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TRABALHO CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS RECURSOS NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO Em conformidade com o entendimento de Guilherme de Souza Nucci (2013) entende-se por recurso, o meio voluntário cujo objetivo é impugnar decisões proferidas pelo judiciário no poder de suas atribuições (por vezes proferida em primeiro grau, e outras em Tribunal), propiciando desta feita a reanálise do quanto foi proferido ou arbitrado. Com isso, percebe-se que o recurso é um ato voluntário, ou seja, nenhuma das partes está obrigada a apresentar recurso, mas podem fazê-lo quando houverem por bem modificar algo para que a situação judicial passe a ser mais favorável para si. A voluntariedade é uma das características comuns a todos os recursos do Processo Penal, tendo apenas uma ressalva, no que diz respeito ao recurso “ex officio”. Nessa hipótese, o juiz em determinado casos previstos especificamente em lei, é obrigado a recorrer da própria sentença. Outro aspecto extremamente importante e comum nos recursos é a exigência de previsão legal. Em outras palavras, significa dizer que para existir o recurso, necessariamente, deve haver previsão legal. Segundo o entendimento de Renato Brasileiro de Lima (2017), o rol de recursos e suas hipóteses de cabimento é "numerus clausus", porque a tendência das decisões é a de se estabilizarem, devendo a possibilidade de sua alteração ser prevista em lei. Nesta esteira, é evidente que toda norma jurídica comporta interpretação, inclusive extensiva, mas é sempre na lei que se baseia a existência de recurso contra decisão judicial. Outro ponto destacado por Lima (2017) é a tempestividade. De acordo com autor, o recurso tem que ser usado antes do tempo de preclusão, tendo em vista, que a impetração posterior ao prazo estabelecido em lei acarreta na preclusão do direito. Por seu turno, o Princípio da Unirrecorribilidade rege os recursos no âmbito penal. Segundo este princípio, tem-se a determinação de que contra cada decisão, caberá apenas um recurso. Não sendo possível a utilização simultânea de dois recursos contra a mesma decisão, ou seja, para cada caso há um recuso adequado e somente um. Entretanto, Nucci (2013) explica que está regra não é absoluta, comportando exceção principalmente vislumbrada em acórdãos que eventualmente possam infringir normas federais e constitucionais ao mesmo tempo, sendo, portanto, admitida a possibilidade de interposição de um recurso especial e de um recurso extraordinário, respectivamente, afim de que o direito de recorrer da decisão não preclusa. Por fim, não se admite no sistema recursal penal a “reformatio in pejus”. Em linhas gerais, não se admite que a reforma da decisão seja mais gravosa que a anteriormente experimentada pelo recorrente (LOPES, 2012). Referências: LIMA, R. B. de. Manual de Processo Penal. 5 ed. Bahia: Editora Juspodvm, 2017. LOPES, A. Direito Processual Penal. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. NUCCI, G. de S. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 10 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013. QUESTÕES SUBJETIVAS Questão 01: Efeito prodrômico da sentença penal consiste no ato de se atribuir à sentença anulada pelo Tribunal revisor, o poder de limitar quantitativamente e qualitativamente a nova decisão a ser exarada, impedindo assim o agravamento da pena, quando houver recurso exclusivo da defesa do acusado. Tal efeito tem como consequência impedir que ocorra a reforma in pejus (para piorar), direta ou indireta, contra o acusado, assim, a eventual decisão a ser prolatada deve se espelhar nos limites impostos pela primeira sentença, jamais podendo ser pior. Questão 02: O efeito iterativo também chamado de regressivo é o nome dado ao juízo de retratação, possibilitado ao prolator da decisão, que alterá-la ou revogá-la inteiramente. Apesar de ser a regra em alguns recursos, como no caso do agravo, os recursos penais não possuem necessariamente este efeito, como por exemplo, na apelação, que em regra, não tem este efeito. Questão 03: São pressupostos objetivos de admissibilidade recursal: recurso adequado, unirrecorribilidade, tempestividade, motivação e regularidade procedimental. a) Recurso adequado: é aquele expressamente previsto para combater a decisão impugnada; b) Unirrecorribilidade: consiste no impedimento que a parte vencida tem de ajuizar recursos simultâneos para a mesma sentença ou decisão; c) Tempestividade: se o recurso não cumprir o prazo fixado em lei, será considerado intempestivo, ou seja, não será conhecido; d) Motivação: significa dizer que a parte que recorreu deve sempre dar suas razões para interpor o recurso, seja pelo seu inconformismo, seja por discordar de algum ponto técnico na decisão. e) Regularidade procedimental: consiste à obediência das formalidades processuais penais. Questão 04: De acordo com o art. 581, inciso XIV, do CPP, caberá recurso, no sentido estrito, para fins de reclamação da lista de jurados do Tribunal do Júri. É cabível, nesses casos, pois através dele é possível o reexame dos jurados escolhidos, possibilitando ao próprio juiz recorrido, alterar a lista de jurados a pedido do recorrente. Questão 05: A correição parcial é um instrumento para impugnação de decisões que gerem a inversão tumultuária dos atos do processo, ou seja, é destinado para impugnar o erro ou abuso quanto aos atos e formas do processo, se destes resultar tumulto processual. É cabível apenas contra “error in procedendo”, não sendo cabível contra decisões que atacam o mérito (“error in judicando”) ou quando há existência de outro recurso específico para atacar a decisão.
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