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Roteiro da aula sobre Paratireóides 1. Localização da glândula e hormônio produzido (PTH) Fig 1 São geralmente quatro paratireóideas que temos em nosso corpo. Estas glândulas endócrinas, donas de tamanho proporcional ao de ervilhas, são localizadas na região do pescoço, posteriormente à glândula tireóide, ou seja, atrás dela. Produzem o paratormônio (hormônio paratireoideano - PTH), responsável pela regulação de cálcio e fósforo no sangue e aumento da absorção de vitamina D. Em uma concentração mais baixa, tal hormônio retira o cálcio dos ossos, enviando à corrente sanguínea, e aumenta a absorção deste no intestino e sua reabsorção nos túbulos renais. 1.1. Formas de Ca 2+ no sangue a) Ligado à proteínas (40%) b) Complexado a íons (10%) c) Ca 2+ ionizado – livre ou ativo (50%) 1.2. Fatores que podem contribuir para o aumento ou diminuição da calcemia. a) Acidose ou alcalose Fig. 2 b) Níveis de proteínas plasmáticas c) Alteração na concentração de ânions 2. Síntese e regulação (figura 23.5) A biossíntese de PTH e a sua subsequente degradação são reguladas pela concentração sérica de Ca2+ e pelos níveis de calcitriol, a vitamina D ativa. A diminuição do Ca2+ sérico resulta num aumento do mRNA da PTH e, consequentemente, num aumento da síntese de PTH. Além disso, a síntese de PTH é também condicionada pelos níveis de calcitriol, já que este, quando em níveis elevados, pode ligar-se a um receptor que inibe a transcrição do gene da PTH. Uma vez que a produção de calcitriol é promovida pela α-hidroxilase, enzima dependente da PTH, está evidente a presença de um feedback negativo. A maior parte do mecanismo de proteólise da PTH ocorre na tireóide, podendo também sofrer proteólise noutros tecidos, como no fígado por ação das células de Krupffer. A secreção é dependente da concentração sérica de Ca2+. A ligação de Ca2+ a um receptor associado a uma proteína G promoverá a libertação de Ca2+ dos locais de armazenamento e a ativação da proteína cinase C, levando a um aumento da Ca2+ intracelular, que por sua vez levará à inibição da secreção hormonal. 2.2. Equilíbrio do cálcio no corpo (fig. 23.17) O hormônio da paratireoide é produzido pelas quatro glândulas da paratireoide localizadas em torno da tireoide, no pescoço. Quando o nível de cálcio no sangue diminui, as glândulas da paratireoide produzem mais hormônio da paratireoide. Quando o nível de cálcio no sangue aumenta, as glândulas da paratireoide produzem menos hormônio. O hormônio da paratireoide faz o seguinte: Estimula os ossos a liberarem cálcio no sangue; faz com que os rins excretem menos cálcio na urina; estimula o trato digestivo a absorver mais cálcio; faz com que os rins ativem a vitamina D, que permite que o trato digestivo absorva mais cálcio; a calcitonina é produzida pelas células da tireoide. Ela reduz o nível de cálcio no sangue pela redução da degradação dos ossos, mas apenas ligeiramente. Um nível muito baixo de cálcio no sangue é chamado hipocalcemia; um nível muito elevado de cálcio no sangue é chamado hipercalcemia. 3. Hormônios envolvidos na regulação dos níveis de cálcio (fig. 23.20) O paratormônio é uma proteína e sua ação é se ligar aos receptores dos osteoblastos, sendo que isso libera um sinal estimulante para os osteoclastos. Esses últimos terão sua atividade aumentada pela estimulação proporcionada, promovendo uma a degradação da matriz óssea armazenada nos ossos e consequente liberação de cálcio iônico no sangue. Com o aumento da concentração de cálcio no sangue, devido a um feedback negativo, ocorre a inibição da produção do hormônio pela paratireóide. Já a calcitonina atua de maneira oposta. Quando produzida age sobre os osteoclastos, inibindo a sua ação e fazendo com que os osteoclastos parem de liberar íons de cálcio para o sangue. Esse hormônio, para constar, possui em sua composição peptídeos e é produzido nas células parafoliculares C da tireóide. Com a ação desses hormônios ocorre a regulação da concentração de íons cálcio no sangue de todos nós, permitindo que os ossos não sejam degradados, porém que esteja disponível a quantidade necessária de cálcio no sangue para as atividades do corpo. Afinal, o íon cálcio é importante para uma série de reações do nosso corpo, como a coagulação sanguínea, a contração muscular e, até mesmo, a transmissão de impulsos nervosos. 3.1. Hormônios que aumentam os níveis de Ca 2+ no sangue e as suas diferenças. a) PTH – manter os níveis de Ca2+ normais no sangue. Ca2+ e PO4 2- b) 1,25 diidroxicolecalciferol ou vit. D ativa ou calcitrol – promover a mineralização óssea do osso novo formado. Ca2+ e PO4 2- * Ambos atuam estimulando a ação dos osteoclastos, o primeiro hormônio para elevar o nível de cálcio plasmático e o segundo para obter cálcio (já elevado pela ação de ambos os hormônios) do plasma para mineralizar o osso novo formado. 4. Remodelagem óssea, hipo e hiperparatireoidismo. Figura 23.10 O tecido ósseo é uma estrutura sólida que protege nossos órgãos vitais, age como um local para fixação do tendões e músculos, tem a função de agir como reservatório para os íons cálcio e fósforo, e principalmente, abriga em sua parte medular toda a “fábrica” de nosso sistema sanguíneo e parte do imunológico. O osso é um tecido vivo composto de diferentes tipos de células. Duas delas têm papel fundamental no seu metabolismo: os osteoclastos, célula multinucleada com função de reabsorção óssea, formada a partir de suas células precursoras (os pré-osteoclastos) originadas da linhagem mesodérmica; e os osteoblastos, células com capacidade de formar osso, que são formadas a partir das suas células precursoras (pré-osteoblastos), cuja origem é ectodérmica. Um dos processos mais interessante no corpo humano é a chamada remodelação óssea, funciona como se tivéssemos uma parede com uma parte envelhecida e sem reboco, neste ponto entra os pedreiros de remoção da área estragada (osteoclastos) e em seguida os pedreiros com material novo (osteoblastos) deixando a parede nova e integra. Os osteoclastos secretam ácido clorídrico e enzimas proteolíticas para remover o osso envelhecido e, os osteoblastos, então, fazem a deposição de nova matriz óssea. Todo esse processo dura de 5 a 10 dias. Uma vez formada a matriz estrutural básica, ocorre o processo de mineralização, que é mais lento. Hiperparatiroidismo é uma doença caracterizada pelo excessivo funcionamento das glândulas paratireóides, causando aumento da produção do hormônio paratireóidico (PTH) na circulação. Pode ser classificado como primário e secundário. Hiperparatiroidismo primário leva a sinais e sintomas decorrentes do aumento de cálcio no sangue (hipercalcemia), na urina (hipercalciúria), perda óssea de cálcio e pedras nos rins (cálculo renal). Pode ser provocada por tumores benignos (adenomas), hiperplasia ou muito raramente por tumores malignos na tireóide. No Brasil atinge 0,1% da população e ocorre mais frequentemente nas mulheres na proporção de 3 para 1, sendo mais comum após os 60 anos. Hiperparatiroidismo secundário é relacionado a perda da função renal, ao contrário do hiperparatiroidismo primário, não cursa com aumento do cálcio, se relaciona em alguns casos até com hipocalcemia, e com consequente hiperfosfatemia. A perda de massa óssea também está presente. Nos dois casos, o hiperparatiroidismo grave pode evoluir com tumor marrom e calcificação vascular, lesão óssea identificada no raio X do osso acometido, que pode ser qualquer osso do corpo. Hipoparatireoidismo é uma doença causada pela falta do hormônio da paratireóide (PTH) geralmente detectado através da hipocalcemia, seu primeiro sintoma visível. Sua causa mais frequente é o trauma cirúrgico, em cirurgias de tireóide, paratireóide e neoplasias de cabeça e pescoço. Seus efeitos podem ser transitórios ou definitivos. No pós operatório é vinte vezes mais comum o transitório que o definitivo. Doenças autoimunes das paratireóides são a segunda causa mais frequente de hipoparatireoidismo. Outras possíveis causas são problemas genéticos, déficit de magnésio, doenças infiltrativas, doenças de depósito e lesão por irradiação. As manifestações clínicas da hipocalcemia aguda incluem espasmos musculares, tetania, parestesias e convulsões. O eletrocardiograma pode mostrar alterações da repolarização ventricular e aumento do intervalo QT. O hipoparatireoidismo crônico pode causar catarata, calcificação em núcleos da base no sistema nervoso central, com consequentes sintomas extrapiramidais e retardo mental. Em casos emergenciais recomenda-se a administração intravenosa de gluconato ou cloreto de cálcio. É administrado vitamina D pois ela tem papel importante na absorção gastrointestinal de cálcio. E uma dieta rica em alimentos ricos em cálcio como verduras (exceto alface), legumes, cereais, banana e frutas secas. 5. Calcitonina (descrição muito boa encontra-se no livro da Costanzo). Papel incerto. A calcitonina age como um antagonista fisiológico do PTH, impedindo que o cálcio se eleve acima dos níveis fisiológicos. Atua principalmente no osso, causando uma diminuição da reabsorção óssea através da inibição da atividade osteoclática (osteoclastos – células que reabsorvem tecido ósseo antigo). A secreção da calcitonina, produzida pela células (C) principais da tireóide (também pode ser produzida pelas células do pulmão e cérebro), é estimulada pelos níveis plasmáticos de cálcio, quando estes são elevados, a produção de calcitonina aumenta. Os níveis de calcitonina caem com a idade, e de forma acelerada nas mulheres após a menopausa. A produção de calcitonina é estimulada pelos estrogênios, o que pode explicar este fato. Tem sido feitos estudos clínicos com resultados promissores, utilizando tanto o paratormônio, como a calcitonina, como coadjuvante o uso de cálcio, vitamina D, oligoelementos (zinco, boro, magnésio, cobre, manganês) e exercícios físicos, no tratamento da osteoporose. 6. Doenças associadas (osteoporose) e fatores que contribuem para o aparecimento. Figura 23.6 Osteoporose é definida como a perda acelerada de massa óssea, que ocorre durante o envelhecimento. Essa doença provoca a diminuição da absorção de minerais e de cálcio. Três em cada quatro pacientes são do sexo feminino. Afeta principalmente as mulheres que estão na fase pós-menopausa. A fragilidade dos ossos nas mulheres é causada pela ausência do hormônio feminino, o estrogênio, que os tornam porosos como uma esponja. É a maior causa de fraturas e quedas em idosos. Os principais fatores de risco de desenvolvimento dessa doença são: • Pele branca; • Histórico familiar de osteoporose; • Vida sedentária; • Baixa ingestão de Cálcio e /ou vitamina D; • Fumo ou bebida em excesso; • Medicamentos, como anticonvulsivantes, hormônio tireoideano, glicorticoides e heparina; • Doenças de base, como artrite reumatoide, diabetes, leucemia, linfoma. Os locais mais afetados por essa doença são a coluna, o pulso e o colo do fêmur, sendo este último o mais perigoso. É considerada o segundo maior problema de saúde mundial, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares. Fig 2 Costanzo Fig 1.
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