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RESUMO DE PENAL I

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RESUMO DE PENAL I
Princípios do Direito Penal
Legalidade: serve para nortear a composição de uma série de leis e dispositivos em todas as áreas da matéria. Este princípio estabelece que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal. ART- 1 CP.
Dimensões de garantia do princípio da legalidade
1-Lex escripta – Lei escrita
2-Lex Populi- lei aprovada pelo parlamento 
3-Lex certa – não pode ser vaga imprecisa 
4-Lex clara – lei inteligível, compreensível 
5-Lex propocionalis – penas proporcionais a gravidade do crime 
6-Lex stricta – lei penal interpretada restritivamente.
7-Lex praevia – princípio da anterioridade :lei penal deve ter vigência antes do fato
Princípio da Irretroatividade da Lei Penal 
A lei penal não retroagira salvo para beneficiar o REU –ART 5 XL – CF
Princípio da individualização da pena
ART 5, CF XLVI – a lei regulara a individualização da pena, e adotara entre outras as seguintes:
1-Privação ou restrição de liberdade 
2-Perda de bens 
3-Multa 
4-Prestação social alternativa 
5-Suspenção ou interdição de direitos 
A Individualização da pena dar –se:
1 – Da combinação abstrata – o legislador 
2- Da aplicação da pena – o juiz da condenação deverá aplicar a pena de forma individualizada, de acordo com a culpabilidade do agente.
Execução da Pena: 
1 – pelo juiz da execução e pelos funcionários da administração da penitenciaria
Princípio da Proporcionalidade: a pena deve ser proporcional a gravidade do delito. ART 5 º, XLVI E XLVII.
XLVII: Não haverá penas:
- De morte salvo em caso de guerra declara nos termos do art 84, XIX
- De caráter perpetuo 
 -De trabalho forcado 
- De banimento 
- Cruéis 
Princípio da personalidade ou pessoalidade da pena ou intranscedência da pena (CF /88 ART 5 º, XLV) 
XLV- nenhuma pena passara da pessoa do condenado, podendo de reparar danos e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor patrimônio transferido.
Duas obrigações passam aos sucessores (CF /88, ART 5º, XLV)
-Obrigações de indenizar 
-Respeitar o perdimento de bens 
Princípio da humanidade (ART 5º , III)
III- ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante 
Princípio da proibição da pena indigna 
A ninguém pode ser imposta uma pena ofensiva a dignidade humana.
Princípio da necessidade concreta da pena ( CPB ART .59)
Princípio da inderrogabilidade (uma vez comprovada a infração penal não pode o estado-juiz deixar de aplica-la) X princípio da necessidade concreta da pena 
ART 59 – O juiz atendendo a culpabilidade aos antecedentes a conduta social a personalidade do agente aos motivos, as circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima estabelecera conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
Perdão Judicial: o juiz pode deixar de aplicar a pena se as consequências do crime forem tão graves ao autor, que se tornem desnecessária a aplicação da pena, desde que haja aplicação legal para tanto.
Princípio da Suficiência: o juiz deve aplicar uma pena suficiente para reprovação e prevenção do crime.
Princípio da intervenção mínima ou subsidiariedade
O direito penal não deve interferir demasiadamente na vida do indivíduo, retirando-lhe a autonomia e a liberdade. A lei penal não e a prima ‘’ RATIO’’ para compor conflitos na sociedade e sim a última ´´RATIO´´ 
EX:INFRAÇOES ADMINISTRATIVAS DE TRANSITO 
Princípio da Fragmentariedade:
Nem todas as lesões a bens jurídicos protegidos devem ser tutelados e punidas pelo direito penal que, por sua vez, constitui somente parcela do ordenamento jurídico. Deve ocupa-se das condutas mais graves.
Princípio da culpabilidade:
Penalmente punido agir com dolo ou culpa- responsabilidade subjetiva (nullum crimem culpa)
Princípio da Vedação da dupla punição pelo mesmo fato:
Ninguém deve ser processado e punido pela mesma infração penal (NE BIS IN IDEN)
Princípio da adequação social:
Condutas formalmente tipificadas como ilícitos penais, deixam de ser consideradas ilícitas devido a adequação social das mesmas (aceitas pela sociedade como algo comum, corriqueiro, que não causa repulsa)
EX: TATUAGENS E COLOCAÇAO DE BRINCOS EM RECEM NASCIDOS 
Princípio da Insignificância: ocorre quando uma ação tipificada como crime praticada por determinada pessoa e irrelevante, não causando qualquer lesão a sociedade, ao ordenamento jurídico.
Classificação dos crimes
1. Os crimes Comuns e Próprios
Crimes Comuns: são os descritos no Direito Penal e que podem ser praticados por qualquer pessoa; Exs.: furto, estelionato, homicídio, etc
Crimes Próprios: São os que só podem ser cometidos por uma determinada categoria de pessoas, pois pressupõem no agente uma particular condição ou qualidade pessoal. 
Ex.: crimes praticados por funcionários públicos no exercício de suas funções. 
a) Puros – Delitos que, quando não forem cometidos pelo sujeito indicado no tipo penal, deixam de ser crimes, caso a conduta se concretize por ato de outra pessoa
Ex: Advocacia administrativa (Art. 321, CP).
b) Impuros – Delitos que, se não cometidos pelo agente indicado no tipo penal, transformam-se em figuras delituosas diversas.
Ex: Morte do recém-nascido sem nenhuma participação da mãe-homicídio.
c) Crimes de mão própria – Exigem sujeito ativo qualificado, devendo este cometer pessoalmente a conduta típica ( não admite coautoria, mas somente participação, nem autoria mediata) Ex: falso testemunho (Art. 342, CP).
2. Crimes Instantâneos e Permanentes
Crimes Instantâneos – A consumação se dá com uma única conduta e não produzem um resultado prolongado no tempo. Ex: Roubo
Crimes Permanentes: São os que causam uma situação danosa ou perigosa que se prolonga no tempo; o momento consumativo se protrai no tempo; Ex: sequestro, cárcere privado; 
3. Crimes Comissivos e Omissivos 
Crimes Comissivos - Sãos praticados mediante ação; O SUJEITO FAZ ALGUMA 
COISA; dividem-se em comissivos propriamente ditos ou comissivos por omissão.
Crimes Omissivos - É o crime que se perfaz pela simples abstenção do agente, independentemente de um resultado posterior, como acontece no crime de omissão de socorro, previsto no artigo 135 do Código Penal, que resta consumado pela simples ausência de socorro. O agente se omite quando deve e pode agir.
4.Crimes de Atividade e de Resultado
Crimes de Atividade – São os que se contentam com a ação humana esgotando a descrição típica, havendo ou não resultado naturalístico ( formais ou de mera conduta) Ex: Prevaricação – Art. 319, CP).
Crimes de Resultado – São aqueles que necessariamente possuem resultado naturalístico, sem a ocorrência, o delito é apenas uma tentativa. Ex: Furto
5. Crimes de Dano e de Perigo
Crimes de Dano: Só se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico visado, por exemplo, lesão à vida, no homicídio; ao patrimônio, no furto; à honra, na injúria etc.
Crimes de Perigo - São os que se consumam tão-só com a possibilidade do dano; Exs: perigo de contágio venéreo, rixa, incêndio, etc.; 
O PERIGO pode ser: 
Presumido
É o considerado pela lei em face de determinado comportamento positivo ou negativo; é a lei que o presume juris et de jure;
Concreto e Abstrato (Art. 132, CP)
É o que precisa ser provado; precisa ser investigado e comprovado; 
Individual (Art. 130 a 136, CP)
É o que expõe ao risco de dano o interesse de uma só pessoa ou de um limitado número de pessoas; 
Comum e Coletivo: (250 a 259, CP) É o coletivo, praticado por um número indeterminado de pessoas. 
6. Crimes Unissubjetivos e Plurissubjetivos
Unissubjetivos (Art. 121, CP) - É o que se perfaz com um único ato, ou por uma só pessoa.
Ex: Aborto, Extorsão, homicídio, constrangimento ilegal.
Plurissubjetivo – (Art. 137, CP) – São aqueles que somente podem serpraticados por mais de uma pessoa. Ex: Rixa, Quadrinha ou bando, bigamia, associação criminosa, entre outros.
7. Crime Habitual
É o crime que exige uma prática reiterada de determinada conduta, por exemplo, casa de prostituição.
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiros, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Requisitos
Reiteração de vários fatos
Identidade ou homogeneidade de tais fatos
Nexo de habitualidade entre os fatos
8.Crimes Unissubsistentes e Plurissubsistentes
Crimes Unissubsistentes – São os que admitem sua prática através de um único ato. Ex: Injuria Verbal. (Não se admite tentativa).
Crimes Plurissbsistentes – São os que exigem vários atos, componentes de uma ação. 
Ex: Homicídio
9. Crimes de Forma Livre e de Forma Vinculada.
Crime de Forma Livre – Podem ser praticados de qualquer modo pelo agente, não havendo, no tipo penal qualquer vínculo com o método. Ex: Infanticídio, Lesão Corporal.
Crime de Forma Vinculada – Somente podem ser cometidos através de formulas expressamente previstas no tipo penal, como demonstra o caso do curandeirismo. (Art. 284, CP).
10. Crimes Vagos (Multivitimários ou de Vitima Difusa)
Não possuem sujeito passivo determinado, sendo este a coletividade, sem personalidade jurídica. Ex: Perturbação de cerimonia funerária (Art. 209, Violação de sepultura (Art. 210, CP).
11. Crimes Remetidos – Tipos penais que fazem expressa remissão a outros. Ex: Uso de documento falso (Art. 304,CP) que remete aos delitos previstos nos art. 297 a 302, CP)
12. Crimes Condicionados (Art. 122, CP)
São os que têm a punibilidade condicionada a um fato exterior e posterior à consumação (condição objetiva da punibilidade).
13. Crimes de Atentado (Ou de Empreendimento)
Consiste naquele que prevê expressamente em sua descrição típica a conduta de tentar o resultado, afastando a incidência da previsão contida no art. 352, CP.
Aplicação da lei penal no tempo:
Aplicação da lei penal vigente a época dos fatos (tempos regid actum).
Exceção: extratividade(possibilidade de aplicação de uma lei a fatos ocorridos fora do âmbito de sua vigência)
Retroatividade: aplicação da lei penal benéfica a fatos acontecidos antes do período da sua vigência (CF ART 5º, XL). A lei só retroagira em benefício do réu.
Ultratividade: e a aplicação da lei penal benéfica, já revogada a fato ocorrido após o período da sua vigência. 
Abolitiu Criminis: Quanto lei posterior deixa de considerar crimes determinados fato causa de extinção da punibilidade. (ART 2 CP)
Novatius legis in melios (modificação benéfica da lei penal)
Novatius legis Impegius: se lei posterior sem criar novas incriminações ou abolir outras precedentes, agrava a situação do sujeito não retroage; aplica-se o princípio da irretroatividade da lei mais severa. 
Lei Penal Benéfica em Vacatio Legis e Combinação de Leis:
Vacatio Legis: período de tempo estabelecido pelo legislador para que a sociedade tome conhecimento de uma determinada norma, após sua publicação e antes de sua entrada em vigor. É o prazo legal que uma lei tem para entrar em vigor, ou seja, de sua publicação até o início de sua vigência, se não for dito prazo de vagância expressamente pela lei, esse, será o prazo estabelecido na lei de introdução ao código civil que e de 45 dias, mas no Brasil, em geral, alei entra em vigor na data de sua publicação e dato esse prazo para que os operadores do direito tenham o pleno conhecimento da lei vacanti. 
Competência para a Aplicação da Lei Penal Benéfica.
Processo em andamento até a sentença :cabe ao juiz de 1 grau a aplicação da lei 
Grau de recurso: poderá aplicar a norma favorável ao tribunal OBS: não poderá haver supressão de instancia.
Transito em julgado da decisão penal (duas correntes doutrinaria)
1- corrente: cabe ao juiz da execução penal 
2- corrente: cabe ao tribunal pela via da revisão criminal
Crime Permanente Lei Penal Benéfica
Crime permanente: e aquele cujo a consumação se prolonga no tempo 
Ex: Sequestro 
Obs: a lei penal mais grave se aplica a lei ao crime continuado ou ao crime permanente 
Crime Continuado e Lei Penal Benéfica 
Crime continuado: e uma ficção jurídica para beneficiar o réu na aplicação da pena 
Leis intermitentes: elas representam um gênero, regra : leis feitas para durar infinitamente.
Leis excepcionais: são leis para vigorar em condições sociais anormais com período de vigência vinculado ao evento que lhes deu causa. Ex : durante o estado de calamidade pública , pode se aumentar as penas do crimes 
Leis temporárias: são leis que tem o seu tempo de vigência, limitado e previamente determinado em seu próprio texto (leis editadas para um período certo de duração Ex: lei feita para durar por um prazo de 12 meses) 
Obs: leis excepcionais ou temporais não respeitam o período da retroatividade benéfica essas leis são sempre ultrativa 
Normas penais em branco 
Dependem de uma complementação, tendo em visto que o preceito primário ( desriçao da conduta) e indeterminado quanto ao seu conteúdo, porém determinável e preceito secundário ou sancionador (pena).
As normas penais em branco podem ser:
Normas impropriamente em branco – são aquelas que buscam seu complemento em normas de igual hierarquia. (Fontes formais homogêneas) 
Ex : CC , CT e CLT
Norma propriamente em branco: buscam o seu complemento em normas de inferior hierarquia (fontes formais heterogêneas)
Ex : portaria do ministério de saúde, portaria do banco central
Obs : as normais penais em branco são especificas quanto a pena, pois sua fixação abstrata cabe ao legislador penal 
Norma Penal em Branco e diferente de Tipo Penal Aberto 
Tipo penal penal aberto: diferente do que se observa na norma penal em branco, no tipo penal aberto não existe padroes objetivos ( previsto em normas de natureza penal) dependendo da subjetividade do magistrado imprecisa e subjetiva interpretação do juiz .
Tempo do Crime
Art. 4º, CP Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado
Teoria sobre o momento do crime
Teoria da atividade – O crime ocorre no momento da conduta seja ela comissiva ou omissiva.
Teoria do resultado – O crime ocorrerá no momento da sua consumação, ou seja, no momento da produção do resultado.
Teoria da ubiquidade ou mista – O crime considera-se praticado no momento da conduta e no momento do resultado.
OBS 1: A teoria adotada pelo CP é a teoria da ATIVIDADE
OBS 2: A lei que vai ser aplicada é a do momento da ação, ou seja, a lei que irá prevalecer é a mais benéfica.
Tempo do crime nas infrações penais 
Regra Especial:
Tempo do crime: Todo o período em que se desenvolver a atividade delituosa.
Crime Permanente: é aquele que a sua consumação, resultado se estende no tempo.
Ex: Se um sequestro está em andamento, com a vítima colocada em cativeiro, havendo a entrada em vigor, de uma lei nova, aumentando consideravelmente as penas para tal delito, aplica-se de imediato a norma prejudicial ao agente, pois o delito está em plena consumação.
Sumula 711 do STF: "A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado e permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência".
Crime continuado: Art. 71, CP - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
OBS 1: Portanto se uma lei nova tiver vigência durante a continuidade, deverá ser aplicada ao caso, prejudicando ou beneficiando.OBS 2: No que tange á imputabilidade penal, é preciso ressalvar, no caso de crime continuado, que as condutas praticadas pelo menor de 18 anos devem ficar fora da Unidade delitiva estabelecida pelo crime continuada, ou seja, penalmente inimputáveis os menores de 18 anos.
Lugar do Crime
Art. 6º, CP Concedera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Teorias
Teoria da atividade (atos executórios - ação)
Teoria do resultado (Consumação ou resultado do crime)
Teoria da Ubiquidade ou mista: (Lugar do crime tanto onde houve a conduta, quanto onde se deu o resultado.
Crime a Distância (Espaço máximo)
É aquele em que a conduta e o resultado ocorrem em países distintos, gerando um conflito de competência internacional. 
Ex: Uma pessoa envia uma carta bomba de São Paulo à outra pessoa em Paris, onde vem a explodir. Por ter o Brasil adotado a Teoria da Ubiquidade no art. 6º do Código Penal, serão competentes para a ação penal referente a este delito tanto a justiça do local da ação (São Paulo) quanto a do local do resultado (Paris).
Lugar do crime nas infrações permanentes ou continuadas
Adota-se a Teoria da Ubiquidade, pois considera-se o lugar do crime aquele onde se der qualquer ato de execução ou mesmo onde se concretizou o resultado.
Art. 71, CPP Tratando –se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se pela prevenção.
Aplicação da lei penal no espaço
Territorialidade – Regra Geral
Art. 5º,CP Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional
Territorialidade: É a aplicação da lei brasileira aos delitos cometidos dentro do território nacional.
Validade da lei penal;
(Art. 5º, CP) – REGRA, ou seja, a lei brasileira vai ser aplicada aos crimes no Brasil;
Duas Exceções:
Brasileiro que comete crimes no exterior;
Estrangeiro que comete crimes no Brasil.
(Art. 5º, Parágrafo 1º, CP)
Território por extensão
Embarcações, aeronaves brasileiras – Natureza pública ou a serviço do governo – Em qualquer lugar;
Mercantes ou de propriedade privada – alto mar e espaço aéreo correspondente
(Art. 5º Parágrafo 2º, CP)
Embarcações e aeronave estrangeiras – Natureza pública a serviço do governo (Em qualquer lugar – Aplica-se a lei da bandeira);
Propriedade privada – Em pouso ou voo, porto ou mar territorial brasileiro -Aplica-se a lei brasileira.
Extraterritorialidade: É aplicação da lei nacional a delitos ocorridos no estrangeiro 
(Art. 7º, CP) 
Lei brasileira – Aplicada no exterior/Crime
I – Hipótese Incondicionada (Prever):
O agente punido independente de qualquer coisa mesmo que ele já tenha sido condenado ou absorvido no exterior;
Crimes Praticados:
Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
Patrimônio/ Fé pública: União, Distrito Federal, Território, Estado e Município;
Empresas Públicas, Sociedade de Economia mista, Autarquias e Fundação;
Contra a Administração Pública no exterior por quem está a serviço;
Crimes de Genocídio (Agente brasileiro ou domiciliado no Brasil)
II – Hipótese Condicionada (Prever):	
O réu entre no território brasileiro;
O fato seja punível no país aonde o agente praticou o delito;
O crime esteja no rol que aceite extradição;
Não tenha sido absorvido ou cumprido a pena no estrangeiro;
Não tenha sido perdoado ou já tenha sido extinta a punibilidade do agente no Brasil ou no exterior (prescrição).
Crimes Praticados:
Por brasileiros no exterior – Aeronaves ou embarcações brasileiras – Se não forem julgados o Brasil irá julgar;
Por estrangeiro contra brasileiro – Se a extradição não foi pedida ou negada- A lei brasileira será aplicada;
Requisição do Ministro da Justiça;
Crimes que o Brasil tenha sido obrigado por Tratado ou Convenção – Será aplicada a lei brasileira.
Princípios relacionados:
Princípio da Justiça Universal – Crime que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (tráfico ilícito de droga, pirataria, destruição ou danificação de cabo submarinos, tráfico de mulheres)
Princípio da Nacionalidade ou da Personalidade – Crime praticado por brasileiro. Caso um brasileiro cometa um crime no exterior e se refugie no Brasil, outra alternativa não resta – para não haver impunidade- senão a punição por um tribunal pátrio. A competência para o julgamento é da Justiça Estadual da Capital do Estado onde o último houver residido o acusado. Se nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo estadual da Capital da República. 
Princípio da Bandeira ou da Representação – Crime praticado em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Princípio da defesa ou da proteção – Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, desde que não tenha sido pedida ou tenha sido negada a extradição e quando houver requisição do Ministro da Justiça.
Território: É todo o espaço onde o Brasil exerce a sua soberania, seja ele terrestre, aéreo, marítimo ou fluvial.
Extradição: É um instrumento de cooperação internacional na repressão a criminalidade por meio do qual um Estado entrega a outro uma pessoa acusada ou condenada, para que seja julgada ou submetida à execução da pena.
Espécie de extradição e fonte legislativa:
Ativa – O pedido formulado pelo Estado para a entrega de alguém.
Passiva – A entrega de uma pessoa pelo Estado em razão de um pedido formulado por outro Estado.
Fonte Legislativa: É a lei (6.815/80 alterada pela lei 6.964/81) denominada Estatuto do Estrangeiro.
Na CF/88 somente a União pode legislar sobre extradição.
Requisitos para concessão da extradição
Exame prévio do Supremo Tribunal Federal;
Existência de convenção do trato formado com o Brasil;
Existência de sentença penal condenatória
Ser extraditando estrangeiro;
O fato imputado deve constituir crime;
A pena máxima para o crime imputado ao extraditando deve ser privativa de liberdade superior a um ano, pela legislação brasileira;
O crime imputado ou extraditando não pode ser político ou de opinião;
O extraditando não pode estar sendo processado, não pode ter sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato que se fundar o pedido. A aplicação do princípio “NI BIS IN IDEM”.
O Brasil tem que ser incompetente para julgar a infração, segundo suas leis, e o Estado requerente deve provar que é competente para julgar o extraditando;
O extraditando, no exterior, não pode ser submetido a tribunal de exceção, que é o juízo criado após cometimento da infração penal, especialmente para julgá-la;
Não pode estar extinta a punibilidade pela prescrição, segundo a lei do Estado requerente ou de acordo com a bandeira;
O extraditando não pode ser considerado, oficialmente, como refugiado pelo Governo brasileiro.
Outras exceções à regra da territorialidade
Regra Geral: Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no território nacional:
Exceções:
As convenções, tratados e regras de direito internacional (Imunidade diplomáticas e consulares)
As imunidades parlamentares
Tratados e Convenções: É declaração de vontades entre nações soberanas, por intermédio de agentes diplomáticos ou delegados especiais, na negociação e resolução de certo caso, ou na execução da mesma obra, ou plano de interesse comum.
Imunidade Diplomática e Consulares: Trata-se de exceção ao princípio da territorialidade, previsto em Convenções subscritas pelo Brasil, concedendo aos diplomatas e cônsules isenção à jurisdição brasileira, motivo pelo qual somente podem ser processados criminalmente em seus países de origem.
A imunidade abrange os diplomatas de carreira como: 
Embaixador a terceiro secretário;
Tradutores, contabilista ( Quadro TécnicoAdministrativo).
Características das Imunidades Diplomáticas 
Inviolabilidade pessoal;
Independência; 
Isenção da jurisdição criminal, civil e tributária;
Inviolabilidade de habitação;
Dever de cumprimento das leis do Estado onde estão servindo.
Imunidade Consulares:
Possuem imunidade à jurisdição brasileira os funcionários consulares de carreira: Cônsul Geral, O Cônsul, O Vice Consul e o Agente Consular
Imunidade Parlamentar:
Cuida-se de exceção ao princípio da territorialidade, previsto na Constituição Federal, possibilitando que o parlamentar, no exercício de seu mandato, por opiniões, palavras e votos, não possa ser criminal e civilmente responsabilizado. Permite, ainda, que processos criminais contra eles instaurados possam ser sustados pela Casa Legislativa correspondente.
Duas espécies:
1.Imunidade material ou inviolabilidade – Refere-se a inviolabilidade do parlamentar (Senador, Deputados Federais e Estaduais e Vereador), no exercício do mandato, por sua opiniões, palavras e votos (CF/88, 53, Caput,27, § 1º, 29, VIII), é causa pessoal de isenção de pena.
2.Imunidade Formal – Assegura aos Deputados (Federais e Estaduais) e Senadores, desde a expedição do diploma, a impossibilidade de prisão processual, salvo em flagrante de crime inanfiançável.
Espécies de Imunidades Parlamentares:	
Substantiva – É um privilégio de direito penal substantivo e visa a assegurar a liberdade de palavra e de debates;
Processual – É um privilégio de natureza processual e tem por fim garantir a inviolabilidade pessoal, evitando que o parlamentar seja submetido a processos tendenciosos ou prisões arbitrarias.
Teoria do Crime
Conceito de crime: - O crime pode ser conceituado como material, formal e analítico Conceito Formal => Crime é a ação ou omissão proibida pela lei, sob ameaça de pena;
Conceito Material=> Crime é a violação de um bem penalmente protegido;
Conceito Analítico=> Crime é o fato típico, ilícito e culpável
OBS: Logo, o conceito utilizado pelo Código Penal é o analítico. 
Conceito analítico: é um fato típico (conduta / resultado / nexo causal / tipicidade) e antijurídico (contrário ao direito); para a aplicação da pena é necessário que o fato, além de típico e antijurídico, seja também culpável, ou seja, reprovável (culpabilidade - imputabilidade / exigibilidade de conduta diversa / potencial consciência da ilicitude).
OBS:A teoria adota pelo Código Penal é tripartida – Fato típico, Antijurídico e Culpável 
Requisitos do crime
Fato típico – É aquele descrito pela lei penal como delituoso; 
Antijuridicidade - É todo ato que vai de encontro ao ordenamento jurídico penal.
Culpabilidade - É pressuposto para aplicação da pena, sendo a reprovação ao agente pela contradição entre sua vontade e a vontade da lei, ou seja, é a reprovabilidade da conduta.
OBS – Crime é o comportamento humano positivo ou negativo (ação ou omissão); é fato típico (conduta prevista como crime na legislação penal) e antijurídico ou ilícito (contrário à ordem jurídica como um todo). As causas de exclusão da ilicitude afastam a antijuridicidade e para que seja punível, ainda fica condicionada a culpabilidade, que é a reprovação ao agente pela contradição entre sua vontade e a vontade da lei.
Crime e contravenção penal
Crime -INFRAÇÃO MAIS GRAVE. Conduta humana ilícita (elemento formal) que contrasta com os valores e interesses da conduta social (elemento material), decorrente de uma ação ou omissão, DEFINIDA EM LEI, necessária e suficiente para que ocorrendo faça nascer o “jus puniendi” do Estado. Os infratores sujeitam-se as penas de detenção e reclusão. O crime não tem definição legal.
Contravenção - INFRAÇÃO MENOS GRAVE por definição do legislador; são punidas apenas com multa ou prisão simples e estão arroladas na Lei de Contravenções Penais. OBS: Reclusão – (Pena privativa de liberdade – Art. 33, CP) É uma pena mais rígida, que vale para regimes fechados nos quais a periculosidade do preso é evidente, ou seja, crimes mais graves para os quais a possibilidade de saída do preso é restringida.
Detenção – Corresponde a regimes de semi-liberdade nos quais os crimes são mais brandos e o preso aguarda uma possibilidade de saída breve.
Sujeitos ativos do crime - É quem pratica o fato descrito na norma penal incriminadora; só o homem possui a capacidade para delinquir. 
OBS: Via de regra é uma pessoa física imputável com idade igual ou superior a 18 anos. A pessoa jurídica poderá ser responsabilizada criminalmente pela pratica de crimes contra o meio ambiente.
Sujeito passivo do crime – é o titular do bem jurídico protegido pelo tipo penal incriminador que foi violado.
Sujeito passivo forma (ou constante) – É o titular do interesse jurídico de punir. Logo, esse interesse é o do ESTADO que chamamos de JUS PUNIENDI (É o poder ou o dever que o estado tem de punir o autor de um ilícito penal.
Sujeito passivo material (ou eventual) – é o titular do bem jurídico diretamente lesado pela conduta do agente.
Objeto do crime:
É o bem jurídico que sofre as consequências da conduta criminosa.
Objeto material: É a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa.
Ex. No crime de furto, art. 155 do CP, o objeto material é a coisa alheia móvel subtraída de seu dono.
OBS: “A” subtrai de “B” seu automóvel. Sujeito ativo: “A”; Sujeito Passivo: “B”; Objeto jurídico: patrimônio; Objeto material: automóvel.
Objeto jurídico: E o bem protegido pela norma penal.
Ex. É a vida, no homicídio; a integridade corporal, nas lesões corporais; o patrimônio, no furto; a honra, na injúria; a Administração Pública, no peculato etc.
Relação de Causalidade
Art. 13, CP – O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera – se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado teria ocorrido.
Teorias sobre o nexo de causalidade
1) Teoria das equivalências de condições (ou dos antecedentes) ou (Conditio Sine Qua non)
Toda e qualquer circunstância que haja concorrido para produzir o dano é considerada como causa. Sua equivalência resulta do fato de que suprimida uma delas o dano não se verificaria. Se várias são as condições que concorrem para o mesmo resultado todas tem o mesmo valor e a mesma relevância, todas se equivalem. Aqui não se indaga qual delas foi a mais adequada para produzir o dano. Causa seria a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Condição é todo o antecedente que não pode ser eliminado mentalmente sem que o evento desapareça (ex; a pessoa leva o tiro, e ai a pessoa considera quem produza bala, a pólvora, a arma, o açoda arma e etc.)
2) Teoria da Causalidade Adequada
É um determinado evento somente será produto da ação humana quando esta tiver sido apta e idônea a gerar o resultado. Ex: O fornecimento de arma, desde que em atividade lícita de comércio, jamais seria considerado causa do crime, pois não se trata de ação idônea á produção desse tipo de resultado.
3) Teoria da imputação objetiva
Imputa ao agente a pratica de um resultado delituoso apenas quando o seu comportamento tiver criado, realmente, um risco, juridicamente não tolerado, nem permitido, ao bem jurídico. Ex: A venda da arma, independentemente de qualquer outra análise, não pode ser considerada causa do resultado, uma vez que o vendedor não agiu de modo lícito e o comerciante não tem obrigação de checar o uso das mercadorias vendidas por quem quer que seja.
Concausa 
São as causas concomitante que se unem para gerar o resultado.
Causa Principal
A causa absoluta preexistente
Ex: A quer suicidar-se e ingere veneno. Durante o processo de intoxicação da substância ingerida, recebe um ferimento por parte de B, que quer matá-lo. Contudo, pouco depois vem a morrer, mas em consequência do veneno, não da lesão recebida. Abstraindo-se a conduta de B, o resultado apareceria de qualquer forma. Logo, a ação de B não é causa, porque fora do alcance do art. 13 doCódigo Penal, já que causa é apenas a conduta sem a qual o resultado não teria ocorrido. Restaria a tentativa, porque, a contrário sensu, pode-se aplicar o § 2º do art. 13. Deveras, tal tentativa é juridicamente irrelevante, pois não tinha mais o condão de ofender o bem jurídico que era a vida. É uma espécie de crime impossível.
Causa absoluta concomitante(Presente) 
Ex: No mesmo momento da conduta do agente, aparece outra causa que determina, por exclusividade, o mesmo resultado pretendido. A e B atiram contra C (fora de co-autoria) e prova-se que o projétil de B é que causou a morte de C, atingindo-o no coração, enquanto a bala disparada por A alvejou, de leve, o braço de C. A morte apenas é imputada a B.
Causa absoluta superveniente (Futura)
Ex: Após o esgotamento da conduta do agente, surge uma nova causa que determina também, o mesmo resultado intencionado, porém sem ingressar na linha do desdobramento causal do fato pretendido. A envenena B, mas, ainda sem que o veneno aja, ocorre a queda de uma viga sobre B, que então morre em razão dos ferimentos decorrentes da queda.
OBS: Não se corta o nexo causal se houver a junção da causa principal com a preexistente, nem da principal com a concomitante, abrindo –se EXCEÇÃO, dependente de prova, no tocante as supervenientes (neste caso há imprevisibilidade – nexo causal poderá ser cortado).
Desistência voluntária- Consiste no abandono voluntário da prática delitiva pelo agente. Cessa a fase executória da conduta e o resultado inicialmente desejado não ocorre em razão da desistência voluntária do agente. Ressalte-se que a desistência tem que ser voluntária, ou seja, por razões próprias o sujeito abandona a prática delitiva. Nada impede que um amigo ou terceiro o convença a abandonar seu intento inicial.
Ex: Que ótimo conseguir entrar nessa casa para furtar, pensando bem ... Não vou furtar nada... Vou embora. Vou desistir.
Características da ‘desistência voluntária:
O agente inicia a execução e, em meio à esta execução, decide parar, desiste de continuar.
Ele deve ter potencialidade lesiva para dar sequência ao crime, não prossegue porque não quer, motivado por causas endógenas.
“se o agente podia prosseguir, mas não quis, dá-se a Desistência Voluntária. Se o agente queria prosseguir, mas não podia, trata-se de ‘Tentativa’ (resultado = punição mais grave)”.
A desistência precisa ser “voluntária”, mas não precisa ser “espontânea” (quem se comove com o apelo da vítima e desiste, desistiu voluntariamente, porém, motivado por uma causa externa, não espontânea).
O réu não responde pela “tentativa”. Somente pelos atos já praticados
Arrependimento eficaz - Ocorre quando o agente pratica alguma conduta para salvaguardar o bem jurídico que já foi colocado em risco. Em tal situação, a fase de execução foi realizada, entretanto, o agente agrega nova conduta a fim de evitar o sacrifício do bem tutelado, salvando-o. Note que a execução do crime aconteceu, mas não o seu exaurimento.
Características do ‘Arrependimento Eficaz’:
O agente já produziu o suficiente para chegar ao resultado;
Arrepende-se e age eficazmente de modo que o resultado não se produz;
Responde pelos atos já praticados.
Previsto no art. 15, CP – O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Arrependimento Posterior – Previsto no Art. 16, CP – Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Características do Arrependimento Posterior
A reparação do dano(ressarcimento) ou a restituição do objeto material
É necessário que o ato seja voluntario, ainda que não seja espontâneo. 
O ressarcimento deve ser feito até o recebimento da denúncia ou queixa
Não pode ser aplicado nos casos de delitos praticados com violência ou grave ameaça. Todo crime com violência ou grave ameaça não terá a aplicação do arrependimento posterior.
Elementos Subjetivos do crime: Dolo e Culpa 
DOLO (Previsto no art. 18, CP) – É a vontade e a consciência do agente dirigida a realizar a conduta prevista no tipo penal.
Momento volitivo: Decisão a respeito de querer realizar a conduta. Diferente do desejo.
REGRA: (Crime Doloso) – Art. 18,§ Único – Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando a prática é dolosamente.
OBS1: O dolo é quando você quer e a culpa é quando você comete aquele ato por uma imprudência, negligência e imperícia.
OBS2: O crime doloso é a regra. Ex: Matar alguém, subtrair coisa alheia móvel
A culpa deve ser expressa ou prevista em lei. Ex: Homicídio.
Teorias do Dolo
1.Teoria da Vontade
Vontade e consciência de querer praticar a ação penal
2.Teoria do Assentimento
O agente prevê o resultado como possível, e mesmo não o querendo, não se importa com sua ocorrência assumindo o risco de produzi-lo.
3.Teoria da Representação
O agente prevê o resultado como possível, e prossegui com a conduta
4.Teoria da probabilidade
Se houver grande probabilidade do resultado haverá dolo
OBS: As teorias que o Código Penal adotou foi a da Vontade e do Assentimento
Característica do Dolo
Abrangência: O dolo deve abranger todos os elementos objetivo do tipo 
Atualidade: O dolo deve estar presente no momento da ação
Possibilidade de influenciar o resultado: Vontade do agente capaz de produzir o evento típico.
Tipos de Dolo
Dolo Genérico e Dolo Específico
Dolo Genérico –Vontade de praticar a conduta típica, sem qualquer finalidade especial. Ex: Crimes contra a honra.
Dolo Específico – Vontade de praticar a conduta típica acrescentada de uma especial finalidade.
a) Explicito: Presente no tipo penal (Art. 155, CP).
Ex: Furto
b) Implícito: Previsto no tipo, embora não seja visível de pronto (Art. 139, CP).
Dolo Direto e Dolo Indireto (Eventual
Dolo Direto – O agente quer efetivamente cometer o delito
OBS1: O dolo direto pode ser de primeiro grau – Conduta é dirigida finalisticamente a causar o resultado.
OBS2: O dolo direto pode ser de segundo grau – Efeitos colaterais necessários causados pelo meio escolhido.
Dolo Indireto – Quando, apesar de querer o resultado, a vontade não se manifesta de modo único e seguro em direção a ele.
Dolo Eventual – O agente prevê o resultado e, embora não o queira, não se importa com a sua eventual produção, assumindo o risco de produzi-lo.
Dolo Eventual ≠ Culpa Consciente
Em ambos o agente prevê a ocorrência do resultado, mas somente no dolo o agente admite a possibilidade do evento acontecer, na culpa consciente, o agente acredita sinceramente que conseguirá evitar o resultado, ainda que tenha previsto.
OBS: Consciência: O agente deve saber exatamente aquilo que faz, para que possa ser lhe atribuindo o resultado, ou seja, isso não quer dizer que o agente conheça o tipo penal.
Culpa – É quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligencia e imperícia. 
Conceito – Ato humano voluntário, dirigido a um fim licito, mas que por imprudência, negligencia ou imperícia, dá causa a um resultado não querido, nem mesmo assumido, tipificado previamente em lei.
Elementos da Culpa
1.Concentração na análise da conduta voluntária do agente (Qual a postura do agente frente ao bem jurídico e não do resultado);
2.Ausência do dever de cuidado objetivo (O agente deixou de seguir as regras básicas e gerais de atenção e cautela exigíveis de todos que vivem em sociedade.
3.Resultado dano involuntário (O evento lesivo jamais tenha sido desejado ou acolhido pelo agente);
4.Previsibilidade (Possibilidade de prever o resultado lesivo);
5.Ausência de previsão (Culpa inconsciente) – Não é possível que o agente tenha previsto o evento lesivo – (Culpa Consciente), previsão do resultado, esperado, sinceramente, que ele não aconteça,quando o agente vislumbrar o evento lesivo, mas crê poder evitar que ocorra.
6. Tipicidade – Crime culposo expressamente previsto no tipo penal.
Nexo Causal – Somente a ligação, através da previsibilidade, entre a conduta do agente e o resultado danoso pode constituir o nexo de causalidade no crime culposo.
Especiés de Culpa (Art. 18,II,CP)
Imprudência (Fazer algo) – Prática de um ato perigoso sem os cuidados que o caso requer. Ex: Motorista em alta velocidade.
Negligência (Não fazer) – Deixar de fazer algo que a diligência norma impunha. Ex: Motorista que não concertou os freios
Imperícia (Atividade Profissional) – Inaptidão do agente, para o exercício da arte, profissão ou ofício. Ex: Cirurgião
Ilicitude (Antijuricidade) - É a contrariedade de uma conduta com o direito, causando efetiva lesão a um bem jurídico protegido.
Aspecto Formal: Contrariedade da culpa com o direito
Aspecto material: Lesão a um bem jurídico tutelado
Excludente de Ilicitude
Está prevista no Art. 23, CP – Não há crime quando o agente pratica o fato:
I- Estado de necessidade;
II- Em legitima defesa
III- Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular do direito
Estado de Necessidade
É o sacrifício de um interesse juridicamente protegido, para salvar de perigo atual e inevitável o direito do próprio agente ou de terceiros, desde que outra conduta, nas circunstâncias concretas não fosse razoavelmente exigível. (Previsto no Art. 24, CP.)
Art. 24, § 1º, CP – Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
O que significa dever legal?
É aquele previsto em uma norma jurídica (lei, decreto, regulamento), o que inclui a obrigação funcional do policial, do saldado, do bombeiro, do médico sanitarista, do capitão do navio, etc.
Requisitos para o estado de necessidade
Existência de perigo atual;
Involuntariedade na geração do perigo;
Inevitabilidade do perigo e inevitabilidade da lesão;
Proteção a direito próprio ou de terceiros.
Proporcionalidade do sacrifício do bem ameaçado;
Dever legal de enfrentar o perigo (Art. 24, § 1º)
Causa de diminuição de pena. (Art. 24, § 2º)
Legitima Defesa
É a defesa necessária empreendida contra agressão injusta, atual ou iminente, contra direito próprio ou de terceiros, usando, para tanto, moderadamente, os meios necessários. (Previsto no Art. 25, CP).
Elementos da legitima defesa
Relativos à agressão
Injustiça;
Atualidade ou iminência;
Contra direito próprio ou de terceiros.
Relativos à Repulsa
Utilização dos meios necessários
Moderação
Estrito cumprimento do dever legal
Ação praticada em cumprimento de um dever imposto por lei, penal ou extrapenal, mesmo que cause lesão a bem jurídico de terceiros. (Previsto nos Arts. 292;245; § 2º e 3º)
Exercício regular de um direito
Desempenho de uma atividade ou prática de uma conduta autorizada por lei, que torna lícito um fato típico.
Culpabilidade
Juízo de reprovação social, incidente sobre o fato e seu autor, devendo o agente ser imputável, atuar com consciência potencial da ilicitude, bem como ter a possibilidade e a exigibilidade de atuar de outro modo, segundo as regras impostas pelo direito. 
Teorias sobre a culpabilidade
Psicológica (Causalista): Dolo e culpa – agente imputável;
Normativa ou psicológico: Ênfase ao conteúdo normativo da culpabilidade – (Dolo e culpa) + (juízo de reprovação) – Agente imputável.
Agente: Censurado somente se for imputável, tiver atuado com consciência potencial da ilicitude e com exigibilidade e possibilidade de atuação conforme as regras impostas pelo direito.
Culpabilidade – É o fundamento e limite da pena, integrativa do conceito de crime e não mero pressuposto da pena, como se estivesse fora da conceituação.
OBS: Um fato típico e antijurídico, ausente a culpabilidade, não é uma infração penal, podendo constituir-se um ilícito de outra natureza, sem a reprovação da conduta, deixa de nascer o crime

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