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Resumo Rorschach Siglas localização: G: Global – resposta considera a prancha inteira D: Detalhe mais freqüentemente visto estatisticamente Dd: Detalhe menos freqüentemente visto estatisticamente Dbl: Resposta vista na parte branca da prancha Determinantes: - Formais - Cinestésicos (maiores e menores) - Cor Determinantes formais (F) Modo sensorial de apreensão da mancha Esforço intelectual de organização racional Esforço de adaptação ao real Respostas vinculadas à configuração do objeto com menor ênfase na expressão dos afetos e na imaginação “Dominar o caos” da mancha Refere-se à conjunção entre externo e interno, já que ativa funções do sujeito (memória, atenção, etc.) mas exige que ele se adapte à realidade externa (ao próprio estímulo). Determinante de boa qualidade formal - F+: (É algo que pode ser visto, condiz com o estímulo) Nitidez da percepção Vigilância da atenção Boa capacidade de seleção das imagens-lembranças Pode ser interpretado como a capacidade do sujeito de organizar, planejar e controlar seu comportamento em função das percepções (Força do Ego) Determinante de má qualidade formal – F-: Não condiz com o estímulo Pode indicar: Erros perceptivos, julgamentos arbitrários Relaxamento com ausência de vigor e controle Déficit intelectual congênito ou adquirido Determinante de qualidade formal indeterminada - F±: 2 possibilidades: 1. Respostas verbalizadas pelo sujeito de forma vaga, imprecisa.Ex:qualquer animal, um mapa de uma região... ou 2.respostas em que o próprio conteúdo tem forma indefinida, indeterminada. Ex: areia, fumaça, nuvem, um monte de folhas... Respostas indeterminadas Respostas cujo conteúdo não permite maiores avaliações no que tange à qualidade formal A analogia entre o engrama e o estímulo não é aprofundada Sugerem: Incerteza caracterial e intelectual Dificuldade de se expor a riscos Ansiedade Medo de ser julgado Apatia intelectual Fórmulas relativas a F: Relação entre todos os determinantes formais puros e o número total de respostas. Indica uma abordagem mais intelectual e socializada do que afetiva e pessoal. Elevado, pode ser interpretado como um distanciamento dos aspectos afetivos; e muito baixo, como uma ingerência excessivamente forte desses mesmos aspectos. Toda e qualquer inibição ou depressão refletir-se-á num aumento de respostas F. Revela a tentativa de controle, de dominar o “caos”, via esforço intelectual; esforço de exercer a capacidade crítica e de julgamento sobre a realidade Para saber se o esforço foi bem sucedido, deve-se calcular F+%. Varia de acordo com as capacidades intelectuais do sujeito e seu estado afetivo Pode avaliar adaptação perceptiva e ao meio, e socialização possível por parte do sujeito. Distinção entre F+% ótimo e F+% máximo: o máximo corresponde à extrema rigidez com valorização de um controle intelectual em detrimento do contato espontâneo, e o ótimo permite uma adaptação intelectual mais flexível. O F+% muito elevado indica rigidez perante o teste e comprometimento da espontaneidade. O F+% muito inferior ao esperado, por outro lado, sugere que o contato do indivíduo com a realidade é falho e que ele não é capaz de exercer um controle suficiente sobre suas percepções. É importante atentar para a relação entre F% e F+%, porque ela permite avaliar a eficácia ou não do esforço de intelectualização do sujeito. Se F% é elevado (ou seja, está acima da norma) e F+% fica abaixo da norma, por exemplo, podemos dizer que houve grande esforço de organização, mas sem um resultado proporcional. Norma para F% = 50-70% Norma para F+% = 80-70% (?) Determinantes cinestésicos Respostas que atribuem movimento ou vitalidade à figura vista, no caso de seres humanos inteiros reais ou fantásticos (cinestésicas maiores – K) e Respostas que atribuem movimento bem explícito, a animais, objetos, partes humanas ou seres humanos vistos em Dd (cinestésicas menores – k). Cinestesias maiores: K São respostas que contém figuras humanas ou pára-humana (fantástico ou mitológico) desde que seja inteira aos quais o sujeito atribui uma ação, intenção ou presença próxima, intensa. Se a figura humana ou pára-humana é desvitalizada (“é uma estátua, uma foto, um boneco”), deixa de ser K e passa a ser F. Vitalização ou movimento de conteúdo humano inteiro real, classifica-se como: Determinante: K Conteúdo: H OU Vitalização ou movimento de conteúdo humano inteiro fantástico, classifica-se como: F+% = (F+) + (F±/2) / ∑F.100 F% = ∑F / R Determinante: K Conteúdo: (H) Rorschach considerava as respostas K numa dupla perspectiva: - de capacidade de criatividade interior e, se ela domina a cor, de provável instrumento principal do fator de interiorização - de atitudes expectantes fundamentais, ativas ou passivas, mostrando as tendências do inconsciente, o que ele via, sobretudo, no tipo de movimento dado, extensão ou flexão. As respostas K referem-se ao comportamento interior do sujeito e sua vida mental. O empenho da resposta está mais acentuado nos fatores intelectuais do que nos afetivos, mas ainda assim, de maneira pessoal. O K está associado à inteligência, imaginação criadora, maturidade e consciência da vida interior. Estas respostas são reveladoras da capacidade de empatia e de identificação ao nível individual e, também, ao das relações sociais. Mantêm estreita relação com a representação diferenciada do próprio corpo, implicando na diferenciação eu-outro. Respostas que mais individualizam o sujeito no Método de Rorschach Exprimem atitude interior Processos associativo e projetivo (busca de identificações) Sugerem: Capacidade de criatividade Modo do sujeito lidar com as pulsões Interiorização Inteligência Afetividade e motilidade estabilizadas Empatia Ultrapassagem do aspecto intelectual puramente formal Elevada freqüência de respostas K sugere: Possibilidade de profunda inadaptação Retraimento em si Ausência de contatos Recurso demasiado intenso ao imaginário Consiste na fusão de 3 fatores que devem ser considerados na interpretação: 1) fator forma Complementa o sentido intelectual visto na forma pura. Quando a qualidade formal das K é boa (K+), pode-se reforçar a idéia de bom potencial intelectivo (se este for apontado também por F). A boa qualidade formal na cinestesia também indica um compromisso harmonioso entre percepção e projeção, dado que o contributo projetivo não condenou ao insucesso o seu valor adaptativo. Há um equilíbrio entre os mecanismo perceptivos e a expressão do imaginário. 2) fator movimento Exprime a capacidade criativa, imaginativa, pois não é dado na prancha. Na medida em que K fornece um elemento que não existe na prancha, ela é o produto de um real imaginário e não do real objetivo; portanto, ela emana do inconsciente e das pulsões. 3) fator conteúdo humano Este aspecto da resposta remete-nos a processos de identificação primária (ser inteiro) e secundária (a sexualidade). Para esta análise, devemos observar primeiro se a visão do corpo inteiro está bem delimitada (forma bem vista) e se o conteúdo humano apresenta-se sexualizado ou não. Espera-se que pelo menos metade das representações sejam do mesmo sexo do sujeito para que se possa vislumbrar um processo de identificação secundária estabelecido na direção de seu gênero. Os conteúdos humanos, e não o movimento, dariam à K o sentido de introversividade; o movimento traria antes, quando ele domina o conteúdo, o dinamismo indo no sentido da extroversão, assemelhando-se à cinestesia de objeto; uma cotação diferenciada poderia levar em conta a prevalência dos movimentos ou do engrama humano da própria forma nas respostas K. Cinestesias menores: k São elaboradas pelo mesmoprocesso imaginário que produz as K verdadeiras Podem ser compreendidas como um deslocamento de K Podem ser kp, kan ou kob Em relação às K: • Menor integração • Menor adaptação à realidade concreta • Menor capacidade de realização Também é importante analisar essas respostas em termos de forma (aspecto intelectual), movimento e conteúdo, como nas K (As formas são de boa qualidade? O movimento está sempre presente? É dinâmico, ativo (nesse caso pode representar espontaneidade e vivacidade)? Em que o conteúdo reforça as idéias dadas pelos anteriores?). As respostas k devem ser sempre analisadas com base em sua relação com a K verdadeira, uma vez que são resultantes do mesmo processo imaginário que cria as K. As respostas k possuem menor adaptação à realidade concreta, menor integração e menor capacidade de realização. Por vezes, são fruto de um deslocamento das condições de elaboração de uma resposta K que se encontram reprimidas ou imaturas, emergindo como animais ou abjetos ao invés de forma humana. Pode-se dizer que a projeção incompleta representada pelas k seja coerente, uma vez que nem todos os desejos e impulsos são inteiramente aceitos pela consciência e integrados. Desta forma, as respostas k representam o distanciamento de uma representação humana direta e dos desejos que são pouco aceitos pela personalidade. Quando encontradas em grande quantidade em relação às K, este tipo de resposta pode indicar o domínio de elementos fantasmáticos infantis ou patológicos. Em contrapartida, a presença em número baixo da resposta representa certa flexibilidade e vivacidade por parte do sujeito. Cinestesia animal: kan Animal inteiro e animado com forte dinamismo Não são considerados os movimentos passivos (“goela aberta”, p. ex.) Exceções podem ser feitas a partes de animais com movimento bastante evidenciado Podem ser interpretadas como: Dependência oral Agressividade mais ou menos destrutiva Espontaneidade e vivacidade de atitude Caráter lúdico Possibilidade de deslocamento de conflitos Assim, são, na maioria dos casos, representações de necessidades primárias, instintivas, mais infantilizadas Deslocamento dos movimentos pulsionais para imagens animais. Compromisso defensivo que deixa passar a mínima o retorno do recalcado (a representação humana conflitual é afastada da cena mental e substituída por conteúdo animal que serve de porta-voz às pressões fantasmáticas e pulsionais consideradas incômodas). Cinestesia de objeto: kob Definida como movimento violento de objeto ou elemento que possui em si mesmo sua fonte de energia Respostas carregadas de afetos e de uma energia de difícil expressão Relacionadas a descarga pulsional, geralmente bruta; associadas ao dualismo pulsão de vida/pulsão de morte, sendo mais explorada a dimensão agressiva/destrutiva. A cinestesia de objeto emana de uma fonte interna, da excitação corporal; parece mesmo, por outro lado, que a sua emergência visa a supressão de uma tensão que se manifesta no protocolo através das respostas que percebem as respostas kob e que são muitas vezes testemunhos de uma grande ansiedade. Freqüentemente estas respostas aparecem associadas a cores fortes e remetem a aspectos de violência, como “explosões”. Nestes casos, pode-se dizer que estão carregadas de uma afetividade intensa, expressa de forma pouco socializada. Observa-se, desta maneira, uma força incontrolável em si e o conflito interno entre diferentes pulsões e as pressões do mundo. Atentar para passividade/atividade do movimento (ex: queda d’água é passivo, erupção é ativo) Quando o número de respostas K é menor que kan+kob, pode-se inferir um funcionamento mais infantil, talvez permeado por excesso de fantasia, de imaginação (kan) ou de uma carga afetiva exagerada que dificulta a adaptação à realidade (kob), mas que não a impede de forma prevalente. Pequena cinestesia: kp Quando kp é uma figura humana inteira em movimento num pequeno detalhe, pode sugerir: Capacidade imaginativa Atitude lúdica Deve-se, no entanto, considerar a quantidade destas respostas em relação às respostas K. Nos casos em que as respostas kp são as únicas de conteúdo humano, não havendo K verdadeira, é possível que haja repressão e recusa por parte do sujeito, pouca capacidade de realização e introversão. Quando kp é uma parte humana em movimento pode indicar temor ou ansiedade do sujeito; projeção autística ou limitada, que demonstra uma postura receosa e ansiosa do sujeito Nem sempre kp deve ser considerada repressão de uma K verdadeira Segundo N. Canivet as cinestesias menores representam: • kan: imaturidade afetiva • kp: recalcamento • kob: força explosiva inadaptada Nem todas as necessidades e desejos são integradas nas reações da personalidade, nem dão lugar às K, havendo assim as k´s menores Em protocolos de adultos espera-se que nº K maiores > nº k menores Quando numerosas, as k menores podem indicar a “preponderância de elementos fantasmáticos infantis ou mórbidos sobre a capacidade de integração com a realidade objetiva e com a identificação real” (Traubenberg). Quando pouco numerosas em relação a K, podem representar flexibilidade do psiquismo, conferindo a ele certa vivacidade Determinante Cor Pranchas sem cor: 1, 4, 5, 6, 7 Pranchas com vermelho: 2, 5 Pranchas com cores pastéis: 8, 9, 10 No interior das respostas cotáveis, a cor pode ter um papel secundário em relação à percepção formal – FC – ou, pelo contrário, determinar a resposta, em primeiro lugar, aparecendo a forma em segundo lugar – CF – ou ser a única responsável pela associação dada – C. A freqüência esperada de respostas com este determinante é de 3 a 5 em um total de 30 – de 10 a 16,6%. A experiência perceptiva da cor pode ser explicada pelo conceito de passividade perceptiva em face dos estímulos visuais, implicando uma parada momentânea do trabalho ativo de organização ou uma ausência de capacidade da realização desse trabalho. A percepção da cor na prancha não demanda vontade ou esforço do sujeito. Mais imediata e direta, exige menor capacidade de organização. Esse mesmo elemento de passividade existe na afetividade, aproximando as duas experiências. Assim, há uma associação entre afetividade e as respostas cor. Respostas C, CF e FC Denominações de cor (Cn): O indivíduo apenas nomeia as cores, mostrando-se incapaz de relacioná-las a conteúdos. Para o adulto é um indício de grave desorganização, sendo, por outro lado, natural no caso de crianças de 3 anos, que não são ainda capazes de associar a cor a uma experiência. Respostas C puro: valor de 1,5 pontos. Cor aparece integrada a um conteúdo. Afetividade pouco controlada (pois não está associada a F). As respostas C parecem situar-se em dois extremos do ponto de vista da intensidade da participação e do ponto de vista da tonalidade afetiva: atividade impulsiva, até mesmo destrutiva ou auto-destrutiva, ou distanciamento que pode ir até a abstração. A resposta C é uma tomada de posição maciça, no envolvimento ou no desprendimento, a tal ponto que certas resposta C puros de doentes mentais parecem totalmente desprovidas de reações vividas: “É a pintura de...” e denunciam apenas uma experiência sensorial isolada. Sua presença nas crianças é flutuante, variando de acordo com a idade. Nos adultos é um tipo de resposta mais comum em portadores de doenças orgânicas, personalidades maníacas e histéricas e sujeitos que apresentam neuroses de caráter com traços narcísicos e tendências impulsivas. Divide-se em três tipos característicos: aquelas que advém de atitudes ativas e impulsivas; as que são fruto de atitudes retidas e distantes, apontando uma recusa de envolvimento; e aquelas que ocorremdevido à desorganização ou mesmo morbidez. É raro que estes três tipo de resposta C apareçam em um mesmo protocolo. Respostas CF: valor de 1 ponto. A cor domina a interpretação, entretanto co-determinada pela forma, que tem somente um papel secundário de contornos vagos e freqüentemente imprecisos. Afetividade mais controlada mas ainda predominante em relação à intelectualidade. Tem um traço de imaturidade e de labilidade na expressão afetiva. Mais freqüentes que os C puros, é neles que o vínculo entre a cor, a labilidade e a vivacidade dos afeto é mais visível. Os CF abrangem reações emocionais de intensidade variável, e de conteúdos mais neutros que C; portanto, o seu significado será menos extremo, tanto mais que os conteúdos estarão mais próximos da fama das reações da vida corrente e corresponderão a uma vivência mais superficial e simplesmente emotiva do que pulsional ou desorganizada (como em C). A presença de F é uma tentativa de adaptação à objetividade, um esforço de controle que, de resto, é raramente eficaz. De acordo com a presença de outros elementos, o CF significará um máximo de exigência ou pelo contrário, de sugestionabilidade (elementos CF reforçados pelo C puro). Daí decorrerá uma labilidade emocional feita de impaciência e de rapidez de mudanças de humor. Em boas proporções, o CF deixa supor um certo calor nas trocas e uma espontaneidade na abordagem de outrem que torna simpático, “sintônico” e aberto um sujeito que, por outro lado, poderá ser caprichoso e bizarro. Em certas respostas CF pode haver a mesma facilidade de atitude lúdica que existe nas kan, e mesmo uma certa alegria de viver. Neuroses de caráter com traços narcísicos e impulsivos; histéricos emocionalmente lábeis, instáveis e captativos. Respostas FC: valor de meio ponto. Respostas em que a cor é integrada a um elemento formal que ela enriquece e cuja qualidade, de um modo geral, é adequada tal como o uso da própria cor. Indica o controle do racional sobre o emocional, do formal sobre o sensorial. Dar FC só faz minimizar a influência da cor e talvez conviesse propor o contrário, pois a cor, que era uma experiência passiva, torna-se ativa, ajuda na articulação e no reconhecimento perceptivo, por conseguinte, assegura uma função adaptativa ao mesmo tempo em que lhe proporciona um caráter subjetivo. No FC, a cor não desorganiza, não é vivida como desarranjo. Flexibilidade das funções de julgamento, do pensamento, que levam em conta reações afetivas, subjetivas e as utilizam positivamente. Rorschach: labilidade afetiva, fundamento da capacidade de contato e vontade de adaptação do FC, que permite abordagem afetiva de outrem e certa escuta e capacidade de se colocar no lugar de outrem. FC nas pranchas pastel (e não nas vermelhas): se são os únicos representantes das reações cores, assinalam inibição e sensibilidade afetiva; a expressão da sensibilidade é tímida, como que freada pelo temor de contatos diretos com o afeto mais brutal do vermelho. FC distribuído pelas cinco pranchas: quando há outras respostas CF e C, indica ampla expressão afetiva, certa liberdade nas manifestações emocionais, que são assumidas em elevado grau. A alta incidência de FC pode traduzir uma insistência sobre o controle, desejo de permanecer estável. Reações Qualitativas à Cor As reações do sujeito quanto à presença da cor nas pranchas do Rorscach podem ser explícitas (verbalizadas) ou notadas pelo examinador a partir da sua mudança de comportamento: alteração do tempo de latência, rotação, declínio da qualidade formal, entre outros. As reações manifestas (verbalizadas) evidenciam a repulsão ou atração perante esta característica do estímulo. As reações indiretas, por outro lado, demonstram o esforço do indivíduo para evitar o contato com a cor – com aquilo o que ela evoca. O choque à cor e o choque ao vermelho são dois tipos de reações polarizadas, que evidenciam ansiedade manifesta. O choque pode ser manifesto, demonstrando estupor ou atração explícitos, ou dissimulado, que ocorre a partir de elementos isolados e tem conseqüências mais indiretas. Deve-se estar atento ao contexto no qual é dada a respostas e aos conteúdos das respostas vistas. Conteúdos como alimento e sexo, por exemplo, estão relacionados à tensão para sobreviver, enquanto os mais vagos como flor e decoração estão associados a um estado de humor. Freqüentemente, as pranchas de cor são rejeitadas ou escolhidas como preferidas pelos sujeitos, o que confirma os dados das respostas francas ou das reações qualitativas. Respostas C’, C’F e FC’ (respostas-cores acromáticas) São consideradas respostas-cores acromáticas aquelas em que as cores acromáticas (ou seja, o branco, o preto e o cinza) das pranchas são consideradas como cores de superfície. A interpretação das respostas acromáticas, de um modo geral, parecem referir-se a reações emocionais “abafadas”, reprimidas, havendo uma presença de sensibilidade depressiva no cinza e no preto, e uma reativação de sentimentos de abandono no caso do branco. É preciso lembrar, no entanto, que a interpretação deve considerar a presença ou ausência de outras respostas-cor e sua relação com as respostas acromáticas. Sem estar associada a nenhum F, essa resposta é cotada como C’ pura. O C’ preto representa, para alguns autores, um desejo intenso de sair da angústia, enquanto o C’ branco liga-se, como já foi dito, a vivências de abandono. Outras cotações possíveis para essas respostas se dão a partir da associação com F: temos assim C’F (exemplo: “monte de carvão” na prancha V) e FC’, sendo que a integração com a forma é mais precisa em FC’.
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