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Administração de Estoques

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Administração de Estoque
Introdução
Os estoques são componentes importantes dos ativos circulantes, principalmente nas empresas comerciais e industriais, por representarem grandes volumes de dinheiro aplicado em relação aos demais ativos circulantes.
São ainda os ativos circulantes de menor liquidez. Os estoques são representados por matérias-primas, componentes, insumos, produtos em processo e os acabados e se constituem nos bens comercializáveis pelas empresas comerciais e destinados à produção e venda pelas empresas industriais. Por esse motivo, a administração dos estoques deve ser objeto de políticas que traduzam resultados eficazes em sua gestão. Por exemplo, o giro mais lento do estoque impacta diretamente no fluxo de caixa da empresa, porque as duplicatas vencem e o produto ainda não foi vendido.
Nas empresas industriais a gestão dos estoques é considerada plena, pois são utilizados praticamente todos os tipos de estoques, desde as matérias-primas e componentes, até os produtos acabados. Já nas empresas comerciais, que não transformam bens, a gestão está concentrada nos produtos acabados, que são adquiridos prontos para serem vendidos.
Nas empresas prestadoras de serviço, a relevância dos estoques é de média para pequena, já que o foco empresa está na prestação do serviço e não comercialização de produtos. O fornecimento dos materiais utilizados pode estar incluído na prestação de serviço; daí a classificação de relevância média para pequena. Por outro lado, a melhoria dos processos logísticos dos fornecedores, tornando-os mais ágeis nas entregas, permite ao comerciante trabalhar com níveis menores de estoque.
A administração de estoques envolve, portanto, o controle dos ativos circulantes que são usados nos processos de prestação de serviços, na comercialização ou na produção para serem vendidos no curso normal das operações da empresa. Portanto, a administração de estoques deve procurar estabelecer ações e procedimentos para saber:
Quanto comprar ou produzir.
Em que momento comprar ou produzir.
Quais itens do estoque merecem maior atenção.
Os estoques não são administrados diretamente pelo Administrador Financeiro. Em geral são de responsabilidade das áreas administrativas (compras) e/ou industrial (logística), o que torna a administração de estoques mais complexa; porquanto podem surgir divergências funcionais na definição e execução das políticas de estocagem.
Tipos de Estoques
Os estoques são constituídos de bens destinados a venda, ou à produção, vinculados aos objetivos da empresa. Existem diferentes tipos de estoques, caracterizados pela sua condição ao nível de produção e comercialização. Na sequência são apresentados os tipos de estoques:
Matérias-primas
São bens que, no seu todo ou parcialmente, irão fazer parte do produto acabado. Alguns autores consideram a matéria-prima com a designação genérica de insumo. As políticas de estocagem devem estar voltadas para atender as necessidades básicas de produção e/ou comercialização. Estoques de matérias-primas insuficientes causam graves transtornos na produção e comercialização e afetam negativamente os resultados
econômicos e financeiros da empresa. No conjunto dos diversos tipos de estoques, as matérias-primas são os de menor liquidez, pois precisam ser transformadas em produtos acabados para serem vendidas e, após, se tornarem caixa.
Componentes
Também irão fazer parte do produto final. São partes do produto final que a ele são agregadas durante o processo de produção. Sua importância é grande para o processo produtivo, e a sua falta também ocasiona possibilidades de perdas financeiras. Há exemplos de produtos complexos que utilizam grande número de componentes e que não podem ser comercializados por faltar apenas um componente, às vezes de baixíssimo custo; por exemplo: uma fábrica de automóveis ficou com a produção inteira, de vários dias, no pátio, pela falta da maçaneta da porta, de custo relativo pequeno.
Insumos
Os insumos são bens e produtos utilizados no processo produtivo, porém não fazem parte do produto final, o que caracteriza a sua diferente classificação de estoque. Não possuem a mesma importância relativa das matérias-primas e componentes em termos de valor, mas são também imprescindíveis ao processo produtivo. Têm a mesma classificação de liquidez, ou seja, são também pouco líquidos.
Produtos em Elaboração
Os estoques de produtos em elaboração compreendem os produtos que têm a característica de necessitar tempo de produção suficientemente longo para que seja necessário esse registro. Grande parte das empresas industriais não necessita ter em seus estoques os produtos em elaboração, já que o processo de produção é rápido e os estoques se transformam diretamente de matérias-primas e componentes em produtos acabados. Já outras empresas, como fabricantes de aviões, navios, centrais telefônicas, satélites, por exemplo, obrigatoriamente mantêm estoques de produtos em elaboração, pois seus produtos são feitos em tempos maiores, chegando a algumas situações a mais de um ano. Exigem grandes volumes de recursos materiais e financeiros, e a administração eficiente desses estoques propõe-se a reduzir o tempo de duração da produção. Certos tipos de produtos, que demandam mais tempo para produção são vendidos antecipadamente e, consequentemente, com recebimento de pagamentos antecipados.
Produtos Acabados
São os produtos que estão prontos para a venda, originários do processo produtivo da empresa ou adquiridos de outros fornecedores para venda. É nos produtos acabados que se concentram grandes volumes de investimento nas empresas comerciais. Devem estar prontos para a entrega tão logo a venda seja realizada. É o mais líquido dos estoques, pois a sua transformação em caixa depende da venda, do prazo se for venda a prazo, e da cobrança.
Manutenção de Estoques
Por que as empresas mantêm os valores aplicados em estoques em seu capital? Dada sua importância por requerer o uso de grandes volumes de recursos financeiros, a administração japonesa, na década de 1970, foi a primeira a se preocupar em reduzir esses investimentos. Surgiram então os vários modelos ou sistemas de operacionalização de estoques, desenvolvidos no Japão, entre eles os denominados Just-in-time e Kanban. Através desses modelos foi possível reduzir-se sensivelmente o volume de dinheiro
investido nesses ativos. A literatura específica da matéria refere-se às finalidades básicas estudadas para justificar a existência de estoques nas empresas como sendo:
Estoques operacionais, funcionais ou mínimos.
Representam a quantidade necessária de estoque destinada a garantir o desenvolvimento e a operacionalização da produção. Seus níveis devem estar adequados aos fluxos de entrada e saída de materiais e produtos, considerando as características específicas dos processos de compra, transformação e vendas. Nas empresas comerciais, os níveis de estoques devem estar adequados às expectativas de vendas.
Estoques de segurança
São estoques de materiais e produtos definidos como importantes para o processo produtivo, que são mantidos para superar os imprevistos que podem acontecer nos processos de fornecimento, produção e vendas. O motivo maior do provisionamento de estoques de segurança está na continuidade do fornecimento aos clientes.
Estoques especulativos
Estoques mantidos para se beneficiar ou reduzir os efeitos negativos de variações de preços no mercado. Havendo perspectivas de aumentos de preços, as empresas tendem a aumentar o volume de estoques para evitar que os aumentos de preços venham onerar os custos de produção. A decisão de manter estoques especulativos deve ser momentânea e considerar a relação de custo-benefício.
Custos dos Estoques
As políticas de administração de estoques devem estar focadas na determinação do nível ideal de estoques de cada produto ou grupo de produtos. O nível ideal é estabelecido em relação à flexibilidade operacional proporcionada pela manutenção dos estoques. Quanto maiorfor o volume de estoque, maior será a flexibilidade da empresa e vice-versa. As vantagens dessa flexibilidade devem ser comparadas com os custos de manutenção dos estoques. Os custos vinculados aos estoques estão classificados em três diferentes categorias: custos de manter, comprar ou repor e de faltar estoque.
Custo de Manter
Para manter estoques, as empresas devem considerar os seguintes custos que estão diretamente ligados à sua manutenção:
Investimento aplicado
Armazenagem
Transferência
Impostos
Seguros
Perdas
Controle
Desuso/obsolescência.
Fórmulas:
Estoque encomendado Ue = Q
N
Estoque médio Uem = UE
2
Valor Estoque Médio = Uem x p Onde:
Ue = Estoque encomendado
Q = quantidade de um produto em um ano, sem sazonalidade. N = compra de lotes uniformes ao longo do ano.
Uem = Estoque médio
p = Custo unitário de aquisição ou de fabricação
Por exemplo:
Uma empresa que utiliza 150.000 peças por ano na fabricação do principal produto de venda. Faz 10 compras por ano. Cada peça custa $ 24,50.
Estoque encomendado Ue = Q
N
Ue = 150.000 
10
Ue = 15.000 peças
Estoque médio Uem = UE
2
Uem = 15.000
2
Uem = 7.500 peças p = $ 24,50
Valor Estoque Médio = Uem x p
Valor Estoque Médio = 7.500 x 24,50 = 183.750,00
Se o custo financeiro de manter o estoque for de 15% ao ano, o encargo de financiamento será de:
Custo financeiro de manter o estoque = valor do estoque médio x custo financeiro Custo financeiro de manter o estoque = $ 183.750,00 x 0,15
Custo financeiro de manter o estoque = $ 27.562,50
Se a empresa tem custos de armazenamento de $ 6.500,00, custos de seguro de $ 2.550,00 e custos com perdas por obsolescência de $ 5.800,00, então o custo total para manter o estoque médio será de:
Custo de manter o estoque médio = CM
CM = custo financeiro + custo de armazenagem + custo de seguro + custo com perdas e obsolescência
CM = $ 27.562,50 + $ 6.500,00 + $ 2.550,00 + $ 5.800,00 CM = $ 42.412,50
Em termos percentuais o CM seria:
CM% =	CM 	x 100%
Valor Estoque Médio CM% =	42.412,50 x 100%
183.750,00
CM% = 0,230816 x 100% = 23,0816%
O CM pode ser calculado também:
CM = CM% x p x Uem
CM = 0,230816 x 24,50 x 7.500
CM = 42.412,50
Custos de Comprar
Para comprar ou repor estoques devem ser considerados custos vinculados à compra ou reposição dos produtos em estoque. Esses custos são importantes, pois muitos deles ocorrem sempre que houver nona compra ou reposição, e esse fato deve influenciar a definição dos níveis de estoques. Os principais custos de comprar ou repor estão relacionados com:
Pesquisa de preços
Comunicações (correio, telefone, fax, internet, plataforma de comunicação de dados)
Negociação com fornecedores de bens e serviços
Emissão das ordens de compra
Recepção e conferência dos produtos comprados
Devoluções ocasionais
Esse custo tende a ser fixo por pedido ou encomenda, independentemente do tamanho. Isso se deve ao fato de a empresa dispor de estrutura administrativa de compras, cujos custos operacionais devem ser diluídos pelo total de pedidos realizados.
Fórmulas para o Custo de Comprar:
CC = N x Cce
Onde:
CC = custo de comprar
N = número de encomendas
Cce = custos de comprar por encomenda
O custo total do estoque considera o somatório do custo de manter o estoque mais o custo de comprar:
CT = CM + CC Onde:
CM = CM% x p x Uem CC = N x Cce
Onde:
Ue = Q
N
Ue x N = Q N = Q
Ue Como:
Uem = Ue
2
Ue = 2 x Uem Então:
CC = Q_ x Cce 2xUem
Dessa forma, o Custo total de estoque seria:
CT = CM% x p x Uem + Q	x Cce
2 x Uem
Onde: Uem = Ue
2
Ue = 2 x Uem
CT = CM% x p x Ue + Q_ x Cce
2	Ue
Por exemplo:
Continuando a questão anterior, calcule o custo total do estoque, considerando o custo fixo de comprar como $ 240,00.
CT = CM% x p x Ue + Q_ x Cce
2	Ue
CT == 0,230816 x 24,50 x 15.000 + 150.000 x 240,00
2	15.000
CT = 0,230816 x 24,50 x 7.500 + 2.400,00
CT = 42.412,50 + 2.400,00
CT = 44.812,50
Custos de Faltar
A falta de estoque pode trazer consequências negativas sérias para a empresa,
como:
Atraso na produção/entrega do produto ao cliente: quando todo o pedido do cliente não pode ser atendido.
Custo da compra eventual, fora de programação e com reduzido poder de negociação.
Custos de reemissão de faturamento, embalagem e despacho de mercadorias: quando parte do pedido é atendido e os produtos em falta seguem posteriormente.
Custo da venda perdida: quando o cliente vai comprar o produto no concorrente.
Custo do cliente perdido; quando o cliente vai comprar o produto no concorrente e troca de fornecedor.
Além dos custos, para se estabelecerem os volumes de estoques, são levados ainda em consideração os seguintes fatores:
Velocidade da reposição
O tempo necessário para a reposição do estoque consumido é fator relevante para a determinação do nível ideal de estoques. Produtos sazonais, de safra, por exemplo precisam ter níveis ideais maiores por ocasião da colheita. Produtos cuja reposição é imediata têm níveis ideais menores.
As estratégias desenvolvidas na gestão de estoques atingem resultados que chegam a zerar os estoques mínimos, levando o fornecedor a colocar o seu próprio almoxarifado ao lado da linha de produção, saindo daí diretamente para o produto em processo. Dessa forma a empresa reduz a zero o estoque de componentes. A indústria automobilística utiliza inteligentemente essa estratégia.
Duração do ciclo de produção
A duração do ciclo de produção influi também na decisão do volume de estoques. Produtos que têm longos ciclos de produção tendem a exigir maiores investimentos em estoques.
Reduzir os ciclos de produção faz parte de estudos permanentes dos responsáveis pela administração de estoques.
Hábitos de compra dos clientes
Produtos customizados, que são produzidos dentro de especificações definidas pelo cliente, requerem maiores volumes de estoques de partes e componentes do produto final, justamente para atender com rapidez às expectativas do cliente.
Maiores volumes de estoques resultam em maiores aplicações de recursos financeiros em estoques.
Durabilidade dos produtos estocados
Outro fator que influencia os níveis de estoques é o tempo de vida do produto. Produtos perecíveis têm vida curta e requerem ambientes especiais para sua preservação, resultando maiores custos de estocagem.
Gestão dos Estoques
Várias áreas organizacionais da empresa têm vinculação com a administração de estoques. Cada área, em princípio, está voltada para um diferente tipo de estoque e, consequentemente, com atenção concentrada no tipo de estoque de sua responsabilidade, podendo, daí, surgirem conflitos funcionais de interesses. Dessa forma, é necessário que a empresa tenha políticas de administração de estoques bem definidas e claras e que tenham sido debatidas entre todas as áreas funcionais, antes de serem implantadas.
A área de compras tem sua atenção focada na aquisição de matérias-primas, insumos e componentes nas empresas industriais e nas empresas comerciais em mercadorias.
A área de produção, ao utilizar as partes dos produtos em fabricação, tende a desejar grandes volumes de estoque de matérias-primas, insumos e componentes para atender bem suas atividades. Quanto maior for o ciclo de produção, maiores serão os volumes de estoques.
A ênfase da área de marketing é maior em produtos acabados e seus gestores têm grande interesse em manter estoques suficientes para que as vendas não sejam prejudicadas por falta de estoques.
Já a área de finanças tende a demandar esforços com o objetivo de minimizar todos os tipos de estoques, partindo do pressuposto de que os estoques requerem recursos financeiros.
A administração de estoques requer o conhecimento de dois conceitos básicos:
Tempo de trânsito (transit time) é o tempo entre disponibilizar o produto para o transporte, já embalado e faturado e a entrega ao cliente.
Tempo de ciclo (lead time) é o tempo transcorrido entre o cliente colocar o pedido, o produto ser produzido ouseparado no armazém, embalado, faturado e disponibilizado para a coleta. No caso de vendas CIF, com a entrega incluída, considera-se também o tempo de trânsito.
Quanto menor o tempo de trânsito e o tempo de ciclo de pedido, menores os estoques.
Gestão de Compras
Empresas compradoras e fornecedoras devem se tornar verdadeiros parceiros em suas atividades, dado que o relacionamento, quando é transparente, tende a se estabelecer por longos períodos. Essa interação origina o que se tem chamado de gerenciamento da cadeia de abastecimento ou supply chain management.
Não são muitos os fornecedores que conseguem ver as vantagens de relacionamento duradouros, que somente se solidificam se forem bons, tanto para quem vende como para quem compra. Se a empresa está inserida em estrutura de mercado concorrencial e fornece para monopólios ou oligopólios, a cadeia de abastecimento tende a ser gerenciada pelo principal comprador.
As empresas devem definir políticas simples para seus procedimentos de compras, que tragam resultados eficazes como, por exemplo, manter o cadastro atualizado de fornecedores de bens e serviços, manter o histórico do relacionamento com os fornecedores no qual constarão os preços e condições de negociação, além do registro de ocorrências técnicas e comerciais, como recusa de produtos, procedimentos irregulares
em cobrança, etc. As políticas devem ainda definir os procedimentos relacionados à consulta a número mínimo de fornecedores a partir de determinados valores de compras, bem como a disposição da empresa em aceitar ou não testes de novos produtos lançados no mercado.
O processo de compra é formal, ou seja, deve estar embasado em documentação que dê suporte às decisões. Dessa documentação não se deve prescindir das propostas de fornecimento de materiais e/ou serviços.
A pesquisa de novos fornecedores e de novos produtos também é atividade que a área de compras deve desenvolver em conjunto com a área de produção.
Os procedimentos da área de compras interagem permanentemente com a área financeira, recebendo desta as orientações referentes s formas de negociação de volumes de compras, prazos para pagamentos e descontos por antecipação de pagamentos. Há momentos em que o fluxo de caixa da empresa é superavitário devendo-se, consequentemente, negociar bons descontos para pagamentos à vista. Da mesma forma, podem existir momentos em que o fluxo de caixa da empresa está comprometido e a orientação deve ser para se conseguir bons prazos de pagamento e menores volumes de compras.
Dada a grande dinâmica das atividades empresariais, as mudanças de se negociarem bons descontos ou bons prazos podem acontecer muito frequentemente, o que confirma a necessidade de entrosamento permanente das duas áreas.
As negociações com fornecedores, em termos de prazos, devem considerar as políticas de comercialização da empresa. Deve-se procurar sempre adquirir os bens em prazos que sejam, pelo menos, iguais aos oferecidos aos clientes. Assim, se a empresa vende a prazo, deve procurar comprar a prazo, de forma que seu período médio de recebimento seja menor ou igual ao período médio de pagamento.
A área de compras deve também estar preparada para atender às exigências burocráticas e creditícias de fornecedores novos, tendo à mão toda a documentação legal e financeira que normalmente é exigida quando se iniciam transações comerciais entre empresas.
Controles de Estoques
O controle físico do estoque é objeto de administração de materiais, ou mais modernamente, objeto do gerenciamento de processos logísticos. Do ponto de vista econômico-financeiro, os controles visam verificar se os valores registrados estão corretamente avaliados, porque compõem a estrutura de custos da empresa.
A codificação de itens em estoque, sua localização no armazém ou centro de distribuição, os procedimentos de entrada e saída fazem parte da operacionalização das políticas de estoque da empresa e devem estar estabelecidos de maneira formal.
Técnicas de Administração de Estoques
A relevância das aplicações financeiras em estoques motivou o surgimento de várias técnicas utilizadas para minimizar os níveis de estoques, indicando quando devem ser feitas novas encomendas, sem prejuízo das atividades operacionais da empresa.
Alguns métodos e sistemas:
Método da Faixa Vermelha
Método simples de controle em que as unidades de determinado produto em estoque são colocadas numa caixa tendo uma faixa vermelha indicando o nível em que deve ser feita nova encomenda.
É feita nova encomenda quando a faixa vermelha aparecer na caixa. A altura da faixa
´determinada levando em conta o prazo de reposição definido pelo fornecedor.
Método das Duas Caixas ou gavetas
É também um método bastante simples de controle. As unidades de determinado produto estocado são alojadas em duas caixas ou gavetas, colocadas lado a lado. Sempre que uma das caixas ou gavetas ficar vazia é momento para se fazer nova encomenda.
Sistema ABC
Esse método baseia-se na Lei de Pareto, a qual afirma, baseada na lei dos grandes números, que em amplo universo de itens, de 20% a 30% deles, detém 70% a 80% da representatividade do conjunto.
No gerenciamento de produtos em estoque, divide-se o total dos itens em três grupos por ordem decrescente de importância quanto ao valor dos investimentos feitos em cada grupo: A, B e C.
Normalmente, são classificados como:
A – menor número de produtos que requerem maior volume de investimentos; são também os que demandam maior atenção exigindo acompanhamento permanente dos níveis de estoque. Cada empresa estabelece as relações de investimentos e quantidades para a separação dos grupos de produtos. Como regra geral, o grupo A representa produtos que têm valor equivalente a 70% do total de investimento em estoques e 10% do total de itens dos estoques.
B – vêm em seguida, em termos de investimento, e são controlados por meio de contagens frequentes. Tanto no grupo A quanto no B a quantidade de itens de produtos é relativamente pequena, sendo menor no grupo A; são poucos bens, as que têm grande representatividade em termos de investimentos. Os produtos do Grupo B, no geral, compõem 20% do total de investimentos em estoques e 20% do total de itens.
C – há grande quantidade e variedade de itens de produtos e menores investimentos totais. O controle é feito de forma mais simplificada. Representam cerca de 10% do total de investimento em estoques e 70% do total de itens dos estoques.
No Quadro 4 a distribuição dentro dos grupos fica mais clara. Quadro 4: Grupos de Estoques
	GRUPOS
	VALOR
	ITENS
	A
	70%
	10%
	B
	20%
	20%
	C
	10%
	70%
Fonte: LEMES (2010:pág: 422)
Método do Lote Econômico de Compra
Este método, também chamado LEC, está mais voltado para os produtos dos grupos A e B do Sistema ABC. Considera os custos operacionais e financeiros e determina a quantidade do produto a ser comprada para minimizar os custos totais de estocagem, procurando estabelecer a quantidade ótima de compra.
Método do ponto de reencomenda
O Método do Ponto de Reencomenda indica em que nível de estoque deve ser feita nova encomenda. Por esse método se considera o tempo do ciclo de pedido. O cálculo é feito multiplicando-se a quantidade diária de consumo pelo tempo de reposição do produto.
Sistema MRP – Materials Requirement Planning
O Sistema MRP usa os resultados do método do lote econômico de compra (LEC) a através das facilidades da informática realiza comparações das necessidades de matérias- primas usadas no processo de produção, incluindo os saldos disponíveis em estoque, para determinar quando as encomendas deverão ser efetuadas para cada item das partes que compõem o produto.
Sistema MRP II – Manufacturing Resources Planning II
O Sistema MRP II também utiliza as facilidades da informática para cumprir os prazos de entrega da empresa, mantendo níveis mínimos de estoques.
Sistema Just-in-time (JIT)
O sistema baseia-se na eliminação dos estoques sincronizando o momento da chegada daspartes, que irão compor o produto, com o momento de sua utilização no produto final. O objetivo principal do Sistema JIT é minimizar o investimento em estoques, evitando a sua passagem, por algum tempo, pelos almoxarifados da empresa, reduzindo a quase zero a idade média do estoque.
O kanban, palavra japonesa que significa cartão, e componente do sistema JIT, tem a função de programar e controlar a produção, na fábrica, através de encomenda internas de peças e componentes utilizados no processo produtivo. As encomendas são repetidas todas as vezes que as peças ou os componentes controlados são consumidos na produção. Assaf Neto (2008) enumera algumas exigências que as empresas devem observar para a utilização do Sistema JIT:
Redução do número de defeitos
Redução do tempo que não agrega valor
Redução na quantidade comprada dos fornecedores
Redução no número de fornecedores
Redução da movimentação do estoque
Redução da complexidade do processo produtivo
Como se pode verificar, são necessárias grandes transformações na administração tradicional de estoques para a transição e efetivação do modelo just-in-time.
Administração Internacional de Estoques
A internacionalização dos processos produtivos e a abertura comercial no Brasil, a partir das duas últimas décadas, tornaram mais efetiva a participação de matérias-primas, componentes e produtos importados na gestão administrativa das empresas. Por outro lado, as exportações tiveram a sua pauta diversificada e hoje extrapolam a esfera das commodities, e envolvem outros produtos agroindustriais, automóveis, aviões, calçados e outros.
Comprar do exterior ou vender para empresas no exterior é muito mais complexo do que exercer as práticas comerciais no Brasil. As dificuldades começam com a diferença de idiomas e seguem-se as diferenças de sistemas de numeração de produtos e de medidas.
Mesmo os produtos denominados commodities podem apresentar dificuldades no comércio internacional pelo entendimento errado de determinada informação.
Há também a burocracia própria do comércio internacional, assentada na regulamentação alfandegária de cada país. Os custos inerentes, como impostos, seguros, fretes, etc., também devem fazer parte dos estudos de viabilidade da negociação. O maior tempo de ciclo de pedido ou tempo de trânsito pelas longas distâncias que os produtos transacionados devem percorrer, ou por eventuais desvios de cargas, aumentam ainda mais a complexidade da administração internacional de estoques.
Do ponto de vista econômico-financeiro, a atenção do administrador se volta à elevação do custo de carregamento do estoque, tendo em vista o provável aumento da idade média dos estoques; ao aumento dos custos de comprar, em função da necessidade de se manter estrutura de comércio exterior ou contratar despachantes e principalmente às variações cambiais e a decorrente necessidade de contratar mecanismos de proteção, hedge.
Referência bibliográfica:
Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Editora Campus.

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