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Nicolle Marcondes – Técnica de investigação da personalidade VICISSITUDES DO RORSCHACH ENQUANTO TÉCNICA PROJETIVA UMA ABORDAGEM PSICANALÍTICA SILVA, MIRIAM DEBIEUX VARGAS DA. Vicissitudes do Rorschach enquanto técnica projetiva. Rorschach: uma abordagem psicanalítica. São Paulo, EPU, 1987. (pág. 1-7) Na época de Hermann Rorschach, a teoria psicanalítica estava em auge e Jung desenvolvia seu Teste de Associação de Palavras. Para Hermann, seu teste poderia ser utilizado por qualquer linha teórica, mas em suas interpretações observava-se a análise psicanalítica. A originalidade de Rorschach não reside no material utilizado, mas na transformação da prova de manchas de tinta em instrumento de avaliação da personalidade e em ter encontrado formas de interpretá-lo, já que outros já haviam feitos este tipo de testes e fracassaram. Ele Pesquisou e concluiu que indivíduos que percebem cinestesias (sentido da percepção de movimento, peso, resistência e posição do corpo, provocado por estímulos do próprio organismo) nas pranchas têm tendências intratensas, e os que enfatizam as cores em sua resposta são extratensas. Ou seja, elaborou sua teoria da personalidade centrada no conceito de funções psíquicas de “intratensão” e “extratensão”, mas que não coincidiam com os conceitos de “introversão” e “extroversão” de Jung. Para Jung, “introversão-extroversão” eram tipos de constituição da personalidade (portanto, excludentes); para Hermann, “introversão-extratensão” eram apenas predominantes ou mesmo coexistentes na personalidade. Rorschach elabora quinze pranchas em preto, preto e vermelho e coloridas. Por exigência do impressor, são reduzidas a dez. Além da redução o formato fica reduzido, as cores modificadas e o negro fica sombreado. Apesar do sombreado ter aparecido por mero acaso, foi devidamente aproveitado pelo autor, que passou a pesquisar as reações a ele, atribuindo-lhe interpretações. Outros autores ampliaram e expandiram o teste para os Estados Unidos e Europa, porém, a dupla origem dos testes projetivos, ou seja, sua construção vinculada ao método experimental, visto como inerente aos testes, e sua aplicação calcada no método clinico com raízes na Psicanálise, gera consideráveis discrepâncias entre os autores e dificuldades epistemológicas. Com alicerces no positivismo e no método psicanalítico, a psicologia projetiva não rompe com o método experimental que, no entanto, não é utilizado segundo suas próprias regras. A projeção não é um termo introduzido pela Psicanálise. Freud, porém, utilizou-o para nomear mecanismos psíquicos bastante específicos sem, no entanto, elaborar uma teoria da projeção. Qual então à relação da projeção nos testes projetivos com o conceito freudiano? Mais tarde Freud afirma que a projeção não é especialmente criada para fins de defesa; podemos observá-la mesmo em casos em que não existe conflito. A projeção de percepções internas para o exterior é um mecanismo primitivo, ao qual também estão sujeitas, por exemplo, as nossas percepções sensoriais e que, portanto, desempenham um papel capital na conceituação do nosso mundo exterior. Em condições ainda insuficientemente estabelecidas, quer as percepções internas, de processos afetivos e ideativos, quer as percepções sensoriais, são projetadas de dentro para fora e utilizadas para a configuração do mundo exterior, quando deveriam permanecer dentro do mundo interior". Processo de atribuir, a outras pessoas ou ao mundo externo, os próprios impulsos, sentimentos e afetos indesejados. Mecanismo de defesa inconsciente, que permite ao indivíduo ignorar serem esses fenômenos pertencentes à própria pessoa. Em suma, o que se projeta é o que não se quer ser. No primeiro trabalho, projeção de aspectos negativos de si; no segundo, projeção considerada tanto como mecanismo de defesa do ego, que pode ser patológico, como um processo habitual que determina percepções e compreensão do mundo exterior. As percepções passadas e as internas influenciam a percepção de estímulos contemporâneos, permitindo a interpretação da conduta. A projeção passa por acomodação ao princípio da realidade (e não, sob o domínio do prazer, expulsar os impulsos inaceitáveis). Podemos concluir que existe, na obra de Freud, o conceito de projeção como mecanismo de defesa do ego e como mecanismo habitual de abordar realidade. Nesta última, a projeção passa por uma acomodação ao princípio da realidade, ao invés de, sob o domínio do prazer, expulsar impulsos inaceitáveis. O mecanismo que se observa na produção da resposta ao teste projetivo enquadra-se neste segundo sentido. Podemos dizer que a projeção, nos testes projetivos, corresponde a um dos sentidos que a psicanálise atribui ao termo. No entanto, apesar de ser elemento fundamental e comum aos testes projetivos, ele não é suficiente para explicar a resposta ao teste. Percebe-se como, nos diversos autores que pensam sobre isto, há uma preocupação em encontrar um outro conceito que amplie ou some-se ao de projeção. Este outro conceito deve ser procurado na relação indivíduo-psicólogo-estímulo e não, como quer maior parte dos autores, na relação indivíduo estímulo. H. Rorschach coloca que a interpretação das pranchas não é um processo imaginativo como supõem os testando, mas um processo perceptivo. Segundo ele, a interpretação é um caso especial de percepção e as fronteiras entre um e outro podem ser deslocadas pela afetividade. Percepção: "assimilação associativa de engramas* disponíveis (imagens-recordações) a complexos de sensações recentes (...) A interpretação de formas fortuitas surge como uma percepção, na qual o trabalho de assimilação entre o complexo de sensações e o engrama é tão grande que, por esta razão, será percebido Segundo D.Anzieu e outros autores que investigaram a obra de Freud, o conceito foi introduzido, em 1895, no trabalho "Neurose da Angústia". O significado mais usual dado ao conceito é o da projeção vista como o processo de atribuir, a outras pessoas ou ao mundo externo os próprios impulsos, sentimentos e afetos indesejados. É um mecanismo de defesa inconsciente, que permite ao indivíduo ignorar serem estes fenómenos pertencentes à própria pessoa. Em suma, o que se projeta é o que não se quer ser. Nicolle Marcondes – Técnica de investigação da personalidade intrapsiquicamente como trabalho de assimilação. Esta percepção intrapsíquica, da equivalente imperfeita entre o complexo de sensações e o engrama, dá à percepção o caráter de interpretação". * Engramas = traço definitivamente impresso na psique por uma experiência física. Rapaport: pormenoriza o processo subjacente às respostas no Rorschach. Descreve o jogo recíproco de processos perceptivos e associativos em cada resposta, guiado pela formação de conceitos e atitude crítica de controle sobre a produção, que propicia o exame da realidade. Ao primeiro contato visual com a prancha, o sujeito tem uma impressão perceptual de um contorno principal e suas características de cor, sombra etc. Um aspecto destes pode iniciar os processos associativos, com propostas de conteúdo. Estes devem também explicar os demais aspectos da mancha. Enquanto avançam as associações, inicia-se a reorganização perceptual e a articulação da mancha na figura-fundo, para tornar possível a articulação da percepção com o conteúdo associado. O percepto vai se diferenciando e o conteúdo se torna mais específico até a produção da resposta. O autor valoriza a formação de conceitos e os processos de pensamento e seus distúrbios, envolvidos na preparação da resposta. A ambiguidade do estímulo reflete a condição de incompletude e indefinição do ser humano. → É pela ambiguidade que a resposta é dada por metáforas,porque não pode ser dada diretamente. → Através da metáfora, o conflito esconde-se e revela-se; nela, apresenta-se a forma humana de viver, a manifestação estrutural e estruturante de um ser que deve conviver com o conflito. → O conflito e a procura de soluções são inerentes à estrutura psíquica do ser humano. A resposta ao estímulo não depende deste, mas do indivíduo colocá-lo ou não em seu campo libidinal, transferencial e inconsciente (S. Dias). Portanto, ao ressaltar a importância do psicólogo na produção da resposta, considera-se que a qualidade e intensidade desta, bem como sua própria produção, não são fruto apenas do indivíduo diante de um estímulo. É necessário que o estímulo e situação de aplicação adquiram um sentido para o sujeito. O estímulo, ou seja, o método do Rorschach entra como mediador de um diálogo, cujo conteúdo é desconhecido dos protagonistas. O teste é uma pergunta feita ao sujeito, que espera sua resposta. Tanto a pergunta como a resposta não são formuladas diretamente, segundo o método. O teste é um terceiro termo no diálogo, que seria incompleto sem sua introdução (M. L. Eirado Silva). Ele se constitui, para o sujeito, como um enigma a ser decifrado. Ele fala do teste, não tanto para explicitá-lo, mas para fugir da explicitação de seu próprio ser. A promessa implícita é a de que, decifrando o enigma proposto pelo psicólogo, o sujeito terá o seu próprio enigma desvendado. Aqui entra a importância da ambiguidade do estímulo. E pela ambiguidade que a resposta não pode ser dada diretamente, mas através de metáforas. As metáforas, segundo V. S. Telles falam do que não pode ser dito diretamente. Vão além do consciente, para regiões profundas do ego e do inconsciente. O inconsciente só pode manifestar-se por parábolas, indiretamente. Pela metáfora, o conflito esconde-se e revela- se. O conflito e a procura de soluções são inerentes à estrutura psíquica do ser humano. Assim, conclui-se que o Rorschach pode revelar o conflito inconsciente, desde que a situação se lhe apresente como plena de possibilidade e expectativas. A relação que se estabelece nesta situação deve ter caráter transferencial. Assim caracterizada a situação, aliada a comunicação através de metáforas, torna-se possível o acesso ao Insciente. Miriam Debieux: o Enfatiza não apenas a projeção às pranchas de Rorschach, mas também a relação transferencial estabelecida no momento da testagem (indivíduo-psicólogo-estímulo). o O teste dá a possibilidade de captar a dimensão inconsciente pelo fato de a resposta surgir na relação, tal como o inconsciente. o A resposta é produzida em virtude de uma procura ativa em encontrar respostas. o As respostas ao teste se apresentam como uma estratégia de procura de solução para os anseios do sujeito. o O conceito complementar ao de projeção, para explicar a resposta ao Rorschach, é o de transferência, que permeia a relação que se estabelece nesta situação. o O estímulo entra como mediador de um diálogo, cujo conteúdo é desconhecido dos protagonistas. o O Rorschach, então, pode revelar o conflito inconsciente, desde que a situação se lhe apresente como plena de possibilidades e expectativas. o Portanto, o tipo de resposta e a estrutura psíquica que alcança parecem depender do sujeito, do tipo de relação que se estabelece e do grau de estruturação de cada prancha. o A dimensão inconsciente é uma possibilidade quando essas condições a favorecem. Nicolle Marcondes – Técnica de investigação da personalidade ESTUDO DINAMICO DO EGO EDIANTE A TECNICA DE RORSCHACH Freud propõe três instâncias: Id, Ego e Superego Id: reservatório pulsional, inconsciente, não regido pela lógica e submetido ao princípio do prazer. Um pensamento ou uma lembrança, excluído da consciência, mas localizado na área do Id, será capaz de influenciar toda vida mental de uma pessoa. Ego: criado pelo Id para reduzir a tensão e aumentar o prazer, mas é regido pelo princípio da realidade para satisfazer os impulsos do id buscando soluções mais realistas. Superego: se desenvolve a partir do Ego, sendo como um censor das atividades e pensamentos do Ego; depósito dos códigos morais e veículo dos julgamentos de valores transmitidos de geração em geração. Mais sobre o Ego... → Parte da estrutura da personalidade basicamente consciente de nossos atos e pensamentos. → Receptor dos estímulos externos (ambiente) e executor dos impulsos (estímulos internos). → procura manter sua autonomia em relação ao id, opondo- se ou submetendo-se aos impulsos advindos dele, como também adiá-los ou planejá-los, de forma inteligente, através da sublimação. → A Psicose ocorre quando o id invade indiscriminadamente o ego. Ocorre intensificação dos impulsos do id, ou seja, ocorre o comprometimento do ego, ainda que de forma não patológica, na adolescência(puberdade), climatério, hipnotismo ou privação de estímulos. Condições que afetam a autonomia do ego em relação ao ambiente: Bloqueio maciço intrapsíquico dos impulsos; Necessidade de estímulos intensificada ao máximo; Falta de intimidade e apoio verbal mnemônico, além de outros considerados necessários à manutenção das estruturas do pensamento, valores, ideologias e identidade; Corrente contínua de instruções e informações adquire tal força que mantém o ego sem autonomia. Uma forma de entender o ego e como um executor das intenções e dos impulsos do indivíduo, centro psíquico da personalidade total, mas na sua dinâmica. 3 fatores na técnica de Rorscharch devem ser examinados em caráter preferencial: O tipo de percepção ou enfoque; A percentagem de formas bem-vistas; O número e qualidade das cinestesias humanas. A consciência de existir segue uma sucessão de etapas, cada qual contribuindo de alguma forma para a formação da seguinte, não de maneira cumulativa, mas integrativa. A personalidade evolui de forma praticamente irreversível, pois somente na fase crítica da adolescência costuma acontecer uma paralisação e por vezes regressão deste processo. Os conflitos afetivos, quase sempre os relacionados com problemas de identidade, parecem interferir como inibidores, mas, vencida a fase conflitiva, o processo volta a seu ritmo normal, continuando seu curso até que a personalidade alcance plena maturidade. O processo de organização e desenvolvimento da personalidade: Tendência natural a uma maior estabilidade emocional; Melhor capacidade de crítica e de organização mental Uma consciência de existir mais completa. O conceito de auto-estima é reforçado pelas figuras parentais, notadamente a materna. A consideração pelos demais depende, em grande parte, do auto-conceito e da internalização das figuras parentais. O ego se forma a partir das pulsões instintivas e das relações de objeto. A partir dos sete anos a criança começa a desenvolver e fortalecer a capacidade de planejamento e abstração, da percepção objetiva da realidade e do autoconceito. Ego maduro adulto: executor das intenções e dos impulsos centro psíquico da personalidade total, na sua dinâmica. No Rorschach: percepção geral abstrata da realidade, objetividade na análise dos fatos e autoconhecimento; Trabalho mental de observação intelectual da realidade, que consiste na recepção seletiva de impressões do ambiente. Traduzem também a influência das reações emocionais e da capacidade conativa. Capacidade em compreender as situações como um todo, em apreciar as situações de modo amplo, em examinar o ambiente em sua totalidade. Capacidade em captar os elementos óbvios, evidentes, essenciais das situações; inteligência prática e concreta. Atenção às minúcias, detalhes, aos aspectos menos evidentes das vivências;atitude de análise e pesquisa. Atitude vital do indivíduo quanto ao seu próprio sistema para solucionar problemas, expressa por: Habilidade e interesse para planejar; capacidade associativa; disposição para captar grandes conjuntos; capacidade de abstração, de organização e de síntese; indicam boa dotação intelectual; Firme vontade de adquirir força e influência na superação das dificuldades, pois sente-se compelido a vencer; a análise dos fatos é objetiva. O sucesso fortalece o ego e, em decorrência, seu conceito de autoestima. Capacidade de se voltar ao ambiente para observá-lo; contato com a realidade, mas espaço para a subjetividade humana (caso contrário, é repressão). Percepção objetiva da realidade externa, com capacidade de controle e retardamento dos processos impulsivos e afetivos. Indica prevalência do juízo crítico na análise dos fatos. Nicolle Marcondes – Técnica de investigação da personalidade Quando não há prevalência da percepção objetiva, verificamos pressão elevada de impulsos afetivos e de concepções irracionais que sobrepujam a capacidade de julgamento imparcial e objetivo dos fatos; interferência de um mecanismo de controle que bloqueia a expressão direta dos impulsos afetivos, da autocensura que acarreta distorção no julgamento dos fatos. As respostas de percepção objetiva fornecem um índice de força e controle egóicos, pois implicam em: → Capacidade de percepção não distorcida; e → Controle crítico passível de ser relaxado. → Retardamento do impulso, permitindo a crítica necessária para uma resposta apropriada à realidade. → Deve haver distorção mínima devido a fatores inconscientes e emocionais. → Mecanismos psicológicos que podem influir na objetividade: defesa (dificuldade contra a expressão do impulso, levando à distorção perceptiva; ex.: negação) ou escassez de material associativo (isolamento cultural ou inteligência rebaixada). O ego é influenciado pelos impulsos instintivos (anímicos), mas deve ser capaz de integrá-los e mantê-los sob controle (autonomia), indicando aceitação dos próprios impulsos e, assim, pode sentir-se bem consigo mesmo. O autoconhecimento, a imaginação e a criatividade necessitam estar integrados de forma objetiva à realidade; assim, também se espera atitude assertiva para atuar a criatividade. Sem objetividade, o autoconhecimento é estabelecido em função de noções distorcidas sobre si e sobre o meio. O autoconhecimento sem vitalidade mostra uma atitude condescendente; comportamentos negativos podem dificultar a livre expansão do pensamento criador; bloqueio originado em um conflito interno. o Desvitalização, desumanização ou degradação da figura humana: sugestivo de conflito interno, uma vez que representam incorporação deficiente da figura humana (dificuldade na internalização da figura materna). Podem decorrer problemas para desenvolver relacionamento interpessoal mais profundo, autêntico e genuíno. a) Capacidade de generalização abstrata objetiva; b) Autoconceito objetivo, assertivo e vitalizado; c) Objetividade sem rigidez. a) Generalização (abstrata ou completa) a partir das normas sociais; b) Autoconceito, nem sempre voltado ao meio, nem sempre objetivo, mas com identificação com o humano; c) Objetividade menos evidente; d) Sensibilidade Afetiva. a) Pouca capacidade de generalização e pouca autonomia para realizar projetos; generalização abstrata com submissão às normas sociais e visão estereotipada; b) Autoconceito passivo, nem sempre objetivo, desvitalização e pouca identificação com o humano; c) Subjetividade prevalente; d) Sensibilidade afetiva pobre, mal-integrada, sinais de imaturidade. a) Generalização concreta, observação precária da realidade, percepção desarmoniosa; b) Pouca ou nenhuma noção de identidade (quando ocorre, é reflexo de condicionamento social; c) Subjetividade intensa desgastando a atividade prática: afrouxamento do critério da realidade, distúrbios perceptuais, por vezes lógicas autistas; d) Dificuldade na sensibilidade afetiva. 1. Defesa obsessivo-compulsiva: ego intelectualiza a realidade ▪ Excesso de objetividade, com rigidez na análise dos fatos; ▪ Apego aos aspectos menos evidentes da realidade, atitude minuciosa e meticulosa. 2. Defesa histérica: ego finge adaptar-se à realidade ▪ Dificuldade em expressar o afeto levando em conta o meio ▪ Mobilização afetiva que leva a dissociar o afeto da situação ▪ Prevalência de um contato mais sensual e ansioso 3. Defesa passivo-masoquista: ego se submete à realidade ▪ Adaptação pelo aculturamento ▪ Sensação de inferioridade, ansiedade 4. Defesa paranoide: ego se opõe à realidade e constrói uma nova ▪ Prevalência de superficialidade na análise geral da realidade ▪ Preocupação com sua autonomia, visão mais negativista ou oposicionista da realidade CONTRA INDICAÇÃO PARA O PORTE DE ARMA DE FOGO A interpretação tem como objetivo levantar um retrato o mais fiel possível de personalidade do eliminando quer quanto aos aspectos situacionais como também aos aspectos estruturais, a Análise pode ser dividida em 3 etapas: I. Tipo de trabalho mental Nesta etapa será verificado de que maneira o indivíduo percebe o ambiente, compreendeu e estabelece relações entre os fatos, bem como de que modo se adapta a realidade externa. Dessa forma compreende-se como se desenvolve o trabalho de: observação elaboração, comunicação e adaptação à realidade externa II. Organização psíquica (feitio da personalidade) Nesta etapa será verificada a dinâmica e estrutura da personalidade em cada um dos setores: afetividade, conação e inteligência. Desse modo abordamos a dinâmica psíquica do indivíduo seu modo de reagir afetiva, emocional e intelectualmente, bem como a maneira de estabelecer relacionamentos interpessoais. III. Síntese: Serão enfatizados os aspectos mais relevantes de toda a interpretação, fornecendo uma conclusão a respeito da personalidade do examinando bem como o prognóstico das indicações necessárias ao caso estudado. O objetivo do relatório é apresentar o psicodiagnóstico do examinando de modo descritivo, buscando desenvolver objetividade, clareza e precisão na expressão das interpretações. Nicolle Marcondes – Técnica de investigação da personalidade TRABALHO MENTAL Campo perceptual – Observação. Podemos distinguir basicamente 3 modos principais de se focalizar a atenção na construção do campo perceptivo: a apresentação global de uma situação, a observação concreta dos aspectos mais evidentes dos fatos , a atenção cuidadosa de pormenores que passam despercebidos pela maioria ponto além dessas modalidades de observação existem outras mais raras, quer pelo fato de exigir maior esforço mental, que é pelo fato de escapar aos processos mentais normais . Para a análise mais específica deste índice distinguimos o modo do examinando observar os fatos, quando diante das circunstâncias formais, de ordem mais impessoal, quando a observação é o julgamento supõem discernimento e iniciativa , ou quando reage a experiências que produzem impacto afetivo direto, revelando sua maneira de lidar e de expressar os sentimentos e necessidades primárias. Elaboração intelectual e organização das experiencias. Este índice traduz a capacidade em estabelecer relações significativas entre os eventos da realidade ele varia com o nível intelectual do examinando e nos permite verificar a energia intelectual deste, independentemente do tipo de inteligência peculiar que possua. Em relação ao item organização das experiências os fatos determinantes das respostas correspondem ao aspecto central da prova eles revelam a dinâmicada personalidade avaliada através do modo peculiar de integração expressão dos processos cognitivos, com nativos e afetivos. Comunicação do trabalho mental – faixa de interesse. Através da verificação dos tipos diferentes de conteúdo que aparecem no protocolo, observamos se o examinando apresenta diversificação de interesses pelo ambiente em seus aspectos afetivos intelectuais ou de ordem prática cotidiano e qual o tipo de interesse é predominante ponto dentre os conteúdos que revelam interesse afetivo identificamos os seguintes 2 anatomia, sexo, fogo, alimento e sangue ; Estes conteúdos refletem interesses de caráter mais afetivo, básico, primário e peculiar ao indivíduo, revelando um maior envolvimento em relações e aspectos afetivos, pessoais .os conteúdos de ordem intelectual são: abstração, arquitetura, arte, ciência, religião, paisagem e antiguidade, são conteúdos que traduzem interesses que envolvem maiores construções intelectuais e conhecimento os de ordem cultural. Podem indicar interesses de ordem mais diferenciados ligados a aprendizagem. Os conteúdos concretos e superficiais são: botânica, acidentes geográficos, mapa, natureza, nuvem, objeto investimento são conteúdos que expressa o interesse de ordem mais prática imediata da vida quotidiana. Processo de adaptação a realidade O processo de adaptação à realidade ocorre através do consenso harmônico e integrado da capacidade de julgar de modo objetivo é imparcial os fatos, da assimilação dos padrões de pensamento e de conduta adotadas adotados pela maioria e da ligação emocional espontânea ao ambiente. ORGANIZAÇAO PSIQUICA (FEITIO DA PERSONALIDADE) À esfera conativa compreende o setor da personalidade que reúne dinamismos que antecedem e possibilitam o comportamento explícito de natureza intelectual e afetivo emocional. Neste sentido, através da atuação no meio, seja explícita ou em nível de trabalho mental, ou indivíduo busca à satisfação de seus impulsos afetivos e de suas aspirações intelectuais. Compreende-se por esta esfera afetiva ao setor básico da personalidade que reúne fusões subjetivas, instintivas e sentimentos que estimulam o ser humano constantemente a satisfazer as necessidades da própria existência da espécie parênteses manutenção da vida, instinto nutritivo; sexual; aprovação ponte, etc etc. Parênteses e que mantém ativo o interesse de ampliar suas relações interpessoais. Na prova de Rocha a estrutura dinâmica da esfera afetiva do examinando é obtida, principalmente pelo estudo das respostas às pranchas coloridas. Especialmente através da análise dos índices: afetividade, impulsividade e das respostas de cor propriamente ditas. SINTESE Neste campo o examinador da ênfase aos aspectos mais relevantes encontrados durante a aplicação do Teste. Encontra-se também a conclusão a respeito da personalidade do examinando após considerar todas as suas falas e embasá-las teoricamente. É feito um prognóstico com a devida indicação necessária para cada tipo de conclusão. Nicolle Marcondes – Técnica de investigação da personalidade TECNICA DE RORSCHACH NO DISGNÓSTICO PREVENTIVO DO SUICÍDIO São características importantes na técnica de Rocha em relação ao psicodiagnóstico de suicídio os seguintes dados: Baixo nível de auto-estima aliado a componentes agressivos sugeridos por per septos de espaço em branco e formas vivenciais. Indícios de isolamento afetivo, traços de impulsividade e potencial de agressividade suficientes para levar a termo a auto destruição. Este estudo tem o objetivo de localizar aqueles indivíduos, que com estrutura de pensamento normal, mais são portadores de uma problemática grave ou conflito por eles vivenciados com insuportável como insuportável, podem ser suicidas em potencial visto que, obviamente, ou os pacientes portadores de depressão ou esquizofrênicos com tendências suicidas costumam ser protegidos por um esquema de segurança montado de forma a impedir qualquer intento contra a própria vida. No ultimo congresso interamericano de Rorcharch , o Dr. John E. Exner, professor de psicologia e diretor da training Clinic na universidade norte americana de Long island., fez uma comunicação sobre suicídio, tema que vem sendo objeto de suas pesquisas e sobre o qual vem trabalhando, conseguiu isolar uma síndrome da qual constam como importante os fatores a seguir relacionados: Resposta de aspas vista fecha aspas que corresponderiam na nossa nomenclatura as respostas é ficar, isto é, interceptos em que os elementos de sombreado da mancha são utilizados para denotar dimensionalidade. Estes per septos estariam correlacionados com uma afetividade prudente com medida com matrizes depressivos. resposta de forma de menção ou de perspectiva baseadas, unicamente, na forma da mancha. Foi levantado o postulado de que as respostas de forma de menção estariam relacionadas com os traços depressivos comuns nus suicidas em um resultado parcial. Os depressivos são estimulados para a introspecção por sua própria Psicopatologia. Respostas múltiplas reunindo no mesmo per septo cor e sombreado, ou seja, prazer e dor psíquica, ambivalência emoções mescladas Percentagem de F + % baixa. Escasso interesse humano. Lambda ‘ menor que 0,35 ou maior que 1,0. Razão efetivamente menor que 0,50. Índice jingle centrismo baixo reflete também o índice de auto estima sendo que baixo de 0,30 seria abaixo por excessiva consideração pelos outros pelos valores do mundo externo; muito alto evidência afastamento dos outros, tendência ao isolamento. Interceptos de espaço em branco relacionados com posicionamento obstinação, raiva. CONCLUSÃO A conclusão deste estudo foi de que é importante frisar que toda vez que um paciente apresentar na técnica de Rocha os sinais da síndrome de suicídio é conveniente que se tomem medidas enérgicas de proteção e assistência psicológica.
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