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GESTÃO PATRIMONIAL E LOGÍSTICA (79)

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GESTÃO DE MATERIAIS E DE PATRIMÔNIO NO 
SERVIÇO PÚBLICO 
 
 
 
 
 
 
 
DEZEMBRO / 2014 
 
 
 
 
 
 
Escola de Contas do Tribunal de Contas dos Municípios 
Estado de Goiás 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE MATERIAIS E DE PATRIMÔNIO NO SERVIÇO PÚBLICO 
Prof. Thiago Parísio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 Thiago Parísio é graduado em administração de empresas pela UFPE, pós-graduado em gestão de pessoas pela 
FAFIRE. É servidor concursado do Tribunal de Contas de Pernambuco desde 2005, exerceu a chefia da Divisão de 
Patrimônio entre 2008 e 2011, da Divisão de Compras entre 2012 e 2013, da Divisão de Materiais entre janeiro e 
setembro de 2014 e novamente da Divisão de Patrimônio da instituição a partir de outubro de 2014. (e-mail: 
gestaodepatrimonio2012@gmail.com) 
 2 
SUMÁRIO 
 
 
COMPRAS 
I Identificação de necessidades .......................................................................................... 5 
 1.1 Definições ........................................................................................................... 5 
 1.2 Evolução das compras ....................................................................................... 6 
1.3 Fluxo de compras ............................................................................................... 7 
 1.4 Escolha de fornecedores .................................................................................... 8 
 1.5 Desafios para o setor de compras ................................................................... 10 
 1.6 Centralização x Descentralização .................................................................... 10 
II Especificações ............................................................................................................... 11 
 2.1 Definições ......................................................................................................... 11 
 2.2 Elementos essenciais ....................................................................................... 11 
 2.3 Fontes .............................................................................................................. 12 
 2.4 Direcionamento ................................................................................................ 12 
 2.5 Padronização ................................................................................................... 13 
 2.6 Segmentação de produtos ............................................................................... 13 
III Modalidades de compras .............................................................................................. 15 
 3.1 Licitação ........................................................................................................... 15 
 3.2 Pregão (presencial ou eletrônico) .................................................................... 17 
 3.3 Compra por dispensa de licitação .................................................................... 20 
 3.4 Compra por inexigibilidade de licitação ............................................................ 24 
 3.5 Compra por adiantamento (suprimento individual) .......................................... 25 
 3.6 Sistema de Registro de Preços (SRP) ............................................................ 27 
IV Compras e gestão de contratos ................................................................................... 31 
 4.1 Aspectos fundamentais .................................................................................... 31 
 4.2 Formalização contratual ................................................................................... 31 
 4.3 Encargo e remuneração ................................................................................... 32 
 
MATERIAIS 
I Conceitos e definições .................................................................................................... 34 
 1.1 O que é gestão de materiais? .......................................................................... 34 
 3 
 1.2 Atividades da gestão de materiais ................................................................... 35 
II Previsão de demandas .................................................................................................. 36 
 2.1 O que é previsão de demandas? ..................................................................... 36 
 2.2 Padrões de demandas ..................................................................................... 36 
 2.3 Técnicas de previsão ....................................................................................... 37 
III Especificação de materiais ........................................................................................... 40 
IV Agrupamento e classificação ........................................................................................ 41 
V Controle de estoques .................................................................................................... 43 
 5.1 Gestão de estoques ......................................................................................... 43 
 5.2 Causas de erro em registros ............................................................................ 44 
 5.3 Classificação de estoques ................................................................................ 44 
 5.4 Classificação ABC ............................................................................................ 45 
 5.5 Outros métodos de controle ............................................................................. 47 
 5.6 Avaliação de estoques ..................................................................................... 49 
 5.7 Custos de estoques .......................................................................................... 52 
 5.8 Indicadores de estoques .................................................................................. 53 
VI Recebimento e distribuição .......................................................................................... 55 
 6.1 Recebimento .................................................................................................... 55 
 6.2 Distribuição ....................................................................................................... 56 
VII Movimentação e armazenagem .................................................................................. 58 
 7.1 Movimentação .................................................................................................. 58 
 7.2 Condições básicas do arranjo físico ................................................................. 59 
 7.3 Técnicas de estocagem ................................................................................... 60 
VIII Inventário .................................................................................................................... 64 
 8.1 O que é um inventário? .................................................................................... 64 
 8.2 Modalidades de inventário ............................................................................... 64 
 8.3 Tipos de inventário ........................................................................................... 65 
 8.4 Etapas do planejamento de inventário ............................................................. 65 
 8.5 Indicador de inventário ..................................................................................... 67 
 
PATRIMÔNIO 
I Conceitos e definições .................................................................................................... 68 
 1.1 Patrimônio público ............................................................................................68 
 4 
 1.2 O que é gestão patrimonial? ............................................................................ 69 
 1.3 Classificação de bens ...................................................................................... 70 
 1.4 Material de consumo x Material permanente ................................................... 71 
II Incorporações ................................................................................................................ 74 
 2.1 O que é incorporação? ..................................................................................... 74 
 2.2 Número patrimonial .......................................................................................... 76 
 2.2.1 Código de barras ........................................................................................... 77 
III Controle físico ............................................................................................................... 79 
 3.1 Modalidades de movimentação de bens .......................................................... 79 
 3.2 Movimentação centralizada x descentralizada ................................................. 80 
IV Manutenções ................................................................................................................ 82 
V Modalidades de desfazimento ....................................................................................... 84 
 5.1 Avaliação de bens para alienação ................................................................... 87 
 5.2 Irregularidades patrimoniais ............................................................................. 88 
VI Baixas ........................................................................................................................... 91 
 6.1 Casos especiais de baixas ............................................................................... 92 
VII Depreciações ............................................................................................................... 94 
 7.1 Métodos mais utilizados ................................................................................... 95 
VIII Inventário .................................................................................................................... 98 
 8.1 O que é um inventário? .................................................................................... 98 
 8.2 Modalidades de inventário ............................................................................... 98 
 8.3 Planejamento de um inventário ........................................................................ 99 
 8.4 Nova tecnologia: RFID ................................................................................... 100 
 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 102 
LEGISLAÇÃO ................................................................................................................. 103 
EXERCÍCIOS .................................................................................................................. 106 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
COMPRAS 
 
 
 
I IDENTIFICAÇÃO DE NECESSIDADES 
 
 
1.1 Definições 
 
De acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Ceará, 
planejar compras é “determinar objetivos relacionados a aquisições, mediante a definição, 
estudo e coordenação dos meios e recursos para atingi-los”. 
 
Ampliando o entendimento, o processo de contratação pública pode ser definido 
como “o conjunto de fases, etapas e atos estruturado de forma lógica para permitir que a 
Administração, a partir da identificação precisa da sua necessidade e demanda, possa 
definir com precisão o encargo desejado, minimizar seus riscos e selecionar, 
isonomicamente, se possível, a pessoa capaz de satisfazer a sua necessidade pela 
melhor relação benefício-custo” (Renato Geraldo Mendes, 2012). 
 
O grande desafio de uma aquisição bem feita é conseguir conciliar três atributos 
geralmente incompatíveis: celeridade, qualidade e preço. Um compra célere nem sempre 
é a mais econômica e ainda pode comprometer a qualidade do que se está adquirindo. 
Comprar bem, portanto, pode ser considerado “uma arte”. 
 
 6 
 Ao contrário do senso comum que enxerga compras como um ato de procura de 
bens e serviços para posterior suprimento à organização, a ―função‖ compras é mais 
complexa e demanda responsabilidades maiores como: 
 
 Garantir o efetivo suprimento de materiais e serviços, nas quantidades certas e nos 
prazos demandados pelos requisitantes; 
 Comprar com celeridade, qualidade e economia; 
 Planejar as aquisições; 
 Manter relação próxima com outras unidades organizacionais; 
 Manter um cadastro atualizado de fornecedores, garantindo um bom 
relacionamento com eles; e 
 Realizar um controle efetivo do processo de compras com uso de ferramentas 
gerenciais. 
 
Mesmo seguindo todos os procedimentos listados acima, nem sempre a aquisição 
é concluída com sucesso. Os principais motivos de uma compra ineficiente são: 
 
 Identificação de necessidades incompleta; 
 Especificação inadequada do item a ser adquirido; 
 Gestão de fornecedores ineficiente; e 
 Displicência no recebimento de materiais / gestão de contratos 
 
Como se vê, a função é ampla e não deve ser exclusiva do setor: sua atividade só 
será bem-sucedida se houver a colaboração de outros segmentos com o fornecimento 
dos insumos necessários. 
 
 
1.2 Evolução das Compras 
 
O processo de compras, assim como várias outras atividades, sofreu forte evolução 
nas últimas décadas, como mostra o quadro abaixo: 
 
 7 
COMPRA REATIVA (antes dos 
anos 80) 
COMPRA PROATIVA (após 
anos 80) 
Área de compras vista como 
centro de custos 
Área de compras deve adicionar 
valor 
Compradores respondem às 
condições de mercado 
Área de compras contribui para o 
desenvolvimento de mercado 
Os problemas são de 
responsabilidade do fornecedor 
Os problemas tem 
responsabilidade compartilhada 
Ênfase no hoje 
Ênfase estratégica que pode ser 
no longo prazo 
Negociações ganha-perde Negociações ganha-ganha 
Muitos fornecedores significam 
mais segurança 
Muitos fornecedores significam 
perda de oportunidade 
Estoques elevados significam 
mais segurança 
Estoques elevados significam 
desperdício 
Informação é poder 
Informação é valiosa se for 
compartilhada 
 
 
1.3 Fluxo de Compras 
 
1. Recebimento e análise de demandas 
As requisições tem origem no usuário final e devem conter informações 
essenciais como identificação do requisitante, justificativa para a compra, 
especificações do material (incluindo quantidade e unidade de medida), prazo 
necessário para a entrega e qualquer informação complementar que se fizer 
necessária. 
 
2. Realização de cotações 
Primeiramente, é necessário identificar fornecedores capazes de suprir a 
demanda com a agilidade necessária para que o setor de compras encaminhe 
solicitações de cotações por escrito. Com as informações devolvidas pelos 
fornecedores, as cotações são analisadas quanto ao preço, especificações e prazo 
de entrega. 
 
3. Análise de modalidade de aquisição 
 8 
Com base no orçamento disponível, é necessário definir a forma como o 
material será adquirido (compra direta ou processo licitatório). A decisão deverá ser 
autorizada por autoridade competente. 
 
4. Emissão do pedido de compra 
Cumpridas as etapas anteriores, o setor de compras deverá solicitar a 
emissão de nota de empenho. Quando recebê-la, deverá encaminhar cópia ao 
fornecedor selecionado e original ao setor responsável(almoxarifado ou 
patrimônio, conforme tipo de material) para o acompanhamento da entrega. 
 
5. Recebimento e aceitação do material 
O material deverá ser recebido, inspecionado e aceito ou não pelo setor 
responsável (almoxarifado, se material de consumo; e patrimônio, se material 
permanente). 
 
 
 
 
1.4 Escolha de Fornecedores 
 
A principal responsabilidade de compras é localizar bons fornecedores e negociar 
preços, o que nem sempre é fácil. Há três fontes básicas para se identificar estes 
fornecedores: 
 
Fonte única: apenas um fornecedor está disponível devido a patentes, 
especificações técnicas, matéria-prima, localização, entre outros. Em órgãos 
públicos, este tipo de contratação ocorre por inexigibilidade de licitação. 
 9 
Fonte múltipla: Mais de um fornecedor disponível para um item, garantindo 
competitividade. 
Fonte simples: Decisão planejada pela organização no sentido de selecionar um 
único fornecedor para um item quando existem várias fontes disponíveis no 
mercado para estabelecer parcerias de longo prazo. Esta situação não se aplica a 
órgãos públicos. 
 
Esta escolha de fornecedores, por exemplo, é complexa e fortemente influenciada 
por fatores como: 
 
 Habilidade técnica 
 Capacidade de produção 
 Confiabilidade 
 Serviço pós-venda 
 Localização do fornecedor 
 Preços e qualidade 
 
Garantir a cumplicidade entre as duas partes, de tal forma que as propostas sejam 
vantajosas para as organizações e as condições de fornecimento também sejam 
favoráveis aos fornecedores, é a base para um importante ativo intangível: o 
relacionamento positivo com parceiros comerciais. Por isso, é importante durante a 
negociação levar em consideração fatores como: 
 
 Preços 
 Prazos de entrega 
 Condições de pagamento 
 Fatores pós-vendas 
 Condições de reajustes dos preços 
 Garantias contratuais e respectivas extensões 
 Garantias de qualidade 
 Custos de transporte 
 Custos de embalagens ou introdução de embalagens especiais 
 Acréscimos ou reduções de quantidades 
 10 
1.5 Desafios para o Setor de Compras 
 
Para o setor público: 
 Aquisições lentas; 
 Baixa qualidade dos materiais; 
 Descumprimento de prazos de entrega; 
 Falta de materiais; 
 Ineficiência de fornecedores; 
 Insatisfação dos clientes internos; 
 
Para o comprador: 
 Tempo; 
 Qualidade; 
 Custo; e 
 Ciclo de vida dos produtos. 
 
1.6 Centralização x Descentralização 
 
Vantagens da centralização: 
 Oportunidade de negociar maiores quantidades; 
 Homogeneidade da qualidade das aquisições; e 
 Maior controle de materiais e estoques. 
 
Vantagens da descentralização: 
 Distância geográfica; 
 Tempo necessário para aquisição; e 
 Facilidade de diálogo com fornecedores. 
 
 
 
 
 11 
II ESPECIFICAÇÕES 
 
 
2.1 Definições 
 
De acordo com a Lei Nº 8.666/93, art. 15, as compras, sempre que possível, 
deverão: 
 
I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de 
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as 
condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas; 
II - ser processadas através de sistema de registro de preços; 
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda: 
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca; 
II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função 
do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que 
possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação; 
III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do 
material. 
 
2.2 Elementos Essenciais 
 
De maneira geral, é importante começar as especificações do produto “pelo que 
não se quer comprar” para chegar o mais próximo possível “do que se quer comprar”. 
Para isso é preciso definir: 
 
 Funcionalidades (tudo o que o produto faz e oferece); 
 Componentes (peças que entram na composição de um produto); 
 Forma e acabamento (cor, medidas, forma, peso, etc.); 
 Desempenho (rendimento de um material quando em uso); 
 Acessórios; 
 Dados complementares (embalagem, unidade de medida, certificações); 
 
 12 
Observação: 
Certificações não são previstas por lei, mas podem ser solicitadas como 
diferencial desde que sem caráter eliminatório. 
 
 
2.3 Fontes 
 
 Fornecedores (mercado); 
 Especialistas; 
 Sites especializados; 
 Catálogos impressos; 
 Bancos de dados de órgãos públicos; 
 
 
2.4 Direcionamento 
 
 De acordo com o Art. 3º da Lei 8.666/93, “é vedado aos agentes públicos: admitir, 
prever, incluir ou tolerar, nos atos convocatórios, cláusulas ou condições que 
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam 
preferências ou distinção”. 
 
 Conforme orienta o Manual de Licitações e Contratos do TCU – 4ª edição, 2010, “o 
estabelecimento de condições a que apenas um licitante possa atender leva ao 
direcionamento da licitação ou a um procedimento licitatório deserto ou fracassado”. 
 
O mesmo TCU, no Acórdão 2.300/2007, afirma ser aceitável o uso de MARCA 
desde que acompanhada dos termos SIMILAR ou EQUIVALENTE nas descrições de 
materiais, bem como reforça a necessidade de apresentação de laudos ou atestados para 
marcas diferentes das utilizadas como referência. 
 
 
 
 
 13 
Observação: 
 Apesar de a lei proibir o gestor de indicar marcas ou características 
exclusivas, não é impedido que uma aquisição seja realizada com base em 
especificações de marcas e modelos para manutenção de padrões previamente 
definidos e alheios à sua vontade pessoal (exemplos: pisos e revestimentos de 
uma unidade). 
 
 
2.5 Padronização 
 
Vantagens: 
 Redução do trabalho da área de compras; 
 Simplificação de materiais; 
 Redução de itens, quantidades e custos de estoque; 
 Maior qualidade e uniformidade 
 
Desvantagens: 
 Padrão imutável; 
 Não acompanhamento da evolução dos produtos; 
 
 
2.6 Segmentação de produtos 
 
É possível classificar os produtos de acordo com o público-alvo a que se destinam 
e facilitar a identificação daqueles mais adequados às necessidades de quem realizará a 
aquisição. Não se devem tratar todos os produtos de uma mesma forma, já que cada um 
possui características e funcionalidades distintas e ainda detém uma imagem diferenciada 
perante o mercado consumidor. 
 
Eis um exemplo de segmentação para aquisição de um veículo de representação: 
 
 
 14 
PRODUTO: Automóvel, tipo sedã médio 
FABRICANTE / MARCA 
CLASSE 
A B C 
Audi A4 
BMW Série 3 
Mercedes-Benz Classe C 
Honda Civic 
Toyota Corolla 
Chevrolet Cruze 
VW Jetta 
Renault Fluence 
JAC J5 
Lifan 620 
 
PRODUTO: Automóvel, tipo sedã médio 
CLASSE 
MARCA 
VALOR MÉDIO 
(R$) 
A 
Audi, BMW, Mercedes-
Benz 130.000 
B 
Honda, Toyota, Chevrolet, 
VW, Renault 70.000 
C JAC, Lifan 55.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
III ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO (MODALIDADES DE 
COMPRAS) 
 
 
3.1 Licitação 
 
São modalidades de licitação (Lei 8.666/93, Art. 22): 
 
 Tomada de preços 
Modalidade entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem 
a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data 
do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. 
É determinada para obras e serviçosde engenharia no valor de até R$ 
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil reais) como também para compras e 
serviços no valor de até R$ 650.000 (seiscentos e cinquenta mil reais). 
 
 Concorrência 
Modalidade entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação 
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no 
edital para execução de seu objeto. 
É determinada para obras e serviços de engenharia de valor acima de R$ 
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil reais) como também para compras e 
serviços acima de R$ 650.000 (seiscentos e cinquenta mil reais). 
 
 Convite 
Modalidade entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, 
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela 
unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento 
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente 
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e 
quatro) horas da apresentação das propostas. 
 16 
É determinada para obras e serviços de engenharia no valor de até R$ 
150.000 (cento e cinquenta mil reais) como também para compras e serviços no 
valor de até R$ 80.000 (oitenta mil reais). 
 
Observações: 
- Existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo 
convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, 
no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados 
nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) (Art. 22, § 6º) 
- Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos 
convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos, 
essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena 
de repetição do convite. (Art. 22, § 7º) 
 
 Concurso 
Modalidade entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, 
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos 
vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial 
com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 
 
 Leilão 
Modalidade entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis 
inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou 
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem 
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada 
pela Lei nº 8.883, de 1994) 
 
São tipos de licitação (Lei 8.666/93, Art. 45): 
 
 Menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a 
Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta 
de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; 
 Melhor técnica; 
 17 
 Técnica e preço; e 
 Maior lance ou oferta - nos casos de alienção de bens ou concessão de direito real 
de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 
 
“Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o 
disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os 
fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando obrigatoriamento o tipo de licitação 
„técnica e preço‟, permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em 
decreto do Poder Executivo.” (Lei 8666/93, Art. 45, § 4º) 
 
Observação: 
Melhor Técnica ou Técnica e Preço são tipos que deverão ser utilizados 
exclusivamente para “serviços de natureza predominantemente intelectual, em 
especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e 
gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a 
elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, 
ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior”. (Lei 8666/93, Art. 46) 
 
 
3.2 Pregão (Presencial ou Eletrônico) 
 
Pregão presencial 
 
Modalidade de licitação instituída pela Medida Provisória Nº 2.026 (04 de maio de 
2000) e regulamentada pela Lei Nº 10.520 (17 de julho de 2002) para aquisição de bens e 
serviços comuns (oferecidos por diversos fornecedores e facilmente comparáveis entre si 
– Decreto Nº 3.555 de 8 de agosto de 2000) em que a disputa pelo fornecimento é feita 
em sessão pública, por meio de propostas e lances, para classificação e habilitação do 
licitante que ofertar a proposta de menor preço. 
 
A convocação de interessados deverá levar em consideração o valor estimado para 
a aquisição de bens e serviços (Decreto Nº 3.555, de 8 de agosto de 2000, Art. 11): 
 
 18 
Até R$ 160.000 (cento e sessenta mil reais): 
- Diário Oficial da União / Estado; e 
- Meio eletrônico (internet) 
Acima de R$ 160.000 (cento e sessenta mil reais) até R$ 650.000 (seiscentos e cinquenta 
mil reais): 
- Diário Oficial da União / Estado; 
- Meio eletrônico (internet); e 
- Jornal de grande circulação local 
Acima de R$ 650.000 (seiscentos e cinquenta mil reais): 
- Diário Oficial da União / Estado; 
- Meio eletrônico (internet); e 
- Jornal de grande regional ou nacional 
 
Observação: 
O pregão (presencial ou eletrônico) não é válido para a contratação de obras 
e serviços de engenharia, as locações imobiliárias e as alienações em geral. 
 
Pregão eletrônico 
 
Modalidade de licitação regulamentada pelo Decreto Nº 5.450 (31 de maio de 
2005) para a aquisição de bens e serviços comuns em que a disputa pelo fornecimento é 
feita à distância em sessão pública com o uso de sistema que promova a comunicação 
pela internet (http://www.comprasnet.gov.br/). 
 
Observação: 
A partir da publicação do Decreto Nº 5.504 (05 de agosto de 2005) ficou 
estabelecido que será exigida a utilização de pregão, preferencialmente na forma 
eletrônica para entes públicos ou privados, nas contratações de bens e serviços 
comuns, realizadas em decorrência de transferências voluntárias de recursos 
públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos congêneres, ou 
consórcios públicos. 
 
 19 
Assim como no pregão presencial, a convocação de interessados deverá levar em 
consideração o valor estimado para a aquisição de bens e serviços (Decreto Nº 5.450, de 
31 de maio de 2005, Art. 17), mas para o pregão eletrônico os limites são maiores: 
 
Até R$ 650.000 (seiscentos e cinquenta mil reais): 
- Diário Oficial da União / Estado; e 
- Meio eletrônico (internet) 
Acima de R$ 650.000 (seiscentos e cinquenta mil reais) até R$ 1.300.000 (um milhão e 
trezentos mil reais): 
- Diário Oficial da União / Estado; 
- Meio eletrônico (internet); e 
- Jornal de grande circulação local 
Acima de R$ 1.300.000 (um milhão e trezentos mil reais): 
- Diário Oficial da União / Estado; 
- Meio eletrônico (internet); e 
- Jornal de grande regional ou nacional 
 
Vantagens do pregão eletrônico: 
- Agilidade (inversão de fases); 
- Transparência (evita arranjos entre concorrentes); 
- Preservação do sigilo das informações e da integridade de agentes públicos e 
licitantes; 
- Independência em relação ao valor estimado; 
- Redução de custos do processo; 
 
Desvantagens do pregão eletrônico: 
- Dificuldades tecnológicas; 
- Segurança da informação; 
- Restrição de competitividade (situação de pequenos fornecedores); 
 
 
 
 
 20 
3.3 Compra por Dispensa de Licitação 
 
É dispensável a licitação (Lei 8.666/93, art. 24): 
 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite 
previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior (valor de R$ 15.000), desde 
que não se refiram a parcelas de uma mesmaobra ou serviço ou ainda para obras 
e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas 
conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite 
previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior (valor de R$ 8.000) e para 
alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de 
um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de 
uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada 
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou 
comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros 
bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao 
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e 
serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias 
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou 
calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; 
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, 
não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, 
todas as condições preestabelecidas; 
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou 
normalizar o abastecimento; 
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente 
superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os 
fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo 
único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação 
 21 
direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de 
preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48) 
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens 
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a 
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data 
anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o 
praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos 
casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de 
Defesa Nacional; (Regulamento) 
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades 
precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização 
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de 
mercado, segundo avaliação prévia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em 
consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação 
da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante 
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; 
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo 
necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas 
diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou 
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de 
instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada 
detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; 
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional 
específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas 
forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei 
nº 8.883, de 1994) 
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de 
autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do 
órgão ou entidade. 
 22 
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da 
administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de 
serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou 
entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; 
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou 
estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de 
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal 
condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído 
pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, 
embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando 
em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades 
diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de 
adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a 
normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao 
limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 
8.883, de 1994) 
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de 
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a 
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos 
e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;(Incluído pela Lei 
nº 8.883, de 1994) 
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins 
lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração 
Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que 
o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei 
nº 8.883, de 1994) 
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa 
científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo 
CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq 
para esse fim específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) 
 23 
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás 
natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da 
legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) 
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia 
mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, 
prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível 
com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) 
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as 
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, 
para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 
1998) 
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por 
agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de 
direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, 
de 2004) 
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com 
entidade de sua administração indireta, para a prestaçãode serviços públicos de 
forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em 
convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos 
sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta 
seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas 
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder 
público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos 
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação 
dada pela Lei nº 11.445, de 2007). 
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, 
que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, 
mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima 
do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007). 
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos 
contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações 
de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do 
 24 
fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela 
Lei nº 11.783, de 2008). 
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou 
sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão 
rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na 
Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela 
Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência 
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 
3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os 
princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 
2010) 
 
Parágrafo único: Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo 
serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios 
públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação 
qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 
11.107, de 2005) 
 
 
3.4 Compra por Inexigibilidade de Licitação 
 
É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial (Lei 
8.666/93, art. 25): 
 
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser 
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a 
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de 
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a 
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, 
ou, ainda, pelas entidades equivalentes; 
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de 
natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a 
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; 
 25 
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou 
através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou 
pela opinião pública. 
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito 
no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, 
experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros 
requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é 
essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do 
contrato. 
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado 
superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública 
o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo 
de outras sanções legais cabíveis. 
 
 
3.5 Compra por Adiantamento (Suprimento Individual) 
 
O suprimento de fundos é um instrumento de exceção que, a critério do ordenador 
de despesas e sob sua inteira responsabilidade, poderá ser concedido suprimento de 
fundos (adiantamento) a servidor – chamado de agente suprido -, sempre precedido de 
empenho na dotação própria às despesas a realizar, e que não possam subordinar-se ao 
processo normal de aplicação (Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986, Capítulo 
III, Seção V). Poderá ser concedido nos seguintes casos: 
 
I - para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, 
que exijam pronto pagamento em espécie; (Redação dada pelo Decreto nº 2.289, de 
4 de agosto de 1997) 
Il - quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em 
regulamento; e 
III - para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, 
em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da 
Fazenda. 
 
 26 
A Portaria nº 95/2002 do Ministério da Fazenda em seu Artigo 1º, por sua vez, 
regulamentou os valores para suprimento de fundos na esfera federal: 
 
I — 5% do valor estabelecido na alínea a do inciso I do art. 23, da Lei n. 8.666/93, 
para execução de obras e serviços de engenharia (5% de R$ 150.000 = R$ 7.500); 
II — 5% do valor estabelecido na alínea a do inciso II do art. 23, da lei acima citada, 
para outros serviços e compras em geral (5% de R$ 80.000 = R$ 4.000). 
§ 1º Quando a movimentação do suprimento de fundos for realizada por meio do 
Cartão de Crédito Corporativo do Governo Federal, os percentuais estabelecidos nos 
incisos I e II deste artigo ficam alterados para 10%. 
 
A mesma Portaria em seu Artigo 2º estabelece o percentual de 0,25% do valor 
constante na alínea "a" do inciso II do art. 23 da Lei no 8.666/93 como limite máximo de 
despesa de pequeno vulto (R$ 200,00), no caso de compras e outros serviços, e de 
0,25% do valor constante na alínea "a" do inciso I do art. 23 da Lei supramencionada, no 
caso de execução de obras e serviços de engenharia (R$ 375,00). 
 
Observações: 
- Considerando que o limite estipulado para as despesas de pequeno vulto, através 
do suprimento de fundos, é de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) e que suas despesas 
são efetuadas sem qualquer necessidade de processo licitatório, e considerando 
que o limite por dispensa de valor, com fulcro no art. 24, II, da Lei nº 8.666/93, é de 
R$ 8.000,00 (oito mil reais); deve-se observar que as despesas realizadas por 
suprimento e as com fulcro no art. 24, II, da Lei nº 8.666/93 deverão ser somadas 
para fins de verificação quanto ao limite global (R$ 8.000,00). 
- O suprimento de fundos não poderá ser utilizado para aquisição de material e de 
equipamentos e para realização de obras por serem estas despesas que podem 
subordinar-se ao processo normal de aplicação. 
- Ao agente suprido só é permitido ser responsável por no máximo dois 
suprimentos ao mesmo tempo, desde que estes suprimentos sejam de elementos 
de despesa diferentes (consumo e serviço, por exemplo). 
 
 
 27 
3.6 Sistema de Registro de Preços (SRP) 
 
Regulamentado pelo Decreto Nº 3.931 de 19 de setembro de 2001 (posteriormente 
revogado pelo Decreto nº 7.892 de 23 de janeiro de 2013), o Sistema de Registro de 
Preços (SRP) é um conjunto de procedimentos com base no planejamento de um ou mais 
entes públicos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e 
aquisição de bens, para contratações futura, em que as empresas vencedoras se 
comprometem a fornecerbens e serviços a preços e prazos registrados em uma ata 
específica. 
 
É importante observar estas definições essenciais para o correto entendimento do 
que é o SRP: 
 
I - ata de registro de preços - documento vinculativo, obrigacional, com característica 
de compromisso para futura contratação, em que se registram os preços, 
fornecedores, órgãos participantes e condições a serem praticadas, conforme as 
disposições contidas no instrumento convocatório e propostas apresentadas; 
II - órgão gerenciador - órgão ou entidade da administração pública responsável pela 
condução do conjunto de procedimentos para registro de preços e gerenciamento da 
ata de registro de preços dele decorrente; 
III - órgão participante - órgão ou entidade da administração pública que participa dos 
procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a ata de registro 
de preços; e 
IV - órgão não participante - órgão ou entidade da administração pública que, não 
tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisitos 
desta norma, faz adesão à ata de registro de preços. 
 
 
3.6.1 Competências 
 
Cabe ao órgão gerenciador: 
 
 28 
I - registrar sua intenção de registro de preços no Portal de Compras do Governo 
federal; 
II - consolidar informações relativas à estimativa individual e total de consumo, 
promovendo a adequação dos respectivos termos de referência ou projetos básicos 
encaminhados para atender aos requisitos de padronização e racionalização; 
III - promover atos necessários à instrução processual para a realização do 
procedimento licitatório; 
IV - realizar pesquisa de mercado para identificação do valor estimado da licitação e 
consolidar os dados das pesquisas de mercado realizadas pelos órgãos e entidades 
participantes; 
V - confirmar junto aos órgãos participantes a sua concordância com o objeto a ser 
licitado, inclusive quanto aos quantitativos e termo de referência ou projeto básico; 
VI - realizar o procedimento licitatório; 
VII - gerenciar a ata de registro de preços; 
VIII - conduzir eventuais renegociações dos preços registrados; 
IX - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes 
de infrações no procedimento licitatório; e 
X - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes do 
descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento das 
obrigações contratuais, em relação às suas próprias contratações. 
 
Cabe ao órgão participante: 
 
I - garantir que os atos relativos a sua inclusão no registro de preços estejam 
formalizados e aprovados pela autoridade competente; 
II - manifestar, junto ao órgão gerenciador, mediante a utilização da Intenção de 
Registro de Preços, sua concordância com o objeto a ser licitado, antes da realização 
do procedimento licitatório; e 
III - tomar conhecimento da ata de registros de preços, inclusive de eventuais 
alterações, para o correto cumprimento de suas disposições. 
Parágrafo único. Cabe ao órgão participante aplicar, garantida a ampla defesa e o 
contraditório, as penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de 
 29 
registro de preços ou do descumprimento das obrigações contratuais, em relação às 
suas próprias contratações, informando as ocorrências ao órgão gerenciador. 
 
Por fim, cabem ao órgão não participante: 
 
I - os atos relativos à cobrança do cumprimento pelo fornecedor das obrigações 
contratualmente assumidas e a aplicação, observada a ampla defesa e o 
contraditório, de eventuais penalidades decorrentes do descumprimento de cláusulas 
contratuais, em relação às suas próprias contratações, informando as ocorrências ao 
órgão gerenciador. 
 
 
3.6.2 Aspectos fundamentais 
 
O SRP deve ser adotado, preferencialmente, nas situações a seguir (Art. 3º): 
 
I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de 
contratações frequentes; 
II - quando for mais conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas 
parceladas ou contratação de serviços necessários à Administração para o 
desempenho de suas atribuições; 
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para 
atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; e 
IV - quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o quantitativo 
a ser demandado pela Administração. 
 
Nestes casos a licitação deverá ser realizada nas modalidades de concorrência ou de 
pregão do tipo menor preço. 
 
 
3.6.3 Vantagens do SRP 
 
 Simplificação do processo de compras; 
 30 
 Otimização / redução de estoques; 
 Otimização do tempo; 
 Melhoria do planejamento de aquisições; 
 Padronização de especificações de bens e serviços; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
IV COMPRAS E GESTÃO DE CONTRATOS 
 
 
4.1 Aspectos fundamentais 
 
 A compreensão da figura jurídica do contrato administrativo depende do 
entendimento de dois aspectos fundamentais: o encargo e a remuneração. 
 
O encargo representa o que a Administração estabeleceu para satisfazer sua 
necessidade e deve preservar o mínimo indispensável para fazê-la, não necessariamente 
precisando a ele se limitar. 
 
A remuneração, por sua vez, representa o que o contratado necessita para cumprir 
o compromisso estabelecido e receber a devida contrapartida financeira. A fixação da 
remuneração é feita com base no encargo, nas condições de mercado, na ordem jurídica 
vigente e na expectativa de lucro do licitante. 
 
É essencial, portanto, que haja uma equivalência econômico-financeira entre 
encargo e remuneração para assegurar um equilíbrio durante a relação contratual. 
 
 
4.2 Formalização contratual 
 
 O contrato administrativo é o instrumento que formaliza em um único documento as 
obrigações recíprocas entre contratante e contratado a partir do encontro entre encargo e 
remuneração. É simplesmente unir o que já está formalizado no edital e na proposta 
vencedora para facilitar a organização e o controle. 
 
 O simples fato de inexistir um contrato escrito não significa dizer que não há 
contrato, já que o edital e a proposta vencedora, que são instrumentos escritos, são 
suficientes para formalizar um acordo de vontades. Diante disso, é importante reforçar 
que o contrato é formalizado durante a própria licitação, e não depois dela. 
 
 32 
4.3 Encargo e remuneração 
 
Formalizado o contrato, cabe à Administração exigir o cumprimento do 
estabelecido em edital e remunerar o contratado conforme estabelecido desde que o 
encargo tenha sido integralmente cumprido. 
 
 O responsável pela fiscalização contratual designado pela Administração deverá 
registrar todas as ocorrências durante a vigência do acordo em meio próprio, cabendo ao 
contratado executar fielmente o que foi acordado, sendo este obrigado a “reparar, corrigir, 
remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o encargo 
quando forem verificados vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou dos 
materiais empregados” (MENDES, 2012). 
 
 Somente a Administração poderá alterar unilateralmente o encargo – a alteração 
pelo contratado configura descumprimento de contrato e enseja a devida punição. É 
vedada à Administração, entretanto, a alteração unilateral da remuneração. A alteração 
de ambos deve ser sempre motivada por razões objetivas. 
 
Considerando que o pressuposto básico de um contrato é a equivalência entre as 
duaspartes, existem situações capazes de promover o desequilíbrio na equação, 
indicando a necessidade de reajuste ou repactuação (MENDES, 2012): 
 
 Alterações nas especificações do encargo; 
 Alterações nas quantidades do encargo; 
 Alterações dos custos de materiais empregados; 
 Alterações dos custos de mão de obra; 
 Alterações de impostos ou encargos legais; 
 Eventos naturais (casos fortuitos); 
 Eventos humanos (força maior); e 
 Eventos da própria administração. 
 
A inexecução de um contrato pode estar relacionada ao não cumprimento do 
encargo ou da remuneração. Em relação à primeira situação, pode haver culpa do 
 33 
contratado, da Administração, por atos de terceiros ou em decorrência de eventos 
naturais e esta inexecução pode ser parcial ou total. Sendo total, há motivo para rescisão 
contratual. Sendo parcial, não necessariamente há a rescisão, mas sim consequências 
para a parte que deixa de cumprir obrigações – algumas destas consequências já são 
previamente definidas em edital. 
 
Por fim, sendo necessário qualquer tipo de alteração contratual, é importante 
verificar se a situação implica ou não em alterações materiais. Havendo modificação do 
acordo de vontades em sua essência, será necessário um termo aditivo, já que as bases 
foram alteradas. Se a alteração for apenas na remuneração e decorrente de condição já 
prevista em edital ou contrato, bastará um registro simples com o motivo da modificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
MATERIAIS 
 
 
 
I CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
 
 
1.1 O que é Gestão de Materiais? 
 
 A gestão de materiais pode ser definida como o conjunto de atividades conduzidas 
em uma organização para supri-la com os materiais necessários ao desempenho de suas 
atribuições. 
 
Também pode ser definida como uma função coordenadora responsável pelo 
planejamento e controle do fluxo de materiais que busca maximizar a utilização de 
recursos da instituição e fornecer o nível de serviços requerido pelo usuário. (ver fluxo 
abaixo) 
 
 
 
 35 
 São objetivos da gestão, portanto: suprir a organização de materiais nas 
quantidades certas, na hora certa, no momento certo, na qualidade desejada, praticando 
preços econômicos, armazenando-os de maneira e nos locais adequados e buscando 
minimizar estoques. 
 
 
1.2 Atividades da Gestão de Materiais 
 
 A gestão de materiais pode ser classificada em três grandes atividades, 
complementares entre si: 
 
 Gestão de estoques 
É a parte responsável por adequar os níveis de estoques às necessidades e 
à política de gestão de materiais do órgão; 
 
 Gestão de compras 
É a parte responsável pelas aquisições/contratações solicitadas pelos 
diversos setores do órgão, bem como atender às solicitações da área de estoques; 
e 
 
 Gestão de almoxarifados 
É a parte responsável pelo controle físico dos materiais, incluindo 
recebimento, movimentação, armazenagem e distribuição interna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
II PREVISÃO DE DEMANDAS 
 
 
2.1 O que é Previsão de Demandas? 
 
 O primeiro passo antes de se falar em controle de estoques é realizar a previsão de 
demandas, ou seja, a previsão de consumo de um determinado material que seja a mais 
próxima da realidade. Caso existam informações incorretas sobre esta previsão podem 
ocorrer: 
 
 Aumento dos custos de estoque, quando há manutenção de itens sem demanda; e 
 Custos da falta de estoque, quando a quantidade mantida no almoxarifado é 
inferior à demanda. 
 
 
2.2 Padrões de Demanda 
 
 O comportamento da demanda nem sempre é linear ao longo do tempo, por isso é 
importante compreender a existência de diferentes padrões para realizar uma previsão 
correta: 
 
 Tendência, quando a demanda demonstra estar aumentando ou diminuindo 
continuamente a cada ano. 
 Sazonalidade, quando a demanda flutua dependendo do período do ano, podendo 
a flutuação ser resultado de eventos particulares. 
 Variação aleatória, quando vários fatores afetam a demanda durante períodos 
específicos, mas em base aleatória. 
 Ciclo, quando aumentos ou diminuições ondulatórias na economia influenciam a 
demanda. 
 
 
 
 37 
2.3 Técnicas de Previsão 
 
Antes de prever demandas é preciso partir dos princípios de que: 
 
 As previsões geralmente estão erradas; 
 As previsões devem incluir estimativas de erros; 
 As previsões são mais precisas para famílias ou grupos; e 
 As previsões são mais precisas para períodos de tempo mais próximos 
 
Geralmente as informações utilizadas para a previsão se baseiam em dados 
históricos, manipulados de alguma forma por especialistas ou através de técnicas 
estatísticas. A qualidade da previsão, portanto, depende de alguns princípios de coletas 
de dados: 
 
1. Os dados devem ser registrados nos mesmos termos exigidos pela previsão. 
Se o propósito é prever a demanda de consumo, os dados devem ser 
baseados nesta demanda. Se a programação de tempo for em trimestres, a 
previsão também deve ser feita para o mesmo intervalo. 
 
2. As circunstâncias relativas aos dados devem ser registradas. 
Eventos particulares que causam alterações artificiais nas demandas 
precisam ser relacionados ao histórico para que possam ser incluídos ou excluídos 
ao considerarmos condições futuras. 
 
3. A demanda deve ser registrada separadamente para grupos de clientes diferentes. 
Considerando as características próprias de cada segmento requisitante as 
demandas devem ser registradas de forma diferente para cada um deles sempre 
que possível. 
 
 Por categorias, as técnicas de previsão podem ser classificadas como: 
 
 38 
 Qualitativas, de natureza subjetiva, quando são provenientes de especialistas ou 
da opinião de usuários e normalmente utilizadas para prever demandas futuras 
para grandes grupos de materiais; 
 Extrínsecas, quando baseadas em indicadores externos para prever demandas por 
famílias de produtos; e 
 Intrínsecas, quando baseadas em dados históricos da organização, supondo 
demandas futuras com base no que aconteceu no passado. 
 
Por serem as mais comuns entre as organizações pelo fácil acesso às 
informações, apresentamos algumas das técnicas intrínsecas mais utilizadas: 
 
 Método do último período 
Adota-se o consumo do período anterior para prever o consumo do próximo. 
 
 Método da média móvel ou média aritmética 
Adota-se a média aritmética simples dos consumos dos períodos anteriores 
para prever o consumo futuro. É ideal para prever produtos com demanda estável. 
 
MM = (C1 + C2 + C3) / 3 
↓ 
Onde: 
C1 / C2 / C3 = consumo dos meses 1, 2 e 3 
 
 Método da média móvel ponderada 
Adota-se uma média ponderada dos consumos dos períodos anteriores para 
prever o consumo futuro, atribuindo-se maior peso aos períodos mais recentes. 
 
MMP = [(C1*0,20) + (C2*0,30) + (C3*0,50)] 
↓ 
Onde: 
C1 / C2 / C3 = consumo dos meses 1, 2 e 3 
 
 Método da média móvel com suavização exponencial 
Adota-se uma média ponderada dos consumos dos períodos anteriores, 
eliminando variações acentuadas que tenham ocorrido no intervalo de tempo 
 39 
considerado. Uma das vantagens é que se pode atribuir qualquer peso aos novos 
dados. 
 
MSE = [(C1*0,10) + (C2*0,60) + (C3*0,30)] 
↓ 
Onde: 
C1 / C2 / C3 = consumo dos meses 1, 2 e 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 
III ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAISAs especificações dos materiais a serem adquiridos precisam estar de acordo com 
o Art. 15º da Lei 8.666/93, que diz que as compras, sempre que possível, deverão: 
 
I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de 
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as 
condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas; 
II - ser processadas através de sistema de registro de preços; 
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda: 
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca; 
II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função 
do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que 
possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação; 
III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do 
material. 
 
 É fundamental, portanto, que o setor de materiais trabalhe em parceria com o setor 
de compras para garantir na especificação dos itens a serem adquiridos a observância a 
critérios como impossibilidade de direcionamento, definição de elementos essenciais, 
padronização, segmentação de mercado e fontes de consulta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 
IV AGRUPAMENTO E CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 Considerando que a maioria dos almoxarifados possui uma grande quantidade de 
itens, torna-se praticamente impossível identificar todos eles por nomes, marcas, modelos 
ou por outras características. Por isso, para facilitar a localização de materiais estocados 
no almoxarifado, as organizações costumam utilizar sistemas de codificação. 
 
 A classificação, portanto, é o processo de catalogação, simplificação, 
especificação, normalização, padronização e codificação de todos os materiais que 
compõem o estoque de uma organização. Vejamos o significado de cada uma destas 
etapas: 
 
1. Catalogação: listagem de todos os itens existentes, sem omissão de nenhum deles. 
2. Simplificação: redução da grande diversidade de itens empregados para uma 
mesma finalidade, favorecendo a normalização. 
3. Especificação: descrição detalhada de um item (medida, formato, peso, tamanho), 
facilitando aquisições futuras, o processo de recebimento, etc. 
4. Normalização: maneira pela qual o material deve ser utilizado em suas aplicações. 
5. Padronização: estabelecimento de padrões idênticos de peso, medidas e 
dimensões para os materiais como forma de evitar muitas variações. 
 
Já a codificação, decorrência das etapas anteriores, é a apresentação de cada item 
por meio de um código contendo informações necessárias e suficientes por meio do uso 
de números e/ou letras e, de modo geral, deve substituir o nome do material nas 
requisições dentro da instituição. Os sistemas de codificação mais utilizados são: 
 
 Sistema alfabético 
Materiais codificados através de um conjunto de letras, cada qual 
identificando características e especificações. Por ser de difícil memorização e por 
limitar o número de itens, é pouco utilizado. 
 
 
 42 
 Sistema alfanumérico 
Materiais codificados através de um conjunto de letras e números, com as 
letras identificando a classe do material e seu grupo naquela classe, e os números, 
o código indicador do item. 
 
AB - 123 
↓ 
Onde: 
A = classe de materiais (exemplo: materiais de escritório) 
B = grupo de materiais (exemplo: caneta esferográfica) 
123 = código indicador do material (marca BIC, cor AZUL, escrita FINA) 
 
 Sistema numérico 
Também conhecido como sistema decimal, é o mais utilizado pela facilidade 
de informação e pelo número ilimitado de itens que abrange. 
 
00 – 00* – 00** – 0*** 
↓ 
Onde: 
00 = classificação geral (classe de materiais) 
00* = classificação individual (grupo de materiais) 
00** = classificação definidora (identificação) 
0*** = dígito de controle 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
V CONTROLE DE ESTOQUES 
 
 
5.1 Gestão de Estoques 
 
 Os estoques são materiais e suprimentos necessários à manutenção do 
funcionamento de uma organização. São as composições não utilizadas em um 
determinado momento, mas que precisam existir em função de necessidades futuras. 
 
Embora algumas empresas privadas já trabalhem sem estoques, as características 
próprias do serviço público, como a burocracia e os prazos maiores para a conclusão de 
uma aquisição, exigem a manutenção de um estoque mínimo ou de segurança capaz de 
garantir o bom funcionamento de um órgão. 
 
 Assim, os estoques devem ser utilizados porque: 
 
 Podem proteger as organizações de eventuais oscilações de demandas; 
 Podem proteger as organizações de eventuais oscilações de mercado; 
 Podem ser uma oportunidade de investimento; 
 Podem proteger de atrasos; e 
 Podem implicar em economia de escala. 
 
Para que a gestão de estoques seja eficiente é necessário garantir que haja: 
 
 Excelência no atendimento aos clientes (exemplo: porcentagem de pedidos 
entregues pontualmente); 
 Eficiência operacional; e 
 Investimento mínimo em estoque. 
 
Por outro lado, um controle de estoques impreciso resulta em: 
 
 Falta de materiais; 
 Excesso de estoque de materiais errados; 
 44 
 Baixa produtividade; e 
 Baixo desempenho no atendimento de solicitações. 
 
 
5.2 Causas de Erro em Registros 
 
 Alguns dos exemplos abaixo representam causas de erro nos registros de 
estoques: 
 
 Retirada de material sem autorização; 
 Ausência de segurança adequada em depósito; 
 Equipe mal treinada; 
 Registros de transações ruins; 
 Sistemas de registro de transações ruins; e 
 Falta de capacitação para realizar auditorias. 
 
 
5.3 Classificação de Estoques 
 
 De acordo com a função que desempenham os estoques podem ser classificados 
como: 
 
 Estoque de antecipação 
É aquele criado antecipando uma demanda futura. (exemplo: época de 
eventos) 
 
 Estoque de flutuação ou de segurança 
É aquele feito para cobrir flutuações aleatórias e imprevisíveis e garantir que 
não haja esvaziamento do estoque em função de demandas maiores do que o 
esperado. 
 
 Estoque de tamanho do lote ou de ciclo 
 45 
É aquele em que os materiais são adquiridos em quantidades maiores do 
que o necessário, geralmente para se tirar vantagem dos descontos sobre 
quantidades maiores ou nos casos em que é impossível comprá-los na velocidade 
em que são consumidos. 
 
 
5.4 Classificação ABC 
 
 A classificação ABC, também chamada de Curva de Pareto, baseia-se no princípio 
de que um número reduzido de itens concentra a maior parte dos investimentos em 
materiais de uma organização. Geralmente se observa que a relação entre a 
porcentagem de itens e a porcentagem de utilização anual em valores monetários segue 
um padrão: 
 
 Aproximadamente 20% dos itens correspondem a cerca de 80% da utilização; 
 Aproximadamente 30% dos itens correspondem a cerca de 15% da utilização; e 
 Aproximadamente 50% dos itens correspondem a cerca de 5% da utilização. 
 
 
 
 Para realizar uma classificação ABC é necessário: 
 
1. Estabelecer características do material que influenciam a gestão de estoques 
(exemplos: valores monetários, escassez de material); 
2. Classificar os materiais em grupos com base nos critérios estabelecidos; e 
 46 
3. Aplicar um grau de controle proporcional à importância do grupo. 
 
Desta forma é possível definir três classes de itens: 
 
 Classe A (alta prioridade), constituída de poucos itens (cerca de 20% do total) que 
representam aproximadamente 80% da utilização, exigecontrole cerrado com 
registros completos e precisos, revisões regulares pela administração; 
 Classe B (média prioridade), constituída por uma quantidade média de itens (cerca 
de 30% do total) que representam aproximadamente 15% da utilização, exige 
controles normais e atenção regular; e 
 Classe C (baixa prioridade), constituída por uma grande quantidade de itens (cerca 
de 50%) que representam aproximadamente 5% da utilização, exige controles mais 
simples. 
 
Logo abaixo, um exemplo prático do uso da classificação ABC com base no valor 
monetário dos itens: 
 
Classificação 
Código 
do 
item 
Custo 
unitário 
(R$) 
Consumo 
médio 
mensal 
Valor do 
consumo 
(R$) 
% do 
total 
% 
acumulada Classe 
1 A1043 R$ 7,89 17000 
R$ 
134.130,00 29,02% 29,02% A 
2 D0102 R$ 3,42 22000 
R$ 
75.240,00 16,28% 45,30% A 
3 V1044 R$ 5,77 10000 
R$ 
57.700,00 12,48% 57,78% A 
4 D1001 R$ 1,99 28800 
R$ 
57.312,00 12,40% 70,18% A 
5 S0200 R$ 3,45 13500 
R$ 
46.575,00 10,08% 80,26% A 
6 X2140 R$ 4,06 4000 
R$ 
16.240,00 3,51% 83,77% B 
7 J0032 R$ 1,45 11000 
R$ 
15.950,00 3,45% 87,22% B 
8 M0375 R$ 9,17 1200 
R$ 
11.004,00 2,38% 89,60% B 
9 B0094 R$ 2,30 4200 R$ 9.660,00 2,09% 91,69% B 
10 A1114 R$ 3,00 3000 R$ 9.000,00 1,95% 93,64% B 
Demais - R$ 0,42 70000 
R$ 
29.400,00 6,36% 100,00% C 
TOTAL 184700 
R$ 
462.211,00 100,00% 
 
 47 
 Utilizando a classificação ABC, duas regras gerais devem ser seguidas para 
garantir um controle eficiente: 
 
 Ter grande número de itens de baixo valor (Classe C), já que eles pouco impactam 
no valor do estoque e podem geram números menores de pedidos ao longo do 
exercício; e 
 Reduzir o estoque de itens de alto valor. 
 
 
5.5 Outros Métodos de Controle 
 
 Sistema de duas gavetas 
 
Método simplificado em que o estoque é armazenado em duas caixas ou 
gavetas, com a primeira contendo uma quantidade de material equivalente ao 
consumo previsto para o período e a segunda, para atendimento das requisições 
quando a primeira fica vazia, devendo possuir quantidade suficiente mais estoque 
de segurança durante o período de reposição. 
 
Não é indicado quando os materiais são estocados em locais diferentes. 
 
 Sistema dos máximos-mínimos 
 
Também denominado sistema de quantidades fixas, é utilizado quando há 
dificuldade para determinar o consumo ou quando há variação no tempo de 
requisição. 
 
Consiste em estimar os estoques máximo (E max) e mínimo (E min) – este 
última sendo a quantidade em estoque que, quando atingida, gera a necessidade 
de reposição, também chamado de ponto de pedido (PP) - para cada item em 
função do consumo estimado para um determinado período (intervalo de reposição 
– IR). 
 
 48 
E min = ER + d*t 
↓ 
Onde: 
ER = estoque de reserva 
d= consumo médio do material; 
t= tempo de espera, em dias, para reposição 
↓ 
E max = E min + lote de compra 
 
 
 
Tem como principal vantagem a relativa automatização do processo e pode 
ser utilizado para todos os itens da classificação ABC. 
 
 Sistema das reposições periódicas 
 
Também denominado sistema de revisões periódicas, consiste em fazer 
pedidos de reposição de estoques em intervalos de tempo estabelecidos para cada 
material, com a quantidade pedida devendo ser igual à necessidade de consumo 
para o próximo período. 
 
 Planejamento das necessidades de materiais (MRP) 
 
Do inglês material requiriments planning, consiste em sistema operado em 
ambiente computacional que inter-relaciona previsão de consumo, planejamento de 
compras e gerenciamento de estoques, permitindo ainda cadastro de materiais, 
acompanhamento de rotinas administrativas e verificação de saldos disponíveis. 
(exemplo: sistema ASI) 
 
 49 
 
 
 
5.6 Avaliação de Estoques 
 
 Avaliar estoques é levantar o valor financeiro dos materiais armazenados no 
almoxarifado com base no preço de custo ou de mercado. 
 
Este controle financeiro é importante para garantir que o capital imobilizado se 
mantenha em nível razoavelmente baixo, de acordo com a política de gestão de materiais 
vigente na organização, bem como para obter uma importante ferramenta para tomada de 
decisões. 
 
A avaliação de estoques pode ser realizada através de quatro métodos: 
 
 Custo médio 
Indicado pela Receita Federal (Art. 295 do Decreto nº 3.000 de 26 de março 
de 1999), o método mais utilizado é baseado num preço médio entre todas as 
entradas e saídas de materiais e funciona como moderador de preços ao minimizar 
eventuais flutuações. 
 
 
 
 50 
DATA 
ENTRADAS SAÍDAS SALDO 
Qtde. Preço Total Qtde. Preço Total Qtde. Preço Total 
02/04/2012 200 R$ 2,00 R$ 400,00 200 R$ 2,00 
R$ 
400,00 
03/05/2012 200 R$ 4,00 R$ 800,00 400 R$ 3,00 
R$ 
1.200,00 
01/06/2012 100 R$ 3,00 R$ 300,00 300 R$ 3,00 
R$ 
900,00 
03/07/2012 100 R$ 3,00 R$ 300,00 200 R$ 3,00 
R$ 
600,00 
13/07/2012 100 R$ 3,00 R$ 300,00 100 R$ 3,00 
R$ 
300,00 
31/07/2012 100 R$ 4,50 R$ 450,00 200 R$ 3,75 
R$ 
750,00 
 
 Método PEPS (FIFO) 
Abreviação da frase “primeiro a entrar, primeiro a sair” – em inglês, “first in, 
first out” (FIFO) -, avalia o estoque com base na ordem cronológica das entradas, 
ou seja, sai o material que entrou antes. O que resta no estoque, portanto, são os 
itens com preços de mercado mais atualizados – a grande vantagem deste 
método. Ver exemplo a seguir: 
 
DATA 
ENTRADAS SAÍDAS SALDO 
Qtde. Preço Total Qtde. Preço Total Qtde. Preço Total 
02/04/2012 200 R$ 2,00 R$ 400,00 200 R$ 2,00 
R$ 
400,00 
03/05/2012 200 R$ 4,00 R$ 800,00 400 R$ 3,00 
R$ 
1.200,00 
01/06/2012 100 R$ 2,00 R$ 200,00 300 R$ 3,33 
R$ 
999,00 
03/07/2012 100 R$ 2,00 R$ 200,00 200 R$ 4,00 
R$ 
800,00 
13/07/2012 100 R$ 4,00 R$ 400,00 100 R$ 4,00 
R$ 
400,00 
 
 
 
 51 
 Método UEPS (LIFO) 
Abreviação da frase “último a entrar, primeiro a sair” – em inglês, “last in, first 
out” (FIFO) -, avalia o estoque com base no preço do último lote a entrar no 
almoxarifado. A vantagem é a simplificação dos cálculos, mas ao mesmo tempo 
supervaloriza o preço dos itens e deixa no estoque os itens com preços mais 
desatualizados. Não é permitido pela Receita Federal. Ver exemplo a seguir: 
 
DATA 
ENTRADAS SAÍDAS SALDO 
Qtde. Preço Total Qtde. Preço Total Qtde. Preço Total 
02/04/2012 200 R$ 2,00 R$ 400,00 R$ 0,00 200 R$ 2,00 
R$ 
400,00 
03/05/2012 200 R$ 4,00 R$ 800,00 R$ 0,00 400 R$ 3,00 
R$ 
1.200,00 
01/06/2012 100 R$ 4,00 R$ 400,00 300 R$ 2,66 
R$ 
798,00 
03/07/2012 100 R$ 4,00 R$ 400,00 200 R$ 2,00 
R$ 
400,00 
13/07/2012 100 R$ 2,00 R$ 200,00 100 R$ 2,00 
R$ 
200,00 
 
 Custo de reposição 
Método que ajusta o valor do estoque em função dos preços de mercado. 
Ver exemplo a seguir: 
 
DATA 
ENTRADAS SAÍDAS SALDO 
Qtde. Preço Total Qtde. Preço Total Qtde. Preço Total 
02/04/2012 200 R$ 2,00 R$ 400,00 R$ 0,00 200 R$ 2,00 
R$ 
400,00 
03/05/2012 200 R$ 4,00 R$ 800,00 R$ 0,00 400 R$ 4,00 
R$ 
1.600,00 
01/06/2012 100 R$ 2,00 R$ 200,00 300 R$ 4,00 
R$ 
1.200,00 
03/07/2012 100 R$ 2,00 R$ 200,00 200 R$ 4,00 
R$ 
800,00 
13/07/2012 100 R$ 4,00 R$ 400,00 100 R$ 4,00 
R$ 
400,00 
 
 52 
5.7 Custos de Estoques 
 
 Todo material armazenado gera custos de estocagem. Estes custos dependem de 
duas variáveis: a quantidade em estoque e o tempo de permanência. Didaticamente

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