Buscar

02 - Direito Penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Direito Penal | Material Complementar 
Professor Antonio Pequeno. 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS 
1- CONCEITO:
 Segundo Guilherme de Souza Nucci: “É a situação que ocorre quando ao mesmo fato parecem ser aplicáveis duas 
ou mais normas, formando um conflito apenas aparente entre elas”. 
Já para o Professor Cleber Masson: “Ocorre quando a um único fato se revela possível, em tese, a aplicação de dois 
ou mais tipos legais, ambos instituídos por leis de igual hierarquia e originárias da mesma fonte de produção, e 
também em vigor ao tempo da prática da infração penal”. 
2- PRESSUPOSTOS DO CONFLITO APARENTE DE NORMAS
A) UNIDADE DE FATO
B) PLURALIDADE DE NORMAS SIMULTANEAMENTE VIGENTES.
3- FINALIDADE
A) ASSEGURAR A HARMONIA E A COERÊNCIA DO SISTEMA E, AO MESMO TEMPO,
B) EVITAR A POSSIBILIDADE DO “BIS IN IDEM” QUE PODERIA OCORRER CASO DUAS NORMAS INCIDISSEM SOBRE O
MESMO FATO.
4- PRINCÍPIOS PARA SOLUÇÃO DO CONFLITO APARENTE
A) PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE - Cuida-se daquela lei cuja previsão reproduz, de modo expresso ou elíptico, a da
lei geral, tornando-a especial pelo 
acréscimo de outros elementos, denominados especializantes. Visualiza-se na especialidade uma relação lógica de 
dependência própria de uma situação de subordinação legislativa, eis que toda conduta que atende ao tipo especial 
realiza também, necessariamente e de forma simultânea, o crime previsto na lei geral, o que não ocorre em sentido 
diverso. Há entre as leis relação de gênero e espécie, ou seja, todos os elementos descritos pela lei geral são 
reproduzidos pela lei especial. Por tal razão a primeira é excluída quando comparada com a última. O princípio da 
especialidade impõe sejam os delitos genérico e específico praticados em absoluta contemporaneidade, no mesmo 
contexto fático. As disposições genérica e específica podem ser integrantes de um mesmo diploma legal (ex.: homicídio 
– art. 121 do CP – e infanticídio – art. 123 do CP) ou constar de leis distintas (ex.: contrabando – art. 334 do CP – e
tráfico internacional de drogas – art. 33, caput, da Lei 11.343/2006). As leis podem ter sido promulgadas ao mesmo
tempo ou em épocas diversas, e, nesse caso, tanto pode ser posterior a lei geral como a especial. Sua aferição se
estabelece em abstrato, ou seja, para saber qual lei é geral e qual é especial, prescinde-se da análise do fato praticado.
É suficiente a comparação em tese das condutas definidas nos tipos penais. Finalmente, a lei especial pode contemplar
crime mais grave ou menos grave do que o previsto na lei geral. A questão não repousa na gravidade, e sim na
especialidade.
B) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE - Estabelece que a lei primária tem prevalência sobre a lei subsidiária (lex primaria
derogat legi subsidiarie). Há subsidiariedade entre duas leis penais quando se trata de estágios ou graus diversos de
ofensa a um mesmo bem jurídico, de forma que a ofensa mais ampla e dotada de maior gravidade, descrita pela lei
primária, engloba a menos ampla, contida na subsidiária, ficando a aplicabilidade desta condicionada à não incidência
da outra. O crime tipificado pela lei subsidiária, além de menos grave do que o narrado pela lei primária, dele também
difere quanto à forma de execução, já que corresponde a uma parte deste. Assim, a lei subsidiária exerce função
complementar diante da principal. De fato, somente se aplica quando esta última (lei principal) não puder incidir no
tocante ao fato punível. Corolário disso, ao contrário do que se opera na especialidade, aqui o fato tem de ser
apreciado em concreto, para aferir qual a disposição legal em que se enquadra. Na subsidiariedade não existem
elementos especializantes, mas descrição típica de fato mais abrangente e mais grave. Na hipótese de restar
configurada a lei primária, instituidora de fato apenado mais gravemente, jamais terá incidência a lei subsidiária, com
conduta sancionada mais levemente. Esta somente será utilizada na impossibilidade daquela, atuando como
verdadeiro “soldado de reserva”
1
FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Direito Penal | Material Complementar 
Professor Antonio Pequeno. 
B.1) SUBSIDIARIEDADE EXPRESSA OU EXPLÍCITA - nas situações em que este caráter é declarado pela própria lei 
(exemplo: CP, art. 163, parágrafo único, II) 
 
B.2) SUBSIDIARIEDADE TÁCITA OU IMPLÍCITA - nas hipóteses em que a lei não declara expressamente seu caráter 
subsidiário, mas esta circunstância é extraída da análise do caso concreto, a exemplo da relação entre estupro (CP, 
art. 213) e constrangimento ilegal (CP, art. 146). 
 
C) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO OU ABSORÇÃO - De acordo com o princípio da consunção, ou da absorção, o fato mais 
amplo e grave consome os demais fatos menos amplos e graves, os quais atuam como meio normal de preparação ou 
execução daquele, ou ainda como seu mero exaurimento. Por tal razão, aplica-se somente a lei que o tipifica: lex 
consumens derogat legi 
consumptae. A lei consuntiva prefere a lei consumida. Pressupõe, entre as leis penais em conflito, relação de magis 
para minus, ou seja, de continente para conteúdo, de forma que a lei instituidora de fato de mais longo espectro 
consome as demais. Como decorrência da sanção penal prevista para a violação do bem jurídico mais extenso, torna-
se prescindível e inaceitável a pena atribuída à violação do bem jurídico mais restrito, evitando-se a configuração do 
bis in idem, daí decorrendo a sua indiscutível finalidade prática. Seus fundamentos são claros: o bem jurídico 
resguardado pela lei penal menos vasta já está protegido pela mais ampla, e a prática de um ilícito definido por uma 
lei penal é indispensável para a violação de conduta tipificada por outra disposição legal. Ao contrário do que se dá no 
princípio da especialidade, aqui não se reclama a comparação abstrata entre as leis penais. 
Comparam-se os fatos, inferindo-se que o mais grave consome os demais, sobrando apenas a lei penal que o disciplina. 
A distinção com o princípio da subsidiariedade também é evidente. Na regra da subsidiariedade, em função do fato 
concreto praticado, comparam-se as leis para saber qual é a aplicável. Por seu turno, na consunção, sem buscar auxílio 
nas leis, comparam-se os fatos, apurando-se que o mais amplo, completo e grave consome os demais. O fato principal 
absorve o acessório, sobrando apenas a lei que o disciplina. E, em oposição ao que se visualiza nos princípios da 
especialidade e da subsidiariedade, na consunção não há um fato único buscando amoldar-se em uma ou outra lei, 
mas uma sucessão de fatos em que o mais amplo e mais grave absorve os menos amplos e menos graves. A consunção 
pode ter sua origem tanto em virtude da expressa declaração da leicomo também na sua zelosa interpretação, 
utilizando-se para tanto de elementos de ordem gramatical, lógica, histórica e sistemática na apreciação jurídica do 
caso concreto. O princípio da consunção se aplica em quatro situações: 
 
C.1) CRIME PROGRESSIVO - É o que se opera quando o agente, almejando desde o início alcançar o resultado mais 
grave, pratica, mediante a reiteração de atos, crescentes violações ao bem jurídico. Pressupõe necessariamente a 
existência de um crime plurissubsistente, isto é, uma única conduta orientada por um só propósito, mas fracionável 
em diversos atos. O ato final, gerador do evento originariamente desejado, consome os anteriores, que produziram 
violações mais brandas ao bem jurídico finalmente atacado, denominados de crimes de ação de passagem. Possui 
como requisitos, portanto, a unidade de elemento subjetivo e de conduta, composta de vários atos, e a 
progressividade no dano ao bem jurídico. Desde o início de sua empreitada, o crime mais grave é desejado pelo sujeito, 
que vem a praticar uma única conduta, decomposta em vários executórios, lesando gradativamente o bem jurídico 
que se propôs a lesionar. Imagine-se a hipótese em que alguém, desejando eliminar um desafeto, começaa golpeá-lo 
em várias regiões do corpo, iniciando o processo de matá-lo, vindo finalmente a atingi-lo na cabeça, ceifando sua vida. 
As diversas lesões corporais, necessárias para a execução do homicídio, ficam por este absorvidas. 
 
C.2) PROGRESSÃO CRIMINOSA - Dá-se quando o agente pretende inicialmente produzir um resultado e, depois de 
alcançá-lo, opta por prosseguir na prática ilícita e reinicia outra conduta, produzindo um evento mais grave. Exemplo: 
O agente que, após praticar vias de fato, opta por produzir lesões corporais na vítima, e, ainda não satisfeito, acaba 
por matá-la responde exclusivamente pelo homicídio. O sujeito é guiado por uma pluralidade de desígnios, havendo 
alteração em seu dolo, razão pela qual executa uma diversidade de fatos (mais de um crime), cada um correspondente 
a uma vontade, destacando-se a crescente lesão ao bem jurídico. Por tal motivo, a resposta penal se dará somente 
para o fato final, mais grave, ficando absorvidos os demais. Com a punição do crime final, o Estado também sanciona 
os anteriores, efetuados no mesmo contexto fático. A penalização autônoma constituiria indisfarçável bis in idem, 
tendo em vista que seriam castigados como parte do resultado final e também de maneira independente. 
 
2
FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Direito Penal | Material Complementar 
Professor Antonio Pequeno. 
C.3) “ANTEFACTUM” IMPUNÍVEL - são os que funcionam como meios de execução do tipo principal, ficando por este 
absorvidos. No caso do roubo da bolsa da vítima que se encontra no interior de um automóvel, eventual destruição 
do vidro não acarreta na imputação ao agente do crime contido no art. 163, caput, do Código Penal. Em conformidade 
com a definição do princípio da consunção, o fato anterior componente dos atos preparatórios ou de execução apenas 
será absorvido quando apresentar menor ou igual gravidade quando comparado ao principal, para que este goze de 
força suficiente para consumir os demais, englobando-os em seu raio de atuação. Nesse contexto, manifesto o 
equívoco técnico da Súmula 17 do Superior Tribunal de Justiça, assim redigida: “Quando o falso se exaure no 
estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”. O enunciado jurisprudencial destina-se, 
precipuamente, às hipóteses em que o sujeito, com o escopo de praticar estelionato, falsifica materialmente uma 
cártula de cheque, documento particular equiparado a documento público por expressa determinação legal, nos 
termos do art. 297, § 2º, do Código Penal. Ora, tal crime é punido com reclusão de dois a seis anos, e multa. Sendo o 
fato mais amplo e grave, não pode ser consumido pelo estelionato, sancionado de forma mais branda. 
 
C.4) “POSTFACTUM” IMPUNÍVEL - são visualizados quando, depois de realizada a conduta, o sujeito pratica nova 
ofensa contra o mesmo bem jurídico, buscando alguma vantagem com o crime anterior. O exaurimento deve ser 
aferido em consonância com a lógica do razoável, pois não há dúvida de que, exemplificativamente, o larápio 
usualmente vende os bens subtraídos, visando lucro financeiro. Se o furto ou roubo se deu por força de ânimo de 
lucro, não seria correto puni-lo mais uma vez por ter lucrado.Cuida-se de previsível exaurimento, ficando consumidos 
os atos posteriores. 
 
C.5) CRIME COMPLEXO OU COMPOSTO - É a modalidade que resulta da fusão de dois ou mais crimes, que passam a 
desempenhar a função de elementares ou circunstâncias daquele, tal como se dá no roubo, originário da união entre 
os delitos de furto e ameaça ou lesão corporal, dependendo do meio de execução empregado pelo agente. Indicado 
por relevante parcela doutrinária como hipótese da consunção, parece-nos não ser esta a melhor escolha. Em 
apertada síntese, alegam seus defensores que o crime complexo absorve os delitos autônomos que compõem a sua 
estrutura típica, razão pela qual prevalece a lei responsável pela sua definição. Na verdade, o crime complexo constitui 
verdadeiro concurso de crimes, ainda que, pela escolha técnico-legislativa, exista a opção de castigar a atuação do 
agente pela figura final, que deverá prevalecer, por estabelecer uma valoração conjunta dos fatos em concurso. 
Destarte, não se desnatura o concurso de crimes existente no complexo delitivo, convertendo-o em conflito aparente 
de leis penais. É óbvio, contudo, que o conflito aparente se realizará entre a figura complexa, de um lado, e as figuras 
simples, do outro. Além disso, é fundamental que no conflito aparente todas as leis penais devem qualificar os mesmos 
fatos, atentatórios do mesmo bem jurídico, 
 
D) PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE - Seu conceito, em consonância com as posições fornecidas pela doutrina, deve 
levar em conta dois pontos de partida distintos. Inicialmente, a alternatividade é definida como a situação em que 
duas ou mais disposições legais se repetem diante do mesmo fato (alternatividade imprópria). De outro campo, 
notam-se também autores que entendem configurada a alternatividade na hipótese em que o tipo penal contém em 
seu corpo vários fatos, alternativamente, como modalidades de uma mesma infração penal (alternatividade própria). 
Assim, praticados pelo mesmo sujeito um ou mais núcleos, sucessivamente, restará configurado crime único.22 São 
os chamados tipos mistos alternativos, de ação múltipla ou de conteúdo variado, identificados assim quanto à 
conduta, ao modo de execução, ao resultado naturalístico, ao objeto material, aos meios de execução, às 
circunstâncias de tempo, às circunstâncias de lugar, ou ainda perante outras situações apontadas pelo legislador. O 
princípio da alternatividade não é aceito por relevante parcela da doutrina como útil para a solução do conflito 
aparente de leis penais. Na alternatividade imprópria existe, na verdade, uma situação de falta de técnica legislativa, 
a ser resolvida pelas regras que disciplinam o conflito de leis no tempo. De outro lado, na alternatividade própria, 
opera-se um conflito na própria lei penal, e não entre leis penais, e sua função é esvaziada pelo princípio da consunção. 
 
1-INFRAÇÃO PENAL, CRIME, DELITO E CONTRAVENÇÃO PENAL 
O conceito de infração penal varia conforme o enfoque. 
Sob o enfoque formal, infração penal é aquilo que assim está rotulado em uma norma penal incriminadora, sob 
ameaça de pena. 
Num conceito material, infração penal é comportamento humano causador de relevante e intolerável lesão ou 
perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sanção penal. 
3
FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Direito Penal | Material Complementar 
Professor Antonio Pequeno. 
O conceito analítico leva em consideração os elementos estruturais que compõem infração penal, prevalecendo fato 
típico, ilícito e culpável. 
 
2- DIFERENÇAS ENTRE CRJME E CONTRAVENÇÃO PENAL 
2.1. Quanto à pena privativa de liberdade imposta 
2.2. Quanto à espécie de ação penal 
2.3. Quanto à admissibilidade: da tentativa 
2.4. Quanto à extraterritorialidade da lei penal brasileira 
2.5. Quanto à competência para processar e julgar 
2.6. Quanto ao limite das penas 
2.7. Quanto ao período de prova do sursis 
2.8. Quanto ao cabimento de prisão preventiva e temporária 
 
3. SUJEITOS (ATIVO E PASSIVO) DO CRIME 
Sujeito ativo do crime é a pessoa que pratica a infração penal. Qualquer pessoa física capaz e com 18 (dezoito) anos 
completos pode ser sujeito ativo de crime. 
0 Pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo de crime? 
O sujeito passivo é a pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal. 
Pode figurar como sujeito passivo qualquer pessoa física ou jurídica, ou mesmo ente indeterminado, destituído de 
personalidade jurídica (ex: coletividade, família, etc.), caso em que o crime é chamado pela doutrina de vago. 
 
O sujeito passivo classifica-se em: 
A) sujeito passivo constante ':mediato, formai, geral ou genérico): será sempre o Estado, interessado na manutenção 
da paz pública e da ordem social.(B) sujeito passivo eventual (imediato, material, particular ou acidental): é o titular do interesse penalmente 
protegido. 
 
Morto pode ser sujeito passivo? 
Animal pode ser sujeito passivo? 
Pode o homem ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo do crime? 
 
4. OBJETOS (MATERIAL E JURÍDICO) DO CRIME MATERIAL 
4.1-Objeto material é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. 
É possivel crime sem objeto material? 
4.2-Objeto jurídico do delito ou bem jurídico tutelado ou, também, objetividade jurídica - revela o interesse tutelado 
pela norma, o bem jurídico protegido pelo tipo penal 
 
 
TEORIA GERAL DO CRIME 
1-TEORIA CLÁSSICA OU MECANICISTA 
Fato Típico Antijurídico ou ilicitude Culpabilidade 
Conduta (dolo e culpa) imputabilidade 
Resultado naturalístico DOLO E CULPA 
Nexo de causalidade 
Tipicidade 
2- Teoria adotada pelo Código Penal e pela doutrina no conceito analítico de crime. 
2.1- A teoria adotada pelo código Penal é a finalista bipartida 
O crime segundo esta teoria é composto pelo fato típico e antijurídico, que seria a concepção bipartida e finalista, 
onde também a culpabilidade seria apenas um pressuposto para a aplicação da pena 
 
Crime é o Fato típico + antijurídico- culpabilidade (pressuposto para aplicação da pena) 
Fato típico Antijurídico ou ilicitude 
Conduta (dolo e culpa) 
4
FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Direito Penal | Material Complementar 
Professor Antonio Pequeno. 
Resultado naturalístico 
Nexo de causalidade 
Tipicidade 
 
2.2- A teoria adotada pela doutrina é a finalista tripartida 
A Teoria Tripartida exige que, para que haja crime, o fato seja típico, ilícito e culpável, faltando um desses elementos 
o crime é afastado. 
Para que não haja crime, o fato precisa ser: ou atípico; ou enquadrado em uma das hipóteses de exclusão da ilicitude 
(estado de necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito, CP, art. 
23, incisos I, II e III); ou que seja cabível ao caso concreto alguma das excludentes de culpabilidade (inimputabilidade; 
potencial consciência da ilicitude; e inexigibilidade de conduta diversa). 
Fato Típico Antijurídico ou ilicitude Culpabilidade 
Conduta (dolo e culpa) imputabilidade 
Resultado naturalístico Potencial consciência da ilicitude 
Nexo de causalidade Exigibilidade de conduta diversa 
Tipicidade 
 
3- Fato Típico e seus elementos 
Fato típico – conceito: é a conduta (positiva ou negativa) que provoca um resultado (em regra) que se amolda 
perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal 
O fato típico é composto dos seguintes elementos: conduta, resultado naturalístico, nexo de causalidade e tipicidade 
FATO TÍPICO 
CONDUTA 
RESULTADO 
NATURALÍSTICO 
NEXO DE 
CAUSALIDADE 
TIPICIDADE 
 
3.1-CONDUTA 
Conduta é o agir humano consciente e voluntário, dirigido a uma finalidade 
O tipo penal não descreve qualquer fato, mas somente condutas. 
*obs.: 1 São características da conduta: 
A) comportamento humano, consistente num movimento ou abstenção de movimento corporal; 
B) voluntariedade 
*Obs .: 2 Toda conduta humana deve ser consciente e voluntária. 
 
3.1.1-FORMAS DE CONDUTA 
A conduta compreende duas formas: o agir e o omitir-se (desde que voluntários). 
A) Ação: O termo ação, em sentido amplo, as abarca, embora seja mais interessante seguir os exemplos do Código, e 
usar a palavra ação como sinônimo de ação positiva. 
O crime comissivo — praticado por ação — é o mais fácil de conceituar. Corresponde a um movimento corpóreo do 
indivíduo. Uma alteração da posição dos músculos, determinada pelo cérebro de acordo com a vontade do 
indivíduo. Faz-se o que não se poderia fazer. 
B) omissão: termo omissão para designar a ação negativa. Conduta seria a palavra mais apropriada como 
denominador comum. 
Os crimes omissivos, por sua vez, apresentam maior dificuldade, eis que não é a atuação do indivíduo que causa o 
dano. Pune-se o agente por ter deixado de agir conforme a norma penal não fez o que tinha obrigação de fazer. 
Logo, a omissão só é verificável confrontando-se a conduta praticada com a conduta exigível, o que implica, 
necessariamente, uma valoração por parte do juiz. 
Crimes omissivo próprios e crimes omissivos impróprios 
Há duas espécies de crimes omissivos. Os omissivos próprios e os omissivos impróprios. 
5
FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Direito Penal | Material Complementar 
Professor Antonio Pequeno. 
Os omissivos próprios contém, na definição do tipo penal, um verbo que indica a falta de ação, normalmente o 
verbo deixar. A descrição típica alude a um não-fazer (omissão de socorro, abandono intelectual, omissão de 
notificação de doença etc.). 
Já os omissivos impróprios são crimes comissivos praticados mediante uma omissão. Um exemplo: quem deixa de 
alimentar uma criança, e causa-lhe a morte, pratica um homicídio por omissão. O tipo penal descreve uma ação, mas 
o resultado é obtido por uma inação. 
A diferença básica entre um e outro consiste em que, no primeiro, o resultado é produzido por conta da omissão, 
enquanto, no segundo, outra causa produz o resultado, mas se exigia do agente uma ação positiva no sentido de 
evitá-lo, rompendo o nexo de causalidade. 
Há duas espécies de crimes omissivos. Os omissivos próprios e os omissivos impróprios. 
Os omissivos próprios contém, na definição do tipo penal, um verbo que indica a falta de ação, normalmente o verbo 
deixar. A descrição típica alude a um não-fazer (omissão de socorro, abandono intelectual, omissão de notificação de 
doença etc.). 
Já os omissivos impróprios são crimes comissivos praticados mediante uma omissão. Um exemplo: quem deixa de 
alimentar uma criança, e causa-lhe a morte, pratica um homicídio por omissão. O tipo penal descreve uma ação, mas 
o resultado é obtido por uma inação. 
A diferença básica entre um e outro consiste em que, no primeiro, o resultado é produzido por conta da omissão, 
enquanto, no segundo, outra causa produz o resultado, mas se exigia do agente uma ação positiva no sentido de 
evitá-lo, rompendo o nexo de causalidade. 
 
3.1.2-Ausência de conduta 
A) coação física irresistível 
B) Estados de inconsciência (sonambulismo, hipnose,etc...) 
C) Atos reflexos 
 
3.2- RESULTADO 
Resultado é uma modificação no mundo exterior que se segue, como conseqüência, à primeira modificação, que é a 
conduta. 
O resultado é, dentre os efeitos da prática da conduta, o que a lei penal entende como suficiente à configuração do 
crime. Há, no entanto, delitos sem resultado, nos quais o legislador procurou antecipar a punição, recaindo esta, 
unicamente, sobre a prática da conduta. 
 
3.2.1 – Resultado Naturalístico 
De acordo com o resultado naturalístico, as infrações penais classificam-se em: 
A) Crime material: também chamados “crimes de ação e resultado”, pois o tipo penal descreve tanto a conduta 
quanto seu efeito. Se este não ocorrer, por circunstâncias alheias à vontade do agente, haverá tentativa. Ex.: 
homicídio (o resultado é a morte); furto (subtração); peculato (apropriação); estupro (conjunção carnal). 
B) Crime Formal: existe um resultado possível e desejado pelo agente, mas o tipo penal não exige sua ocorrência, 
punindo a simples prática da conduta. Ex.: corrupção ativa (basta prometer a vantagem, ainda que esta não seja 
aceita); extorsão (consuma-se somente com a prática da violência ou grave ameaça); calúnia (não é necessário 
comprovar que a honra foi lesionada, bastando o ato de ofender). 
C) Crime de mera conduta: o tipo descreve apenas a conduta, sem se referir a qualquer resultado. Ex.: violação de 
domicílio, desobediência, porte de arma etc 
3.2.2- Resultado normativo ou jurídico 
Refere-se à própria lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente tutelado (ex.: a incolumidade e a saúde 
públicas, nos crimes contra a saúdepública; a fé pública, nos crimes de falsidade documental; a vida, no crime de 
homicídio; o patrimônio, no crime de furto). Pode-se dizer, portanto, que nem todo crime acarreta resultado 
naturalístico, mas todo crime exige resultado jurídico ou normativo, como afirma SANTIAGO MIR PUIG, não 
responde à questão do porque ser este ou aquele fato contrário ao direito, surgindo, como resposta a essa 
indagação, o conceito de antijuridicidade ou ilicitude material, ou seja, o próprio conteúdo do injusto. 
3.2.3 – Resultado previsto no art.13 do CÓDIGO PENAL 
6
FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Direito Penal | Material Complementar 
Professor Antonio Pequeno. 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-
se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984). 
 
3.3-NEXO DE CAUSALIDADE (entre a conduta e o resultado, salvo nos crimes de mera conduta e formais) 
3.3.1-Conceito: É a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado. Adotou o CP a teoria da equivalência dos 
antecedentes, que considera causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-
se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
3.3.2- Teoria da equivalência dos antecedentes causais: É a adotada pelo art.13 do Código Penal 
*procedimento hipotético de eliminação de Thyrén - Para saber se determinado fato é ou não causa do resultado, 
utiliza-se o método hipotético de Thyrén: se não houvesse o fato, o resultado teria ocorrido? Se se concluir que não, 
é porque o fato foi causador do resultado. 
Assim, quando se procura definir se uma conduta foi ou não causa de determinado resultado pergunta-se: caso a 
conduta não tivesse sido praticada, o resultado teria ocorrido? Se o resultado se modificasse, é porque a conduta lhe 
foi causa. 
Boa parte dos crimes contém, em sua descrição típica, uma conduta (fazer ou não fazer humano), da qual resulta 
uma lesão ou perigo de lesão a algum bem juridicamente tutelado. 
A responsabilidade penal não se baseia unicamente no resultado, mas sobretudo na vontade e na intenção 
apresentadas pelo agente. Necessário, entretanto, ligar-se o agente ao resultado por meio de uma relação lógica de 
causa-efeito, em que a conduta seja condição sine qua non para que o resultado ocorra. É o que faz o Código, ao 
considerar causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
3.3.3-Limites ao regresso ad infinitum ou complemento à teoria conditio sine qua non 
*Análise de dolo ou culpa - Depois de se estabelecer o nexo de causalidade, atenta-se para a culpa (lato sensu) do 
agente. Assim, a responsabilidade penal só se dará com a presença do aspecto objetivo (nexo causal) e do aspecto 
subjetivo (culpa). Não há lugar, no Direito Penal, para a responsabilidade objetiva2 
 
3.3.4- ESPÉCIES DE CAUSAS 
3.4.1 – CAUSAS ABSOLOTUMANTE INDEPENDENTES 
Quando a causa é absolutamente independente, não há nexo 
NAS TRÊS HIPÓTESES ABAIXO, A CONDUTA DO AGENTE NÃO POSSUI RELAÇÃO COM O RESULTADO. 
3.4.1.1-CAUSA PREEXISTENTE ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES EM RELAÇÃO À CONDUTA DO AGENTE (ART.13 
CAPUT). 
Ex.: Esposa, de forma insidiosa, às 20:00 h põe veneno na comida do seu marido, Antônio, e este come a comida 
envenenada. Logo depois, um desafeto deste, efetua três disparos tentando matá-lo. Ocorreu o resultado, 
entretanto, a perícia constatou que a causa da morte foi o veneno. O agente que efetuou os disparos não 
responderá pelo resultado morte, homicídio, e sim por tentativa de homicídio. 
 
3.4.1.2- CAUSA CONCOMITANTE ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE EM RELAÇÃO À CONDUTA DO AGENTE 
Ex.: Esposa, de forma insidiosa, às 20:00 h põe veneno na comida do marido e este no momento que está comendo a 
comida envenenada é alvejado com três disparos efetuado por um desafeto, que tinha ameaçado matá-lo. Ocorreu 
o resultado morte, tendo em vista os tiros. O agente que efetuou os disparos responderá pelo resultado morte, 
homicídio, e a esposa por tentativa de homicídio. 
 
3.4.1.3-CAUSA SUPERVINIENTE ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES EM RELAÇÃO À CONDUTA DO AGENTE 
Ex.: Esposa, de forma insidiosa, às 20:00 h põe veneno na comida do seu marido, Antonio Natalino, e este come a 
comida envenenada. Natalino no momento que está descansando no sofá, após ter ingerido a alimentação, o lustre 
cai na sua cabeça e ele vem a falecer por traumatismo craniano. A esposa responderá pelo seu ato anterior, ou seja, 
por tentativa de homicídio. 
 
3.4.2-CAUSAS RELATIVAMENTES INDEPENDENTES 
 
7
FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Direito Penal | Material Complementar 
Professor Antonio Pequeno. 
3.4.2.1-CAUSA PREEXISTENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE EM RELAÇÃO À CONDUTA DO AGENTE 
o indivíduo é ferido mas, por ser diabético, não consegue a cicatrização, e morre em virtude das complicações 
advindas do ferimento 
 
3.4.2.2. CAUSA CONCOMITANTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE EM RELAÇÃO À CONDUTA DO AGENTE 
Diversas pessoas agridem, a socos e pontapés, a vítima, que morre em decorrência de todos as pancadas. 
 
3.4.2.3- CAUSA SUPERVINIENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE QUE NÃO CAUSA,POR SI SÓ, O RESULTADO. 
Alguém é ferido e, levado ao hospital, a ferida infecciona, produzindo sua morte. 
 
3.4.2.4- CAUSA SUPERVINIENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE QUE CAUSA, POR SI SÓ, O RESULTADO (ART.13, 
§1º DO CP). 
o ferido é levado ao hospital e, no caminho, por imprudência do motorista, a ambulância abalroa um poste, 
causando a morte do paciente por traumatismo craniano. (Note-se que o desdobramento fugiu do que normalmente 
acontece). 
 
4-TIPICIDADE (enquadramento do fato material a uma norma penal). 
Exemplo : A praticou a conduta esfaquear (conduta); B morreu (resultado); B morreu em conseqüência das lesões 
produzidas pelas facadas (nexo causal); todo esse acontecimento se enquadra no artigo 121 do Código Penal 
(tipicidade). 
Atenção: nos crimes formais não se exige a produção do resultado. 
 
 
 
 
8

Continue navegando