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IMUNIDADE INATA PROF: RAMON MAYLLER Especialista em urgência e emergência Especialista em saúde coletiva Especialista em docência. CONCEITO A resposta imunológica inata, natural ou inespecífica é aquela pela qual o organismo responde sempre da mesma forma, qualquer que seja o agente agressor. O tipo ou qualidade de resposta não varia, podendo modificar apenas a quantidade. IMPORTÂNCIA É a primeira defesa do organismo com atuação imediata contra qualquer agente. Não determina uma imunidade permanente, apesar de poder agir por vários dias. COMPONENTES Os componentes da resposta inata ou inespecífica são: Barreiras mecânicas; Células como Fagócitos e natural killer (NK). Sistema complemento; Esses componentes já existem ao nascimento, não se modificando com o tempo; As células da resposta inata apresentam receptores para estruturas que se repetem em diferentes patógenos. A via clássica do complemento faz a ligação entre resposta inata e adaptativa; BARREIRA MECÂNICA A barreira mecânica é a primeira defesa existente no organismo, integrando a resposta imunológica inata e adaptativa. É difícil que microrganismos consigam penetrar nos tecidos e órgãos enquanto a barreira mecânica estiver em perfeita funcionalidade. BARREIRA MECÂNICA Fazem parte da barreira mecânica: Pele e mucosas; Sistema digestivo; Tosse e espirros; Febre; Flora Bacteriana Proteínas e moléculas da inflamação MUCOSAS Secretam muco com glicoproteínas – mucina – recobre patógeno. Sistema mucociliar: eliminação por meio da produção de muco e movimentos dos cílios; PELE resistência natural e externa Justaposição das células e junções oclusivas; Produz substancias químicas microbicidas Infecção ocorre quando patógeno pode colonizar ou atravessar essas barreira; Peptídeos antimicrobianos Defensinas, catelicidinas e histatinas SISTEMA DIGESTIVO Ph ácido do estômago; Ph alcalino do intestino delgado; Peristaltismo intestinal; Flora bacteriana intestinal normal; Muco intestinal LAGRIMA E SALIVA Ação enzimática pela lisozima e fosfolipase A secretora TOSSE E ESPIRROS desencadeados por substâncias estranhas ao organismo. Após a irritação causada no trato respiratório, os impulsos até o centro de tosse no hipotálamo, desencadeando a tosse e expelindo muco e material estranho. FEBRE O aumento da temperatura corpórea tem sido referido como mecanismo de defesa. Acredita-se que esse aumento propicie um metabolismo inicial com tendência de eliminação do agente infecioso. Bactérias comensais Presente na superfície epitelial; Não patogênicas; Competem com bactérias patogênicas pelo sitio de adesão no epitélio e por nutrientes; Produz substancias antimicrobianas com acido láctico e peptídeos antibacterianos como bactericinas; Estimula o epitélio produzir peptídeos antimicrobianos INFLAMAÇÃO A fase aguda da inflamação ocorre em resposta a agentes bacterianos, virais, fúngicos, parasitários, traumas, isquemia, necrose e neoplasias. Resposta do tecido a uma injúria inespecífica; É um sinal de alerta. Desencadeada por substâncias químicas. Objetivo: recrutar elementos do sistema imune para local – células e moléculas; Objetivo final: reparar tecidos e combater patógenos. Sinais cardinais da inflamação CALOR RUBOR EDEMA DOR PERDA DE FUNÇAO Inflamação crônica e fibrose Macrófagos e mastócitos Secreta mediadores químicos Grânulos de histamina Mediador inflamatório MUDANÇAS VASCULARES vasodilatação: levar mais moléculas/células e sangue – rubor e calor Aumento da permeabilidade: facilita saída de moléculas/células e líquidos – edema - dor fatores de coagulação: mediadores inflamatórios e coagulação de microvasos – isolar local Ativação endotelial: liberação de moléculas de adesão atrair células – monócitos e neutrófilos Combater e reparar tecidos diapedese Prostaglandinas e leucotrienos: mediadores lipídicos, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, atraente de células e ativação de sistema imune como macrófago e neutrófilo. IL – 1, IL – 6 e TNF-α: citocinas, ativar endotélio e moléculas de adesão, ativar linfócitos, aumento de acesso de células; Quimiocinas: quimiotaxia – atrais células como neutrófilos. Também são produzidas pelo endotélio. Quimiotaxia: movimentação de células como monócitos e neutrófilo (PNM) em direção a inflamação. Bradicinina: polipeptídio com ação vasodilatadora após injuria tecidual; Efeitos sistêmicos Protetor: Medula óssea: Aumenta produção do sistema imune com produção de células de defesa Fígado: produção de proteínas de fase aguda. Ex. proteína C reativa (PCR)- possuem ação de Opsonização e ativação do complemento Hipotálamo: mediante citocinas (IL1, IL6 e TNF-α ) provoca a febre. Patológico: Redução da pressão; Formação de trombos; caqueticia SISTEMA COMPLEMENTO Conjunto de aproximadamente 30 proteínas plasmáticas que auxiliam a resposta imune com várias funções. A maioria é produzida nos hepatócitos Funções: Anafilaxia: fragmentos que são produzidos nas vias do S.C (3a e 5a). ligam se aos receptores específicos da superfície celular gerando um estimulação para a quimiotaxia (indução da inflamação); Quimiotaxia: atração de outros componentes; Lise celular: quebra da célula. Opsonização: é tornar o antígeno (Ag) suscetível a sua eliminação; CASCATA Essas proteínas plasmáticas podem ser ativadas através de uma reação em cascata, isto é, cada componente ativado é capaz de ativar o outro componente do sistema complemento. Trata-se de uma cascata de amplificação, onde cada componente atividade participa das atividades seguintes. SÍMBOLOS C1, C2, C3 , C4, C 5, C6, C7, C 8 e C9 (a cascata não segue a ordem numérica); Podem ser auto-clivadas; Na via alternativa de ativação do C, os componentes (fator) são denominados por letras, B e D. A medida, que vai ocorrendo a ativação, fragmentos são gerados, sendo que os fragmentos maiores recebem a denominação b e os menores a; por exemplo,C4b e C4a ATIVAÇÃO E VIAS Para que o sistema complemento expresse a sua atividade é necessária a sua ativação prévia. A clivagem de tais proteínas é feita por proteases altamente específicas, as convertases. Ativação é feita por três vias do complemento, denominadas vias: clássica, da lectina, e alternativa. Via clássica Via lectina Via alternativa Complexo AG: AC Ligação de lectinas À superfície de patógenos Superfície de patógenos Ativação do complemento Recrutamento de células inflamatórias Opsonização de patógenos Lise de patógenos VIA ALTERNATIVA Segunda via de ação a ser descoberta; Age mediante a presença de patógenos. O organismo produz em pequena escala por clivagem C3 – em C3a e C3b. Mas como nao há patógenos ela ficam inativadas. Forma complexo C5 convertase – (C3b/Bb/C3b)- C5a e C5b. C5b realiza recrutamento de C6 C7 C8 e C9. Fator D Fator B Lembrando C3a auxilia na inflamação C3b realiza Opsonização e da sequencia no processo de clivagens VIA CLÁSSICA Primeira via a ser descoberta; Desencadeada por anticorpos (complexo antígeno anticorpo); Há necessidade de contato anterior do patógeno com linfócito B – anticorpo. (mesmo antiga); Inicia-se por ligação C1q ao complexo – (C1q, C1r e C1s) VIA DAS LECTINAS Ultima via a ser descoberta; Ativada pela ligação de lectinas ( MBL – lecitinas ligadas a manose) ou ficolinas à manose (carboidratos) na superfície do patógeno. Ativa restante da ação, igual a via clássica. Formação de C3 convertase e C5 convertase. C3a e c5a recrutam células fagocíticas e provocam inflamação; Os fagócitos com receptores C3b capturam e destroem os patógenos. A finalização da cascata leva a formação do complexo de ataque a membrana a partir de (C6, C7, C8) que recrutam C9 e forma poros na membrana levando a morte por lise por desequilíbrio osmótico
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