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NEUROSE
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NEUROSE
Afecção psicogênica
Sintomas são a expressão simbólica do conflito psíquico.
Formação de compromisso: desejo x defesa
Psiconeuroses de defesa (neuroses de transferência): histeria e neurose obsessiva
Inicia os estudos sobre a histeria:
Sintoma histérico é causado por lembranças inconscientes de acontecimentos acompanhados de intensas emoções que não puderam ser adequadamente expressas.
“As histéricas sofrem de reminiscências”
Para ser patológico qualquer experiência ou acontecimento psíquico deveria repugnar ao ego de tal forma que este procure afastar e contra ele se defender (recalque).
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Próxima contribuição: o acontecimento patogênico esquecido remetia à infância e era relativo à vida sexual:
Teoria da sedução: uma sedução durante a infância por um adulto ou criança mais velha.
Se o paciente houvesse tomado parte ativa = neurose obsessiva;
Se passivo = histeria.
Reconheceu que as histórias de sedução eram na realidade fantasias e em resposta formulou a teoria da sexualidade infantil.
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Hipótese: no desenvolvimento normal certos componentes da sexualidade infantil são reprimidos.
Nos psiconeuróticos a repressão excessiva criava uma situação instável que em consequência de algum acontecimento, falhava, deixando escapar os impulsos sexuais infantis, indesejados, determinando os sintomas.
Sintomas = são expressão disfarçada e distorcida de fantasias sexuais inconscientes.
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Perturbação funcional do aparelho psíquico:
Há um conflito entre o ego e o Id durante a primeira infância.
Este conflito é resolvido pelo ego que institui algum método estável e eficaz de dominar os perigosos derivados do impulso; funciona por um tempo, até que algum acontecimento destrua o equilíbrio e torne o ego incapaz de continuar controlando os impulsos.
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Ou seja, ocorre um falha nas defesas do ego e em consequência, uma formação de compromisso que inconscientemente expressa tanto o derivado do impulso, como a reação de defesa, de medo ou de culpa do ego.
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Histeria
Histeria (histeros = em grego quer dizer útero)
Era atribuída unicamente às mulheres; havia a crença que elas estavam sendo presas de maus espíritos.
Charcot deu certo cunho científico ao tratamento sob hipnose – desperta o interesse de Freud.
Freud valorizou a sexualidade reprimida – gravitando em torno da conflitiva edípica e um acentuado narcisismo.
Daí decorrem algumas consequências:
Uma preferência por ser amada, ao invés de amar – exagerado culto ao corpo;
A escolha do homem seria conforme o ideal do homem que ela gostaria de ser;
Constante existência de uma inveja do pênis que a mulher procuraria satisfazer por meio de um filho. 
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Lacan propõe que no imaginário da criança o falo designa justamente aquilo que falta à mãe, e que vem a ficar representado no seu ego como uma ausência, falha, falta e, por essa razão, ela pode passar a vida inteira acossada por desejos e demandas para preencher esse vazio imaginário (torna-se uma militante do falo).
Organização narcisista: sedução / manipulação do outro para atender suas necessidades de ser amada / cuidada para triunfar sobre os objetos amorosos.
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Histeria conversiva
Os conflitos sofrem uma conversão nos órgãos dos sentidos.
Ex. cegueira, surdez, perda do tato.
E no sistema nervoso voluntário .
Ex. contraturas musculares, paralisias motoras.
Freud propôs que haveria uma “complacência somática” que representaria uma predisposição somática para a ocorrência da conversão.
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A conversão segue a mesma deformação simbólica dos sonhos.
Um determinado sintoma conversivo pode conter muitos significados (sobredeterminação).
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Histeria dissociativa
Os sintomas mais comuns são desmaios, desligamentos, ataques do tipo epilético, estados de “belle indiference”, sensações de despersonalização e estranheza, estados crepusculares, e os conhecidos casos de “personalidade múltipla” .
Representações distintas no ego e dissociadas entre si, que emergem separadamente na consciência de acordo com determinadas necessidades e circunstâncias.
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Características do caráter histérico:
Criança no corpo de adulto;
Baixa tolerância à frustração – labilidade emocional;
Mecanismos de defesa que levam a algum tipo de negação, como a repressão; além da inversão do afeto, do deslocamento.
Supervalorização do corpo = estética e somatizações;
Estar em evidência para defender-se do desamparo;
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Uso da sedução;
Habilidade na técnica de provocação – fuga;
Queixas, lamúrias, cobranças, acusações, desqualificação e injeção de culpas;
Necessidade de ser amada, insaciável;
Dramatização;
Toda sexualidade representa o amor incestuoso infantil.
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Neurose obsessiva
O conflito psíquico exprime-se por sintomas compulsivos (ideias obsessivas, compulsão à realização de atos indesejáveis, luta contra esses pensamentos) e por um modo de pensar caracterizado principalmente por ruminação mental, dúvida, escrúpulos, e que leva à inibição do pensamento e da ação = pensamento erotizado.
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Traços obsessivos = presentes em qualquer personalidade;
Neurose obsessiva = implica um grau de sofrimento, a si próprio e aos demais, e também em algum prejuízo no funcionamento na vida familiar e social.
Pais obsessivos que impuseram um superego rígido e punitivo;
Uma carga de agressividade que o ego não conseguiu processar;
Falha na capacidade de função de síntese e discriminação das contradições = ambivalência;
Ego submetido à um superego cruel; um nível de exigência altíssimo consigo mesmo e para com os outros;
Fixação e regressão à fase anal.
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Ambivalência = por um lado sente seu ego submetido a um superego tirânico (ele é obrigado a fazer, a pensar, ou a omitir, sob pena de...), ao mesmo tempo em que ele quer tomar uma posição contra esse superego e dar livre vazão ao id.
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Sintomas:
Dúvidas ruminativas;
Pensamentos (maquinando – “ou” no lugar de “e”);
Controle onipotente;
Rituais e cerimônias;
Atos compulsivos que devem ser feitos e refeitos.
Impulsos e imagens que se infiltram na mente e ficam atormentando; o ego obedece a um comando estranho.
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Obsessivo passivo: faz tudo para não desagradar os outros; passa o tempo todo pedindo “desculpas”, “por favor”, “com licença”, ou adotando atitudes masoquistas.
Obsessivo ativo: busca exercer um controle sádico sobre os outros, aos quais quer impor suas verdades.
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Mecanismos de defesa:
Anulação = desfazer aquilo que já foi feito, sentido ou pensado;
Isolamento = isolar o afeto da ideia;
Formações reativas = negar os sentimentos que despertem ansiedade;
Racionalização;
Pensamento ruminativo.
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A obsessão muitas vezes é uma atitude contrafóbica = não pode fazer e faz (deve fazer);
O detalhismo obsessivo pode estar a serviço das desconfianças e defesas paranoides.
A escolha de objeto costuma ser complementar = ativo x passivo; dominador x dominado; sádico x masoquista.
Quando prevalece o narcisismo exibe uma superioridade disfarçada de modéstia = o quanto ele é o mais honesto, dadivoso, humilde.
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