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PRINCÍPIOS LIGADOS AO PROCEDIMENTO FALIMENTAR E PROCESSO FALIMENTAR

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PRINCÍPIOS LIGADOS AO PROCEDIMENTO FALIMENTAR E PROCESSO FALIMENTAR
O direito falimentar sofreu inúmeras mudanças ao longo dos anos, desde a civilização romana até os dias de hoje, tendo como exemplo o inadimplente, que por não cumprir suas obrigações poderia ser vendido como escravo. Com o passar dos anos, bem como com a evolução do Direito e o início da defesa aos Direitos Humanos, muitas coisas mudaram. A antiga lei de falências, Decreto-Lei nº 7.661/1945, entrou em vigor, perdendo seu posto, na sequência, para a nova lei de falências, a Lei nº 11.101/2005, que inovou o direito falimentar, trazendo opções para a continuidade da sociedade empresária, preocupando-se, principalmente com a preservação das atividades e com a sociedade de forma geral. Ainda, disciplina acerca da falência requerida pelo próprio devedor (autofalência), ou seja, quando o empresário, ciente da inviabilidade de sua empresa, opta por sua própria quebra, requerendo-a em juízo. Ademais, usufruirá de alguns benefícios por conta do requerimento de quebra voluntário, tais como: dissolução regular da sociedade empresária, blindagem patrimonial dos sócios por débitos tributários e trabalhistas, demonstrados por meio de interpretações de doutrinas, e também por diversos tribunais, por meio de julgados.
A falência nada mais é que uma organização legal e processual de defesa coletiva dos credores em face da impossibilidade de poder o devedor comum saldar seus compromissos.
Ela pode ser caracterizada como um processo de execução coletiva, decretada judicialmente, dos bens do devedor comerciante, ao qual concorrem todos os credores para arrecadar o patrimônio disponível, verificar os créditos e saldar o passivo em rateio, observadas as preferências legais.
O processo falimentar é compreendido por 3 (três) fases distintas, quais sejam: a pré-falimentar; a etapa falencial propriamente dita, que tem seu fim com o encerramento da falência strictu sensu; e a fase de reabilitação, na qual se extinguem as obrigações do falido, tendo estas, então, finalidades diversas.
"É importante ressaltar que a falência é a execução concursal do devedor empresário", e se inicia com a sentença constitutiva dada pelo juízo competente. Portanto, o tema é de suma importância para o empresariado em geral, principalmente após a promulgação da nova lei de falimentar que concedeu uma série de benefícios ao devedor para evitar que ela ocorra.
O encerramento da falência, por outro lado, se inicia com a prestação de contas do administrador judicial, levada a efeito após a realização de todo o ativo do falido e distribuído o produto apurado entre os credores. Importante registrar, também, que ela tem como objetivo encerrar a falência e declarar a irreversibilidade da situação do falido.
A extinção das obrigações do falido está ligado à possibilidade do mesmo voltar a constituir novamente atividade empresarial.
- ATOS E SITUAÇÕES PASSÍVEIS DE DECRETAÇÃO (PEDIDO DE FALÊNCIA)
Temos as seguintes causas que ensejam o pedido de falência e que autorizam sua decretação, abaixo expostos:
1)Sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência.
2)Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal.
3)Pela prática de qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial requerido antes do pedido de falência:
a. Procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamento
b. Realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não
c. Transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo
d. Simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor
e. Dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo
f. Ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento
g. Deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial
Também encontramos na lei, no mesmo art. 73, a previsão de que a decretação da falência por inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial.
Em suma, pode ser requerida a falência do devedor que não paga, no vencimento, sem uma relevante razão de direito, obrigação líquida ou títulos protestados que ultrapassem o equivalente à quantia de 40 salários mínimos na data do pedido de falência.
Ainda, o devedor executado por qualquer quantia líquida que não pagar, não depositar ou não nomear à penhora, no prazo legal, bens suficientes para honrar o compromisso.
- FALÊNCIA REQUERIDA PELO PRÓPRIO DEVEDOR
A autofalência ou confissão da falência, termos mais utilizados no meio forense, encontra-se instalada nos arts. 105, 106 e 107, na Seção VI - Da Falência Requerida pelo Próprio Devedor - da Lei nº 11.101/05. É um instituto que está a merecer maior reflexão para os advogados, quando verificarem perante seus clientes que não há outra alternativa da sociedade para superar a crise econômico-financeira que atravessam naquele momento, sem deslumbrar a possibilidade de soerguimento do empreendimento através de negociações ou da recuperação judicial.
Na petição inicial, o devedor fundamentará o pedido da confissão da falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial (art. 105, caput).
Constatando essa realidade, depois de esgotados todos os estudos e estratégias para tentar a mantença da atividade empresarial, como forma de tutelar o interesse próprio e dos credores que têm relações com a sociedade, embora o legislador tenha empregado o verbo "dever" no caput do art. 105, sem, contudo, impor qualquer sanção na hipótese do seu desacatamento, poderá (faculdade) o devedor requerer judicialmente a sua autofalência, atendendo à extensa lista de documentos prevista no art. 105 da LREF(1).
- DIREITOS E DEVERES DO FALIDO
Perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor;
Tem o direito de fiscalizar a administração da falência, requerer providências necessárias para a conservação de seus direitos ou dos bens arrecadados;
Tem os deveres previstos no rol do art. 104 ;
Tem também o falido o direito de intervir como assistente, em causa em que seja parte a massa falida, não sendo obrigatória, entretanto, a sua intimação de atos praticados em processo no qual não haja requerido a sua admissão como assistente.
A declaração de falência não torna o falido incapaz. Tem ele o direito de recorrer nos processos em que a massa figure como parte, ou seja, interessada.
- EFEITOS DA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA SOBRE A OBRIGAÇÃO DO DEVEDOR
Os efeitos da decretação da falência sobre as obrigações do devedor (empresário ou sociedade empresária) são tratados pela Nova Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005 , arts. 115 a 128), conforme explanado a seguir.
Importa salientar que, conforme expressamente estabelecido pelo art. 115, a decretação da falência sujeita todos os credores aos efeitos dela decorrentes. Além disso, sobrevindo a decretação, os credores somente podem exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente responsável nos estritos termos da vigente lei falimentar.
Convém assinalar, ainda, que o art. 126 estabelece que, nas relações patrimoniais não reguladas expressamente na Lei de Falências, o juiz deve decidir o caso atendendo à unidade, àuniversalidade do concurso e à igualdade de tratamento dos credores.
Para tanto, o dispositivo determina a observância dos preceitos contidos no art. 75, segundo o qual:
a) a falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, Ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa;
b) o processo de falência deve atender aos princípios da celeridade e da economia processual.
 nova Lei de Falências e recuperação de empresas expõe em seus artigos 157 e 158 as causas de extinção das obrigações do falido. Dizem os mesmo, in verbis:
Art. 157. O prazo prescricional relativo às obrigações do falido recomeça a correr a partir do dia em que transitar em julgado a sentença do encerramento da falência.
Art. 158. Extingue as obrigações do falido: I - o pagamento de todos os créditos; II - o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50%(cinqüenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo; III - o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei; IV - o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei. (BRASIL, 2005).
Com relação ao artigo 157, merece destacar que o prazo prescricional, suspenso em razão da decretação judicial da falência, recomeça a correr a partir do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência, ou seja, não há interrupção do prazo prescricional das obrigações da sociedade. Já com relação às causas de extinção das obrigações do falido, o inciso I do Artigo aponta que um dos meios que a sociedade empresária tem para fazê-lo é através do pagamento das dividas, sendo este meio extintivo da obrigação por excelência.
- ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DO FALIDO
A Lei 11.101/2005, propõe em seus artigos 154 à 160, como devem ser seguido o processo de encerramento da falência e a posterior extinção das obrigações da sociedade empresária (falido).
Segundo a lei falimentar (Artigo 102), "o falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1º do art. 181 desta Lei. Este artigo expõe claramente que com a decretação da falência, não há possibilidade de que aquele que é considerado falido continue exercendo suas atividades, com o risco de sofrer uma série de sanções legais. Mas prevê ainda o mesmo artigo que tal impossibilidade se restringe até o momento da prolatação da sentença que extingue as obrigações do devedor. Percebe-se então nesse dispositivo que seu objetivo é proteger os credores do falido de possíveis atos de fraude, até que haja uma possível, mas não garantida forma de receberem seus créditos.
Nas palavras do Prof. Moacyr Lobato, o encerramento da falência é fase posterior à liquidação do ativo e pagamento do passivo, e "a falência, enquanto processo, será encerrada pelo juiz, mediante apresentação do relatório final pelo administrador judicial".
Pela lei falimentar, o encerramento da falência se inicia com a prestação de contas do administrador judicial ao juízo do processo no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da conclusão da realização de todo o ativo do falido e da distribuição do produto apurado entre os credores.
A lei estabelece, ainda, que a prestação de contas deverá vir acompanhada dos documentos comprobatórios que serão prestadas em autos apartados que, ao final, serão apensados aos autos da falência.
Recebida a prestação de contas, o juiz fará publicar aviso de que as contas foram entregues e se encontram à disposição e conhecimento dos interessados (ou credores), que poderão impugná-las no prazo de 10 (dez) dias. Não havendo impugnações, ao final do prazo de 10 (dez) dias e depois de realizadas todas as diligências necessárias à apuração dos fatos, o juiz intimará o Ministério Público para manifestar-se no prazo de 5 (cinco) dias.
Sendo apresentada alguma impugnação, seja por parte dos interessados (ou credores) ou do Ministério Público, o administrador judicial terá oportunidade de apresentar correções e explicações sobre as contas apresentadas, ou ainda contestar o que foi impugnado.
Interessante observar que, o artigo 154, § 3º da lei falimentar prevê a realização de diligências necessárias à apuração dos fatos, que pode implicar na produção de prova pericia.
A prova pericial tem como objetivo, segundo o pensamento de Remo Dalla Zanna :
O objetivo da prova é elucidar, por completo e com total clareza, ao magistrado e aos demais interessados, a verdade sobre as controvérsias guerreadas no processo. É importante frisar que o trabalho pericial deve se restringir, em princípio, ao objeto guerreado nos autos do processo (...) todavia, em nome da verdade pode o perito judicial, a critério do magistrado que o nomeou, ir além dos pontos que foram objetos dos quesitos. (...) Além disso, não se quer do perito uma opinião ou convicção pessoal, quer-se dele conclusões fundadas em fatos contábeis comprovados por documentos, lançamentos, demonstrações contábeis e cálculos, anexados ao seu laudo pericial.
Cumpridas todas essas providências, o juiz julgará as contas por sentença.
Caso o juiz rejeite as contas do administrador judicial, a sentença deverá fixar suas responsabilidades, podendo determinar a indisponibilidade ou o sequestro de seus bens e servirá como título executivo para indenização da massa falida.
Posteriormente, se as contas forem aprovadas ou rejeitadas o artigo 155 da Lei falimentar estabelece que o administrador judicial deverá apresentar relatório final da falência, no prazo máximo de 10 (dez) dias (depois da sentença julgadora das contas). Apresentado referido documento, o juiz encerrará a falência por sentença homologatória que será publicada por edital e dela caberá recurso de apelação.
E ainda vale mencionar, como sabiamente diz o Prof. Moacyr Lobato que: A sentença que encerra o processo decorre do exaurimento patrimonial da massa ou da verificação de sua inexistência. O processo falimentar existe, portanto na medida em que houver bens que integrem o acervo patrimonial, de caráter objetivo, que integre a massa falida .
O encerramento põe fim ao processo falimentar, mas não extingue as obrigações do falido, que serão explicadas no capítulo seguinte. Além disso, o encerramento da falência não impede a instauração de ação penal para persecução de crimes falimentares.
- CRIMES FALIMENTARES
Crimes falimentares são condutas incrimináveis pelo risco de, vindo a ocorrer a falência, causarem dano aos credores. A Lei 11.101/2005 – LFR manteve o sistema de condição objetiva de punibilidade a partir de decisão nos autos cíveis, mas ampliando o campo, para incluir as condutas praticadas não apenas a partir da decretação da falência, mas também a partir do despacho concessivo da recuperação judicial (art. 58) ou da sentença homologatória da recuperação extrajudicial (art. 164, § 5º). Pela LFR mesmo sem o decreto de falência, pode existir crime e, portanto, a rigor, não se justificaria manter a expressão crimes falimentares. No entanto, uma vez que está consagrada pelo uso, a expressão pode ser mantida, devendo-se sempre ter em mente que não mais se limitam os crimes a condutas exclusivamente praticadas a partir da decretação da falência, consoante COELHO 2005.
Na Lei nº 11.101/2005, existem 11 crimes falimentares, dispostos nos artigos 168 a 178.
Fraude a Credores
A fraude a credores ocorre quando um indivíduo, para conseguir uma vantagem para si ou para terceiros, pratica um ato que causa ou pode causar prejuízo aos credores.
A pena é a reclusão de 3 a 6 anos, e multa, mas ela pode ser aumentada 1/6 a 1/3 nos seguintes casos:
Elaboração de escrituraçãocontábil ou balanço com dados inexatos;
Omissão de lançamento ou alteração na escrituração contábil ou no balanço;
Destruição ou corrupção de dados contábeis ou negociais armazenados em computador ou sistema informatizado;
Simulação de composição do capital social;
Destruição, ocultação ou inutilização de documentos de escrituração contábil obrigatórios.
Existe uma pena mais dura, em que se aumenta de 1/3 até metade, se houver contabilidade paralela. Isso ocorre quando o devedor “manteve ou movimentou recursos ou valores paralelamente à contabilidade exigida pela legislação”.
Em contrapartida, há redução de pena quando o juiz não constata prática habitual de condutas fraudulentas do empresário de microempresa ou empresa de pequeno porte que se encontra em situação de falência. Nesses casos, pode ocorrer redução da pena de reclusão de 1/3 a 2/3, ou o juiz poderá substituí-la por penas restritivas de direitos, perda de bens e valores ou prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas.
Violação de sigilo empresarial
A violação de sigilo empresarial é um dos crimes falimentares comuns, que consiste em “violar, explorar ou divulgar, sem justa causa, sigilo empresarial ou dados confidenciais sobre operações ou serviços, contribuindo para a condução do devedor a estado de inviabilidade econômica ou financeira”. A pena é reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Divulgação de informações falsas
Aquele que divulga informação falsa sobre devedor em recuperação judicial para obter vantagem ou levá-lo à falência está sujeito à pena de reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Indução a erro
Indução a erro é o crime falimentar por meio do qual o agente sonega, falsifica ou omite informações no processo de falência, recuperação judicial ou recuperação extrajudicial, para induzir a erro o juiz, o Ministério Público, o administrador judicial, os credores, a assembléia-geral de credores ou o Comitê.
A pena é de reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Favorecimento de credores
O agente que pratica ato para favorecer um ou mais credores, em detrimento dos demais, comete o crime de favorecimento de credores. Nesse ato, ele pode gerar obrigações ou dispor/onerar o patrimônio. Incorre no mesmo crime o credor que, em conluio, se beneficia do ato.
A pena é de reclusão de 2 a 5 anos, e multa.
Desvio, ocultação ou apropriação de bens
De acordo com o artigo 173, é crime falimentar “apropriar-se, desviar ou ocultar bens pertencentes ao devedor sob recuperação judicial ou à massa falida, inclusive por meio da aquisição por interposta pessoa”. A pena é reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens
Aquele que, conscientemente, adquire, recebe ou usa ilicitamente um bem pertencente à massa falida, ou colabora para que um terceiro de boa-fé o faça, comete um crime falimentar, cuja pena é a reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Habilitação ilegal de crédito
Habilitação ilegal de crédito é um crime pelo qual o agente apresentar, durante o processo de falência, recuperação judicial ou extrajudicial, uma falsa relação de créditos, habilitação de créditos ou reclamação, ou junta a elas um título simulado ou falso. A pena é a mesma de outros crimes falimentares: reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Exercício ilegal de atividade
Lembra-se dos efeitos da condenação por crimes falimentares, que pode incapacitar ou inabilitar um indivíduo a exercer alguma atividade na sociedade empresária? Caso ele não obedeça à determinação, pratica um crime falimentar, que é o exercício ilegal de atividade.
A pena é reclusão de 1  a 4 anos, e multa.
Violação de impedimento
De acordo com o artigo 177 da Lei de Falências, se juiz, administrador judicial, representante do Ministério Público, perito, gestor judicial, avaliador, oficial de justiça, escrivão ou leiloeiro adquirir bens de massa falida ou de devedor em recuperação judicial, ou entrar em alguma especulação de lucro em relação a estes, quando tenham atuado nos respectivos processos, cometerá o crime de violação de impedimento.
A pena é reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Omissão dos documentos contábeis obrigatórios
O último crime falimentar citado na lei é a omissão de documentos contábeis obrigatórios. Ele consiste em “deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios”.
A pena é detenção de 1 a 2 anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
O empresário em dificuldades financeiras que faz uso dos institutos da recuperação judicial ou extrajudicial, ou que está em processo de falência, deve se atentar para seguir à risca a legislação para não cometer crimes falimentares. O auxílio profissional nesses processos é fundamental para garantir a lisura da sociedade empresária.
BIBLIOGRAFIA
BEZERRA FILHO, Manoel Justino. Nova lei de recuperação e falências comentada: Lei 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, comentário artigo por artigo. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. 432 p.
COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários a nova lei de falências e de recuperação de empresas. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 538 p.
CORRÊA-LIMA, Osmar Brina; MOURÃO, Corrêa-Lima Sérgio (Coords.). Comentários à Nova Lei de Falência e Recuperação de Empresas: Lei nº 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005. Rio de Janeiro: Forense, 2009. 1391 p.

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