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➢INFLAMAÇÃO • Conjunto de fenômenos de reação a qualquer agressão: o Bacteriana o Viral oMicótica o Parasitária o Pós-traumática o Química o Física ❖A nível microscópico as lesões inflamatórias se caracterizam por: • Reação vascular com formação de capilares; • Migração de leucócitos, macrófagos e plasmócitos para o local; • Modificação na estrutura dos epitélios: o Hiperplasia o Reparação • Alterações morfológicas variadas: o Algumas são comuns a todas as inflações; o Outras representam modificações específicas ao agente causador. • Presença do fator causal • Nota: muitas vezes observa-se a reação inflamatória mas não observa-se o agente causador. ❖CERVICITE ESPECÍFICA • Presença evidenciada, microscopicamente, do agente causador da reação inflamatória. Ex.: Cervicite por Cândida spp. ❖CERVICITE INESPECÍFICA • Reação inflamatória mas sem observar, microscopicamente, o agente causador. ➢Função da citologia nas reações inflamatórias: • Avaliar a intensidade da inflamação • Acompanhar sua evolução • Se possível, determinar a natureza do agente causador. LESÕES INFLAMATÓRIAS ❖A susceptibilidade à inflamação varia com a idade: • Na idade reprodutiva, o epitélio escamoso altamente proliferativo da ectocérvice serve como barreira contra lesões. • Em crianças e mulheres pós menopausa que o epitélio é atrófico, facilita a instalação de reações inflamatórias. • O epitélio colunar é mais susceptível a agentes infecciosos, especialmente quando há ectopia. ❖INFECÇÃO AGUDA • Pode levar a perda ou descontinuação do epitélio cervical, resultando em ulceração. • Ocorrem destruição celular e dano tecidual, com migração de inúmeros leucócitos e formação de exsudato. • A infecção aguda é seguida de regeneração e reparo tecidual ❖INFECÇÃO CRÔNICAS • Pode afetar o epitélio colunar, escamoso, metaplásico • Ocorre uma infiltração localizada ou difusa por linfócitos, formando folículos linfóides CERVICITE FOLICULAR CRÔNICA ➢MODIFICAÇÕES CELULARES ➢EM RELAÇÃO AO CITOPLASMA ❖Apagamento ou perda das bordas citoplasmáticas: • Indica processo inflamatório, geralmente por Cândida spp e Trichomonas vaginalis • Geralmente aparece em grupamentos celulares. • Limites do citoplasma não estão bem definidos. • As bordas citoplasmáticas estarão parcial ou totalmente indistintas. • Encontrados mais frequentemente em células intermediárias. ❖Condensação do citoplasma • Ceratinização intensa • Citoplasma se torna opaco, corado em laranja escuro ou avermelhado. • Quase sempre este fenômeno ocorre em grupamentos celulares • Formações em pérola (córneas) e hiperceratoses. • Observado em cervicite crônica, displasias. ❖Borda citoplasmática dobrada • Células basais e parabasais • Toda a borda citoplasmática dobrada para dentro e formando, à volta da periferia celular, uma bainha mais escura, de largura variável. ➢Halo perinuclear • Halo citoplasmático em volta do núcleo, corado mais palidamente que o resto do citoplasma ou não se cora. • É característico de processos inflamatórios • Pode estar associado ao apagamento das bordas. • Comum em infecções por Trichomonas vaginalis. ➢Formas aberrantes ou bizarras ❖É comum em células mais jovens encontrarmos formas alongadas de prolongamentos citoplasmáticos com pseudópodos. ❖São vistas em pequenos grupos e aparecem comumente durante inflamação ou nos casos de metaplasia escamosa ➢CERATINIZAÇÃO • A célula apresenta um citoplasma extremamente enrugado, geralmente corado em amarelo, vermelho intenso ou alaranjado. • O núcleo está inteiramente ausente ou algumas vezes surge um vago vestígio rodeado por um halo claro. • Esta célula é derivada diretamente das células superficiais. ALTERAÇÕES BENIGNAS EM RELAÇÃO AO NÚCLEO E AO CITOPLASMA ❖PARACERATOSE • Grupos de células acentuadamente eosinofílicas, arrumadas em camadas alongadas, com as células apertadas umas contra as outras e núcleos hipercromáticos e alongados • O citoplasma destas células se cora em laranja acentuado e os limites das células não são muito delineados. • Citoplasma é opaco, mostrando processo de ceratinização ➢NÚCLEO EXCÊNTRICO • Presença do núcleo na periferia da célula. ➢COILOCITOSE • Significa “ cavidade dentro da célula” • Refere-se a um espaço claro, grande, algo irregular, ocupando quase todo o citoplasma e à volta do núcleo. • Muitas vezes, mostra um grau variável de displasia (núcleos com alteração de conteúdo cromatínico) • Frequentemente encontrada associada a displasia, carcinoma in situ e até tumor invasivo. • Encontramos núcleos discarióticos dentro desta células. • Patognomônico da infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) AGENTES ESPECÍFICOS As vaginites podem ser decorrentes • Infecções vaginais • Infecções cervicais ou do colo do útero • DST ❖Corrimento vaginal: • Caracteriza-se por uma irritação vaginal ou um corrimento anormal que pode ou não ter odor desagradável • Pode haver prurido, ardor ➢TRICOMONÍASE ❖Trichomonas vaginalis • Flagelado oval, piriforme ( em forma de pera ). • Possui três flagelos pequenos e uma membrana ondulante. • Pequeno núcleo , quase sempre excêntrico e se cora em escuro. • É uma doença sexualmente transmissível • Pode haver transmissão através da partilha de roupas de banho, toalhas, roupas íntimas, etc... ❖Em esfregaços cervicais: • Se coram palidamente em verde, azul ou cinza. • Os flagelos não são observados, mas os núcleos são corados palidamente e são excêntricos. • Banquete celular – presença de vários parasitas em volta de uma célula intermediária devorando seu citoplasma. ❖Sintomas • Corrimento vaginal abundante • Processo inflamatório acentuado • Prurido e ardor • Parto prematuro • Corrimento espesso, amarelo - esverdeado, caracterizando uma leucorréia persistente • Mucosa vaginal e cervical evidencia um pontilhado hemorrágico característico, provocado pela dilatação dos vasos capilares da sub- mucosa Vagina e colo em morango ➢CANDIDÍASE • Também conhecida por Monilíase • Cândida spp • Cândida albicans é a espécie mais frequentemente identificada nos esfregaços. • Formações alongadas e com aspecto de galhos de roseira, chamadas de hifas, com ramificações. • Encontram-se pequenos esporos, ovais, isolados ou ligados às hifas • Prurido vaginal, queimação, eritema • Corrimento de coloração branco - amarelada ➢Cândida glabrata • Aspecto de “botinhas” - sapatinhos • São encontradas na forma de pequenos esporos, contendo um halo claro ao seu redor. ➢LEPTOTRICOSE ❖Leptothrix sp. • Fungo alongado, filamentoso, com atração especial por mucosas. • Coram-se em cinza ou negro • Quando seus filamento são muito curtos pode ser confundidos com bacilos de Doederlein. • Estes filamentos parecem fios de cabelo e ocorrem em número e tamanho variáveis. • Comumente são curvilíneos sob a forma de um S, um C ou um U • Presença de muco denso e presença dos critérios de inflamação. • Pode estar associado à infestação por Trichomonas ➢Actinomyces sp • Tufos bacterianos (agregados) de bordos filamentosos que lembram ‘ouriço do mar’ • Tem-se relatado a sua presença em pacientes usuárias de DIU. • Observa-se aglomerados densos e arredondados de filamentos dispostos em todos os sentidos que se coram em azul, marrom ou violeta. • Presença de numerosos PMNs e critérios inflamatórios. • Corrimento amarelo, leitoso e fétido associado ou não a quadros de endometrite e de doença inflamatória pélvica ➢VAGINOSE BACTERIANA • Gardnerella vaginalis • Mobiluncus spp• Ocorre a inversão da flora bacteriana: ✓Diminui a concentração dos lactobacilos ✓Aumenta excessivamente a concentração de bactérias anaeróbias. • Infecção polimicrobiana, que resulta de um supercrescimento da flora bacteriana anaeróbia. • Ocorre a elevação do pH, diminui o número de lactobacilos e da produção de ácido láctico, facilitando ainda mais, o crescimento destas bactérias • Estas bactérias inibem a quimiotaxia – pequena população de PMNs ou ausência. • Presença de numerosos bastonetes bacilares que recobrem parcial ou totalmente as células e aderem a sua superfície. • Essa disposição de bacilos dá um aspecto característico ás células – são chamadas de células indicadoras, célula-chave, célula-alvo ou “clue cell”. • As células atingidas tomam uma coloração violeta ou eosinofílica, conforme a densidade do acúmulo bacteriano • Secreção discreta ou moderada, bolhosa, coloração cinza, homogênea, aderente às paredes vaginais. • Apresenta forte odor de amina (putrefina e cadaverina) ➢HERPES GENITAL • Doença de caráter recorrente • Herpes Simples Vírus (HSV) tipo 1 ou tipo 2 • HSV tipo 2 – agente mais predominante e causa de herpes genital recorrente. • Transmissão: sexual • Surgimento de lesões dolorosas, que se tornam vesiculares, coalescem e ao romperem-se dão origem a ulcerações, com posterior formação de crostas e cicatrização. • Após a cura da lesão tegumentar ou mucosa, os vírus podem permanecer nos nervos periféricos. • Infecta células escamosas, metaplásicas e endocervicais. • As lesões celulares iniciais são a consequência da replicação viral no núcleo ❖Apresentam: • Núcleo aumentado de tamanho com aspecto de vidro despolido. • A membrana nuclear parece espessada, pela adesão, em sua face interna, de fragmentos de cromatina deslocados pelo vírus • Multinucleação e estes núcleos se amoldam uns aos outros. • Na fase final, surgem no núcleos inclusões únicas, volumosas, eosinofílicas. ➢CITOMEGALOVÍRUS • As células infectadas contêm volumosas inclusões nucleares eosinofílicas ou basofílicas envoltas por um halo claro. • As células infectadas são principalmente de origem endocervical. • Inclusões em “olho de coruja” ➢Chlamydia trachomatis • Bactéria intracelular obrigatória • Sexualmente transmissível • Pode ser assintomática ou apresentar sintomas não específicos. • A JEC e a endocérvice são as mais atingidas. • Presença de pequenos elementos no citoplasma destas células, dentro de um pequeno vacúolo citoplasmático com contornos bem nítidos. • Múltiplos pequenos vacúolos bem delimitados e contendo uma inclusão eosinofílica constituída pela condensação de partículas de Chlamydia
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