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História da Psicologia - Resumão

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA 
Resumo 
 
Aula 1 - Apresentação da Disciplina- Conceitos: 
 Historiografia: Refere-se ao estudo dos métodos de produção do 
conhecimento histórico. 
Teorias no estudo da História: 
 
 A teoria personalista da História científica enfoca as realizações e 
contribuições de indivíduos que afetaram, significativamente, os processos 
de mudança. Considera que o progresso é decorrente da ação de pessoas 
que modificaram o curso da História. 
 
A teoria naturalista da História científica considera que a época modela a 
pessoa. O espírito de uma época determina a ação dos sujeitos históricos. 
 
Destaque: A importância do estudo do Passado para o entendimento e 
contextualização do Presente dentro da Psicologia 
 
Dinâmica de Apresentação: Qual foi o “ponto”, o evento, o motivador na sua 
história de vida que o fez escolher Psicologia? 
 
Aula 2 - As Ideias Psicológicas na Antiguidade 
Conceitos: 
Mito: o mito é sempre uma representação coletiva, transmitida através de 
várias gerações e que relata uma explicação do mundo. A explicação 
mitológica não se prende à lógica racional, nem busca oferecer comprovações 
de suas afirmações. 
 
Pensamento filosófico: Na história do pensamento ocidental, a Filosofia nasce 
na Grécia, por volta do século VI (ou VII) a.C. 
 
Por meio de longo processo histórico, surge, promovendo a passagem do 
saber mítico ao pensamento racional, os primeiros filósofos gregos 
compartilhavam de diversas crenças míticas, enquanto desenvolviam o 
conhecimento racional que caracterizaria a Filosofia. 
 
Filosofia, a atividade racional voltada à discussão e à explicação 
intelectualizada das coisas que nos circundam, coisas como: 
De onde viemos? 
O que fazemos neste planeta? 
Para onde vamos? 
 
A filosofia surgiu para poder arrumar respostas racionais para tais perguntas. 
 
 
Conceitos Complementares. Apoio ao Estudo e Entendimento. 
 
 
Psiché: do grego, que significa alma. A alma ou espírito era concebida como a 
parte imaterial do ser humano e abarcaria o pensamento, os sentimentos de 
amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção. 
Platão concebia a alma separada do corpo. Quando alguém morria, a matéria 
(o corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo. 
Para Aristóteles, a psyché seria o princípio ativo da vida. Tudo aquilo que 
cresce, se reproduz e se alimenta possui a sua psyché ou alma. Desta forma, 
os vegetais, os animais e o homem teriam alma. Os vegetais teriam a alma 
vegetativa, que se define pela função de alimentação e reprodução. Os animais 
teriam essa alma e a alma sensitiva, que tem a função de percepção e 
movimento. E o homem teria os dois níveis anteriores e a alma racional, que 
tem a função pensante. 
 
Maiêutica: Sócrates dizia que a Filosofia não era possível enquanto o indivíduo 
não se voltasse para si próprio e reconhecesse suas limitações. "Conhece-te a 
ti mesmo" era seu lema. Sócrates procura o conceito. As perguntas têm um 
duplo caráter: ironia e maiêutica. 
Na ironia, confunde o conhecimento sensível e dogmático. Esta primeira parte 
do método de Sócrates, destinada a levar o indivíduo à convicção do erro, é a 
ironia. 
Na maiêutica, dá à luz um novo conhecimento, um aprofundamento que não 
chega ao conhecimento absoluto. Ele comparava, frequentemente, este 
método com a profissão da mãe: era possível trazer a verdade à luz. Assim, ele 
voltava-se para os outros, quer fossem adolescentes, militares ou sofistas 
consagrados como Protágoras e Górgias, e interrogava-os a respeito de 
assuntos que eles julgavam saber. O seu sentido de humor confundia os seus 
interlocutores, que acabavam por confessar a sua ignorância, da qual Sócrates 
extraía sabedoria. Por exemplo, querendo apreender o conceito de coragem, 
dirigia-se a um general, e perguntava-lhe: - Você, que é general, poderia me 
dizer o que é a coragem? O general respondia-lhe: - Coragem é atacar o 
inimigo, nunca recuar. Mas Sócrates contradizia: - Às vezes, temos que recuar 
para melhor contra-atacar. E a partir daí continuava o debate, ampliando o 
conceito. 
 
Mito da Caverna: (Platão) Imagine-se numa caverna subterrânea onde, desde 
a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas 
pernas e seus pescoços estão algemados, de tal modo, que são forçados a 
permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não 
podendo girar a cabeça nem para trás e nem para os lados. A entrada da 
caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na 
semiobscuridade, enxergar o que se passa no interior. A luz que ali entra 
provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no 
exterior, portanto - Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os 
prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Enxergaria as próprias coisas, 
descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens 
(as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente 
agora está contemplando a própria realidade. 
 
 
 
Aula 3- As Ideias Psicológicas no Renascimento e na Modernidade 
Conceitos: 
Renascimento: O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização 
europeia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. 
 
Características: 
Reviver a antiga cultura greco-romana, as artes, da literatura as ciências. 
 
O ideal do humanismo tornou-se o próprio espírito do Renascimento. 
Entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em 
oposição ao divino e ao sobrenatural (conceitos que haviam impregnado a 
cultura da Idade Média). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características Gerais: 
 
 * Racionalidade; 
 * Dignidade do Ser Humano; 
 * Rigor Científico; 
 * Ideal Humanista; 
 * Reutilização das Artes Greco-Romanas. 
 
Empirismo: Nome genérico das doutrinas filosóficas em que o conhecimento é 
visto como resultado da experiência sensível. Limita o conhecimento à 
vivência, só aceitando verdades que possam ser comprovadas pelos sentidos. 
Rejeita os enunciados metafísicos, baseados em conceitos que extrapolam o 
mundo físico, devido à impossibilidade de teste ou controle. O empirismo 
provoca revolução na ciência. A partir da valorização da experiência, o 
conhecimento científico, que antes se contentava em contemplar a natureza, 
passa a querer dominá-la, buscando resultados práticos. 
 
Racionalismo: Doutrina que afirma que tudo que existe tem uma causa 
inteligível, mesmo que não possa ser demonstrada de fato, como a origem do 
Universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível 
como via de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método 
superior de investigação filosófica. O racionalismo é baseado nos princípios da 
busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento a 
priori, ou seja, conhecimentos que não vêm da experiência e são elaborados 
somente pela razão. 
 
Mecanicismo: Doutrina filosófica, também adotada como princípio heurístico 
na pesquisa científica, que concebe a natureza como uma máquina, 
obedecendo a relações de causalidade necessárias, automáticas e previsíveis, 
constituídas pelo movimento e interação de corpos materiais no espaço. 
 
Iluminismo: É um movimento cultural que se desenvolveu na Inglaterra, 
Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII. Nessa época, o desenvolvimento 
intelectual, que vinha ocorrendo desde o Renascimento, deu origem a ideias de 
liberdade política e econômica, defendidas pela burguesia. Os filósofos e 
economistas que difundiam essas ideias julgavam-se propagadoresda luz e do 
conhecimento, sendo, por isso, chamados de iluministas. 
 
 
 
 
As principais características do Iluminismo eram: 
 
- Valorização da razão, considerada o mais importante instrumento para se 
alcançar qualquer tipo de conhecimento; 
· Valorização do questionamento, da investigação e da experiência como 
forma de conhecimento tanto da natureza quanto da sociedade, política ou 
economia; 
· Crença nas leis naturais, normas da natureza que regem todas as 
transformações que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e 
na natureza; 
· Crença nos direitos naturais, que todos os indivíduos possuem em relação à 
vida, à liberdade, à posse de bens materiais; 
· Crítica ao Absolutismo, ao Mercantilismo e aos privilégios da nobreza e do 
clero; 
· Defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a 
lei; 
· Crítica à Igreja Católica, embora não se excluísse a crença em Deus. 
 
 
Aula 4- A Psicologia Pré-Científica 
A Psicologia Popular do século XIX 
 
Propostas para estudo e intervenções psicológicas pré-científicas e 
pseudocientíficas: 
 
 
Frenologia - (do Grego: φρήν, phrēn, "mente"; e λόγος, logos, "lógica ou 
estudo") é uma teoria que reivindica ser capaz de determinar o caráter, 
características da personalidade e grau de criminalidade pela forma da cabeça 
(lendo "caroços ou protuberâncias"). 
Desenvolvida pelo médico alemão Franz Joseph Gall, por volta de 1800 e 
muito popular no século XIX. 
 
Seus princípios eram que o cérebro é o órgão da mente e essa mente tem um 
jogo de diferentes faculdades mentais e de comportamento. 
 
Cada sentido em particular tem sua representação em uma parte diferente 
do órgão ou cérebro. Estas áreas seriam proporcionais a cada indivíduo, dadas 
às propensões e importância da faculdade mental e personalidade e o osso 
sobrejacente do crânio refletiria estas diferenças. 
 
 Fisiognomonia - Teve sua origem na Índia, quando antigos habitantes 
daquele país estudavam rugas no corpo, as causas e as origens das mesmas. 
Mais tarde foi levada para a China, onde foi estudada e desenvolvida como 
diagnóstico e hoje é tida como uma subdivisão da medicina chinesa. 
Segundo a fisiognomia os traços da face podem auxiliar em 
um diagnóstico preciso e ainda indicar um tratamento correto em qualquer 
área médica, estética, nutricional ou psicológica e a sua técnica consiste em 
uma avaliação completa do indivíduo. As marcas e traços que surgem no 
nosso corpo são registos dos nossos hábitos de vida, podendo servir como 
indicadores de desequilíbrios diversos. 
 
Mesmerismo - Também chamado de magnetismo animal (notadamente nos 
séculos XVIII e XIX) é o estado ou o resultado de alguém, obtido ao ser 
mesmerizado (ou magnetizado), com um dos significados acima listados. 
Seria, segundo o seu descobridor, Franz Anton Mesmer, um estado particular 
de vibração (ou tom de movimento, em suas palavras) do fluido universal. 
“Nem a luz, nem o fogo, nem a eletricidade, nem o magnetismo e nem 
o som são substâncias, mas sim efeitos do movimento nas diversas séries 
do fluido universal”. Mesmer 
Espiritualismo e cura pela mente. A filosofia mental 
 
Aula 5- Fisiologia, psicofísica e estudo da mente: 
 
Psicofisiologia - Ramo da psicologia experimental que estuda os mecanismos 
fisiológicos do comportamento humano e animal. Representou toda a 
psicologia experimental do séc. XIX, vindo a diferenciar-se progressivamente, 
no sentido de se autonomizar. Utilizando métodos experimentais muito 
diversos, conforme o caso que pretende investigar: bioquímicos, cirúrgicos, 
genéticos ou eletrofisiológicos, aplicados, sobretudo, a modelos animais. 
 
Sistema nervoso - Rede ou circuito de tecido nervoso (ou neural) que transmite 
impulsos elétricos (eletroquímicos) e é constituído por cerca de 10 bilhões de 
neurônios (células nervosas), apoiados por células que nutrem e modulam a 
sua função ocupando os espaços Interneurônios, as células da glia. O sistema 
nervoso tem como principais funções: o controlo do comportamento e a 
regulação fisiológica do organismo. Do ponto de vista estrutural divide-se em 
duas partes: sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico 
(SNP). 
 
Aula 6- A Psicologia científica 
Conceitos: 
Positivismo: positivismo é um rótulo novo, para uma nova fase de 
desenvolvimento do empirismo. Nasceu o nome em 1830 na Escola do 
socialista utópico Saint-Simon (1760-1825), e ganhou projeção com Augusto 
Comte, o pensador protótipo do movimento, sobretudo na França. O 
positivismo do século XIX pode semelhar ao empirismo dos séculos XVII e 
XVIII, porquanto reduz, substancialmente, o conhecimento humano ao 
conhecimento sensível, a metafísica à ciência, o espírito à natureza, com as 
relativas consequências práticas. Diferencia-se, porém, desses sistemas por 
um elemento característico: o conceito de vir-a-ser, de evolução, considerada 
como lei fundamental dos fenômenos empíricos, isto é, de todos os fatos 
humanos e naturais. O positivismo representa uma reação contra o apriorismo, 
o formalismo, o idealismo, exigindo maior respeito para a experiência e os 
dados positivos. Entretanto, o positivismo fica no mesmo âmbito imanentista- 
Doutrina metafísica segundo a qual a presença do divino é pressentida pelo homem, 
mas não pode ser objeto de qualquer conhecimento claro. Idealismo e do 
pensamento moderno em geral, defendendo, mais ou menos, o absoluto do 
fenômeno. O positivismo admite como fonte única de conhecimento e critério 
de verdade a experiência, os fatos positivos, os dados sensíveis. Nenhuma 
metafísica, portanto, como interpretação, justificação transcendente ou 
imanente, da experiência. A filosofia é reduzida à metodologia e à 
sistematização das ciências. 
Wundt- O laboratório de Psicologia Experimental em Leipzig. Método 
Introspectivo. 
Psicologia Experimental: Os conceitos são rigorosamente definidos, os estudos 
experimentais em psicologia ocorre em ambiente laboratorial, ou ambiente 
natural, os sujeitos humanos ou outros animais. 
 
Aula 7- Psicologia do século 19: Estruturalismo e Funcionalismo 
Conceitos: 
O Estruturalismo é uma modalidade de pensar e um método de análise 
praticado nas ciências do século XX. Metodologicamente, analisa sistemas em 
grande escala examinando as relações e as funções dos elementos que 
constituem tais sistemas. Partindo da Linguística e da Psicologia do princípio 
do século XX, alcançou seu apogeu na época da Antropologia Estrutural, ao 
redor dos anos de 1960. O Estruturalismo foi estabelecido por Titchener como 
a primeira escola de pensamento no campo da Psicologia. 
Para Wundt a mente tem o poder de sintetizar espontaneamente elementos, 
enquanto que Titchener, se centra nos elementos que compõe a estrutura da 
consciência, desvalorizando a sua associação. 
 -A tarefa fundamental da Psicologia é descobrir a natureza das experiências 
conscientes elementares, ou seja, analisar a consciência nas suas partes 
constituintes para assim determinar sua estrutura. 
Titchener modificou o método introspectivo de Wundt sendo designado 
introspecção qualitativa e consistia em, observadores descreverem seu estado 
consciente após sujeitos a um dado estímulo. Titchener opôs-se à abordagem 
wundtiana no aspecto do uso de equipamentos e a sua concentração em 
medidas objetivas. De acordo com Titchener, o objeto da Psicologia é, à 
semelhança de Wundt, a experiência consciente e afirmou que todas as 
ciências compartilham deste mesmo objeto, ocupando-se cada qual de um 
aspecto diferente.O objeto de estudo é assim a experiência enquanto dependente das pessoas 
que passam por ela. 
Os psicólogos estudam os fenômenos, as sensações, em termos do modo 
como são vivenciados pelo indivíduo, dependendo assim das experiências das 
pessoas. 
Titchener: define a consciência como a soma das nossas experiências 
num dado momento de tempo, e a mente como a soma das nossas 
experiências acumuladas ao longo da vida. 
 Mente e consciência são realidades semelhantes, mas, enquanto a 
consciência envolve processos mentais que ocorrem no momento, à mente 
envolve o acúmulo total destes processos. 
Para Titchener, os problemas ou finalidades da Psicologia seriam: 
· Reduzir os processos conscientes nos seus componentes mais simples; 
· Determinar as leis mediante as quais esses elementos se associam, 
· Conectar esses elementos às suas condições fisiológicas. 
 
Logo, os objetivos da Psicologia coincidem com os das ciências naturais. 
Titchener e os estruturalistas: observação, experimentação e medição. O 
método de estudo do objeto deveria ser uma autoanálise (método 
introspectivo). 
Introspecção: é o ato pelo qual o sujeito observa os conteúdos de seus próprios 
estados mentais, tomando consciência dos mesmos. Os conteúdos mentais 
passíveis de introspecção: as crenças, as imagens mentais (sejam visuais, 
auditivas, olfativas, sonoras, tácteis), as intenções, as emoções e o conteúdo 
do pensamento em geral (conceitos, raciocínios, associações de ideias). 
Etapas da introspecção controlada: 
- Apresentação de pequenos estímulos visuais ou auditivos a um conjunto de 
observadores treinados; 
- Os sujeitos descrevem as suas emoções recorrendo a termos predefinidos; 
- Os dados eram depois relacionados e interpretados por uma equipa de 
psicólogos. 
 
Este método foi desvalorizado por não conseguir evitar o subjetivismo: 
Observação é retrospecção - O conhecimento das emoções é feito depois de 
elas terem acontecido. A observação de um fato é distinto da sua vivência o 
que levaria a uma separação do ser humano em dois: o que sente e o que 
pensa. 
Objetividade nas emoções - ao relatarmos as nossas emoções, temos a 
tendência de eliminar as emoções não aceitas socialmente, acabando por 
modificá-las; 
Controle exterior - Não existe garantia de que as emoções expressas sejam 
reais pelo que a investigação ficaria limitada. 
Racionalização - O sujeito tende a explicar suas emoções mais fortes e 
desconexas, apresentando-as de uma forma controlada e dentro de um 
sistema lógico. 
Linguagem e expressão de emoções - Expressar as emoções verbalmente 
representa inúmeras dificuldades, o que não está ao alcance de crianças, 
deficientes mentais, limitando assim sua utilização. 
Limites de aplicação - Não se aplica a fenômenos inconscientes, aos fatos de 
natureza fisiológica. 
Apesar destas limitações, este método permite o estudo dos pensamentos e 
uma tomada de consciência dos atos pelo que se continua a utilizar. 
 
Sensação: A sensação é um processo fisiológico de ligação do organismo com 
o meio, através dos órgãos sensoriais, e consiste na transmissão de um influxo 
nervoso (corrente elétrica que percorre os nossos nervos) desde o órgão 
sensorial até aos centros de decodificação. Realiza-se pela ação de um 
estímulo específico sobre um receptor que é apropriado para recebê-lo. Assim, 
na gênese do conhecimento, os elementos imediatos e sensíveis que vão ser 
objetos de um processo de interpretação e organização a que chamamos de 
percepção. 
 
Percepção: é o fenômeno de reconhecimento de qual o estímulo produziu em 
nós uma sensação específica. É a interpretação da sensação como sinal de um 
objeto exterior. A diferença entre sensação e percepção encontra-se em sentir 
e compreender o fenômeno, isto é, a sensação se dá quando um órgão recebe 
um estímulo, enquanto que a percepção abrange a sensação, incluindo 
também o conhecimento da causa, ou seja, o objeto que produziu a sensação 
e a certeza de que ele existe e é real. A percepção é uma configuração e 
organização desses elementos que a nossa mente integra nas nossas 
experiências passadas, ligando e unificando-os, isto é, filtrando-os através dos 
fatores de significação que a linguagem e as referências culturais de cada um 
já criaram. A percepção se constitui como uma construção individual. 
 
Funcionalismo: O Funcionalismo é o modelo que substitui o Estruturalismo na 
evolução histórica da Psicologia, sendo seu principal impulsionador William 
James. O principal interesse desta corrente teórica residia na utilidade 
dos processos mentais para o organismo, nas suas constantes tentativas 
de se adaptar ao meio. O ambiente é um dos fatores mais importantes no 
desenvolvimento. Enfatiza os atos ou processos mentais como objeto de 
estudo da psicologia, em contraste com as escolas estruturalistas, que 
destaca os conteúdos conscientes. 
O ponto de vista funcional sustentou que a mente deve ser estudada em 
função de sua utilidade para o organismo, tendo em conta a adaptação ao seu 
meio. 
Consciência: é o estado de estar plenamente ciente dos acontecimentos ou 
fatos, como esses definem o mundo lógico, ser consciente ou ter consciência é 
estar no mundo, estar nele e participar de sua construção histórica. 
Consciência é definida em oposição à inconsciência. A consciência contém 
aquilo que pode ser objeto do pensamento. 
 
 
Aula 8- Psicologia do século 20: Comportamentalismo 
Conceitos 
Psicologia Comparada: estudo do comportamento de animais não humanos 
que generaliza seus achados para o entendimento do comportamento humano. 
 
Behaviorismo metodológico- o ambiente refere-se apenas às condições 
externas, neste sentido, tal behaviorismo considera importante o critério de 
“verdade” via consenso público, ou seja, o qual só pode ser alcançado para 
eventos externos e públicos (visto igualmente por mais pessoas além do 
observador). O objeto de estudo: Somente o comportamento observável, 
mesmo que não ignorasse os sentimentos, subjetividade, Watson não 
acreditava que estes deveriam ser unidades de análise sobre o homem. Para 
Watson era um projeto de uma nova ciência, ou seja, uma ciência do 
comportamento que viria ocupar o lugar da psicologia. Esta deveria ser, 
segundo Watson, uma ciência natural, um ramo da biologia, onde o sujeito era 
caracterizado como um sujeito que não sente, não pensa, não decide, não 
deseja e não é responsável pelos seus atos, seria então, apenas um organismo 
e, enquanto organismo, o ser humano se assemelharia a qualquer outro 
animal. 
 
Behaviorismo Radical: Propõe que o objeto de estudo da psicologia deva ser o 
comportamento dos seres vivos, especialmente do homem. É radical na 
medida em que nega ao psiquismo a função de explicar o comportamento, 
embora não negue a possibilidade de, por meio de uma estrutura da 
linguagem, estudar eventos encobertos, tais como pensamento e as emoções, 
só acessíveis ao próprio sujeito. Um grande passo dado por Skinner que 
superou os “buracos” do behaviorismo metodológico foi o de considerar o 
comportamento como algo que está sempre em reconstrução, ou seja, 
acreditar em um modelo de seleção pelas consequências, não só frente às 
características anatômicas e fisiológicas, mas também as comportamentais que 
passam por sucessivos crivos de uma seleção baseada nos contatos com dos 
organismos vivos com seu ambiente. 
O comportamento humano passou a ser compreendido, considerando-se que o 
homem sofre influências de contingências filogenéticas (atuando no nível do 
banco genético das espécies), de contingências ontogenéticas (atuando no 
nível de repertórios comportamentaisdos indivíduos) e de contingências 
culturais (atuando no nível das práticas grupais de uma cultura ou sociedade). 
 
Condicionamento reflexo: Ivan Petrovich Pavlov (1849) estudou reflexos 
biologicamente estabelecidos, assim como os processos pelos quais novos 
estímulos se associam a estes reflexos. Condicionamento clássico e 
condicionamento respondente, o tipo de aprendizagem que Pavlov descobriu 
afeta quase todos os reflexos, incluindo salivação, piscar, resposta sexual, 
respostas emocionais e sintomas psicossomáticos. Resumindo, o 
condicionamento pavloviano acontece quando um estímulo neutro é 
emparelhado com um reflexo e eventualmente se torna capaz de eliciar 
respostas reflexas. 
Condicionamento operante: O outro tipo de condicionamento é o operante ou 
instrumental. O condicionamento operante foi desenvolvido pelo psicólogo 
norte-americano Burrhus Frederic Skinner, estabelecendo que todo 
comportamento sejamos influenciado por seus resultados, havendo um 
estímulo reforçador, podendo ser positivo, quando fortalece o tipo de 
comportamento (recompensa), ou negativo quando tende a inibir certo 
comportamento (punição). 
 
 
 
Aula 9- Psicologia do século 20: Psicanálise 
Conceitos: 
Histeria: A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais 
inconscientes surgem na forma de uma severa dissociação mental ou como 
sintomas físicos (conversão), independentemente de qualquer patologia 
orgânica ou estrutural conhecida, quando a ansiedade subjacente é 'convertida' 
num sintoma físico. O termo origina-se do grego, hystéra, que significa útero. 
Uma antiga teoria sugeria que o útero vagava pelo corpo e a histeria era 
considerada uma moléstia especificamente feminina, atribuída a uma disfunção 
uterina. Na verdade, os sintomas histéricos podem se manifestar em homens e 
mulheres e são mais comumente observados na adolescência. 
 
Hipnose: estado transitório de modificação da consciência idêntico ao do sono, 
provocado por sugestão e concentração num objeto e no qual o indivíduo 
hipnotizado obedece a certas ordens do hipnotizador. Sob a influência de 
Charcot que utilizava este método para tratar a histeria, S. Freud criou a 
psicanálise ao descobrir que sob o efeito da hipnose, os seus pacientes 
manifestavam atividades do inconsciente. No entanto, Freud acabou por 
abandonar a hipnose como método terapêutico passando a usar o método das 
associações livres. 
 
Método catártico - método psicoterapêutico que pretende obter uma catarse 
(purificação). O tratamento consiste na evocação e até no reviver de 
acontecimentos traumáticos ligados aos problemas emocionais do indivíduo, o 
que permite uma descarga controlada desses problemas. O método catártico 
foi utilizado pela psicanálise, entre 1880-1895, associado à hipnose. 
 
Associação livre: método psicanalítico que consiste em pedir ao paciente para 
contar tudo o que lhe ocorre sem se preocupar com a aparente coerência do 
seu discurso. A interpretação será feita pelo psicanalista, que "descobrirá" o 
nexo do discurso do paciente, levando-o, mais tarde, a tomar consciência das 
associações que fez. 
 
Consciente: totalidade das percepções de um dado momento. 
 
Pré-consciente: termo utilizado por Freud na primeira tópica para designar os 
conteúdos do psiquismo que sem serem conscientes porque não estão 
presentes do campo, atual da consciência, distinguem-se dos conteúdos do 
inconsciente na medida em que permanecem acessíveis à consciência. 
 
Inconsciente: na psicanálise o inconsciente é a sede das pulsões o “local” onde 
encontra se interiorizadas as proibições sociais, os tabus. 
 
Id: segundo Freud, é a base de toda a vida psíquica, é a sede das tendências 
instintivas que se orientam pela libido (princípio do prazer). 
 
Ego: instância psíquica referente ao contato com a realidade, a noção de um 
“eu” separado dos demais. 
 
Superego: consiste na interiorização das normas e proibições culturais da 
sociedade em que a pessoa vive - a moral dessa sociedade. A criança, 
geralmente, tem o primeiro contato com essa moral através da família. 
Complexo de Édipo: Segundo Freud, surge durante a fase fálica que, no 
menino se caracteriza por grande atração pela mãe e sentimentos 
ambivalentes em relação ao pai (identifica-se com este, que se torna o seu 
ideal, por outro lado, considera-o um rival). O complexo de castração, 
consequência do medo de punição do “incesto”. 
 
Aula 10- Psicologia do século 20: Psicologia Cognitiva 
 
Conceitos 
Isomorfismo: Conceito utilizado pela psicologia da Gestalt para exprimir a 
existência de uma identidade de forma, ordem e organização entre os 
processos fisiológicos e os processos perceptivos. Os gestaltístas entenderam 
que a percepção dependia de fatores estruturais relativos às propriedades 
fisiológicas do córtex cerebral, aplicando a sua concepção globalista à fisiologia 
do cérebro. Os impulsos desencadeados pela estimulação nervosa produziriam 
no córtex cerebral campos tensionais, formados por estruturas de neurônios 
que se organizariam segundo as leis físicas do campo eletromagnético, e de 
que as percepções seriam a sua expressão. Constituir-se-ia, assim, um 
isomorfismo entre as propriedades do campo perceptivo e as propriedades do 
campo cortical. Este conceito foi abandonado por falta de confirmação. 
 
Relação figura-fundo: distinção concebida pela psicologia da Gestalt entre: a 
“figura” - parte do campo perceptivo que sobressai do fundo e que se 
individualiza e o “fundo” - estrutura indistinta e cujas partes não são nitidamente 
definidas. A “figura” aparece segregada do “fundo” e numa posição de relevo. 
Este fenômeno explica-se pelo fato de que, embora o contorno de uma forma 
divida o estímulo visual em duas partes, estas não podem ser simultaneamente 
observadas: só uma ou outra parte pode ser vista num dado momento. O 
exemplo mais comum deste fenômeno é o das figuras reversíveis: quando uma 
forma, que aparece situada em plano secundário, se revela subitamente em 
primeiro plano, e vice-versa. 
 
Campo psicológico: expressão concebida por W. Kohler e adaptada por K. 
Lewin, para explicar o comportamento de um indivíduo ou de um grupo como 
resultado de um conjunto de fenômenos físicos, biológicos, sociais ou 
psicológicos. Estes fenômenos influenciam, em simultâneo, as percepções, as 
motivações, os ideais de uma pessoa ou coletividade. Assim, podem ser 
explicados certos fenômenos de organização perceptiva (por exemplo, figura-
fundo) ou sociais (por exemplo, violência exercida contra uma minoria racial). É 
entendido como um campo de força que nos leva a procurar a boa forma. Esse 
campo de força psicológico tem uma tendência que garante a busca da melhor 
forma possível em situações que não estão muito estruturadas. Coube a 
Wertheimer enunciar a lei básica da organização da percepção: “Não é 
possível distinguir um objeto como um todo mediante a soma das 
percepções das suas várias partes componentes, sendo necessário 
considerar um conjunto de fatores que caracterizam as relações entre 
todas as partes do objeto”. Partindo desta lei, foram então criadas as leis do 
agrupamento: proximidade, semelhança, continuidade e fechamento. A 
continuidade e o fechamento podem ser considerados como expressões de 
pregnância ou boa forma, isto é, com qualidades que lhe conferem maior 
probabilidade de serem percebidas como figuras num determinado fundo. 
 
Insight: termo criado por Kohler para designar a solução súbita de um 
problema, em contraste com a aprendizagem por tentativa e erro. Atualmente a 
utilização deste termo refere-se à possibilidade de se estabelecerem novas 
relações ouconexões para encontrar uma ideia ou compreender um problema. 
 
Cognição: refere-se ao ato de conhecer, é a capacidade de processar 
informações. 
 
Aula 11- Profissionalização em Psicologia 
· O surgimento das demandas sociais para aplicação profissional da 
psicologia 
· Áreas e formas de atuação pioneiras 
· Reflexos do passado na a atualidade da profissão 
 
 
 
Aula 12- Debates contemporâneos em Psicologia 
Contextos sociais que afetaram a psicologia no século 20 
Descobertas científicas que afetaram a psicologia no século 20 
 
Escolas emergentes da psicologia: 
Psicologia transpessoal: é uma abordagem da Psicologia considerada 
por Abraham Maslow (1908-1970) como a "Quarta Força da Psicologia", sendo 
a primeira força a Psicanálise, seguida da Psicologia comportamental, e a 
terceira a Psicologia humanista. É uma forma de sincretismo teórico, que 
abarca conteúdos de muitas escolas psicológicas, como as teorias 
Jung, Maslow, etc.. Surgiu em 1967 junto com Movimentos do Potencial 
Humano e New Age nos EUA, pelo pensamento de Maslow, que dizia que o 
ser humano necessitava transcender sua Psique (pessoal), conectando-se ao 
Todo, ou a outras realidades mais abrangentes (transpessoais). 
A Psicologia transpessoal tem como objeto o estudo da Consciência e de 
seus Estados não ordinários e, neste sentido, congrega vários Recursos 
Técnicos como a Hipnose, a Meditação, o Relaxamento, e (no campo da 
pesquisa) experiência com alucinógenos (Grof, Huxley), além dos Estados 
Místicos de Tradições Espirituais. 
 Esquizoanálise- Vem do germânico skhízein (esquizo) que significa fender, 
dividido, dual, dualidade, e análise, que significa a divisão do todo em partes, 
exame de cada parte de um todo, processo filosófico por meio das relações 
entre os efeitos e as causas, o particular e o geral, o simples e o composto. A 
esquizoanálise também se preocupa com os sujeitos, os grupos e as 
instituições, na sua composição com o mundo. A Esquizoanálise é uma 
teoria/prática que surgiu do encontro entre o filósofo Gilles Deleuze e o 
psicanalista Félix Guattari pós o movimento revolucionário “Maio de 68” na 
França. A primeira grande produção dessa parceria foi o livro “O Antí-Édipo” 
(1972) e entre as ideias centrais da obra está à crítica ao reducionismo 
psicanalítico ao aprisionar sempre as produções do inconsciente ao drama 
edípico. 
A clínica na perspectiva “Esquizo” é um processo de análise dos modos de 
subjetivação de sujeitos e grupos em suas relações com instituições e o 
mundo. Uma clínica construtivista que tenciona as explorações sociais e 
afetivas operando na ordem das micropolíticas ao questionar nossas próprias 
ações, desconstruindo modelos de representação e ativando a potência 
revolucionária do desejo. 
 Psicologia positiva- é um movimento recente dentro da Psicologia que visa 
fazer com que os psicólogos contemporâneos adotem "uma visão mais aberta 
e apreciativa dos potenciais, das motivações e das capacidades humanas". 
Embora as pessoas venham discutindo a questão da felicidade humana pelo 
menos desde a Grécia Antiga, a psicologia tem sido criticada por seu 
direcionamento preponderantemente voltado às questões de doença mental, 
em vez da "sanidade" mental. Vários psicólogos humanistas tais como 
Abraham Maslow, Carl Rogers, Erich Fromm e Carl Jung, desenvolveram 
teorias e práticas bem-sucedidas que envolvem a felicidade humana, a 
despeito da falta de evidência empírica sólida ao tempo em que desenvolveram 
seus trabalhos. Seus sucessores não deram sequência à obra, enfatizando 
a fenomenologia e histórias de casos individuais. 
 
Aula 13- Desenvolvimento da psicologia no Brasil 
Conceitos: 
Conselho Federal de Psicologia: o Conselho Federal de Psicologia do Brasil 
é uma autarquia brasileira de direito público, com o objetivo de orientar, 
fiscalizar e disciplinar a profissão de psicólogo, zelar pela fiel observância dos 
princípios éticos e contribuir para o desenvolvimento da Psicologia como 
ciência e profissão. Foi constituída pela lei 5.766, de 20 de dezembro de 1971. 
Código de ética profissional: os Códigos de Ética profissionais têm como 
objetivo dirigir e fiscalizar o exercício da respectiva profissão, estabelecendo 
normas de conduta que o profissional deve observar no desempenho de suas 
atividades e em suas relações com seus clientes e todas as demais pessoas 
com quem possa ter contato. Qualquer desvio de conduta pode ser apurado 
por meio de processo disciplinar. 
 
Aula 14/15 - Seminário sobre a Psicologia no Brasil

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