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RESUMO DE DIREITO PENAL AV1

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RESUMO DE DIREITO PENAL AV-1 4º Período 
 
Questão 01 – Homicídio Art. 121 “Matar alguém:” Pena: reclusão de 6 a 20 anos. 
Título: Dos Crimes Contra a Pessoa; Capítulo: Dos Crimes Contra a Vida 
• Objeto Jurídico do Crime ou Bem Jurídico Tutelado => A Vida Humana Extrauterina 
• Objeto Material => é o cadáver, pessoa sobre quem recai a conduta. 
• Elementos do Tipo: 
o Tipo Objetivos ou Descritivo: O delito de homicídio tem por ação nuclear o verbo 
“matar”. O objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados, o núcleo do tipo 
(o verbo), referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos 
fatos e só precisam ser descritos pela norma. 
o Tipo Normativo: Seu significado não se extrai da mera observação, sendo 
imprescindível um juízo ético de valoração jurídica, social, cultural, histórica, política, 
religiosa, ou seja, um juízo ético de valor. 
o Tipo Subjetivo: É a finalidade especial do agente, o dolo, a intenção. O dolo é a 
vontade livre e consciente de produzir o resultado. 
1. Teremos dolo genérico quando o tipo não exigir qualquer finalidade especial. Ex: 
Homicídio Simples 
2. Teremos dolo específico, quando, além do dolo, o modelo incriminador expressar um 
fim especial. Ex: “Raptar mulher honesta(...) com fim libidinoso”. 
• Sujeito Ativo => É o ser humano que pratica a figura típica descrita na lei, 
isoladamente ou conjuntamente com outros autores. 
• Sujeito Passivo => É o titular do bem jurídico ameaçado ou lesado. 
• Consumação => Necessário um resultado material. É aquele em que foram realizados 
todos os elementos constantes de sua definição legal. Dá-se com a produção do 
resultado naturalístico “morte”. Trata-se de crime instantâneo de efeitos 
permanentes. Obs: a morte e decorrente da cessão do funcionamento cerebral, 
circulatório e respiratório. 
• Tentativa => Considera-se tentado o crime quando, iniciada a sua execução, não se 
verifica o resultado naturalístico por circunstâncias alheias à vontade do agente (CP, 
art.14, II). 
 
Questão 02 – Infanticídio Art. 123 “Matar, sob a influência do estado puerperal, o 
próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena: detenção de 2 a 6 anos. 
 
Trata-se de uma espécie de homicídio doloso privilegiado, cujo privilegium é concedido 
em virtude da “influência do estado puerperal” sob a qual se encontra a parturiente. O 
privilégio é essencial, pois sem ele o delito será outro (homicídio, aborto). 
• Objeto Jurídico do Crime ou Bem Jurídico Tutelado => A Vida Humana Extrauterina 
• Objeto Material => é o cadáver, pessoa sobre quem recai a conduta. 
• Elementos do Tipo: 
o Ação nuclear: o verbo “matar”. 
o Tipo Objetivos ou Descritivo: Não há 
o Tipo Normativo: “influência do estado puerperal”; durante o parto; logo após. 
o Meios de Execução: Trata-se de crime de forma livre, por qualquer meio comissivo: 
enforcamento, estrangulamento, afogamento, fraturas craniana; ou qualquer meio 
omissivo, exemplo, deixar de amamentar a criança, abandonar recém nascido em lugar 
ermo, com fim de provocar sua morte. 
• Sujeito Ativo => Trata-se de crime próprio. Somente a mãe puérpera, que se encontra 
sob influência de estado puerperal pode praticar o crime de infanticídio. Nada impede 
que terceiro possa responder na modalidade de concurso de pessoas (Cp. Art. 30 – as 
elementares do crime se comunicam). 
• Sujeito Passivo => O filho, que é o titular do bem jurídico ameaçado ou lesado. 
 Obs1: sujeito passivo que já se encontrava morto => Crime impossível; 
 Obs2: sujeito passivo. Adulto => Crime de homicídio. 
 Obs3: sujeito passivo outra criança => Crime de infanticídio putativo 
• Elemento Subjetivo => Dolo direto ou eventual. Não admite a modalidade culposa. 
• Consumação => Trata-se de crime material. A consumação se dá com a morte do 
neonato ou nascente. 
• Tentativa => Por se tratar de plurissubsistente, a tentativa é perfeitamente possível, e 
ocorrerá na hipótese em que a genitora, por circunstâncias alheia a sua vontade, não 
logra eliminar a vida do ser nascente ou neonato. Ex. a genitora, ao tentar sufocar a 
criança com um travesseiro, tem a sua conduta impedida por terceiros. 
 
Possível questão: Com relação ao crime de infanticídio (Art.123), marque a opção 
errada: 
a) O sujeito ativo não se limita a própria mãe, já que tal detalhe não esta expresso no art. 
123, CP; 
b) Mãe que deseja abandonar seu filho, cujo parto ocorreu há uma semana, mesmo que 
esteja sob a influencia do estado puerperal, comete o crime de abandono de recém-
nascido ou aboandono de incapaz, e não o crime em tela. 
c) É possível a sua prática por omissão; 
d) Não comete esse crime a mãe que está sob a influência da psicose puerperal. 
 
Questão 03 – Homicídio (OAB) Art. 121 “Matar alguém:” Pena: reclusão de 6 a 20 
anos. 
ESTUDAR OS REQUISITOS DA QUESTÃO 01. 
 
Possível questão: Com relação ao crime de homicídio, (Art. 121) marque a opção 
correta (OAB); 
a) Trata-se de um crime de ação múltipla, já que pode ser praticado por vários verbos; 
b) Trata-se de um crime de ação livre, já que pode ser cometido de várias formas; 
c) Trata-se de um crime permanente, pois seus efeitos são irreversíveis; 
d) Trata-se de um crime de mão-própria ou de atuação pessoal. 
 
Questão 04 – Lesão Corporal (leve, grave, gravíssima, vias de fato) – Capitulo II “Das 
Lesões Corporais”, Art. 129 “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. 
Atenção: Não confundir “Vias de Fato com Lesões Corporais”: 
Vias de fato é uma contravenção penal, punida com prisão simples se condenado o réu. 
Exemplo: empurrão, peitar, puxar os cabelos, etc. 
Crime de menor potencial ofensivo (JECRIM; Transação penal; Susis Processual) 
 
• O que é lesão corporal: consiste, em qualquer dano ocasionado a integridade física e a 
saúde fisiológica ou mental do homem, sem, contudo, o animus necandi. 
• Objeto Jurídico do Crime ou Bem Jurídico Tutelado => A Integridade Física e 
Psicológica 
• Objeto Material => O exame de corpo de delito, sendo a própria pessoa vítima da 
ofensa a integridade física. 
• Elementos do Tipo: 
o Ação nuclear: “Ofender”, que significa atingir a integridade corporal ou saúde física 
ou mental de outrem. 
• Meios de Execução: São os mesmos utilizados no delito de homicídio ou seja crime de 
ação livre. 
 Meios físicos: lesão por ação de agente químico corrosivo; emprego de faca; 
 Morais: lesão no SNC em decorrência de susto; 
 Através de ação: desferir pauladas nas costas da vítima; 
 Omissão: enfermeira que deixa de alimentar paciente passando a sofrer disfunções 
orgânicas; 
• Sujeito Ativo => Trata-se de crime comum podendo ser qualquer pessoa, exceto o 
próprio ofendido, pode praticar o crime em questão. A autolesão é irrelevante penal 
neste caso, assim haverá crime de fraude se o agente mutilando-se pretender obter 
(indevidamente) indenização ou valor de seguro. 
 Obs1: nos casos de pessoa insana, embriagada ou tenra idade, na autolesão haverá o 
crime tão só para o agente provocador da prática (o indutor, instigador, aquele que dá 
auxílio), trata-se de hipótese de autoria mediata. 
 Obs2: caso que alguém se fere na tentativa de defender-se de agressão de outra 
pessoa, será desta a responsabilidade pelo crime. 
• Sujeito Passivo => Qualquer pessoa, exceto o agente. 
• Elemento Subjetivo => é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de ofender a 
integridade física ou saúde de outrem. 
 Atenção: é a intenção de lesionar que diferencia o crime de lesão corporal consumado 
e a tentativa de morte cruenta. Pois nesta o agente é impelido pelo animus necandi. 
• Consumação => Trata-se de crime de dano; crime instantâneo; a consumação sedá no 
momento da efetiva ofensa à integridade corporal ou à saúde física ou psicológica da 
vítima. Sendo crime material deve vir substanciada no laudo do exame de corpo de 
delito. 
• Tentativa => Todo crime material, admite tentativa. 
• Formas: São as seguintes modalidades do crime de lesão corporal: 
 Simples: art. 129, caput. 
 Qualificadas: §§1º (lesão grave), 2º (lesão gravíssima), 3º (lesão corporal seguida de 
morte) e 9º (violência doméstica) 
 Privilegiada: § 4º 
 Culposa: § 6º 
 Majorada: §§7º, 10º, 11º, e 12º. 
 
Atenção: Não se conseguindo provar o resultado agravador ou então na hipótese de 
crime tentado, se não lograr provar qual o tipo de lesão intencionada pelo agente (se 
leve, grave ou gravíssima), a lesão será tida como simples, em atendimento ao princípio 
do in dubio pro reo. 
 
Possível questão: Com relação ao crime de lesão corporal (Art. 1219 e seguintes), 
marque a opção correta: 
a) Não é possível sua punição na forma leve, já que o CP não faz menção a esta 
qualificadora; 
b) Não é possível sua punição na forma gravíssima, já que o CP só faz menção à sua 
qualificadora na forma grave; 
c) Não haverá este crime quando se tratar de intervenção cirúrgica; 
d) Nunca haverá este crime quando se tratar de autolesão. 
 
Questão 05 – Art. 130 à 136 – Capitulo III “Periclitação da Vida e da Saúde”, Art.130 
“Expor algém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de 
moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado.” 
• Objeto Jurídico do Crime ou Bem Jurídico Tutelado => Proteger a vida e a saúde 
contra os riscos de morte ou contaminação 
• Objeto Material => É a própria vítima exposta a contaminação 
• Elementos do Tipo: 
o Elemento Descritivo: “Expor” o verbo, núcleo ou seja “praticar . 
o Elemento Normativo: “Relação sexual e ato libidinoso”, “doença venérea” – 
dependem de um juízo ético de valor. 
o Tipo Subjetivo: “Deve saber” 
• 1ª corrente: caracteriza a modalidade culposa. 
• 2ª correne: não é modalidade culposa mas sim dolo eventual. 
 
• Sujeito Ativo => Não é qualquer pessoa. Se entender que é crime próprio, admite-se 
coautoria. (art. 30, CP); Se entender que seja crime de mão-própria, sendo uma 
condição personalíssima do autor, não se comunicam as circunstâncias elementares, 
portanto, não admitindo coautoria, no máximo uma participação. 
• Sujeito Passivo => Aquele que é exposto ao perigo de contágio venéreo. Qualquer 
crime tem como sujeito passivo também o Estado ou seja a coletividade. 
• Consumação => Quando a vítima for exposta ao contato físico, através de relação 
sexual ou ato libidinoso. 
• Tentativa => É possível, antes da relação sexual. 
 
Possível questão: Com relação ao tipo penal do art. 130 (perigo de contágio de doença 
venérea), marque a opção correta: 
a) Trata-se de crime de perigo coletivo e concreto; 
b) Trata-se de crime de perigo coletivo e abstrato; 
c) Trata-se de crime de perigo individual e abstrato; 
d) Trata-se de crime de perigo individual e concreto. 
 
Breve explicação desta questão de prova: 
I. Crime de perigo concreto => é o perigo que deve ser demonstrado caso a caso. Os 
crimes de perigo concreto são aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação 
de qual a conduta do agente trouxe realmente, a probabilidade do dano ao objeto 
jurídico protegido. 
II. Crime de perigo abstrato => é o perigo presumido (Ijuris et de jure). Basta a prática 
da conduta típica pelo agente, sem a demonstração do risco efetivamente trazido, para 
que se opere a presunção legal de perigo; por exemplo, o crime do art. 310 do CTB, cuja 
classificação de crime de perigo abstrato foi sumulada pelo STJ: “Constitui crime a 
conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa que 
não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações previstas no art. 310 
do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na 
condução do veículo” (Súmula 575). 
III. Crime de perigo individual => é o perigo que atinge determinadas pessoas (CP, arts. 
130 a 136); 
IV. Crime de perigo comum ou coletivo => é aquele que diz respeito a um número 
indeterminado de pessoas (afeta a incolumidade pública – cf. os delitos previstos nos 
arts. 250 a 285 do CP). 
 
Questão 06 – Art. 130 à 136 – Capitulo III “Periclitação da Vida e da Saúde”, Art.134 
“Exposição ou abandono de recém-nascido”. 
Segundo os doutrinadores, constituiria uma forma privilegiada do delito de abandono de 
incapaz (CP, art. 133), em face do especial motivo que impele o agente a praticar o 
crime: ocultar a desonra própria. 
O código Penal não prevê o infanticídio honoris causa, ou seja, o ocisão da vida do ser 
nascente para ocultar desonra própria. O legislador optou em conceder o privilégio ao 
delito de abandono de recém-nascido, isto é, até a prática de um malefício mais grave, 
que é o cometimento do delito de infanticídio. 
 
• Objeto Jurídico do Crime ou Bem Jurídico Tutelado => A vida e a saúde do recém-
nascido; sua incolumidade pessoal. 
• Objeto Material => 
• Elementos do Tipo: 
o Elemento Descritivo: 
o Elemento Normativo: 
o Elemento Subjetivo: é o dolo direto de perigo, consistente com a vontade livre e 
consciente de expor ou abandonar o recém-nascido, acrescido do fim especial do agente, 
de “ocultar desonra própria”. 
• Sujeito Ativo => é crime próprio, sendo o sujeito ativo a mãe, solteira, adúltera, viúva, 
que concebeu fora do matrimônio. 
Atenção: a honra pessoal do agente que pode vir a ser maculada com o conhecimento 
por parte de terceiros da concepção extra matrimonium. A honra a ser preservada é a de 
natureza sexual, a boa fama e a reputação do agente. Se a pessoa for desonesta ou de 
desonra conhecida ou se já concebeu ou foi pai extra matrimonium, não cabe a alegação 
de preservação da honra. Dessa forma, prostituta não pode ser sujeito ativo desse delito, 
devendo responder pelo delito de abandono de incapaz (CP, art. 133). 
• Sujeito Passivo => É o recém-nascido. 
• Consumação => consuma-se o delito com o abandono, desde que resulte perigo 
concreto para o recém-nascido. 
• Tentativa => na forma omissiva, não se admite tentativa, porém, admite-se tentativa 
na forma comissiva. 
 
 
Possível questão: Com relação ao crime de abandono de recém-nascido (Art. 134 do 
CP) marque a opção equivocada: 
a) O elemento subjetivo contido neste tipo penal é tão somente o dolo genérico, 
compreendido como a vontade livre e consciente de abandonar recém-nascido; 
b) É elemento normativo do tipo a expressão “desonra própria”, cuja conotação, para a 
doutrina, é de ordem apenas sexual. 
c) Se a ocultação não se der para ocultar desonra própria, embora o dolo seja continue a 
ser a vontade de abandonar o recém-nascido, passa a conduta a se caracterizar como 
abandono de incapaz. 
d) Se o sujeito passivo não guardar nenhum vínculo jurídico de dependência com o 
sujeito ativo, a conduta pode se constituir como crime de omissão de socorro. 
 
Questão 07 – Caso Concreto 01 (penso que seja este caso, pois o Riski no áudio da 
correção deste caso fala o seguinte: “(...) isso é uma prova discursiva aí fica por sua 
conta, tá!”) 
 
DOLORES, 43 anos, mãe da adolescente JANAÍNA, de 16 anos, flagra a menina, 
sozinha, chorando em seu quarto. Instada a explicar o motivo de sua tristeza, a jovem 
relata à mãe que, por duas semanas consecutivas vem sendo assediada por 
FELISBERTO, guarda municipal com lotação e atribuição local, prestando serviços de 
vigilância e ronda escolares. Segundo a adolescente, notadamente na esquina do 
quarteirão da escola, FELISBERTO espera sua passagempara proferir palavras como 
“gostosa”, “quero sair com você”, “vamos curtir um cinema” e etc. 
Indignada com o acontecido, DOLORES combina com JANAÍNA que no dia seguinte 
vai acompanhá-la à escola, no entanto, em uma distância razoável objetivando constatar 
in loco as investidas de FELISBERTO. 
Dessa maneira, no dia seguinte, quando JANAÍNA chega ao quarteirão da escola já 
encontra FELISBERTO se aproximando dela, ocasião em que, DOLORES, vindo um 
pouco atrás, empunha um revólver 38 que traz consigo, disparando três tiros certeiros 
nas costas de FELISBERTO que vem a óbito imediatamente em decorrência das 
respectivas lesões. Considerando o caso aventado, realize, fundamentadamente, a 
adequação típica pertinente: 
 
Resposta: No caso concreto, Dolores cometeu crime de homicídio qualificado, sem 
possibilidade de defesa, com relevante valor moral, sendo um homicídio ao mesmo 
tempo qualificado (fator surpresa – qualificadora objetiva) e privilegiado (relevante 
valor moral – qualificadora subjetiva), o que afasta a hediondez. Não matou o guarda 
por ser guarda, mas por importunar sua filha. Por falta de nexo causal, não incidirá a 
qualificadora por matar policial. 
 
 
Questão 08 – Aborto 
O código penal pune o crime de aborto de 3 (três) formas: 
1º (AUTOABORTO – art. 124) => é crime de mão própria, somente praticada pela 
própria gestante; 
Não existe aborto culposo; 
Não aceita coautoria nos crimes de mão própria, mas aceita participação. 
Pena de detenção (regime aberto ou semiaberto) de 01 um a 3 anos. Aguardar o MP 
apresentar a denuncia para pedir o SURSI-Suspensão Condicional do Processo. Em 
tese aplica-se a substituição da PPL pela PRD, pois a pena é igual ou inferior à 4 anos, o 
crime não é cometido com violência ou grave ameaça. 
 
2º (ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO COM CONSENTIMENTO DA 
GESTANTE - art. 126) 
Pena de reclusão de 1 a 4 anos 
Em tese aplica-se a substituição da PPL pela PRD, pois a pena é igual ou inferior a 4 
anos, o crime não é cometido com violência ou grave ameaça. 
 
 
 
3º (ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO SEM O CONSENTIMENTO DA 
GESTANTE – art. 125) 
Pena de reclusão de 3 a 10 anos 
Maior reprovabilidade no direito penal 
 
 
CASOS DE ABORTO PERMITIDO 
• Feto anencefálico => ADPF 54/2004, o STF no julgamento, por maioria dos 
julgadores, permitiu a interrupção da gravidez no caso de fetos anencéfalos. 
• Aborto Sentimental, humanitário ou ético (art. 128, II) => Trata-se do aborto realizado 
pelos médicos nos casos em que a gravidez decorreu de um crime de estupro. 
• Aborto necessário ou terapêutico (art. 128, I) “excludente de ilicitude” => É a 
interrupção da gravidez realizada pelo médico quando a gestante estiver correndo perigo 
de vida e inexistir outro meio para salvá-la. 
 
 
• Objeto Jurídico do Crime ou Bem Jurídico Tutelado => proteção da vida do feto e da 
gestante 
• Objeto Material => é o cadáver do feto 
• Elementos do Tipo: 
o Elemento Descritivo: Provocar ou Consentir 
o Elemento Normativo: 
o Elemento Subjetivo: é o dolo, direto ou eventual. Na primeira hipótese, é a vontade 
livre e consciente de interromper a gravidez, causando a morte do produto da 
concepção. Na segunda hipótese, há apenas a assunção do risco do resultado. Não se 
admite a modalidade culposa. 
• Sujeito Ativo => A gestante no crime de auto aborto; 
A gestante no ato de consentimento de que terceiro lhe provoque o aborto; 
O terceiro. 
• Sujeito Passivo => É a vida intrauterina a partir da nidação, por considerar que há 
vida intrauterina a partir da nidação. 
Consumação => É crime de ação livre (aceita diversas formas para cometer o delito); 
• Tentativa => Por se tratar de crime material, é perfeitamente admissível. 
 
 
Questão 09 – Participação em suicídio 
Possível questão: Por que boa parte da doutrina não aceita a punição de autores de obras 
literárias, cujos textos insinuam meios para a prática de suicídio? 
 
Resposta: Pois à vítima não é determinada. A doutrina não admite a instigação a 
indução ou o auxílio de caráter geral, que atinjam pessoa(s) incerta(s), por meio de 
livros, discos, espetáculos, pois não tipificam a conduta de que se cuida.

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