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187847703-Resumo-Rorschach-2012

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Resumo Rorschach
Siglas localização:
G: Global – resposta considera a prancha inteira
D: Detalhe mais freqüentemente visto estatisticamente
Dd: Detalhe menos freqüentemente visto estatisticamente
Dbl: Resposta vista na parte branca da prancha
Determinantes:
- Formais
- Cinestésicos (maiores e menores)
- Cor
Determinantes formais (F)
Modo sensorial de apreensão da mancha
Esforço intelectual de organização racional
Esforço de adaptação ao real
Respostas vinculadas à configuração do objeto com menor ênfase na expressão dos afetos e na 
imaginação
“Dominar o caos” da mancha
Refere-se à conjunção entre externo e interno, já que ativa funções do sujeito (memória, atenção, etc.) 
mas exige que ele se adapte à realidade externa (ao próprio estímulo).
Determinante de boa qualidade formal - F+: 
(É algo que pode ser visto, condiz com o estímulo)
Nitidez da percepção
Vigilância da atenção
Boa capacidade de seleção das imagens-lembranças
Pode ser interpretado como a capacidade do sujeito de organizar, planejar e controlar seu comportamento 
em função das percepções (Força do Ego)
Determinante de má qualidade formal – F-:
Não condiz com o estímulo
Pode indicar:
Erros perceptivos, julgamentos arbitrários
Relaxamento com ausência de vigor e controle
Déficit intelectual congênito ou adquirido
Determinante de qualidade formal indeterminada - F±:
2 possibilidades:
1. Respostas verbalizadas pelo sujeito de forma vaga, imprecisa.Ex:qualquer animal, um mapa de uma 
região...
 ou
2.respostas em que o próprio conteúdo tem forma indefinida, indeterminada. Ex: areia, fumaça, nuvem, 
um monte de folhas...
Respostas indeterminadas 
Respostas cujo conteúdo não permite maiores avaliações no que tange à qualidade formal
A analogia entre o engrama e o estímulo não é aprofundada
Sugerem:
 Incerteza caracterial e intelectual
 Dificuldade de se expor a riscos
 Ansiedade
 Medo de ser julgado
 Apatia intelectual
Fórmulas relativas a F:
 Relação entre todos os determinantes formais puros e o número total de respostas.
 Indica uma abordagem mais intelectual e socializada do que afetiva e pessoal.
 Elevado, pode ser interpretado como um distanciamento dos aspectos afetivos; e muito baixo, como 
uma ingerência excessivamente forte desses mesmos aspectos. Toda e qualquer inibição ou 
depressão refletir-se-á num aumento de respostas F. 
 Revela a tentativa de controle, de dominar o “caos”, via esforço intelectual; esforço de exercer a 
capacidade crítica e de julgamento sobre a realidade Para saber se o esforço foi bem sucedido, deve-se 
calcular F+%. 
Varia de acordo com as capacidades intelectuais do sujeito e seu estado afetivo
Pode avaliar adaptação perceptiva e ao meio, e socialização possível por parte do sujeito. 
Distinção entre F+% ótimo e F+% máximo: o máximo corresponde à extrema rigidez com valorização de 
um controle intelectual em detrimento do contato espontâneo, e o ótimo permite uma adaptação 
intelectual mais flexível. 
O F+% muito elevado indica rigidez perante o teste e comprometimento da espontaneidade. O F+% muito 
inferior ao esperado, por outro lado, sugere que o contato do indivíduo com a realidade é falho e que ele 
não é capaz de exercer um controle suficiente sobre suas percepções.
É importante atentar para a relação entre F% e F+%, porque ela permite avaliar a eficácia ou não 
do esforço de intelectualização do sujeito. Se F% é elevado (ou seja, está acima da norma) e F+% 
fica abaixo da norma, por exemplo, podemos dizer que houve grande esforço de organização, mas 
sem um resultado proporcional. 
Norma para F% = 50-70%
Norma para F+% = 80-70% (?)
Determinantes cinestésicos
Respostas que atribuem movimento ou vitalidade à figura vista, no caso de seres humanos inteiros reais 
ou fantásticos (cinestésicas maiores – K) 
e
Respostas que atribuem movimento bem explícito, a animais, objetos, partes humanas ou seres humanos 
vistos em Dd (cinestésicas menores – k).
Cinestesias maiores: K
São respostas que contém figuras humanas ou pára-humana (fantástico ou mitológico) desde que seja 
inteira aos quais o sujeito atribui uma ação, intenção ou presença próxima, intensa. Se a figura humana ou 
pára-humana é desvitalizada (“é uma estátua, uma foto, um boneco”), deixa de ser K e passa a ser F. 
Vitalização ou movimento de conteúdo humano inteiro real, classifica-se como: 
Determinante: K Conteúdo: H 
OU
Vitalização ou movimento de conteúdo humano inteiro fantástico, classifica-se como:
F+% = (F+) + (F±/2) / ∑F.100
F% = ∑F / R
Determinante: K Conteúdo: (H) 
Rorschach considerava as respostas K numa dupla perspectiva:
- de capacidade de criatividade interior e, se ela domina a cor, de provável instrumento principal do fator 
de interiorização
- de atitudes expectantes fundamentais, ativas ou passivas, mostrando as tendências do inconsciente, o 
que ele via, sobretudo, no tipo de movimento dado, extensão ou flexão. 
As respostas K referem-se ao comportamento interior do sujeito e sua vida mental. O empenho da 
resposta está mais acentuado nos fatores intelectuais do que nos afetivos, mas ainda assim, de maneira 
pessoal. O K está associado à inteligência, imaginação criadora, maturidade e consciência da vida 
interior. Estas respostas são reveladoras da capacidade de empatia e de identificação ao nível individual e, 
também, ao das relações sociais. Mantêm estreita relação com a representação diferenciada do próprio 
corpo, implicando na diferenciação eu-outro.
 Respostas que mais individualizam o sujeito no Método de Rorschach
 Exprimem atitude interior
 Processos associativo e projetivo (busca de identificações)
Sugerem:
 Capacidade de criatividade
 Modo do sujeito lidar com as pulsões
 Interiorização
 Inteligência
 Afetividade e motilidade estabilizadas
 Empatia
 Ultrapassagem do aspecto intelectual puramente formal
Elevada freqüência de respostas K sugere:
 Possibilidade de profunda inadaptação
 Retraimento em si
 Ausência de contatos
 Recurso demasiado intenso ao imaginário
Consiste na fusão de 3 fatores que devem ser considerados na interpretação:
1) fator forma
Complementa o sentido intelectual visto na forma pura. Quando a qualidade formal das K é boa (K+), 
pode-se reforçar a idéia de bom potencial intelectivo (se este for apontado também por F). A boa 
qualidade formal na cinestesia também indica um compromisso harmonioso entre percepção e projeção, 
dado que o contributo projetivo não condenou ao insucesso o seu valor adaptativo. Há um equilíbrio entre 
os mecanismo perceptivos e a expressão do imaginário. 
2) fator movimento 
Exprime a capacidade criativa, imaginativa, pois não é dado na prancha. Na medida em que K fornece um 
elemento que não existe na prancha, ela é o produto de um real imaginário e não do real objetivo; 
portanto, ela emana do inconsciente e das pulsões. 
3) fator conteúdo humano
Este aspecto da resposta remete-nos a processos de identificação primária (ser inteiro) e secundária (a 
sexualidade). Para esta análise, devemos observar primeiro se a visão do corpo inteiro está bem 
delimitada (forma bem vista) e se o conteúdo humano apresenta-se sexualizado ou não. Espera-se que 
pelo menos metade das representações sejam do mesmo sexo do sujeito para que se possa vislumbrar um 
processo de identificação secundária estabelecido na direção de seu gênero.
Os conteúdos humanos, e não o movimento, dariam à K o sentido de introversividade; o movimento traria 
antes, quando ele domina o conteúdo, o dinamismo indo no sentido da extroversão, assemelhando-se à 
cinestesia de objeto; uma cotação diferenciada poderia levar em conta a prevalência dos movimentos ou 
do engrama humano da própria forma nas respostas K. 
Cinestesias menores: k
 São elaboradas pelo mesmoprocesso imaginário que produz as K verdadeiras
 Podem ser compreendidas como um deslocamento de K
 Podem ser kp, kan ou kob
 Em relação às K:
• Menor integração
• Menor adaptação à realidade concreta
• Menor capacidade de realização
Também é importante analisar essas respostas em termos de forma (aspecto intelectual), 
movimento e conteúdo, como nas K (As formas são de boa qualidade? O movimento está sempre 
presente? É dinâmico, ativo (nesse caso pode representar espontaneidade e vivacidade)? Em que o 
conteúdo reforça as idéias dadas pelos anteriores?).
As respostas k devem ser sempre analisadas com base em sua relação com a K verdadeira, uma 
vez que são resultantes do mesmo processo imaginário que cria as K. As respostas k possuem menor 
adaptação à realidade concreta, menor integração e menor capacidade de realização. Por vezes, são fruto 
de um deslocamento das condições de elaboração de uma resposta K que se encontram reprimidas ou 
imaturas, emergindo como animais ou abjetos ao invés de forma humana. 
Pode-se dizer que a projeção incompleta representada pelas k seja coerente, uma vez que nem 
todos os desejos e impulsos são inteiramente aceitos pela consciência e integrados. Desta forma, as 
respostas k representam o distanciamento de uma representação humana direta e dos desejos que são 
pouco aceitos pela personalidade. 
Quando encontradas em grande quantidade em relação às K, este tipo de resposta pode indicar o 
domínio de elementos fantasmáticos infantis ou patológicos. Em contrapartida, a presença em número 
baixo da resposta representa certa flexibilidade e vivacidade por parte do sujeito. 
Cinestesia animal: kan
 Animal inteiro e animado com forte dinamismo
 Não são considerados os movimentos passivos (“goela aberta”, p. ex.)
 Exceções podem ser feitas a partes de animais com movimento bastante evidenciado
Podem ser interpretadas como:
 Dependência oral
 Agressividade mais ou menos destrutiva
 Espontaneidade e vivacidade de atitude
 Caráter lúdico
 Possibilidade de deslocamento de conflitos
 Assim, são, na maioria dos casos, representações de necessidades primárias, instintivas, mais 
infantilizadas
Deslocamento dos movimentos pulsionais para imagens animais. Compromisso defensivo que deixa 
passar a mínima o retorno do recalcado (a representação humana conflitual é afastada da cena mental e 
substituída por conteúdo animal que serve de porta-voz às pressões fantasmáticas e pulsionais 
consideradas incômodas).
Cinestesia de objeto: kob
Definida como movimento violento de objeto ou elemento que possui em si mesmo sua fonte de energia
Respostas carregadas de afetos e de uma energia de difícil expressão
Relacionadas a descarga pulsional, geralmente bruta; associadas ao dualismo pulsão de vida/pulsão de 
morte, sendo mais explorada a dimensão agressiva/destrutiva.
A cinestesia de objeto emana de uma fonte interna, da excitação corporal; parece mesmo, por 
outro lado, que a sua emergência visa a supressão de uma tensão que se manifesta no protocolo através 
das respostas que percebem as respostas kob e que são muitas vezes testemunhos de uma grande 
ansiedade.
Freqüentemente estas respostas aparecem associadas a cores fortes e remetem a aspectos de 
violência, como “explosões”. Nestes casos, pode-se dizer que estão carregadas de uma afetividade 
intensa, expressa de forma pouco socializada. Observa-se, desta maneira, uma força incontrolável em si e 
o conflito interno entre diferentes pulsões e as pressões do mundo.
Atentar para passividade/atividade do movimento (ex: queda d’água é passivo, erupção é ativo)
Quando o número de respostas K é menor que kan+kob, pode-se inferir um funcionamento mais 
infantil, talvez permeado por excesso de fantasia, de imaginação (kan) ou de uma carga afetiva exagerada 
que dificulta a adaptação à realidade (kob), mas que não a impede de forma prevalente.
Pequena cinestesia: kp
 Quando kp é uma figura humana inteira em movimento num pequeno detalhe, pode sugerir:
 Capacidade imaginativa
 Atitude lúdica 
Deve-se, no entanto, considerar a quantidade destas respostas em relação às respostas K. Nos 
casos em que as respostas kp são as únicas de conteúdo humano, não havendo K verdadeira, é possível 
que haja repressão e recusa por parte do sujeito, pouca capacidade de realização e introversão.
 Quando kp é uma parte humana em movimento pode indicar temor ou ansiedade do sujeito; 
projeção autística ou limitada, que demonstra uma postura receosa e ansiosa do sujeito
 Nem sempre kp deve ser considerada repressão de uma K verdadeira
Segundo N. Canivet as cinestesias menores representam:
• kan: imaturidade afetiva
• kp: recalcamento
• kob: força explosiva inadaptada
Nem todas as necessidades e desejos são integradas nas reações da personalidade, nem dão lugar às K, 
havendo assim as k´s menores
Em protocolos de adultos espera-se que nº K maiores > nº k menores
Quando numerosas, as k menores podem indicar a “preponderância de elementos fantasmáticos infantis 
ou mórbidos sobre a capacidade de integração com a realidade objetiva e com a identificação real” 
(Traubenberg). Quando pouco numerosas em relação a K, podem representar flexibilidade do psiquismo, 
conferindo a ele certa vivacidade
Determinante Cor
Pranchas sem cor: 1, 4, 5, 6, 7
Pranchas com vermelho: 2, 5
Pranchas com cores pastéis: 8, 9, 10
No interior das respostas cotáveis, a cor pode ter um papel secundário em relação à percepção formal – 
FC – ou, pelo contrário, determinar a resposta, em primeiro lugar, aparecendo a forma em segundo lugar 
– CF – ou ser a única responsável pela associação dada – C. 
A freqüência esperada de respostas com este determinante é de 3 a 5 em um total de 30 – de 10 a 16,6%.
A experiência perceptiva da cor pode ser explicada pelo conceito de passividade perceptiva em face dos 
estímulos visuais, implicando uma parada momentânea do trabalho ativo de organização ou uma ausência 
de capacidade da realização desse trabalho. A percepção da cor na prancha não demanda vontade ou 
esforço do sujeito. Mais imediata e direta, exige menor capacidade de organização. Esse mesmo elemento 
de passividade existe na afetividade, aproximando as duas experiências. Assim, há uma associação entre 
afetividade e as respostas cor. 
Respostas C, CF e FC
Denominações de cor (Cn): O indivíduo apenas nomeia as cores, mostrando-se incapaz de relacioná-las 
a conteúdos. Para o adulto é um indício de grave desorganização, sendo, por outro lado, natural no caso 
de crianças de 3 anos, que não são ainda capazes de associar a cor a uma experiência.
Respostas C puro: valor de 1,5 pontos. Cor aparece integrada a um conteúdo. Afetividade pouco 
controlada (pois não está associada a F). As respostas C parecem situar-se em dois extremos do ponto de 
vista da intensidade da participação e do ponto de vista da tonalidade afetiva: atividade impulsiva, até 
mesmo destrutiva ou auto-destrutiva, ou distanciamento que pode ir até a abstração. A resposta C é uma 
tomada de posição maciça, no envolvimento ou no desprendimento, a tal ponto que certas resposta C 
puros de doentes mentais parecem totalmente desprovidas de reações vividas: “É a pintura de...” e 
denunciam apenas uma experiência sensorial isolada. 
Sua presença nas crianças é flutuante, variando de acordo com a idade. Nos adultos é um tipo de 
resposta mais comum em portadores de doenças orgânicas, personalidades maníacas e histéricas e sujeitos 
que apresentam neuroses de caráter com traços narcísicos e tendências impulsivas.
Divide-se em três tipos característicos: aquelas que advém de atitudes ativas e impulsivas; as que 
são fruto de atitudes retidas e distantes, apontando uma recusa de envolvimento; e aquelas que ocorremdevido à desorganização ou mesmo morbidez. É raro que estes três tipo de resposta C apareçam em um 
mesmo protocolo. 
Respostas CF: valor de 1 ponto. A cor domina a interpretação, entretanto co-determinada pela forma, 
que tem somente um papel secundário de contornos vagos e freqüentemente imprecisos. Afetividade mais 
controlada mas ainda predominante em relação à intelectualidade. Tem um traço de imaturidade e de 
labilidade na expressão afetiva. Mais freqüentes que os C puros, é neles que o vínculo entre a cor, a 
labilidade e a vivacidade dos afeto é mais visível. Os CF abrangem reações emocionais de intensidade 
variável, e de conteúdos mais neutros que C; portanto, o seu significado será menos extremo, tanto mais 
que os conteúdos estarão mais próximos da fama das reações da vida corrente e corresponderão a uma 
vivência mais superficial e simplesmente emotiva do que pulsional ou desorganizada (como em C). A 
presença de F é uma tentativa de adaptação à objetividade, um esforço de controle que, de resto, é 
raramente eficaz. De acordo com a presença de outros elementos, o CF significará um máximo de 
exigência ou pelo contrário, de sugestionabilidade (elementos CF reforçados pelo C puro). Daí decorrerá 
uma labilidade emocional feita de impaciência e de rapidez de mudanças de humor. Em boas proporções, 
o CF deixa supor um certo calor nas trocas e uma espontaneidade na abordagem de outrem que torna 
simpático, “sintônico” e aberto um sujeito que, por outro lado, poderá ser caprichoso e bizarro. Em certas 
respostas CF pode haver a mesma facilidade de atitude lúdica que existe nas kan, e mesmo uma certa 
alegria de viver. Neuroses de caráter com traços narcísicos e impulsivos; histéricos emocionalmente 
lábeis, instáveis e captativos. 
Respostas FC: valor de meio ponto. Respostas em que a cor é integrada a um elemento formal 
que ela enriquece e cuja qualidade, de um modo geral, é adequada tal como o uso da própria cor. Indica o 
controle do racional sobre o emocional, do formal sobre o sensorial. Dar FC só faz minimizar a influência 
da cor e talvez conviesse propor o contrário, pois a cor, que era uma experiência passiva, torna-se ativa, 
ajuda na articulação e no reconhecimento perceptivo, por conseguinte, assegura uma função adaptativa ao 
mesmo tempo em que lhe proporciona um caráter subjetivo. No FC, a cor não desorganiza, não é vivida 
como desarranjo. Flexibilidade das funções de julgamento, do pensamento, que levam em conta reações 
afetivas, subjetivas e as utilizam positivamente. Rorschach: labilidade afetiva, fundamento da capacidade 
de contato e vontade de adaptação do FC, que permite abordagem afetiva de outrem e certa escuta e 
capacidade de se colocar no lugar de outrem. FC nas pranchas pastel (e não nas vermelhas): se são os 
únicos representantes das reações cores, assinalam inibição e sensibilidade afetiva; a expressão da 
sensibilidade é tímida, como que freada pelo temor de contatos diretos com o afeto mais brutal do 
vermelho. FC distribuído pelas cinco pranchas: quando há outras respostas CF e C, indica ampla 
expressão afetiva, certa liberdade nas manifestações emocionais, que são assumidas em elevado grau. A 
alta incidência de FC pode traduzir uma insistência sobre o controle, desejo de permanecer estável.
Reações Qualitativas à Cor
As reações do sujeito quanto à presença da cor nas pranchas do Rorscach podem ser explícitas 
(verbalizadas) ou notadas pelo examinador a partir da sua mudança de comportamento: alteração do 
tempo de latência, rotação, declínio da qualidade formal, entre outros.
As reações manifestas (verbalizadas) evidenciam a repulsão ou atração perante esta característica 
do estímulo. As reações indiretas, por outro lado, demonstram o esforço do indivíduo para evitar o 
contato com a cor – com aquilo o que ela evoca.
O choque à cor e o choque ao vermelho são dois tipos de reações polarizadas, que evidenciam 
ansiedade manifesta. O choque pode ser manifesto, demonstrando estupor ou atração explícitos, ou 
dissimulado, que ocorre a partir de elementos isolados e tem conseqüências mais indiretas.
Deve-se estar atento ao contexto no qual é dada a respostas e aos conteúdos das respostas vistas. 
Conteúdos como alimento e sexo, por exemplo, estão relacionados à tensão para sobreviver, enquanto os 
mais vagos como flor e decoração estão associados a um estado de humor.
Freqüentemente, as pranchas de cor são rejeitadas ou escolhidas como preferidas pelos sujeitos, o 
que confirma os dados das respostas francas ou das reações qualitativas.
Respostas C’, C’F e FC’ (respostas-cores acromáticas)
São consideradas respostas-cores acromáticas aquelas em que as cores acromáticas (ou seja, o branco, o 
preto e o cinza) das pranchas são consideradas como cores de superfície. A interpretação das respostas 
acromáticas, de um modo geral, parecem referir-se a reações emocionais “abafadas”, reprimidas, havendo 
uma presença de sensibilidade depressiva no cinza e no preto, e uma reativação de sentimentos de 
abandono no caso do branco. É preciso lembrar, no entanto, que a interpretação deve considerar a 
presença ou ausência de outras respostas-cor e sua relação com as respostas acromáticas.
 Sem estar associada a nenhum F, essa resposta é cotada como C’ pura. O C’ preto representa, 
para alguns autores, um desejo intenso de sair da angústia, enquanto o C’ branco liga-se, como já foi dito, 
a vivências de abandono. Outras cotações possíveis para essas respostas se dão a partir da associação com 
F: temos assim C’F (exemplo: “monte de carvão” na prancha V) e FC’, sendo que a integração com a 
forma é mais precisa em FC’.

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