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HERMANN RORSCHACH
· Hermann Rorschach nasceu em Zurique, Suíça, em 8 de novembro de 1884. Forma-se médico em 1909 e em 1921 publica sua clássica monografia Psychodiagnóstik, cujo subtítulo, traduzido, seria: Métodos e resultados de experimentos de diagnóstico através da percepção. Através da comparação das respostas de diferentes pacientes e pessoas que conhecia, Rorschach procurou descobrir dimensões importantes da personalidade nas respostas às pranchas e encontrar padrões que poderiam ser utilizados para o diagnóstico de pacientes.
· Em seu livro, reuniu o resultado de seus estudos com as manchas coloridas mostradas aos pacientes para que dissessem suas impressões. A partir dessas experiências, criou uma importante prova para análise da personalidade que foi discutida, ampliada e modificada no decorrer dos anos por inúmeros autores.
· Apesar da maioria das pessoas considerá-lo uma prova imaginativa, na realidade, sua interpretação envolve um complexo processo de que participam a percepção e os dados aperceptivos e mnêmicos da personalidade, através dos quais o psicólogo poderá compreender a estrutura emocional dos indivíduos. O seu interesse, portanto, não se apoiou tanto no que o sujeito via, mas muito mais na maneira com que ele manuseava o material de estimulação.
· Hermann Rorschach vem a falecer em 1922 de peritonite aguda inoperável. Sua morte prematura interrompeu seus estudos sobre sua técnica. Mas outros autores, seduzidos por suas idéias, deram seguimento às pesquisas na Europa, e no final da década de vinte, nos Estados Unidos. Desde então, o interesse a respeito tem se mantido contínuo e vigoroso.
· No Brasil, um dos primeiros nomes ligados à prova de Rorschach é o do psiquiatra Aníbal Silveira (1902-1979). Silveira passou a utilizar e a sistematizar a prova de Rorschach desenvolvendo uma concepção própria, a qual considera a prova não só como um exame psicológico, mas como um recurso sutil para investigar as interações existentes entre as funções subjetivas e para caracterizar o processo de adaptação do indivíduo ao ambiente físico e social.
· A partir de 1945, um grupo de especialistas brasileiros do Hospital do Juqueri em São Paulo, se reúne para trocar experiências e aprofundar seus conhecimentos sobre a técnica criando em 1952, a Sociedade Rorschach de São Paulo – tendo como fundador o Dr. Aníbal Silveira, que já estudava esta prova desde 1927. Seus trabalhos sobre o teste são vastos; até 1963 apresentava 112 títulos abordando o Psicodiagnóstico de Rorschach. Em suas mãos, este instrumento de análise permitiu elucidar quadros clínicos psiquiátricos, distúrbios psicológicos e até mesmo desordens estruturais e funcionais do sistema nervoso. É sua sistematização que adotamos no curso.
APRESENTAÇÃO DAS PRANCHAS – MÉTODO DE RORSCHACH
· O Método de Rorschach, elaborado por Hermann Rorschach em 1921, é composto por 10 pranchas. Cada uma delas apresenta manchas de tinta ambíguas, mas que, na realidade, reúnem os inúmeros estímulos psicofísicos que continuamente afluem ao cérebro humano, no curso das relações que o indivíduo mantém com o ambiente. Nas diferentes pranchas, esses estímulos se estruturam de modo diferente facilitando a evocação de diferentes imagens mentais.
· Olhando para cada uma delas, o examinando deverá elaborar respostas a partir das imagens que lhe ocorrem, em função de suas experiências passadas e de seu modo pessoal de reagir e organizar as situações.
· Estas características ambíguas facilitam a rápida associação, intencional ou involuntária, com imagens mentais que, por sua vez, fazem parte de um complexo de representações que envolvem idéias ou afetos, mobilizando a memória.
· O Psicodiagnóstico de Rorschach, desse modo, permite o exame dos processos psíquicos superiores tais como memória, atenção, percepção, pensamento, emoção e comunicação. A combinação específica desses processos na prova de Rorschach fornece informações válidas sobre a dinâmica e estrutura de personalidade e os processos psicológicos por ela mobilizados.
· Assim, no caso das pranchas do Rorschach, a organização de personalidade do indivíduo está intimamente associada à maneira como o indivíduo observa, elabora e comunica o que percebeu nas manchas (objetos externos).
· Deve-se ressaltar, então, que quanto maior for a ambigüidade do estímulo oferecido ao indivíduo, maior a possibilidade deste projetar suas características singulares e intrínsecas de seu jeito de ser frente ao mundo.
· Portanto, o indivíduo vai projetar no protocolo sua forma peculiar de organizar as imagens psíquicas. Desta maneira, projeta o modo como percebe e sente o mundo exterior, a forma como elabora suas experiências e o jeito de contatar a realidade.
· O Método de Rorschach é classificado entre as técnicas projetivas, porque se fundamenta no conceito de projeção, pois interpretar o significado de um borrão de tinta pouco definido projeta suas características de personalidade, não determinando seu comportamento explícito.
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO 
· Sala de aplicação e ambiente físico(5 fatores)
· Ambiente psicológico
· Condições e preparo técnico do examinador
· Material necessário para a aplicação
· Aplicação e sua condução(6 fases)
· Tempo de permanência do cartão nas mãos doexaminando durante a aplicação
· Intervalo teste-reteste
· Anotações(registro da verbalização) na folha deaplicação
· Aplicação da técnica deRorschach
· Sala de aplicação e ambiente físico
1- Condições físicas
2- Móveis
3- Tipo de luminosidade
4- Presença de terceira pessoa natestagem
5- Gravação da aplicação
· Ambiente psicológico
2) Fase de instrução – verificar se existe umclima de um bom relacionamento entreexaminador e examinando e se o “rapport”existe. Usa durante toda a testagem a palavraCartão.As instruções devem ser procedidas daseguinte maneira: “Nós vamos agora fazer umteste simples. Não se trata de um teste de certoou errado. Eu vou lhe apresentar . . .”
3) Fase da aplicação propriamente dita: O examinador lhe oferece o primeiro Cartão, uma pequena frase: “Por favor, pode dizer o que as manchas lhe lembram, lhe sugerem.”. Efetuar o registro do tempo de reação e de duração,de toda verbalização e anotar entre parênteses expressões não verbais. As necessidades e razões para se fazer as repetições das instruções.• Nessa fase o psicólogo não conversa e nem dispõe tempo para tal, a não ser.. As vezes as palavras ditas com tranquilidade . . .
4) Fase do inquérito ou interrogatório: É enfocado como uma averiguação – entender de forma bem esclarecida tudo que a pessoa falou na fase de aplicação. Procurar saber onde o examinando situou as respostas nas manchas do Cartão. Identificar onde e que conteúdo foi verbalizado.• Nesta fase o psicólogo passa a “conversar” com o examinando.Fase de verbalização ou falado agora no inquérito.• É um momento de extrema importância, tem a finalidade de perceber nos dados levantados, posteriormente tabulados e classificados, reflitam o que o examinando quis dizer e não o que o psicólogo imaginou ou deduziu.
UM ESBOÇOSO DO MODELO TEÓRICO
· A teoria da personalidade que adotamos baseia-se fundamentalmente na concepção positivista iniciada por Augusto Comte. O autor toma como ponto de partida o fator social humano.
“O ser humano é um organismo biológico, incorporado a uma cultura”. (Sullivan)
· O autor concorda com a acepção de Comte no que se refere à questão de que o homem é uma combinação do biológico e do cultural.
· Dentro do campo da Psicologia e da Psiquiatria, temos o Prof. Aníbal Silveira que sistematizou as interpretações dos fenômenos à luz da filosofia positivista. 
· A fonte principal de sua teoria e de seus métodos de investigação reside na epistemologia comtiana, dando relevo ao estudo dinâmico do indivíduo, o qual é considerado do ponto de vista bio-psico-social.
· Para a teoria positivista, o estudo do comportamento – seja em Biologia, seja em Psicologia – não pode omitir o fato de que se trata sempre de uma inter-relação dinâmica entre o organismo vivo e o meio ambiente que o circunda. Emdecorrência, é possível afirmar que a família e o ambiente são referenciais de modelo marcante para a criança, no que se refere à formação de sua personalidade.
· Dessa inter-relação dinâmica resulta, em plano intelectual, a concepção de realidade. Porém, o que caracteriza esse processo é o fato dele ser essencialmente ativo. Trata-se sempre de um indivíduo em ação no meio social. O indivíduo não se acomoda puramente às condições de sua existência, mas age também sobre o meio, modificando-o à própria realidade social.
· O resultado geral da atividade psíquica e da adaptação individual à realidade, depende das condições ambientais e das disposições do indivíduo através de suas relações interpessoais.
· Este modelo, aplicado e desenvolvido por Silveira, vem sendo aprimorado por Lucia Coelho desde 1980, que o correlaciona com pesquisas mais recentes em psicologia cognitivista e neuropsicologia.
· O aspecto dinâmico da personalidade envolve necessariamente a participação do ambiente e, portanto, é possível de ser influenciado pela cultura, educação, condições genéticas e experiências de vida de cada indivíduo.
· Só através dessas inter-relações poderemos compreender os processos de aprendizado que permitem a integração cada vez mais harmônica do ser humano nas condições sociais.
· Em virtude destas características, Silveira através de seu modelo de análise, se mantém fiel ao fundamento básico da prova de Rorschach.
· Silveira propõe uma organização sistêmica e evolutiva dos fenômenos psicológicos, expressão mais diferenciada e complexa da atividade cerebral.
· Através da junção da imagem mental e das manchas da prova de Rorschach, pelo teste de realidade, podemos abstrair as características de personalidade.
· O diferencial da metodologia de Silveira na elaboração da prova de Rorschach pode ser notado pelo refinamento técnico de todas as etapas do processo: aplicação, classificação das respostas, cálculo e interpretação. Todas essas etapas estão correlacionadas e ancoradas na teoria de personalidade que alinhava de modo consistente e dinâmico as funções neurais, o trabalho cognitivo e a organização emocional subjetiva e única a cada um. Deste modo, a Escola de Silveira prima pela comunhão entre a objetividade, dinâmica e respeito à experiência subjetiva.
· Silveira postulou o conjunto de funções subjetivas agrupadas fundamentalmente em três setores: Afetividade, Conação e Inteligência e Cognição.
· Conativa: Esta esfera compreende o setor da personalidade que reúne dinamismos que antecedem e possibilitam o comportamento explícito, de natureza intelectual, e afetivo-emocional. A conação é o setor intermediário e possui três funções básicas (Iniciativa, Manutenção e Prudência)
· Afetiva: Esta esfera compreende o setor básico da personalidade que reúne funções subjetivas-instintos e sentimentos que estimulam o ser humano constantemente a satisfazer as necessidades da própria existência e da espécie e que mantém ativo o interesse em ampliar suas relações interpessoais. A afetividade é o setor básico e que possui duas instâncias (plano mais primitivo dos instintos e o plano dos sentimentos).
· Intelectual: Esta esfera compreende o conjunto das funções psíquicas responsáveis pela adaptação lógica e objetiva do indivíduo ao meio. A Intelectual corresponde ao grupo de funções psíquicas (Observação, Elaboração e Comunicação).
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO
· A aplicação da Prova de Rorschach é feita individualmente, não havendo aplicação em grupo. 
· Na aplicação, as lâminas são apresentadas uma de cada vez, sendo solicitado ao examinando que diga com o que acredita serem parecidos os borrões de tinta.
· Diante deste convite à contemplação e associação aos borrões impressos nas pranchas, hipóteses de respostas são ativadas, colocando à prova as funções psíquicas de percepção, atenção, julgamento crítico, simbolização e linguagem.
· Concomitantemente à execução destas funções psíquicas na avaliação das hipóteses frente às manchas, os processos psíquicos afetivo-emocionais, motores-conativos e os cognitivos concorrem para a formulação final da resposta. 
· As respostas ao Rorschach, portanto, revelam o status da representação da realidade em cada indivíduo, trazendo dados a respeito do desenvolvimento psíquico, das funções e sistemas cerebrais, dos recursos intelectuais envolvidos na construção das diferentes imagens, das articulações intrapsíquicas e da natureza das relações interpessoais. 
· Como a Prova de Rorschach avalia a dinâmica e estrutura de personalidade particular a cada pessoa, não se deseja, a partir de seus dados, atribuir um diagnóstico psiquiátrico. 
· Pretende-se, no entanto, contextualizar os distúrbios psíquicos, compreender o valor e o significado de um sintoma clínico e orientar para o tratamento mais adequado.
A Prova de Rorschach pode ser aplicada:
· Em qualquer pessoa (desde que tenha condições de se expressar verbalmente e que tenha suficiente acuidade visual), de qualquer faixa etária e qualquer nível sócio-econômico-cultural.
· Como o propósito do exame é verificar a estrutura e a dinâmica da personalidade de cada examinando em particular, indicando não só as dificuldades, mas também os recursos positivos, não existem respostas certas ou erradas, pois as pessoas são diferentes e emitem respostas diferentes. 
· Neste sentido, qualquer tentativa do examinando de conduzir suas respostas de acordo com manuais ou orientações externas está fadada ao fracasso, invalidando a aplicação da Prova. 
· Trata-se de um instrumento muito sensível às nuances da personalidade refletindo, claramente, os esforços de manipulação, dissimulação ou controle da situação de aplicação.
· O aplicador registra, o mais integralmente possível, as respostas iniciais e a elaboração posterior. 
· É anotado o tempo decorrido até a primeira resposta e o tempo total para cada prancha. 
· O comportamento – evidente ou sutil – comentários casuais e sentimentos visíveis são cuidadosamente observados e anotados.
Técnica de Aplicação: Fase de Inquérito
· Após a primeira apresentação (que é chamada fase de “associação livre”), há um “inquérito”, em que cada resposta é revista, a fim de se esclarecer: o que, o onde e o como foi construída.
· Durante a fase de Associação, pode acontecer do examinando não conseguir “ver nada” na mancha. 
· A inibição é quando o examinando não dá respsotas na primeira apresentação da prancha.
· Nesta situação o aplicador deve passar para o cartão seguinte, sem insistir, pois esse processo é chamado de Inibição frente ao estímulo. Quando um protocolo apresenta inibição, deverá ser realizada a repassagem parcial ou total do teste, antes de iniciar a fase de Inquérito.
· Rejeição é quando o examinando não consegue realizar qualquer associação à prancha, depois da repassagem da prancha inibida.
· Ao discutir os índices mais importantes e seus significados, utilizaremos, no presente trabalho, os mais comuns aos vários sistemas, nos quais os símbolos adotados são os do Dr. Aníbal Silveira.
· Seguindo a orientação de Rorschach, na fase de Inquérito, serão reapresentadas todas as pranchas ao examinando e lhe serão feitas algumas perguntas sobre as associações feitas, com o objetivo de compreender o processo de percepção desenvolvido e a elaboração de cada resposta.
· Esta é a parte mais delicada e difícil do inquérito, principalmente para o iniciante em Rorschach, e é preciso muito cuidado ao fazer as perguntas para não induzir o examinando.
· Durante a fase de Associação, pode acontecer do examinando não conseguir “ver nada” na mancha. Nesta situação o aplicador deve passar para o cartão seguinte, sem insistir, pois esse processo é chamado de Inibição frente ao estímulo. Quando um protocolo apresenta inibição, deverá ser realizada a repassagem parcial ou total do teste, antes de iniciar a fase de Inquérito.
Basicamente o aplicador deve investigar:
1) A localização da resposta, ou seja, onde o examinando selecionou a sua percepção (poderá ser na figura toda ou em apenas parte dela).
2) Os determinantesutilizados para a formação da resposta, ou seja, quais características da mancha determinaram a construção da imagem para o examinando.
· Portanto, as questões do Inquérito não devem ser repetitivas, mas seletivas, em função da hipótese do examinador.
CLASSIFICAÇÃO DAS RESPOSTAS – MODALIDADES PRINCIPAIS 
· A classificação das respostas ao Rorschach são baseada em uma clara compreensão da dinâmica entre as respectivas esferas: intelectual, afetiva e conativa, nos facilita o trabalho de interpretação dos dados, configurando-nos claramente o “mapa” do funcionamento psíquico.
· Seguindo a orientação de Rorschach, todos os sistemas classificam cada resposta em termos de:
· Sua localização (Modalidade)
· Os determinantes utilizados para a formação da resposta
· Seu conteúdo
· Se a resposta é vulgar.
· Cada resposta é classificada em função destas dimensões, obtendo-se, a seguir, os totais para cada categoria. 
· Embora cada classificação corresponda a um aspecto específico do funcionamento psicológico, sua interpretação depende do modo como se relacionam e se equilibram.
· De uma maneira geral, as três primeiras categorias (modalidade, determinante e conteúdo) representam a estrutura formal do protocolo e descrevem as características estruturais mais estáveis da personalidade do paciente.
· Um protocolo “saudável” deve apresentar um equilíbrio geral entre as localizações.
· Freqüentemente isto se faz acompanhar por uma seqüência de respostas ordenadas na maioria das pranchas, na qual o sujeito parte do global para detalhes maiores e menores. 
· Uma modificação no enfoque habitual do sujeito pode indicar uma resposta emocional àquela prancha em particular. Do mesmo modo, evitar seletivamente determinadas porções – de caráter afetivo ou sexual, por exemplo – pode ser interpretado como áreas de conflito específicas.
· A Modalidade como critério classificador de respostas, indica a localização e amplitude da região ou regiões do borrão em que o sujeito percebeu certo significado, ou seja, a maneira como cada resposta abrange a mancha – globalmente ou em parte – dependendo de como o sujeito focalizou sua atenção, influenciada pelas reações emocionais e pela capacidade de ação.
· A maneira mais comum do indivíduo adulto organizar seu campo perceptual é configurada pelo grupo das Modalidades Principais codificados em nosso sistema pelos fatores G, P e p.
Portanto, as modalidades principais são as mais freqüentes na população média e são caracterizadas como:
· Resposta Global – G (perceber a mancha de modo amplo, como um todo).
· Resposta de Pormenor Primário – P (perceber pormenores da mancha freqüentemente selecionados pela população).
· Resposta de Pormenor Secundário – p (perceber detalhe menos evidente, os pormenores escolhidos pelo examinando freqüentemente são pouco percebidos pela população).
· As respostas construídas pelo examinando serão classificadas nos seguintes aspectos: Modalidades, Determinante, Conteúdo, e ser ou não uma Resposta Vulgar.
· As respostas localizadas em partes da mancha cuja freqüência de escolha pela população foi menor serão classificadas como (p). Caso a região selecionada pelo examinando não conste no mapa de localização, também será considerada como Pormenor Secundário.
· Para obtermos um critério mais preciso para classificação, temos Mapas de Localização, onde, apurando-se as áreas selecionadas por uma amostra suficientemente ampla, temos as áreas das pranchas mais e menos freqüentes na população. 
Classificação das respostas: Modalidades Secundárias
· Modalidades Secundárias são as áreas escolhidas com menor freqüência, traduzindo modos mais subjetivos de focalização da atenção: Resposta de Espaço (E), Res­posta Global com espaço (GE).
· Resposta de Espaço – E (o examinando atribui ao espaço em branco dos borrões, uma resposta. O Mapa de Localização atribui freqüência aos espaços em branco).
· Resposta Global com espaço – GE (serão classificadas como GE as respostas que abrangem toda a mancha e também incluem alguma região branca (independentemente do tamanho ou da quantidade dos espaços incluídos).
· A análise dos processos mentais, associados ao modo com que o indivíduo seleciona e organiza habitualmente suas experiências, permite a distinção das modalidades em dois grupos: modalidades principais e modalidades secundárias.
Classificação das respostas: Determinante Forma.
· Determinante é a característica ou características da figura que levaram o examinando a elaborar a resposta. É o que “determinou” a construção da resposta.
· As classificações de determinantes indicam se a forma, cor, movimento luminosidade e perspectiva – por si ou combinados – determinam a resposta. Estes são os aspectos do estímulo geralmente apontados pelos sujeitos para justificar suas respostas.
· A forma é o aspecto mais importante do mundo visível, é o princípio ordenador do universo. A percepção da forma é uma função da consciência relacionada à realidade.
· Segundo Coelho e Falcão (2007), “A tendência humana em estruturar os estímulos do ambiente, atribuindo-lhes significados específicos e delineando seus limites espaciais, é representada no Rorschach pelas respostas formais (RF)”. 
RESPOSTAS DE FORMA – RF
· Serão classificadas como determinante Forma, as respostas em que o sujeito justifica o que viu unicamente pelo formato ou contorno da figura. Este determinante é o mais encontrado nos protocolos.
· Devemos pesquisar, durante o inquérito, se a resposta foi determinada somente pela forma ou se alguma outra característica da mancha também colaborou na construção da resposta.
· As respostas de Forma poderão ser assim classificadas em: F+, F-, F0 - dependendo da freqüência com que esta resposta é encontrada na população média. Para tanto, consul­taremos a tabela de freqüência de F+ e F-, denominada Qualidade Formal (Coelho, 2004).
Classificação das respostas: Conteúdo e Resposta Vulgar.
· O Conteúdo na classificação das respostas, corresponde ao que foi visto pelo examinando, ou seja, o que o sujeito vê: uma figura humana, um animal, um objeto, uma figura abstrata, uma peça de vestuário, etc.
· É importante ressaltar que os conteúdos: H (humano), pH (parte humana) A (animal) e pA (parte animal), devido sua importância na interpretação, tem prioridade sobre os demais conteúdos.
· A análise do conteúdo da resposta fornece uma quantidade considerável de informação adicional sobre a estrutura da personalidade, assim como sobre os interesses, preocupações e conflitos pessoais, refletidos sobre fatores culturais, educacionais, profissionais e outros, devendo-se levá-los em conta em sua interpretação.
· Contamos com uma tabela que apresenta as diversas categorias de conteúdos esperadas e que estão listados na tabela de Qualidade Formal (Coelho 2004).
· As respostas Vulgares são aquelas cujo conteúdo é muito freqüente.
· A resposta Vulgar corresponde à capacidade do examinando em assimilar normas e padrões sociais, indicando o quanto reflete a lógica intelectual dos padrões comuns ao grupo social.
· A freqüência estabelecida por H Rorschach para ser considerada uma resposta Vulgar foi de 1:3; atualmente, adotada por Beck e pela maioria dos auto­res, incluindo Silveira, é a de 1:6.
· ara verificar quais são as respostas Vulgares, utilizamos a Tabela de Qualidade Formal (Coelho, 2004), que apresenta a lista destas respostas mais freqüentes.
Classificação das respostas: Determinante COR.
· Segundo Coelho e Furtado (2007), “No processo perceptual, o impacto inicial provocado pelo estímulo colorido independe do controle voluntário e da atividade do observador, isto é, da busca ativa e seletiva de dados significativos no ambiente”. 
RESPOSTAS DE COR – RC
· Nestas respostas, as cores, vermelha, rosa, azul, amarela, laranja, verde e marrom, cores cromáticas, são utilizadas na construção da resposta. O branco, o preto e o cinza (cores acromáticas) recaem na série Luminosidade.
· Para uma resposta ser classificada com determinante cor, não basta que o examinando apenas tenha mencionando a cor para localizaro percepto, mas a cor deve estar integrada na definição da resposta.
· As respostas de Cor poderão ser assim classificadas em: FC, CF ou C.
· FC – consideramos uma resposta como FC sempre que a forma for definida, precisa e a cor também for levada em consideração na construção da resposta.
· CF – nas respostas CF, a forma é vaga, não é definida e a cor tem papel determinante na elaboração da resposta, pois mesmo que a forma se modifique a resposta continua sendo plausível.
· C – são as respostas elaboradas exclusivamente pela cor. Não encontraremos formas nestas respostas.
Para estabelecermos a diferença entre FC e CF, Aníbal Silveira adota o seguinte critério:
· Sempre que a forma da mancha interpretada puder ser modificada sem perder a plausibilidade da resposta, sem fazê-la nem mais e nem menos plausível, a resposta será CF; por outro lado, se as mudanças na interpretação da área, mudarem a plausibilidade da resposta, teremos uma FC.
Classificação das respostas: Determinante Movimento.
· As respostas de Movimento são de particular interesse, dado que as manchas são imóveis. Ao “ver” movimento nos estímulos estáticos, o sujeito está indo além do que lhe foi dado. 
· Nas respostas de movimento, além da forma, o examinando projeta cinestesia nas figuras vistas.
· As respostas de Movimento (RM) são aquelas em que o examinando projeta cinestesia nas figuras vistas. O movimento deve ser “sentido” e não apenas nomeado “por dedução” pela for­ma da mancha.
· Essa “empatia cinestésica” entre o examinando e a figura percebida, necessária para a classificação como uma resposta de Movimento, é expressa, por vezes, na própria postura corpo­ral de examinando. Em muitos casos o examinando inicia o movimento descrito na resposta para exemplificá-lo, ou tem uma nítida tensão muscular semelhante à descrita na sua associação.
· Nesta série, temos três tipos de classificações diferentes com relação às respostas de movimento:
· Movimento Humano — M: A classificação de M é atribuída para as respostas de forma humana, real ou fictícia, em movimento tipicamente de um ser humano, que tenha controle sobre esse movimento, ou de postura que en­volva uma nítida tensão muscular.
· Movimento Animal — m: São respostas que envolvem figuras de animais em movimentos característicos do animal, ou que possa ter sido treinado para realizá-lo, desde que o animal tenha controle sobre o movimen­to ou em postura que envolva nítida tensão muscular.
· Movimento Subjetivo — m’: O que caracteriza este tipo de movimento é que ele independe da figura vista. O movimento se dá pela ação de forças externas ao percepto, sendo este incapaz de modificar esta ação.
Encontramos respostas de m` em objetos, figuras humanas ou figuras animais, elementos da natureza, quando houver:
· fenômenos da natureza ou objetos em movimento
· homens, animais ou objetos caindo.
· homens ou animais em contenção ou bloqueio de movimento.
Classificação das respostas: Determinante Luminosidade.
· O determinante Luminosidade refere-se à vertente emotiva da personalidade, cujos processos envolvem a integração das noções e concepções cognitivas e a repercussão afetiva que produzem.
· Segundo Costa (2007), o determinante Luminosidade se refere aos diferentes empregos da tonalidade das manchas ou ao emprego das cores branca, preta e cinza. Estas respostas que se utilizam das gradações dos tons podem se dar em graus diversos de objetividade.
· C`- são as respostas onde, além da forma, também as cores branca, preta ou cinza entram na formulação da resposta.
· L - nestas respostas, o examinando, através das nuances (mais clara ou mais escura), constrói uma forma definida dentro da mancha. As respostas L poderão ser construídas em qualquer uma das manchas, tanto as pranchas monocromáticas como nas pranchas coloridas.
· l - Nestas respostas, o examinando, através do claro-escuro, tem a percepção de relevo e textura.
· l`- oprincipal aspecto deste determinante é que ele não contém forma; apenas as nuances de tons, as cores acromáticas, ou o claro-escuro é que caracterizam a resposta. Também serão classificados como l´, as respostas que envolvam sensações como: brilho, transparência, leve, pesado, sujo, gosmento, claridade, sentimentos.
A percepção das nuances de luminosidade e sua integração no processo de elaboração da imagem, exigem maior esforço da atenção de modo que apenas os examinandos emocionalmente mais sensíveis às variações do ambiente utilizam tal determinante.
Classificação das respostas: Determinante Perspectiva.
· Silveira destaca nas respostas de Perspectiva a expressão da noção do mundo exterior sob a forma de espaço tridimensional: processo cognitivo mobilizado pelo indivíduo no curso de sua integração à realidade social.
· Nas respostas de Perspectiva, o examinando projeta tridimensionalidade, profundidade ou distância nas figuras. Nesta série de determinantes, o que permitirá distinguir sua classificação será a participação da forma na resposta dada.
· Ps - o examinando utiliza tridimensão, profundidade ou distância em figuras de forma definida, precisa, bem elaborada.
· ps – neste determinante, a forma é vaga, imprecisa, de maneira que a perspectiva tem papel mais acentuado.
· ps`- neste determinante, apenas os elementos da perspectiva se encontram presentes, sem qualquer participação da forma.
Segundo o autor, nas respostas de Perspectiva o que prevalece é a capacidade construtiva e indutiva que intervém no processamento da noção de si próprio em relação ao ambiente.
Critérios para a interpretação do Tipo de Trabalho Mental.
TIPO DE TRABALHO MENTAL: analisa a maneira típica do individuo captar o ambiente, elaborar os seus dados e se adaptar à realidade percebida, ou seja, como o indivíduo observa, elabora e comunica o resultado de seu trabalho intelectual (funções intelectuais e seu modo de expressão).
1. Capacidade Associativa e Tempo de Produção de Respostas
· Capacidade associativa: É analisada a partir do numero total de respostas (R), numero totais de respostas das pranchas monocromáticas (Rm) e das coloridas (Rc).
· Indica a produtividade intelectual; a quantidade de processos mentais mobilizados durante a prova para a elaboração de cada resposta.
· Velocidade do Processo Mental – T/R: Avalia o ritmo associativo espontâneo do examinando ao efetuar um trabalho mental, através da análise da expressão da primeira associação (TRI) e do tempo total de produção das respostas (TT).
· Analisa a estabilidade no ritmo temporal do trabalho mental e o tempo médio transcorrido para a elaboração do protocolo (T/R).
2. Observação da Realidade – Tipo de Percepção (PERC)
· Por meio do Tipo de Percepção, podemos verificar como o examinando distribui sua atenção pelo ambiente, o que ele capta dos fatos e das situações. Qual o estilo perceptual do sujeito.
MODALIDADES PRINCIPAIS
G. resposta global
· Indica capacidade em compreender as situações como um todo, em apreciar as situações de modo amplo, em examinar o ambiente em sua totalidade, o que implica em capacidade de planejar a partir da observação mais ampla das experiências e da associação dos fatos em um contexto mais geral.
P. pormenor primário
· Desde que são áreas freqüentemente percebidas pelas pessoas, revela capacidade em captar os elementos óbvios, evidentes, essenciais das situações, implicando em inteligência prática e concreta.
 p. pormenor secundário
· Na medida em que são áreas da prancha que são percebidas com pouca freqüência pelas pessoas, denota capacidade em captar as minúcias, detalhes, os aspectos menos evidentes das situações, implicando em atitude de análise e pesquisa.
MODALIDADES SECUNDÁRIAS
 E - resposta de espaço
· De modo geral indica tendência à oposição, necessidade de defesa de autonomia, preocupação com os obstáculos do ambiente e com os aspectos negativos das situações.
GE global com espaço
· Na medida em que o probando é capaz de elaborar uma resposta em toda a prancha, incluindo os espaços contidos nela, implica em elevada capacidade de planejamento e abstração, capacidade emintegrar os aspectos positivos e negativos das situações o que, entretanto, provoca desgaste de energia.
3) Processo de Adaptação à Realidade: índice RMI
Segundo Silveira visa avaliar a maneira pela qual o indivíduo adapta-se, ou integra-se intelectualmente à realidade externa. Este índice está relacionado à capacidade do indivíduo em aceitar os limites, as exigências e solicitações do meio de modo satisfatório e adequado.
· %F: grau de contato com a realidade, indicando que o examinando volta-se para o meio satisfatoriamente para percebê-lo.
· % F+: capacidade de atenção e concentração satisfatória que possibilitam a percepção objetiva da realidade externa e a capacidade e controle e retardamento dos processos impulsivos e afetivos.
· % A: revela o quanto o indivíduo se envolve emocionalmente com as situações.
· % V: reflete a capacidade de assimilação das normas e padrões sociais, indicando o quanto aceita os padrões da coletividade.
O interesse de Hermann Rorschach, portanto, não se apoiou tanto no que o sujeito via, mas muito mais na maneira com que ele manuseava o material de estimulação. O jogo recíproco entre as características estruturais do material estimulante e a estrutura de personalidade do sujeito reflete-se em certas categorias formais, que descrevem as características das formações conceituais e que são estabelecidas pelo Psychodiagnostik como fundamento de um método para o diagnóstico da personalidade (Klopfer & Kelly, 1942/1974).
Neste sentido, o Rorschach pode ser considerado como um instrumento particularmente sensível para o estudo psicológico do comportamento humano.
Diante das manchas do Rorschach, o indivíduo busca um significado, não unicamente devido às instruções da prova, se não também em função de uma tendência comum a todos os seres humanos, que se revela sempre que se confrontam com situações desconhecidas. A necessidade de atribuir significado às experiências. (Lúcia Coelho. “Revista da ALAR - Associação Latino americana de Rorschach”, n. 6, Maio 2001)
Concluindo, no Psicodiagnóstico de Rorschach, seja pelo caminho da percepção, seja pelo caminho da expressão pela linguagem, o objetivo é apreender o universo mental do indivíduo e sua estrutura, organizações mais ou menos patológicas, de modo a orientar condutas terapêuticas que levem em conta as capacidades e limitações de cada um. Poder integrar as diversas contribuições originadas dos vários enfoques representa uma possibilidade de ampliar o conhecimento sobre o indivíduo, otimizando as perspectivas de ajuda.
VICISSITUDES DO RORSCHACH ENQUANTOTÉCNICA PROJETIVA
· Hermann Rorschach - Médico psiquiatra;
· Teoria psicanalítica em evidência;
· Aplicação da psicanálise em psicóticos;
· Jung (1904) → Teste de Associação de Palavras;
CONSTATAÇÕES ≠ JUNG
Duas funções psíquicas que podem coexistir em graus variáveis de dilatação ou concentração:
· Percepção de cinestesias Tendências Introversivas
· Ênfase nas cores Respostas Extratensas
MÉTODO DE RORSCHACH
· Em 1918 → elabora 15 pranchas em preto, preto e vermelho e coloridas.
· Por exigência do impressor, foram reduzidas a 10.
· As cores foram modificadas e o negro fica sombreado.
· Rorschach aproveitou o sombreado e pesquisou as reações a ele;
· Em 1921 → publica o livro Psicodiagnóstico e começa a ser aceito, por volta de dez anos pós morte;
· Outros autores ampliaram estudos e expandiram o texte: Binder, Beck, Klopfer e outros;
· Há muitas críticas quanto as técnicas projetivas, o que inclui o Rorschach.
MÉTODOS PROJETIVOS
· Até hoje traz questões muito discutidas; 
· PROJEÇÃO → já estava presente em outras ciências;
· Freud → define projeção como opProcesso de atribuir a pessoas ou ao mundo externo, os próprios impulsos, sentimentos e afetos indesejados. É um mecanismo de defesa (ICS), que permite ao indivíduo ignorar lhes serem pertencentes. Projeta-se aquilo que não é reconhecido pela pessoa.
· Em 1904 o conceito de projeção começa a ser ampliado; Utilizado para explicar a superstição, o pensamento mágico e outros processos psíquicos;
· É um caminho da psicologia normal, mesmo sendo a projeção daquilo que não é reconhecido pelo sujeito; 
· Não tem caráter patológico e defensivo; 
· Em 1912 → visão mais próxima das técnicas projetivas, pois é possível observá-la mesmo sem conflitos; 
· Tanto percepções internas quanto percepções sensoriais, são projetadas de dentro para fora e utilizadas para a configuração do mundo exterior; 
· Supõe-se então que tanto as percepções passadas quanto as internas → influenciam a percepção de estímulos atuais e por isso permitem a interpretação da conduta atual; 
· Portanto, retira o caráter defensivo do conceito, bem como a ideia de que projetado é apenas aquilo que não é aceito como parte do indivíduo. Trata-se do próprio modo de se organizar que se expressa na sua percepção da realidade. 
· Mundo externo → é percebido SEMPRE permeado pelos processos associativos desencadeados, determinados por elementos alheios à consciência; 
· A conduta manifesta é traduzida e compreendida pelos seus elementos latentes e inconscientes;
· Obra de Freud → conceito de projeção sob duas óticas: - mecanismo de defesa do ego; - mecanismo habitual de abordar a realidade.
· Na 2ª ótica → projeção passa por uma acomodação ao princípio da realidade, ao invés de expulsar os impulsos inaceitáveis: Trata-se da produção da resposta do teste projetivo.
· Este entendimento do conceito de projeção não é suficiente para explicar a resposta ao teste; 
· Há uma preocupação em encontrar outro conceito que amplie ou some-se ao de projeção; •
· Este outro conceito deve ser procurado na relação indivíduo-psicólogo-estímulo;
· H. Rorschach → a interpretação das pranchas se situa no processo perceptivo (e não no imaginativo); 
· Para ele → a interpretação das pranchas é um caso especial de percepção e as fronteiras entre um e outro podem ser deslocadas pela afetividade.
· Abre portas para outras teorias:
· Rapaport → descreve jogo recíproco de processos perceptivos e associativos em cada resposta guiado pela formação de conceitos e atitude crítica de controle sobre a produção e... Propicia o exame da realidade. 
· Ao primeiro contato visual com a prancha impressão perceptual de um contorno principal e suas características de cor, sombra, etc.;
· Um destes pode iniciar os processos associativos com propostas de conteúdos;
· Estes também devem explicar os demais aspectos;
· Enquanto avançam as associações → inicia-se a reorganização perceptual e a articulação da mancha na figura-fundo → para tornar possível a articulação da percepção com o conteúdo associado;
· O percepto vai se diferenciando e o conteúdo se torna mais específico até a produção da resposta.
· Rapaport → valoriza a formação de conceitos e os processos de pensamento e seus distúrbios, envolvidos na preparação da resposta;
· Não explica → a interferência da projeção no processo que parece permear as opções pelos elementos da mancha e os conceitos associados;
· Controle do processo associativo → baseia-se na equiparação do conceito com a mancha, julgamento realizado em função do teste de realidade;
· No entender de Rapaport → o processo de resposta dá-se na relação do estímulo com o indivíduo;
· Ele vê a necessidade de estímulo simples, que consuma pouco tempo e recomenda não estimular a relação sujeito-examinador;
· Para Mirian D. V. Silva → a elaboração da resposta é compreendida na relação indivíduo-psicólogoestímulo; 
· Que o Rorschach dá a possibilidade de captar a dimensão ICS pelo fato da resposta surgir na relação;
· A ambiguidade do estímulo não é o que determina;
· Depende do indivíduo colocá-la ou não em seu campo libidinal, transferencial e inconsciente;
· É necessário que o estímulo e a situação de aplicação adquiram um sentido para o sujeito;
· A resposta é produzida em virtude de uma procura ativa em encontrar respostas;
· As respostas ao teste se apresentam como uma estratégia de procura de solução para os anseios do sujeito;
· O indivíduo responde ao teste, acreditando que, atravésdele, o psicólogo terá condições de ajudá-lo; 
· Conceito de projeção para explicar a resposta no Rorschach → transferência que se acredita permear a relação que se estabelece nesta situação; 
· Muda-se a ênfase do estímulo para a relação e sua qualidade;
· Teste → é uma pergunta ao sujeito que espera sua resposta;
· Teste é o 3º termo no diálogo
· Teste é um enigma a ser decifrado pelo sujeito;
· Implícito → decifrando o enigma proposto pelo psicólogo, o sujeito terá o seu próprio enigma desvendado;
· Ambiguidade do estímulo → reflete a condição de incompletude e indefinição do ser humano dada através de metáforas; 
· Para V. S. Telles → as metáforas falam do que não pode ser dito diretamente;
· O ICS só pode manifestar-se por parábolas, indiretamente;
· Pela metáfora → o conflito esconde-se e revela-se; 
· Conflito e procura de soluções → são inerentes à estrutura psíquica do ser humano; 
· Rorschach → pode revelar o conflito inconsciente, desde que a situação se lhe apresente como plena de possibilidades e expectativas;
· A relação deve ter caráter transferencial que, aliada à comunicação através de metáforas, torna-se possível o acesso ao ICS;
· Material obtido pelo Rorschach → tem diferentes matizes e vem de diferentes camadas da personalidade; 
· Resistências → podem aparecer se a relação com o psicólogo for perturbadora que iniba ou prejudique a livre associação e o acesso ao ICS;
· Pelas resistências → têm-se acesso às defesas do ego;
· Pelo conteúdo das associações → pode-se ou não inferir os desejos inconscientes;
· Tipo de resposta e a estrutura psíquica que alcança: - dependem do sujeito; - do tipo de relação que estabelece; - e do grau de estruturação de cada prancha.
· Dimensão inconsciente → uma possibilidade quando essas condições a favorecem.
ESTUDO DINÂMICO DO EGO MEDIANTE A TÉCNICA DO RORSCHACH
Três fatores devem ser analisados:
· 1. O tipo de percepção ou enfoque;
· 2. O número e qualidade de cinestesias humanas; 
· 3. A percentagem de formas bem vistas.
1. TIPOS DE PERCEPÇÃO
· Examinando → tem toda a liberdade para examinar e interpretar (nos detalhes, minúcias, incluindo ou não outros);
· A técnica permite e reconhece quaisquer movimentos neste sentido;
· Estudar este tipo de enfoque → possibilita a obtenção de dados referentes à atitude vital do indivíduo quanto ao seu próprio sistema para solucionar problemas;
· Examinando poderá: analisar primeiro os detalhe:
em seguida, tirar conclusões fundamentadas;
pela impaciência, tirar conclusões precipitadas, se perdendo no manuseio de detalhes irrelevantes;
seu alto nível intelectual e capacidade de abstração lhe permitem obter referências acertadas num só golpe de vista - interessa-nos ao estudo do ego.
Interessa-nos ao estudo do ego
· Percepção global (G) pode ser de vários tipos, mas as que estão em estreita ligação com o ego → Globais secundárias (ou simultâneo combinatória);
Tipos de G:
· Critério temporal (imediata e sucessiva);
· Critério de estruturação (simples, combinada, vaga, impressionista e racional).
Globais primárias → percebidas por muitas pessoas, costumam ser respostas vulgares;
Globais secundárias (de uma vez Gc):
· pressupõe elevada capacidade de organização mental;
· estão em relação com habilidade e interesse para planejar, com a capacidade associativa do indivíduo;
· capacidade de abstração, organização e síntese;
· bom nível intelectual;
· pessoas com melhor aptidão para a elaboração de planos;
· possuem força na superação de obstáculos; - sucesso fortalece o ego e consequentemente, a auto-estima.
Compreensão
· Para que essa energia possa ser transformada em realizações, é preciso que a personalidade esteja dotada de capacidade criadora → percepção de figuras em movimento;
· Principalmente cinestesias humanas (M);
· Quanto maior o número de respostas G, mais próximas da realidade as potencialidades implícitas nos determinantes de movimentos humanos;
· Respostas M → 2º elemento para o estudo do ego; 
· Nos dão uma ideia do nível de fantasia em que o indivíduo atua:
· ele tem confiança em si mesmo?
· ou se auto anula em devaneios inconsequentes?
· Quanto maior o nº de G → mais próximas da realidade as potencialidade implícitas nos determinantes de movimento humano;
· Nº muito elevado de respostas G, sem outros dados que o justifiquem (principalmente M) → indivíduo tem ambições além de seus recursos e pode ser patológico;
· Psicopatas e indivíduos amorais e associais → ↑ G e nenhuma resposta M (no máximo uma);
· Fator G sem equilíbrio com M → patologia de ambição que pode estar relacionado com defesa megalomanía-ca-paranóide;
· Enfoque global → índice de ego vigoroso, robusto, atuante → ENERGIA VOLITIVA.
2. FATOR M – NÚMERO E QUALIDADE DAS CINESTESIAS
· Ego → influenciável pelos impulsos instintivos, mas capaz de integrá-los e mantê-los sob controle;
· Devida integração dos impulsos no Rorschach → representados pelo movimento animal (M);
· Informam como o indivíduo aceita os próprios impulsos e pode sentir-se bem consigo mesmo;
Classificação de M:
· movimentos humanos;
· movimentos de animais realizando ações humanas.
· Pessoa deitada, dormindo, etc NÃO tem o mesmo significado se percebida como correndo, dançando, saltando, etc;
· Cinestesias passivas → indicam bloqueio quase sempre originado num conflito interno;
Atenção para respostas M ocultas ou reprimidas:
· envolvem cinestesias humanas, mas no inquérito perdem o caráter cinestésico e transformam-se em respostas puramente formais;
· há rejeição da vivência por parte do intelectivo; - são chamadas de respostas “secundárias”
· Cinestesias em extensão → processo neurótico, mas com possibilidade de recuperação;
· Cinestesias secundárias → recursos estão latentes e dificilmente o indivíduo os utiliza.
· Cinestesias em extensão, positivas e de grande força propulsora → indivíduos ativos, corajosos, combativos → capazes de canalizar sua energia em proveito do objetivo proposto → EGO com excelente desempenho;
· Força e resistência do EGO → percepções com desvitalização, desumanização ou degradação da figura humana → indicam conflitos internos.
· A quantidade de respostas M deverá ter equilíbrio com as respostas G → 2G: 1M;
· Espera-se que um indivíduo normal e inteligente, perceba 3 ou mais respostas M nas 10 pranchas;
· Até 3 respostas M → inteligência reprodutora;
· Acima de 3 respostas M → existem componentes criadores a serem considerados;
· Números elevados de M → pessoas se bastam a si mesmas, são pouco sugestionáveis e têm sua emotividade estabilizada, empáticas, com preservação da integridade do ego;
· Respostas M → percepção que tem de si memo.
· EGO débil → podem apresentar nº elevado de M, mas são vistas em pequenos detalhes e com um tipo de percepção em que as respostas G estão mal representadas;
· Significa: perda de energia em devaneios, e não utiliza as possibilidades criadoras e a capacidade produtiva de G está ausente.
RORSCHACH:
- Sustenta que a correlação entre M e a atividade motora é NEGATIVA;
- ↑ M: motilidade comedida, estabilizada.
PIOTROWSKI:
- Concluiu que a correlação entre M e comportamento é POSITIVA;
- M: representa tendência para ação.
· Indivíduo introvertido autêntico e respostas M são positivas e bem vistas → sente prazer em transformar sonhos em realidades → considera-se com estimu-lante para atualizar as potencialidades;
· Indivíduo introvertido com dificuldades de adaptação espontânea ao ambiente (desde que outros indicativos do ego estejam bem representados) → conseguirá se adaptar por meio do pensamento, intelectualmente;
· Respostas M → revelam a percepção que o indivíduo tem de si mesmo, e o melhor índice de introversão e produção criadora;
ATENÇÃO: sua presença exagerada é constante nos casos de fobias, ideias obsessivas e ilusões.
· Respostas M negativas → sinal pré-psicótico, ligado à sintomatologia esquizofrênica → com percepção distorcida da figura humana (sai da realidade ou distorce abertamente);
· Diminuição ou desaparecimento de M → presente em doença psíquica (neuróticos graves) que raramente percebem maisde uma resposta M;
Compreensão do EGO:
· respostas M devem ser de preferência ativas e positivas quanto ao conteúdo;
· em número suficiente e na proporção esperada em relação às respostas G.
3. RESPOSTAS FORMAIS → F+ %
· Algumas pessoas podem desprezar os vários estímulos e concentrar os interesses nos aspectos puramente formais das manchas;
· Isto parece evidenciar o grau em que são capazes de controlar ou reprimir suas emoções, evitando ser espontâneo;
· É preciso verificar se o indivíduo é levado por esse controle em mais da metade de suas percepções, e se suas primeiras respostas costumam ser de forma e relaxando o controle mais tarde.
%F+ = _F+ X 100_
(F+) + (F-)
Média entre 70% e 80%
· Sugestão para o estudo do EGO → estender a soma de todas as percepções que tenham forma definida;
· Oferece dados sobre:
· estabilidade emocional;
· capacidade crítica;
· controle do pensamento lógico.
· %F+ → melhor medida de tenacidade, carga tensional que o ego possui para ser dinamizada.
Compreensão:
· Pessoa amadurecida com ego bem estruturado → ser objetiva;
· A forma como domina suas emoções depende:
· do sistema intelectual volitivo ou seja,
· da forma como é guiado pela razão e o pensamento lógico.
Ambição → deve ser controlada pela razão e pela lógica, mas esse controle → deve ser flexível de modo que a afetividade e outros aspectos possam participar ativamente do funcionamento do EGO.
· %F+ para atuar beneficamente como regulador do ego → não pode ser nem exageradamente alto (asfixiaria sua espontaneidade), nem baixo (que implicaria uma percepção imprecisa por fracasso da autocrítica ou distorção da realidade);
· Respostas F+ → capacidade do indivíduo de lidar com a realidade;
· Também nos informa sobre a integridade empregada na organização dos valores e as diretrizes que mantém o ego nos momentos de decisão;
Mantém correlação direta com o nível de inteligência:
· inteligência superior → F+ elevado;
· inteligência na média → F+ ligeiramente inferior.
· F+ aumenta com a idade a partir da infância
· Na adolescência → crescimento fica estacionado, e por vezes, diminui (por o ego encontrar-se pressionado pelo ambiente);
· Ego sadio e vigoroso:
· Tem capacidade para manter o controle lógico do pensamento quando for preciso;
· Sabe abrandar esse controle toda vez que isso for necessário.
· Sempre que mantemos a atenção de maneira ativa, prolongada e dirigida → %F+ aumenta;
· Até nas fases pré-psicóticas → ego ameaçado, faz enorme esforço para manter-se vigilante, em tensão.
· F+ → indica até que ponto os processos mentais se encontram sob o controle da realidade;
· Devemos estar atentos para desvios que ultrapassam 75,8%, ou descem aquém de 60,65% → patologia.
INTERPRETAÇÃO:
· Percentagem alta de F+ junto a G% bem representado → reflete boa disciplina de trabalho e tenacidade para encontrar soluções;
· Associado a um tipo de percepção predominantemente voltado para as minúcias → indica meticulosidade obsessiva a atitude crítica destrutiva do tipo que inibe as próprias realizações e perturba a dos outros;
· Quando %F+ for elevado → ego poderá até ter um bom desempenho, embora aja de maneira estereotipada e rotineira sem recursos de originalidade e criatividade;
· Acompanha fórmula vivencial extroversiva, com poucas respostas M e A% alto.
· F+ elevado → senso de responsabilidade acentuado em relação a si mesmo e aos outros;
· Também mede o controle intelectual ou consciente e que pode promover fadiga ou cansaço.
A TÉCNICA DE RORSCHACH NO DIAGNÓSTICO PREVENTIVO DO SUICÍDIO
Características no Rorschach sobre Suicídio
· Baixo nível de autoestima aliado a componentes auto-agressivos → perceptos de espaço em branco e fórmula vivencial introversiva;
· Protocolo com sinais depressivos;
· Indícios de isolamento afetivo;
· Traços de impulsividade e potencial de agressividade suficientes para levar a termo a autodestruição.
Focalizar indivíduos com estrutura de personalidade normal, mas com problemática grave vivenciada como insuportável.
1 – Respostas de “Vista” → Perspectiva onde os elementos de sombreado são utilizados para denotar dimensionalidade → estão correlacionados com uma afetividade prudente comedida com matizes depressivos;
2 – Respostas de Forma-Dimensão → contém perspectiva ou dimensionalidade baseada exclusivamente na forma → relacionadas com traços depressivos comuns nos suicidas;
3 – Respostas múltiplas reunindo no mesmo percepto cor e sombreado → emoções mescladas com prazer e dor psíquica (ambivalência);
4 – Percentagem de F+ % baixa;
5 – Escasso interesse humano;
6 – Lambda menor que 0,35 ou maior que 1,0;
7 – Razão efetiva menor de 0,50
· Proporção entre as 3 últimas pranchas e as 7 primeiras
· Média = entre 0,55 e 0,75
· Inferior a 0,55 → tendência a retrair-se aos estímulos afetivos Acima de 0,75 tendência a envolver-se e ficar atrapalhado
8 – Índice de egocentrismo baixo → reflete também o índice de autoestima;
· São respostas de reflexos X por 3, mais o nº de respostas de pares: 3r+(2)=R 
· Abaixo de 0,30 → excessiva consideração pelos outros e pelos valores do mundo externo.
· Muito alto → evidencia afastamento dos outros, tendência a isolamento.
9 – Perceptos de espaço em branco relacionados com oposicionismo, obstinação, raiva.
Orientação:
· Toda vez que um paciente apresente na técnica de Rorschach os sinais da síndrome de suicídio, é conveniente que se tomem medidas enérgicas de proteção e assistência psicológica.

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