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A Teoria dos Atos do Comércio

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A Teoria dos Atos do Comércio, denominada também de fase Napoleônica, foi adotada pelo Código Comercial de 1850 e teve seu início no liberalismo econômico, um momento em que todos os cidadãos poderiam realizar a atividade econômica, desde que seus atos estivessem previstos em lei. Por esta concepção, as atividades comerciais estavam sujeitas a um regime jurídico próprio e diferenciado do aplicável para outras atividades econômicas.
Através do conceito objetivo estabelecido pelo Código Comercial Francês, qualquer pessoa capaz que praticassem os atos de comércio de forma habitual e profissional, poderia ser qualificado como comerciante, 	o comércio, em termos gerias, reside na aquisição de bens para posterior revenda, com a finalidade de obtenção de lucro, sendo assim qualquer pessoa pode ser um comerciante, não sendo exigido para isso um curso ou quem sabe talvez um ensino superior.
Também não é exigido pelo comercio que haja uma estrutura para desempenhar determina mercancia, muitas vezes o comercio pode ser exercido por um vendedor ambulante que trás consigo uma sacola com bugigangas para vender, pode também ser exercido por um garoto que resolve vender picolé na rua. Não há também a necessidade de um estabelecimento próprio ou de maquinário de grande porte para se realizar o comércio.
Estas características próprias do comércio fizeram com que o direito comercial se ativesse ao ato praticado e não à pessoa.
Pelo fato de os atos do comercio não serem claramente determinados, pois se prendiam as relações da vida civil, sendo difícil de ser caracterizados devidamente, foi que ocorreu uma transição radical, da Teoria dos Atos do Comércio para a Teoria da Empresa, que devido ao enquadramento da atividade econômica organizada que independe de qualificação comercial ou civil era mais fácil de ser conceituada.
Na Teoria da Empresa o referencial recai sobre como a atividade econômica é exercida, e não mais sobre o ato praticado. Se há uma estrutura que comercializa, produz ou presta serviços, de forma profissional, então estaremos diante de uma entidade empresarial, que poderá ser controlada individualmente ou por uma sociedade. Enquanto na Teoria dos Atos do Comércio, não importava o conceito subjetivo que determinava a qualidade do comerciante, mas o conceito objetivo que visava descrever a atividade realizada pelo comerciante, na Teoria da Empresa não se considerava a atividade do comerciante que intermediava a produção e consumo, e nem os atos definidos como comerciais, mas a qualidade daquele que exerce a atividade empresarial. Com a teoria da empresa, é considerada como critério de identificação a forma de organização dos fatores de produção para exercitar a atividade econômica, com a finalidade de produção ou circulação de bens e serviços. A discussão gira exatamente em torno da forma, questionando se há uma estrutura empresarial para que o empreendedor exerça a atividade econômica.
Com base no que foi exposto até aqui podemos dizer então que a teoria da empresa é uma inovação em relação aos aspectos jurídicos. Trata-se de uma pequena, porém consistente mudança na figura do empreendedor e da empresa. É uma caracterização pormenorizada do que é realmente uma relação estabelecida de comércio.
Agora, nos atemos a todas as atividades econômicas, englobando também os setores da indústria e da prestação de serviços. O referencial passou a estar ligado ao modo como a atividade econômica é desempenhada. Não mais persiste a divisão entre atos de comércio e atos civis, assim como entre sociedades comerciais e sociedades civis.

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