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Planejamento e Políticas Ambientais

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Planejamento 
e Políticas Ambientais
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1.
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2/222
Planejamento e Políticas Ambientais
Autor: Prof. Dr. Ronaldo Tavares de Araujo
Como citar este documento: ARAUJO, Ronaldo Tavares. Planejamento e políticas ambientais. 
Valinhos: 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes
Assista a suas aulas
05
20
Unidade 2: Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade
Assista a suas aulas
28
48
Unidade 3: Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental
Assista a suas aulas
56
79
Unidade 4: Temáticas e Temas Usados em Planejamento Ambiental
Assista a suas aulas
88
103
Unidade 5: Indicadores Ambientais e Planejamento
Assista a suas aulas
111
132
Unidade 6: Política e Gestão Ambiental
Assista a suas aulas
140
157
Unidade 7: Política e Planejamento Territorial
Assista a suas aulas
165
186
Unidade 8: Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade
Assista a suas aulas
195
2142/222
3/222
Apresentação da Disciplina
Desde a antiguidade, a organização do espaço, neste caso entendida como formas de 
planejamento, é instintiva para o coletivo humano que se propõe a viver em estado gregário, 
sob objetivos e normas comuns.
No processo de gestão ambiental, assim como na nossa vida cotidiana, o planejamento 
se torna imprescindível, uma vez que, estamos sempre planejando tudo que fazemos com 
vistas a alcançar o resultado almejado. Assim, os assuntos que iremos discutir aqui, embora 
contextualizados para à gestão ambiental, poderão ser utilizados em diversos contextos 
profissionais e pessoais.
Assim, esta disciplina foi estruturada para atender às necessidades de profissionais de 
diversas áreas do conhecimento capazes de unir conhecimentos ambientais complexos para a 
tomada de decisões estratégicas dentro das organizações, pois sabemos que no atual mundo 
competitivo só vão se sobressair aqueles que estiverem preparados para fazer boas escolhas e é 
esta a proposta que essa disciplina traz àqueles que a cursarem.
Neste contexto, é possível afirmar que a questão ambiental neste século se apresenta como 
tema central das agendas governamentais e empresariais em escala global e coloca à toda 
sociedade o desafio da sustentabilidade.
Este desafio relaciona-se integralmente à manutenção das funções ambientais que os 
4/222
ecossistemas proporcionam à humanidade desde sua origem. Observa-se que os “bens 
e serviços” proporcionados pelos ecossistemas naturais e seminaturais não têm sido 
considerados nas tomadas de decisões sobre o uso da terra, determinando que tanto as 
grandes com as pequenas áreas naturais, isoladas entre os sistemas culturais predominantes 
na paisagem, sejam relegadas e modificadas na perspectiva de ganhos econômicos a curto 
e médio prazo. Nessa perspectiva, o sistema econômico, nas várias tendências políticas, tem 
valorizado prioritariamente os aspectos culturais em detrimento dos recursos naturais.
Desta forma, visando assegurar a sustentabilidade local e regional e, portanto, a sobrevivência 
e o bem-estar das gerações atuais e futuras, torna-se indispensável elaborar o planejamento 
do desenvolvimento local e regional considerando as dimensões da sustentabilidade. Assim, 
o procedimento de planejar as ações deve objetivar o aumento do conhecimento sobre a 
importância dos sistemas ambientais e conscientizar o homem sobre suas funções, além da 
fundamental tarefa de incorporar informações ambientais no processo de planejamento e 
tomada de decisão.
Portanto, trazemos para esta disciplina os principais conceitos e aprendizados já desenvolvidos 
sobre o tema por importantes especialistas da área que serão apresentados de forma sintética, 
prática e pronta para você, aluno, desenvolver as competências necessárias para se tornar um 
grande gestor ambiental.
5/222
Unidade 1
A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes
Objetivos
1. Identificar como os paradigmas dominantes e 
alternativos alteram as questões ambientais.
2. Compreender o contexto histórico de 
desenvolvimento e importância das questões 
ambientais no Brasil e no mundo.
3. Entender como a gestão ambiental pode ser 
considerada um novo paradigma.
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes6/222
Introdução
Provavelmente você já ouviu falar que a relação do homem com a natureza quase nunca foi 
desenvolvida de forma harmoniosa e que o poder e, consequentemente, a responsabilidade 
que o homem tem sobre a natureza é que podem responder pelo surgimento dos grandes 
problemas ambientais atuais, aqui tratados como questões ambientais, e também como 
deverá controlá-los da melhor forma possível, utilizando-se de novos paradigmas, ou seja, uma 
nova ética a seu favor. 
Entendendo, assim, a ética ambiental como sendo tão ou mais importante quanto a ética 
humana, impondo à humanidade grande responsabilidade, neste tempo onde o poder é 
extremo. Desta forma, as questões ambientais devem se transformar numa questão ideológica, 
buscando explicações e “soluções” nas ciências, filosofia e cultura, considerando que as 
modificações naturais atuais ocorrem de forma acelerada pelo forte impacto das modernas 
tecnologias.
1. Paradigmas do Desenvolvimento
Neste texto, será utilizada historicamente a Revolução Industrial como o ponto de partida 
das grandes alterações de origem antrópica no meio ambiente para assim definir o paradigma 
dominante.
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes7/222
Nesta época, de acordo com Possamai 
(2010), o antropocentrismo teve 
início e assim a figura humana passou 
a ser o centro de referência de nossos 
pensamentos e ações. Este fato causou 
grande mudança na perspectiva filosófica 
e cultural que antes era centrada em Deus, 
passando assim a ser centrada no homem. 
Com isso, consolidou-se a ideia de que, 
com advento e o progresso da razão, o 
homem se tornaria cada vez melhor e cada 
vez mais perfeito.
Para saber mais
A Revolução Industrial que teve seu início entre 
os séculos XVIII e XIV foi não apenas um surto 
de inovações técnicas, mas um reordenamento 
nas formas de organização da produção, 
com novos mecanismos de exploração do 
trabalho e controle social do trabalhador, e 
tendo como consequência uma das mudanças 
econômicas mais profundas pela qual passou 
a espécie humana. Disponível em: <http://
guiadoestudante.abril.com.br/estudar/
pergunte-professor/saiba-mais-revolucao-
industrial-685882.shtml>. Acesso em: 11 jun. 
2015.
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes8/222
Link
Assista ao vídeo A História das Coisas.
<https://www.youtube.com/
watch?v=7qFiGMSnNjw>. Acesso em: 11 jun. 
2015.
Desta teoria surge a desvalorização de 
todas as outras espécies do planeta e a 
degradação ambiental, já que a natureza 
existe para ser controlada e utilizada por 
nós, seres humanos.
Com o surgimento da Revolução 
Industrial, segundo Almeida, et al. (2008), 
aprofundam-se as transformações 
econômicas, sociais, políticas e culturais 
na humanidade. Nos estados-nações que 
compõem o eixo da economia mundial, 
o modelo produção-capital baseia-
se na pilhagem do sistema natural. O 
sistema econômico, comandado pela 
alta burguesia, imprime o ritmo do 
sistema produtivo, operado pela massa 
proletariada.
Para o autor, ainda, a forma de “operação 
deste super sistema” considera a natureza 
como amplas e inesgotáveis reservas 
de matéria-prima e energia. Entendem, 
também, que o sistema natural é 
completamente apto e capaz de assimilar 
e processar todas as formas de poluição 
de correntes das atividades produtivas e 
urbanas.
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os ParadigmasContrastantes9/222
Assim, a partir dos escritos a seguir, você, aluno, compreenderá como os sistemas econômicos, 
produtivos e, por conseguinte ambientais estão fortemente ligados, podendo, a partir desta 
análise, traçar os paradigmas dominantes e alternativos presentes na sociedade até o 
momento de identificar a gestão ambiental como um novo paradigma.
O sistema econômico funciona interativamente com o sistema produtivo.
Para saber mais
O sistema econômico capitalista começou a se fortalecer após a Revolução Industrial. Esse sistema 
é caracterizado por fortalecer a ideia de individualismo. Uma das principais ideias do capitalismo é 
a de que o indivíduo só precisa dele mesmo para crescer e obter sucesso. Adam Smith, que era um 
economista escocês e é considerado o pai do capitalismo, defendia o liberalismo econômico, era 
contra a intervenção do Estado na economia. Smith acreditava que o homem capitalista tinha a 
liberdade econômica e que pelo trabalho e por suas relações sociais poderia obter a riqueza material. 
(Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/52469/o-sistema-
economico-capitalista#ixzz3cpihAh4r>). Acesso em: 11 jun. 2015.
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes10/222
Para saber mais
O sistema produtivo (sistema fabril mecanizado), isto é, as fábricas passaram da simples produção 
manufaturada para a complexa substituição do trabalho manual por máquinas. Essa substituição 
implicou na aceleração da produção de mercadorias, que passaram a ser produzidas em larga escala. 
Essa produção em larga escala, por sua vez, exigiu uma demanda cada vez mais alta por matéria-
prima, mão de obra especializada para as fábricas e mercado consumidor. Tal exigência implicou, por 
sua vez, também na aceleração dos meios de transporte de pessoas e mercadorias. Era necessário o 
encurtamento do tempo que se percorria de uma região à outra para escoar os produtos. (Disponível 
em: <http://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/revolucao-industrial.htm>). 
Acesso em: 11 jun. 2015.
Há uma retroalimentação positiva, consequentemente o sistema produtivo gera bens, que 
são absorvidos e impulsionam o sistema econômico no sentido de gerar capitais que pagam 
por esses bens. Por sua vez, o sistema produtivo para atender à demanda, cada vez maior, do 
sistema econômico tem requerido e exaurido mais recursos do sistema natural (ecossistemas), 
deixando de haver compensação para o funcionamento de recursos básicos gerados pelo 
sistema natural.
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes11/222
Para saber mais
sistema natural (ecossistemas), significa o sistema onde se vive, o conjunto de características físicas, 
químicas e biológicas que influenciam a existência de uma espécie animal ou vegetal. É uma unidade 
natural constituída de parte não viva (água, gases atmosféricos, sais minerais e radiação solar) e de 
parcela viva (plantas e animais, incluindo os microrganismos) que interagem ou se relacionam entre si, 
formando um sistema estável. Os ecossistemas são divididos em ecossistemas terrestres e ecossistemas 
aquáticos. (Disponível em: <http://www.significados.com.br/ecossistema/>). Acesso em: 11 jun. 
2015.
Os bens de consumo, produzidos pelo 
sistema produtivo à custa do sistema 
natural estabelecem uma linha de 
aproximação, onde os sistemas produtivo 
e econômico são compensados por bens e 
capital. Ao sistema natural, espoliado pela 
extração de recursos, somam-se ainda 
mazelas da poluição nas suas mais variadas 
formas.
Assim, é possível que você identifique e 
possivelmente concorde com o Almeida et 
al (2008), que a otimização da economia de 
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes12/222
escala fica na dependência da capacidade 
de apropriação do sistema produtivo. Este 
modelo de desenvolvimento apresenta 
problemas na base energética de 
sustentação da produção. Estabelecida a 
crise energética, o efeito de consecução 
afeta o custo da produção de bens e a 
circularidade mercadológica dos bens-
capitais. Assim, a crise econômica 
retroalimenta então a crise enérgica, 
surgindo a crise ambiental desencadeada 
a partir da implantação do modelo 
econômico vigente, esta crise se incorpora 
às outras duas, formando um complexo 
interativo com retroalimentação positivo, 
no sentido do aumento da crise estrutural, 
demonstrada na figura 1.
Figura 1 - Demonstração da crise estrutural 
(ambiental, energética e econômica)
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes13/222
1.1. As questões ambientais e o 
processo de gestão ambiental 
como novo paradigma
A questão ambiental deve, portanto, se 
transformar, segundo Almeida et al. (2008), 
numa questão ideológica, frequentada 
pela ciência, pela política, pela filosofia e 
pela cultura, fazendo com que possamos 
diagnosticar basicamente dois paradigmas, 
sendo um dominante e outro alternativo, 
como apresentado na figura 2.
Figura 2 - Valores, paradigmas dominante e paradigma alternativo
Fonte: Adaptado de: Almeida et al. (2008)
Neste momento, depois desta leitura, você 
aluno, pode estar se perguntando: “Mas 
afinal o que é um paradigma? E como 
a gestão ambiental pode ser tornar um 
paradigma”? Vamos fazer a compreensão 
em conjunto? Na atualidade, podemos 
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes14/222
pontuar a produção e distribuição 
igualitária de alimentos, geração de 
empregos, redução da pobreza, aumento 
e diversificação das matrizes energéticas, 
abastecimento e disponibilização de água 
de qualidade e em quantidade suficiente, 
a perda da integridade dos ecossistemas, 
incluindo a perda da biodiversidade 
como problemas fundamentais para 
o desenvolvimento humano (ARAUJO, 
2008). Já os paradigmas dominantes na 
sociedade, tendo seu início no período 
da Revolução Industrial, corroboraram 
para existência das questões ambientais 
globais deste século, tornam obrigatório à 
humanidade pensar e implantar sistemas 
capazes de, ao menos, minimizar os 
impactos destes paradigmas.
Link
Leia o artigo “A posição do ser humano no 
mundo e a crise ambiental contemporânea” 
e analise como o paradigma dominante se 
relaciona com o papel do homem no surgimento 
das questões ambientais. Autoria: Fábio Valenti 
Possamai, 2010. Disponível em: <http://www.
unesco.org.uy/ci/fileadmin/shs/redbioetica/
revista_1/Valenti.pdf>. Acesso em: 11 jun. 
2015.
Desta forma, para Philippi (2014), o 
processo de Gestão Ambiental pode ser 
considerado um novo paradigma, pois este 
se inicia quando se promovem adaptações 
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes15/222
ou modificações no ambiente natural, de forma a adequá-lo às necessidades individuais ou 
coletivas.
Para saber mais
Gestão ambiental é um sistema de administração empresarial que enfatiza a sustentabilidade. Desta 
forma, a gestão ambiental visa ao uso de práticas e métodos administrativos para reduzir ao máximo 
o impacto ambiental das atividades econômicas nos recursos da natureza. Disponível em: <http://
www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/15412/gestao-ambiental-definicao-e-
aplicacao-pratica#ixzz3cpnSs8XH> Acesso em: 11 jun. 2015.
Neste aspecto, a maneira de gerir a utilização desses recursos é o fator que pode acentuar ou 
minimizar os impactos. Esse processo de gestão fundamenta-se em três variáveis: a diversidade 
dos recursos extraídos do ambiente natural, a velocidade de extração desses recursos, que 
permite ou não a sua reposição, e a forma de disposição e tratamento dos seus resíduos e 
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes16/222
efluentes. Assim, a somatória dessas três variáveis e a maneira de geri-las defineo grau de 
impacto do ambiente urbano sobre o ambiente natural.
Glossário
Antropocentrismo: ué a filosofia que considera o homem como o centro do universo.
Paradigma: é um termo com origem no grego “paradeigma” que significa modelo, padrão. No sentido 
lato corresponde a algo que vai servir de modelo ou exemplo a ser seguido em determinada situação. São as 
normas orientadoras de um grupo que estabelecem limites e que determinam como um indivíduo deve agir 
dentro desses limites.
Questão
reflexão
?
para
17/222
Como você viu, o conceito de paradigma pode ser alterado pela 
ação do homem. A existência de paradigmas dominantes e 
alternativos em uma sociedade é a clara possibilidade do espaço 
para escolhas e responsabilidades do homem frente às principais 
questões ambientais existentes na atualidade, possibilitando assim 
o surgimento da gestão ambiental como novo paradigma das 
relações sociais, produção e natureza. Reflita sobre o conceito de 
paradigma e sua relação com a globalização pela leitura do artigo 
“O paradigma ambiental na globalização neoliberal: da condição 
crítica ao protagonismo de mercado” de autoria de Fernando 
Pinto Ribeiro (2012), disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S1982-45132012000200004&script=sci_arttext>. Acesso 
em: 11 jun. 2015, e faça uma pequena resenha de até cinco páginas 
e entregue ao professor presencial.
18/222
Considerações Finais 
O poder e consequentemente a responsabilidade que a humanidade tem sobre a natu-
reza podem responder ao surgimento dos grandes problemas ambientais atuais (ques-
tões ambientais).
Paradigma deve ser compreendido com padrão, forma, e assim condição de livre arbítrio 
de escolha da sociedade, tornando-se dominante ou alternativo.
A gestão ambiental, ao promover adaptações ou modificações no ambiente natural, de 
forma a adequá-lo às necessidades individuais ou coletivas, torna-se uma nova forma 
de paradigma do qual a sociedade pode se apoderar com vistas a minimizar ou resolver 
as questões ambientais.
Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes19/222
Referências
ALMEIDA, J.R.; et al. Política e planejamento ambiental. 3. ed. 2. Reimpressão. Rio de Janeiro: 
Thex. 2008. 480p.
ARAUJO, R.T. de. Zoneamento ecológico-econômico do município de Santa Cruz da Conceição – 
SP: uma proposta conceitual de planejamento para a sustentabilidade local. São Carlos: UFSCar, 
Tese de Doutorado. 2008. 95p.
PHILIPPI JR. A.; ROMERO, M. A.; BRUNA, G.C. Curso de gestão ambiental. 2. ed. Barueri, SP: Ed. 
Manole, 2014. 1.250p.
POSSAMAI, F.V. A posição do ser humano no mundo e a crise ambiental contemporânea. 
2010. Disponível em: <http://www.unesco.org.uy/ci/fileadmin/shs/redbioetica/revista_1/Valenti.
pdf>. Acesso em: 11 jun. 2015.
20/222
Aula 1 - Tema: A Questão Ambiental e 
os Paradigmas Contrastantes – Parte I 
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
06f9c45513fb120da6e7d6a67b4f295d>.
Aula 1 - Tema: A Questão Ambiental e 
os Paradigmas Contrastantes– Parte II.
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/30c-
f2ee7c9ccb25000747a7c1cbc1a3c>. 
Assista a suas aulas
21/222
1 - Qual o motivo para as questões ambientais se transformarem numa 
questão ideológica?
a) Pelo fato das mudanças ambientais globais estarem mudando de forma natural.
b) Pelo fato das mudanças ambientais globais estarem mudando de forma digital.
c) Pelo fato das mudanças ambientais globais serem inibidas pelo uso da tecnologia.
d) Pelo fato das mudanças ambientais globais serem aceleradas pelo avanço tecnológico 
moderno.
e) Pelo fato das mudanças ambientais globais serem causadas pelo avanço científico e 
filosófico.
Questão 1
22/222
2 - O antropocentrismo inserido no contexto da Revolução Industrial 
pode ser entendido pela:
a) Expressão da figura humana ter passado a ser o centro de referência de nossos 
pensamentos e ações.
b) Expressão racional ter passado a ser o centro de referência de nossos pensamentos e 
ações.
c) Expressão da indústria ter passado a ser o centro de referência de nossos pensamentos e 
ações.
d) Expressão divina ter passado a ser o centro de referência de nossos pensamentos e ações.
e) Expressão ambiental ter passado a ser o centro de referência de nossos pensamentos e 
ações.
Questão 2
23/222
3 - Qual os três sistemas que se interagem e podem dar explicação para 
o surgimento da crise estrutural?
a) Econômico, Energético e Racional.
b) Racional, Ambiental e Energético.
c) Produtivo, Econômico e Natural.
d) Produtivo, Econômico e Energético.
e) Econômico, Natural e Racional.
Questão 3
24/222
4 - Os seguintes itens: “a produção e distribuição igualitária de alimen-
tos, geração de empregos, redução da pobreza, aumento e diversificação 
das matrizes energéticas, abastecimento e disponibilização de água de 
qualidade e em quantidade suficiente”, estão relacionados com:
a) Problemas alternativos para o desenvolvimento humano.
b) Problemas fundamentais para o desenvolvimento humano.
c) Paradigmas alternativos da humanidade.
d) Paradigmas dominantes da humanidade.
e) Itens dos sistemas econômicos e produtivos.
Questão 4
25/222
5 - A gestão ambiental é descrita como um novo paradigma para o al-
cance da sustentabilidade. Tendo o conceito de paradigma como orien-
tação da sua resposta assinale a alternativa correta.
a) A gestão ambiental é a ponte entre o antropocentrismo e o geocentrismo.
b) A gestão ambiental se inicia quando se promovem adaptações ou modificações no 
ambiente natural, de forma a adequá-lo às necessidades individuais ou coletivas.
c) A gestão ambiental promove a mudança de visão de mundo favorecendo o ser humano 
em detrimento do meio ambiente.
d) A gestão ambiental, assim como a definição de paradigma, explica o surgimento da 
sustentabilidade.
e) A gestão ambiental favorece o aparecimento dos paradigmas dominantes e alternativos 
de sustentabilidade.
Questão 5
26/222
Gabarito
1. Resposta: D.
É notório o fato das alterações no meio 
ambiente ocorridas desde a Revolução 
Industrial serem causadas pelo homem e 
acelerada nas últimas décadas pelo avanço 
tecnológico moderno e desta forma, enseja 
a necessidade de as questões ambientais 
serem tratadas de forma ideológica, ou 
seja, qual a ideia e direção que a sociedade 
deseja ter frente aos impactos destes 
avanços tecnológicos e os impactos 
negativos para o meio ambiente.
2. Resposta: A.
Na época da Revolução Industrial deu-se 
início à super valoração do ser humano 
frente aos aspectos da natureza. A figura 
humana passou a ser o centro de referência 
de nossos pensamentos e ações; este fato 
causou grande mudança na perspectiva 
filosófica e cultural que antes era centrada 
em Deus, passando assim a ser centrada no 
homem.
3. Resposta: C.
Os sistemas econômicos, produtivos e, por 
conseguinte ambientais estão fortemente 
ligados. A ocorrência de um desarranjo 
estrutural em qualquer um destes sistemas, 
causa a denominada crise estrutural. Este 
modelo de desenvolvimento apresenta 
problemas na base energética de 
sustentação da produção. Estabelecida a 
27/222
Gabarito
crise energética, o efeito de consecução 
afeta o custo da produção de bens e a 
circularidade mercadológica dos bens-
capitais. Assim, a crise econômica 
retroalimenta então a crise enérgica, 
surgindo a crise ambiental desencadeada 
a partir da implantação do modelo 
econômico vigente, esta crise se incorpora 
às outras duas, formando um complexo 
interativo com retroalimentação positivo, 
no sentido do aumento da crise estrutural.
4. Resposta: B.
Para que sejapossível a sustentabilidade, 
se faz necessário conhecer inicialmente 
quais os problemas que impede a 
sustentabilidade e resolver estes, 
promovendo a igualdade no acesso aos 
recursos naturais e assim, por sua vez, 
aos recursos produtivos e econômicos. 
Portanto, os itens apresentados na questão 
compõem necessariamente os problemas 
fundamentais para o desenvolvimento 
humano.
5. Resposta: B.
De acordo com Philippi (2014), o processo 
de Gestão Ambiental pode ser considerado 
um novo paradigma, pois este se inicia 
quando se promovem adaptações ou 
modificações no ambiente natural, de 
forma a adequá-lo às necessidades 
individuais ou coletivas.
28/222
Unidade 2
Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade
Objetivos
1. Identificar como o debate em torno do modelo 
de desenvolvimento mundial no século XX deu 
início à preocupação das questões ambientais 
e à sustentabilidade no Brasil e no mundo.
2. Compreender o termo sustentabilidade 
inserido no contexto do atual século e os 
desafios de sua integração junto à sociedade.
3. Entender o planejamento ambiental como 
um dos principais instrumentos indutores da 
sustentabilidade na sociedade.
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade29/222
Introdução
Muitas vezes você se depara com algumas 
perguntas com respostas difíceis de 
serem encontradas, não é mesmo? Talvez 
algumas delas sejam: o ser humano sempre 
se preocupou com o meio ambiente? 
Porque falamos e nos preocupamos com 
a sustentabilidade hoje em dia? Tais 
respostas, nos obrigam a pesquisar como 
foi o desenvolvimento histórico destas 
questões e quais os seus contextos para 
chegar a tal preocupação nos dias atuais. 
Portanto, você está convidado a entrar 
nesta viagem do conhecimento dos 
principais fatos históricos ambientais do 
século XX.
Para saber mais
Smog é o termo usado para definir o acúmulo 
da poluição do ar nas cidades, que forma 
uma grande neblina de fumaça no ambiente 
atmosférico próximo à superfície. A palavra 
smog, aliás, é justamente a junção das palavras 
smoke (fumaça) e fog (neblina). Esse fenômeno 
prejudica a qualidade do ar e também diminui a 
visibilidade nos ambientes urbanos. Disponível 
em: <http://www.mundoeducacao.com/
geografia/smog.htm>. Acesso em: 11 jun. 
2015.
Paralelamente nos Estados Unidos, nas 
décadas de 1950 e 1960, o planejamento 
econômico ganhava importância sob a 
visão de crescimento econômico baseado 
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade30/222
no PIB (Produto Interno Bruto), sem 
considerar as questões ambientais e sociais 
nestes planejamentos.
Neste mesmo período, o debate sobre a 
necessidade de se exigir os estudos de 
impacto ambiental das grandes obras 
estatais, tanto no continente europeu 
quanto no americano tomaram corpo, 
fazendo com que as universidades 
retomassem a visão holística e integradora 
do meio, considerando as ações humanas 
como parte do processo de avaliação. 
Nesta realidade, que se transformava 
lentamente, é que os princípios de 
planejamento das cidades e do campo 
foram incorporando o quesito “questões 
ambientais”.
A publicação do livro Primavera Silenciosa 
da americana Raquel Carson, em 1962, 
teve importante papel na conscientização 
da sociedade em relação aos riscos e 
comprometimento da qualidade do 
meio ambiente e seus efeitos na saúde 
humana. Carson aborda a magnificação 
biológica de moléculas de inseticidas 
sintéticos clorados, demonstrando 
que agrotóxicos utilizados nas doses 
recomendadas poderiam se concentrar 
na cadeia alimentar, causando problemas 
aos organismos que ocupam níveis mais 
elevados da escala trófica, entre eles o ser 
humano (PHILIPPI JR., 2014).
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade31/222
Link
Assista ao vídeo: 
Dia da Terra - Earth Days - Parte 3 de 12
<https://www.youtube.com/watch?v=GK-
Xyc9Wo3Q>
Assim, no final da década de 1960 ocorreu 
uma releitura dos fundamentos conceituais 
de desenvolvimento, gerada por diversas 
causas histórico-políticas. Os países 
subdesenvolvidos estavam sempre muito 
longe dos padrões do Primeiro Mundo e 
a ênfase na mentalidade voltada para o 
consumo provocava consequências graves, 
tais como poluição, desigualdade social, 
aumento da criminalidade e insatisfações 
da sociedade. Ganha destaque a ideia 
de não haver um modelo único de 
desenvolvimento, sendo o melhor aquele 
que a própria sociedade decide, com 
satisfação de suas necessidades, segundo 
suas condições e sua representatividade 
social. Surgiram modelos alternativos de 
desenvolvimento, considerando benefícios 
desvinculados do aspecto puramente 
econômico – como qualidade de vida 
físico-mental, conforto, higiene, educação 
–, bem como características negativas do 
chamado “mundo desenvolvido”, como 
poluição e degradação ambiental (SANTOS, 
2007).
Na visão da mesma autora, aquelas antigas 
premissas de planejamento, com base 
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade32/222
Para saber mais
O Clube de Roma é uma organização independente, 
sem fins lucrativos. A função do Clube de Roma 
é debater as causas principais dos retos e as 
crises que o mundo enfrenta atualmente: o nosso 
conceito atual de crescimento, desenvolvimento 
e globalização. Disponível em: <https://www.
portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/
biologia/o-clube-de-roma-1972/20122>. 
Acesso em: 11 jun. 2015.
em definições econômicas e de caráter 
setorial, não mais serviam como referência 
indiscutível. Exigiam-se planejamentos 
mais abrangentes, dinâmicos, preocupados 
com avaliações de impacto ambiental. 
Não mais se admitia usar como sinônimos: 
desenvolvimento econômico e crescimento 
econômico, qualidade de vida e padrão de 
vida. Países subdesenvolvidos que haviam 
alcançado um significativo crescimento 
de seu PIB ainda conservavam um grande 
número de indivíduos sem acesso aos 
serviços sociais básicos (saúde, educação, 
nutrição), desvinculando a correlação entre 
crescimento econômico e bem-estar social.
Em continuidade, Santos (2007) relata 
que os estudiosos na área ambiental são 
unânimes em afirmar que o marco das 
preocupações do homem moderno com 
o meio ambiente, incorporando questões 
sociais, políticas, ecológicas e econômicas 
com o uso racional dos recursos, deu-se 
em 1968, com o Clube de Roma.
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade33/222
Essa foi uma reunião de diversos países 
e de diversas áreas do conhecimento: 
biológica, econômica, social, política e 
industrial. Reuniram-se para discutir o 
uso dos recursos naturais e o futuro da 
humanidade. O relatório final chamado 
“Limites de Crescimento” abalou as 
convicções da época sobre o valor do 
desenvolvimento econômico e a sociedade 
passou a fazer maior pressão sobre os 
governos acerca da questão ambiental. 
Essa reunião foi o motivo impulsor para 
que, em 1969, os EUA elaborassem NEPA 
(National Environmental Policy Act), uma 
legislação que exigia considerações 
ambientais no planejamento e nas 
decisões sobre projetos de grande escala. 
Seguiram-se ao NEPA diversas legislações, 
em outros países, com considerações 
ambientais. Considerando os vários 
marcos históricos referentes a temas de 
interesse ambiental, após o “Limites de 
Crescimento” foram realizadas diversas 
conferências que passaram a discutir a 
questão ambiental. 
A Conferência das Nações Unidas sobre o 
Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, 
no ano de 1972, foi considerada a primeira 
grande reunião mundial sobre o tema e 
se transformou no marco histórico mais 
conhecido sobre a discussão ambiental 
até então. Na reunião de Estocolmo 
criou-se o PNUMA (Programadas Nações 
Unidas para o Meio Ambiente), com o 
objetivo de gerenciar as atividades de 
proteção ambiental, e o Fundo Voluntário 
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade34/222
para o Meio Ambiente. Destaca-se 
ainda a consolidação do conceito de eco 
desenvolvimento, que nos anos seguintes 
foi considerado característico de um 
modelo ambiental extremista, ensejando 
a construção da nova terminologia 
“desenvolvimento sustentável”, que 
seria considerada uma proposta mais 
conciliadora e que, a partir daí muitos 
governos estimularam suas políticas 
ambientais em seus respectivos centros, 
tendo como consequência o início dos 
planejamentos estruturados nesta nova 
ordem. Já na década de 1980, com a 
criação da Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), 
coordenada pela Primeira Ministra da 
Noruega Gro Brundtland, foi apresentado 
ao mundo em 1987 o Relatório “Nosso 
Futuro Comum” ou Relatório Brundtland, 
que oficializou o termo desenvolvimento 
sustentável. Neste documento foram 
apontadas as várias crises globais (como 
energia e camada de ozônio) e destacadas 
a extinção de espécies e o esgotamento 
de recursos genéticos. Reforçou-se ainda, 
o debate sobre o fenômeno da erosão 
induzida e a perda de florestas. Estas eram 
as bases a serem consideradas em futuros 
planejamentos, já adjetivadas nessa 
década como ambientais (SANTOS, 2007), 
(PHILIPPI JR, 2014).
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade35/222
Link
Gro Brundtland é uma diplomata norueguesa, líder internacional na área do 
desenvolvimento sustentável e da saúde pública. Primeira mulher a chefiar o governo 
da Noruega, voltando a ocupar o cargo em outras duas ocasiões, é enviada especial das 
Nações Unidas para Mudanças Climáticas, sendo uma das responsáveis por estabelecer 
o diálogo internacional com governos e organizações para o estabelecimento de um 
tratado pós-Protocolo de Kyoto. Gro Brundtland integra o The Elders, grupo fundado 
por Nelson Mandela, que reúne grandes líderes globais que trabalham em conjunto 
pela paz e pelos Direitos Humanos. Disponível em: <http://www.fronteiras.com/
conferencistas/gro-harlem-brundtland>. Acesso em: 11 jun. 2015.
A Conferência Rio-92, vinte anos após o Encontro de Estocolmo, uniu 178 nações para debater 
temas voltados à conservação ambiental, à qualidade de vida na Terra e à consolidação 
política e técnica do desenvolvimento sustentável. Dos documentos finais produzidos pela 
conferência o que mais mereceu destaque mundial foi a Agenda 21, em que, dentre os seus 
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade36/222
quarenta capítulos, o Capítulo 7 faz 
referência particular para o planejamento 
rural e urbano, recomendando a 
avaliação das atividades humanas, do 
uso da terra e a orientação desejada 
dos espaços dentro dos preceitos de 
desenvolvimento sustentável, desdobrado 
em sustentabilidade econômica, social, 
ambiental, política e cultural. Assim, a 
nova ordem para o planejamento estava 
documentada. Após a Rio-92 foram 
realizados diversos encontros mundiais 
para discussão da sustentabilidade, com 
destaque para as: Rio+5 (Nova York), 
Reunião de Quioto, no Japão, que deu 
origem ao Tratado de Quioto que visa 
diminuir a emissão de gases do efeito 
estufa na atmosfera, entretanto com baixo 
impacto mundial ainda; a Rio+10 (África 
do Sul) com a integração do saneamento 
ambiental nas discussões e Rio+20 (Rio de 
Janeiro), cujos resultados ainda não podem 
ser sentidos na prática (SANTOS, 2007), 
(PHILIPPI JR, 2014).
Link
A Agenda 21 pode ser definida como um 
instrumento de planejamento para a construção 
de sociedades sustentáveis, em diferentes 
bases geográficas, que concilia métodos de 
proteção ambiental, justiça social e eficiência 
econômica. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/responsabilidade-socioambiental/
agenda-21>. Acesso em: 11 jun. 2015.
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade37/222
Link
O Protocolo de Quioto constitui um tratado 
complementar à Convenção-Quadro das Nações 
Unidas sobre Mudança do Clima. Criado em 
1997, definiu metas de redução de emissões 
para os países desenvolvidos, responsáveis 
históricos pela mudança atual do clima. 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/
clima/convencao-das-nacoes-unidas/
protocolo-de-quioto>. Acesso em: 11 jun. 
2015.
Atualmente, nos países em 
desenvolvimento, a alternativa encontrada 
nos planejamentos é aplicar um ou alguns 
princípios da Agenda 21 local como o 
ideário de desenvolvimento sustentável.
1.1. Reflexos do debate mundial 
sobre a prática da sustentabili-
dade no Brasil
Neste momento, após compreender o 
contexto histórico em que se desenvolveu 
o conceito de sustentabilidade no mundo, 
você pode estar indagando: “Mas e o Brasil 
nessa história? Qual a importância da 
sustentabilidade para o país?
Quando o debate mundial sobre as 
questões ambientais já estava em pleno 
desenvolvimento, o Brasil vivia seu período 
de expansão econômica alavancando o seu 
parque industrial e como consequência 
aumentando os níveis de poluentes. 
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade38/222
Somente no início dos anos 1980 que 
o Brasil se inseriu neste debate, com a 
Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 
n° 6.938/81), uma verdadeira “carta de 
intenções” em relação à conservação 
do meio, mas que mesmo assim foi a 
responsável pela criação do CONAMA 
(Conselho Nacional de Meio Ambiente) 
e do SISNAMA (Sistema Nacional de 
Meio Ambiente), formulando diretrizes 
de avaliação de impactos, planejamento 
e gerenciamento, de zoneamento 
ambientais, usando como unidades de 
planejamento as bacias hidrográficas.
Para saber mais
O zoneamento ambiental, como uma ferramenta 
de planejamento integrado aparece como 
uma solução possível para o ordenamento 
do uso racional dos recursos, garantindo a 
manutenção da biodiversidade, os processos 
naturais e serviços ambientais ecossistêmicos. 
Esta necessidade de ordenamento territorial 
faz-se necessária frente ao rápido avanço da 
fronteira agrícola, a intensificação dos processos 
de urbanização e industrialização associados à 
escassez de recursos orçamentários destinados 
ao controle dessas atividades. Disponível em: 
<http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas/
zoneamento-ambiental>. Acesso em: 11 jun. 
2015.
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade39/222
Foi a primeira vez que, explicitamente, 
surgiu uma proposta de planejamento 
ambiental no Brasil, como forma de 
orientação de ordenamento territorial. A 
lei era densa e se baseava em concepções 
modernas de avaliação e gerenciamento 
do espaço. Esse documento inspirou 
muitos trabalhos voltados a planos de 
bacias hidrográficas (SANTOS, 2007).
Na década de 1990, o planejamento 
ambiental foi incorporado aos planos 
diretores municipais. Foi a partir desses 
trabalhos que se obtiveram as informações 
mais contundentes sobre qualidade 
de vida, desenvolvimento sustentável, 
sociedade e meio ambiente, promovidas 
pela preocupação com o ser humano. Em 
1997 foi estabelecida a Política Nacional 
de Recursos Hídricos (Lei n° 9.433/97), 
já em 1998 foi sancionada a Lei de 
Crimes Ambientais (Lei n° 9.795/98) e 
em 1999 por meio da Lei n° 9.795/99, 
se estabeleceu a Política Nacional de 
Educação Ambiental. No ano de 2000, 
foi promulgada a Lei n° 9.985/00, que 
instituiu o Sistema Nacional de Unidades 
de Conservação da Natureza (SNUC). Em 
2001, a Lei n° 10.257/01, conhecida como 
Estatuto das Cidades, estabelece diretrizes 
gerais da política urbana, que é uma 
política descentralizadora e participativa,no sentido de que as comunidades devem 
participar das decisões sobre suas áreas 
de vivência, sua comunidade, bairro ou 
município. Verifica-se, portanto, que 
em todos esses instrumentos legais, as 
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade40/222
questões ambientais estão presentes e são 
conduzidas com caráter essencialmente 
democrático, principalmente no que tange 
ao desenvolvimento urbano, trazendo a 
participação social como fundamental em 
todos os processos de decisão. Em 2007 a 
Lei n° 11.445/07 cria a Política Nacional de 
Saneamento Básico, e por fim após 21 anos 
de tramitações no Congresso Nacional, 
em 2010, envolvendo embates políticos 
e econômicos a Lei n° 6.938/10, instituiu 
a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 
Desta forma resumida é que se apresenta 
os principais marcos históricos referentes 
às questões ambientais no Brasil, 
demonstrando que, mais do que outros 
países, o Brasil embora tenha uma grande 
quantidade de leis sobre as questões 
ambientais, está dando os primeiros 
passos tanto na execução dessas leis, como 
no processo de construção teórica sobre 
planejamento ambiental, e em contínuo 
processo de revisão, nestas últimas quatro 
décadas.
1.2. Planejamento Ambiental – 
conceitos e práticas a caminho 
da sustentabilidade
A partir deste momento, você estudará 
os principais conceitos de planejamento 
ambiental e as suas formas práticas que 
induzem à sustentabilidade.
Desde a antiguidade existem relatos 
de formas de planejamento, condição 
presente no instinto humano desde o 
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade41/222
momento em que este se propôs a viver em 
sociedade, obedecendo normas e objetivos 
em comum. Como visto anteriormente, a 
crescente preocupação da humanidade 
com as questões ambientais tem seu 
início no século XX. Desta forma, para 
que se encaminhassem “soluções” 
para estas questões, lançou-se mão de 
instrumentos, em especial o planejamento, 
aqui entendido conceitualmente de forma 
simplificada, como um meio sistemático 
de determinar o estágio em que você 
está, onde deseja chegar e qual o melhor 
caminho para chegar lá. Se o planejamento 
implica decidir sobre ações futuras, 
previsões e estimativas de cenários futuros 
são essenciais. Devem ser previstas, 
por exemplo, as consequências de cada 
alternativa de ação proposta, bem como 
o somatório delas. Se ocorrem previsões 
e formulam-se suas probabilidades, a 
tomada de decisão também envolve 
as incertezas e os riscos. Tanto quanto 
os recursos, as ações propostas devem 
referir-se a um ou mais locais e também 
devem ser especializadas, qualificadas 
e quantificadas. Como costumam 
ser indicadas para datas e graus de 
emergência diferentes, elas precisam ser 
ordenadas por prioridade ao longo do 
tempo (SANTOS, 2007).
A mesma autora cita que o planejamento 
surgiu, nas três últimas décadas, em razão 
do aumento dramático da competição 
por terras, água, recursos energéticos e 
biológicos, que gerou a necessidade de 
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade42/222
organizar o uso da terra, de compatibilizar 
esse uso com a proteção de ambientes 
ameaçados e de melhorar a qualidade de 
vida das populações.
Visando à sustentabilidade, o 
planejamento ambiental geralmente 
considera os critérios a longo prazo, mas 
busca estabelecer também medidas a 
curto e médio prazos. Este procedimento 
pretende reorganizar o espaço, 
paulatinamente, para que não apenas 
no presente, mas também no futuro, as 
fontes e meios de recursos sejam usados e 
manejados de forma a responderem pelas 
necessidades da sociedade.
Para Santos (2007), tais necessidades 
conciliam-se na produção e distribuição 
de alimento, água, matéria-prima, energia 
e bens de consumo na construção de 
moradias e instalações, na disposição 
e tratamento de resíduos, na criação e 
manutenção de sistema de circulação 
e acesso, na criação e manutenção de 
espaços verdes, na promoção da educação 
e desenvolvimento cultural. Esta tarefa 
é bastante complexa e envolve todos os 
setores da sociedade.
Por fim, o planejamento ambiental deve, 
sobretudo, resolver a questão sobre qual 
é a melhor combinação de usos de uma 
área, para satisfazer a necessidade de 
um maior número de pessoas de forma 
sustentada (hoje e no futuro) (ARAUJO, 
2008). Desta forma, o planejamento 
ambiental deve estar atrelado ao conceito 
de desenvolvimento sustentável, cuja 
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade43/222
definição - consagrada mundialmente - é o “desenvolvimento que atende às necessidades 
do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de satisfazer as suas 
necessidades” (CMMAD, 1988).
Glossário
PIB: é a sigla para Produto Interno Bruto e representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e 
serviços finais produzidos numa determinada região, durante um período determinado. (Fonte: Disponível 
em: <http://www.significados.com.br/pib/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Holístico ou holista: é um adjetivo que classifica alguma coisa relacionada com o holismo, ou seja, que 
procura compreender os fenômenos na sua totalidade e globalidade. (Fonte: Disponível em: <http://www.
significados.com.br/holistico/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Paulatinamente: De maneira paulatina; de modo lento; em que há lentidão: começou a caminhar, 
paulatinamente, pela casa. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/paulatinamente/>. Acesso 
em: 11 jun. 2015).
Questão
reflexão
?
para
44/222
Você observou que o século XX foi o precursor do debate mundial 
sobre as questões ambientais, que deu origem ao conceito de 
desenvolvimento sustentável. Neste cenário, o planejamento 
ambiental encontra-se como o principal instrumento de gestão 
ambiental indutor da sustentabilidade. Diante disto, leia o artigo 
Os “Limites do Crescimento” 40 anos depois: das “profecias 
do apocalipse ambiental” ao “futuro comum ecologicamente 
sustentável” de autoria Leandro Dias de Oliveira (2012), disponível 
em: <http://r1.ufrrj.br/revistaconti/pdfs/1/ART4.pdf>. Acesso em: 11 
jun. 2015, e faça a análise da seção do artigo: Comparativo entre as 
premissas do “Limites do Crescimento” e o “Relatório Brundtland” 
e integre esta análise com os conceitos de planejamento ambiental 
45/222
Questão
reflexão ?para
apresentados e discutidos na Leitura Fundamental, com o objetivo 
de mostrar a importância deste instrumento de gestão ambiental 
como indutor da sustentabilidade, através da escrita de um 
pequeno texto dissertativo e entregue ao professor presencial.
46/222
Considerações Finais
É possível, por meio da compreensão histórica dos fatos, indicar respostas 
para o surgimento da preocupação humana frente às questões ambientais e 
como a mesma humanidade planeja e planejará suas ações, cada qual no seu 
tempo apropriado.
Dentre todas as atribuições dadas ao planejamento ambiental, acredita-se 
que uma das mais importantes seja o fato de se pautar, predominantemente, 
pelo potencial e pelos limites que o meio apresenta, e não pela demanda 
crescente ou pela má gestão político-administrativa.
Unidade 2 • Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade47/222
Referências 
ARAUJO, R.T. de. Zoneamento ecológico-econômico do município de Santa Cruz da Conceição – 
SP: uma proposta conceitual de planejamento para a sustentabilidade local. São Carlos: UFSCar, 
Tese de Doutorado. 2008. 95p.
CMMAD, Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 
Rio de Janeiro: Ed. FGV, 1988. 430 p.
PHILIPPI JR., A.; ROMERO, M. A.; BRUNA, G.C. Curso de gestão ambiental. 2. ed. Barueri, SP: Ed. 
Manole, 2014. 1.250p.
SANTOS, R. F. Planejamento ambiental:teoria e prática. 2. ed. v. 1. São Paulo: Oficina de Textos, 
2007, 184p.
48/222
Aula 2 - Tema: Planejamento Ambiental: 
Fator Indutor da Sustentabilidade – Parte I 
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
d7a671ebb2b0b1028f707bb8a128e0ef>.
Aula 2 - Tema: Planejamento Ambiental: 
Fator Indutor da Sustentabilidade – Parte II.
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
3d62e85e0e5c8f38903b88fbfb1a03bf>. 
Assista a suas aulas
49/222
1 - Qual a publicação que teve papel fundamental para a difusão na cons-
cientização da sociedade em relação aos riscos e comprometimento da 
qualidade do meio ambiente e seus efeitos na saúde humana?
a) Primavera Cautelosa.
b) Primavera Holística.
c) Primavera Silenciosa.
d) Primavera Carson.
e) Primavera Contagiosa.
Questão 1
50/222
2 - O surgimento de um fenômeno climático deu origem aos primeiros de-
bates sobre a contaminação de ambientes naturais vinda das atividades in-
dustriais, após a Segunda Guerra Mundial. Qual foi este fenômeno?
a) Aquecimento Global.
b) Buraco da Camada de Ozônio.
c) Extinção das espécies da fauna.
d) Extinção das espécies da flora.
e) Smog.
Questão 2
51/222
3 - Qual o significado da sigla PNUMA?
a) Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
b) Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
c) Programa das Nações Unidas para a Sustentabilidade.
d) Programa das Nações Unidas para os Recursos Naturais.
e) Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano.
Questão 3
52/222
4 - Na década de 1990, o planejamento ambiental foi incorporado em qual 
política pública de desenvolvimento urbano?
a) Plano de Bacias Hidrográficas.
b) Plano de Unidades de Conservação.
c) Plano de Zoneamento.
d) Plano Plurianual.
e) Plano Diretor.
Questão 4
53/222
5 - Visando à sustentabilidade, o planejamento ambiental geralmente con-
sidera os critérios a longo prazo, mas busca estabelecer também medidas 
a curto e médios prazos. Marque a alternativa correta que explica esta afir-
mação.
a) Este procedimento pretende reorganizar o espaço, paulatinamente, para que não apenas 
no presente, mas também no futuro, as fontes e meios de recursos sejam usados e manejados 
de forma a responderem pelas necessidades da sociedade.
b) O planejamento ambiental considera as informações primárias no estabelecimento de 
suas diretrizes.
c) Este procedimento pretende reorganizar o espaço, rapidamente, para que apenas no 
presente, e não no futuro, as fontes e meios de recursos sejam usados e manejados de forma a 
responderem pelas necessidades da sociedade.
d) O planejamento ambiental considera as informações secundárias no estabelecimento de 
suas diretrizes.
e) Este procedimento pretende reorganizar o espaço, paulatinamente, para que apenas no 
presente, as fontes e meios de recursos sejam usados e manejados de forma a responderem 
pelas necessidades da sociedade.
Questão 5
54/222
Gabarito
1. Resposta: C.
A publicação do livro Primavera Silenciosa 
da Americana Raquel Carson, em 1962, 
teve importante papel na conscientização 
da sociedade em relação aos riscos e 
comprometimento da qualidade do meio 
ambiente e seus efeitos na saúde humana. 
Carson aborda a magnificação biológica de 
moléculas de inseticidas sintéticos clorados 
demonstrando que agrotóxicos utilizados 
nas doses recomendadas poderiam se 
concentrar na cadeia alimentar, causando 
problemas aos organismos que ocupam 
níveis mais elevados da escala trófica, entre 
eles o ser humano (PHILIPPI JR, 2014).
2. Resposta: E.
Um primeiro grande momento histórico 
que merece sua citação foi a criação da 
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 
1946, logo após o final da Segunda Grande 
Guerra e nos anos seguintes, onde o debate 
se iniciava em torno da contaminação de 
ambientes naturais vinda das atividades 
industriais, como o smog em Londres.
3. Resposta: B.
Na reunião de Estocolmo 1972, criou-se 
o PNUMA (Programa das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente), com o objetivo 
de gerenciar as atividades de proteção 
ambiental, e o Fundo Voluntário para o 
Meio Ambiente.
55/222
4. Resposta: E.
Na década de 1990, o planejamento 
ambiental foi incorporado aos planos 
diretores municipais. Foi a partir desses 
trabalhos que se obtiveram as informações 
mais contundentes sobre qualidade 
de vida, desenvolvimento sustentável, 
sociedade e meio ambiente, promovidas 
pela preocupação com o ser humano.
5. Resposta: A.
Para Santos (2007), visando à 
sustentabilidade, o planejamento 
ambiental geralmente considera os 
critérios a longo prazo, mas busca 
Gabarito
estabelecer também medidas a curto e 
médio prazos. Este procedimento pretende 
reorganizar o espaço, paulatinamente, para 
que não apenas no presente, mas também 
no futuro, as fontes e meios de recursos 
sejam usados e manejados de forma 
a responderem pelas necessidades da 
sociedade. E, tais necessidades conciliam-
se na produção e distribuição de alimento, 
água, matéria-prima, energia e bens de 
consumo na construção de moradias e 
instalações, na disposição e tratamento 
de resíduos, na criação e manutenção de 
sistema de circulação e acesso, na criação 
e manutenção de espaços verdes, na 
promoção da educação e desenvolvimento 
cultural.
56/222
Unidade 3
Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental
Objetivos
1. Identificar, por meio do planejamento 
ambiental, o que é essencial e representativo 
da realidade.
2. Entender a natureza, as características, a 
função e o funcionamento do todo.
3. Estudar as principais etapas, estruturas e 
instrumentos de planejamento ambiental com 
vistas à construção do próprio planejamento 
ambiental pelo aluno.
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental57/222
Introdução
No dia a dia, muitas vezes você nem percebe, mas está planejando tudo a cada segundo, 
a cada passo que é dado na rua. É isto mesmo que você está pensando agora, sempre 
planejamos, mesmo que de forma inconsciente. Fazemos isto como forma de sobrevivência 
neste mundo contemporâneo onde o que é verdadeiro ou correto já não é mais daqui alguns 
momentos, obrigando-nos a cada instante planejar novamente nossas ações e “caminhos”. 
Desta forma, você é o convidado especial para o conhecimento das estruturas de organização 
e funcionamento do planejamento ambiental, instrumento fundamental nos sistemas de 
gestão ambiental que você utilizará no seu curso de pós-graduação e principalmente na vida 
profissional.
Para estudar os sistemas ambientais, cujos elementos estão em permanente interação, 
exige-se como ferramenta a interação entre várias disciplinas, para que cada uma delas, em 
articulação com as demais, apresente resultados e interpretações que levem ao diagnóstico do 
sistema estudado. Desta forma, os métodos e técnicas de análise ambiental devem absorver a 
interdisciplinaridade como um pressuposto, o que, do ponto de vista dos participantes, exige 
profissionais de várias especialidades atuando em conjunto, numa equipe multidisciplinar 
(MAGLIO & PHILIPPI JR, 2010). 
Embora existam diversas formas e fontes bibliográficas para citar a descrição das etapas de 
planejamento ambiental, neste texto utilizou-se as etapas descritas na obra “Construindo o 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental58/222
desenvolvimento local sustentável”, de 
autoria de Sérgio C. Buarque (2008), que 
aborda o planejamento ambiental para 
uma localidade específica, neste caso o 
município.
1. Estrutura organizacional para 
o planejamento ambiental
O processo de planejamento se divide em 
quatro etapas sequenciais,interligadas e 
continuadas: o conhecimento da realidade, 
a tomada de decisões, a execução do 
plano e, finalmente, o acompanhamento, 
o controle e a avaliação das ações 
(CARVALHO, 1997 apud BUARQUE, 2008).
As duas primeiras etapas do processo de 
planejamento – conhecimento e tomada de 
decisões – constituem a fase de elaboração 
propriamente dita dos planos de 
desenvolvimento local, que definem o que 
será executado, expresso pelo documento 
ou produto (plano de desenvolvimento). 
Entretanto, devem ser definidos nessa fase 
os elementos básicos para a execução e o 
acompanhamento do plano, que se iniciam, 
efetivamente, imediatamente após a sua 
aprovação pela sociedade. Na realidade, 
um dos componentes centrais do plano 
que será, portanto, produzido nessas duas 
etapas, será a formulação de um modelo 
de gestão, que representa o sistema de 
organização da sociedade e dos agentes 
públicos para as duas etapas seguintes: a 
execução e o acompanhamento do plano.
De forma resumida e sistemática, 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental59/222
apresenta-se, a seguir, a sequências das 
atividades de elaboração do plano.
a. Conhecimento da realidade: para 
tomar decisões fundamentadas e 
consistentes, é necessário, antes de 
tudo, compreender a realidade da 
localidade, deve passar, de alguma 
forma e com diferentes níveis de 
profundidade e rigor técnico, pelos 
seguintes procedimentos sequenciais 
e complementares:
• Delimitação do objeto: o processo 
de trabalho deve se iniciar com 
a delimitação da localidade (ou 
comunidade) que se pretende 
planejar: seus limites físico-
geográficos e institucionais, as 
relações estruturais das variáveis 
determinantes e as relações da 
localidade com seu contexto 
socioeconômico, ambiental e 
político-institucional (onde está 
situada a localidade?).
• Diagnóstico: O diagnóstico 
consiste na compreensão da 
realidade atual da localidade 
e dos fatores internos que 
estão amadurecendo e que 
podem facilitar ou dificultar o 
desenvolvimento local. Para se 
perceberem as condições atuais 
da localidade, é importante se 
analisar o processo de evolução 
recente da realidade, que 
sintetiza a história da localidade 
e os fatores que explicam o seu 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental60/222
desempenho. Para incorporar 
as concepções contemporâneas 
de desenvolvimento – 
desenvolvimento sustentável –, o 
diagnóstico deve tratar a realidade 
de forma multidisciplinar, 
procurando observar e confrontar 
os componentes ou dimensões 
econômica, sociocultural, 
ambiental, tecnológica e político-
institucional. Toda análise e 
reflexão deve convergir para 
a identificação dos principais 
problemas e potencialidades 
locais, o que é insatisfatório na 
realidade ou está impedindo o 
desenvolvimento (problemas) 
e o que pode facilitar o 
desenvolvimento local 
(potencialidades). O que a 
sociedade não aceita e pretende 
modificar na realidade? O 
que emperra e estrangula o 
desenvolvimento local? E, quais 
as grandes potencialidades e 
condições da localidade para 
alavancar o desenvolvimento?
• O diagnóstico deve combinar 
e confrontar o levantamento e 
análise técnica da realidade com 
a visão da sociedade – fazendo 
interagir as diferentes percepções 
dos atores sociais – sobre a 
situação local, seus principais 
problemas e potencialidades 
internas. Deve-se estabelecer 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental61/222
uma negociação das duas 
percepções da realidade, bastante 
distintas, mas complementares, 
cotejando os interesses e desejos 
da sociedade com os limites e as 
possibilidades técnicas.
• Prognósticos: o prognóstico 
busca antecipar possíveis 
desdobramentos futuros da 
realidade e, principalmente, do 
seu contexto externo, informação 
importante para dimensionar as 
possibilidades de realização dos 
desejos da sociedade e, portanto, 
para formulação da estratégia de 
desenvolvimento local. Trata-se, 
nesse caso, de compreender em 
que condições se situa a localidade 
e para onde ela tenderia a evoluir, 
destacando as tendências 
prováveis dos processos externos, 
ressaltando aqueles de maior 
impacto sobre a realidade local. 
O prognóstico deve, assim, 
identificar as oportunidades 
que o contexto abre e oferece 
para o desenvolvimento local, 
e os fatores externos que 
podem constituir ameaças 
ao seu desenvolvimento. As 
alternativas futuras do contexto 
procuram interpretar para onde 
deve evoluir, provavelmente, 
o contexto socioeconômico e 
político-institucional em que 
está inserida a localidade. É, 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental62/222
portanto, uma expressão do 
cruzamento dos determinantes 
externos com os condicionantes 
internos, com diferentes hipóteses 
de comportamento futuro. 
Dependendo dessas hipóteses, 
a localidade pode caminhar 
para diferentes alternativas de 
desenvolvimento futuro, que 
delimitam as possibilidades 
de realização dos desejos da 
sociedade.
b. Tomada de decisões: Esta etapa 
do processo de planejamento 
trata das efetivas escolhas da 
sociedade sobre o seu futuro 
e, principalmente, das ações 
necessárias e viáveis para se 
promover o desenvolvimento 
local. Como apresentado a seguir, 
as decisões se manifestam por meio 
de um conjunto de fatores que irão 
compor o plano de desenvolvimento:
• Visão do futuro: a primeira 
definição importante da sociedade 
local diz respeito ao futuro 
desejado: aonde se pretende 
chegar com a implementação de 
um plano, o que se define por meio 
de uma descrição qualitativa e 
quantitativa da realidade futura. 
A visão do futuro se manifesta em 
três subconjuntos diferenciados 
(visão do futuro, objetivos e 
metas). O primeiro apresenta 
o estado futuro desejado pela 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental63/222
sociedade, atemporal e livre de 
restrições, sinalizando para uma 
imagem objetivo a longo prazo 
que serve de referência para as 
decisões estratégicas.
• Considerando a realidade atual 
e o futuro desejado, podem 
ser definidos os objetivos que 
serão perseguidos pelo plano de 
desenvolvimento, expressando 
o desenho da situação futura 
desejada e possível de alcançar 
no horizonte do plano (o que se 
pretende e se pode alcançar e 
aonde se quer chegar no futuro?). 
Na verdade, os objetivos são uma 
descrição qualitativa do futuro 
desejado para um determinado 
prazo.
• Por outro lado, as metas 
representam a quantificação 
dos objetivos, explicitando 
os resultados quantificáveis 
pretendidos e que podem ser 
gerados com a estratégia do plano 
em determinados prazos.
• Formulação das opções 
estratégicas: a estratégia é um 
conjunto selecionado de ações 
convergentes e articuladas 
capazes de transformar a 
realidade, de modo a construir 
o futuro desejado e, portanto, 
viabilizar os objetivos e as 
metas definidas pela sociedade. 
Assim, as opções estratégicas 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental64/222
identificam as ações capazes 
de enfrentar e contornar os 
problemas e estrangulamentos 
centrais e de explorar as principais 
potencialidades locais, de modo 
a aproveitar as oportunidades 
externas e a permitir a defesa 
diante de prováveis ameaças.
• Elaboração dos programas e 
projetos: o passo seguinte no 
processo decisório deve levar à 
formulação das ações concretas 
e operacionais. Dessa forma, 
a elaboração dos programas e 
projetos representa uma síntese 
consistente e integradora dos 
processos agregados – formulação 
das opções estratégicas – e 
desagregados – que detalham a 
estratégia na definição de ações 
por dimensão para enfrentaros problemas e explorar as 
potencialidades econômicas, 
socioculturais, ambientais, 
tecnológicas e político-
institucionais.
• Como todas as etapas do processo 
de planejamento, os programas 
resultam em um processo 
combinado de análise técnica, 
formulação política e visão da 
sociedade, incluindo as múltiplas 
e diferenciadas aspirações desta 
última, procurando analisar a 
sua consistência e viabilidade e 
sua relação com as definições 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental65/222
programáticas e técnicas.
• Definição dos instrumentos: para 
a implementação da estratégia 
com suas políticas, programas 
e projetos, devem ser definidos 
e viabilizados instrumentos 
(meios financeiros, legais, 
organizacionais, institucionais) 
com que se pode e se deve 
contar para a efetiva execução 
do plano. Particularmente os 
instrumentos financeiros devem 
ser sistematizados em uma matriz 
de fontes e usos que distribua os 
recursos nas áreas programáticas, 
organizando os já existentes, 
os que podem ser captados e 
os que devem ser criados. Os 
instrumentos procuram definir, 
portanto, os meios financeiros, 
fiscais, organizacionais e 
institucionais, legais e políticos 
com que se pode e se deve atuar 
para a efetiva execução das ações 
locais.
• Para definição dos instrumentos 
gerais devem ser realizados os 
seguintes procedimentos: (Análise 
dos meios requeridos; Análise 
dos diversos instrumentos, 
fontes de recursos, programas e 
projetos; Análise da pertinência e 
adequação; Análise da viabilidade 
financeira).
• Formulação do modelo de 
gestão: O modelo de gestão 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental66/222
é o sistema institucional e a 
arquitetura organizacional 
adequados e necessários para 
se implementar a estratégia e 
o plano de desenvolvimento 
local, mobilizando e articulando 
os atores (organizações da 
sociedade) e agentes (instâncias 
públicas), com seus diversos 
instrumentos, e assegurando 
a participação da sociedade 
no processo, para a execução e 
acompanhamento das ações.
• Trata-se da definição da forma 
como a sociedade e o Estado 
(setor público) devem se organizar 
para a implementação das ações, 
da gestão dos instrumentos e 
programas, e para avaliação dos 
seus resultados.
• O sistema deve estruturar e 
distribuir as responsabilidades dos 
agentes e atores para a execução 
das diversas tarefas e atividades, 
expressas, de forma sintética, 
em uma matriz institucional, que 
distribui as responsabilidades 
e atividades entre os atores 
e agentes públicos (incluindo 
os indicadores de avaliação e 
acompanhamento), de modo a 
comprometer a sociedade numa 
situação de corresponsabilidade e 
reforçar o controle social sobre o 
processo.
• Por outro lado, deve explicitar 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental67/222
os mecanismos e as 
instâncias de participação 
da sociedade e dos atores 
sociais no acompanhamento 
e na implementação do 
plano, assegurando o sistema 
participativo de gestão.
• Construção da adesão e 
sustentabilidade políticas: o 
conjunto das atividades definidas 
para elaboração do plano deve 
gerar elementos suficientes para 
compor uma versão do documento 
que expresse a estratégia de 
desenvolvimento sustentável. 
Entretanto, para que esse 
documento tenha uma base sólida 
de sustentação na sociedade e nos 
parceiros, é necessário que passe 
por vários ciclos de discussão 
estruturada com a sociedade, para 
ir construindo a aderência política 
dos atores. Para tanto, devem 
ser implementadas a seguintes 
subatividades: (Distribuição 
de documento preliminar para 
as instâncias; Discussões e 
formulações da sociedade; 
Discussão na instância política 
mais agregada; construção de uma 
agenda de compromissos e revisão 
e produção da versão final).
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental68/222
2. Instrumentos de planejamen-
to ambiental
O planejamento ambiental pode se 
apresentar sob diferentes formas de 
expressão. A escolha de um determinado 
instrumento deve ocorrer em função dos 
objetivos, objeto e tema central enfocados.
Deve considerar a adequação de sua 
estrutura e conteúdo, do espaço político-
territorial visado, do detalhamento previsto 
para as proposições e do tempo disponível 
para execução. Em diversos casos, 
trabalhos com Zoneamentos, Estudos 
de Impacto Ambiental, Planos de Bacias 
Hidrográficas, Planos Diretores Ambientais, 
Planos de Manejo ou Áreas de Proteção 
Ambiental, entre outros, são apresentados 
como sinônimos de planejamento 
ambiental.
Link
Zoneamentos - elencado como um dos 
instrumentos da Política Nacional do Meio 
Ambiente (Lei federal nº 6.938/1981), o 
termo, posteriormente, quando da edição do 
decreto federal nº 4.297/2002, evolui para 
zoneamento ecológico-econômico (ZEE). 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/
gestao-territorial/zoneamento-territorial/
item/8188>. Acesso em: 11 jun. 2015.
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental69/222
Link
Estudos de Impacto Ambiental - é o conjunto de relatórios técnicos destinados a instruir o processo de 
licenciamento. Os relatórios são elaborados por equipe multidisciplinar, habilitada e independente, com 
base em Instruções Técnicas (IT´s) específicas. Disponível em: <http://www.inea.rj.gov.br/Portal/
MegaDropDown/Licenciamento/EstudoImpAmbReldeImpactoAmb/index.htm&lang=>. 
Acesso em: 11 jun. 2015.
Para saber mais
Planos de Bacias Hidrográficas - O objetivo geral do planejamento em recursos hídricos é garantir 
o bem-estar das pessoas em um ambiente ecologicamente sadio, incluindo esperança individual e 
coletiva de desenvolvimento sustentável. O objetivo geral de um plano de bacia é a compatibilização 
entre oferta e demanda de água, em quantidade e qualidade, para todos os pontos da bacia 
hidrográfica. Disponível em: <http://www.agenciapcj.org.br/novo/instrumentos-de-gestao/
plano-de-bacias>. Acesso em: 11 jun. 2015.
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental70/222
Para saber mais
Planos Diretores Ambientais – ler o artigo “Política Ambiental Municipal: importância do Plano 
Diretor em normatizar a ocupação e expansão urbana no que tange ao desenvolvimento sustentável 
e recuperação ambiental”. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_
link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11872>. Acesso em: 11 jun. 2015.
Para saber mais
Planos de Manejo - O manejo e gestão adequados de uma Unidade de Conservação devem estar 
embasados não só no conhecimento dos elementos que conformam o espaço em questão, mas também 
numa interpretação da interação destes elementos. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/
portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/planos-de-manejo.html>. Acesso em: 11 jun. 
2015.
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental71/222
Essas formas deveriam, na realidade, 
ser chamadas de instrumentos do 
planejamento ambiental, se atuam sobre o 
meio natural e atividades produtivas ou se 
atuam como caminho e recurso dirigidos 
a alcançar objetivos e metas específicos, 
e, ainda, se estão baseados em sua função 
ou utilidade e observam as formalidades e 
limites de suas atribuições particulares.
A primeira questão a ser inquirida pelo 
planejador é se o instrumento selecionado 
representa um processo de planejamento 
ambiental, com uma estrutura composta 
das fases consideradas imprescindíveis, 
que englobam desde a proposição do 
objetivo e seleção da área a propostas que 
materializam as alternativas selecionadas 
ou a estratégia adotada. Um simples 
exemplo é o zoneamento territorial,comumente citado como um instrumento 
do planejamento.
O zoneamento compõe-se das fases de 
inventário e diagnóstico, que resultam na 
definição de áreas que compartimentam os 
diversos sistemas ambientais componentes 
do espaço estudado.
As zonas supostamente homogêneas 
referem-se às áreas identificadas 
numa paisagem (por exemplo, bacias 
hidrográficas) passíveis de ser delimitadas 
no espaço e na escala adotada e que 
possuem estrutura e funcionamento 
semelhantes. São definidas por 
agrupamentos das variáveis (componentes, 
fatores e atributos ambientais) que 
apresentam alto grau de associação 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental72/222
dentro da paisagem. Diferentes zonas 
homogêneas exibem significativa 
diferenciação entre os grupos de variáveis. 
Em outras palavras devem-se reconhecer 
com clareza as similaridades dos 
elementos componentes de um grupo e, 
simultaneamente claras definições entre os 
grupos.
Estas zonas precisam considerar as 
potencialidades, vocações e fragilidades 
naturais, identificar os impactos, bem 
como expressar as relações sociais e 
econômicas do território. De forma 
geral, os zoneamentos ambientais 
são apresentados na forma de mapas 
temáticos, matrizes ou índices ambientais. 
Deve-se destacar que, no Brasil o 
zoneamento é muito usado pelo Poder 
Público como instrumento legal, para 
implementar normas de uso do território 
nacional. No entanto, o reconhecimento 
dessas áreas, que se restringe a analisar 
o ambiente e classificar seus atributos, 
é somente um suporte para um 
planejamento ambiental, necessitando 
de complementações metodológicas que 
conduzam a orientações para o uso desses 
espaços dentro de cenários temporais.
Entre todas as considerações feitas, um 
aspecto crucial que os planejadores devem 
lembrar é que, seja qual for o instrumento 
de planejamento ambiental escolhido, 
sempre se trabalha com um recorte 
da realidade do espaço e, portanto, a 
complexidade e as relações do meio são 
simplificadas e generalizadas. O melhor 
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental73/222
desempenho está na identificação de 
objetivos abrangentes e concretos, do 
instrumento correto, das variáveis que 
representam mais fielmente as principais 
relações existentes e dos problemas 
fundamentais no cenário real e futuro do 
espaço planejado.
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental74/222
Glossário
Sistemática - Ação ou efeito de sistematizar; sistematização. Biologia. Ciência que caracteriza, 
sistematiza e/ou classifica os seres vivos. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/
sistematica/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Cotejar - Confrontar, comparar. Comparar, pôr em paralelo. (Fonte: Disponível em: <http://
www.dicio.com.br/cotejar/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Atemporal - Que não pode ser controlado pelo tempo; que não se adequa a qualquer tempo; 
que não faz parte de um tempo determinado; intemporal: livro atemporal. (Fonte: Disponível 
em: <http://www.dicio.com.br/atemporal/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Mobilizar - Dar movimento a, movimentar. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/
mobilizar/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Articular - Unir pelas juntas, juntar pelas articulações. Suceder-se numa ordem crescente: as 
partes de uma exposição que se articulam bem. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.
br/articular/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Matriz - Lugar onde alguma coisa se gera ou se cria; fonte, manancial. Disposição ordenada 
de um conjunto de elementos estatísticos. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/
matriz/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental75/222
Glossário
Instância - Qualidade daquilo que é iminente; particularidade do que pode acontecer a 
qualquer momento; atributo do que está prestes a... (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.
com.br/instancia/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Enfocado - Que se pôs em foco. Visto conforme uma acepção. (Fonte: Disponível em: <http://
www.dicio.com.br/enfocado/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Imprescindível - que não se pode dispensar ou renunciar. Que não se pode prescindir, 
renunciar ou dispensar. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/imprescindivel/>. 
Acesso em: 11 jun. 2015).
Comumente - De maneira comum, ordinária; de modo vulgar. Em que há frequência ou de 
modo habitual. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/comumente/>. Acesso em: 
11jun. 2015).
Inventário - Listagem detalhada mercadorias, produtos etc. Caracterização pormenorizada de 
alguma coisa. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/inventario/>. Acesso em: 11 jun. 
2015).
Questão
reflexão
?
para
76/222
Você observou que existem diversos instrumentos de 
planejamento ambiental que podem ser utilizados para resolução 
das questões ambientais atuais. Provavelmente em conjunto 
com o Zoneamento Ecológico-Econômico, os Planos de Manejo 
de Unidades de Conservação no Brasil sejam os principais e mais 
bem estudados e implementados. Desta forma, acesse o link 
do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade: 
<http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-
de-conservacao/planos-de-manejo.html> e aprofunde seus 
conhecimentos sobre este instrumento, analisando um dos 
diversos planos de manejo de unidades de conservação existentes 
no país.
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Considerações Finais
 » Identifica-se que para cumprir suas etapas, o planejamento ambiental, 
de forma geral, apresenta-se como um processo, ou seja, é elaborado 
em fases que evoluem sucessivamente, sendo o resultado de uma a 
base ou os princípios para o desenvolvimento da etapa seguinte.
 » Ao se escolher um instrumento de planejamento ambiental, é 
inevitável refletir se o planejamento preocupa-se em administrar o 
recurso, ordenar o espaço, executar tarefas, manusear o meio, propor 
alternativas, implementar projetos, monitorar, controlar eventos, 
controlar doenças, garantir a perenidade do recurso, aproveitar e 
explorar o recurso, entre outras ações.
Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental78/222
Referências 
BUARQUE, S.C. Construindo o desenvolvimento local sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 
2008. 4ed. cap. 5. p. 95-120.
MAGLIO, I.C.; PHILIPPI JR, A. Planejamento ambiental: metodologia e prática de abordagem. In: 
PHILIPPI JR, A. Saneamento, saúde e ambiente. 1. ed. 2. reimpressão, Barueri, SP: Ed. Manole., 
2010. p. 663-688.
SANTOS, R. F. Planejamento ambiental: teoria e prática. 2. ed. v. 1. São Paulo: Oficina de 
Textos, 2007. 184p.
79/222
Aula 3 - Tema: Etapas, Estruturas e Instrumentos 
do Planejamento Ambiental – Parte I 
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
f6c89a775dc2a455190b1e168938b56d>.
Aula 3 - Tema: Etapas, Estruturas e 
Instrumentos do Planejamento Ambiental – 
Parte II.
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
8f45ba95934ad63734f1d5e346264c32>. 
Assista a suas aulas
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1- Quais são as quatro etapas sequenciais, interligadas e continuadas que 
integram um planejamento?
a) O conhecimento da realidade, a tomada de decisões, a execução do plano e o 
acompanhamento e a coleta de dados primários, secundários e terciários.
b) O controle e a avaliação das ações, a coleta de dados primários, secundários e terciários, 
montagem da equipe de trabalho e, a participação da sociedade local.
c) O conhecimento da realidade, a tomada de decisões, a execução do plano e o 
acompanhamento e o controle e a avaliação das ações.
d) O controle e a avaliação das ações.

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