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Resumo Semestral - Processo Civil

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL.
CONTINUAÇÃO
Classificação das Ações
Os processualistas costumam proceder à classificação das ações tendo em vista o tipo de provimento jurisdicional pedido pelo autor, quando do exercício do direito de ação (quando do ajuizamento da petição inicial). Ou seja, classificar as ações segundo a tutela requerida pelo autor no processo de conhecimento. É a espécie de tutela jurisdicional invocada através do exercício do direito de ação.
Ações declaratórias – prestação de tutela jurisdicional declaratória:
São aquelas em que o interesse do autor que vai à juízo se limita à obtenção da tutela jurisdicional, mediante uma declaração judicial acerca da existência ou inexistência de determinada relação jurídica, ou a respeito da autenticidade ou da falsidade de um documento (art. 4º CPC). 
Ex: propor uma ação declaratória pedindo a declaração de inexistência da relação débito/crédito, tendo em vista que esse pagamento já foi efetuado (comprovante de pagamento). Quer apenas a declaração judicial da inexistência da relação jurídica noticiada.
Ações condenatórias – declaração mais condenação:
São aquelas em que o autor instaura processo de conhecimento visando, além da declaração (que é eficácia inicial da sentença), a uma condenação do réu ao cumprimento de obrigação ativa ou omissiva. 
Ex: “A” propõe uma ação de reparação de danos contra “B”, alegando que, em razão do dano que lhe foi causado por este, sofreu prejuízos materiais e morais que precisam ser ressarcidos e reparados, respectivamente, por B. Se seu pedido for julgado procedente, haverá sentença condenatória, que autorizará posterior execução (cumprimento da sentença). 
Ações constitutivas – declaração mais constituição, desconstituição ou modificação:
Não contêm condenação, mas declaração acompanhada da constituição, modificação ou desconstituição de uma situação jurídica. 
Ex: “A” propõe ação contra B, requerendo anulação de contrato, alegando vício de vontade (coação, por exemplo). Se for julgado procedente o pedido, estaremos diante de sentença constitutiva negativa ou desconstitutiva. 
Ações mandamentais e executivas lato sensu.
Ações mandamentais: têm por objetivo a obtenção de sentença em que o juiz emite uma ordem, cujo descumprimento, por quem a receba, caracteriza desobediência à autoridade estatal passível de sanções, inclusive de caráter penal (art. 330 do CP – crime de desobediência). Ex: sentenças proferidas no mandado de segurança e na ação de nunciação de obra nova (art. 938 do CPC). 
Ações executivas lato sensu: São espécies de ação que contêm um passo além daquilo que a parte obtém com uma ação condenatória. A sua sentença é apta diretamente a determinar a produção dos efeitos de transformação no mundo empírico. Em suma, a sentença de procedência não é apenas executada no próprio processo em que foi proferida, como ainda sua execução independe de requerimento do interessado. O juiz age de ofício, independentemente dos parâmetros procedimentais tradicionalmente consagrados para o processo de execução ou para cumprimento de sentenças. A sentença de procedência é exequível de ofício no mesmo processo em que foi proferida. 
Processo
É a primeira providência tomada pelo juiz – análise regular da ação, quando a recebe, materializada pela petição inicial. Recebida a ação (tudo ok, certinho, com condições regulares, inédita – sem litispendência, perempção, coisa julgada), o juiz ao analisar a petição inicial fará com que o processo venha a se formar para prestar a tutela jurisdicional ao autor.
É por meio da ação que se dá início ao processo. 
O que é processo?
Processo é o conceito de cunho finalístico, teleológico, que se consubstancia numa relação jurídica de direito público, traduzida num método de que se servem as partes para buscar a solução do direito para os conflitos de interesses (especificamente, para aquela parcela do conflito levada a juízo, ou seja, para a lide). 
O alcance dessa finalidade (buscar a solução do direito) se dá pela aplicação da lei ao caso concreto, e isso ocorre no processo, que é o instrumento através do qual a jurisdição atua. 
É a via, o caminho que o juiz utiliza para resolver a lide (pretensão resistida) tratada na ação. O conjunto de atos, fatos, negócio jurídico que depende da ação. Dentro do processo instaura-se 05 fases:
Postulatória – o juiz irá ouvir as partes. O autor pela petição inicial e o réu pela contestação.
Saneamento – o juiz oportunizará as provas, individualizando-as.
Instrutória – o juiz executará as provas. Ex: perícia, estudo social, etc.
Decisória – o juiz sentenciará, resolverá a lide.
Cumprimento – o juiz usará da coerção (tutela jurisdicional) para colocar a solução, posta na sentença, em prática. 
Exemplo: Reparação de danos por erro médico.
Ouvir as partes – petição inicial e contestação
Individualizar as provas, estabelecendo os pontos controvertidos. Arrolar testemunha, pedir perícia, etc.
Ouvir as partes – depoimento pessoal, ouvir as testemunhas, executar a perícia.
Diz quem tem razão e dá o acertamento
Uso da coerção caso não seja cumprido o acertamento. 
O encadeamento lógico de atos acontece pela oportunidade de manifestação das partes. O processo é o conjunto de atos (todas essas fases) e, se perseguidos vão viabilizar ao juiz a possibilidade de proferir sentença democraticamente. 
A petição inicial inaugura o processo e a citação dá a oportunidade para o réu se defender. Se ele se defender, o juiz levará em conta, mas se o réu não se defender (ônus dele), será revel, porque o CPC se contenta com a realidade formal (diferente do processo penal, ao visto que este se contenta com a realidade real).
As fases vão sendo percorridas com a mera oportunidade. Foi citado e não contestou, paciência, próximo passo: Revelia (art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.). Ou seja, os fatos levados pelo autor, presumem-se verdadeiros, não houve controvérsia, não havendo, portanto, fase de saneamento nem instrutória, indo direito para a fase decisória. Por impulso oficial (art. 262. “O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial”) eu chego na fase decisória. 
Mas, se houver contestação, o juiz deu oportunidade para produção de provas, porém, as partes não se manifestaram. Ou seja, não houve pedido de produção de provas, indo também direito para a fase decisória. Sentencia-se julgando improcedente, por falta de provas no processo. Tratava-se de uma ação de conhecimento, ou seja, há a necessidade de o juiz conhecer quem tem razão. 
Não há relação material por detrás do processo, o grande objetivo deste é debater a resolução da lide, cada um fala a sua versão – pego os pontos controvertidos e dou a oportunidade de pedir provas, executo-as e, por fim, decido com base nelas analisando todo o debate. A preocupação é com o debate sobre a lide.
A rigor a relação jurídica material é diferente da relação jurídica processual (autor, réu e juiz), porque no processo a preocupação é com o debate democrático. O debate é sobre a solução da lide, teremos autor, juiz e réu. Essa relação processual é um vínculo que une o titular do direito da ação - autor, o prestador da tutela jurisdicional – juiz e o susposto ofensor de um direito material e tem como objetivo o debate como solução da lide. 
O debate democrático sobre a solução da lide é autônomo na relação processual, portanto nada tem a ver com a causa de pedir (remota ou próxima aos fatos). 
O processo pressupõe polos diferentes (versões diferentes) sobre a lide. Porque eu preciso ter pessoas com visões diferentes sobre a lide, configurando posições antagônicas – dualidade de partes. 
Em casos de legitimidade extraordinária, as pessoas que figuram no polo de autor, no primeiro momento, como por exemplo no caso do MP quando este entra com ação de investigação de paternidade substituindo aquele que se envolveu na lide. Ou seja, o MP não era o titular do direito violado, mas, por possuirlegitimidade extraordinária, substituiu o menor que não foi reconhecido pelo pai. Há também o caso de legitimidade autônoma, da qual o MP ajuíza uma ação contra aquele que poluiu o ambiente, ou seja, o MP como representante da sociedade faz a função de antagonismo.
Portanto, se eu tenho que ter antagonismo o processo tem que ser trilateral: polo ativo: 01 ou mais pessoas, juiz e o polo passivo: réu. Os polos antagonistas debatem a lide com o juiz. 99% das relações processuais se dão de maneira trilateral. 
Em regra, haverá processo de fato quando o juiz lê a petição inicial e manda citar o réu, este é chamado para compor a relação trilateral. Aí se tem configurado o processo. 
Há relação processual somente entre autor e juiz ou juiz e réu (relação angular)? Em processo típico (99%) não haverá relação processual, por causa da necessidade do debate antagônico. 
Mas em casos em que a parte busca tutela voluntária, como arrolamento de bens, mudança de nomes, a sociedade busca a tutela jurisdicional porque está na lei, mas na verdade não há lide e, portanto não há réu. Configura-se uma relação angular.
Há processo sem réu? Sem dar oportunidade ao réu se manifestar?
Permitiu-se a existência do processo sem o réu participar, desde que essa resolução não o prejudicar, ou seja, o processo angular poderá ocorrer em determinadas situações. Situações das quais a ação não reúne condições, idêntica a outra ação proposta (art. 296), o juiz nem ouvirá o réu, vai seguir o processo, ou quando resolve a lide favoravelmente ao réu nas hipóteses do artigo 285-A. 
Demandas repetitivas:
Art. 263 - Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no Art. 219 depois que for validamente citado.
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.
Ex: O juiz não cientifica o réu, a ação está perfeita, não é idêntica a nenhuma ação proposta, mas discute um tema que na Vara Cível do Foro Central já decidiram 500 em desfavor do autor, então não cito o réu. 
Art. 296 - Indeferida a  petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão. 
Ex: Idêntica a uma ação já proposta, não vai nem citar o réu, não tem cabimento, haverá extinção sem resolução do mérito. 
Como constrói uma conceituação de processo?
É o meio pelo qual o juiz resolve a ação posta em juízo. É o conjunto de atos, fatos e negócio jurídicos. O processo é uma relação jurídica travada entre autor, réu e juiz para discutir a resolução daquela lide posta em juízo. 
Qual o objetivo da discussão da lide?
A resolução dela. 99% por ato jurídico, porque a forma sempre está pré-constituída no CPC, não há liberdade, é tolida, precisa fazer tudo pelo o que o CPC diz. A vontade é mitigada, porque o legislador processual tenta, na medida do possível (99% de manifestação da vontade pré constituída por uma fórmula que está no CPC) fazer uma fórmula para solucionar os problemas diferentemente da arbitragem, do qual é um processo negociado. 
O processo estatal não pode ser objeto de negociação, pois, ele tem a grande preocupação em solucionar o problema em massa, não dando margem à negociação, dificultando ao juiz solucionar a lide. Há uma fórmula no CPC para ouvir testemunha (o juiz qualifica, a testemunha é inquirida pessoalmente e diretamente pelo juiz, o juiz também poderá indeferir a pergunta de uma das partes). Ou seja, 99% do processo é constituído de atos previamente determinados pelo CPC. 
Fórmula para contestar: Art. 299/300/301
Fórmula para fazer uma petição inicial: Art. 282
Fórmula para sentenciar: Art. 462/458
O debate é de fórmula pré-constituídas, sob pena de o juiz olhar para a ação, se uma petição não estiver de acordo com o art. 282, e aditá-la. 
O CPC jamais tolhe a manifestação das partes, pois, a ampla defesa e o contraditório são dadas às partes. 
Objetivo principal do processo: solução da lide.
Fato jurídico – fato relevante no âmbito do direito.
Negócio jurídico - vontade bilateral – manifestação de vontade.
Ato jurídico – manifestação de vontade unilateral (99% - só o autor fala e depois o réu fala, individualmente)
Dificilmente eles falam conjuntamente, geralmente divide: petição inicial – autor; contestação –réu; réplica – autor; autor ouve a testemunha, juiz pergunta, autor pergunta, réu pergunta de maneira individual. 
Em 1% dos casos eu terei um evento que vai gerar uma consequência jurídica no Art. 265. Suspende-se o processo:
I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; (morre o advogado)
II - pela convenção das partes; (manifestação de vontade de autor e réu, em comum acordo resolvem a lide).
O grosso (99%) do processo é constituído de ato jurídico, mas há casos como os supramencionados.
O CPC não permite que eu faça pergunta para parte da qual eu defendo (advogo), somente a parte contrária, pois é pressuposto que eu já tive a oportunidade de conversar com o meu cliente antes de estar ali. O processo civil é reticente em relação à manifestação livre de vontade. 
Portanto, o processo é uma sequência lógica, encadeada de fatos, atos e negócios jurídicos. Pressupõe encadeamento de atos que ao final o juiz tenha capacidade de decidir. Somente posso passar a prática do ato posterior se for passado pela prática do anterior. 
Na relação trilateral, como eu tenho debate efetivo sobre a lide, o resultado desta que aparece com a sentença, torna-se imutável = coisa julgada. Não posso dizer depois que eu não fiz parte da discussão, eu tenho que cumprir a decisão, formou-se coisa julgada. A relação jurídica processual traz a imutabilidade da sentença
. Excepcionalmente eu posso discutir a coisa julgada (art. 485). Ex: o juiz deu a sentença favorável ao réu por corrupção.
Na relação angular, a decisão só aparece entre autor e juiz, a imutabilidade do que foi decidido só aparece entre autor e juiz. Por que? Porque vamos imaginar que eu sou o filho do locador e eu entrei com o despejo do réu. O juiz irá extinguir sem resolução do mérito, porque não reúne condições da ação (interesse de agir). Quem pode propor a ação é o locador, ele tem que repropor a ação. 
Ex: O locador repropõe a ação contra o locatário. Este é citado e pode vir e dizer o seguinte: O locador não é parte legítima porque ele vendeu a um terceiro. O locatário não fez parte daquela primeira relação processual, se ele tivesse feito parte daquela relação angular, teria sido coisa julgada para ele, mas não fez parte. Somente configurou coisa julgada entre o juiz e o filho do locador. 
O CPC permite que terceiros proponham a ação – intervenção de terceiros. Estabeleceu a relação trilateral, o CPC, por economia processual (art. 56-88) prevê que terceiros venham participar da relação (art. 70). Ex: Já que autor e réu se envolveram num acidente de trânsito, vamos trazer a seguradora. Apenas poderá trazê-la se o CPC autorizar nos art. 56-88. Não é qualquer terceiro que pode integrar a relação processual. Poderá quando, por economia processual, o terceiro agregue à relação processual. A Seguradora pagará os danos se o réu não tiver dinheiro para suportar a condenação. Figurando no polo passivo da ação, ela trouxe benefícios para fazerem parte da relação jurídica processual.
Para o processo existir, em tese, precisa de citação do réu (relação trilateral), além de ter condições da ação (interesse de agir, legitimidade das partes e causa de pedir), ação inédita (não tem coisa julgada, litispendência, ação perempta, etc), bem como os pressupostos processuais. 
Espécies:
Processo de Conhecimento:
É aquele em que a parte realiza a afirmação dedireito, demonstrando sua pretensão de vê-lo reconhecido pelo Poder Judiciário, mediante a formulação de um pedido, cuja solução será ou no sentido positivo ou sentido negativo, conforme esse pleito da perte seja resolvido por sentença de procedência ou de improcedência.
No processo de conhecimento, as partes têm oportunidade de realizar ampla produção de provas, voltadas a demonstrar a existência do direito (regra geral, pelo autor) ou a existência de fato que o impeça, modifique ou extinga (regra geral, pelo réu). Diz-se processo de conhecimento porque, nessa modalidade de processo, o juiz realiza ampla cognição, analisando todos os fatos alegados pelas partes, aos quais deverá conhecer e ponderar para formar a sua convicção e sobre eles aplicar o direito (dizer o direito=jurisdictio) decidindo, através de sentença de mérito, pela procedência ou pela improcedência do pedido formulado pelo autor. Trazer certeza à lide. Quando a minha lide não se enquadra no Art. 585 - São títulos executivos extrajudiciais, não é uma lide certa. Aí o juiz vai buscar certeza (conhecer) à esta, para ditar no fina do processo quem tem razão, dando o acertamento da lide. 
Nesse tipo de processo o juiz utilizará a tutela de cognição (trazer certeza á lide) e, em caso de não haver cumprimento do acertamento, utilizará a tutela de coerção (força para que a parte cumpra a obrigação).
Esse processo admite diversos tipos de ações, conforme o tipo de resultado desejado pela parte (ação declaratória, constitutiva, condenatória, mandamental e executiva lato sensu). 
Processo de execução
A atuação executiva é prevalentemente material: busca-se o resultado prático, fisicamente concreto. No processo de execução, desenvolve-se essa atividade de atuação concreta – quer dizer fazer com que determinada previsão de que uma parte deve uma prestação de conduta à outra realize-se e produza efeitos no mudo dos fatos, de forma que o credor receba aquilo a que tem direito. Trata-se de cumprir coativamente o comando de prestação de conduta.
Além de servir de meio para efetivação de determinados títulos executivos judiciais, o processo de execução também serve para, com os mesmo meios executórios, atuar concretamente comandos existentes em documentos firmados entres as partes, aos quais a lei confere a mesma força atribuída a sentença condenatória. São as hipóteses do art. 585 do CPC. Meio pelo qual o Poder Judiciário exerce apenas a tutela de coerção. Ou seja, a lide é certa, existe um título executivo, alguém me deve, então vou obter a tutela de coerção do Estado. No pedido do processo de execução é a obtenção do valor em dinheiro. Os polos ativo e passivo são figurados pelo credor e devedor.
Processo cautelar
É o meio pelo qual pede-se urgência na prática de um ato que componha o processo de execução ou conhecimento. Esse processo depende de um processo principal. Por exemplo: eu peço para antecipar a perícia para depois eu entrar com a ação indenizatória. O devedor está dilapidando os bens para não me pagar, então eu peço o arresto de bens para depois eu entrar com a ação de execução. Eu quero antecipar um ato do processo de conhecimento ou de execução (antecipar prova, antecipar a oitiva de testemunha, não quer dizer que o juiz vai analisar a certeza da lide, ele apenas vai verificar a urgência no pedido). Na cautelar é algo mais formal - urgência é em relação ao ato e não em relação ao pedido em si. 
A liminar é uma tutela de urgência, dada pelo juiz no início do processo, sem ouvir o réu, ou seja, sem citá-lo. Eu não quero antecipar nenhuma ação, eu só quero antecipar o meu pedido. Ex: Eu peço urgência no pedido de um remédio, peço uma liminar, porque não vai dar tempo de citar o convênio/laboratório, tenho risco de falecer e se isso acontecer o processo é extinto. Então, se o juiz entender que é necessário me dar a liminar, ele vai conceder antes de ouvir o réu (antes de estabelecer a relação trilateral). 
A finalidade do processo cautelar é a proteção contra o risco de ineficácia o resultado do processo: seja a eficácia futura de provimento jurisdicional que muito provavelmente será proferido em processo de conhecimento, seja o resultado de processo de execução que já se encontra em curso, ou que brevemente está tramitando em juízo. 
Pode ocorre que, entre o pedido e a sentença ou entre o ajuizamento da inicial da execução e o pagamento do credor, exista o risco do esvaziamento do resultado do processo, em razão do tempo ou de atos do réu tendentes à sua frustração. Estando presente esse risco (periculum in mora) e sendo razoável a hipótese de que o provimento jurisdicional seja favorável ao autor, porque existe indicação, ainda que mínima, da plausibilidade do direito de que afirma ser titular (fumus bonis iuris), pode o autor servir-se do processo cautelar para que, por mei de uma medida de natureza cautelar, garanta a eficácia do processo principal. 
Pressupostos Processuais
O sistema processual cria um sistema de freios para se chegar à resolução da lide. O campo processual exige da relação processual (defesa do contraditório) uma série de requisitos, de forma que só autoriza o juiz solucionar à lide, trazendo certeza à esta, se a ação não somente tenha condições, como também tenha pressuposto processual. É a idoneidade para a solução de um processo que tenha pé e cabeça, ou seja, que seja regular. Por isso, para que um processo seja regular ele diversos requisitos precisam estar presentes na relação processual, viabilizando para ser solucionado. 
Os pressupostos não estão literalmente escritos no CPC, mas no art. 267, inciso IV (Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: IV – quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo) deste dispositivo menciona a extinção do processo caso não haja os pressupostos processuais para um processo se constituir e ser válido, ou seja, impossibilitando o andamento do processo. 
São, portanto, os requisitos que devem ser preenchidos em cada relação processual (processo), para que o processo se constitua, viabilizando a solução do mérito da lide. 
Esses pressupostos são divididos em:
Intrínsecos ou positivos:
São analisáveis a partir do enfoque interno (dentro) da relação processual. 
Ex: O advogado que está na procuração está devidamente inscrito na OAB, tem capacidade postulatória para representar seu cliente?
Esse pressuposto dá a referência de análise interna, indicando que aquela relação processual é idônea.
Esses pressupostos devem estar presentes para que a relação processual exista e para que tenha validade. 
Existência – Petição inicial, Jurisdição e Citação.
Petição inicial: Para que dê início a relação processual, é necessário que exista a petição inicial (para que tenha ação e que desenvolva o processo e o poder Judiciário dê andamento ao feito, é o modo pelo qual o autor normalmente se apresenta no processo). Há exceções em quee o Poder Judiciário não precisa ser provocado, não precisa de pedido. Uma dessas exceções está na Lei 8560/92 – Investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento, bem como a possibilidade de abertura de Inventário em que haja menor e o inventariante está dilapidando os bens. Mas, em regra, acontece a provocação do Poder Judiciário por meio da petição inicial.
Jurisdição: Ou seja, não haverá processo se a minha ação foi dirigida à algum Órgão sem poder Jurisdicional. O Judiciário tem poder jurisdicional. Entende que o processo inexistirá quando ele é administrativo, pois um processo administrativo é julgado por um órgão administrativo e não Judiciário. O TCU, TCE, TCM são órgãos que julgam administrativamente os problemas, mas não de maneira judicial. Por isso que todas as decisões desses Órgãos (TCE, TCU, TCM, etc.) podem ser revistas pelo Poder Judiciário (Art. 5º da CF – poder judiciário dá a palavra final).
Esse Órgãos solucionam o problema, mas suas decisões podem ser discutidas novamente no Poder Judiciário. A exceção é em caso de arbitragem(Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: IV – a sentença arbitral;), ou seja, a decisão do árbitro não pode ser revista pelo árbitro.
Tudo aquilo que foi resolvido pelo poder Administrativo, poderá ser revisto pelo Poder Judiciário.
Citação: Então, a petição inicial será direcionada ao poder Judiciário, este irá cientificar o réu (caso todas as condições estejam presentes), citando-o. Após a citação, forma-se a relação trilateral (autor, réu e juiz). Antes da citação do réu, há, no processo, apenas um esboço inicial da relação jurídica processual que se formará, efetivamente, com esse ato pelo qual ao réu é dada ciência da existência de processo contra si. Na maioria dos casos (99% das relações processuais existentes) a relação processual é trilateral. Aí se configura um processo. 
Capacidade postulatória (pressuposto de existência dos atos processuais): Aptidão de praticar atos técnicos dentro do processo (formular a peça inicial, contestação, recursos, petições em geral, etc). Em regra, essa capacidade é detida pelo advogado regularmente inscrito na OAB e que tenha recebido procuração da parte (art. 36/37 do CPC). Portanto, se a petição inicial for postulada por alguém que não tem habilitação, não é advogado, não existirá o processo. A capacidade postulatória é privativa do advogado (art. 133 da CF). 
Ônus: obrigada a praticar atos sob determinada forma,sob pena de ser punido. O ônus do autor é o indeferimento da inicial (não existe processo) e do réu é a revelia (não existe a sua defesa – réu que se defendeu sem advogado). 
Prerrogativa: propõe a ação no domicílio de quem causou o acidente ou onde ocorreu o acidente. 
Excepcionalmente, a lei atribui a capacidade postulatória à própria parte, independentemente de ela ser advogado. Como nos casos abaixo:
 Processo nos Juizados Especiais Cíveis, nas causas até determinado valos- Lei 9.099/1995, art. 9º; CPC, art. 36, parte final). 
Habeas Corpus também dispensa a figura de advogado com a qual a pessoa que pede está em situação de hipossuficiência
Pedido de alimentos também dispensa a figura do advogado, pela situação da qual os alimentantes estão, necessitando dos alimentos para sobreviverem.
Em casos trabalhistas também há essa dispensa, pois, por estarem em situação de hipossuficiência tem dificuldade em contratarem advogado. 
A prova de que a apresentação de mandato não é pressuposto de existência do processo reside em que, se o ato para o qual faltar a procuração não for a inicial, nem por isso se dirá que o processo inexiste. Se a contestação do réu é firmada por advogado sem procuração, que não a apresenta posteriormente, isso evidentemente não afetará a existência do processo. A contestação será tida por inexistente, e haverá revelia.
Cumpre ainda observar que, se o Estatuto da OAB continha dispositivo que dizia exatamente a mesma coisa que o parágrafo único do art. 37 do CPC, sendo com este, portanto, harmônico e compatível, diferentemente ocorre com o atual Estatuto da OAB (Lei 8.906/94), cujo art. 4º qualifica de nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB ou por advogado impedido, suspenso, licenciado ou que exerça atividade incompatível com a advocacia. 
Validade – petição inicial apta, órgão jurisdicional competente e juiz imparcial e capacidade de agir e capacidade processual. 
Petição inicial apta: ou seja, exige-se que essa petição inicial seja válida, regular, apta, portanto, a servir de canal condutor do pedido de tutela estatal, nos termos em que a própria lei prevê. O parágrafo único do art. 295 do CPC dispõe sobre a inépcia da petição inicial. Se é a petição inicial que define os contornos d pedido, é ela que, remotamente, definirá os contornos da eventual sentença de procedência ou improcedência e da coisa julgada que sobre essa incidirá.
Assim, não constituirá validamente o processo, a petição inicial a que faltar pedido ou causa de pedir (inciso I); estiver confusa, de forma que a conclusão não seja decorrência lógica da exposição dos fatos (inciso II); contiver pedido juridicamente impossível (inciso III); ou contiver pedidos entre si incompatíveis (inciso IV). 
A petição inicial apta, não é somente aquela interposta por quem detém capacidade postulatória, mas aquela que segue os requisitos presentes no art. 282. Se de acordo com este, ela será apta.
Órgão jurisdicional competente e juiz imparcial: é necessário que eu dirija a minha petição ao Órgão competente para análise daquela petição inicial, dentro do Poder judiciário. Necessário que eu ajuíze ação de reparação de danos na Justiça Estadual ao invés de ajuizar na Justiça Federal, ação de divórcio na Vara da Família e Sucessões (Vara Cível). 
Além de dever ser competente o juízo, deve também o juiz ser imparcial, isto é, a pessoa que naquele momento se encontra exercendo a jurisdição naquele juízo deve estar habilitada a receber e apreciar com isenção de espírito os argumentos e as provas trazidos por cada uma das partes, para, com a mesma isenção, vir a decidir. Há presunção legal de que a imparcialidade possa estar comprometida nos casos em que a própria lei prevê motivos para o impedimento do juiz. O CPC pressupõe que o juiz não conseguirá ficar equidistante e acabará julgando aquela lide favoravelmente ao autor ou ao réu. Então, esse dispositivo vai se utilizar de situações específicas para avaliação dessa parcialidade do juiz. Eu não preciso fazer o juízo de valor para saber se o juiz é imparcial ou parcial. Art. 134 do CPC – presunção absoluta: O CPC vai dizer que nessas situações específicas o juiz não poderá julgar a lide. Portanto, ele terá que pedir a sua substituição, sob pena de invalidade do processo. Art. 135 do CPC – presunção relativa: O CPC permite que o juiz justifique e possa julgar a ação. Na prática é difícil que o juiz consiga se livrar da substituição, mas ele pode ao menos justificar, ele é relativamente imparcial. 
Pelo CPC, em tese, não há qualquer hipótese de o juiz ter atividade política partidária, atividade comercial que ele exerça cargo de gestão, ou quaisquer outras atividades que faça com que atrapalhe a execução de seu trabalho como juiz. 
Capacidade de agir (art. 7º. Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo.) e Capacidade processual (Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:): Capacidade de agir é a capacidade de ser parte, isto é, de assumir direitos e obrigações na ordem civil e a capacidade processual é a capacidade de estar em juízo, fazendo valer direitos, é o poder de exercer atos processuais. Como regra geral, essas duas capacidades estão juntas. 
Ex: A, sujeito de direito, com 25 anos de idade, vai à juízo defender afirmações de direito que faz. Tem capacidade de agir e processual. Em alguns casos, todavia, as duas formas de capacidade podem ser dissociadas: A, sujeito de direitos, com 10 anos de idade, não pode, porque não tem capacidade de estar em juízo, defender suas afirmações de direito, dependendo, para tanto, da representação de quem por ele seja responsável (pai, por exemplo). 
O conceito de capacidade processual é mais amplo que o de capacidade civil, pois a lei confere a primeira a alguns entes despersonalizados, isto é, desprovidos da segunda. Ex: condomínio, o espólio, a massa falida, a sociedade de fato, etc. que não têm capacidade civil, mas têm capacidade processual. 
Extrínsecos ou negativos:
Apuráveis externamente à relação processual, ou seja, a análise é fora do processo. 
Ex: Há uma cláusula de arbitragem no contrato que as partes fizeram, dizendo que não pode instaurar processo, mas apenas solucionar a lide por meio de arbitragem. É uma análise de fora da relação processual, da qual está impedida de prosseguir.
Litispendência, Coisa Julgada, Perempção e Convenção de arbitragem como impedimento.
Litispendência: A citação válida (Art. 219) “induz litispendência”, ou seja, determina a existência, desde aquele exato momento, do processo pendente em juízo. 
Significaa existência de dois ou mais processos concomitantemente, com as mesmas partes, o mesmo pedido e idêntica causa de pedir (art. 301, inciso V, §§ 1º e 2º). Há, portanto, uma ação idêntica em trânsito. 
Coisa julgada: Consiste no fenômeno de natureza processual pelo qual se torne firme e imutável a parte decisória da sentença, que deve guardar relação de simetria com o pedido que se tenha formulado na petição inicial. Decorre do princípio da segurança jurídica, em razão de que, num determinado momento (pelo decurso de um prazo ou pelo exaurimento dos meios de impugnação das decisões judiciais) o comando existente na sentença adquire solidez. Também impede a repropositura da ação, apesar de seu acolhimento gerar uma sentença meramente processual ou terminativa, conforme determina o art. 268 caput, do CPC, combinado com o art. 267, V. 
Perempção: Hipótese de 03 vezes ocorrer a extinção por falta de iniciativa da parte em promover aos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 dias (art. 267, III c/c Art. 268. Parágrafo único).
Convenção de arbitragem como impedimento: O artigo 267, VII, alterado pela Lei de arbitragem (Lei 9.307/96), prevê que se extingue o processo sem resolução do mérito em razão da existência de convenção de arbitragem. A Lei 9.307/96 dispõe, no art. 3º, que a convenção de arbitragem é conceito que abrange tanto a cláusula compromissória quanto o compromisso arbitral. A cláusula compromissória é negócio jurídico acessório através do qual, em relação a um determinado contrato, os contratentes se comprometem a instituir a arbitragem como mecanismo para a solução de eventuais futuros conflitos dele (do contrato principal) decorrentes. O compromisso arbitral é o pacto específico de instituição do juízo arbitral, diante, objetivamente, de uma pretensão que seja ou não resultante de contrato em que se tenha firmado a cláusula compromissória. 
Não preenchidos esses requisitos (intrínsecos e extrínsecos) o juiz é impedido de solucionar a lide individualizando o interesse do subordinado e do subordinante. 
Procedimento em relação ao processo de conhecimento:
Aspecto formal, de ordem estrutural, pois é por meio dele que o processo se desenvolve. Para o procedimento dizem respeito às noções de movimento da relação processual no tempo. Visto que o processo é o movimento referente à relação jurídica processual formada entre os sujeitos do processo e suas finalidades (obtenção de provimento jurisdicional).
Há dois tipos de procedimento: 
Comum – Art. 272
Pode ser Ordinário ou Sumário.
Em não havendo a lei processual determinado um rito próprio ou específico para um dado processo, o procedimento que será sempre aplicável é o comum. Portanto, sua área de aplicação é obtida por exclusão. Ou seja, a causa deverá ser processada pelo procedimento comum na ausência de previsão legal de um procedimento especial.
Rito ordinário: Admissibilidade residual. Cumpre a função de preencher as lacunas eventualmente existentes no sistema processual civil como um todo. Por ser um procedimento mais completo, estruturado em fases lógicas (postulatória, saneamento, instrutória e decisória), tende a permitir o melhor desenvolvimento do processo de conhecimento, uma vez que fornece, às aprtes e ao juiz, ferramentas para buscar a verdade real, dessa forma, uma composição da lide mais justa.
Passos: Petição inicial, Citação do réu ou verificação da revelia, verificação da necessidade de providências preliminares (réplica do autor, especificação de provas, etc), verificação da possibilidade de julgamento conforme o estado do processo, instrução e julgamento e, por fim, sentença. 
Rito Sumário: Previsto nos arts. 275-281 do CPC, é adequado:
Art. 275, I e parágrafo único: As causas de valor igual ou inferior a sessenta vezes o salário mínimo, desde que a ação não verse sobre estado ou capacidade das pessoas;
Art. 275, II: independentemente do valor, às causas arroladas no inciso II do art. 275 do CPC (a-f)
No Ordenamento atual, as hipóteses de adequação do procedimento sumário, tanto em razão da matéria quanto pelo valor da causa, constituem em sua maioria hipóteses de adoção do processo dos Juizados Especiais Cíveis. No caso em que ambas as vias são cabíveis, o autor é livre para escolher uma e outra. 
Também se discute se é dado ao autor, em um caso que se enquadre nas hipóteses de procedimento sumário, optar pelo rito ordinário. Para alguns, não haveria disponibilidade das partes acerca do procedimento previsto em lei: a regra que prevê os casos de procedimento sumário tutelaria o interesse público. A escolha pelo rito ordinário seria possível (Art. 292, §2º - fungibilidade de ritos e o fato de o procedimento ordinário não gerar nenhum prejuízo ao réu – Art.249, §1º e 250 parágrafo único: instrumentalidade de formas). 
A recíproca não é verdadeira, não é dado ao autor optar pelo procedimento sumário quando é adequado o procedimento ordinário. Quando isso ocorrer )a causa tiver valor maior do que 60 salários mínimos e não versar sobre as matéria sãs quais se aplica o procedimento sumário), caberá ao juiz inclusive de ofício determinar a conversão para o procedimento ordinário (art. 277, §4º). 
Especial –Livro IV.
São previstas em suas normas disciplinadoras, são estabelecidos, a critério do legislador, a fim de que situações peculiares possam ser processadas mediante atos mais adequados, de acordo com suas especificidades. 
Podem ser de jurisdição contenciosa – resolução de conflitos (Ex: nomeação de tutores e as autorizações judiciais para venda de bens de menores, entre outros) ou voluntária – atinentes somente à administração judicial de interesses privados não litigiosos (Livro IV do CPC) (Ex: ações divisórias, demarcatórias,m as de depósito, as de consignação em pagamento, as de despejo, etc.). 
Nesse último apenas procedimentos e não processo propriamente dito, pois neles não há o exercício da função jurisdicional, mas apenas administrativa, com vistas às formação de negócios jurídicos para os quais a lei exige. 
Nos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa estão presentes, na maior parte das vezes, tanto elementos de cognição quanto de execução, dando origem ao que hoje é denominado ações executivas lato sensu – complexo de atividades cognitivas e executórias. 
Funções essenciais à Administração da Justiça (Arts. 125-135 CF)
São atribuições conferidas constitucionalmente à determinadas carreiras e pessoas, sem a existência das quais seria impossível o exercício pleno e justo do exercício jurisdicional. 
MAGISTRATURA
A primeira função a ser estudada é a Magistratura, a qual exerce poder dentro do processo. Ou seja, é o Poder Judiciário, sendo o juiz o agente político exercente do poder estatal, cuja atribuição precípua é o exercício da jurisdição. 
O juiz exerce função, da qual se envolve na relação jurídica processual. Essa carreira é regulada, na Constituição Federal, a partir do art. 93 e seguintes. 
A magistratura é regida pela LOMAN – Lei Orgânica da Magistratura – de 14/03/1979, período ditatorial militar. Portanto, tudo que foi instituído nessa lei é o que rege a função de todos os magistrados, não havendo atualização. Como, por exemplo, as férias em dobro, aposentadoria compulsória por corrupção. São exemplos que são resultados dessa lei de 1979. 
Há 03 categorias de funcionário público:
Servidor Público Estável: aquele que exerce atividade de execução, prestou concurso. 
Servidor Público instável: aquele que é comissionado, foi livremente nomeado, porém, pode ser livremente exonerado. 
Tanto o servidor público estável quanto o instável, recebem salários/vencimentos.
Aquele que exerce poder: são os agentes políticos, porque exercem poder constituído – Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. Possuem direitos e deveres em nível de remuneração, recebem subsídios (nome para salário/remuneração). São os deputados, senadores, governadores, prefeitos e juízes em geral. 
Salário: Várias categorias de verbas, prêmios de produtividadealém do salário base.
Subsídio: quota única que teria vinculação com o teto do STF, do qual é o maior vencimento da república. Os demais teriam como paradigma o valor máximo recebido pelo ministro do STF.
Acesso
Em regra o acesso se dá sempre na vara, onde será julgado pelo juiz de direito. Ou seja, o acesso se dá sempre no 1º Grau de Jurisdição, onde as ações são ajuizadas. Mas, é via de regra.
Esse acesso se dá, necessariamente, por concurso se provas e títulos e na banca examinadora e nesta deve constar, um membro da OAB, para não ficar um procedimento entre amigos e evitar fraude. Isso ocorre em todas as fases. Esse membro da OAB é escolhido por este órgão. 
Art. 93, I. Ingresso na carreira, cujo cargo inicia será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da OAB em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação. 
Sendo assim, o degrau inicial da carreira de magistrado é a Vara. 
A promoção para alcançar o segundo grau de jurisdição é por antiguidade ou por merecimento, porém, na prática é mais por antiguidade. Esse juiz passará a ser chamado de desembargador do Tribunal de Justiça (Justiça Estadual) ou Tribunal Regional Federal (Justiça Federal) dentro de uma Câmara, onde os julgamentos serão colegiados. 
O concurso público dá acesso a 4/5 dos magistrados, passando a atuarem, primeiramente, no primeiro grau de jurisdição (Vara-diversas) e, posteriormente, vão galgando promoções, em tese, por antiguidade ou merecimento e vão compor as Câmaras de Julgamento. 
Os outros 1/5 dos magistrados são composto por acesso direto de advogados ou membros do Ministério Público. Democraticamente, é importante que o Tribunal tenha diferente visões de outras funções, como a do MP e a da advocacia. É denominado de quinto constitucional: Membros do MP com mais de 10 anos de carreira e de advogados com notório saber jurídico e reputação ilibada com mais de dez anos de efetiva atividade profissional.  
Art. 94. CF. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
No MP temos o chamado Conselho do MP, como se fosse um órgão que fixa as diretrizes e políticas da carreira – atribuição de punição, por exemplo. Aberta uma vaga para o Quinto Constitucional, O MP é responsável pelo preenchimento dessa vaga e há abertura de vagas para inscrições aos promotores e procuradores de justiça, sendo o Conselho, o órgão atribuído a escolher 6 (lista sêxtupla), geralmente composta apenas por procuradores. Essa lista é enviada ao TJ ou ao TRF, onde o órgão especial (composto pelos desembargadores mais antigos) escolherá 3 (arraigadas com chavos políticos) desta lista sêxtupla e enviará ao Presidente da República (TRF) ou ao Governador (TJ) e aí a escolha é feita meramente política. 
No caso da advocacia, a OAB tentou objetivar ao máximo. O Conselho da OAB diz que 10 anos de advocacia é praticar a carreira perante o Tribunal (justiça) que se pretende ingressar. Pois, se eu não atuo e nunca atuei na Justiça trabalhista, não tenho experiência perante esse Tribunal. A OAB abre um concurso público – inscrições, currículos, arguição oral, etc – em tese, deveria escolher os melhores, porém, é também uma escolha mais política. Há os conselheiros da OAB que irão escolher, fazer a triagem de 6 (lista sêxtupla) e enviar ao TJ ou TRF, onde os órgãos especiais irão reduzir para 3 (lista tríplice) e, por fim enviar ao Presidente da República (TRF) ou ao Governador (TJ), para que estes escolham 1, de forma política. 
O Poder Legislativo não participa dessa escolha (quinto constitucional), nem sequer é ouvido. 
STJ (Superior Tribunal de Justiça) 
Uma parte dos ministros foram juízes de carreira e outra parte foram advogados ou membros do MP.
Composto por 33 ministros.
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
Portanto, 2/3 será composto por juízes de carreira, sendo 11 desembargadores do TRF e 11 desembargadores do TJ. A indicação em lista tríplice pelo próprio STJ – abre o processo de escolha, os interessados encaminham a candidatura ao STF e a Corte deste monta uma lista tríplice. O Presidente da República escolhe 1 dentre os 3. Se a vaga aberta é do TRF, candidatos destes serão escolhidos. Mas, se a vaga aberta é do TJ, candidatos deste serão escolhidos. 
Não existe precedente do Senado Federal que rejeitou a escolha do Presidente da República.
Os outros 11 (1/3), serão escolhidos entre o MP e a advocacia. Nomeia-se 11, alternadamente, sendo 1 escolhido do MP, na próxima escolha é da advocacia, e assim por diante. Abre-se a vaga à última instituição que não foi escolhida. Mesmo que tenha saído um ministro que era membro do MP e na última escolha tenha sido da advocacia, será escolhido um membro do MP. 
MP ou advocacia – lista sextupla (Conselho do MP ou Conselho da OAB) – lista tríplice do STJ – Presidente – Senado Federal (sabatina e aprova).
STF (Supremo Tribunal Federal).
Composto por 11 ministros. Exige-se puro e simplesmente reputação ilibada e notório saber jurídico, 
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
O Presidente da República escolhe, não precisa ser advogado, tampouco ser bacharel em direito, basta ter notável saber jurídico e reputação ilibada e estar na faixa etária de 35/65 anos. 
Os Tribunais Superiores são compostos por Ministros, por meio de escolhas políticas.
A Magistratura exerce poder e, para isso precisa ser independente. A independência funcional é pressuposto lógico para exercício do poder. Se eu não tenho essa independência, é uma afronta a democracia. Pois, o magistrado tem que ter total conjunto de armas para poder exercer atividade pública, a qual foi contratado/designado para tanto. Como a Constituição Federal pensou em garantir essa independência funcional ao Magistrado?
Criando no art. 95 uma série de garantias, pressupondo que, com elas o magistrado poderá exercer seu poder:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidadede subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Vitaliciedade:
A condição do juiz, uma vez galgada, é mantida de maneira vitalícia. Pereniza a condição de magistrado (após o estágio probatório de 2 anos) aquele que ocupa aquele cargo. Só poderá perder seu cargo em situações excepcionais e por sentença transitado em julgado. 
A vitaliciedade é adquirida após 2 anos de exercício – estágio probatório - , comportando-se bem, de maneira correta, ele consegue obter a vitaliciedade. Nesses dois anos ele pode perder o cargo administrativamente, por mera deliberação do Tribunal que o juiz está vinculado. Porém, passado os 02 anos, tornando-se vitalício, o juiz só perderá o cargo por via judicial, prolatada sentença transitado em julgado. Caso abre-se um processo judicial contra um juiz, durante sua tramitação, o juiz continua recebendo salário (subsídio), apenas após o transito em julgado, é que dispensa-se o recebimento. A perda de carga é uma exceção. Uma vez vitalício, julgo conforme eu bem entender, respeitando o saber jurídico. 
Os ministros do STF e STJ já entram vitalício. Nem demissão por justa causa, apenas perdem o cargo em caso de sentença transitado em julgado. 
É diferente de estabilidade, a qual prevê que os demais servidores públicos são estáveis, ou seja, não podem ser demitidos sem justa causa. 
Inamovibilidade:
Nas relações de empregos normais – privado ou público – existe o jus variandi, em que preceitua que o empregador e dentro da contratação poderá alocar o empregado onde entender mais conveniente. O servidor público é a mesma coisa. Por exemplo, o Procon tem várias filiais no Estado afora, então, o fiscal poderá ser alocado onde haver necessidade. 
Porém, o magistrado como agente político não pode ser realocado ao livre arbítrio do TJ ou TRF, porque tem garantia de não ser removido do local onde desempenha a sua função.
O juiz só sai de onde está (Vara/Comarca) se ele quiser, e terá que se inscrever num concurso de promoção. Essa garantia também é para assegurar a independência funcional do juiz. 
Ex: Supor que o juiz vai condenar o prefeito por improbidade administrativa. O deputado, o governador pressiona o juiz, ameaçando movê-lo para outra Comarca. Se assim pudesse ser feito, o juiz perderia sua independência, pois, com receio de ser transferido, não condenaria o prefeito. 
Porém a independência funcional (inamovibilidade) não é absoluta (EC 45/04), há exceções, em casos de interesse público (necessidade) ou situações especiais, poderá um juiz ser removido. Essa remoção será votada pela maioria absoluta do Órgão Especial. 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Irredutibilidade de subsídios. 
O subsídio é o valor fixo que corresponde ao maior salário do servidor púbico. O Presidente da República, Deputados, senadores e juízes recebem subsídios. Hoje o subsídio corresponde ao teto do Supremo, por volta de R$33 mil mais os vários auxílios. Portanto, o subsídio, aquela quota única acabou caindo por terra. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
        X -  a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
        XI -  a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal;
Os magistrados, embora tenham garantias, também possuem deveres:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Dedicação exclusiva:
É garantida independência funcional, em contrapartida, o magistrado deve se dedicar exclusivamente à carreira de juiz, sendo vedado o exercício de outra função, exceto a de magistério. Porém, a CF não fala qual a dedicação, fazendo com que o CNJ regulamentasse, dando ao juiz a possibilidade de dar 40 horas (máximo) semanais de aula. 
Não receber custas ou participação do processo:
O juiz não tem interesse nas causas das quais julga. Ele deve ser imparcial, ele apenas tem a competência de solucionar a lide conforme seu entendimento e a lei. 
Não receber auxílio ou contribuição:
Exceto as previstas em lei.
Não exercer atividade político partidária
 O juiz não pode sequer se filiar a partido.
Não exercer atividade comercial ou civil.
Pode ser acionista, mas é vedado exercício de atividade administrativa de empresa comercial ou civil.
Não exercer advocacia no juízo ou Tribunal pelo qual se afastou, antes de 3 anos decorridos do afastamento do cargo, seja por aposentadoria ou exoneração:
Se o juiz atuava na Justiça Estadual, poderá atuar, antes dos 3 anos do afastamento, na Justiça do Trabalho, por exemplo. Mas, ficará afastado esses 3 anos de atuar na Justiça Estadual. É o período de quarentena. 
Os juízes possuem direitos (garantias dos juízes) e vedações para salvaguardar as garantias da jurisdição:
Imparcialidade do juiz:
O juiz, ao decidir as ações de forma equidistantes ao interesse da parte, ele está decidindo de maneira imparcial, sem interesse na ação. Ao garantir ao juiz, vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios, ele se sente seguro em julgar cada caso de acordo com o seu entendimento e a lei, tornando-se imparcial (não tem interesse).
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
NCPC (Art. 144 - 148)
 Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: 
I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; 
VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; 
VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 
IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. 
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo. 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. 
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I – houver sido provocada por quem a alega; 
II – a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. 
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. 
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal. 
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido: 
I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; 
II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente. 
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal. 
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á. 
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão. 
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado. 
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição. 
Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal. 
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: 
I – ao membro do Ministério Público; 
II – aos auxiliares da justiça; 
III – aos demais sujeitos imparciais do processo. 
§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos. 
§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária. 
§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disciplinada pelo regimento interno. 
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição de testemunha.
Independência funcional
O juiz decide da maneira como entende, pois, possui independência funcional, salvo os precedentes – Competência recursal, ADC, ADI, ADPF e Súmula Vinculante. São as exceções, das quais o juiz deve obedecer e não decidir de forma diversa. 
Ex: O STF atua em 02 ações de caráter vinculante, a ADI e ADC. Nestas duas ações o juiz não tem independência funcional para decidir de forma diversa do que foi decidido pelo STF. 
Ex: Caso de ADPF – Arguição de descumprimento de preceito fundamental – analisa um ato do poder público frente a uma lei. Reforma que a Presidente quer fazer com as pensões por morte. Pode o STF arguir que o poder público não pode reduzir as pensões naqueles casos. 
Súmula Vinculante – vincula os demais Poderes. Ex: O STF vai dizer que o art. 153 da CF terá que ser interpretado de determinada forma. 
Resumo
Funções essências: carreiras essenciais ao processo civil, sem as quais o processo não se desenvolve. Não basta apenas ter a relação trilateral (juiz, réu e autor), mas outras pessoas trabalhando no processo.
1ª função: Magistratura – carreira pela qual o Judiciário exerce a sua atividade – juízes, desembargadores e ministros. Estes solucionam a lide. A CF dá ao juiz uma série de direitos e deveres para que possam solucionar as lides que surgem na sociedade. Esse conjunto (garantias e deveres dos juízes) tem uma razão de ser: dar algumas garantias à jurisdição.
Quando a CF garante ao juiz as garantias: irredutibilidade de subsídios, vitaliciedade e inamovibilidade, há a preocupação em propiciar à sociedade uma jurisdição justa para que o exercício da jurisdição seja recheado de garantias. Esses direitos e deveres servem para salvaguardar as garantias de que, o juiz será imparcial, equidistante ao interesse das partes, que ele não tema na sua remoção e que ele ganhe subsídio irredutível para julgar como bem entender (salvo exceções), que ele tenha independência funcional, é refratário sobre influências externas em relação à sua decisão, porém, essa independência foi relativizada com a EC 45/2004 – alíneas b em diante. Não se confunde com decisões de graus distintas – 1º grau, sentença improcedente, subiu ao 2º grau e o acórdão foi procedente, ou seja, a decisão de 1ª Instância foi revisada, mas não obriga ao juiz mudar sua sentença, apenas que ele cumpra a determinação do Tribunal, por isso é que há uma relativização, ou seja, o juiz terá que cumprir uma decisão da qual ele é contrário. Bem como as ADI, ADC, ADPF e Súmulas Vinculantes. Ex: ADI dos precatórios (pagamento de dívida pelo Estado) de desapropriação terá uma incidência de juros de 1%. O juiz não poderá aplicar 0,5% de juros, a independência funcional não faz decidir diferente, ele tem que decidir conforme aquela determinação.
ADI – tem sentido, se a lei nãofor retirada do mundo jurídico, ela passa a surtir efeitos. 
ADC – não faz muito sentido. Acontece quando o Judiciário se recusa a aplicar a lei, é o que acontece com a Lei de Licitações (Art. 71, da lei 8666 a Administração pública não responde por débitos trabalhistas das empresas terceirizadas). Esse artigo era desprezado, precisou ter ADC para reconhecer que o artigo 71 dessa lei era constitucional, portanto, terão, todos os juízes que decidir conforma essa decisão. 
Súmula vinculante – fruto da EC 45/04.
O novo CPC traz mais 3 hipóteses das quais o juiz não tem independência funcional absoluta:
Decisão proferida em incidente de demanda repetitiva. 
Resolução de demandas repetitivas, feita pelo 2º grau. Muitas ações repetidas, iguais. O Tribunal solucionará recursos idênticos em uma só e não em 10 mil. Passou pelo 2º grau e chegou ao STF e STJ, podem instaurar a resolução de demanda repetitiva também. 
Decisão proferida em incidente de assunção de competência.
O Tribunal olha para baixo (1º grau) e vê que estão discutindo a banda de aumento de luz. Pede para subir antes de chegar no recurso. Aí, o Tribunal entende que tem que julgar sim, a banda é legal ou ilegal, aí ele decide e o juiz terá que julgar de acordo tanto com a decisão em incidente de demanda repetitiva, quanto em incidente de assunção de competência.
Portanto, o juiz, nestes casos (ADC, ADI, ADPF, Súmula Vinculante, Decisão proferida em incidente de demanda repetitiva e de incidente de assunção de competência) perde totalmente sua independência funcional, conforma-se e julga de acordo com elas. Ficando, no entanto, uma independência relativizada. 
Juiz Natural
O Poder Judiciário elegeu um juiz que poderá solucionar a lide de maneira justa – imparcial . O juiz natural é aquele que é me dado de maneira aleatória, eu não excepciono ninguém, ele é imposto pela ordem jurídica. Ou seja, ele é ofertado pela ordem jurídica, a qual obedece a divisão da Justiça (Comum – Estadual e Federal - e Especial – Trabalhista, Eleitoral e Militar). 
Portanto, o meu caso será julgado por aquele juiz que foi eleito para tanto e não excepcionado.
Art. 5º XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento)     (Vide Lei nº 12.527, de 2011);
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Impossibilidade de negativa de jurisdição
Não pode ser negado o exercício da jurisdição ao cidadão. Eu ajuizando uma ação e esta caindo com um juiz natural, quem tem poder para julgar essa demanda, ele não poderá negar ou se esquivar de julgar minha ação. 
Indelegável: 
É vedado ao juiz delegar à outrem, por exemplo ao escrevente, para julgar uma demanda que chegou à Vara onde ele exerce o poder jurisdicional. Ou seja, o juiz não poderá delegar o seu poder internamente, pois, é ele quem julga, quem foi eleito para tal função. 
É o juiz quem tem a competência para julgar e não o escrevente, escrivão. Evita-se a supressão de competência.
O Poder Judiciário, bem como o Poder Legislativo são indelegáveis. 
De fato, não pode o juiz delegar sua jurisdição a outro órgão, pois, se assim o fizesse, violaria, pela via oblíqua, o princípio da inafastabilidade e a garantia constitucionalmente assegurada do juiz natural ("ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente" - artigo 5°, inciso LIII, CF/88).
Indeclinável
Ao juiz também é vedado a transferência de função, bem como negar o julgamento da demanda. Portanto, o juiz natural, aquele que foi eleito pela ordem jurídica, a qual atribuiu competência para julgar determinadas demandas, não poderá alegar que se recusa a julgar uma dessas demandas que tem competência. Ou seja, ele não pode transferir a sua função a outro juiz negando a jurisdição. 
Artigo 5°, inciso XXXV, da Constituição Federal que "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito"
Desta forma, a Lei Maior garante o acesso ao Poder Judiciário a todos aqueles que tiverem seu direito violado ou ameaçado, não sendo possível o Estado-Juiz eximir-se de prover a tutela jurisdicional àqueles que o procurem para pedir uma solução baseada em uma pretensão amparada pelo direito.
Em suma, apregoa o princípio da indeclinabilidade que o juiz não pode subtrair-se da função jurisdicional, sendo que, mesmo havendo lacuna ou obscuridade na lei, deverá proferir decisão (art. 126, CPC).
Improrrogável
Igualmente conhecido como princípio da aderência ao território, o princípio da improrrogabilidade veda ao juiz o exercício da função jurisdicional fora dos limites delineados pela lei. Sob este prisma, não poderá o crime de competência de um juiz ser julgado por outro, mesmo que haja anuência expressa das partes.
Responsabilidade do juiz. 
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: 
I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. 
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.
O juiz só responde por perdas e danos se houve nexo causal com ato danoso e o dano se agiu com fraude e dolo. Poderia estar na redação deste artigo, referindo-se ao Art. 186 do CC, que prevê que, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Ou seja, se o juiz procedeu com culpa, ele não responde. Se ele não leu, não prestou atenção, ele não é responsável. 
No inciso II não é tão radical também, pois, de acordo com o parágrafo único, as hipóteses do inciso II só serão verificadas após a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias. É preciso peticionar ao juiz que determine as providências. 
AUXILIARES DA JUSTIÇA (art. 149-176 CPC)
É o conjunto de pessoas, exercentes de cargo público ou não, ligadas diretamente ao Poder Judiciário e por ele fiscalizadas, que têm como objetivo auxiliá-lo na execução do poder jurisdicional. Os auxiliares de justiça exercem função de apoio ao exercício da jurisdição – magistratura. 
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.
Quanto a estrutura
Cartórios judiciais 
Dão suporte aos juízes (Varas), desembargadores (Câmaras – TJ e TRF) ou aos Ministros (Turmas - STJ e STF)
Cartórios extrajudiciais – não nos interessa. 
Quanto a função
Quadro permanente – serventuários da justiça – concursados
Escrivão – Estadual; Diretor de Secretaria – Federal (Chefes dos Cartórios)
Escrevente – Estadual; Técnico Judiciário – Federal (Dão andamento aos processos – impulso oficial, movimentam o processo)
Oficial de justiça – comunicação de ato processual, realizando intimação e citação.
Contador, Psicólogo, Assistente Social – Algumas justiças possuem, mas em outras não, daí o juiz se vale de alguém de sua confiança. 
Novo CPC: Mediador e Conciliador – podem ser permanentes ou não. Vai depender dos tribunais. 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
Auxiliares eventuais – Ganham por processo,empreitada.
Peritos/Assistente técnico
Intérpretes
Depositários
Administrador
Outros
Responsabilidade
Quadro permanente: Escrivão, Escrevente, Oficial de Justiça.
Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regressivamente, quando: 
I – sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados; 
II – praticarem ato nulo com dolo ou culpa.
E o ato válido, mas com dolo e culpa, não há responsabilidade?
Ato nulo, para o processo civil, é aquele que não obedece a forma prescrita em lei. O auxiliar permanente, portanto, é escravo da forma, do jeito que está no CPC. Não se fará citação de quem estiver em culto religioso. Caso o oficial cite a pessoa no meio de um culto, o ato é nulo – não seguiu a forma prescrita em lei. O que o CPC está dizendo é que, se você segui-lo, a sua conduta não será dolosa. Ex: se o oficial de justiça citar a pessoa no meio do sermão, no mínimo ele arguiu com culpa. Poderia estar de acordo com o art. 186 do CC, mas o novo CPC não vem com essa previsão.
Se o oficial de justiça citar de acordo com a lei, mesmo que ele tenha tido dolo, falando para o réu vender tudo o que tem em 30 dias, se não ele voltará lá para penhorar os bens, porque o juiz vai mandar, o ato é válido, portanto, ele não responderá pelo art. 155 do novo CPC, tampouco por nenhum outro, tendo em vista que se trata de regra especial.
No caso do inciso I, um exemplo é quando um perito, por exemplo, tem 90 dias para entregar um laudo, e só o entrega 1 ano após. 
Quadro eventual: perito, assistente técnico, tradutor, administrador, etc. 
Art. 159. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.
Informação inverídica se remete a mentira, aquilo que não é verdadeira. Quem mente culposamente?Toda mentira pressupõe dolo. Caso ele preste uma informação verdadeira e gera prejuízo, não responderá pelo dano causado. 
Ex: supor que eu preste uma informação verdadeira, mas omito alguma coisa. Eu esqueci de computar o valor da mão-de-obra, por exemplo, gerei um prejuízo para a parte. Eu também não respondo, porque a informação foi verdadeira. 
Nesta redação do art. 158, a punição é para o perito bandido e não vagabundo. Aquele que faltar com a verdade, responde pelo artigo 158. 
ADVOCACIA
Art. 133 da CF e Estatuto da OAB (8.606/94)
 Art. 1º São atividades privativas de advocacia:
 I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)
 II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
 § 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.
 § 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.
 § 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.
 Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.
 § 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social.
 § 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público.
 § 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei.
 Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
 § 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional.
 § 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art. 1º, na forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.
 Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.
 Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.
 Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.
 § 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período.
 § 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.
 § 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo.
O advogado tem capacidade postulatória para postular perante o Judiciário, por meio da representação processual. Pois, a parte não pode falar diretamente com o juiz da causa, apenas por intermédio de advogado. Com exceção em 4 casos:
Pleitear alimentos com base na lei de alimentos; relação trabalhista; Juizado especial cível (ação com valor menor ou igual a 20 salários mínimo – relações de consumo); habeas corpus (ADI discutia o art. 1º da lei 8.906/94, excepcionou o HC porque todos têm o direito de ir e vir). Em razão da hipossuficiência das partes. Portanto, a regra para pleitear não é absoluta, sendo excepcionada nesses 4 casos. As demais situação é imprescindível que haja advogado para intermediar as partes.
Não obstante a advocacia seja uma profissão de caráter privado, é essencial a justiça. O advogado não pode exercer a advocacia do jeito que ele quiser, mas de acordo com o exercício público, sob pena de ter de responder por crime infamante, e concorrer para perda da OAB, não pode fazer propagando espalhafatosa, etc.
O rico ou o pobre devem ter advogado para que este os represente perante o processo, pois, somente ele tem a capacidade postulatória. 
Desdobra-se em 4 funções:
Falar com o juiz da causa em nome do interesse da causa – postulação judicial.
Consultoria Jurídica – Aconselhamento jurídico habitual
Assessoria – aconselhamento jurídico eventual
Direção jurídica – gerência de determinados departamentos jurídicos. Deve ser por advogado, ato privativo da advocacia.
A advocacia se divide em dois ramos:
Particular
Voltada para Pessoa Física e Pessoa Jurídica de direito privado. Eu preciso postular perante o juiz me valendo de um advogado de minha confiança.
Postular em favor das pessoas físicas e jurídicas privadas.
Pública
Voltadas para Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas de Direito Público. Autarquias e Fundações.
Ingresso por meio de concurso público. 
Postular em favor dos entes públicos – União, Estados e Municípios. 
Lei Complementar 73/93 – Advocacia da União (Autarquias e Fundações da União)
Lei Complementar 478/86 – Procuradoria Geral do Estado, postular em favor do Estado. 
Hipossuficiente financeiro: Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma

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