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Trabalho I - Atos do Comércio e Teoria da Empresa.

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Atos do Comércio e Teoria da Empresa.
A proposta da teoria dos atos de comércio é alterar o modo de classificar o comerciante de forma puramente subjetiva (aquele que estava matriculado nas corporações, que tinha acesso aos tribunais do comércio), para um critério mais objetivo praticar determinado ato de comércio de forma profissional. É o exercício profissional de determinada atividade que fará com o que o comerciante seja considerado como tal. 
O marco histórico desta teoria é a entrada em vigor do Código Napoleônico, em 1807. Inspirados nos ideais da Revolução Francesa – liberdade, igualdade e fraternidade – a proposta dessa teoria é abarcar com o direito comercial todos aqueles que se dedicassem à atividades mercantis, independentemente de estarem ou não afiliados a alguma corporação de classe. Pela teoria dos atos de comércio, comerciante era aquele que praticava atos de comércio. 
Nascidos em meados do Século XIX, o Código Comercial Brasileiro sofreu profunda influência do direito francês, adotando a teoria dos atos de comércio permeada, contudo, por certa subjetividade quando dispõe no artigo 4º que comerciante é aquele que esteja matriculado em algum Tribunal do Comércio do Império e que faça da mercancia profissão habitual. 
Como se vê, o Código não se refere a atos de comércio, mas a mercancia, que só foi definida pelo Regulamento 737, no seu artigo 19, enumerando determinadas atividades. 
A dificuldade da teoria dos atos de comércio é justamente estabelecer o conceito científico destes atos. Não existe um critério certo e lógico para defini-los, o que gera situações anacrônicas e incompatíveis com a conjuntura da economia moderna, na medida em que exclui determinadas atividades econômicas do campo de incidência das normas comerciais. Ato de comercio ficou sendo aquilo que o legislador estabelecesse. O que não estivesse previsto em lei, seria ato civil não sujeito às normas e prerrogativas comerciais. 
Essa dificuldade de se conceituar os atos de comércio, enfim, gerou, e gera até hoje, distorções no alcance das normas do Direito Comercial, limitando sobremaneira a matéria do comércio. 
A solução dependerá, pois, da mudança total de ótica do próprio Direito Comercial. 
Daí que surgiu a teoria moderna da empresa que tem o sentido prático de ampliar o campo de incidência do direito comercial, conforme se verá a seguir. Ao positivar a teoria da empresa, o novo Código Civil passa a regulam as relações jurídicas decorrentes de atividade econômica realizada entre pessoas de direito privado. 
A teoria empresa está em oposição à teoria dos atos de comércio, parte da atividade econômica era comercial, isto é, tinha um regime jurídico próprio, diferenciado do regime jurídico de uma outra parte da atividade econômica, que se sujeitava ao direito civil. Isso significava dizer que certos atos estavam sujeitos ao direito comercial e outros não. 
A teoria da empresa não divide os atos em civis ou mercantis. Para a teoria da empresa, o que importa é o modo pelo qual a atividade econômica é exercida. 
O que é empresa? 
Já é célebre a definição de empresa dada por Asquini, para quem ela compreende quatro perfis. Vejamos três significados jurídicos para o vocábulo técnico, que corresponde aos três primeiros perfis. 
• perfil subjetivo: A empresa é o empresário, pois empresário é quem exercita a atividade econômica organizada, de forma continuada. 
• perfil funcional: A empresa é uma atividade, que realiza produção e circulação de bens e serviços, mediante organização de fatores de produção. 
• perfil objetivo (patrimonial): A empresa é um conjunto de bens. A palavra empresa é sinônima da expressão estabelecimento comercial. 
Há também um quarto perfil, criticado pela doutrina por não corresponder a qualquer significado jurídico, mas apenas por estar de acordo com a ideologia fascista, que controlava o Estado italiano por ocasião da positivação da teoria da empresa: 
• perfil corporativo: A empresa é uma instituição, uma organização pessoal, formada pelo empresário e pelos colaboradores, todos voltados para uma finalidade comum. 
A noção jurídica de atividade econômica organizada exige o concurso de atividade profissional alheia. Se alguém exercer uma atividade econômica individualmente, não será considerado empresário, à luz do art. 966 do novo Código Civil. 
Mas a organização não compreende apenas a contratação de serviços sob o regime civil ou trabalhista. Juridicamente a organização definida no art. 966 é a organização de fatores produção. 
Toda essa atividade organizada deve ter um sentido econômico. Essa é a teoria da empresa. 
Se o regimento jurídico do empresário e da sociedade empresária é o regime jurídico do comerciante, então os empresários e as sociedades empresárias, tal como definidas pelo novo Código Civil, estão sujeitas à todos os institutos mercantis, como por exemplo, a falência e o registro na Junta Comercial. A potencial sujeição à falência e o registro na Junta Comercial fazem parte do regime jurídico do comerciante. 
Realmente, o novo Código Civil é expresso no sentido de que o empresário, tal como definido no art. 966, deverá se inscrever na Junta Comercial. 
A proposta da teoria dos atos de comércio é alterar o modo de classificar o comerciante de subjetivista para um critério objetivo. É a atividade que fará com que o comerciante seja sujeito do direito comercial, independentemente de estar ligado a uma corporação de ofício, tendo então acesso às prerrogativas já mencionadas: falência e concordata. 
O marco histórico desta teoria é a entrada em vigor do Código Mercantil Napoleônico em 1807. A proposta deste Código foi objetivar o tratamento jurídico da atividade mercantil com a adoção da teoria dos atos do comércio. 
Estamos diante de um sistema que classifica o sujeito do direito comercial de acordo com sua atividade, não importando se ele está ou não ligado a uma corporação. 
Na tentativa de contemporizar a indefinição do que seriam os atos de comércio, parte da doutrina utiliza uma fórmula pela qual o "ato de comércio é aquele praticado habitualmente com o fito de lucro para a mediação dos bens e serviços. 
No Brasil a edição do Código Comercial de 1850 – em vigor até hoje – foi totalmente inspirado no Code de Commerce francês. Não podemos acusar o nosso Código de ser anacrônico ao adotar a teoria dos atos de comércio, pois tendo ele nascido em meados do Século XIX, sob forte influência do Código de Napoleão, não poderia ser de outra forma. 
Não é mais sustentável negar o caráter empresarial das atividades econômicas de prestação de serviços efetuadas repetidamente e em cadeia. São atividades lícitas e de grande importância na economia sendo questionável arrebatar desses setores os benefícios concedidos aos comerciantes, quais sejam, falência e concordata. 
BIBLIOGRAFIA :
BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial. 15º edição. São Paulo: Atlas 2000. 
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998 
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol 1. 23 ed. Atual. São Paulo: Saraiva, 1998

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