjetividade como experimento de si mesma, em que o foco dos estudos é o sujeito (centro e origem da subjetividade). A segunda trata dos múltiplos elementos subjetivos que estão para além dos sujeitos e afetam a sua vida. Na pesquisa social, ter essa noção sobre esses elementos subjetivos norteia a compreensão e a leitura da realidade social, pois os sujeitos encontram-se, justamente, nessa tensão entre o exterior e o interior. A sua subjetividade vai sendo construída nesta e desta tensão. Seção 3 Nesta webaula vamos: • Conhecer os fundamentos da interatividade, da complexidade e da intencionalidade na pesquisa social. 
• Compreender a análise do processo de pesquisa social. O tema da interatividade, debatido no meio acadêmico, tem referências desde a primeira metade do século XX. Entretanto, “alguns autores destacam que o termo surgiu nos anos de 1960, derivado do neologismo inglês interactivity, que descreve uma interatividade simples, mediada entre humanos e o computador” (BERNARDINI; GOBBI, 2003, p. 44) Interatividade na pesquisa social Silva (1998), por sua vez, sinaliza uma questão importante, que trata da diferenciação entre a interação e a interatividade.Isso será muito significativo para a Essa definição aloca o sentido da interatividade na pesquisa social, pois exige a utilização de um instrumento para a ação interativa. Nesse sentido, qualquer conversa informal pode ser uma interação, mas, para consubstanciar a interatividade, exige-se a troca de informações.Nesse processo interativo, encontra-se o pesquisador.No entanto, no processo de pesquisa grupal, outro elemento significativo há que ser discutido. Trata-se da complexidade.Para a compreensão do assunto em pesquisa social, recorremos aos estudos de Morin (2000) sobre a Teoria da Complexidade, a qual se propõe a:Esses objetivos, para a Teoria da Complexidade, tornam-se uma possibilidade de produção de conhecimento científico diante da complexidade da humanidade. E, para a compreensão da totalidade, Morin (1999/2000) complementa que a complexidade se dá na união entre a unidade e a multiplicidade da realidade. Nesse sentido, ao pensar a prática profissional cotidiana, seja na pesquisa social, seja no atendimento social, há que se considerar essa dimensão da relação entre a unidade e a totalidade.Na pesquisa social, definidos o objeto, o problema ou o tema a ser investigado, o pesquisador apresenta a sua intencionalidade. Intencionalidade na pesquisa social A intencionalidade vai percorrer todo o seu projeto de pesquisa, sendo um elemento mais expressivo na análise e apresentação dos dados, pois vai comportar a visão de mundo, as tendências ideológicas do pesquisador. Entretanto, como expõe Tozoni-Reis (2010) – o que aqui validamos –, a intencionalidade utilizada através do conhecimento pode ser um instrumento libertador, mas também incorpora em si a qualidade oposta, a da possibilidade de ser opressor. Logo, na pesquisa social, nem intencionalidade e tampouco o conhecimento são neutros. Portanto, na pesquisa social, a intencionalidade utilizada na aquisição de conhecimentos comporta dizer que o pesquisador está a serviço da libertação dos indivíduos, da sua opressão ou do seu controle (TOZONI-REIS, 2010). Para o Serviço Social, a intencionalidade do projeto ético-político verte-se para compreendermos que a pesquisa social deve estar afiançada nos pressupostos teóricos pós-movimento de renovação crítica teórica da profissão. E o materialismo histórico-dialético corresponde (ou deve corresponder) aos pressupostos de intencionalidade da ação dos assistentes sociais na pesquisa social.
Unidade 2 Seção 1Webaula 1 Formulação do problema na pesquisa científica Nesta webaula, discutiremos a formulação do problema na pesquisa, apresentaremos o contexto teórico-metodológico do problema e conheceremos as metodologias possíveis do problema na pesquisa. Formulação do problema na pesquisa Formulação do problema na pesquisa é a investigação da realidade ou o conhecimento da realidade. A busca da verdade é um dos objetivos mais perseguidos pelo ser humano. E, para essa busca, a pesquisa social torna-se uma das alternativas, um dos instrumentos. Para pensar a formulação do problema, é necessário, inicialmente, diferenciar o conceito de tema do de problema. Tema e problema O tema e o problema devem convergir para a pesquisa social. Portanto, o tema pode ser definido como uma proposição mais abrangente na pesquisa social, ou seja, um assunto que se deseja confirmar ou desenvolver. Já o problema tem o objetivo de evidenciar, de maneira coerente e clara, o que pretendemos resolver. Nesse sentido, a formulação do problema na pesquisa social consiste em reconhecê-lo em sua especificidade e individualidade. Pensando no estudo e na reflexão, Gil (1991) aponta várias condições para a formulação do problema na pesquisa social, entre elas, as de ordem prática e as de ordem intelectual. Ordem prática. Consiste em formular o problema já com uma resposta que subsidie a ação. Ordem intelectual
Consiste em investigar um determinado problema com pouco estudo efetuado na área. Explore a galeria e conheça as etapas necessárias para formular o problema: • Formular o problema da pesquisa como pergunta.
• Ter consciência de que o problema na pesquisa social deve ser claro e conciso: evitar ser prolixo no processo de construção do problema e traduzir de forma clara os instrumentos a serem utilizados na pesquisa. • O problema deve ser empírico: não utilizar valores, julgamentos morais e considerações subjetivas, ponto esse que invalida a pesquisa científica (GIL, 1991).
• O problema deve ser delimitado a uma esfera viável, ou seja, é preciso que ele esteja numa esfera de pesquisa viável, num universo delimitado. Isso evidencia uma melhor compreensão do problema. • O problema deve ser capaz de apresentar uma solução: é preciso que tenha solução dentro das metodologias e da cientificidade existente. É importante saber identificar e separar o que é científico daquilo que não é. O orientador (professor) tem a função de auxiliar nessa compreensão. Há de se considerar ainda, segundo Gil (1991), que nem todo problema é passível de tratamento científico. Um problema é de natureza científica quando envolver variáveis que podem ser tidas como testáveis. Minayo (1993 apud RUDIO, 2000) aponta indagações significativas para pensar a construção do problema na pesquisa social qualitativa, como: Trata-se de um problema original? O problema é relevante? Ainda que seja “interessante”, é adequado para mim? Tenho possibilidades reais de executar tal estudo? Existem recursos financeiros para a investigação desse tema? Terei tempo suficiente para investigar tal questão? (MINAYO, 1993, p. 42) Contexto teórico-metodológico do problema A função do referencial teórico e metodológico escolhido é dar visibilidade ao problema/tema de estudo. Para isso, o contexto deve evidenciar o aprofundamento consistente, coerente e articulado, fundamentando o que se quer pesquisar. Algumas regras científicas são importantes para essa fundamentação. A primeira regra consiste em situar o arcabouço teórico-metodológico do Serviço Social como base epistemológica para a fundamentação da pesquisa social. Assim, há de se considerar a produção empírica constituída e construída pela categoria profissional. O aspecto metodológico, nesse sentido, tem a função de auxiliar a planejar, de maneira racional, aquilo que se pretende investigar. Já o aspecto teórico tem a função de direcionar ou dar sustentação às discussões do problema investigado. Uma segunda observação, ou possibilidade metodológica, para a compressão do contexto teórico-metodológico do problema perpassa por: Formular o problema Revisar. Definir o modelo teórico. Estabelecer hipóteses. Na pesquisa social qualitativa, a definição de hipóteses responde ou afirma respostas aos questionamentos levantados sobre o tema/problema. Na pesquisa, pode-se levantar uma ou mais hipóteses.Clique nos botões e conheça quais etapas é necessário seguir para se aplicar ou pensar na metodologia do problema na pesquisa e ter sucesso na investigação realizada. Desenvolver - Desenvolva o problema: tenha clareza de que o problema deve estar definido e delimitado. Formular - Formule  e reformule as hipóteses sobre o problema. Obter - Obtenha dados sobre o problema a ser investigado. Apesar de a criatividade ser considerada um elemento fundamental no processo de análise do problema construído, há de se considerar que “o ato de elaborar o problema de pesquisa continuará trazendo aos iniciantes da pesquisa científica uma certa expectativa e aflição, que no decorrer do trabalho serão amenizadas” (GOMIDES, 2002, p. 10). O certo é que, na pesquisa social, o fazer ciência não é algo engessado, estático. Nesse sentido, o problema da pesquisa pode ser revisto e testado. E se no “[...] decorrer do trabalho houver necessidade de uma nova definição do problema, pode-se rever todos os passos e iniciar uma nova rota” (GOMIDES, 2002, p. 10). Unidade 2 Seção 2 Webaula 2 A construção dos objetivos na pesquisa social Nesta webaula, aprenderemos como construir objetivos. Esse é o próximo passo teórico e prático na pesquisa social. Compreenderemos também a sua utilidade e aplicação na pesquisa social. Construindo objetivos Definir os objetivos na pesquisa social é identificar o alvo a acertar. É a mira a atingir. É a perspectiva a se alcançar. Os objetivos na pesquisa social dizem respeito ao que almejamos alcançar no término do processo investigativo. É saber o caminho e ter clareza dos objetivos a percorrer, é ter consciência concreta do que se pretende alcançar. É saber e ter consciência do caminho que se pretende seguir. Utilidade dos objetivos na pesquisa social Marconi e Lakatos (2003, p. 156) refletem que “toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar”. Sinalizam ainda que o “objetivo torna explícito o problema, aumentando os conhecimentos sobre determinado assunto” (2003, p. 157). Por essa observação, o objetivo na pesquisa social é esclarecer os caminhos teóricos adotados aos resultados a serem alcançados. Clique aqui para saber mais. Aplicação dos objetivos na pesquisa social O problema na pesquisa social tem a função de responder: O quê? Já o objetivo na pesquisa social responde à seguinte pergunta: Para quê? Nisso reside a sua aplicação, a sua finalidade. É importante crer naquilo que se propõe como objetivo na pesquisa social. Para estabelecer os objetivos, é necessário avaliar a sua aplicabilidade e a sua exequibilidade. Enquanto a exequibilidade afiança aquilo que é possível ser realizado, a aplicabilidade vai sustentar o objetivo naquilo que é possível se colocar em prática. Construção, aplicação e avaliação dos objetivos Clique nos botões para conhecer outros elementos indispensáveis que sustentam a construção, aplicação e avaliação dos objetivos: Precisão A precisão diz respeito às escolhas feitas. Objetividade A objetividade diz respeito à certeza daquilo que se pretende alcançar. Clareza A clareza expõe a necessidade do fácil entendimento e da simplicidade naquilo que se propõe a pesquisar. Constituídos os elementos que facilitam a construção dos objetivos, ainda é oportuno reafirmar que: Os objetivos são elementos concretos a serem investigados. Têm na sua natureza verbos no infinitivo e são utilizados verbos de ação em sua construção. Objetivo institui-se sinônimo de meta. Para os objetivos específicos, são utilizadas diversas metas/objetivos.O objetivo geral constitui um único central. Os objetivos específicos guiam o objetivo central e são estratégias para se alcançar o objetivo geral. Os objetivos dizem respeito (giram em torno) ao problema da pesquisa social. E, para isso, indicam um alvo a ser alcançado com a pesquisa, ou seja: que valores a pesquisa social pode agregar? Que contribuições pode desenvolver para o Serviço Social? Amplia as contribuições teóricas ou operativas? Está atrelada a objetivos consoantes ao projeto ético-político?A finalidade dos objetivos reside na resposta ao “para quê?” da pesquisa social. Unidade 2 Seção 3 Web Aula 3 Análise dos objetivos na pesquisa social Nesta webaula, vamos compreender o conceito de objetivo geral e identificar a sua aplicação e avaliação, bem como os conceitos dos objetivos específicos e a sua aplicação e avaliação. Objetivo: Definir os objetivos na pesquisa social é como utilizar uma lupa. Devemos focar o tema/problema definido e discutir o que se pretende atingir no percurso de seu estudo. Portanto, definir os objetivos é aquilo que você pretende atingir com os estudos. Apesar da simplicidade, há que se ter clareza dos objetivos, pois, sem essa definição, não avançaremos na escolha dos métodos.Objetivo geral: Na concepção de Oliveira (2010, p. 36), o objetivo geral “precisa dar conta da totalidade do problema da pesquisa, devendo ser elaborado com um verbo de precisão, evitando ao máximo uma possível distorção na interpretação do que se pretende pesquisar”. O objetivo geral, ao ser tratado na busca pela totalidade, ou seja, na sua amplitude, constituirá uma perspectiva de abordagem do problema estabelecido na pesquisa social. Torna-se uma referência ao objeto de uma forma mais direta. Assim, a questão norteadora da pesquisa social é o termo/instrumento/perspectiva do objetivo geral. Em síntese, o objetivo geral estabelece a rota, o caminho ou a direção que a pesquisa tomará em seu percurso. O objetivo geral, portanto, aborda o tema central do problema. Por isso, exige do pesquisador o seguinte questionamento: Para que eu pretendo pesquisar tal tema? Objetivos específicos Se o objetivo geral trata da amplitude do problema, os objetivos específicos tratam das especificidades. Nesse sentido, estão interligados a diversas possibilidades ou, melhor dizendo, caminhos, para se alcançar o objetivo geral. São, portanto, desdobramentos, assuntos complementares do objetivo geral. Por essa dimensão delimitada e específica, evidencia concretamente as fases e/ou etapas do processo investigativo. A concretude dos objetivos específicos é avaliada por Marconi e Lakatos (2003, p. 219) como “[...] caráter mais concreto. [...], permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicá-lo a situações particulares”. Os objetivos específicos têm a função de facilitar o percurso do caminho rumo à concretude do objetivo geral. Por isso, responde à questão: o que posso fazer para alcançar o objetivo geral? Na leitura de Freitas e Prodanov (2013, p. 124), os objetivos específicos “[...] apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a situações particulares”. Dois elementos significativos para a construção e a operacionalização dos objetivos específicos são: A compreensão da função intermediária e instrumental, que possibilita a operacionalização e a intermediação para a consolidação do objetivo geral. A aplicação dos objetivos específicos a situações particulares. Identificação, construção e qualificação dos objetivos Do ponto de vista pedagógico, com vistas à identificação, construção e qualificação dos objetivos, há que se considerar algumas regras nesse processo. O objetivo geral e os objetivos específicos, todos convergem para uma meta, um alvo, em torno do problema/tema da pesquisa social. A utilização do objetivo corresponde a um conjunto de verbos, conforme a escolha particular estabelecida. Nos estudos de Richardson (1999), o objetivo específico pode ser exploratório, descritivo e explicativo, justamente nessa ordem. Clique nos botões e saiba quais são as funções dos objetivos específicos, segundo Richardson (1999), a partir das seguintes perspectivas: Exploratória Identificar; levantar; descrever; conhecer e buscar informações sobre o problema da pesquisa. Descritiva Descrever; caracterizar conceitos. Explicativa Analisar; verificar; avaliar; comparar; explicar. Pensando na construção dos objetivos, evidenciamos algumas regras básicas: A primeira regra que evidenciamos expõe que o objetivo geral deve estar conectado com o problema da pesquisa. A segunda regra trata da utilização do verbo no infinitivo, tanto no objetivo geral como nos específicos. A terceira regra é que o objetivo geral é amplo e os objetivos específicos não podem ser maiores do que ele. A quarta regra é que o objetivo geral já deve indicar o problema a ser pesquisado. Aprofundando-se um pouco mais sobre o objetivo geral e sobre os objetivos específicos,  percebemos o universo de possibilidades que rodeiam a construção dessa nova etapa no processo da pesquisa social. Vídeo de encerramento Unidade 4 Seção 1Webaula 1 Metodologia da problematização com o Arco de Maguerez Nesta webaula vamos conhecer o Arco de Maguerez, que permite uma investigação detalhada da realidade social. Vamos aprender a identificar as etapas metodológicas do Arco de Maguerez para a aplicação na pesquisa social. Metodologia da problematização com o Arco de Maguerez • O conhecimento deve fazer sentido no cotidiano profissional, de modo que as possibilidades ou recursos metodológicos contribuam para a intervenção na realidade social.
• No campo das pesquisas científicas, os estudos dessa metodologia contam com três grandes versões para o Arco de Maguerez: • Os estudos de Charles Maguerez
• O Arco de Maguerez (BORDENAVE; PEREIRA, 1982)
• A metodologia da problematização com o Arco de Maguerez (BERBEL, 1995)A proposta Arco de Maguerez surge da intervenção do francês Charles Maguerez, em 1970, na área da educação, diante do desafio de integrar adultos (trabalhadores rurais e urbanos) imigrantes de países africanos na França. Maguerez teve como desafio trabalhar a adaptação de trabalhadores analfabetos a uma nova língua e cultura. Por conta da dificuldade desses trabalhadores em assimilar a língua francesa, Maguerez não podia dar aulas expositivas. Clique aqui para saber mais Maguerez supera o desafio da ausência de uma metodologia eficaz para aquele público e organiza uma proposta para a transmissão do conhecimento acadêmico e da pesquisa de saberes científicos. O método se baseava no conteúdo criativo e crítico dos alunos, considerando suas experiências de vida e seusconhecimentos profissionais. O olhar de Maguerez é ímpar e plural. Ao trabalhar com o conhecimento empírico, considera diversos elementos na configuração de sua proposta metodológica. Valida o ‘saber fazer’, partindo da realidade (observação das demandas sociais) e discutindo não o conhecimento científico, mas as experiências de cada um. Assim, alcança a solução de diversos problemas da realidade observada. Maguerez criou possibilidades para além de seu tempo, cultura e realidade geográfica. Seu método tem três pilares (SOUZA, 2017). Clique nos botões a seguir para conhecer cada um: Primeiro Estabelece uma conexão entre o problema e o meio concreto/real em que ocorre. Segundo Recorre aos meios possíveis de comunicação para expressar e refletir o fato observado (gestos, imagens, desenhos). Terceiro São inseridos os profissionais/instrutores responsáveis por transmitir o conhecimento técnico-profissional. O método pedagógico construído por Maguerez ganhou a nomenclatura “metodologia do arco”, pois as cinco etapas metodológicas começam e terminam na realidade, o que descreve a sequência dos trabalhos como o formato de arco. As cinco etapas do Arco de Maguerez são: Observação da realidade e definição de um problema Pontos-chave Teorização Hipóteses de solução Aplicação à realidade Arco de Maguerez  (Bordenave e Pereira [1982] e Berbel [1995]) Os estudos de Maguerez são retomados por Bordenave e Pereira (1982), que renomearam para Esquema do Arco de Maguerez e sugeriram pequenas alterações na apresentação visual do desenho metodológico. Para Bordenave (1989), a educação da problematização tinha fundamentação no pensamento dialético (BEBEL; GAMBOA, 2011/2012, p. 270). Outra perspectiva dos estudos de Maguerez que se fundamenta na construção dos estudos de Bordenave (1977; 2011) tem em Berbel (1995) sua retomada reflexiva e prática. Berbel (1995) retoma a metodologia da problematização com o Arco de Maguerez após estudar uma alternativa metodológica de problematização da realidade (ou parte dela), visando a sua transformação. Explore a galeria para conhecer as etapas do Arco de Maguerez, problematizadas por Berbel e Colombo (2007): 1ª etapa: Observação da realidade Trata da observação da realidade e da definição do problema real/concreto vivenciado pelos sujeitos. 
Nessa primeira etapa, observa-se o conhecimento empírico (senso comum), ou seja, os pontos comuns das características do grupo. 2ª etapa: Definição dos pontos-chave 
Nova reflexão após a sua investigação. Essa etapa pode ser caraterizada ou expressa de forma variada. Para tanto, “[...] é o momento de definir os aspectos que precisam ser conhecidos e melhor compreendidos a fim de se buscar uma resposta para esse problema” (BERBEL, 1999, p. 4). Para Zambon (2011), nessa etapa o sujeito participante é levado a refletir. 3ª etapa: Teorização
Momento de estudo e de construção de respostas para a consolidação teórica, ou seja, a formação de uma base para a resolução do problema. 4ª etapa: Hipóteses de solução
A criatividade e originalidade devem ser acionadas e estimuladas nessa etapa para a resolução ou alternativas de solução do problema. 5ª etapa: Aplicação à realidade
Na última etapa, ocorre o processo de intervir, exercitar e manejar as soluções diante do problema. Nesse encontro, ocorre a possibilidade de transformação da realidade. Como registram Berbel e Colombo (2007, p. 125), “[...] a aplicação permite fixar as soluções geradas e contempla o comprometimento do pesquisador para voltar para a mesma realidade, transformando-a em algum grau”. Conforme sugerem Berbel e Colombo (2007, p. 125), as etapas iniciais até a teorização formam a base para a transformação da realidade, ou seja, do problema levantado e investigado. Para pesquisadores, as características da metodologia da problematização com o Arco de Maguerez ampliam as possibilidades de intervenção na realidade social. Trata-se de uma nova perspectiva ainda pouco explorada no campo científico do serviço social, em que poderia ser utilizada para entender, por exemplo, as vulnerabilidades dos territórios no âmbito de atuação do assistente social. 
Unidade 4 Seção Webaula 2 Trabalho científico: estrutura e regras As regras e a estrutura do trabalho científico Pensar sobre regras e estrutura científica de projetos de pesquisa nos faz buscar referências na Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT.  Por meio da ABNT se constituem as Normas Brasileiras (NBR). As normas recebem uma legislação de referência única. Para nós, a referência para a compreensão da estrutura básica dos projetos de pesquisa é definida pela NBR 15.287/2011.Cada instituição educacional de ensino cria  adaptações para a realidade local, mas sem desvirtuar as determinações normativas estabelecidas na ABNT-NBR 15.287/2011. Estrutura de um projeto de pesquisa Para entender a estrutura de um projeto de pesquisa, há uma subdivisão textual compreendida em: Parte externa: composta pela capa (item opcional) e pela folha de rosto (item obrigatório). Parte interna: um conjunto maior de informações que abarca em sua estrutura: ✔ Elementos pré-textuais. ✔ Elementos textuais.✔ Elementos pós-textuais. Explore a galeria para saber mais sobre os elementos da parte interna: Elementos pré-textuais: apresentam o trabalho com informações de identificação dos autores e referências de produção, sendo composto por: 
✓ Folha de rosto (uso obrigatório).
✓ Lista de ilustrações (uso opcional).
✓ Lista de tabelas (uso opcional).
✓ Lista de abreviaturas e siglas (uso opcional).
✓ Sumário (uso obrigatório). Elementos textuais: expõem o tema, o problema estudado, as hipóteses e os objetivos da pesquisa realizada, a metodologia, os referenciais teóricos, os recursos e o cronograma (ABNT-NBR, 2011), apresentando a seguinte estrutura:
✓ Introdução: tema, problema, hipóteses (quando couber), objetivo, objetivos  específicos e justificativa.
✓ Referencial teórico.
✓ Metodologia.
✓ Recursos (quando necessário) e cronograma. Elementos pós-textuais: consideram as informações complementares e as referências utilizadas no projeto de pesquisa.
✓ Referências (uso obrigatório). ✓ Apêndices (uso opcional).
✓ nexos (uso opcional). Algumas observações ainda são importantes na constituição dos elementos: ✔ O uso dos elementos opcionais deve ser previamente consultado com o professor, a fim de avaliar a necessidade ou não. ✔ O texto da introdução deve considerar todos os elementos que o constituem, de forma breve, sem a necessidade de subtítulos. Linguagem do trabalho científico O texto científico exige do pesquisador um cuidado no manejo das palavras, de forma a traduzir com assertividade o pensamento por meio de uma linguagem adequada. Na compreensão de Severino (2000), a linguagem constitui um discurso, e pode ser narrativa, descritiva ou dissertativa. Como pesquisador, é necessário utilizar da argumentação considerando a leitura realizada, a reflexão e os fatos observados. Para isso, há que se compreender que o “[...] raciocínio é um processo de pensamento pelo qual conhecimentos são logicamente encadeados de maneira a produzirem novos conhecimentos”. (SEVERINO, 2000, p. 183). A linguagem deve considerar algumas qualidades em relação ao estilo do texto, ou seja, para que e/ou para quem ele interessa. São sete os pontos a serem considerados na construção do texto, segundo Gil (2002): Impessoalidade: redigido em terceira pessoa; preferíveis expressões como: "este projeto", "o presente estudo“, etc. (GIL, 2002, p. 164). Objetividade: uso da linguagem direta; o argumento encontra apoio em dados/provas e não em opiniões pessoais. Clareza: uso de um vocabulário adequado, evitando palavras supérfluas e desnecessárias. Precisão: exatidão na transmissão, em especial em “registros de observações, medições e análises”.Conheça os outros três pontos a serem considerados na construção do texto, segundo Gil (2002): Coerência: pensamento lógico e estruturado do conteúdo, subdividido em tópicos, encadeados, sequenciados. Simplicidade: transmissão clara, coesa e objetiva das ideias; não descarta as regras acadêmicas de formatação da estrutura do projeto de pesquisa. Concisão: expressar com poucas palavras um pensamento/uma ideia. Regras de apresentação do trabalho científico As regras de apresentação do trabalho científico compreendem o projeto de pesquisa segundo a normatização da ABNT-NBR 15.287/2011, configurada nos seguintes elementos: Margens Espaçamento Fonte Paginação Numeração progressiva Na ABNT-NBR 15.287 (2011, p. 3), o “projeto de pesquisa compreende uma das fases da pesquisa. É a descrição da sua estrutura”. A construção do projeto de pesquisa é uma das fases da pesquisa e deve ter sua estrutura descrita. Atente-se para o objetivo da pesquisa, voltado para a solução dos problemas a partir do uso de procedimentos científicos. Unidade 4 Seção 3 Web aula 3 Normas de plágio Nesta webaula vamos conhecer o conceito de plágio, identificando as normas para citações e como é feita a avaliação pelas instituições em relação ao plágio e às normas. Plágio acadêmico O que é o plágio?
Plagiar é “recriar o velho”?
Plagiar é refazer as frases? O plágio acadêmico ocorre quando há uma apropriação de conceitos e frases de outro(s) autor(es) sem mencioná-lo(s) devidamente seguindo as normas da ABNT. Ou seja, o plágio acontece quando o autor não é citado como fonte de consulta da pesquisa. Para Fonseca (s.d), o plágio tem duas características: a apropriação e a expropriação de direitos autorais intelectuais. 
Portanto, a apropriação e expropriação de texto de outro autor sem as devidas citações dentro dos padrões da ABNT caracterizam-se como uma violação dos direitos autorais. Vale ainda lembrar que isso também implica violações civis e penais. Ramos (2006) cita os reconhecidos apontamentos de Garschagen (2006, [s.d.]) no artigo Universidade em tempos de plágio, em que apresenta três tipos de plágio. Clique nos botões para conhecê-los: Plágio parcial Plágio integral Plágio conceitual Segundo a legislação brasileira, ainda existem outras duas formas de plágio conhecidas como crime, sendo:Heteroplágio: o plágio não é de uma frase ou texto, mas uma apropriação da obra completa de outro autor como se fosse própria. Autoplágio: citações de trechos de uma obra própria em outros artigos próprios, mas sem mencionar a fonte primária utilizada, de forma que o artigo novo pareça original, e a fonte primária ignorada. Normas para citações Segundo a ABNT-NBR 10.520, a citação é uma “menção de uma informação extraída de outra fonte” (ABNT-NBR, 2002, p. 1) e pode ser direta, indireta, ou citação da citação. Explore a galeria e saiba mais: Citação direta: ocorre na reprodução da transcrição textual conforme o texto original.      Nas citações de até três linhas, devemos considerar as seguintes regras de formatação:
• Utilizar entre “aspas duplas”.
• Incorporar a citação no parágrafo construído.
• Inserir (além do autor e ano da obra) o número da página consultada. Citação direta: para além de três linhas, devemos considerar as seguintes regras de formatação:
• Recuar a citação em 4 cm da margem esquerda; a letra deve ser menor que o texto (se utilizar tamanho 12 no texto, deve utilizar tamanho 11 ou 10 nas citações).
• Não precisa utilizar as aspas; o espaçamento de entrelinhas não segue o padrão de 1,5 do texto normal, mas sim um espaçamento simples. Citação indireta: consiste na utilização/construção do “[...] texto baseado na obra do autor consultado” (ABNT-NBR, 2002, p. 2). Ocorre porque o texto consultado é muito extenso para ser utilizado na íntegra, então as ideias básicas do autor são extraídas. Nesse sentido, caracteriza-se como um resumo ou paráfrase do autor consultado, sendo opcional utilizar ou não o número da página consultada. Citação da citação: quando um autor é citado, mas não tivemos a sua obra em mãos, apenas trechos lidos e comentados por outros autores. Essa citação pode ser direta ou indireta. Tem a estrutura: Autor da ideia original apud autor da obra em mãos.
• Quando o documento (fonte da pesquisa) pesquisado é de difícil acesso e localização.
• Documentos com restrições de acesso (obras raras, antigas), documentos estrangeiros, sem tradução fidedigna. Avaliação de plágio e normas Para não se comprometer eticamente ao extrair ideias de outros autores, é importante conhecer as regras da instituição em que o projeto de pesquisa está sendo desenvolvido e seguir todas as orientações. Na era do amplo acesso à informação via internet, as instituições já contam com programas de avaliação de plágio (softwares) a fim de validar a autenticidade dos trabalhos. • Salve sempre a fonte de sua pesquisa (anote).
• Lembre-se de escolher o tipo de citação (atenção ao registrar a fonte: autor, ano da obra e número da página).
• Não se esqueça de anotar o nome completo do autor e onde pesquisou as informações. Observe como é importante conhecer as regras de normatização do trabalho acadêmico, para validar a sua construção teórica, consolidada no projeto de pesquisa. Neste processo de formação teórica e prática, o que esperamos é que, como futuros profissionais, tenham a capacidade de refletir a profissão, validando o arcabouço teórico construído pelo coletivo profissional. Vídeo de encerramento
Av1 - Pesquisa Social e Oficina de Formação
1)Observando as afirmativas abaixo assinale a alternativa que corresponde as afirmativas corretas
I - Os cientistas sociais, que pesquisam os significados das ações sociais de outros indivíduos e deles próprios, são sujeitos e objeto de suas pesquisas.
II – A visão positivista de objetividade e de separação radical entre sujeito e objeto da pesquisa, é natural que cientistas sociais se interessem por pesquisar aquilo que valorizam.
III – Os cientistas sociais, que pesquisam os significados das ações sociais de outros indivíduos e deles próprios, são sujeitos mas não objetos de suas pesquisas.
IV – Os cientistas sociais buscam compreender os valores, crenças, motivações e sentimentos humanos, compreensão que só pode ocorrer se ação é colocada dentro de um contexto significado.
Alternativas:
a)I, II e III estão corretas.
b)I, III e IV estão corretas.
c)II, III e IV estão corretas.
d)Somente a III está correta.
e)I, II e IV estão corretas.
2)Existe uma discussão que se dá na disputa por definir se pesquisa qualitativa tem maior validade científica ou a pesquisa quantitativa, no entanto, de acordo com o material da web é possível verificar que "nenhuma das pesquisas é mais ou menos ____________ que a outra..." (Minayo e Sanches, 1993, p.247) Complete a lacuna com a expressão abaixo que corretamente completa a sentença.
Alternativas:
a)Importante.
b)Científica
c)Relevante
d)Questionadora
e)Verdadeira
3)A concretização de um projeto de pesquisa passa por etapas das mais diversas, e torna-se uma construção a partir de referenciais teórico-metodológicos ao longo do percurso acadêmico. Somos impelidos a refletir e dialogar com nossas concepções socialmente construídas, e travamos um verdadeiro combate com nossas "certezas e dúvidas" presentes em nosso mundo interior. Considerando que toda pesquisa prevê motivações à sua realização. Quais das alternativas abaixo corresponde a motivações possíveis à pesquisa em Serviço Social?
Alternativas:
a)Transformação social da realidade para além de sua descrição.
b)Trabalhar a realidade em si.
c)Colaborar a partir de uma visão completa e total da realidade.
d)Descrição da realidade social.
e)Mediação da realidade sem intenção de transformação.
4)De acordo com Goldenberg, existem dois principais conceitos que diferenciam o método da ciências naturais, que busca as generalizações e a descoberta de regularidade, do das ciências sociais que visa a compreensão interpretativa das experiências dos indivíduos dentro do contexto em que foram vivenciadas. Assim pode-se afirmar que
Alternativas:
a)Para as ciências sociais, cabe o estudo de casos particulares e a formulação de leis generalizantes como nas ciência físicas e matemáticas.
b)Para as ciências sociais, não compete o estudo de casos particulares e sim a formulação de leis generalizantes como nas ciências físicas e matemáticas.
c)Para as ciências sociais, cabe o estudo de questões gerais e a formulação de leis generalizantes assim como nas ciências físicas e matemáticas.
d)Para as ciências sociais, cabe o estudo de casos particulares e não a formulação de leis generalizantes como nas ciências físicas e matemáticas.
e)Para as ciências sociais, cabe o estudo de casos particulares e não formulação de leis específicas como nas ciências físicas e matemáticas.
5)A metodologia da pesquisa científica nas ciências humanas e sociais segundo Demo se estabelece por três principais aspectos. Dentre as afirmativas abaixo quais podem representar esses aspectos?
I – Os grandes cientistas, reconhecidos por sua produtividade e criatividade no campo teórico e até da prática, não se preocuparam com a questão do método.
II – A exigência acadêmica de professores e pesquisadores quanto o domínio e corretouso da metodologia científica dos alunos/pesquisadores.
III – A questão do método é sem dúvida, um crivo central na definição do que é ou não ciência.
Alternativas:
a)Apenas II está correta
b)Apenas I está correta
c)II e III estão corretas
d)Apenas III está correta
e)I e III estão corretas
Av2 - Pesquisa Social e Oficina de Formação
1)Qual alternativa abaixo identifica as ações da segunda etapa da MP (Metodologia da Problematização) ?
Alternativas:
a)refletir a respeito do problema; identificar possíveis fatores associados ao problema sem identificar possíveis determinantes maiores do problema; redigir toda reflexão, extraindo o seu sentido para o estudo, pelas possíveis explicações da existência do problema; eleger, independente dos critérios, somente os aspectos que não serão estudados na etapa seguinte; redigir os pontos-chave.
b)refletir a respeito do problema; identificar possíveis fatores associados ao problema e possíveis determinantes maiores do problema; redigir toda reflexão, extraindo o seu sentido para o estudo, pelas possíveis explicações da existência do problema; eleger, com critérios, aqueles aspectos que serão estudados na etapa seguinte; redigir os pontos-chave.
c)refletir a respeito do problema; identificar possíveis fatores associados ao problema sem identificar possíveis determinantes maiores do problema; redigir toda reflexão, extraindo o seu sentido para o estudo, pelas possíveis explicações da existência do problema; eleger, com critérios, aqueles aspectos que serão estudados na etapa seguinte; redigir os pontos-chave.
d)refletir a respeito do problema; identificar possíveis fatores associados ao problema e identificar possíveis determinantes maiores do problema; redigir pontos importantes da reflexão, extraindo o seu sentido para o estudo, pelas possíveis explicações da existência do problema; eleger, com critérios, aqueles aspectos que serão estudados na etapa seguinte; redigir os pontos-chave.
e)refletir a respeito do problema; identificar possíveis fatores associados ao problema sem identificar possíveis determinantes maiores do problema; redigir toda reflexão, extraindo o seu sentido para o estudo, pelas possíveis explicações da existência do problema; eleger, independente de critérios, aqueles aspectos que serão estudados na etapa seguinte; redigir os pontos-chave.
2)A Metodologia da Problematização (MP) com o Arco de Maguerez é a nomenclatura dada por Berbel desde 1995 para denominar uma alternativa metodológica que procura problematizar a realidade, ou um recorte dela, com vistas à sua transformação, em algum grau. O Arco de Maguerez, utilizado na Metodologia da Problematização, é constituído de cinco etapas. Escolha entre as alternativas abaixo qual a que representa corretamente essas etapas. 
Alternativas:
a)Observação da Realidade; Pontos-Chave; Teorização; Certeza de Solução e Aplicação à Realidade.
b)Observação da Teoria; Pontos-Chave, Analise; Hipóteses de Solução e Aplicação à Realidade.
c)Observação da Teoria; Pontos-Chave, Hipóteses de Solução, Cientificidade, e Aplicação à Realidade
d)Observação da Realidade; Pontos-Chave; Teorização; Hipóteses de Solução e Aplicação à Realidade
e)Observação da Teoria; Pontos-Chave, Teorização, Hipóteses de Solução e Aplicação à Realidade.
3)A MP (Metodologia da problematização) prevê 5 etapas de desenvolvimento. Os processos da terceira, quarta e quinta etapas podem ser identificados, respectivamente como:
Alternativas:
a)Hipóteses de Solução, Teorização, Aplicação à Realidade.
b)Aplicação à Realidade, Hipóteses de Solução, Teorização.
c)Hipóteses de Análise, Teorização, Aplicação à Realidade.
d)Teorização, Hipóteses de Análise, Aplicação à Realidade.
e)Teorização, Hipóteses de Solução, Aplicação à Realidade.
4)Considere V para verdadeiro e F para falso para cada afirmativa abaixo e após relacione qual das alternativas corresponde a resposta correta:
I – A primeira etapa da MP se caracteriza pela observação da realidade e definição do problema. É nesse momento que o sujeito que utiliza essa metodologia inicia um olhar crítico sobre o foco da realidade escolhida.
II – A segunda etapa da MP é a definição dos pontos-chave, que consiste em dois momentos principais, refletir sobre os possíveis fatores associados e possíveis determinantes maiores.
III – Após refletir e redigir os possíveis fatores associados e os maiores determinantes do problema, o momento seguinte da segunda etapa da MP é a definição dos pontos-chave, que na verdade não serão os pontos de estudo, mas justamente o inverso.
IV – A partir dos saberes existenciais atuais o indivíduo percebe que não é possível realizar uma leitura criteriosa a partir de uma simples observação, sendo necessário apropriar-se de técnicas e instrumentos de caráter cientifico. 
Alternativas:
a)I – V; II – V; III – F; IV – V
b)I – V; II – V; III – V; IV – V
c)I – V; II – V; III – V; IV – F
d)I – V; II – F; III – V; IV – V
e)I – F; II – V; III – V; IV – V
5)O Arco de Maguerez indica um movimento que parte da realidade, percorre as etapas do Arco e retorna a ela com um novo olhar e com uma proposta de intervenção que busca transformá-la em algum grau. Tal caminho percorrido provoca um "novo" Arco que, por sua vez, ocasionará outro, e assim por diante. Quais afirmativas abaixo podem ser consideradas corretas na comparação com a dialética?
I – Se a realidade é um movimento constante e dialético, o método do materialismo histórico e o conceito de liberdade de pensamento como um de seus desdobramentos teórico-metodológicos está para a MP (Metodologia da Problematização) como uma opção para leitura da realidade.
II – Se a realidade é um movimento constante e dialético, o método do materialismo histórico e o conceito de práxis como um de seus desdobramentos teórico-metodológicos está para a MP (Metodologia da Problematização) como uma opção para leitura da realidade.
III – O processo de ação/reflexão do recorte da realidade, parte do concreto para o abstrato e retorna ao concreto, caracterizando a MP (Metodologia da Problematização).
IV – O processo de ação independente da reflexão, do recorte da realidade, parte do concreto para o abstrato e retorna ao concreto mas sem alteração, caracterizando a MP (Metodologia da Problematização).
Alternativas:
a)Apenas IV está correta
b)Apenas I está correta
c)II e III estão corretas
d)Apenas III está correta
e)I e III estão corretas
	Visão geral
	
	Apresentação da disciplina:
	
	Prezado(a) Aluno(a), esta disciplina traz em seu bojo uma importante reflexão acerca da pesquisa social. Este tema é de suma relevância para a atuação do assistente social, uma vez que o convida a refletir sobre a postura investigativa do profissional em Serviço Social. 
	
 
	Objetivos:
	
	Oferecer suporte para elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso; Capacitar o aluno para a prática da pesquisa social no exercício profissional associando conceitos teóricos e o uso de instrumentos e técnicas no planejamento, execução e análise dos dados da pesquisa.
	
	Conteúdo Programático:
	
	1. O aluno e a produção do conhecimento em serviço social
1.1 O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e sua contribuição na produção de conhecimento
1.2 Planejamento e elaboração do TCC
1.3 Da pesquisa à redação e entrega do TCC
2. A natureza das ciências sociais
2.1 Teoria e Metodologia em ciências sociais
2.2 A dimensão investigativa na teoria social
2.3 Abordagens conceituais sobre: espaço, território, região, regionalização, escala, redes geográficas e meio ambiente
3. Métodos e técnicas da Pesquisa Social – enfatizando as possibilidades de construção teórica e empírica de um objeto de estudo, bem como as etapas necessárias ao seu desenvolvimento
3.1 Do Projeto ao relatório final da pesquisa
3.2 Instrumentos: Observação, entrevista, questionário e estudo de caso
3.3 Estabelecendo Categoria de análise: Gênero, Raça, PCD, dentre outros.
	
	Metodologia:
	
	
	Os conteúdos programáticos previstosnos cursos ofertados no SEPC/EaD utilizam metodologia embasada em tecnologias de informação e comunicação conforme está descrito a seguir:
I. Teleaulas: aulas transmitidas mediante canal de satélite em tempo real e aula atividade mediada por chat, realizadas em encontros semanais.
II. Acesso à rede de comunicação – Internet, para as atividades web.
No Ambiente Virtual de Aprendizagem “Colaborar” o aluno acessa as web aulas, participa dos fóruns de discussão, realiza as avaliações virtuais e insere as produções textuais referentes às disciplinas ministradas no semestre em curso;
III. Recursos de comunicação envolvendo interatividade e aprendizagem autônoma por meio do ambiente virtual de aprendizagem, matérias didáticos eletrônicos, videográficos, impressos, biblioteca e outros.
Tais recursos possibilitam ao aluno a realização do autoestudo e o subsidiam quanto ao desenvolvimento das atividades mencionadas acima, referentes a cada disciplina, bem como ao estágio supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso previstos no projeto pedagógico.
IV. Provas por disciplina: o aluno realiza uma prova para cada disciplina, aplicada presencialmente, para avaliar o conjunto de competências e habilidades.
	
OFICINA DE FORMAÇÃO: PESQUISA SOCIAL
 
WEB AULA 1
UNIDADE  I - METODOLOGIA CIENTÍFICA: SIGNIFICADO E ESCOLHA
PESQUISA CIENTÍFICA: O CONHECIMENTO E A ESCOLHA
A concretização de um projeto de pesquisa passa por etapas das mais diversas, e torna-se uma construção a partir de referenciais teórico-metodológicos ao longo do percurso acadêmico. Somos impelidos a refletir e dialogar com nossas concepções socialmente construídas, e travamos um verdadeiro combate com nossas “certezas e dúvidas” presentes em nosso mundo interior.
Neste texto, pretendemos demonstrar uma parcela desta nossa reflexão realizada até o momento, discutindo, sem nos atrevermos a uma revisão teórica, trabalhar a questão da metodologia da pesquisa científica nas ciências humanas e sociais, com enfoque na opção metodológica que escolhemos a partir de nossa realidade.
Partimos da concepção de que o “Saber está marcadamente ligado a interesses sociais, definidos aqui como contraposições dialéticas” (DEMO, 1992, p. 14), ou seja, os pressupostos delimitados estão imbuídos de opções ético políticas e teórico-metodológicas, pois concordamos com a citação a seguir.
Como ator social, o pesquisador é fenômeno político, que, na pesquisa, o traduz sobretudo pelos interesses que mobilizam os confrontos e pelos interesses aos quais serve. Donde segue: pesquisa é sempre também fenômeno político, por mais que seja dotada de sofisticação técnica e se mascare de neutra. Não se reduz a fenômeno político, mas nunca o desfaz de todo. Por isso vale dizer: sabemos mais o que interessa. (DEMO, 1992, p. 14).
O fato é que, o que nos motiva não é simplesmente uma “descrição” da realidade, mas sim, sua transformação social, tendo em vista a desigualdade que assola nosso país, conduzido por um sistema econômico que tem por natureza um caráter excludente, visto que o enriquecimento de poucos acontece à custa da miséria de muitos. Ainda mais quando reforçado por uma política neoliberal, que não supõe nem a tentativa do bem-estar social.
Dada nossa opção e motivação, cabe ressaltar também a própria intenção de transformação da realidade, uma vez que “A ciência trabalha a realidade empírica, não a realidade em si” (BETTO, 1997, p. 246). Ou seja, nosso contributo está na tentativa em colaborar a partir de um pequeno e limitado recorte da realidade.
“A ciência trabalha a realidade empírica, não a realidade em si” (BETTO, 1997, p. 246).
Esta afirmação pode ser mais bem entendida a partir do que Demo (1992) esclarece a respeito da “realidade”, como se pode verificar a seguir.
Se soubéssemos com evidência inconteste o que é realidade, não seria mais necessária a ciência. Neste sentido, ciência vive do desafio imorredouro de descobrir realidade que, sempre de novo, ao mesmo tempo se descobre e se esconde. Possivelmente esta marca é comum também à realidade natural, mas é sobretudo característica da realidade social. “O que se vê”, de modo geral, não é, nem de longe, a parte principal e, na conseqüência, o que está nos dados muitas vezes é manifestação secundária, ocasional, superficial. (DEMO, 1992, p. 19).
Ainda de acordo com o autor, “[...] o mínimo que podemos dizer é que há horizontes não-empíricos, que fazem parte da realidade” (DEMO, 1992, p. 20). Desta forma, procuramos desvelar a essência das questões sociais, buscando construir “soluções”, sempre provisórias, de luta e resistência em favor de uma nova sociedade mais justa e solidária.
Não obstante, a credibilidade dos resultados de uma pesquisa passam pela discussão do método científico utilizado, é o que abordaremos a seguir.
 
	Para saber mais: Acesse o link abaixo e assista ao curso do Prof. José Paulo Netto com o título “O Método em Marx”.
<https://www.youtube.com/watch?v=tTHp53Uv_8g&list=PLDA073072E8011665>.
WEB AULA 2:
A Metodologia da pesquisa científica nas ciências humanas e sociais
De acordo com Goldenberg (2003, p. 11), “Metodologia Científica é muito mais do que algumas regras de como fazer uma pesquisa. Ela auxilia a refletir e propicia um ‘novo’ olhar sobre o mundo: um olhar científico, curioso, indagador e criativo.” É o que também Demo (1992) acredita, ao citar a proposta de pesquisa científica com um caráter criativo.
Ainda segundo Demo (1992, p. 34), a pesquisa, além da questão do descobrimento e criatividade, se dá principalmente “pela capacidade de questionamento, que não admite resultados definitivos, estabelecendo a provisoriedade metódica como fonte principal da renovação científica”.
A questão metodológica na ciência é tão importante quanto à teórica. Demo (1992, p. 24) estabelece três pontos de análise a este respeito:
Não obstante, o debate em torno do que venha a ser ciência, conforme delineado anteriormente, não se encerra no domínio de uma ou mais metodologias. Ainda há, também, uma discussão acerca da validade do método. Para Petitat (1994), é possível delimitar duas grandes proposições que persistem e dominam ainda o debate intelectual.
De um lado encontra-se o esquema clássico de enquetes extensivas através de questionários, associado à análise estatística e matemática dos dados recolhidos. De outro, privilegia-se uma abordagem microssociológica, atenta às interações reais e à sua descrição quase fenomenológica. [...] As primeiras centram-se na problemática da integração social e na reprodução do equilíbrio e do consenso, enquanto que as últimas colocam os conflitos de classe no cerne da explicação, como reprodução da dominação e da ideologia. (PETITAT, 1994, p. 12).
Destacamos, neste ínterim, o estudo realizado pelo filósofo alemão Wilhelm Dilthey, que formulou suas teses acerca da possível conexão ou não entre as ciências humanas e sociais com as ciências físicas e matemáticas. Para ele, havia a necessidade de se ter um método próprio para os fenômenos sociais; para as ciências sociais, cabe o estudo de “casos particulares e não a formulação de leis generalizantes” (GOLDENBERG, 2003, p. 19). É o que podemos conferir na citação a seguir.
Por meio de dois conceitos, Dilthey diferenciou o método das ciências naturais – erklaren –, que busca generalizações e a descoberta de regularidades, do das ciências sociais – verstehen –, que visa à compreensão interpretativa das experiências dos indivíduos dentro do contexto em que foram vivenciadas.
	Para as ciências sociais, cabe o estudo de casos particulares e não a formulação de leis generalizantes como nas ciências físicas e matemáticas. (GOLDENBERG, 2003)
 
O maior representante da sociologia compreensiva de Dilthey foi Max Weber que, apropriando-se da categoria de verstehen de Dilthey, aprofunda a distinção entre a metodologia das ciências sociais das ciências naturais, conforme afirma a seguir.
Os cientistas sociais, que pesquisam os significados das ações sociais de outros indivíduos e deles

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