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Resposta a Acusação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA CAMPO MOURÃO ESTADO DO PARANÁ
Autos n° xxxx
AMÁVIO VENÂNCIO, já qualificado nos autos por meio de seu advogado e procurador que subscreve, conforme procuração em anexo, vem respeitosamente, com fundamento nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO pelos fatos a seguir expostos 
DOS FATOS 
Segundo inquérito policial, na noite do dia 01 de dezembro de 2015, por meio de uma
Denúncia anônima, a autoridade policial entrou na residência do acusado, e apreendeu
Vários DVDs com suposto conteúdo pornográfico com intuito de venda.
Em razão disso, o Ministério Público ofertou denúncia em seu desfavor com fulcro no artigo
234, do Código Penal, desconsiderando, o resultado do exame pericial, que constatou que os DVDs apreendidos eram virgens e não apresentavam quaisquer gravações de materiais pornográficos. 
DAS PRELIMINARES 
O Requerente foi denunciado pela suposta prática de crime de ultraje público previsto no artigo 234 do CP, crime que prevê pena de detenção de seis meses a dois anos, ou multa, assim nos termos do artigo 109, inciso V do CP, o crime tem prescrição em quatro anos.
Todavia o denunciado na data do suposto crime tinha dezoito anos, condições que reduzem o prazo prescricional a metade com fulcro no artigo 115 de CP. Ocorre que entre a data do suposto crime, 01 de dezembro de 2015 e o recebimento da denúncia, 05 de abril de 2018, já transcorreu o prazo prescricional nos termos do artigo 107, inciso IV do CP, devendo ser declarada extinta punibilidade do acusado, e, consequentemente sua absolvição sumária nos termos do artigo 397, inciso IV do CPP.
DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO 
Cabe alegar a incompetência do juízo com nulidade nos termos do artigo 564, inciso I do CPP, em razão da violação do artigo 5°, inciso LIII da CF e dos artigos 60 e 61 da Lei 9.099/95, uma vez que o crime descrito na denúncia é de menor potencial ofensivo e tem seu processamento perante o Juizado Especial Criminal.
Da ausência de proposta de suspensão condicional do processo
O acusado cumpre todos os requisitos do artigo 89 da Lei 9099/95, sendo que é primário, não está sendo processado por outro crime e não possui nenhum elemento subjetivo que possa afastar a aplicação do benefício e conforme entendimento doutrinário: 
ALBERTO ZACHARIAS TORON, “Em face dos termos claros da lei, a melhor intelecção, ainda que não represente a melhor solução, é de se manter a faculdade de propor a suspensão nas mãos do Promotor de Justiça” (in Drogas: novas perspectivas com a lei 9099/95”, Boletim IBCCrim, novembro/95, p. 6).
Da falta de condições e de justa causa para exercício da ação penal 
A peça acusatória carece de condições para exercício da ação penal em razão da impossibilidade jurídica do pedido, devido a atipicidade da conduta do acusado recusada nos termos do artigo 395 CPP
DO MERITO
A inexistência da condição para exercício da ação penal, em razão da atipicidade da conduta do denunciado, conduta que não evidencia crime, devendo assim ser decretada a absolvição sumaria, com fundamento no artigo 397, inciso III do CPP.
Não a crime no simples fato do agente ter no interior da sua residência, para uso pessoal, material com conteúdo pornográfico.
DOS PEDIDOS 
a) Absolvição Sumária do acusado, com base no artigo 397, inciso IV, do Código de Processo Penal, em razão da extinção da punibilidade, pela prescrição da pretensão punitiva; 
 
b)Não entendendo pela prescrição, que seja decretado a Absolvição Sumária do acusado, com fundamento no artigo 397, inciso III do Código de Processo Penal, uma vez que o fato narrado evidentemente não constituir crime. 
 
c)Apenas por cautela, caso não acolha a tese de absolvição sumária, requer a declaração da incompetência da Justiça comum para apurar o feito com respaldo nos artigos 5º, inciso LIII e artigo 61 da Lei 9.099/95; 
 
d) A rejeição da denúncia com fundamento no artigo 395, inciso II do Código de Processo Penal, dada a ausência de condição para exercício da ação penal; 
 
e) A rejeição da denúncia com fundamento no artigo 395, inciso III do Código de Processo Penal, dada da falta de justa causa para o regular exercício da ação penal.
 
ROL DE TESTEMUNHAS
1- JOÃO – (RG n° xxxx, CPF n° xxxx, Endereço: Rua 1, 65, Centro, Campo Mourão-PR);
 2- MIGUEL – (RG n° xxxx, CPF n° xxxx, Endereço: Rua 2, 41, Centro, Campo Mourão-PR);
Termos em que pede e aguarda

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