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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE ENDOMARKETING, A FORÇA DAS EMPRESAS Por: Fernanda Moraes Cardozo Orientadora Profª. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2009 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE ENDOMARKETING, A FORÇA DAS EMPRESAS Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Comunicação Empresarial Por: . Fernanda Moraes Cardozo 3 AGRADECIMENTOS Aos amigos e parentes que me incentivaram no estudo. 4 DEDICATÓRIA Aos profissionais de comunicaçao interna que diariamente lutam pelo real reconhecimento de seu papel na organização. 5 RESUMO Endomarketing é uma ferramenta de gestão estratégica muito importante, porém ainda pouco explorada. Investir em endomarketing é melhorar a qualidade de vida dos funcionários, oferecendo-lhes informação e integração com a empresa. Funcionário informado e integrado trabalha melhor, mais motivado, refletindo no melhor atendimento ao cliente. O planejamento de endomarketing precisa ser bem estruturado, feito de acordo com a cultura organizacional. As diversas ferramentas a serem usadas devem ser desenvolvidas de acordo com os objetivos do planejamento estratégico de cada empresa. Empresas que ainda se fundamentam em antigos parâmetros de administração, onde só existem incentivos econômicos, precisarão adaptar-se à nova gestão para manter-se no mercado. A tendência é a ampliação cada vez maior da gestão participativa, onde existe maior liberdade de expressão e descentralização. 6 METODOLOGIA Os métodos utilizados para a realização deste trabalho foram a pesquisa documental com a leitura de artigos e publicações na Internet e a pesquisa bibliográfica. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I – Ambiente organizacional 9 CAPÍTULO II – Endomarketing 20 CAPÍTULO III – Estratégias 30 CONCLUSÃO 40 ANEXOS 42 BIBLIOGRAFIA 45 ATIVIDADES CULTURAIS 46 ÍNDICE 47 FOLHA DE AVALIAÇÃO 48 8 INTRODUÇÃO As empresas podem ter tudo, mas nada serão se não valorizarem o elemento humano. Os funcionários são a base da organização, são a empresa perante o cliente. São os “embaixadores da marca”, os formadores de opinião. Para darem tudo de si, precisam estar cientes do sentido de seu trabalho, colocar razão e emoção naquilo que fazem, entender sua posição e importância na equipe. E é aí onde o endomarketing atua. Endomarketing é um processo estratégico, gerencial e contínuo, baseado em diversas ferramentas tradicionais ou não, criativas e dinâmicas. Tem por objetivo promover não só a motivação das pessoas com o seu trabalho, mas também a informação, garantindo assim um maior compromisso dos funcionários com os objetivos da organização. Dessa forma, contribui para a obtenção de melhores resultados e eficiência no atendimento ao cliente. Este trabalho tem como objetivo desmistificar o endomarketing. Mostrar que sua aplicação não é tão fácil como muitas empresas pensam. Muito além de implantar um “jornalzinho”, ou desenvolver uma comunicação interna, um bom programa de endomarketing requer investimento, tempo e pessoas competentes. O relacionamento da empresa com os clientes é um reflexo da relação que ela tem com seus funcionários. Quanto melhor esta relação, melhor será a imagem da empresa no mercado. O endomarketing está começando a se desenvolver no Brasil, mas muitas organizações ainda não descobriram que investir no funcionário é usar a força de trabalho a seu favor. O primeiro capítulo aborda o ambiente organizacional, a mudança do foco no funcionário apenas como mão de obra para tornar-se o elemento mais importante da organização. A motivação é desenvolvida de acordo com a hierarquia das necessidades de Maslow e a teoria dos fatores higiênicos e motivacionais de Herzberg. O clima organizacional é visto como o ambiente interno existente entre os funcionários, influenciado pelas estratégias motivacionais e pela cultura da empresa. A importância da comunicação 9 organizacional também é analisada não só como forma de manter funcionários informados, mas como estratégia de integração da empresa. O segundo capítulo expõe algumas definições de endomarketing, desenvolvendo a idéia dos 4 C’s: Companhia, Custos, Coordenadores e Comunicação. Nesta abordagem, comunicação interna é uma das ferramentas do endomarketing. Aborda também o público interno e o desenvolvimento de um planejamento de endomarketing. O terceiro capítulo ressalta algumas estratégias de endomarketing, como programas específicos, treinamentos, eventos e responsabilidade social empresarial. Define também as ferramentas mais usadas da comunicação interna, como revistas, boletins, house organs, jornal mural, meios na rede, TV e rádio empresa. 10 CAPÍTULO I Ambiente Organizacional Organização é um sistema de duas ou mais pessoas que praticam atividades coordenadas. Os indivíduos formam organizações para alcançar objetivos que jamais conseguiriam sozinhos. Uma organização somente existe quando “há pessoas capazes de se comunicarem e que estão dispostas a contribuir com ação conjunta, a fim de alcançarem um objetivo comum” (CHIAVENATO, 2008, p.22). A sociedade moderna é uma sociedade de organizações, onde as pessoas são influenciadas e ao mesmo influenciam umas as outras. São sistemas complexos de atividades humanas em diversos níveis. Existem muitos tipos de organizações, e cada uma delas apresenta um relacionamento diferente entre pessoas. Enquanto nas pequenas os membros se relacionam face-a-face, nas grandes há necessidade de níveis intermediários para coordenar as atividades. Desde os anos de 1990, com a chegada da era da informação, as pessoas deixaram de ser fornecedoras de mão de obra para tornarem-se fornecedoras de conhecimento e competência. Passaram de pessoas como fatores de produção estáticos e sujeitos as regras e regulamentações rígidas para seres humanos pró-ativos dotados de inteligência e habilidades que devem ser motivadas sempre. Não se trata mais de administrar pessoas, mas sim de administrar com as pessoas, o recurso mais importante da organização. 1.1 – A motivação humana Motivação é o empenho de aumentar ou manter tão alto quanto possível a capacidade de um indivíduo, a fim de que este possa alcançar excelência na execução das atividades das quais dependam o sucesso ou o fracasso 11 da organização a que pertence (HECKHAUSEN. Citado por LOPES, 1980, p.7). Segundo CHIAVENATO motivo é tudo que impulsiona uma pessoa a agir de determinada forma, e esse impulso pode ser provocado por um estímulo externo, do ambiente ou gerado internamente pelo indivíduo. “A motivação é um processo com intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta” (BRUM,2008, p. 116) Para BRUM, motivação é movimento para ação, é um conjunto de motivos que levam as pessoas a praticarem determinadas ações. Para isso, é preciso uma força interior que movimenta à ação, a automotivação. Uma força que depende de fatores genéticos e ambientais. Todas as pessoas têm suas necessidades próprias, seus desejos e aspirações. As necessidades são forças internas que impulsionam e influenciam cada pessoa, determinando seus pensamentos e direcionando o seu comportamento nas diversas situações da vida. É a partir das necessidades que as pessoas desenvolvem suas motivações. Há diferenças nas necessidades de cada indivíduo, entretanto, essas necessidades são bem semelhantes quanto à maneira pela qual fazem as pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfação. As teorias procuram identificar as necessidades que são comuns a todas as pessoas, suas utilidades residem no fato de que a organização, tendo conhecimento dessasnecessidades, pode tentar motivar sua equipe a agir e a se comportar de acordo com os objetivos da empresa e, simultaneamente, alcançar satisfação delas através do contexto organizacional. Ambos, empresa e indivíduo podem beneficiar-se reciprocamente. 1.1.1 – Hierarquia das necessidades de Maslow A teoria das necessidades leva em conta que os motivos do comportamento estão dentro do próprio indivíduo, ou seja, sua motivação para 12 agir e se comportar vem das forças que existem dentro dele próprio. Algumas dessas necessidades são conscientes, enquanto outras não. Para Maslow, as necessidades humanas estão organizadas em uma pirâmide de importância e de influenciação do comportamento humano. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas e recorrentes, enquanto no topo estão as mais sofisticadas e intelectualizadas. • Necessidades fisiológicas: constituem a base das necessidades humanas, como as necessidades de alimentação, de repouso, abrigo (frio ou calor), ou desejo sexual. Elas orientam a vida humana desde o momento do nascimento. Quando todas as necessidades humanas estão insatisfeitas, a maior motivação da pessoa será as necessidades fisiológicas, e o comportamento dela será em função da procura de alívio na pressão que essas necessidades produzem sobre o organismo humano. • Necessidades de segurança: constituem o segundo nível das necessidades humanas. Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou abstrato, como a busca de proteção contra ameaça ou privação, a fuga ao perigo e o desejo de estabilidade. Surgem no comportamento humano quando as necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas, e também estão intimamente relacionadas com a sobrevivência da pessoa. As necessidades de segurança têm grande relevância, já que na vida organizacional as pessoas têm uma relação de dependência com a organização. As ações gerenciais arbitrárias ou as decisões inconsistentes e incoerentes podem provocar incerteza ou insegurança nas pessoas quanto à sua permanência no emprego. Se as ações e decisões gerenciais refletem discriminação e favoritismo ou alguma prática imprevisível, podem se tornar poderosos ativadores de insegurança entre as pessoas. • Necessidades sociais: são as necessidades relacionadas com a vida do indivíduo com outras pessoas, como a participação, a aceitação por 13 parte dos colegas, a troca de amizade, de afeto e amor. Surgem no comportamento quando as necessidades mais baixas (fisiológica e de segurança) se encontram relativamente satisfeitas. Quando as necessidades sociais não estão suficientemente satisfeitas, a pessoa se torna resistente e hostil com relação às pessoas de seu convívio. A frustração dessas necessidades conduzem geralmente à falta de adaptação social e à solidão. • Necessidades de estima: são as necessidades relacionadas com a maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia. Envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de reconhecimento, de prestígio e consideração. A satisfação dessas necessidades conduz a sentimentos de autoconfiança. A sua frustração pode produzir sentimentos de inferioridade e fraqueza, que podem levar ao desânimo ou a atividades compensatórias. • Necessidades de auto-realização: são as necessidades humanas mais elevadas e que se encontram no topo da hierarquia. São elas as responsáveis por levar cada pessoa a realizar o seu próprio potencial e de se desenvolver continuamente ao longo da vida. As necessidades de auto- realização estão relacionadas com a plena realização daquilo que a pessoa tem de potencial e de virtual, da utilização plena dos talentos individuais. 1.1.2 – Teoria dos fatores higiênicos e motivacionais de Herzberg Herzberg formulou a chamada “Teoria dos dois fatores” para explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Para ele, dois fatores motivam as pessoas para trabalhar: os higiênicos e os motivacionais. • Fatores higiênicos: também denominados fatores ambientais. Estão localizados no ambiente de trabalho. Os principais fatores higiênicos são: as condições físicas e ambientais de trabalho, os benefícios sociais, o tipo de 14 gerência, as políticas e diretrizes da empresa, o salário, o clima organizacional, os regulamentos internos entre outros. Como todas essas condições são decididas pela empresa, os fatores higiênicos estão fora do controle das pessoas. Antigamente, apenas os fatores higiênicos eram levados em conta na motivação das pessoas, o trabalho era considerado uma atividade desagradável e para fazer com que as pessoas trabalhassem mais, tornava-se necessário o apelo para prêmios e incentivos salariais, liderança democrática, políticas empresariais estimuladoras, ou seja, incentivos situados externamente ao indivíduo em troca do seu trabalho e dedicação. A principal característica dos fatores higiênicos é que quando eles são bons conseguem apenas evitar a insatisfação das pessoas, pois não conseguem aumentar consideravelmente a satisfação e, quando a elevam não conseguem sustentá-la elevada por muito tempo. Porém, quando são péssimos ou precários, os fatores higiênicos provocam a insatisfação das pessoas. • Fatores motivacionais: também denominados fatores intrínsecos, pois estão relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que a pessoa executa. Estão relacionados com aquilo que ela faz e desempenha, por isso, estão sob o controle da pessoa. Os fatores motivacionais envolvem os sentimentos de reconhecimento profissional, de crescimento individual e as necessidades de auto-realização. Tradicionalmente, as tarefas e os cargos têm sido arranjados e definidos com a preocupação exclusiva de atender aos princípios de economia e eficiência, esquecendo os aspectos de desafio e oportunidade para a criatividade individual. Com isto, as tarefas perdem o “significado psicológico” para a pessoa que as executa e passam a ter um efeito de “desmotivação”, provocando desinteresse e apatia, já que a empresa nada mais oferece além de fatores higiênicos. Quando são ótimos, os fatores motivacionais elevam a satisfação das pessoas no trabalho. Porém, quando precários, inibem a satisfação. Os fatores 15 responsáveis pela satisfação no trabalho são totalmente independentes dos fatores responsáveis pela insatisfação. Para motivar os funcionários, Herzberg propõe o enriquecimento de tarefas, ou seja, ampliar as responsabilidades, os objetivos e os desafios das tarefas do cargo. Ele enfatiza os fatores motivacionais que normalmente são esquecidos pela organização. 1.1.3 – Comparação dos modelos de Maslow e Herzberg De certa forma, Maslow e Herzberg concordam que os níveis mais baixos das necessidades humanas tem pouco efeito motivacional quando se trata de um padrão de vida mais elevado. Necessidades fisiológicas, de segurança e sociais de Maslow (necessidades básicas de sobrevivência) nada mais são do que os fatores higiênicos de Herzberg. Enquanto o primeiro privilegia as necessidades, o segundo foca as metas e os incentivos. As duas abordagens apresentam pontos de convergência e diferenças, ilustrados no quadro abaixo (CHIAVENATO, 2008, P.71). Auto- realização -O trabalho em si -Responsabilidade -Progresso -Crescimento -Realização -Reconhecimento -Status -Relações interpessoais -Supervisão -Colegas e subordinados -Supervisão técnica -Políticas administrativas e empresariais -Segurança no cargo -Condições físicas de trabalho -Salário -Vida pessoal Estima Necessidades sociais Necessidades de segurança Necessidades fisiológicas Hi gi ên ic o s M o tiv ac io n a is Hierarquia da necessidades de Maslow Fatores de higiene- motivação de Herzberg 16 Maslow e Herzberg partem do princípio que existe uma maneira melhor de motivar as pessoas, seja pelo reconhecimentoda hierarquia das necessidades ou através dos fatores motivacionais. Eles salientam que se a organização for capaz de atender as necessidades dos funcionários, estes poderão crescer, encontrar sua satisfação e auto-realização ao promover os objetivos da organização. Entretanto, pessoas reagem de diferentes maneiras de acordo com a situação vivenciada, e isso deve ser levado em conta. Segundo LOPES, um fator muito importante nas organizações humanas é a motivação que está relacionada com a personalidade do ser humano e com o seu desenvolvimento mental, emocional, profissional e social. Ela incita as pessoas a se superarem e persistirem nos objetivos que visam. Para o êxito de qualquer organização é preciso promover essa motivação. Atualmente, é um grande desafio para as organizações aumentar a produtividade e alcançar a máxima eficiência e satisfação do funcionário, pois é preciso ser flexível quando se trata de seres humanos. É cada vez maior o número de pessoas que têm de ser eficientes para que a organização funcione, de um lado, e para que as pessoas se auto-realizem e satisfaçam suas próprias necessidades, de outro. A motivação pode ser estimulada por uma série de ações específicas que aumentam a percepção do funcionário acerca do que o motiva no trabalho. Entretanto, a motivação não pode ser espontaneamente gerada ou ligada somente à realização no trabalho, ela é um bem intrínseco do indivíduo e que não está totalmente sob o controle da empresa. Segundo BRUM, apenas 50% da motivação humana pode ser proporcionada pela empresa através do estímulo, o restante depende das vivencias do indivíduo, da sua automotivação. Por isso cada ação motivadora precisa ser muito bem planejada e executada. Mais do que motivação, hoje as empresas buscam engajamento. Empregados engajados nos projetos, nos objetivos internos, afim de obter maiores níveis de qualidade e produtividade. A fórmula para isso é a comunicação, o estimulo dos funcionários através da informação e da integração. Para demonstrar a informação como um dos principais fatores para 17 a motivação, basta lembrar que ninguém luta por uma meta que não sabe qual é. 1.2 – Clima Organizacional O clima organizacional refere-se especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, isto é, aos aspectos da organização que levam à provocação de diferentes espécies de motivação nos participantes. (CHIAVENATO, 2008, p. 75) As pessoas estão, normalmente, preocupadas em satisfazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional, o que é definido por CHIAVENATO como um “estado de ajustamento”. Este “ajustamento” refere- se não só às necessidades básicas, como também à satisfação da necessidade de pertencimento a um grupo social, estima e auto-realização. Quando há frustração de alguma necessidade, o “ajustamento” é abalado. O ajustamento varia de acordo com cada pessoa e momento, um bom ajustamento significa saúde mental (pessoas que sentem-se bem consigo e com os outros, capazes de enfrentar os problemas da vida). Clima organizacional nada mais é do que o ambiente interno existente entre os empregados capaz de influenciar comportamentos, e equilibrar ou não o “ajustamento”. É ligado ao grau de motivação, ou seja, quando há uma motivação alta entre funcionários, o clima organizacional se eleva, originando relações de satisfação. Entretanto, quando há baixa motivação, o clima também é baixo, originando insatisfação, desinteresse e apatia. Uma grande incluenciadora do clima é a cultura organizacional. Um sistema de crenças, expectativas e valores, um modo de vida adotado por cada empresa, diferenciando-a das demais. A essência desta cultura é expressa pela maneira como a empresa trata seus clientes e funcionários, como faz seus negócios. Pelo grau de autonomia existente em seus escritórios e o grau de 18 lealdade de seus funcionários com relação à empresa. A cultura organizacional representa as percepções dos dirigentes e funcionários da organização e reflete a mentalidade que predomina na organização. Por esta razão, ela condiciona a administração das pessoas. A cultura organizacional representa as normas que orientam o comportamento dos funcionários, direcionando suas ações. As diversidades precisam estar integradas para um único compromisso, mas para isso é preciso uma cultura organizacional forte, com pessoas que “vestem a camisa” da empresa. Uma cultura baseada na comunicação e na integração dos funcionários permite o bom relacionamento entre os diversos níveis, o auxílio mútuo e a flexibilidade. É uma maneira de conhecer a empresa, de forma mais abrangente em toda sua complexidade. É a cultura organizacional que reflete a identidade da organização e é a partir da sua análise, que os profissionais da comunicação criam as ferramentas para atender as expectativas do público interno. 1.3 – A importância da comunicação nas organizações Comunicação é o processo pelo qual se passa informação e compreensão de uma pessoa para outra. As organizações não conseguem operar sem comunicação, já que esta é a rede que integra e coordena todos os setores. “Comunicar significa tornar comum a uma ou mais pessoas determinada informação” (CHIAVENATO, 2008, p. 76). Segundo TORQUATO (TORQUATO,1986), uma empresa desenvolve-se em função do sistema de comunicação que ela cria e mantém. Pode-se dividir este sistema em três sub-sistemas: sistema socio-político (valores globais e políticas do meio ambiente), sistema econômico-industrial (leis do mercado, competição) e sistema inerte ao microclima interno das organizações (normas e políticas empresariais). Trazendo ou enviando informações para esses três sistemas o processo de comunicação vai possibilitar o aperfeiçoamento organizacional. 19 A comunicação é uma área multidisciplinar, pois medeia os interesses dos participantes, os interesses da empresa (enquanto unidade econômica) e os interesses da administração. É uma grande responsável pelo microclima interno. A aplicação de um modelo de comunicação baseado na cultura organizacional influi na eficácia do rendimento geral da empresa. A comunicação, que, enquanto processo, transfere simbolicamente idéias entre interlocutores, é capaz de, pelo simples fato de existir, gerar influências (...) A comunicação, como processo e técnica, fundamenta-se nos conteúdos de diversas disciplinas do conhecimento humano, intermedia o discurso organizacional, ajusta interesses, controla os participantes internos e externos, promove, enfim, maior aceitabilidade da ideologia empresarial. Como poder expressivo, exerce uma função- meio perante outras junções-fim da organização. Nesse sentido, chega a contribuir para a maior produtividade, colaborando e reforçando a economia organizacional.. (TORQUATO, 1986, p.13). A comunicação é a linha mestra que controla a informação, possibilitando o alcance dos objetivos organizacionais. A comunicação interna é capaz de motivar funcionários. Empresas bem sucedidas concentram seus esforços em informação e integração como uma “fórmula mágica” de incentivar. A informação é o produto da comunicação interna e deve ser tratada como a melhor estratégia de aproximação empresa/funcionário, pois ninguém gosta daquilo que não conhece. E da mesma forma, ninguém gosta de trabalhar em um ambiente onde não existe integração entre funcionários, departamentos e mesmo entre a empresa e o empregado. 20 CAPÍTULO II Endomarketing O Endomarketing, (...) é um ensaio para fazer crescer o funcionário como indivíduo e a empresa como organização. (INKOTTE, 2000, p.135) Existem muitas definições de endomarketing e diferentes formas de aplicação criadas por diversos autores. O termo endomarketing, registrado no Brasil em 1996 por Saul Faingaus Bekin, surgiu da necessidade de criar um mecanismo de integração de colaboradores, reorganização de comunicação interna e revisão deobjetivos. Bekin defende o endomarketing como uma forma de facilitar as trocas, ampliando o relacionamento empresa-funcionário e fortalecendo a comunicação interna. Para BRUM (BRUM, 2003), endomarketing é dar valor e visibilidade à informação, em todos os níveis, para que os empregados tenham uma visão compartilhada da empresa, seus objetivos, estratégias e resultados. Dessa forma o funcionário torna-se uma pessoa criativa, capaz de cativar o cliente. O objetivo é criar uma consciência empresarial (missão, princípios, procedimentos...) dentro de um clima organizacional positivo que favoreça a integração. Segundo Cerqueira (BRUM, 2008), o endomarketing contribui para melhorar conflitos interpessoais e aprimorar a cultura organizacional. Para ele os colaboradores só se dedicam quando percebem que a empresa os valoriza, desenvolvendo modelos gerenciais e apostando no potencial humano. INKOTTE diz que endomaketing não se resume ao conjunto de ações para “vender” a imagem da empresa para seus funcionários, como uma simples opção de fazer propaganda interna. Não deve ser apenas o aperfeiçoamento dos canais de comunicação, ou somente ações que resultem maior motivação para o trabalho. Defende a conquista da liberdade ao tratar o empregado da organização como um cliente. Se é vantajoso para a empresa atender as expectativas dos clientes, o mesmo deve ser para funcionários. O 21 funcionário deve ser tratado verdadeiramente como um consumidor de produtos e serviços oferecidos pelas organizações, deve ser respeitado e atendido com o mesmo tratamento dispensado aos clientes. Não se pode admitir o endomarketing como um programa de “tapa- buracos” ou um “calmante” para os problemas de relacionamento da empresa. Endomarketing vai além, precisa ser bem estruturado e caminhar com o marketing. Endomarketing significa a aplicação e adaptação de técnicas e princípios de Marketing, voltadas para o interior da empresa. É necessário considerar sempre que Marketing não é propaganda e não se destina a enganar ou induzir clientes, mas satisfazê-lo plenamente. (INKOTTE, 2000, p.84) Existem diversas definições para endomarketing, mas todas têm em comum o objetivo de trabalhar o ambiente interno para que isso reflita no relacionamento com o cliente, uma estratégia de gestão fundamental para o sucesso da organização. 2.1 – Público interno Você pode criar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo, mas você ainda precisará de pessoas para transformar esse sonho em realidade. (Walt Disney, citado por BRUM, 2008, p.23) A linguagem empresarial sofre mudanças constantes. Na década de 1990, com o desenvolvimento de novas técnicas de gestão, o empregado deixou de ser chamado de funcionário, para tornar-se um colaborador, ampliando assim seu grau de importância nos discursos dos líderes 22 empresariais. Já o termo cliente interno vem da idéia de tratar funcionários como clientes dentro do fluxo de processos, coloca também o funcionário como consumidor dos produtos e serviços da empresa. Nesse trabalho, cliente interno, público interno, colaboradores, funcionários e empregados são usados como sinônimos. Hoje vive-se a era do indivíduo. As ferramentas de marketing cada vez mais objetivam atingir o indivíduo, não há mais um padrão, mas sim vários. No endomarketing, embora o planejamento seja feito para atingir o coletivo, é de suma importância ser estruturado para que ao receber a mensagem cada funcionário sinta-se único. Assim como na segmentação de mercado, aplicada no marketing, na empresa, os segmentos, a partir das preferências, também devem ser definidos para facilitar a comunicação. Igualmente como na pesquisa de mercado, a pesquisa de endomarkting irá detectar o que o funcionário pensa e qual a sua demanda, para assim, desenvolver e avaliar as ações. Hoje existem diversos segmentos de público interno, que devem ser levados em conta. Empregados contratados, terceirizados, aposentados, consultores, acionistas, família entre outros podem servir como divisão básica para definir públicos. É preciso conhecer muito bem os diversos públicos internos para conseguir atingi-los. As estratégias de marketing não mudam hábitos e costumes de clientes para consolidar produtos no mercado. O mesmo deve acontecer no endomarketing. Este, não deve ser feito para modificar hábitos e costumes de funcionários para a partir daí consolidar a empresa. Os objetivos e aspirações do elemento humano nas organizações não podem ser esquecidos para impor uma cultura empresarial adversa às expectativas e autoritária em sua aplicação. Por isso, antes de desenvolver um programa de endomarketing é essencial ouvir o público interno, conhecer seus sentimentos e percepções, levantar as necessidades de comunicação, identificando espaços a serem preenchidos a nível de informação e integração. 23 2.2 – Composto de endomarketing Os 4 P’s (Produto, Preço, Praça e Promoção – elementos que devem ser pensados ao desenvolver uma estratégia de marketing) ou Composto de marketing, idealizado por Jerome McCarthhy é adaptado por INKOTTE para o endomarketing. Os 4 C’s (INKOTTE, 2000, p.108): Produto Preço Praça (pontos de distribuição) Promoção A adequação do composto de endomarketing a cada tipo de organização deve ser bem planejada e contar com a participação do maior número de pessoas. O setor responsável deve ser o de marketing, entretanto, o trabalho precisa ser feito em parceria com o Recursos Humanos. 2.2.1 – Companhia: Enquanto o produto é planejado para o atendimento às expectativas e necessidades do consumidor, no composto de endomarketing, o produto- empresa, ou seja, a companhia, deve estar sempre sofrendo adaptações para oferecer bem-estar e motivação aos funcionários, buscando o aperfeiçoamento, e, criando assim, um diferencial competitivo. As características funcionais da empresa podem, assim como o produto, ser divididas em física e de imagem. Enquanto as físicas relacionam-se com os fatores higiênicos da teoria de Herzberg, as de imagem incluem a possibilidade de crescimento, estabilidade, liberdade de expressão, satisfação profissional entre outros. Alguns empresários preocupam-se com o ambiente físico, mas esquecem do fator humano que o faz funcionar. O endomarketing propõe uma “mudança de conceito de produto” para a empresa, ou seja, a mudança do conceito de que o empresário deve Companhia Custos Coordenadores Comunicação 24 enriquecer às custas da exploração de seus empregados, sem ao menos oferecer em troca a satisfação daqueles que se dedicam a trabalhar pelos objetivos da organização. • Marca: Toda empresa deve ter sua marca reconhecida e compreendida pelos consumidores. O mesmo deve acontecer internamente. A empresa deve despertar orgulho e estar presente em qualquer instrumento de comunicação. • Embalagem: corresponde a edificação, as instalações físicas que podem ser um diferencial nas estratégias de endomarketing. Algumas alterações podem determinar maior predisposição ao trabalho. • Design: corresponde à padronização dos ambientes de trabalho, incluindo características funcionais físicas e de imagem. O sistema de identidade visual deve ser elaborado de tal forma que seja possível identificar a empresa em qualquer ambiente de trabalho. • Linguagem das cores: as cores exercem grande influencia psicológica nas pessoas, e devem ter um papel importante nas ações de comunicação da empresa. Um estudo das cores pode determinar maior predisposição ao trabalho através da modificação das cores do ambiente, da marca ou até mesmo dos uniformes. • Ciclo de vida da companhia: todo produto tem um ciclo de vida (lançamento, desenvolvimento, maturidade e declínio). Passando para o endomarketing, cada momento do ciclo de vida do produto-empresa corresponde a uma estratégia diferente afim de atender melhor os funcionários. O ciclo envolve duas variáveis:o interesse do funcionário pela empresa e o tempo. Etapas do ciclo: 1- Lançamento do programa de endomarketing (definição da relação custo/benefício, busca por instrumentos adequados, 25 divulgação seletiva. Não se deve esperar retorno imediato); 2- Aceitação e reconhecimento dos benefícios dos programas de endomarketing (o funcionário já entende as mudanças e as aceita. Há grande participação e os funcionários “compram” a empresa. Investimento em uma divulgação intensiva para tornar o programa conhecido por todos); 3 - Estágio de maturidade (estabilidade e acomodação funcional do programa. Nesse período é importante a revitalização do programa para que este não chegue ao declínio); 4- Declínio ou extinção (retirada ou desativação do programa, ou tentativa de prolongar o ciclo com inovações, que já deveriam ter sido feitas na etapa anterior). 2.2.2 – Custos: Equivalem ao preço no marketing. Relaciona-se a todos os investimentos financeiros em Recursos Humanos. São, na verdade, investimentos que a organização faz em seu pessoal interno, buscando o aprimoramento e a satisfação. Dentre eles estão: treinamentos, benefícios, salário, plano de carreira, participação nos lucros... e também confecção de material e implementação de ações de endomarketing. Em endomarketing salários e gratificações não representam despesas, mas sim aplicações e investimentos. O funcionário julga o valor da empresa pela satisfação que lhe é oferecida. O mesmo acontece com os investimentos em seu bem-estar, quando muito baixos indicam execução de tarefas além da sua concepção justa de valor. É função da pesquisa de endomarketing descobrir e entender os valores que motivam o funcionário, para que este estabeleça um sistema de troca, onde a empresa aprende a dosar os custos, de forma que, os funcionários o percebam como apropriado. Estabelecer custos varia de acordo com o plano estratégico de cada empresa. INKOTTE, sugere uma forma de determinar os custos com endomarketing: determinar percentuais mínimos e máximos através dos salários dos funcionários, ou seja, a aplicação média não deve passar de 10% da menor remuneração, e a aplicação mínima de 1% do maior salário. 26 Entretanto, se o total não permitir a execução de um programa mínimo de endomarketing é porque os salários estão tão baixos que não existirá motivação capaz de colocar em prática os interesses da empresa. 2.2.3 – Coordenadores: No marketing, praça compreende as atividades de distribuição do produto. A comparação se dá por que são os coordenadores, as lideranças quem irão implementar as ações de endomarketing. Chefias intermediárias e líderes de opinião também podem assumir esse papel. É função do coordenador apresentar as infomações para o funcionário, ele é o meio de comunicação entre empresa e colaborador, e vice-versa. É também o responsável pelo controle da qualidade entre eles. • Tempo: o funcionário precisa ter a sua disposição informações sobre a empresa sempre que achar necessário. O responsável pelo endomarketing deve estar disponível para esclarecer dúvidas sobre mudanças implementadas. • Lugar: deve favorecer a não locomoção do funcionário para buscar informação ou contribuir com sugestão, ou seja, não deve ter um único setor responsável pela disseminação do endomarketing. • Posse: refere-se a utilização de mecanismos para facilitar a comunicação com os coordenadores, como a retirada de obstáculos físicos (gabinetes fechados, por exemplo) e psicológicos (constrangimento de se dirigir a um superior hierárquico para tirar dúvidas). Os funcionários desejam três coisas: saber quais são os problemas, como a empresa lidará com eles e qual o seu papel como empregados. E, gostariam de tomar conhecimento disso por intermédio de alguém que 27 realmente saiba o que está acontecendo, preferencialmente seu supervisor imediato. A liderança é o principal caminho para o conteúdo da comunicação interna, para a democratização da informação. Quando o público interno não encontra informação com a liderança ou na comunicação interna, ele a busca informalmente, e, por falta de uma versão oficial, acaba criando suas próprias verdades e as dissemina na empresa, criando boatos. Entretanto, quando a liderança transmite adequadamente as informações, os funcionários absorvem a nova filosofia, passam a trocar idéias e propor procedimentos. As chefias imediatas atuam como agentes persuasores, apoiando e ajudando seus subordinados. Tem um importante papel no sentido de fazer com que o público interno sinta-se ouvido. A informação precisa circular, e o coordenador, por si só, já é considerando, por funcionários, um canal de comunicação. Ele é um representante da empresa no que se refere à informação. É também função do líder comunicar problemas e dar feedbacks, mesmo quando negativos. O atraso só reduz a clareza e acumula sentimentos negativos. Por outro lado, elogiar produz uma energia positiva, o funcionário passa a acreditar que é capaz de fazer mais. 2.2.4 – Comunicação: A promoção é representada pela propaganda, promoção e força de vendas no marketing, ações para estimular as vendas. No endomarketing, comunicação refere-se às diversas atividades de disseminação e coleta de informações, ou seja, à comunicação interna. Para INKOTTE, comunicação interna é o quarto “C” e principal elemento do composto de endomarketing, responsável por disseminar e coletar informações. BRUM (BRUM, 2008), oferece uma definição semelhante: a forma de gerenciar a entrada e saída de informações possibilitando o alcance dos objetivos organizacionais. Entretanto, para ela, quando a comunicação 28 interna é feita com frases de efeitos, imagens e técnicas de marketing torna-se endomarketing. Neste trabalho, comunicação interna é definida como os meios físicos, os veículos, as ferramentas para informar os diversos públicos da organização, independente do uso de recursos visuais e frases de efeito, ou seja, house organs, boletins informativos, jornal mural, rádio corredor, TV empresa, intranet, entre outros. Comunicação interna, nesse contexto, serve também como forma de divulgar ações de endomarketing. A informação, como produto da comunicação interna, serve para envolver funcionários num esforço de aderência às estratégias e objetivos da empresa com o propósito de gerar diferenciais de qualidade para o consumidor final. (BRUM. 2008. p. 84) A importância da comunicação interna está nas possibilidades que ela oferece de estimular o diálogo e a troca de informações entre todos os níveis da pirâmide organizacional, na busca da qualidade das relações humanas. Ela aproxima a empresa do seu público interno. Além de descer para a base da pirâmide, a informação precisa também fazer o caminho inverso, para que a direção conduza a gestão baseada em dado reais, com a visão do funcionário. Tal mecanismo proporciona a satisfação de ambas as partes, e esse bom relacionamento reflete no cliente. O público interno está em posição privilegiada para receber informações formais e informais, tornando-se um formador de opinião de excelência da marca. Adquire informações que são divididas com familiares e amigos. O funcionário mal informado pode denegrir a imagem da empresa. Por isso, a comunicação interna precisa ter recursos capazes de fazer a informação fluir. E, aliado a isso, a organização precisa ter coragem para democratizar a informação internamente. 29 A informação bem trabalhada transforma-se em conhecimento para o público interno, e o conhecimento pode proporcionar bons níveis de integração, tanto da pessoa com a empresa como entre os funcionários. A comunicação interna sempre existirá, mesmo na empresa que não possui formalmente um processo de comunicação interna, pois será praticada pelos seus colaboradores por meio de canais informais, a famosa “rádio corredor” ou “rede boato”. A empresa que não pratica a comunicaçãointerna está apenas deixando de participar de um processo que ocorrerá da mesma maneira, mas sem o controle ou direção favoráveis. 2.3 – Planejamento estratégico de endomarketing Um dos objetivos do endomarketing é fazer com que as pessoas coloquem seu coração no trabalho, envolvam-se emocionalmente com o que fazem, e as empresas precisam de planejamento para desenvolver isso. Necessitam de uma estrutura organizada. • Diagnóstico: o trabalho de endomarketing deve sempre começar pela pesquisa interna onde se levanta o máximo de informações para o desenvolvimento do projeto. É imprescindível ouvir o público interno, conhecê- lo para melhor atender suas expectativas. • Posicionamento interno: assim como nas estratégias de marketing, no endomarketing definir posicionamento interno é uma das primeiras ações a ser tomada. Criar um posicionamento é desenvolver a imagem da empresa de forma que ela seja valorizada na mente do funcionário. Posicionamento interno pode ser estabelecido a partir dos objetivos que pretende-se atingir, ou do planejamento estratégico empresarial. Os conteúdos conceituais presentes na comunicação interna ou nas estratégias de endomarketing devem sempre ser trabalhados de acordo com o 30 posicionamento. O conceito usado é que vai fazer a diferença de um programa criativo e inovador para um comum e sem vida. O posicionamento bem trabalhado torna-se uma filosofia interior com um único conceito, forte, consistente e amplo, capaz de representar o jeito de ser da organização. • Slogan interno: é a frase que representa o posicionamento, e deve ser colocada como uma assinatura da marca nos diversos meios de comunicação interna. Entretanto, há empresas que optam por colocar símbolos ou escrever “comunicação interna” nas peças. • Marca interna: pode ser um símbolo ou uma associação da marca da empresa com a “comunicação interna”, e, deve ser desenvolvida de acordo com o segmento da empresa. A definição da linha criativa vai definir o padrão a ser usado em todos os esforços de comunicação interna. • Planejamento de conteúdo: em endomarketing geralmente o planejamento é em curto prazo já que as informações a passar são decorrentes de decisões do dia-a-dia. Entretanto, ao pensar o planejamento pode-se prever grupos de conteúdo, como gestão, recursos humanos, mercado e produto, produção, responsabilidade social, responsabilidade ambiental, eventos, normas da empresa dentre outros. A partir desses grupos, determina-se os espaços nas comunicações internas. É necessário lembrar que o endomarketing precisa ter sua identidade própria, conceitos e linha criativa diferente da usada para a comunicação externa. • Planejamento estrutural e de processos: nessa fase, define-se os canais, instrumentos e ações de comunicação. Para isso, é importante definir a dimensão do projeto: da empresa para seu público interno geral (comunicação interna corporativa) ou apenas para determinada unidade (comunicação interna local), ou da liderança para a equipe (comunicação face a face, feita principalmente a partir de reuniões). Cada dimensão deve ter seu processo 31 informativo, motivacional e de integração definidos de acordo com seus objetivos: Canais informativos: canais criados quando há necessidade de informação. Podem ser: revista interna, encartes com informações do Recursos Humanos, jornal mural, boletins informativos, intranet, painel de resultados, mala-direta, display de mesa (para mesas de restaurantes e salas de reunião),TV interna, rádio interna, mensagens virtuais e eletrônicas (como a tela de descanso do computador ou projeção nos corredores), e-mail, espelhos de banheiro (adesivos no espelho) entre outros. Canais motivacionais: quando há necessidade de engajamento, criam-se projetos divulgados por meio de campanhas motivacionais específicas. É um momento para trabalhar a emoção, o bom humor e o respeito entre os colaboradores. Podem ser de lançamento, para da início a um programa; de reforço, para reafirmar conceitos; ou temporárias, realizadas em datas específicas. Canais de integração: canais que permitem a convivência entre unidades, áreas e pessoas. Normalmente acontecem a partir de eventos como festas de fim de ano, convenções internas e outras celebrações. Mas pode ocorrer também através de atividades como viagens, convenções externas, café da manhã com o presidente ou troca de área por um dia. O ideal é que sempre após a experiência de integração, a empresa publique em sua comunicação interna a experiência vivida pelos funcionários. • Lançamento do projeto: deve ter data, horário e local, e em empresas com várias unidades o ideal é que aconteça de forma simultânea. Pode começar com um teaser, para despertar as expectativas, e ser seguido de uma campanha informativa, com distribuição de material contendo os conceitos, a importância, e a apresentação dos canais a serem usados. A palavra do presidente, pessoalmente ou em vídeo, falando da importância do projeto, é fundamental. A idéia é fazer com que “as pessoas percebam que a Comunicação interna é uma estratégia de gestão da empresa, assumida e apoiada pela sua direção” (BRUM, 2008, p. 181). 32 • Resultados: Para medir a eficácia de um processo de endomarketing pode-se desenvolver uma pesquisa quantitativa, trabalhando-se com censo. Esse tipo de pesquisa deve ser feita de ano em ano. Entretanto, não se pode esquecer que nem sempre a empresa consegue obter 100% de resultado em um programa. O sucesso de uma estratégia de endomarketing não depende apenas de posicionamento, conceito, instrumentos, ações ou da capacidade de sedução do programa. Quando trabalha-se com pessoas, as respostas tornam- se inconstantes, pois cada indivíduo processa uma determinada informação de maneira, positiva ou não. Para medir esforços isolados, pode-se fazê-lo a partir de inscrições ou presenças em determinados projetos. Dados que devem ser analisados associados a outras informações. O ideal é que durante a avaliação possam sempre ser levantadas hipóteses para melhoria dos programas. Quando a empresa atinge a visão compartilhada do público interno, ou seja, a unificação dos comportamentos - quando todos têm a mesma idéia da empresa, da gestão, do mercado, dos produtos e serviços, dos procedimentos internos, das causas e responsabilidades - a organização alcança um dos pontos máximos do endomarketing. 33 CAPÍTULO III Estratégias Não existem estratégias de endomarketing comuns aplicáveis a todas as organizações. Endomarketing é desenvolvido a partir de uma análise de diagnóstico, de pesquisas sobre as necessidades de cada organização. Neste capítulo, desenvolve-se algumas. 3.1 – Programas de endomarketing • Marketing de benefícios: desenvolvimento de estratégias para lembrar continuamente os trabalhadores dos seus benefícios, para que estes nunca caiam no esquecimento, e assim sejam sempre valorizados. “É preciso muita comunicação interna para que as pessoas reconheçam tudo aquilo que é feito em seu favor”. (BRUM, 2008, p. 46). A empresa deve usar todos os seus canais de comunicação interna para divulgar o que oferece de benefícios. Manuais de integração também são editados abordando o assunto de forma ampla. • Marketing de incentivos: oferece motivação momentânea durante a execução do programa. A mensagem precisa mexer com a mente e o coração do funcionário, acionar suas forças interiores, desafiá-lo. As fórmulas prontas costumam oferecer prêmios que pouco motivam. Esses programas precisam estar relacionados com o planejamento mercadológico e com os objetivos da empresa. Política de incentivos, posicionamento do programa, conceito a ser trabalhado e regras de participação precisam ser feitos de forma criativa e desafiadora. O sucesso para esse tipo de programa está no planejamento, na ética, na transparência das informações e na simplicidade do projeto. Tudo que a empresa prometeela precisa cumprir. 34 • Certificações para a qualidade: desenvolvimento de programas voltados para produtividade e qualidade, como saúde ocupacional e segurança, para conseguir uma certificação. É implantado e depois mantido como estratégia de gestão da empresa. A divulgação dos conceitos/informações sobre as normas são disseminadas de diversas formas (banner, painéis informativos, cartilhas...) para informar os funcionários antes da data marcada para a certificação. • Lançamento de novos produtos: Não é possível vender aquilo que não se conhece ou acredita, por isso, muitas empresas ao lançar novos produtos para o mercado o fazem para o público interno. São, em grande maioria, campanhas tão sofisticadas quanto as externas. • Programa de reconhecimento: para o público interno, um dos melhores reconhecimentos é o elogio, é a proposta de uma tarefa desafiadora. O elogio por algo bem feito é um dos grandes motivadores organizacionais. O programa de reconhecimento pode acontecer por diversos motivos, como tempo de casa, cumprimento de metas, pela atuação, por trabalho, pelo relacionamento interno entre outros. Em geral, os programas reconhecem os funcionários que mais contribuem para o crescimento da empresa através de premiação. • Gestão da mudança: endomarketing é um aliado para alicerçar esforços de mudança. Empresas sofrem mudanças constantes, de estrutura física, recursos humanos, de foco, objetivo, mercado, comportamento... e toda mudança gera ambiente de incertezas. Líderes precisam estar preparados para mudanças constantes, e funcionários devem ser sempre bem informados, pois o que gera insegurança e medo é a falta de informação. As mudanças internas refletem constantemente no cliente, e isso não pode acontecer. Assim é importante padronização do atendimento, com a disseminação de atitudes e conceitos a serem utilizados. 35 • Gestão da crise: Em momentos de crise a verdade deve ser privilegiada, dita e assinada pela diretoria, sempre focada na transparência e credibilidade. A fuga pode ser o alimento que irá nutrir o conflito. Nesses momentos a segmentação da informação ou o desenvolvimento de canais exclusivos é importante para que determinada informação seja passada antecipadamente para as lideranças, para que estas distribuam para a base. 3.2 – Treinamentos O treinamento é uma atividade que tem por objetivo ambientar e fornecer conhecimento aos novos funcionários, ensinar algo específico, desenvolver comportamentos necessários ao bom andamento do trabalho e, conscientizar para a importância da busca contínua pelo aperfeiçoamento. Ao ser treinado, o funcionário, por vezes, sente-se prestigiado com a preocupação da empresa em lhe capacitar. O treinamento é uma forma de transmitir informação e conhecimento de acordo com as demandas da empresa, e pra isso é preciso um levantamento constante das necessidades de treinamento. Segundo MARCIAN (citada por GONÇALVES, 2005) os treinamentos aplicados nas organizações podem se dividir em: treinamento de integração, técnico-operacional, gerencial e comportamental. • Treinamento de integração: realizado quando há funcionários novos. Tem por objetivo ambientar, informar sobre a organização e socializar o novo colaborador. • Treinamento técnico-operacional: é aplicado para capacitar funcionários com certas habilidades específicas para determinadas tarefas. Passa informações técnicas para ampliar o desenvolvimento das habilidades operacionais. 36 • Treinamento gerencial: tem como objetivo preparar as lideranças, oferecendo conhecimentos empresariais , metas e visão de futuro. Engloba também o treinamento das lideranças para a comunicação face a face. Como já falado anteriormente, as lideranças têm um papel importante como agente de comunicação da empresa. Por ser um papel estratégico dentro das organizações, cada vez mais as lideranças têm sido treinadas afim de criar uma maior consciência da importância dos processos de comunicação, intermediando informações entre a direção e a base. O ambiente empresarial está sempre sofrendo transformações, o líder precisa estar aberto para mudanças. Mudar é necessário, e para isso não basta vontade, é preciso paciência, disciplina e, principalmente, treinamento constante. É necessário saber gerenciar, ser líder é exercer autoridade e não poder. • Treinamento comportamental: tem a preocupação de melhorar as relações humanas, de comunicação e das habilidades intra e interpessoais. Propõe melhorar características de comportamento visando a motivação para que o trabalho cresça. 3.3 – Eventos Muitas empresas utilizam eventos, festas e outros tipos de acontecimentos sociais como alternativa para integrar o público interno. É mais fácil desenvolver confiança e amizade em momentos de leveza e descontração. Nesses momentos, as pessoas são encorajadas a se conhecerem melhor sem estar no ambiente de trabalho. Entretanto, como todos os elementos organizados pela empresa, os eventos precisam ter objetivos alinhados com a estratégia empresarial, não se faz festa só por fazer, isso é investimento jogado fora. É necessário aproveitar esses momentos para trabalhar mensagens positivas, que tragam resultados tanto para as pessoas como para a organização. 37 Da mesma forma, não adianta investir na integração se não existir antes um investimento na informação. Para sentir-se integrado, antes de participar de eventos, o funcionário precisa saber as informações básicas sobre a empresa, sua dimensão, sentir-se parte dela. 3.4 – Responsabilidade social empresarial De acordo com o Instituto ETHOS, Responsabilidade Social empresarial é uma forma de gestão marcada pela ética e transparência com os públicos que a empresa se relaciona. É o estabelecimento de metas compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, como a preservação de recursos ambientais e culturais, o respeito a diversidade e a promoção da redução das desigualdades sociais. Já filantropia é uma ação social externa da empresa, que tem como beneficiária principal a comunidade em suas diferentes organizações. A responsabilidade social é focada nas estratégias da empresa e engloba preocupações com todos os públicos (funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo, meio ambiente), cuja demanda e necessidade a empresa deve buscar entender e incorporar aos negócios. As organizções podem desenvolver a responsabilidade social em diversas áreas, para vários públicos e de diferentes maneiras. Com cada um dos parceiros a empresa pode desenvolver atividades criativas. Em endomarketing, destacam-se o estabelecimento de princípios ambientalistas, como uso de materiais reciclados e o consumo consciente, e a promoção da diversidade no local de trabalho como forma de contribuir para influenciar positivamente o comportamento do público interno. A aplicação da responsabilidade social empresarial começa no relacionamento com os funcionários da empresa, através do conhecimento da cultura, objetivos e missão da organização. A empresa cidadã ou socialmente responsável preocupa-se, não apenas com sua estrutura interna, sua competitividade e seus resultados financeiros. Ela cria uma relação saudável 38 com a comunidade, principalmente, nas regiões onde a organização está instalada, criando uma visibilidade pública positiva. O desenvolvimento de trabalhos destinados a contribuir para o bem- estar comum, deve fazer parte do foco. O resultado desses trabalhos, seja por meio de atividades educacionais, culturais e esportivas, oferece benefícios à comunidade e aos funcionários que se tornam voluntários nesses projetos, através do aprimoramento de seus conhecimentos, de suas habilidades e de seus relacionamentos sociais. Além de financiar projetos de interesse social, as empresas também incentivam seus executivos e funcionários a doar tempo, trabalho etalento à viabilização dessas iniciativas. Um programa de responsabilidade social só traz resultados positivos para a sociedade, e para a empresa, se for realizado de forma autêntica. É necessário que a empresa tenha a cultura da responsabilidade social incorporada ao seu pensamento. Desenvolver programas sociais apenas para divulgar a empresa, ou como forma compensatória, não traz resultados positivos sustentáveis ao longo do tempo. Porém, as empresas que incorporaram os princípios e os aplicaram corretamente, podem ser sentidos resultados, como a valorização da imagem institucional e da marca. Os funcionários engajados nesses projetos sociais sentem-se mais valorizados e motivados a trabalhar na empresa que, ao se tornar socialmente responsável, obtêm uma imagem positiva junto à sociedade. 3.5 – Ferramentas de Comunicação Interna A comunicação é a parte visível do programa de endomarketing, é o elemento principal que estimula funcionários a auxiliar internamente, motivando-os para uma ação produtiva A informação, o produto da comunicação interna, deve ser clara, em linguagem simples e de forma a permitir uma leitura rápida. Pode conter apelos visuais e deve estar exposta em lugares estratégicos. Precisa estar de acordo 39 com os padrões de comunicação interna da empresa e ter periodicidade definida. As informações contidas nos veículos devem obedecer a um critério de interesse dos funcionários, esclarecendo as suas dúvidas e dando maior oportunidade de sua participação, como por exemplo, escrevendo matérias. Devem servir também como meio de divulgação de políticas de recursos humanos, divulgando projetos e estabelecendo canal de relacionamento com o os colaboradores. O conteúdo precisa ser relevante para que o funcionário dispense seu tempo. Ele busca informação que se traduza em benefício, sensações agradáveis e satisfação de expectativas. Saber a quantidade de informação e o que transmitir depende de uma observação das reações do público interno, a partir daí, pode-se definir as características do conteúdo. “A comunicação interna tem a responsabilidade de comunicar fatos e não criá-los” (BRUM, 2008, p. 56). A informação precisa ser transparente em todos os canais. Mensagens motivacionais ou situações para amenizar a falta de informações por vezes precisam ser desenvolvidas. O número de canais existentes e de diferentes formatos em uma empresa não está diretamente relacionado à qualidade da comunicação interna da organização. Cada canal interno de comunicação possui uma capacidade limitada e específica de gerar relevância, transmitir informações e promover conteúdos, devendo a empresa perceber a sua demanda ideal de ferramentas. Além disso, a disponibilidade da tecnologia atual, aliada a criatividade podem permitir o desenvolvimento de diferentes meios, nunca antes imaginados. 3.5.1 – Boletins, Jornais, Revistas e House organs Muitas pessoas sequer imaginam a importância do famoso “jornalzinho” da empresa. Tal instrumento é uma grande ferramenta capaz de aproximar empresa e funcionários. É um dos meios mais simples, e o que mais encanta o público interno, especialmente a base da pirâmide organizacional. Segundo BRUM (2008), nenhum veículo interno atinge mais a base operacional do que 40 um boletim impresso em folha A4 frente e verso. Já para o pessoal do Administrativo usa-se mais o boletim eletrônico. O Boletim informativo privilegia a informação imediata, na forma de notas e notícias curtas. Tem poucas páginas (em geral, uma A4) e visual simples. Normalmente, tem periodicidade semanal, e deve ser distribuído com agilidade, para garantir a atualidade. Já o Jornal corporativo é uma publicação um pouco maior, e de aceitação fácil. É feito em formato familiar ao leitor, e de custo relativamente baixo, dependendo do tipo de papel. É mais descartável que a revista e deve ter periodicidade mensal ou quinzenal. Entretanto, cada vez mais esses simples “jornalzinhos” tornam-se revistas (ou house organ) com planejamento editorial e gráfico, com qualidade, identidade e criatividade. Um canal para informar e envolver o público interno. Seu conteúdo é formado de temas variados como eventos, dicas de desenvolvimento pessoal, programas corporativos e de treinamento entre outros. O importante é existir um equilibrio entre cultura, entretenimento e informação. O ideal é que seja entregue na mão de cada funcionário, ou pelos correios. Por ter um custo mais alto, sua periodicidade é mais espaçada. 3.5.2 – Jornal mural O jornal mural, ou jornal de parede já há algum tempo deixou de ser um quadro de feltro verde ou fórmica branca para tornar-se uma comunicação com editorias e espaços definidos. Comunicação interna corporativa, comunicação local e programas interativos devem ter seus espaços. Pode ser definido como um painel em local estratégico, que disponibiliza notícias, notas informativas, entretenimento, fotos e outros conteúdos, com atualização geralmente semanal. Sua característica informal, facilita a transmissão de certas mensagens ao público. É o mais democrático dos veículos internos de comunicação, pois é acessível a todos os funcionários, independentemente do nível hierárquico. A cobertura dos acontecimentos é imediata, e a um custo baixo. tem seis regras básicas: Ter data regular, estar 41 bem localizado, ser bem escrito, ser fácil de ler, ser bem diagramado e ser atraente. O jornal mural não deve ser uma decorrência das informações vindas dos e-mails enviados para as lideranças. Sua administração deve ser distinta. O ideal é que nele exista um espaço para a colocação impressa do boletim eletrônico para que atinja também a base da empresa, que muitas vezes não tem acesso à internet. Diante do desenvolvimento tecnológico da atualidade, os jornais murais estão cada vez mais com design moderno e atraente, chegando a versões eletrônicas em grandes monitores com efeito bastante atrativo e alimentação de dados via internet. 3.5.3 - Meios na rede: intranet e e-mails A principal caracteristica dos meios digitais é a interatividade, a possibilidade de fazer uma pergunta ou sugestão e receber um retorno da empresa. Os canais eletrônicos são excelentes meios de comunicação com o público interno, entretanto é preciso ter cautela com seu uso, pois além de muitas vezes não atingir a base, que pode não ter acesso a computadores, por vezes as empresas não possuem condições tecnológicas para fazê-la funcionar, pois suas máquinas são lentas e antigas. A comunicação interna não deve ser uma via de mão única diretoria- funcionários. As novas tecnologias são um meio de suprir esse “buraco”. Atualmente, blogs empresariais e intranet já oferecem uma maior interatividade ao funcionário. Na intranet, os sites geralmente são visitados apenas por funcionários e parceiros. Lá são disponibilizadas informações sobre a empresa e de cunho administrativo, como de RH, normas, etc. Pode ser também um espaço de integração com publicação de aniversariantes do mês, fotos de eventos e confraternizações entre outros. A intranet deve ser desenvolvida como uma revista, com projeto gráfico e editorias definidas, com espaços para os diversos conteúdos importantes 42 para a organização. Este meio proporciona atualização rápida das informações, e maior interatividade dos funcionários, cada departamento pode compartilhar conhecimentos, projetos e resultados, desenvolvendo dessa forma o verdadeiro marketing para dentro. Já os e-mails são usados atualmente para tudo dentro da organização. Por vezes, funcionários que sentam-se lado a lado preferem a comunicação via Web. Cada vez mais os e-mails vem substituindo o papel e o documento protocolado para informar funcionários. Entretanto, para tornar-se comunicação interna, o ideal é que os e-mails estejam em formato diferenciado com a marca, e programado para atingir o público certo, tornando-se e-mails informativosoficiais. 3.5.4 - TV empresa e Rádio interna Por ser um meio capaz de acelerar o desenvolvimento da cultura organizacional, a TV empresa, ou TV interna tem despertado grande interesse das organizações. Entretanto sua implementação é complexa e o custo de produção é alto. Para manter a atenção dos funcionários é necessário existir uma manutenção constante. Assim como nas emissoras, é preciso adaptar sempre roteiro e conteúdo a partir das informações de pesquisas. A linguagem é moderna e o funcionário deve participar. Normalmente, as empresas optam por dois tipos de programas, o vídeo jornal (semanal, quinzenal ou mensal) com os quadros definidos e, os vídeos relâmpagos com comunicações rápidas sobre mudanças ou determinações. É indispensável a criação de vinhetas e a geração de acontecimentos que despertem a atenção, permitindo agilidade e dinamismo visual. A rádio interna precisa ser bem trabalhada para não incomodar o funcinário durante seu expediente. Recomenda-se o uso de frases de efeito e notícias curtas em meio a programação musical, programas mais longos somente nos horários de intervalo ou almoço. 43 CONCLUSÃO Ao longo dos anos, os desejos e as necessidades dos funcionários e das empresas vêm mudando. A comunicação ficou mais sofisticada para cumprir seu papel. As pessoas dentro das organizações já não são mais vistas como meros empregados, mas sim como uma importante fatia do sucesso empresarial. Hoje é fundamental ouvir a opinião daqueles que compõem o corpo funcional de uma organização, tratando-os como clientes de verdade, e reconsiderando suas opiniões acerca deste relacionamento. É possível prever que empresas com relações ainda tradicionais de trabalho precisarão repensar suas atitudes para sobreviver no mercado. Um novo conceito de empresa deve brotar da consciência de empresários e funcionários, unidos pelos mesmos propósitos de prosperidade organizacional e pessoal. Se esta não for uma decisão de caráter estratégico, certamente o será por imposição do consumidor final, cada vez mais exigente e disposto a renunciar aos produtos que desconsideram o seu processo e enaltecem o seu resultado. Isto inclui não somente a exploração exagerada de recursos naturais, mas também de recursos humanos. Se quiserem obter sucesso, os empresários devem, antes de qualquer coisa, dirigir suas atenções para as necessidades de comunicação de seus funcionários. Foi-se o tempo em que o jornalzinho interno era o único instrumento de comunicação interna, contendo algumas fotos dos aniversariantes do mês e notícias que na maioria das vezes não interessavam ao público. Hoje não há limites para a criatividade. Cada vez mais próximo do marketing externo, o endomarketing desenvolve diferentes formas de atingir o colaborador. Endomarketing é uma ferramenta poderosa para proporcionar uma relação sadia, transparente e duradoura entre empresa e funcionários. Atribuí- lo um alto grau de importância, colocando-o como ferramenta de gestão estratégica para alinhar todos em uma só visão, é imprescindível para obtenção do êxito empresarial na sua totalidade. 44 Reconhecer a importância do pessoal dentro do composto de marketing a fim de conquistar e manter clientes implica em um destaque substancial na performance competitiva da empresa. Uma maior atenção dada à relação empregado-cliente pode resultar em um aumento notável na qualidade do serviço, na satisfação dos clientes externos e, consequentemente, na maior fidelização do público-alvo. Se cada colaborador for multiplicador da boa imagem da empresa, os produtos/ serviços prestados por ela também serão bem aceitos pelos seus clientes. 45 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BRUM, Analisa de Medeiros. Face a face com o endomarketing. Porto Alegre: L&PM, 2005 _______________________. Respirando Endomarketing. Porto Alegre: L&PM, 2003 _______________________. Endomarketing de A a Z. Porto Alegre: Doravante, 2008 CARVALHO, Vinícius. As 25 leis do endomarketing. www.administradores.com.br, acesso em 22 de setembro de 2008. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos – O capital humano das organizações. 8ª edição. São Paulo: Atlas, 2008 GONÇALVES, Patrícia Moreira. O psicólogo nas organizações de treinamentos. 2005. www.psicologia.com.pt, acesso em 21 de novembro de 2008 INKOTTE, Alexandre Luiz. Endomarketing: elementos para a construção de um marco teórico. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 131f. Disponível em: http://teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/3009.pdf. Acesso em: 8 de outubro de 2008 LOPES, Tomas V. Monteiro. Motivação no trabalho. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,1980. marcio-comunicacaoempresarial.blogspot.com, acesso em 18 de novembro de 2008 46 NASSAR, Paulo (organizador). Comunicação interna: a força das empresas. Volume 4. São Paulo: Aberje, 2008 TORQUATO, Francisco Gaudêncio. Comunicação empresarial/comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 1986 www.ethos.org.br, acesso em 18 de novembro de 2008 www.vicomweb.com, acesso em 23 de setembro de 2008 47 ATIVIDADES CULTURAIS 48 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Ambiente Organizacional 10 1.1 – A motivação humana 10 1.1.1 – Hierarquia das necessidades da Maslow 11 1.1.2 – Teoria dos fatores higiênicos e motivacionais de Herzberg 13 1.1.3 – Comparação dos modelos de Maslow e Herzberg 15 1.2 – Clima organizacional 17 1.3 – A importância da comunicação nas organizações 18 CAPÍTULO II – Endomarketing 20 2.1 – Público interno 21 2.2 – Composto de endomarketing 23 2.2.1 – Companhia 23 2.2.2 – Custos 25 2.2.3 – Coordenadores 26 2.2.4 – Comunicação 27 2.3 – Planejamento estratégico de endomaketing 29 49 CAPÍTULO III – Estratégias 33 3.1 – Programas de endomarketing 33 3.2 – Treinamentos 35 3.3 – Eventos 36 3.4 – Responsabilidade Social empresarial 37 3.5 – Ferramentas de comunicação interna 38 3.5.1 – Boletins, Jornais, Revistas e House organs 39 3.5.2 – Jornal mural 40 3.5.3 – Meios na rede: internet e e-mails 41 3.5.4 – Tv empresa e Rádio interna 42 CONCLUSÃO 43 BIBLIOGRAFIA 45 ATIVIDADES CULTURAIS 47 ÍNDICE 48 FOLHA DE AVALIAÇÃO 51 50 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Título da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliado por: Conceito:
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