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Sistema Político na Nova Zelândia nos anos 80-90 e as consequências de um Estado Mínimo


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Sistema Político na Nova Zelândia nos anos 80-90 e as consequências de um 
Estado Mínimo. 
 
 ​Na década de 80, a Nova Zelândia passava por uma nova administração no sistema político, 
foram as Reformas de Estado que transformaram o quadro da economia do país, para isso, foi 
necessário a concentração em “dois objetivos básicos: redução do déficit público e 
diminuição do crescimento do setor estatal.” (​Carvalho, W. (2014). A reforma administrativa da Nova 
Zelândia nos anos 80-90: Controle estratégico, eficiência gerencial e accountability. ​Revista Do Serviço Público​, 
48​(3), p. 5-35. ​). Segundo Carvalho, era preciso tais medidas pois o país até a década de 70 se 
manteve muito estável na economia, mas por conta deste crescimento e o seu modelo 
administrativo, que trouxe um sistema vicioso e abusivo, com taxas de desemprego 
aumentando drasticamente; a dívida do governo tomando uma proporção desgovernada e 
gastos desnecessários, deixando a renda per capita chegar, na época, a equivalência de 
Portugal e a Turquia, sendo uma economia fechada, estagnada e ineficiente, medidas para a 
modificação deste cenário são tomadas pelo governo da Nova Zelândia, ela teve início com a 
redução da participação do Estado na economia, isto ocorre​ em 1984, com a eleição do 
ex-Ministro das Finanças, Roger Douglas e com o Maurice P. McTigue ex-Ministro do 
Trabalho, representantes do partido Trabalhista, considerado Centro-Esquerda. As medidas 
tomadas pelo partido para a reforma do Estado vieram em consequências de anos anteriores, 
“ ao longo dos anos 70 e 80, organizações intergovernamentais como Organização para a 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Fundo Monetário 7 Internacional 
(FMI) indicaram a necessidade de privatização das empresas estatais e de uma mudança 
drástica no setor público.”. (​Carvalho, W. (2014). “A reforma administrativa da Nova Zelândia nos anos 
80-90: Controle estratégico, eficiência gerencial e accountability.” ​Revista Do Serviço Público​, ​48​(3), p. 5-35. ​). A 
dívida pública naquele período eram drásticas, “os gastos do governo chegavam 44% do 
PIB”. (​McTigue, Maurice P. (2018). ”Como a Nova Zelândia reduziu o estado, enriqueceu e virou a terceira 
economia mais livre do mundo”. Site: Mises Brasil, Artigos.)​. Uma economia totalmente fechada, tudo 
deveria ser passado pelo Ministério das Finanças, desde os negócios das grandes empresas até 
as pequenas mercearias, criaram uma economia fiscal que trouxe a precarização nos 
investimentos, em todos os serviços havia uma espécie de controle, que inviabiliza o fluxo 
dos negócios. A Reforma de uma nova política, aparece com McTigue (ex-Ministro do 
Trabalho) delimitando que não caberia aos ministérios, agências e repartições 
governamentais, administrar os gastos públicos; em vez disso, haveria um contrato para cada 
órgão do governo, com números de funcionários reduzidos e com estipulações objetivas de 
suas funções e com prazos para o contrato, ou seja, seu novo sistema seria reduzir o número 
de funcionários e privatizar os cargos selecionados, as medidas para a contratação seriam 
rigorosas para assumirem suas posições e caso houvesse a quebra de contrato, demissões 
ocorreriam. De acordo com Richardson, “os objetivos da reforma buscaram melhorar a 
performance e garantir o controle social, a transparência e a responsabilização sobre os atos 
dos agentes estatais.” ​(Richardson, Ruth. The New Zealand Public Sector. Brasília: Mare. 1996, p. 102.). 
Com a privatização foi eliminados no total 28.000 funcionários, estas medidas obtiveram um 
aumento na produtividade, queda nos custos e autonomia no mercado de trabalho, tal ação 
pode parecer arriscada, mas no caso da Nova Zelândia foi bem pelo contrário, 
 
O que foi extinta foi a tributação do governo sobre cidadãos produtivos. A demanda por esses 
empregos continuou existindo. Empresas privadas, com muita satisfação, empregaram essa 
mão-de-obra capacitada. Trabalhando num setor privado agora menos onerado por impostos, 
cada empregado passou a ganhar três vezes mais e tornou-se 60% mais produtivo. 
A reforma liberou para o setor privado aquelas atividades que o governo vinha fazendo sem 
que houvesse qualquer motivo para que ele as fizesse. A decisão da Nova Zelândia de sair do 
abismo do endividamento resultou em uma enorme venda de ativos estatais. 
Telecomunicações, empresas aéreas, esquemas de irrigação, serviços de informática, gráficas 
governamentais, empresas de seguro, bancos, ações, hipotecas, ferrovias, serviços de ônibus, 
hotéis, empresas de navegação, serviços de assessoramento agrícola, e muito mais foram 
vendidos. A produtividade disparou; os custos caíram. ​(Lilley, Floy, Mises Brasil, 2010, 
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=692​ ) 
Este tipo de sistema não só modificou a produtividade mas como sua forma de lidar com a 
vida no trabalho, trazendo para o próprio funcionário e cidadãos sua autonomia no trabalho, 
não se tornando dependente do Estado e assim poder inovar nos diversos setores, um 
exemplo disso é o Ministério da Educação que foi eliminado e abre a possibilidade para os 
pais das crianças elegerem conselhos de gestores para administrar a escola e passa também a 
receber a partir do número de estudantes matriculados nela, independente de escola pública 
ou privada, era sem nenhuma condição especial. 
Atitudes como estas trás para a contemporaneidade, uma nova, Nova Zelândia, com altos 
índices de desenvolvimento, lideranças em rankings, sendo um dos melhores países a se 
morar, sem corrupção, economia livre chegando a inflação a 1%, tendo baixo número de 
desemprego; este exemplo de mudança no sistema serve para países que procuram sair da 
crise econômica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências bibliográficas 
 
Carvalho, W. (2014). A reforma administrativa da Nova Zelândia nos anos 80-90: Controle estratégico, eficiência 
gerencial e accountability. ​Revista Do Serviço Público​, ​48​(3), p. 5-35. 
 
McTigue, Maurice P. (2018). ”Como a Nova Zelândia reduziu o estado, enriqueceu e virou a terceira economia 
mais livre do mundo”. Site: Mises Brasil, Artigos. 
 
Lilley, Floy, Mises Brasil, 2010, ​https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=692