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Cap 8

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
CAMPUS ALTO PARAOPEBA
UFSJ-CAP
RESUMO DO LIVRO: CONVERSANDO SOBRE ECONOMIA COM A MINHA FILHA
Capítulo 8: Dinheiro
Joice Xavier Lima
174550017
Trabalho apresentado 
a profª. Drª Ana Resende.
Ouro Branco
Junho de 2018
Capítulo 8: Dinheiro
Prisioneiros de guerra e arbitragem:
	No período da segunda guerra, os prisioneiros eram separados de acordo com sua nacionalidade. Enquanto os soldados eslavos, ciganos e judeus eram brutalmente exterminados, os prisioneiros britânicos, canadenses, americanos e franceses eram respeitados. A Cruz Vermelha que inspecionava as condições de vida dos prisioneiros, também abastecia os acampamentos com pacotes de alimentos, cigarros, um pouco de chá e café. O dia que esses mantimentos chegavam, era um dia de festa. 
Alguns prisioneiros viram nisso uma oportunidade de ganhar alho estabelecendo trocas sistemáticas de bens entre os prisioneiros de diferentes nacionalidades. E aproveitaram o fato da maioria francesa gostar de café e os britânicos não viverem sem chá. Realizando trocas entre os produtos de preferência de cada nacionalidade. 
Esses “comerciantes”, na linguagem dos economistas, são chamados de arbitraje (arbitragem), que significa, comprar mais barato do que se vende. Esses comerciantes entregavam uma quantidade menor de café do que pegavam. Então quanto maior o numero de prisioneiros que se dedicassem a realização desta troca, mais concorrência teria entre eles, fazendo com que os valores de troca tivessem que ser reduzidos, para que os prisioneiros aceitassem realizar essas trocas com os “comerciantes”. Da mesma forma, nas bolsas de valores, a concorrência vai reduzir a margem de arbitragem.
Os cigarros como medida de valores de troca:
	Com o tempo os cigarros foram inseridos neste mercado de troca e por ser resistente, de fácil transporte e armazenamento, facilmente divisível e ter um valor de troca estável, por ser escasso dentro do campo de concentração, adquiriram valor de troca. 
	Os cigarros possuem um valor intangível para os fumantes, era um meio de transação de fácil comparação de preços e possuía um meio de armazenagem de “riqueza”. Mas para ele continuar como um meio de “riqueza”, é necessária que as pessoas tenham fé que ele continuará tendo este valor, ou seja, que não chegue nos campos de concentração vários cigarros, fazendo com que estes percam seu valor. Assim também é nas bolsas de valores, para que o dinheiro tenha a credibilidade é necessário acreditar que ele manterá seu valor por um bom espaço de tempo. 
O valor de troca do dinheiro: inflação e deflação no campo de prisioneiros
	
	É difícil compreender como uma nota de mil dracmas, moeda existente na Grécia antes do euro, custava apenas vinte dracmas para ser confeccionada, mas tinha o valor de troca de mil dracmas. Só é possível dar este valor de troca nota a uma nota que custa apenas vinte dracmas para sua produção se apenas o Estado tiver o direito de emitir moedas. Pois assim ele emitira uma quantidade plausível, tentando evitar inflação e deflação.
	Mas o que é inflação ou deflação? Uma forma mais simples de explicar estes eventos econômicos é através do campo de concentração já falado aqui. Um exemplo de inflação é quando a cruz vermelha colocava uma quantidade maior de cigarros nos pacotes, mas mantinhas as quantidades de café, chá e chocolate, fazia com que os cigarros perdessem um certo valor, ou seja, um cigarro passaria a comprar menos café, chá ou chocolate que antes. Agora um exemplo de deflação é quando por exemplo os campos de concentração eram bombardeados, os presos ficavam angustiados, portanto fumavam muitos cigarros para acalmar, fazendo com que reduzissem as quantidades de cigarros no mercado, fazendo com que o cigarro passasse a comprar mais chá, café ou chocolate do que compraria antes. 
Taxas de juros: o preço do dinheiro nos campos de prisioneiros
	Em 1942, não era sabido qual seria o rumo da guerra e os prisioneiros acreditavam que passariam anos sem ir para a casa, o que fez com que a economia nos campos de concentração se estabilizasse. Fazendo com que as pessoas começassem a agir como banqueiros, emprestando “cigarros” à juros. Ou seja, o empréstimo deixou os limites da amizade e se transformou em comércio. 
	Mas como calcular o valor do juro que será cobrado? O banqueiro definira quanto juro ele quer receber sobre o empréstimo, e então será calculado se terá inflação ou deflação quando o será pago o empréstimo. Se por exemplo houver uma deflação de 10% e o juro que o banqueiro quer cobrar seja de 20%, o valor do juro total será de 20% - 10% = 10%, pois com a deflação “cigarro” aumenta seu valor de troca. Mas quanto houver uma inflação de 10% e o banqueiro quiser cobrar 20% de juros, o valor total do juro será de 20% + 10% = 30%, pois com a inflação o “cigarro” perde seu valor de troca. 
Grandes expectativas:
	A natureza não precisa de nossas expectativas ou nossa visão sobre ela, nada disso faz com que ela mude seu rumo. Muito diferente da economia, que depende muito das nossas expectativas. Exemplificando utilizando o campo de concentração, os prisioneiros fizeram aparelhos de rádio, escondido do exército alemão, para ouvir sobre a guerra e saber qual rumo teria a vida deles. E quando ouviam que os alemães estavam seguindo para o campo de batalha Russo, eles previam que ficariam presos por mais um certo tempo, fazendo com que a economia deles permanecesse estável. Mas quando ouviram que os exércitos Russos estavam próximos, perceberam que a guerra estava chegando ao fim, fazendo com que os banqueiros parassem de economizar cigarros para emprestar a juro. Fazendo com que toda as dívidas virassem fumaça, literalmente, pois os prisioneiros fumaram os cigarros que deviam os banqueiros (ou seja, ocorreu um perdão total da dívida), ruindo com a economia do campo. 
Dos cigarros ao dinheiro político: a diferença entre economia do campo e economias monetárias:
	A sociedade também precisava de unidades monetárias parecidas com os cigarros para os campos e prisões. Surgiu então o Ouro e outros metais, pois eles são fáceis de armazenar, são raros e ainda são “quimicamente” fascinantes e brilhantes, possuindo um valor intangível. Fabricou-se então as moedas de ouro e de outros metais, cada um com seu valor. 
	O governo pensando em evitar as fraudes, passou a gravar desenhos difíceis nas moedas verdadeiras. Mas tais moedas ficavam nos bancos, e as pessoas tinham papel com as notas de quantas moedas possuíam. Com isso a sociedade passou a fraudar também estas notas e o governo teve que novamente tomar uma atitude, mas não só para o bem da comunidade, para o próprio lucro do governo, pois com as moedas oficiais, há um ganho através de impostos. 
Biticoin: uma tentativa moderna de criar dinheiro apolítico
	O biticon surgiu depois da crise de 2008, quando todo o mundo sofreu economicamente, pelo fato da bolsa usarem o dinheiro de cada país. Pensaram então em um nova moeda, que fosse usada apenas pela bolsa, para evitar uma nova crise como a de 2008. Foi então que uma pessoa enviou um e-mail com o algoritmo da biticon. Este algoritmo já possui uma forma de rastrear e evitar a falsificação da biticon. Mas mesmo não sendo possível falsificar o biticon, hackers conseguiam entrar no sistema da bolsa de outra pessoa e manipular esse biticon, fazendo com que empresar de segurança fossem contratadas para proteger essa nova moeda.
A perigosa fantasia do dinheiro apolítico:
	O que possibilitou a revolução industrial foi os bancos terem pegado dinheiro do futuro para emprestar os empresários no presente, se não tivessem feito isso, não haveria dinheiro suficiente para emprestar e construir todas as grades empresas e industrias, bem como rodovias. Mas os biticon, como uma simulação é algo que não dá a garantia de não haver conflitos de interesse ou crises, mas é algo que precisamos acreditar para dar certo. 
	Assim como a democracia, não é algo que está funcionandoplenamente, mas é a única forma de evitarmos a destruição do meio ambiente e também uma maior desigualdade social.
Dinheiro intangível, máquinas enfeitiçadas e mercados edipianos:
	Os mercados dos campos de concentração eram muito parecidos com as sociedades de mercado existentes hoje, faltava apenas os mercados edipianos e as máquinas enfeitiçadas, pois não existia a produção, apenas as trocas.
Epílogo do último capítulo:
	Nos campos de concentração da guerra civil da Grécia (1946-1949), não havia a troca de mercadoria, os prisioneiros se ajudavam mutuamente, sem esperar nada em troca. 
	A sociedade se transformou nesta sociedade me mercado, produzindo muita riqueza, mas também muita infelicidade, desigualdade e crises catastróficas.

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