Buscar

MARCUS - SOCRATES - PLATÃO - ARISTOTELIS

Prévia do material em texto

EEPG PROFESSOR ROQUE PASSARELLI
MARCUS VINICIUS RIBEIRO ANTUNES ROBIN
1 ANO B
FILOSOFIA
SÓCRATES – PLATÃO – ARISTÓTILES
Caçapava – SP
2018
INTRODUÇÃO
Sócrates, Platão e Aristóteles inauguram a filosofia ocidental. Afirmam a condição do homem como estando fundada numa essência, imutável e eterna, perfeita em si mesma, mas comprometida por seu vínculo à matéria. 
O pensamento desses filósofos gregos está profundamente ligado à educação. Sócrates faz uma defesa intransigente do conhecimento, Platão apresenta a perfeição do mundo das ideias e Aristóteles acredita que a educação é a transformação em ato das potencialidades dos homens. 
Para eles, a educação deve ser o processo para levar o homem ao máximo possível de sua perfeição.
1 SÓCRATES (470 - 399 A.C.)
Sócrates
Sócrates não fundou uma escola como diversos outros filósofos. Era um pregador que ensinava em locais públicos e não escreveu nada de seus pensamentos. Suas ideias chegaram até nós através dos escritos dos seus discípulos, principalmente Platão que faz de Sócrates porta voz de muitas de suas ideias, sendo difícil separar o pensamento dos dois. O mesmo ocorre com os outros autores que escreveram sobre Sócrates.
 
1.1O CONHECIMENTO DO HOMEM
Ele acreditava na imortalidade da alma e que ele próprio recebeu em sua vida uma missão do deus Apolo para que ele defendesse o Conhece-te a Ti Mesmo. Dessa forma a filosofia torna-se um incessante exame de si e dos outros colocando o homem e os seus problemas como centro dos interesses da filosofia. A sabedoria passa a ter como objeto de pesquisa o homem. A Sabedoria Humana é o quanto o homem pode saber sobre o próprio homem. Sócrates busca responder a questão de qual é o ser, a natureza última, a essência do homem. A essa pergunta Sócrates responde que o homem é a sua alma, e a alma do homem é a sua razão. A alma do homem é a sua consciência. A alma é o que dá ao homem a sua personalidade intelectual e moral. Cuidar de si mesmo é cuidar da própria alma mais do que do corpo. O educador tem assim por tarefa ensinar os homens a cuidar da própria alma. Sócrates considerava-se um educador e como tal tinha por tarefa ensinar as pessoas a cuidar da alma mais do que do corpo e das riquezas. Ele buscava a virtude e a virtude não nasce da riqueza nem do culto ao corpo, tão próprio dos atenienses da época. O corpo tem que ser um instrumento da alma, da sabedoria. Conhecer a si mesmo é conhecer a própria alma.
 A missão de Sócrates é conhecer a realidade humana, investigar o homem e a sua alma. A filosofia deve levar o homem a conhecer a si mesmo, conhecer os seus limites, as suas possibilidades. Busca a justiça e a solidariedade. A relação do homem com ele e com os outros e a relação dos outros com ele. Para ele o limite de sua sabedoria era a sua própria ignorância? Só sei que nada sei. Os erros que cometemos em nossa vida são culpa da nossa  ignorância. Não se proclamava sábio e tentava fazer com que as pessoas se sentissem ignorantes e que admitissem a sua ignorância e fazia isso através do perguntar e do questionar, Sócrates tanto fez isso que conquistou diversas inimizades.
 
1.2 A VIRTUDE
Para Sócrates as pessoas deveriam concentrar os seus esforços em serem virtuosos, para si mesmos, para seus amigos e para a comunidade a que pertencem pois a virtude deve ser conquistada também pelo grupo humano, pela polis. Esse é um dos motivos pelo qual não fugiu da sua sentença de morte, acreditava que fugir da sua comunidade e da sentença que ela lhe impôs era deixar de ser virtuoso e isso era ir contra todos os seus princípios.
Para os gregos a virtude era a qualidade essencial que faz do ser o que ele é, assim é virtuoso o homem que tenta ser bom e perfeito utilizando a razão e o conhecimento para atingir esse objetivo porque essas qualidades são próprias do homem. O contrário da virtude é o vício que é caracterizado basicamente pela ignorância que é a ausência da razão e do conhecimento.
O melhor modo do homem virtuoso viver segundo Sócrates é buscando o desenvolvimento da sua razão e do seu conhecimento e não buscando riquezas materiais que geralmente desviam o homem do caminho da virtude. A virtude é o bem mais precioso que a pessoa pode ter. Os reais valores não estão ligados ao que é exterior ao homem como a fama o poder e a riqueza, nem aos atributos do corpo como a beleza e o vigor físico mas nos atributos da alma que são caracterizados principalmente pelo conhecimento. Os outros valores quando estiverem ligados ao conhecimento também podem ser virtuosos.
O homem para ser virtuoso não precisa renunciar aos prazeres, a virtude deve levar o homem a uma vida perfeita  não a negação dessa vida.
 
1.3 A MAIÊUTICA
É a forma encontrada por Sócrates para fazer com que as pessoas através da interrogação feita de forma organizada e direcionada cheguem ao conhecimento. A Maiêutica é um estímulo para a pesquisa, através dela ele buscava fazer "parir" nas pessoas as ideias, os conhecimentos. Ele próprio se declarava sem sabedoria e não criou nenhuma organização metodológica e doutrinal. Era o parteiro das ideias nos outros e não podia parir conhecimentos em si mesmo.
Através da Maiêutica a pessoa que parece ignorante pode achar em si conhecimentos que desconhecia ter, Sócrates somente ajuda a pessoa nessa pesquisa, mas não lhe ensina nada.
1.4 POLÍTICA
Sócrates era contrário a aristocracia democrática, defendia que a república deveria ser governada por filósofos. Pensava também que em algumas situações os tiranos podem até ser mais legítimos que a democracia. Os filósofos seriam os perfeitos governadores do estado pois somente eles tem a capacidade de entender os mais profundos conhecimentos.
 
1.5 RELIGIÃO
Ele não era ateu mas afirmava que acreditava em uma divindade particular, filha dos deuses tradicionais que ele chamava daimonion que era um ser inferior aos deuses mas superior aos homens. Mesmo assim ele era contra os deuses nos quais a cidade acreditava.
Sócrates se dizia atormentado por essa voz divina interior que ele ouvia não tanto para o indicar a pensar e agir, mas para o dissuadir de fazer determinada ação.
Para ele os cultos religiosos devem fazer parte da vida de todos os cidadãos. Aconselha as pessoas a que sigam os cultos e aos costumes da sua cidade. Os deuses são a expressão do princípio divino. Esse princípio divino pode trazer aos homens o supremo bem que é a virtude. A religião pra Sócrates é a sua filosofia. Seu Deus é a inteligência que pode conhecer todas as coisas e que pode também ordenar essas coisas.
 
1.6 SENTENÇAS
- Eu digo cidadãos que me haveis matado, que uma vingança recairá sobre vós, logo depois da minha morte, bem mais grave do que aquela pela qual vos vingastes de mim, matando-me. Hoje, vós fizestes isso na esperança de que vos tereis libertado de ter que prestar contas de vossa vida. No entanto, vos acontecerá inteiramente o contrário: eu vo-lo predigo. Não serei mais somente eu, mas muitos a vos pedir contas.
- Você sabe onde se vende peixe? Sim, no mercado. E sabe aonde os homens se tornam virtuosos? Não. Então me siga.
2 PLATÃO (430 - 347) A.C.
Platão
           Platão em sua filosofia determinou algumas das ideias centrais do pensamento ocidental como as ideias políticas que aparecem nos escritos Diálogos e na República, nas teorias psicológicas que expõe em Fedro, na cosmologia de Timeu e na filosofia das ciências abordas na obra Teeteto.
            Platão fundou a Academia de Atenas, escola onde estudou Aristóteles. Escreveu sobre diversos temas como epistemologia, metafísica, ética e política. Em seus diálogos um dos personagens frequente é Sócrates de quem Platão foi discípulo. Em muitos momentos é difícil dividir o pensamento dos dois filósofos.
            Em seus diálogos Platão utiliza diversos personagens históricos como Górgias, Parmênides e Sócrates para através de suas falas expor suas teorias filosóficas. Uma de suas teorias mais conhecidasé a das Ideias em que afirma que o mundo que conhecemos através dos cinco sentidos, o mundo sensível, é um mundo imperfeito e falho, mera sombra do real mundo das ideias. O Mundo das Ideias é muito superior ao mundo sensível. O mundo que sentimos é somente uma cópia apagada do mundo das ideias pois as ideias são únicas e imutáveis e as coisas do mundo sensível estão constantemente mudando. Esse pensamento aparece no livro República e é conhecida como Mito da Caverna. Para Platão a única forma para conhecermos a realidade inteligível é através da razão pois os nosso sentidos podem nos enganar.
Ele divide o mundo em três partes, na primeira estão os objetos perceptíveis pelos sentidos. Na segunda estão as coisas que não podem ser percebidas pelos sentidos mas podem ser entendidos pelo espírito humano como a matemática e a geometria. Na terceira parte de sua divisão Platão coloca as ideias superiores como a virtude e a justiça que somente podem ser conhecidas pela inteligência através da utilização de outras ideias.
            Platão escreveu ainda sobre diversos assuntos como a melhor forma de governo e sobre o Estado, para ele a sociedade deveria ser dividida em três partes que correspondem e se relacionam com a alma dos indivíduos. A primeira parte é a vontade ou o apetite e corresponde aos trabalhadores braçais. A segunda parte é a do espírito e é relacionada aos guerreiros e aventureiros que tem que ser destemidos, fortes e espirituosos. A terceira parte é reservada aos filósofos e aos governantes, é a parte da razão e é reservada aos inteligentes e racionais, qualidades essas mais apropriadas para indivíduos que vão tomar decisões representando toda sociedade. É portanto a razão e a sabedoria que devem governar, os filósofos devem governar como reis ou os reis devem ser filósofos para governar com racionalidade.
            Em seu escrito A República Platão descreve a maneira que se pode passar de um regime político a outro e classifica os regimes de governo em cinco formas: 1- O governo dos filósofos ou aristocracia que ele define como o governo dos mais capazes. Esse é para ele o regime perfeito pois corresponde ao ideal do filósofo rei que reúne poder e sabedoria em uma só pessoa. Esse regime é seguido por quatro regimes imperfeitos: 2- A timocracia, regime fundamentado sobre a honra; 3- Oligarquia, fundamentado sobre a riqueza; 4- Democracia que se fundamenta sobre a ideia de igualdade e 5- Tirania que se funda no desejo do tirano e representa o fim da política porque nele são abolidas as leis.
            Sobre Epistemologia Platão elabora a teoria da reminiscência segundo a qual aprender é recordar-se. Para ele as ideias são imutáveis, eternas, incorruptíveis e não criadas, estas ideias estão hospedadas no hiperurânio que está localizado num mundo suprasensível. Esse mundo é parcialmente visível para as almas que estão desligadas do próprio corpo. Quando nossa alma estava desligada do nosso corpo ela viu e conheceu as ideias do hiperurânio e quando entraram novamente em um corpo, reencarnando-se, nossa alma esqueceu a visão que teve das ideias. O trabalho do filósofo é fazer com que as pessoas recordem dessas ideias através do diálogo. Mas é impossível aos seres humanos conhecer completamente o mundo das ideias que é acessível somente aos desuses, o melhor conhecimento a que os humanos conseguem atingir é o conhecimento filosófico, o amor pelo saber e a incansável busca da verdade. Para Platão o homem tem necessidade de conhecimento e ele não teria necessidade de conhecimento se não tivesse visto nunca esse conhecimento. O homem busca o conhecimento porque ele não o tem mais, porque ele o perdeu.
O mito é uma forma de conhecimento inferior à filosofia porque é baseado sobre a intuição que não tem como ser demonstrada. E a ciência é um saber inferior porque necessita ser demonstrada e porque é baseada sobre hipóteses, mas na falta de conhecimentos melhores mesmo o mito e a ciência são conhecimentos que podem ser utilizados pelos filósofos para alcançar as ideias. O único conhecimento que o filósofo não pode aceitar é a opinião.
            Na questão ética Platão liga beleza e bondade, tudo aquilo que é belo é também verdadeiro e bom e vice-versa. É a beleza das ideias que atraem a inteligência do filósofo e o bem, também por ser belo, atrai a sabedoria.
            O amor para Platão é uma forma de delírio divino que se manifesta no afeto à uma pessoa a um objeto ou até mesmo à uma ideia. Esse afeto é acompanhado da ideia de que a satisfação desse desejo pode ser uma forma de elevar a existência. Ele distingue o amor através das suas diferentes finalidades condenando o amor carnal e exaltando o amor pela sabedoria que é expresso pela filosofia que contempla o verdadeiro belo. O amor é o desejo de beleza e ela é desejada porque ela é o bem que torna as pessoas felizes. A primeira beleza que aparece é a beleza do corpo, em seguida vem a beleza de todos os corpos, acima dela está a beleza da alma que é inferior à beleza das leis e das organizações humanas, acima dela está a beleza das ciências e acima de tudo está a ideia de beleza, é a beleza em si que é eterna e fundamenta todas as outras belezas. O amor é ainda insuficiência pois ele deseja qualquer coisa que não tem e ele deseja essa coisa porque ele precisa dessa coisa e se ele precisa de algo é porque ele é imperfeito.
            Outro ponto importante da filosofia de Platão é a questão da justiça pois para ele nenhuma sociedade pode manter-se sem justiça. A justiça é o que fundamenta o estado e ela acontece quando os cidadãos pertencentes a um estado cumprem a tarefa que pertence a cada um deles. A justiça é o que une o estado, ela é a união do indivíduo com o estado. Para que o estado seja justo devem ser cumpridas duas condições, a primeira é a eliminação da riqueza e da pobreza e a segunda é o fim da vida familiar dando às mulheres igualdade de participação no estado. Os filhos seriam criados pelo estado que assim seria uma única e grande família.
            Platão acreditava que o papel do filósofo é amar conhecer todas as coisas e não somente algumas coisas e somente é possível conhecer as coisas que são pois o que não é, não é também cognoscível. O ser é a ciência que é o verdadeiro conhecimento e o não ser é a ignorância. A opinião é o meio termo entre o conhecimento e a ignorância. A arte imitativa, como a pintura e a poesia, são condenáveis por serem somente ilusões. A pintura representa uma imitação de uma pequena parte da aparência dos objetos e a poesia vai representar somente uma parte da alma que são as emoções. Ambas são imitações incompletas e de pouco valor.
 
2.1 SENTENÇAS:
- Buscando o bem de nossos semelhantes encontramos o nosso.
- Cada lágrima nos ensina uma verdade.
- Quando a multidão exerce a autoridade, ela é mais cruel do que os tiranos.
- Existe somente um tipo de virtude, de maldades existem muitos tipos.
- Onde reina o amor, sobram as leis.
- O corpo é a prisão da alma.  
- O homem sábio vai querer estar sempre com quem seja melhor que ele.
- Aquele que aprende e não pratica o que sabe é como o que ara e não semeia.
- Frio e enfadonho é o consolo que não vem acompanhado de algum remédio.
- A conquista própria é a maior das vitórias.
- Filosofia é a ciência dos homens livres.
- Liberdade é ser dono da própria vida.
- A música é para a alma o que a ginástica é para o corpo.
- A pobreza não vem da diminuição das riquezas, mas da multiplicação dos desejos.
- Os amigos se convertem com frequência em ladrões do nosso tempo.
- Um dos castigos por recusarmos a participar da política é que seremos governados por homens inferiores a nós.
- Não conheço um caminho infalível para chegar ao sucesso, mas existe um caminho seguro para o fracasso: querer contentar a todos.
- Somente os mortos viram o fim da guerra.
- Uma vida sem pesquisa não é digna de ser vivida pelo homem.
3 ARISTÓTELES (384 - 322 A.C.)
Aristóteles
    Aristóteles foi um filósofo empirista e fundamentouseus conhecimentos humanos na experiência, uma das suas principais ocupações foi buscar explicações racionais para o mundo que o cercava. As ideias não são transcendentes, mas são imanentes, ou seja, são causas formais das coisas materiais. Divide o ser humano entre corpo e alma, a alma comanda e o corpo é comandado, a alma se serve do corpo e este é um instrumento para a alma. Na alma o que comanda e julga é a razão e o resto por natureza obedece e é comandado. Por consequência a alma é melhor que o corpo, sendo mais preparada para comandar. E na alma a melhor parte é a razão e o pensamento. Mesmo divididos o corpo e a alma não se relacionam através da oposição, mas um colaborando com o outro, o corpo é o instrumento através do qual a alma age, especialmente a parte racional da alma. 
    Das coisas que são criadas algumas são criadas pela inteligência como as obras de arte. Outras são criadas pela natureza como os seres vivos e as plantas, a causa dessas coisas é a própria natureza. Outras coisas no entanto são criadas pelo acaso, essas coisas são todas as coisas que não são criadas nem pela arte, nem pela natureza, nem pela necessidade. As coisas criadas pelo acaso não tem finalidade mas as coisas criadas pela arte e pela natureza tem um objetivo. Na natureza as coisas tem uma finalidade e a finalidade do homem é o conhecimento.
    A filosofia é tão boa quanto útil, mas a bondade tem privilégio sobre a utilidade.
    A Ontologia é para Aristóteles a filosofia primeira e tem como seu principal objeto de pesquisa o ser enquanto tal, ele propõe a ontologia como um projeto de ciência com pretensões de universalidade. O ser é tudo aquilo que permanece com substância imutável, é tudo aquilo que fica indiferente às mudanças que ocorrem aos entes. Ente é tudo o que é, é tudo o que existe e esse existir pode ser de diversos modos como são diversas as coisas que existem. Existem 10 categorias que classificam os entes através de suas diferenças: Substância, qualidade, quantidade,  relação, ação, tempo,  lugar,  posição, posse e paixão. Essas 10 categorias segundo Aristóteles permitem a completa classificação dos entes e nenhuma delas está em todos eles.
A grande preocupação dos filósofos é descobrir a substância das coisa. As substâncias são todas as coisas que existem no mundo e elas estão compostas de matéria e forma. Para explicar a mudança nas coisas Aristóteles sustenta que a matéria é aquilo que não muda, a árvore e a cadeira são feitas de madeira e isso não muda, o que muda é a forma da madeira. Existem dois tipos de substâncias, a principal e a secundária, a principal é relativa a somente um ser, um determinado homem, animal ou planta, a secundária é o que especifica melhor o que é a substância principal. Na frase o sol é uma estrela, sol é a substância primeira, pois é única e estrela é a substância secundária pois é um nome genérico que especifica melhor a essência e a natureza da substância primeira, o sol. As categorias, como não tem vida independente, são acidentes que ocorrem nas substâncias principais. Por exemplo a cor amarela, ela não é uma substância principal pois não tem vida independente, ela depende de outro para existir. Na frase o sol é amarelo, sol é a substância principal e amarelo é um acidente de qualidade da substância sol. 
    Ele identificou ainda a matéria como potência e a forma como ato. A potência é a possibilidade de produzir mudança ou de sofrer mudança. O ato já é a existência do objeto, o saber construir algo é a potência, e o ato é a efetiva construção do que se sabe construir. O ato é anterior a potência é também melhor que ela.
Aristóteles acreditava que a dialética era uma técnica para vencer uma discussão, para fazer prevalecer a minha tese sobre a tese do adversário e isso pode ser feito levando o adversário a se contradizer, mostrando como a sua tese, se for desenvolvida, pode levar a resultados ilógicos e contraditórios com a afirmação inicial da própria tese, considerada como verdadeira. Ele se ocupa ainda da formação dessas afirmações, que são as proposições. 
    Uma proposição é uma união de palavras que dão vida a uma afirmação, a um juízo. Uma proposição, uma afirmação ou um juízo podem ser verdadeiros ou falsos dependendo da sua relação de correspondência com a realidade, mas os termos isolados não podem ser nem falsos nem verdadeiros. Os termos sol e preto quando isolados não são nem verdadeiros ou falsos mas a proposição o sol é preto é falso pois não corresponde à realidade. Mas nem todas as preposições são verdadeiras ou falsas: pregações, invocações, ordens,  são preposições relacionadas com a poesia e sobre poesia não podemos fazer julgamentos de veracidade ou falsidade. Aristóteles se ocupa das afirmações e juízos sobre as quais podemos reconhecer a possibilidade de serem falsas ou verdadeiras, a essas afirmações ele chama de proposições categóricas que podem ser qualitativamente afirmativas ou negativas. As preposições categóricas podem ainda ser classificadas quanto à sua quantidade como universais, quando são incluídos todos os pertencentes ao gênero, particulares, quando se refere a uma parte do gênero e singulares, quando se refere a somente um indivíduo. Aristóteles não se ocupa das proposições singulares, preocupando-se somente com as afirmações e negações dos universais ou particulares. Combinando os últimos quatro tipos de proposições temos quatro modelos sobre os quais os filósofos devem ocupar-se: Universais afirmativas, universais negativas, particulares afirmativas e particulares negativas.
Sobre a amizade o filósofo analisa os seus diversos fundamentos: a utilidade, o prazer e o bem e desses três derivam três tipologias de amizade: amizade por utilidade, por prazer ou por virtude. Para Aristóteles a amizade por utilidade é típica dos velhos, a amizade por prazer aparece mais nos homens maduros e nos jovens, os amigos nessas duas categorias não se amam realmente, mas se relacionam somente pela vantagem que traz a ligação de amizade e por isso esses dois tipos de amizade são frágeis e se criam e dissolvem com facilidade. A única verdadeira amizade é a que tem por base a virtude, ela é estável porque se baseia sobre o bem e é característica dos homens bons. A amizade baseada na virtude pressupõe duas coisas fundamentais: a igualdade entre os amigos, inteligência, riqueza, educação, etc. E o hábito de vida.  A amizade se distingue ainda da caridade e do amor pois a caridade não precisa ser correspondida e no amor existem elementos instintivos. Mas Aristóteles não exclui a possibilidade de que uma relação de amor possa transformar-se em uma verdadeira amizade.
Aristóteles estudou também astronomia e sobre essa ciência ele propôs a teoria do geocentrismo colocando a terra no centro do movimento do universo, para ele a terra era formada por quatro elementos: a terra o ar o fogo e a água e a composição desses quatro elementos forma tudo que existe sobre a terra. Cada elemento tinha duas das quatro características ou atributos da matéria: o seco (terra e fogo), o úmido (ar e água), o frio (agua e terra) e o calor (fogo e ar). Cada elemento tem a tendência a permanecer ou a retornar ao seu lugar próprio na natureza que para a terra e a água é embaixo e para o ar e o fogo é o alto. Portanto a terra como planeta tem que estar no centro do universo pois ele é formada por dois elementos que tendem a ficar por baixo e o absolutamente baixo é o centro do universo. Acreditava ainda que fora da terra existia um quinto elemento chamado  éter pois ele não acreditava na existência do vazio. O éter, que não existe sobre a terra, não tem massa, é invisível, eterno e inalterável.
Ele fundou a biologia como ciência e seus estudos foram bastante descritivos das diversas formas de vida, desenvolvendo um esquema de classificação dos seres vivos que foi usado por muito tempo. Para ele as espécies são eternas e imutáveis e a reprodução não determina a mudança na substância principal, mas somente nas substâncias secundárias dos novos indivíduos.Aristóteles expôs na Política a teoria clássica das formas de governo, teoria essa que continua sendo utilizada para o entendimento da política atual. Para formular sua teoria das seis formas de governo levou em conta dois fatores principais, quem governa e como governa. Com base no critério de quem governa ele definiu os governos como sendo de uma pessoa, de poucas pessoas e de muitas pessoas, a primeira é a monarquia, a segunda é a aristocracia e a terceira é a democracia. Seguindo o critério de como se governa ele definiu as formas de governo como puras e impuras, sendo as puras boas e as impuras ruins. Aplicando o critério de quem governa com a forma impura de governo ele obteve a tirania, governo de um só, oligarquia, governo de poucos e a democracia, governo de muitos. A todas essas formas de governo ele deu uma hierarquia levando em conta se os interesses do governo era comum ou individual, classificando as mesmas  em uma sequência que vai da melhor para a pior: 
1 – Monarquia;
 2 – Aristocracia;
 3  - Democracia;
 4 – Demagogia;
 5 – Oligarquia;
 6 - Tirania.
Em sua ética ele defende que o ser humano em suas atividades e em suas escolhas busca sempre um fim que pareça bom e desejável e o fim último de todas as buscas é a felicidade. E a felicidade consiste em o ser humano alcançar a sua missão, o seu objetivo, algo que lhe é próprio. As pessoas são felizes quando fazem bem a sua missão, o músico é feliz quanto toca bem pois tocar é a sua missão. As pessoas atingem a sua missão e por consequência a sua felicidade através da razão e da virtude, assim as pessoas somente serão felizes se forem virtuosas e utilizarem a razão para atingirem sua missão.
Sentenças:
- Alguns acreditam que para ser amigos basta querer, como se para estar saudável bastasse desejar a saúde.
- Avaro é aquele que não gasta naquilo que deve, nem naquilo que não deve, nem quando deve.
- Cometer uma injustiça é pior que sofrer uma injustiça.
- A razão são os olhos do espírito.
- Ensinar não é uma função vital, porque não tem o fim em si mesmo, a função vital é aprender.
- A vitória pior de se alcançar é a vitória sobre si mesmo.
- Deus e a natureza não fazem nada inutilmente.
- O amigo de todos não é um bom amigo.
- Nas democracias as revoluções são quase sempre obra dos demagogos.
- Quem é sábio não diz nunca tudo o que pensa, mas sempre pensa em tudo o que diz.
- O amor só acontece entre pessoas virtuosas.
- A amizade é uma alma que mora em dois corpos, um coração que palpita em duas almas.
- Quem é solitário pode ser um monstro ou um deus.
- O castigo do mentiroso é que não acreditamos quando ele fala a verdade.
- A riqueza é muito mais desfrutar do que possuir.
- Um ignorante afirma, o sábio duvida e reflete.
- O homem é um animal político.
- Superar o mestre é o objetivo do verdadeiro discípulo.
- O homem mais poderoso é o que é dono de si mesmo.
- A esperança é o sonho do homem acordado.
- A história conta o que aconteceu, a poesia o que deveria acontecer.
- O que temos que aprender aprendemos fazendo.
- Grandes conhecimentos geram grandes dúvidas.
- Não se pode desatar um nó sem saber como ele é feito.  
- Amamos mais o que conquistamos com sofrimento.
- Todos os homens por natureza buscam o conhecimento.
CONCLUSÃO 
Sócrates (470 a.C.-399 a.C.) foi um filósofo grego. “Conhece-te a ti mesmo” é a essência de todo seu ensinamento. O saber, de acordo com Sócrates é uma virtude.
Sócrates (470 a.C.-399 a.C.) nasceu em Atenas, no ano de 470 a.C. Filho de um escultor e pedreiro e de uma parteira, da sua infância nada se sabe. Homem feito chamava atenção não só pela sua inteligência, mas também pela estranheza de sua figura e seus hábitos. Corpulento, baixo, nariz chato, boca grande, olhos saltados, vestes rotas, pés descalços, vagava pelas ruas de Atenas e costumava passar horas, mergulhado em seus pensamentos. Quando não estava meditando solitário, conversava com seus discípulos, procurando ajudá-los na busca da verdade.
Platão (427 a.C. - 347 a.C.) foi um filósofo grego da antiguidade, considerado um dos principais pensadores da história da filosofia. Sua obra “República” é a primeira Utopia da história. Era discípulo do filósofo Sócrates. Sua filosofia é baseada na teoria de que o mundo que percebemos com nossos sentidos é um mundo ilusório, confuso. O mundo espiritual é mais elevado, eterno, onde o que existe verdadeiramente são as ideias, que só a razão pode conhecer.
Platão nasceu em Atenas, Grécia, provavelmente no ano 427 a.C. Pertencia a uma das mais nobres famílias de Atenas. Seu nome verdadeiro era Arístocles, mas recebeu o apelido de Platão, que em grego significa de “ombros largos”. Como todo aristocrata de sua época, recebeu educação especial, estudou leitura e escrita, música, pintura, poesia e ginástica. Era excelente atleta, participou dos jogos olímpicos como lutador. Mas, por tradição de família, Platão desejava dedicar-se à vida pública, como descreveu em uma de suas muitas cartas.
Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.) foi um importante filósofo grego. Um dos pensadores com maior influência na cultura ocidental. Foi discípulo do filósofo Platão. Elaborou um sistema filosófico no qual abordou e pensou sobre praticamente todos os assuntos existentes, como a geometria, física, metafísica, botânica, zoologia, astronomia, medicina, psicologia, ética, drama, poesia, retórica, matemática e principalmente lógica.
Aristóteles nasceu na antiga cidade de Estágira, na Macedônia, Grécia, no ano de 384 a.C. Filho de Nicômaco, médico do rei Amintas III, recebeu sólida formação em Ciências Naturais. Com 17 anos partiu para Atenas, foi estudar na "Academia de Platão". Aristóteles estudou e questionou violentamente com seu professor. Eram constantes as brigas entre mestre e discípulo, mas se adoravam mutuamente. Aristóteles se tornou o discípulo predileto do mestre. "Minha Academia se compõe de duas partes: o corpo dos alunos e o cérebro de Aristóteles", afirmava Platão.
O brilhante aluno escreveu uma série de obras nas quais aprofundava, como também modificava as doutrinas do mestre. A teoria de Aristóteles, de forma geral, é uma refutação ao seu mestre. Enquanto Platão era a favor da existência do mundo das ideias e do mundo sensível, Aristóteles defendia que poderíamos captar o conhecimento no próprio mundo que vivemos. Para Aristóteles Deus não é o criador, mas o motor do Universo. Segundo sua filosofia, a felicidade é o único objetivo do homem. E se para ser feliz é preciso fazer o bem ao outro, então o homem é um ser social e precisamente um ser político.
REFERÊNCIAS 
https://www.ebiografia.com/socrates/
https://www.ebiografia.com/aristoteles/
https://www.estudopratico.com.br/platao-filosofia-e-biografia/amp/
http://origem-da-filosofia.info/socrates-platao-e-aristoteles/aristoteles.html
https://www.passeidireto.com/arquivo/20442635/platao-aristoteles-e-socrates
http://www.attamidia.com.br/produtos.php?/prd/79/socrates-platao-e-aristoteles/
https://www.ebiografia.com/socrates/
https://www.ebiografia.com/platao/
https://www.ebiografia.com/aristoteles/

Continue navegando