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Problema 5 módulo 8 Entender como funciona o DNPM e como avaliá-lo: O desenvolvimento é o processo de amadurecimento ou de mudanças, caracterizado por aquisição de habilidades motoras, mentais e sociais básicas, vinculado ao sistema nervoso. Ele acontece principalmente através da interação com fatores ambientais, por isso é necessário uma ampla variedade de estímulos e experiências. O desenvolvimento neuropsicomotor da criança começa desde a sua formação, o recém- nascido nasce com apenas com os reflexos subcorticais primitivos e ele vai se aprimorando através da aquisição de habilidades conforme o seu crescimento saudável, ou seja, o crescimento e o desenvolvimento ocorrem juntos. Durante a formação do feto existem várias etapas de desenvolvimento importantes, são elas: Formação da placa neural: 3 semanas de gestação; Indução neuronal dorsal (tubo-dorsal): 3-7 semanas de gestação; Indução neuronal ventral (septações): 5-6 semanas de gestação; Proliferação neuronal: 8-25 semanas de gestação; Migração neuronal: 8-34 semanas de gestação; Diferenciação neuronal e formação de padrões específicos de conexões: 5 semanas de gestação até 4 anos. Morte neuronal e eliminação seletiva de sinapses: 2-16 anos Mielinização neuronal: 25 semanas de gestação até 20 anos ou mais. A capacidade do rápido desenvolvimento neuropsicomotor da criança se deve a sua alta capacidade de plasticidade neuronal, pois seu cérebro nasce com poucas quantidades de sinapses formadas e alta capacidade de formar novas conexões, permitindo assim uma grande gama de novas informações sejam armazenadas. Após o nascimento o RN passa por uma série de testes neurológicos que avaliam os seus reflexos primitivos, são eles: Tônico-cervical ou do esgrimista: O reflexo tônico do pescoço é estimulado quando a cabeça de uma criança relaxada e deitada é girada lateralmente. O braço que está do lado para o qual a criança está voltada se estende para fora do corpo com a mão parcialmente aberta enquanto o braço do outro lado é flexionado e o punho é cerrado. Ao se reverter a direção para a qual a face está voltada, reverte-se toda a posição. Voracidade: É desencadeado por estimulação da face ao redor da boca. Observa-se rotação da cabeça na tentativa de “buscar” o objeto, seguido de sucção reflexa do mesmo. Sucção: É desencadeado pela estimulação dos lábios. Observa-se sucção vigorosa. Sua ausência é sinal de disfunção neurológica grave. Fuga à asfixia: É avaliado colocando-se a criança em decúbito ventral no leito, com a face voltada para o colchão. Em alguns segundos o RN deverá virar o rosto liberando o nariz para respirar adequadamente. Preensão palmar: É desencadeado pela pressão da palma da mão. Observa-se flexão dos dedos. Preensão plantar: É desencadeado pela pressão da base dos dedos dos pés. Observa-se flexão dos dedos. Reflexo de Moro: É desencadeado por queda súbita da cabeça (susto), amparada pela mão do examinador. Observa-se extensão e abdução dos membros superiores seguidos por choro. Marcha reflexa: É desencadeado por inclinação do tronco do RN após obtenção do apoio plantar. Observa-se cruzamento das pernas, uma à frente da outra. DNPM 1º mês: Atitude assimétrica. Cabeça lateralizada. Tônus muscular flexor 4 membros. Hipotonia axial. Sucção reflexa (4 mês). Fixa o olhar e segue até a linha média. Preensão palmar reflexa firme. Fica atento a sons, mas não vocaliza. Ergue a cabeça em posição prona. Reflexos primitivos: todos presentes . DNPM 2º mês: Sorriso social. Iniciam vocalizações e brincadeiras vocais. Mantém a cabeça na linha média. Mãos fechadas Reconhece os pais (voz da mãe). Segue com olhar após a linha média. Sons inespecíficos. DNPM 3º mês: Firma o pescoço. Lalação. Mãos abertas. Início da hipotonia fisiológica. Apoia-se nos antebraços em posição prona. Tenta alcançar objetos e pessoas. Atende ao som. Percebe os horários das mamadas. Sialorréia. Reflexos presentes: sucção, Moro, PPP, cutâneo-plantar. Reflexos ausentes: marcha, apoio plantar, Gallant, Magnus-De Kleijn. DNPM 4ºmês: Sustenta a cabeça. Atitude ativa deitada (começa a rolar). Rola incompleto. Apoia-se nos punhos. Brinca com as mãos. Preensão voluntária. Dá risada, grita. Olha ao redor. Mãos na boca. DNPM 6º mês: Senta-se com apoio. Leva objetos à boca. Transfere objetos de uma mão para outra. Retira pano do rosto. Localiza sons –atende pelo nome. Reconhece pessoas estranhas. Reflexos presentes: preensão plantar, cutaneoplantar. Reflexos ausentes: sucção, preensão palmar. DNPM 7º-8º mês: Retira objetos da face. Senta-se sem apoio. Agarra cubo. Brinca de esconder. Linguagem monossilábica. Brinca com os pés. DNPM 9º mês: Engatinha. Levanta-se com apoio. Preensão em pinça inferior . Joga objetos. Explora o ambiente. Bate palmas. Compreende palavras. DNPM 10º mês: Permanece sentada. Combina 2 cubos. Linguagem dissilábica. Atende pelo nome. Preensão em pinça superior. Associa músicas. Fica em pé sem apoio. DNPM 12º mês: Anda com/sem apoio. Solta objetos. Pronuncia 2-3 palavras simples. Usa palavra-frase. Aponta objetos e requerem atenção dos pais. Compreende 20 a 100 palavras. Imita ações. Colabora ao vestir roupas. Come com os dedos. DNPM 15ºmês: Anda sozinho. Usa colher e copo, porém derrama muito. Imita trabalho caseiro. Rabisca. Torre de 2 cubos. 3 palavras diferentes de papa e mama. DNPM 18º mês: Anda sem cair. Torre de 3 cubos. Tira a bolinha do vidro. Imita a linha com o lápis. Nomeia desenhos. Usa a colher e copo, porém derrama pouco. Junta 2 palavras. Vocabulário com 20 a 50 palavras. DNPM 24º mês: Corre. Sobe degraus baixos. Torre 6 cubos. Imita linha circular. Usa pequenas frases. Erra concordância verbal. Compreende ordens simples. Inicia controle de esfíncteres. Período de interesse pela escovação. O estudo desses desenvolvimentos envolvem vários domínios do nosso organismo, são eles: Sensorial; Motor (grosso e fino); Linguagem; Social; Adaptativo; Emocional; Cognitivo. A avaliação desse desenvolvimento se dá através dos testes de Gesell, escala de desenvolvimento infantil de Bayley, teste de Denver e escala motora infantil Alberta. No Brasil a caderneta de saúde da criança tem uma sistematização para vigilância do desenvolvimento infantil até os 3 anos de idade. Teste de Gesell: É aplicado em crianças com 4 semanas de vida até 36 meses, ela avalia o DNPM através de: Comportamento adaptativo (Organização e adaptação sensoriomotora, cognição); Comportamento motor grosseiro e delicado (sustentaçãoda cabeça, sentar, engatinhar, andar, manipulação de objetos com as mãos); Comportamento de linguagem (expressiva ou receptiva); Comportamento pessoal-social (relação com o meio ambiente). Limitações: não considera a movimentação espontânea do bebê, sua qualidade de movimentos e baseia-se na teoria neuromaturacional do desenvolvimento. Escala de desenvolvimento infantil de Bayley: Foi criada por Nancy Bayley em 1933, essa escala já passou por 3 atualizações durante os anos sendo a sua ultima em 2006. Ela é aplicada em crianças de 1 mês até 3 anos e meio de idade, sua estrutura avalia 5 domínios sendo eles: Cognição: como a criança pensa, reage e aprende sobre o mundo. Linguagem:comunicação receptiva e expressiva. Motor: motricidade fina (mãos) e grossa (movimentos do corpo). Comportamental: avaliação qualitativa da interação da criança com objetos e pessoas. Adaptativo. Entretanto uma das limitações desta avaliação é que ela não foi adaptada para a realidade brasileira e só pode ser utilizada por psicólogos. Escala motora infantil Alberta: Essa escala foi desenvolvida em 1994 por Piper e Darrah, ela é utilizada para avaliar o desempenho motor global de crianças de 0 a 18 meses de idade. Ela avalia os seguintes tópicos: Alinhamento postural; Movimentos antigravitacionais: decúbitos, prono, supino, deitado, em pé; Superfície de contato. Teste de Denver II (ou Revisado): É um teste de triagem – criado em 1967 e atualizado para versão II em 1990 – com o objetivo de analisar o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças de 0 a 6 anos, por meio de 125 itens que avaliam quatros aspectos gerais: motor-grosseiro ou motricidade ampla (que corresponde ao controle das aquisições motoras), motor-fino adaptativo (que corresponde a reação da criança frente a objetos e situações), linguagem (que corresponde a percepção de sons, imagens e suas repostas) e comportamento pessoal-social (que corresponde ao comportamento frente a estímulos culturais). Os dados obtidos por meio da sua aplicação indicam SE a criança está progredindo conforme o esperado para sua idade cronológica e maturidade, mas não pode ser usado como instrumento de diagnóstico, uma vez que é apenas de triagem. Nesse contexto: se um item é classificado como: NORMAL, quer dizer que, a criança executa a atividade prevista para a idade, aceitando-se no máximo uma falha por área. SUSPEITA DE ATRASO, quer dizer que, a criança não executa (duas ou mais falhas em duas ou mais áreas) ou se recusa a realizar atividade que já é feita por 75 a 90% das crianças daquela idade. ATRASO, quer dizer que, a criança não executa (duas ou mais falhas) ou se recusa a realizar atividade que já é executada por mais de 90% das crianças que têm sua idade. E a partir a interpretação desses itens é possível classificar o teste como: NORMAL, quando a criança não apresenta nenhum “atraso” ou um cuidado no máximo. RISCO, quando a criança apresenta dois ou mais “cuidados” e/ou um ou mais “atrasos”; não testável, quando “recusa-se” a realizar a atividade em um ou mais itens com a linha da idade completamente à direita (ou seja, realizada por quase todas as crianças) ou em mais do que um item com a linha da idade na área em que 75 a 90% já executam o item. É muito importante conhecer o contexto em que essa criança está inserida durante a avaliação do seu desenvolvimento, precisamos saber se ela foi planejada ou não, as fantasias da mãe durante a gestação, quem é o responsável pelos seus cuidados, como é a rotina dela, quais mudanças aconteceram nas relações familiares depois que ela nasceu e etc. A análise do desenvolvimento ocorre durante toda a consulta, não apenas durante a realização dos testes. É importante observar o comportamento da família e da criança, quem a trouxe ao consultório, como ela é carregada, sua postura, o seu interesse pelo ambiente e a interação com as pessoas, a relação dela com a mãe e da mãe com ela. Entender o que causa diferentes evoluções no DNPM em crianças de mesma idade: Fatores de risco: Ausência ou pré-natal incompleto. Problemas na gestação, parto ou nascimento. Prematuridade (< de 37 semanas). Peso abaixo de 2.500g. Icterícia grave. Hospitalização no período neonatal. Doenças graves, como meningite, traumatismo craniano e convulsões. Parentesco entre os pais. Casos de deficiência ou doença mental na família. Fatores de risco ambientais, como violência doméstica, depressão materna, drogas ou alcoolismo entre os moradores da casa, suspeita de abuso sexual etc. Alterações físicas: Perímetro cefálico < -2 escores z ou > +2 escores z. Presença de alterações fenotípicas: Fenda palpebral oblíqua. Olhos afastados. Implantação baixa de orelhas. Lábio leporino. Fenda palatina. Pescoço curto e/ou largo. Prega palmar única. 5º dedo da mão curto e recurvado. Conhecer como ocorre a alimentação no primeiro ano de vida e seus principais distúrbios nutricionais: Porque a criança não deve ter a introdução alimentar antes do período correto? Limitações fisiológicas do bebê: Desenvolvimento Neuropsicomotor: Sucção e deglutição – Um bebe quando nasce só sabe sugar e engolir líquidos. Ele não tem maturidade neurológica para ingerir semissólidos e sólidos. Ele adquire essa capacidade apenas no quarto mês. Reflexo de extrusão da língua – Mecanismo de proteção que joga qualquer coisa semissólida ou solida para fora para evitar bronco aspiração e pneumonia. Ausência de resposta excitatória à visão dos alimentos – Isso só acontece a partir do sexto mês. Ausência de mastigação – Isso só começa quando ele começa a ter dentes. Ausência de coordenação dos movimentos e sustentação do pescoço Trato gastrointestinal: Falta de maturação do sistema enzimático digestivo – Um bebe não tem todas as enzimas digestivas ao nascimento. Essas enzimas vão sendo produzidas de acordo com o grau de maturação do tubo digestivo. RENAIS: TFG baixa. Baixa capacidade de excretar água e ácidos. Incapacidade de lidar com sobrecarga de volume e osmolaridade. SISTEMA IMUNE: Deficiência de IgA que recobre as mucosas (do TGI por exemplo) para proteger de infecções. Em contrapartida, ele está bastante presente no colostro do leite materno. Mucosa intestinal permeável a macromoléculas = propensão à alergias alimentares (sendo a mais alergênica: a proteína do leite da vaca). Resposta imune IgE insatisfatória. Por isso não usar perfumes. Anticorpo específico, chamado lactoglobulina, contra o leite de vaca. Porque começar a oferta de alimentos aos 6 meses? Maior maturação fisiológica e neurológica; Atenuação do reflexo protusor da língua; Maior quantidade de enzimas digestivas; Maior capacidade de excreção renal; Maior permeabilidade do TGI as macromoléculas; Maior prevalência de desnutrição e deficiência de micronutrientes; Maior dificuldade para reverter o retardo do crescimento em período precoce. A alimentação tem um papel além da nutrição. Nos primeiros anos de vida, a variedade e a forma com que os alimentos são oferecidos influenciam a formação do gosto e a relação da criança com a alimentação. A criança que come alimentos saudáveis e adequados quando pequena tem mais chances de se tornar uma pessoa adulta consciente e autônoma para fazer boas escolhas alimentares. A recomendação atual é que a criança seja amamentada por 2 anos ou mais, e que nos primeiros 6 meses ela receba somente leite materno. A oferta de outros alimentos antes dos 6 meses, além de desnecessária, pode ser prejudicial porque aumenta o risco de a criança ficar doente e pode prejudicar a absorção de nutrientes importantes existentes no leite materno, como o ferro e o zinco. Nos 2 primeiros anos de vida da criança, a escolha dos alimentos merece atenção especial, pois é quando os hábitos alimentares estão sendo formados. O envolvimento da criança na escolha dos alimentos e no preparo das refeições deve ser estimulado permitindo a vivência com as tarefas cotidianas relacionadas às práticas alimentares. Para que as crianças possam ter um bom repertório de alimentos, elas devem ser apresentadas à maior diversidade possível daqueles que são acessíveis à renda da família e disponíveis em sua região. Os alimentos in natura e minimamenteprocessados devem ser a base da alimentação da criança e de toda família. Para a criança menor de 2 anos, somente alguns alimentos processados, como queijos e pão, podem compor a alimentação. Os alimentos ultraprocessados não devem ser oferecidos à criança e devem ser evitados pelos adultos. A água é essencial para hidratar a criança, ela deve ser dada a partir do momento em que os novos alimentos são incluídos, ela não deve ser substituída por nenhum líquido, como chá ou suco, muito menos refrigerante. Desde os primeiros alimentos oferecidos à criança, a consistência deve ser espessa. Por conterem mais água, alimentos líquidos como sopas, sucos e caldos fornecem menos energia e nutrientes do que a criança precisa. A alimentação mais espessa ajuda no desenvolvimento da face e dos ossos da cabeça, colaborando para mastigação e respiração adequadas. Sem isso, mais tarde, quando alimentos forem ofertados em pedaços maiores, a criança não saberá mastigar direito e poderá ter dificuldade em aceitá-los ou engasgar e ter ânsia de vômito. Por esses motivos, a criança deverá receber a comida amassada com garfo. À medida que for crescendo, deve consumir alimentos picados em pedaços pequenos e, depois, maiores. Também podem ser oferecidos alimentos macios em pedaços grandes, para que a criança pegue com a mão e leve à boca. Evite dar preparações líquidas e não use liquidificador ou mixer. Quando a criança começa a comer, costuma aceitar pouca quantidade de alimentos. À medida que cresce e se desenvolve, essa quantidade aumenta gradativamente. Algumas crianças aceitam pouca quantidade nas primeiras vezes em que os alimentos são oferecidos, podendo gerar ansiedade na família. Enquanto ela estiver passando por essa fase, o leite materno ainda é o principal alimento. Desde o início a alimentação da criança deve, sempre que possível, ser variada e incluir alimentos de diferentes cores que façam parte da cultura alimentar da família e sejam produzidos e comercializados na região onde vive. Para estimular o aprendizado da criança, o ideal é arrumar a comida no prato com os diferentes alimentos separados, sem misturar. A criança pode e deve, desde o início, ser alimentada com a comida da família, mas, para isso, a alimentação deve ser feita com alimentos in natura e minimamente processados, preparada com temperos naturais e com uma quantidade mínima de sal e sem o uso de alimentos ultraprocessados. É importante o uso de óleos vegetais, como óleo de soja, de girassol, de milho ou azeite de oliva para temperar e cozinhar alimentos in natura ou minimamente processados. Além de tornarem as preparações mais saborosas, os óleos são fontes de energia e importantes para o desenvolvimento infantil, pois possuem substâncias necessárias à formação dos neurônios e favorecem a visão, a absorção de algumas vitaminas e o aumento da imunidade. Comida de criança pode ser refogada. Basta uma pequena quantidade de óleo para refogar alimentos e promover esses benefícios à saúde da criança. Nos dois primeiros anos de vida, não se deve adoçar frutas e bebidas com nenhum tipo de açúcar, também não devem ser oferecidas preparações que tenham açúcar como ingrediente, como bolos, doces, geleias e biscoitos doces. O consumo de açúcar aumenta a chance de ganho excessivo de peso e de ocorrência de outras doenças, como diabetes, hipertensão e câncer, e pode provocar cárie dentária e placa bacteriana entre os dentes. Além disso, como a criança já tem preferência pelo sabor doce desde o nascimento, se ela for acostumada com preparações açucaradas, poderá ter dificuldade de aceitar verduras, legumes e outros alimentos saudáveis. Em resumo, uma alimentação ideal deve: Atender as necessidades energéticas e quantitativas; Ser balanceada em qualidade e quantidade; Ser variada; Respeitar a imaturidade fisiológica da criança; Respeitar a capacidade gástrica e digestiva da criança; Equilibrar alimentos; Ser adequada em relação aos intervalos, horários e número de refeições diárias; Ser acessível fisicamente e financeiramente; Ter baixa quantidade de contaminantes químicos, biológicos e físicos; Ter técnicas adequadas de administração. Principais distúrbios nutricionais: Em todo o mundo cerca de 30% das crianças menores de cinco anos apresentam baixo peso, como consequência da má alimentação e repetidas infecções. Apenas 12,7% das crianças brasileiras de 06 a 59 meses consumiram verduras de folhas, 21,8% consumiram legumes e 44,6% consumiram frutas diariamente. Também se observou elevado consumo de refrigerantes (40,5%), alimentos fritos (39,4%), salgadinhos (39,4%), doces (37,8%), na frequência de uma a três vezes na semana. Os principais distúrbios encontrados nas crianças atualmente são: Obesidade infantil (menores de 5 anos= 7%, de 5 a 9 anos= 34%) Anemia por deficiência de ferro (menores de 5 anos= 50%) Deficiência de vitamina A (menores de 5 anos=17,4%) Aproximadamente 200 milhões de crianças menores de cinco anos, residentes em países em desenvolvimento, não atingem seu potencial de desenvolvimento. E as deficiências nutricionais, entre elas a anemia é apontada como um dos determinantes que prejudicam o desenvolvimento das crianças. Essas crianças possuem maior probabilidade de baixo rendimento escolar, o que provavelmente contribuirá para a transmissão intergeracional da pobreza com implicações para o desenvolvimento de um país. Diferenciar o leite materno, fórmula e de vaca: A fórmula infantil é indicada para a criança em casos de situações especiais como impossibilidade de aleitamento materno, doenças maternas graves, HIV, doença de chagas, uso de medicamentos e entre outros. Para isso existem fórmulas específicas que atendam as necessidades da criança de acordo com a sua faixa etária, elas são classificadas em fórmulas de partida(0 a 6 meses) e de seguimento (6 a 12 meses). Características gerais das fórmulas infantis: Gordura: mistura de óleos vegetais que fornecem os ácidos graxos essenciais (AGE), dentre eles ácido lineico e o alfa-linolênico. Carboidratos: as fórmulas contêm lactose apenas ou associação de lactose com polímeros de glicose (maltodextrina). Proteínas: polimérica (soro do leite /caseína) ou parcialmente hidrolisada (soro). Minerais: há modificação nos teores dos minerais, tentando aproximar os seus teores aos do leite materno. A relação cálcio/fósforo é adequada. Oligoelementos: atendem às necessidades da criança sadia. Outros nutrientes e componentes: Nucleotídeos possuem papel fundamental na estrutura do DNA e RNA; também são essenciais para o metabolismo celular; Oligossacarídeos do Leite Humano (OLH) são carboidratos naturalmente presentes no leite humano, prolongamentos do açúcar do leite, a lactose, com combinações de galactose, N-acetilglicosamina, fucose e/ou ácido siálico. São componentes biologicamente ativos que modulam de forma benéfica a microbiota do lactente, assim como o desenvolvimento do intestino, do sistema imunológico e, potencialmente, do sistema neurológico; Prebióticos (GOS/FOS) são carboidratos não- digeríveis que estimulam o crescimento e/ou atividade de um grupo de bactérias no cólon que traz benefícios à saúde do indivíduo; Probióticos, produzindo efeitos benéficos à saúde quando consumidos em quantidades adequadas; LC-PUFAS são ácido graxos poli-insaturados de cadeia longa que participam na estrutura da membrana celular da retina e do sistema nervoso central – docosaexaenoico (C22:6n3) - DHA e ácido araquidônico (C20:4n6) - ARA. O leite de vaca (in natura, integral, pó ou fluido), por não possuir as características descritas acima da fórmula infantil,não é considerado alimento apropriado para crianças menores de um ano. O pediatra deve estar atento, pois apesar de estarem na forma em pó, os leites de vaca desidratados não são próprios para o uso em lactentes. As inadequações do leite de vaca são: Qualidade das Gorduras: contém baixos teores de ácidos graxos essenciais, como o ácido linoleico (dez vezes inferior às fórmulas infantis), sendo necessário o acréscimo de óleo vegetal para que atenda ás necessidades nutricionais do recém-nascido. Quantidade e qualidade dos Carboidratos: a sua quantidade é insuficiente quando o leite é diluído a 2/3, sendo necessário o acréscimo de outros açúcares, frequen- temente mais danosos à saúde, como a sacarose, com elevado poder cariogênico. Proteínas: fornece alto teor proteico com consequente elevação da carga renal de soluto. O excesso proteico aumenta o risco de doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão arterial, além da qualidade da proteína contribuir para adiposidade no futuro. Apresenta relação caseína/proteínas do soro inadequada, comprometendo a digestibilidade e absorção de nutrientes. Minerais e eletrólitos: fornece altas taxas de sódio, contribuindo para a elevação da carga renal de soluto, deletéria principalmente para os recém-nascidos de baixo peso. Vitaminas: baixos níveis de vitaminas D, E e C. Oligoelementos: são fornecidos em quantidades insuficientes, com baixa biodisponibilidade. Conhecer os acidentes mais comuns entre 6 meses a 2 anos e como evitá-los: 6 meses- 1 ano: Nessa faixa de idade, a criança começa a se locomover sozinha, está mais ativa e curiosa. Quedas: coloque redes de proteção ou grades nas janelas que possam ser abertas; ponha barreiras de proteção nas escadas; certifique-se de que o tanque de lavar roupas está bem fixo, para evitar que ele caia e machuque a criança. Queimaduras: cerque o fogão com uma grade; use as bocas de trás; deixe os cabos das panelas voltadas para o centro do fogão; mantenha a criança longe do fogo, do aquecedor e do ferro elétrico. Sufocação: afaste, da criança, sacos plásticos, cordões e fios. Afogamentos: não deixe a criança sozinha perto de baldes, tanques,poços e piscinas. Choque elétrico: coloque protetores nas tomadas; evite fios elétricos soltos e ao alcance da criança. Intoxicação: mantenha produtos de limpeza e/ou medicamentos fora do alcance da criança, colocando-os em locais altos e trancados. Acidentes no trânsito: o CTB determina que a criança, nesta idade, deve ser transportada no bebê-conforto ou conversível – cadeira em forma de concha, levemente inclinada, colocada no banco de trás, voltado para o vidro traseiro, conforme orientações do fabricante. 1- 2 anos: A criança já anda sozinha e gosta de mexer em tudo. Quedas: coloque barreira de proteção nas escadas e janelas; proteja os cantos dos móveis. Segurança em casa: coloque obstáculo na porta da cozinha e mantenha fechada a porta do banheiro; não deixe à vista e ao alcance das crianças objetos pontiagudos, cortantes ou que possam ser engolidos, objetos que quebrem facilmente, detergentes, medicamentos e substâncias corrosivas, pois elas gostam de explorar o ambiente em que vivem. Atropelamento: saindo de casa, segure a criança pelo pulso, evitando, assim, que ela se solte e corra em direção à rodovia. Não permita que a criança brinque em locais com trânsito de veículos (garagem e próximo à rodovia); escolha lugares seguros (parques, praças e outros). Acidentes no trânsito: o CTB determina que, nesta fase, a criança deva ser transportada em cadeira especial no banco de trás, voltado para frente, corretamente instalada, conforme orientação do fabricante. Compreender quando se inicia a higiene bucal e corporal da criança, sua importância e como deve ser feita: Os dentes de leite ou decíduos são importantes para “guardar” o espaço e preparar o caminho dos dentes permanentes, servindo de guia para que esses dentes se posicionem de forma correta, para a criança se alimentar bem e ter uma mastigação eficiente dos alimentos sem desconforto é necessário que seus dentes estejam em bom estado. A perda dos dentes de leite antes do tempo pode prejudicar, na criança que está aprendendo a falar, a pronúncia de algumas palavras. Além disso, a criança poderá se sentir diferente do restante do grupo de sua faixa etária, podendo causar algum problema emocional/social. A partir do nascimento do primeiro dente é indispensável utilizar uma escova de dente pequena de cerdas macias, com o uso de pequena quantidade (menos de um grão de arroz) de creme dental com flúor. Enquanto a criança possuir apenas dentes de leite, é suficiente escovar os dentes com creme dental duas vezes ao dia, e deve-se cuidar para que ela não engula a espuma que se forma durante a escovação. O creme dental deve ser mantido fora do alcance das crianças. O uso do fio dental está indicado quando os dentes estão juntos, sem espaços entre eles, uma vez ao dia. Os pais ou cuidadores devem escovar os dentes das crianças até que elas aprendam a fazer isto sozinhas, mas devem acompanhar até perceber que estão fazendo a higienização bucal de maneira correta. Descrever os diagnósticos fisiológicos dos pacientes do caso: João: Peso: 8,5 kg Altura: 68 cm PC: 44,5 cm DNPM: Senta sem apoio, passa objetos de uma mão para a outra, atende pelo nome, tranquilo, 1 dente incisivo central superior. Aleitamento materno exclusivo. IG: 40 semanas, PN: 3.750g, E: 51cm, PC: 36cm P=0 +2 = peso adequado E= 0 +2 = estatura adequada IMC= 0 +1 = eutrofia Pedro: Peso: 5,5 kg Altura: 63 cm PC: 42 cm DNPM: Recusa alimentação, irritado, brinca pouco, rola, pega objetos e leva a boca, não senta mesmo com apoio, reage mal ao contato com estranhos, não tem dentes. Aleitamento com leite de vaca. IG: 36 semanas, PN: 1.850g, E: 42cm, PC: 31cm P=-2 -3 = baixo peso E= 0 -2 = estatura adequada IMC= -2 -3 = magreza Diego: Peso: 9 kg Altura: 69 cm PC: 43,5 cm DNPM: Não consegue firmar as pernas, não pronuncia monossílados, apenas sons guturais, tem 2 dentes incisivos centrais superiores. Aleitamento com leite NAN engrossado e come Danoninho todo dia. IG: 39 semanas, PN: 2100g, E: 44cm, PC: 32cm P= 0 +2 = peso adequado E= 0 +2 = estatura adequada IMC= 1 +2 = risco de sobrepeso 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 IC IP IE IM IO João Pedro Diego
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