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CQ052- FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL III PRÁTICA 8 – CÉLULAS ELETROQUÍMICAS GALVÂNICAS E DE CONCENTRAÇÃO Dada de realização do experimento: 17/05/19 Grupo: Aimée Razera, Thaciani Caldeira da Silva e James Kava INTRODUÇÃO As células eletroquímicas são dispositivos que constituem um sistema de troca de energia através de uma reação química. São compostos de dois compartimentos de eletrodos, um cátodo outro o ânodo. Cada compartimento é constituído de um condutor metálico em contato com um eletrólito, ou condutor iônico, seja sólido, liquido ou solução. Os processos de troca de elétrons são processos de oxi-redução entre os dois eletrodos separados em seus compartimentos, mas em contato iônico através de uma ponte salina e de um multímetro que mede a ddp do processo. Em 1836 o química inglês John Frederic Daniell, concretizou a ideia montando um sistema constituídos por suas semi-células eletroquímicas. Em um compartimento, uma placa de zinco metálico em uma solução aquosa de ZnSO4 e no outro um sistema análogo com cobre metálico, em uma solução aquosa de CuSO4, com um fio metálico ligando as duas, e uma conecxão em U preenchidas por um solução eletrolítica (KCl), como ilustra a figura abaixo. Numa pilha de concentração o potencial padrão da pilha é nulo, pois a pilha não pode gerar corrente através de um circuito externo quando os dois compartimentos eletródicos tiverem a mesma concentração, pois ln 1 = 0 . A equação de Nerst, desenvolvida pelo químico e físico alemão Walter Nerst, permite calcular a diferença de potencial de uma pilha operando fora das condições padrão. A equação é descrita abaixo: ∆𝐸 = ∆𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑄 onde 𝑄 = Π a produtos Π𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 Q é o quociente reacional, F é a constante de Faraday em C.mol-1 ; R e a constante dos gases no S.I ; n é o número de mols de elétrons trocados no sistema e T é a temperatura em Kelvin à 1bar. Utilizando propriedades de logaritmos usamos um fator de conversão de ln para log de 2,303, e a equação torna-se da seguinte forma: Δ𝐸 = Δ𝐸° − 0,0592 𝑛 log 𝑄 OBJETIVOS Nesse experimento serão medidas as ddp para algumas células eletrolíticas em concentrações diferentes e comparadas com o valor teórico MATERIAIS E MÉTODOS -Béqueres de 50mL - 4 tubos em U contendo KNO3 como ponte salina - pipeta graduada de 5mL; - 2 balões de 100mL e um de 50mL - solução de sulfato de cobre 0,1mol.L-1 - solução de sulfato de zinco 0,01 mol.L-1; - solução de nitrato de níquel 0,001mol.L-1 - eletrodos de cobre, zinco e níquel; - multímetro PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL CÉLULAS GALVÂNICAS O procedimento consistiu em montar o sistema de duas semi-células com seus respectivos eletrodos metálicos, interligados por uma ponte salina que por fim tem os eletrodos acoplados à um multímetro para ser realizada a leitura. Foram montados 3 sistemas de células galvânicas com os seguintes compartimentos, com a diferença de potencial medida após estabilizar a leitura no multímetro: I) Zn| Zn2+(aq) (0,01mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) | Cu ΔE = 1,021 V II) Zn| Zn2+(aq) (0,01mol.L-1) || Ni2+ (0,001mol.L-1 |Ni ΔE = 0,577 V III) Ni| Ni2+(aq) (0,001mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) | Cu ΔE = 0,437 V CÉLULAS DE CONCENTRAÇÃO Para essa parte do experimento foi realizado o mesmo procedimento de montagem das células anteriores, com a diferença de ser realizado em concentrações diferentes de duas semi-células do mesmo eletrodo metálico e solução eletrolítica, enquanto na outra com variação na concentração do eletrólito. Na pratica o sistema foi preparado com 3 concentrações diferentes de CuSO4, de concentrações: 0,01mol.L-1 , 0,001mol.L-1 e 0,0001mol.L-1 , a outra semi-célula com concentração constante de 0,01mol.L-1 de CuSO4. Os resultados das leituras realizadas para as diferentes concentrações estão contidas no diagrama abaixo. I) Cu(s)|Cu2+ (0,0001mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) | Cu(s) ΔE= 0,0360 V II) Cu(s)|Cu2+ (0,001mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) | Cu(s) ΔE= 0,0746 V III) Cu(s)|Cu2+ (0,01mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) | Cu(s) ΔE= 0,0106 V RESULTADOS E DISCUSSÃO Para cada uma das reações das células galvânicas está representado abaixo suas semi-células, o potencial padrão de redução e a ddp da pilha. 1) Semi-célula (ânodo): Zn(s) Zn2+ + 2e- E° = -0,763 V Semi-célula (cátodo): Cu2+ + 2e- Cu(s) E° = 0,337 V Reação Global : Zn(s) + Cu2+ Zn2+ + Cu(s) ΔE° = 0,337 – (-0,763) = 1,10 V 2) Semi-célula (ânodo): Zn(s) Zn2+ + 2e- E° = - 0,763 V Semi-célula (cátodo): Ni2+ + 2e- Ni(s) E° = - 0,25 V Reação Global : Zn(s) + Ni2+ Zn2+ + Ni(s) ΔE° = -0,25 – (-0763) = 0,513 V 3) Semi-célula (ânodo): Ni(s) Ni2+ + 2e- E° = -0,25 V Semi-célula (cátodo): Cu2+ + 2e- Cu(s) E° = 0,337 V Reação Global : Ni(s) + Cu2+ Cu(s) + Ni2+ ΔE° = 0,337 – (-025) = 0,587 V Calculo teórico das pilhas segundo a Equação de Nerst: 1. Pilha Zn/Cu Zn(s) + Cu2+ (0,1mol.L-1) Zn2+(0,01mol.L-1) + Cu(s) Δ𝐸 = ΔE° - 0,0592 𝑛 log 𝑜𝑥 𝑟𝑒𝑑 ΔE = 1,10 V - 0,0592 2 log 0,01 0,1 ΔE = 1,10 V – 0,0296 log 0,1 ΔE = 1,10 V + 0,0296 = 1,1296V 2. Pilha Zn/Ni Δ𝐸 = 0,513- 0,0592 2 log 0,01 0,001 ΔE = 0,513 V – 0,0296 log 10 ΔE = 0,513 V – 0,0296 = 0,483V 3. Pilha Ni/Cu Cu(s) + Ni2+(0,001mol.L-1) Cu2+(0,1mol.L-1)+ Ni(s) Δ𝐸 = 0,587 V - 0,0592 2 log 𝑜𝑥 𝑟𝑒𝑑 Δ𝐸 = 0,587 V - 0,0296 log 0,001 0,1 Δ𝐸 = 0,587 V – 0,0296.(-2) = 0,646 V CÉLULAS DE CONCENTRAÇÃO Para as medidas das células de concentração, foram preparadas 3 soluções de sulfato de cobre, em diferentes concentrações 0,01; 0,001 e 0,0001 mol.L-1 em contraste com uma solução fixa de sulfato de cobre 0,1 mol.L-1. Para as pilhas de concentração o ΔE° é igual a zero, logo a equação de Nerst se reduz à: ΔE= - 0,0592 𝑛 log 𝑄 Diferença de potencial para os valores teóricos: 1. Cu(s)|Cu2+ (0,0001mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) | Cu(s) ΔE= - 0,0592 𝑛 log 𝑄 = - 0,0592 2 log 0,0001 01 = - 0,0296 x log 10-3 = 0,089 V 2. Cu(s)|Cu2+ (0,001mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) | Cu(s) ΔE= - 0,0592 𝑛 log 𝑄 = - 0,0592 2 log 0,001 01 = - 0,0296 x log 10-2 = 0,0592 V 3. Cu(s)|Cu2+ (0,01mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) | Cu(s) ΔE= - 0,0592 𝑛 log 𝑄 = - 0,0592 2 log 0,01 01 = - 0,0296 x log 10-1 = 0,0296 V Podemos notar que houveram diferenças significativas entre os potenciais das células no cálculo teórico com os dados experimentais obtidos. Para as pilhas constituídas de eletrodos diferentes os potenciais experimentais ficaram um pouco abaixo do cálculo teórico da pilha, no entanto seguindo um perfil esperado, conforme cada potencial de redução dos eletrodos. Para a primeira pilha o potencial teórico ficou em 1,1296 V, e o experimental ficou em 1,021V; Para a segunda pilha o potencial teóricoficou em 0,483 V, e o experimental em 0,577 V. Esse experimento foi o único que o valor experimental ficou acima do valor teórico calculado. Para a terceira pilha o potencial teórico ficou em 0,646V enquanto o experimental em 0,437 V. CÉLULAS DE CONCENTRAÇÃO Para as células de concentração, onde os compartimentos são constituídos do mesmo eletrodo metálico e o mesmo eletrólito, variando apenas a concentração. Nesse experimento a diferença de concentração entre os eletrólitos permitirá a transferência de energia entre as soluções até atingirem o equilíbrio. Assim, o eletrólito menos concentrado, terá sua concentração aumentada gradativamente, enquanto o outro permanece estável, assim, o a semi-célula menos concentrada será o ânodo, pois doará elétrons para aumentar a concentração do eletrólito em solução, sem consequência o mais concentrado será o cátodo. Os resultados obtidos para os três experimentos foram: Assim como nos dados anteriores é possível notar a discrepância entre os valores teóricos e os dados experimentais obtidos. No entanto é possível fazer uma avaliação qualitativa dos resultados apesar dos distanciamentos numéricos. Em uma análise simples é possível relacionar a diferença das concentrações em relação à ddp gerada. Em células de concentração com maior diferença de concentração entre os eletrólitos, há maior ddp (apesar da primeira célula ter dado um valor discrepante de 0,0360V). CONCLUSÕES O experimento de células eletrolíticas mostrou-se simples e intuitivo de se demonstrar os resultados de diferentes células eletrolíticas e também das células de concentração. Apesar dos resultados experimentais ficarem aquém dos valores teóricos, é possível responsabilizar diversos fatores que geraram erros acumulativos e por consequência resultados distorcidos. O primeiro ponto a se destacar é concentração do eletrólito, apesar de seguir uma escada crescente de concentração, talvez os resultados experimentais se aproximariam aos teóricos mais facilmente se as concentrações mantivessem a diferença em uma ordem de concentração maior. Leituras em baixas escadas de concentração, geram grande erros experimentais, por mais calibrado que seja o multímetro. Outro fator é a pureza dos eletródos e do solvente para o preparo das soluções, nossos eletrodos não tem pureza 100% e por isso já não gerariam os potenciais teóricos, e a água destilada deveria ter altíssima pureza, próxima a uma água Mili-Q. No mais o experimento evidenciou de maneira didática a aplicação de conceitos básicos da eletroquímica de células eletrolíticas. Célula de concentração Potencial Teórico Potencial Experimental Cu2+ (0,0001mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) 0,089 V 0,0360 V Cu2+ (0,001mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) 0,0592 V 0,0746 V Cu2+ (0,01mol.L-1) || Cu2+ (0,1mol.L-1) 0,0296 V 0,0106 V