Buscar

Termorregulação, zona de termoneutralidade (ZTN) ou de conforto térmico nos animais de interesse zootécnico - Cópia (2) (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Notas de estudo 
Tema: Termorregulação, zona de termoneutralidade (ZTN) ou de conforto térmico nos 
animais de interesse zootécnico 
 
1. Introdução 
 Os animais de interesse zootécnico, em especial, aves e mamíferos, são 
classificados como homeotérmicos ou endotérmicos, quanto a fonte prioritária de energia 
para manutenção das atividades vitais do organismo. Esses animais dependem de 
processos metabólicos geradores de energia (fonte de energia endógena) e são capazes de 
manter sua temperatura corporal dentro de estreitos limites fisiológicos 
independentemente da temperatura do ambiente. 
O equilíbrio térmico no animal irá depender da quantidade de energia gerada pelos 
processos metabólicos, dos ganhos e perdas de energia pelos mecanismos de trocas 
térmicas sensíveis (radiação, convecção e condução) e pelas perdas por evaporação. 
Aspectos ambientais, inerentes aos animais e a forma como estes interagem irá determina 
o fluxo de calor. 
A homeotermia ocorre através de mecanismos termorregulatórios, que são 
processos de controle de temperatura corporal em um organismo físico, que ocorre 
através de mecanismos autonômicos e comportamentais em uma faixa compatível com a 
sobrevivência. Nesses ajustes são previstos mecanismos de perda de calor (termólise) e de 
produção de calor endógeno (termogênese) coordenados por sistema de retroalimentação 
negativa. 
Os homeotérmicos apresentam uma faixa de temperatura ideal, a qual este animal 
dependeria minimamente dos processos termorregulatórios para manutenção da 
homeotermia, e a essa faixa de temperatura chamamos de zona de termoneutralidade ou 
zona de conforto térmico. Essa zona de temperatura limitada por temperaturas críticas 
inferiores e superiores permite ao animal expressar sua capacidade produtiva. 
 
 
 
 
2. Homeotermia 
 Para garantir os processos vitais, é necessário que haja manutenção da 
temperatura corporal para assegurar o bom funcionamento do organismo. Os animais 
podem ser classificados quanto a origem da fonte de calor do corpo, sendo eles 
ectotérmicos (utilização de fontes de calor prioritariamente externas) e os endotérmicos 
(que utilizam fontes de calor prioritariamente endógenas-internas). Os endotérmicos, 
também são chamados de homeotérmicos em virtude da baixa variação de sua 
temperatura corporal, condição permitida pela homeotermia, definida como capacidade 
de manutenção da temperatura do corpo de forma constante, dentro de certos limites 
estreitos fisiológicos, independente da temperatura ambiente. 
 Uma grande diferença entre organismos endotérmicos e ectotérmicos, é a taxa 
metabólica, ou seja, conjunto de transformações em um organismo vivo (catabolismo e 
anabolismo), que são atividade geradoras de calor, e assim, os endotérmicos apresentam 
organismos muito mais ativos do que os organismos ectotérmicos, sendo considerados 
por estudiosos como organismos mais complexos quanto à evolução. 
 A grande maioria dos animais de interesse zootécnico, aves e mamíferos, são 
organismos homeotérmicos, que controlam a quantidade de calor gerado (termogênese) e 
dissipado pelo corpo (termólise), adaptando-se as necessidades destes e garantindo a 
manutenção da temperatura orgânica (sobrevivência, produção, reprodução). 
 Para melhor entendimento dos processos que envolvem a termorregulação, serão 
abordados aspectos e conceitos importantes sobre as fontes de energia térmica e as 
formas pelas quais os organismos podem trocar calor com o ambiente. 
 
3. Energia, fontes de energia e equilíbrio térmico 
 Os organismos vivos são sistemas físicos geradores de energia térmica através de 
processos metabólicos para manutenção dos fenômenos vitais. A energia interna de um 
corpo comumente é chamada de calor, que é resultado do movimento de átomos e 
partículas e está relacionado com suas temperaturas. O calor é transmitido de corpos de 
maior temperatura para os de menor temperatura, ocorrendo no espaço processos 
contínuos de transmissão de calor até que haja o equilíbrio, ou seja, até que todos os 
corpos envolvidos estejam na mesma temperatura. 
 A origem da produção de calor pode ser dividida em fontes endógenas: fontes 
químicas (relacionados aos processos metabólicos como respiração, turnover, atividade 
celular, incremento calórico de digestão de alimentos e outros, atividade muscular 
geradora de calor); Fontes exógenas ou térmicas (ganho de calor por radiação, convecção 
e condução). 
Em suma, as fontes de energia que chegam ao organismo seriam = processos 
metabólicos (M) + radiação (R) + convecção (k) + condução (c). 
O equilíbrio térmico é definido como a condição do organismo na qual a produção 
de calor corporal é igual a quantidade de calor perdida para o meio ambiente e em 
condições ideais o organismo estaria em equilíbrio térmico com o ambiente, quando: 
M +-R+-K+-C-E = 0  assim as fontes de calor metabólico são apenas ganhos e a 
evaporação seria processo de perda de calor. 
 O equilíbrio térmico é dependente de mecanismos termorregulatórios, e assim 
podemos definir a termorregulação como processo de controle de temperatura corporal 
em um organismo físico, que ocorre através de mecanismos autonômicos e 
comportamentais em uma faixa compatível com a sobrevivência. 
O sistema físico depende de mecanismos de trocas térmicas as quais são reguladas 
por leis fundamentais da física, sendo necessário abordagem para entendimento dos 
mecanismos termorreguladores aplicados pelos animais. 
 
4. Mecanismos de trocas térmicas 
 Quando o ganho ou perda de calor envolve mudança de temperatura entre corpos, 
termos trocas térmicas por via sensível (dependentes de gradiente de temperatura), e 
quando a perda de calor envolve mudança de estado físico da água, termos perda de calor 
por via latente, que demandará gasto energético pelos animais, não dependendo do 
gradiente de temperatura entre os corpos envolvidos e que é limitado pela umidade 
relativa do ar. 
 
4.1. Radiação 
 A radiação é a transferência de energia térmica de um corpo para outro através de 
ondas eletromagnéticas. A radiação solar é definida como energia radiante proveniente do 
sol, recebida pela terra em forma de ondas eletromagnéticas e essa energia será envolvida 
em todos os processos biofísicos na terra. As fontes de radiação térmica que rodeia o 
animal são constituídas pelo sol, céu, abrigos, solo, cercas, árvores, instalações e qualquer 
objeto ou superfície cuja temperatura esteja acima do zero absoluto -273,15°C ou 0°K, que 
será então capaz de emitir radiação térmica em comprimento de onda dependente de sua 
temperatura. O animal irá trocar com o meio uma quantidade de energia térmica 
conhecida como carga térmica radiante, definida como quantidade total de energia 
térmica trocada por um indivíduo através de radiação com o meio. As ondas 
eletromagnéticas fluem de corpos mais aquecidos para os menos aquecidos e o fluxo de 
calor dependerá das característicos termodinâmicas ou propriedades térmicas das 
superfícies envolvidas (absorvidade, refletividade da capa de pelame de um dado animal, 
por exemplo.) 
 
4.2. Convecção 
 A convecção é a transferência de energia térmica por transporte de massa (líquido 
ou gasoso), em correntes. O calor é trocado por moléculas mais aquecidas que doam calor 
para as moléculas menos aquecidas. Em geral as trocas convectivas envolvem um fluido 
gasoso ou liquido e uma superfície sólida, como por exemplo, o ar mais frio do que a 
superfície cutânea do animal: na lâmina de ar serão encontradas moléculas frias mais 
densas que irão atingir a superfície cutânea do animal que estará mais aquecida. As 
moléculas frias se aquecem ganhando calor do corpo e assimse tornam mais leves, 
podendo se deslocando para outra direção transportando o calor (convecção natural ou 
livre). O fluxo térmico pode ser aumentado em função da ventilação do ambiente, e o ar em 
movimento chamamos de convecção forçada. 
 
4.3. Condução 
 A condução é a transferência de energia térmica pela interação de moléculas 
adjacentes, sem movimento de massa do meio. O fluxo de energia se dá entre corpos em 
contato, ou entre partes de um mesmo corpo com temperaturas diferentes. As 
propriedades térmicas das partes envolvidas (materiais mais condutivos e menos 
condutivos) determinam a magnitude e velocidade do processo condutivo. 
 
 
 
4.4. Evaporação 
 É a transferência de energia térmica através da movimentação das moléculas de 
agua que passam para o ar sob forma de vapor. A perda de calor se dá pelo resfriamento 
da superfície pela evaporação da água. Cada grama de água evaporada por vias 
respiratórias, por exemplo, pode significar perda de 585 Cal. A situação inversa, 
condensação do vapor de água sobre um animal, produziria ganho de calor, mas isso é 
muito difícil de ocorre em condições naturais. As perdas por evaporação ocorrem por vias 
respiratórias e vias cutâneas. 
 A evaporação por vias respiratórias se dá basicamente para entrada do ar quente 
que irá evaporar a água presente nas regiões úmidas das vias respiratórias (alvéolos e 
conductos) e assim o ar devolvido para o ambiente será mais úmido e quente, e essa 
capacidade de evaporação nas vias respiratórias irá depender bastante da umidade 
relativa do ar inspirado. Assim, esse sistema de perda de calor dependerá do volume de ar 
inspirado (que poderá ser aumentado com o ofego ou profundidade de respiração), 
temperatura corporal e temperatura e umidade do ar inspirado. 
 A evaporação por vias cutâneas é dependente do suor produzido pelas glândulas 
sudoríparas e também pela perspiração sensível, que seria o processo de evaporação que 
envolve difusão do vapor dos fluídos procedentes de tecido a baixo da epiderme. Algumas 
espécies não têm atividade ou apresentam baixa atividade das glândulas sudoríparas, 
como aves e suínos, em que a evaporação cutânea é quase que totalmente exclusiva pela 
perspiração insensível. As perdas evaporativas pela pele então, dependerão da velocidade 
do vento do ambiente (processos convectivos), umidade do ar, temperatura da superfície 
cutânea, atividade das glândulas sudoríparas e taxa de transferência dos fluidos do 
interior do corpo para a superfície. 
 
 
 
 
 
 
 As trocas térmicas são dependentes de certos parâmetros inerentes ao animal e ao 
meio: relação superfície e volume corporal (quanto menor a relação maior capacidade de 
ganho e dissipação de energia), aspectos físicos da superfície corporal do animal (pregas, 
dobras, barbela, cor, características dos pelos), composição corporal (superfície 
subcutânea com gordura), gradiente de temperatura entre a superfície cutânea e o 
ambiente, umidade relativa, ventos. 
 
5. Mecanismos de termorregulação 
 A termorregulação envolvem três principais mecanismos utilizados pelos animais: 
1. Controle comportamental: mecanismos relacionados a alterações do 
comportamento do animal, que irá se deslocar para ambientes com temperaturas 
mais favoráveis de modo a aumentar ou diminuir sua exposição a energia térmica. 
Ex.: animais a pasto buscam por sombra nas horas de maior insolação; búfalos e 
suínos procuram locais alagados para chafurdar; aves se deslocam para regiões 
mais frias do galpão. 
2. Controle autônomo: que envolve o controle de várias funções fisiológicas como 
fluxo sanguíneo, posição dos pelos e penas, funcionamento das glândulas 
sudoríparas, controle do sistema respiratório, ingestão de água e alimentos, que 
são funções coordenadas pelo Sistema Nervoso Central. 
3. Controle adaptativo: são controles responsáveis por alterações a médio e longo 
prazo a respeito de certas características no animal, como tipo e coloração de 
pelame, pigmentação da epiderme, formação de depósitos de gordura, alteração de 
níveis hormonais. 
Esses mecanismos são entregados em centros termorregulatórios localizados no 
hipotálamo que constituiu um sistema de controle retroalimentado. As terminações 
nervosas da pele recebem a sensação de calor ou frio e as transmitem para o hipotálamo, 
que irá atuar sobre a hipófise, a qual irá coordenar os processos endotérmicos de controle 
de temperatura, tanto de termólise quanto de termogênese. 
A condição de homeotermia irá depender do balanço de energia, ou seja, dos 
processos termorregulatórios do organismo. O adequado balanço entre produção de calor 
(termogênese) e perda de calor (termólise) será resultado da adaptação dos organismos 
aos elementos externos através de recursos fisiológicos e comportamentais. 
 
 
5.1. Termogênese 
 Em homeotérmicos a termogênese é constante em função da energia gerada como 
consequência dos processos metabólicos de síntese e degradação, vitais, que é 
compreendido como metabolismo de mantença (nível mínimo de atividade metabólica). A 
temperatura corporal dos animais não é a mesmo para todas as partes do corpo em função 
das diferentes atividades dos tecidos, por exemplo a temperatura periférica de ruminantes 
(patas) será maior do que a temperatura do TGI ou glândula mamária. 
 A atividade metabólica dos organismos pode variar em função da espécie, da raça, 
fase fisiológica, nível produtivo, sexo, atividades reprodutivas, exercício, temperatura 
ambiente, radiação e o horário do dia (ciclo circadiano), as atividades metabólicas e 
geração de calor ainda podem ser fortemente influenciadas pelo consumo de alimentos, 
tipo do alimento ingerido, ingestão de água e estado de nutrição. 
 A termogênese pode ocorrer de forma obrigatória que acontece em todos os 
órgãos, em particular nos tecidos nervoso, glandular e muscular, em ordem decrescente de 
importância e que são controlados basicamente pelos hormônios da tireoide (T3 e T4). 
 A termogênese de forma facultativa é aquela que o organismo recorre apenas em 
determinadas circunstâncias, dividindo-se em: termogênese induzida pela ingestão de 
alimentos, que dependerá da quantidade e qualidade do alimento ingerido promovendo 
incremento calórico – dietas ricas em CHO fibrosos > ptn > CHO solúveis > óleos; 
termogênese induzida pelo frio que ocorre principalmente no tecido adiposo marrom 
(TAM – tecido oxidado rapidamente e o calor gerado é transportado para outras regiões 
do corpo, especialmente importante em neonatos que apresentam sistema 
termorregulador pouco desenvolvido) e também nos músculos esqueléticos através de 
tremores e calafrios (geração de calor por meio da contração das fibras musculares); e por 
fim, a termogênese induzida pelo exercício físico, envolvendo o músculo esquelético com 
os movimentos e deslocamentos dos animais (produção de grande quantidade de calor – 
locomoção produção de calor 10-15 vezes a mais do que a taxa metabólica basal). 
 A termogênese facultativa baseia-se em reações rápidas de algumas horas, com 
objetivo de suprir uma deficiência calórica ocasionado em animais submetidos ao estresse 
pelo frio. O controle primário da termogênese facultativa é nervoso com estimulo para 
liberação dos hormônios acetilcolina (para coordenação de atividades musculares) e da 
noradrenalina (para coordenar as atividades a nível de TAM). 
 Os hormônios da tireoide (T3 e T4) são produzidos pela glândula da tireoide que é 
sensível ao hormônio TSH produzido pela hipófise. Esses hormônios são de ação 
termogênica no organismo e estão envolvidos nas modificações das atividades 
mitocondriais, e aumento da taxa de respiração celular,aumento do conteúdo de tecidos 
mitocondriais e aumento da atividade tissular pelo transporte de sódio através da 
membrana plasmática. Além de fundamentais para as atividades de termogênese 
obrigatória, ainda influenciam positivamente e garantem as atividades de termogênese 
facultativa. 
 
5.2. Termólise 
 O calor produzido pelo animal através dos processos termogênicos obrigatórios 
bem como o calor adquirido do meio ambiente, precisa ser perdido para manutenção da 
homeotermia. O calor produzido no interior do corpo propaga-se para a superfície do 
corpo, pela condutividade dos tecidos e pela circulação periférica. Quando a superfície do 
corpo tiver maior temperatura do que o meio, o animal irá perder calor para o ambiente 
pelos processos físicos, sem gasto energético (radiação, convecção e condução), muitas 
vezes utilizando-se de mudanças posturais, busca por regiões sombreadas, ou úmidas, ou 
podem se colocar a favor do vento. Contudo, muitas vezes a temperatura do meio 
apresentada temperatura maior ou igual da superfície da pele e os processos sensíveis são 
cessados, sendo requeridos perda de calor por via latente, ou seja, vias evaporativas 
(respiração, sudação perspiração sensível). A ativação de mecanismos fisiológicos para 
dissipação de calor, tem um custo energético para o animal e dependem de uma cadeia de 
reações que serão descritas na abordagem sobre reações do organismo frente ao frio ou ao 
calor. 
 
6. Sistema de controle térmico por retroalimentação 
A retroalimentação negativa significa que quando os receptores periféricos da pele 
detectam uma alteração no estoque de energia térmica, emitem um sinal de desvio 
proporcional a diferença entre o nível de energia especializado (set point) no qual o 
organismo deve trabalhar em condições normais. O desvio, ou seja, a variação de 
temperatura corporal em relação ao set poit irá determinar as atividades de termólise ou 
termogênese buscando o equilíbrio. Assim o sinal de desvio é amplificado, invertido e 
realimentado no sistema de modo a compensar a variação anterior, sendo essa resposta de 
ajuste a fonte de informação de volta para o sistema regulador. 
 
 
 
 
6.2. Mecanismos vasomotores e circulatórios 
 Uma das respostas mais prontas diante ao estresse térmico é a alteração na 
circulação sanguínea local e geral, pela capacidade de alterar o fluxo sanguíneo de uma 
região para outra dentro do organismo, sendo identificada como uma das primeiras 
funções fisiológicas de termorregulação. 
 A variação do fluxo de calor do centro corporal para a periferia do corpo é um meio 
eficaz de transferir energia térmica do interior para a extremidade, permitindo ao animal 
realizar trocas térmicas via radiação, condução, convecção e aumentar também o aporte 
de matéria prima para perdas de calor por evaporação via cutânea. 
A regulação de trocas térmicas via epiderme se dá pelos mecanismos de 
vasoconstrição (animal exposto ao frio) e vasodilatação (animal exposto ao calor) 
mediados pelo sistema nervoso autônomo e ação de adrenalina. 
 
Ex.1: um animal desprovido de cobertura pilosa foi exposto ao frio e irá apresentar 
vasoconstrição  essa irá reduzir a circulação sanguínea superficial, bem como a 
transferência de energia térmica do interior do corpo para o ambiente. Quando isso 
ocorre, abre-se abaixo da camada epidérmica anastomoses arteriovenosas pelas quais o 
sangue continua circulando mesmo a cama mais externa tendo vasos bem menos 
dilatados. 
Ex.2: um animal foi exposto ao calor irá apresentar vasodilatação  assim os vasos 
superficiais serão dilatados com o fechamento das anastomoses, aumentando a circulação 
do sangue junto à superfície cutânea permitindo maior liberação de energia térmica. Nesse 
caso, a maior dilatação dos vasos ocasiona queda de pressão arterial, que é compensada 
pelo maior ritmo cardíaco. 
 
 
6.3. Situações de frio e de calor 
 Na termorregulação a parte anterior do hipotálamo irá coordenar as reações luta 
contra o calor e a parte posterior irá coordenar as reações de luta contra o frio. 
 Quando a temperatura do sangue aumenta ou quando os receptores cutâneos são 
estimulados por sensação de calor, a região anterior hipotalâmica é ativada para o 
abaixamento da temperatura corporal, reduzindo no corpo os processos de geração de 
calor e estimulando os processos de perda através dos seguintes mecanismos: 
1. Vasodilatação periférica – em condições de termoneutralidade em que a perda 
de calor necessária é mínima havendo gradiente térmico entre corpo e meio, a 
temperatura pode ser regulada por perdas sensíveis através dos mecanismos 
de transferência: radiação, convecção e condução. 
2. Início da sudação – quando a temperatura ambiente excede a temperatura 
corporal as trocas sensíveis são limitadas, sendo necessário o animal ativas as 
perdas de calor por evaporação. Com o fluxo sanguíneo direcionado para 
periferia, há assim maior aporte de matéria prima para atividade das glândulas 
sudoríparas. 
3. Aumento da frequência respiratória. 
4. Alterações comportamentais – os animais em geral procuram sombra, 
ambientes mais frescos, alguns procuram locais úmidos e alagados para 
chafurdar, redução do apetite, maior consumo de água. 
5. Alterações das atividades endócrinas: redução da atividade da tireoide e do 
metabolismo energético. 
Do contrário, quando a temperatura do sangue é diminuída ou os receptores 
periféricos são estimulados pelo frio, a parte posterior hipotalâmica é ativada para o 
aumento da temperatura corporal através do aumento do metabolismo e redução das 
perdas de calor do corpo para o ambiente através das seguintes repostas: 
1. Vasoconstrição – redução do fluxo sanguíneo para periferia reduzindo as 
chances de perda de calor do corpo para o ambiente por trocas térmicas como 
radiação e convecção. 
2. Piloereção – aumento da camada termoisolante proporcionada pela pelagem, 
que irá aprisionar o ar entre os pelos diminuindo o contato com a epiderme. 
3. Comportamento – encolher-se, procurar cantos mais quentes do galpão, unir-
se a outros animais (agrupamento comunal). 
4. Produção metabólica de calor – termogênese facultativa (tremores (tecido 
esquelético) e oxidação do tecido adiposo marrom (mais expressivo em 
neonatos). 
5. Aumento da atividade da tireoide que controla os processos termogênicos 
obrigatórios do metabolismo de mantença e permite a termogênese facultativa. 
6. Estimulo para maior ingestão de alimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ativação de vários desses mecanismos é modulada por ação de hormônios, não apenas 
os da tireoide, mas os envolvidos colocando o corpo em alerta a o ambiente estressor. De 
uma forma sucinta, os receptores periféricos identificam sensações de frio ou calor, e o 
hipotálamo estimulado pelo sistema nervoso simpático libera CRF que ativa a pituitária 
(hipófise) para liberação de ACTH que age no córtex adrenal localizados no topo de cada 
rim promovendo a liberação de glicocorticosteroides (cortisol e hidrocorticosona), e ao 
mesmo tempo uma ação nervosa estimula a medula adrenal para liberação de 
catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). 
Esses hormônios estão envolvidos nas atividades de termólise e termogênese, 
como por exemplo, as catecolaminas aumentam os movimentos respiratórios, frequência 
cardíaca e permite redistribuição do fluxo sanguíneo do corpo. Ou a das catecolaminas nas 
atividades do músculo esquelético para piroereção como resposta ao frio. Os níveis 
hormonais se mantem alterados até que a temperatura corporal atinja o set poit. 
 As modificações fisiológicas e comportamentais respondem ao estresse térmico até 
um certolimite, e a depender da magnitude das condições estressantes, os custos para a 
ativação dos mecanismos termorregulatórios podem significar depressão de produção, 
redução de eficiência reprodutiva, ocorrência de doenças metabólicas, e em casos 
extremos levar o animal a morte. 
 
7. Zona de termoneutralidade 
 Um animal homeotérmico será capaz de manter sua temperatura corporal 
relativamente constante, dentro de certos limites estreitos estabelecidos pela magnitude 
da ação dos elementos climáticos sobre os animais. Os elementos climáticos, temperatura 
do ar, umidade, ventos, radiação, determinarão a temperatura do ar efetiva e 
comumente pode ser expressa apenas como temperatura ambiente. Os limites ambientas 
de temperatura estabelecidos podem ser melhor compreendidos através da figura 1. 
Ti e Ts  temperaturas de tolerância ao frio ou ao calor 
TCi e TCs  temperatura crítica inferior e superior 
 Ti e Ts são os limites de temperatura, inferior e superior, respectivamente. 
Temperaturas a baixo de Ti o organismo é levado para condição de hipotermia, em que os 
mecanismos termorregulatórios são esgotados, e o corpo do animal passa a perder 
chegando ao limite de sobrevivência. Da mesma forma acontece quando a temperatura 
excede a Ts e o organismo é levado para condição de hipertermia, em que os mecanismos 
termorregulatórios são esgotados não sendo mais possível controlar o aumento da 
temperatura corporal, levando o animal ao limite de sobrevivência. Em suma, dentro do 
limite de Ts e Ti os animais irão recorrer a mecanismos fisiológicos e posturais para 
produzir ou perder calor. 
 Ainda na figura 1 podemos observar uma faixa de temperatura com limites de TCi 
e TCs, que é uma zona térmica mais estreita chamada de zona de termoneutralidade ou 
zona de conforto térmico. A ZTN é a amplitude de variação de temperatura dentro da qual 
o animal apresentam menor gasto energético para atividades de regulação térmica e sem 
acionarem os mecanismos físicos e químicos de termorregulação. Dentro dessa faixa de 
temperatura apenas utiliza-se de mecanismos físicos como elevar ou abaixar pelos e 
penas, modificações posturais (encolher-se ou esticar-se) e modificações nos fluxo 
sanguíneo (vasoconstrição ou vaso dilatação) nas partes expostas do corpo (pés, pernas, 
face), em função dos ajustes necessários, contudo a utilização e o gasto energético 
envolvido nessas atividades são mínimos. Quando a temperatura ambiente está abaixo da 
TCi dizemos que o animal está em estresse pelo frio e quando a temperatura ambiente está 
acima da TCs dizemos que o animal está em estresse pelo calor. Os animais em conforto 
térmico são capazes de expressar seu potencial genético sendo mais eficientes nas 
atividades produtivas e reprodutivas. 
Os limites de temperatura para conforto irão variar amplamente em função da 
espécie, raça, indivíduo, estado fisiológico, condição nutricional e fatores ambientais. 
Tabela 1. Temperaturas críticas para diferentes espécies. 
Espécies Tci TCs 
Suínos 
Matriz adulta 12 15 
Leitão neonato 29 34 
Leitão 4 semanas - crescimento e terminação 23 25 
Bovinos 
Bezerro neonato 18 21 26 
Europeu -1 16 27 
Zebu 10 27 35 
Novilhas 10 26 32 
Vacas em lactação 4 25 32 
Aves 
Pintos de 1 dias 33 35 
Pintos de 5 semanas 21 24 
Postura 13 15 
Corte 15 21 
Fonte: Ferreira (2005) 
Por: Juana Catarina Cariri Chagas

Outros materiais