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Parasitologia – Introdução Prof Briseidy M. Soares Parasitologia “É o estudo dos organismos que vivem em íntimo e estreita dependência de outros seres e que, quando tenham o homem como hospedeiro, podem causar doenças”. Luis Rey Parasitologia “É a ciência que tem por fim o estudo da morfologia e da biologia dos parasitos como fundamento para o conhecimento da patologia, do diagnóstico, da terapêutica, da epidemiologia e da profilaxia das doenças parasitárias”. Ruy Gomes de Moraes Parasitologia IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE PARASITOLOGIA Doenças freqüentes na população mundial Segundo OMS: • 980 milhões de pessoas estão parasitadas pelo Ascaris lumbricoides • 200 milhões pelo Schistosoma mansoni • 116 milhões pelo Trypanosoma cruzi Brasil (Rhodia) - Parasitoses intestinais: Crianças parasitadas 55,3% Crianças poliparasitadas 51% • Pode levar à morte súbita ou incapacitar p/ o trabalho – Ex: Doença de Chagas • Parasitose + má nutrição 1. Deficiência no aprendizado 2. Deficiência no desenvolvimento físico 3. Incapacidade para o trabalho IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE PARASITOLOGIA Tipos de relações entre seres vivos • Intra-específicas - seres da mesma espécie • Interespecíficas - seres de espécies distintas. Harmônicas ou positivas – quando há benefício mútuo ou ausência de prejuízo mútuo Desarmônicas ou negativas – quando há prejuízo para algum dos participantes HARMÔNICAS • Comensalismo: uma obtém vantagens (hóspede) sem prejuízos para o outro (hospedeiro) • Mutualismo: ambas são beneficiadas • Simbiose: troca de vantagens DESARMÔNICA • Competição: lutam pelo mesmo alimento ou abrigo • Canibalismo: um animal se alimenta de outro da mesma espécie • Predatismo: um animal se alimenta de outra espécie • Parasitismo: unilateralidade de benefícios ( hospedeiro é espoliado pelo parasito) Parasitismo • Forma de relação desarmônica que caracteriza a espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição e causando-lhe, em conseqüência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até a própria morte do indivíduo parasitado. PARASITO: – Ser vivo que vive associado a outro ser vivo, sempre dependendo deste para seu abrigo, alimentação e reprodução. – Considerado o organismo agressor. HOSPEDEIRO: – Organismo que abriga o parasita. – Organismo agredido. PARASITOS PODEM SER CLASSIFICADOS: • Ectoparasitas: vivem externamente no corpo do hospedeiro. Ex: pulgas, piolhos, carrapatos • Endoparasitas: vivem internamente no corpo do hospedeiro. Ex: bactérias, vírus, helmintos, protozoários – Hemoparasita: vivem na corrente sanguínea. • Ex: gênero Plasmodium (malária) – Enteroparasita: vivem no intestino • Ex: Ascaris lumbricoides Cada espécie de parasito tem seu próprio hospedeiro • Parasitos Estenoxenos: só podem infectar uma ou poucas espécies muito próximas. • Parasitos Eurixenos: podem viver em uma grande variedade de espécies. • Parasito Facultativo: vivem parasitando ou não um hospedeiro. – Moscas Sarcophagidae que se desenvolvem tanto em feridas necrosadas, quanto em matérias orgânicas em decomposição. • Parasito Obrigatório: não consegue viver fora do hospedeiro (vírus ) • Parasito Acidental: acidentalmente vive em um hospedeiro que não é o de costume. – Dipylidium caninum comumente encontrado em cães parasitando uma criança. Habitat É onde o parasito vive (órgão ou tecido do corpo onde tem predileção). Hospedeiro Organismo que alberga o parasito Hospedeiro definitivo É o que apresenta o parasito na fase adulta ou em atividade sexual. Hospedeiro intermediário É o que apresenta o parasito em fases imaturas ou assexuada Hospedeiro paratênico ou de transporte É o hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre desenvolvimento ou reprodução, mas permanece viável até atingir o hospedeiro definitivo. CONCEITOS PARASITOLÓGICOS • VETOR Artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre dois hospedeiros. • VETOR BIOLÓGICO Além de ser transmitido, o parasito também se reproduz ou se desenvolve no vetor. • VETOR MECÂNICO É aquele que só transmite o parasito (não se reproduz nem se desenvolve no vetor). Ex: Tunga penetrans veiculando esporos de fungos. • VETOR INANIMADO OU FÔMITE Quando o parasito é transportado por objetos (lenços, seringas, espéculos, talheres, etc). CONCEITOS PARASITOLÓGICOS Parasitismo e Doença Parasitária a) Parasitismo sem manifestações clínicas ou assintomático b) Parasitismo com manifestações clínicas ou sintomático, revelando doença parasitária DOENÇA PARASITARIA Luta parasito-hospedeiro 1. Mecanismo de agressão do parasito 2. Meios de defesa do hospedeiro Fp > Fh = doente Fp < Fh = morte do agressor Fp = Fh = portador são Fatores inerentes ao parasito • Número de exemplares • Capacidade de multiplicação dos parasitos no hospedeiro • Dimensões do parasito • Localização no organismo • Virulência • Associações parasitárias Fatores pertinentes ao hospedeiro • Idade • Imunidade • Alimentação • Doenças intercorrentes • Microbiota associada • Medicamentos usados • Usos e costumes • Tensão emocional AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO Doença parasitária: É um acidente que ocorre em conseqüência de um desequilíbrio entre hospedeiro e o parasito • O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários fatores: – Nº de formas infectantes presentes – Virulência da cepa – Idade e o estado nutricional do hospedeiro – Os órgãos atingidos – Grau da resposta imune ou inflamatória desencadeada – Intercorrência de outras doenças AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO AÇÃO EXPOLIADORA O parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro. AÇÃO TÓXICA Alguns parasitos produzem enzimas ou metabólitos que podem lesar o hospedeiro. AÇÃO MECÂNICA Alguns parasitos podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar. AÇÃO TRAUMÁTICA Provocada, principalmente, por formas larvárias de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também sejam capazes de fazê-lo. AÇÃO IRRITATIVA A presença constante do parasito irrita o local parasitado, sem produzir lesões traumáticas. Medidas preventivas 1. Prevenção primária: procura impedir que o indivíduo adoeça, controlando os fatores de risco • Moradia adequada • Saneamento ambiental • Tratamento de água, esgoto e coleta de lixo • Educação • Alimentação adequada • Áreas de lazer • Específicos: imunização, equipamento de segurança, uso de camisinha, proteção contra acidente • Controle de vetores 2. Prevenção secundária: medidas aplicáveis aos indivíduos que se encontra sob a ação do agente patogênico • Impedir que a doença se desenvolva para estágios mais graves, que deixem seqüelas ou provoque morte 1. Diagnóstico 2. Tratamento precoce 3. Prevenção terciária: prevenção da incapacidade através de medidas destinadas á reabilitação • Aplicadas na fase em que esteja ocorrendo ou que já tenha ocorrido a doença • Inclui a reabilitação (impedira incapacidade total) 1. Fisioterapia, 2. Terapia ocupacional 3. Cirurgias de reparo 4. Colocação de próteses Exemplo: implante de marcapasso em pacientes com doença de Chagas
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