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VENTILAÇÃO MECÂNICA Prof. Celiandro Mazarro INTRODUÇÃO ■ Patologias Pulmonares elevam o esforço respiratório através do aumento das forças que se opõe ao movimento dos gases causando a fadiga muscular; ■ Objetivo:Aliviar totalmente ou parcialmente o trabalho respiratório do paciente; ■ Capaz de “bombear” os gases para dentro dos pulmões através da pressão positiva, de forma cíclica, permitindo intervalos para que o volume inspirado seja exalado passivamente. HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA SÉCULO XIX 1928 – VMNI - PULMÃO DE AÇO PHILIP DRINKER VMNI – PULMÃO DE AÇO 1950 – VMI PRESSÓRICO - BLEASE PULMOFLATOR 1951 – VMI PRESSÓRICO - ENGSTRÖM 1958 – VMI PRESSÓRICO - DRÄGER SPIROMAT 1959 – VMI PRESSÓRICO – BIRD MARK 4 GUERRA DO VIETNÃ 1960 – VMI PRESSÓRICA – BIRD MARK 7 1970 – VMI VOLUMÉTRICO - BENETTI 1980 – VMI MICROPROCESSADOS 1990 – VMI COM VÁLVULAS MECATRONICAS VMNI VMI – REMOÇÃO TERRESTRE E AÉREA 2000 – VMI COM MONITORIZAÇÃO VENTILATÓRIA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) VMNI: CPAP BIPAP PEEP + PS Ventilação Manual Más. Nasal BIPAP Más. Facial BIPAP Más. Facial total INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) DEFINIÇÃO: A Insuficiência Respiratória Aguda ( IRpA ) trata-se de síndrome caracterizada na incapacidade do Sistema Respiratória efetuar adequada trocas gasosas, ou seja, captar oxigênio e eliminar CO2 da corrente sanguínea, também designada falência Respiratória. A DPOC, Broncopneumonia e a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo representam a maior causa. A- Sinais e Sintomas clínicos: dispnéia intensa ( FR > 35 ), cianose, alteração do nível de consciência ( sonolência / torpor ), taquicardia ( FC > 100 ). B- Exames laboratoriais: PaO2 < 60 mmhg, PaCO2 > 50-55 mmhg, Saturação de O2 < 92%, C- Condições correlatas: doenças pulmonares ( BCP, SDRA, EAP ) ou sistêmicas ( choque séptico, IAM, IRA ) INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) “10 Mandamentos da IRpA, em ordem de importância” SINAIS / EXAMES RESULTADOS consciência Agitação / Sonolência / torpor / coma Dispnéia Moderada / intensa Freqüência respiratória > 35 Saturação de O2 < 90% PaO2 <60 mmhg PaCO2 > 50 -55 mmhg cianose Intensa +++ / ++++ Estado hemodinâmico Instável Aspecto Radiológico Hiperdensidade intensa e/ou bilateral PH < 7.35 ou > 7.45 INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) Diagnóstico Etiológico: IRpA Cardiogênico: ■ Choque Hipovolêmico; ■ IAM; ■ EAP; IRpA Não – Cardiogênico: ■ BCP; ■ Fibrose; ■ Enfisema avançado; ■ Pneumotórax; ■ AVC; ■ TCE; ■ IRA; ■ IRC; ■ DM. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) CLASSIFICAÇÃO: Embora existam diversas classificações de insuficiência respiratória, a mais simples e a que leva em consideração o mecanismo básico da insuficiência respiratória que é: PaO2 PaCO2 Mecanismo básico Tipo I < 60mmHg 40 mmHg Déficit de oxigenação Tipo II < 60mmHg 50 mmHg Déficit de ventilação INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) CAUSAS DE DEFÍCIT DE OXIGENAÇÃO: 1 - Desequilíbrio da ventilação perfusão (V/Q). 2 - Shunt. 3 - Alteração de difusão. 4 - Hipoxemia de origem circulatória. A PaO2 varia com idade e posição: Posição ortostática : PaO2 = 104,2-(0,27 x Idade) Posição de decúbito : PaO2 = 103,5-(0,42 x Idade) CAUSAS DE DEFÍCIT DE VENTILAÇÃO: 1 - Disfunções do SNC ( TCE, intoxicação exógena por barbitúricos, AVC) 2 - Disfunções do sistema neuromuscular ( trauma cervical, poliomielite, miastenia gravis) 3 - Disfunção da caixa torácica ( escoliose, trauma torácico) 4 - Disfunções das vias aéreas intra e extratorácicas ( aspiração de corpo estranho, compressão por tumores) 5 - Problemas pleurais incluindo hidropneumotórax e/ou fibrose. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) Medidas a serem tomadas: Imediata · D: elevação de decúbito; · O: oxigenioterapia ( cateter, máscara, VMNI ou VMI ); · D: Desobstrução ( abertura bucal, elevação da língua – guedel, aspirações); · O: instalar oximetria de pulso. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) Decúbito: Posição de Decúbito Dorsal Com elevação da cabeceira da cama em 30 a 45 graus. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) Oxigênioterapia: Cat. Nasal Más. Nebulização Más. De Venturi Válvulas de Venturi Fluxômetro de Oxigênio de 0 – 15L FiO2: L x 0,4 + 21 Sendo que, acima de 60% de FiO2 ocorrerá efeitos deletérios no Sistema Respiratório; INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) Desobstrução Abrir vias aéreas Guedél Asp. orotraqueal INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IRpA) Oximetria de Pulso: Medida de Saturação Periférica de Oxigênio, porem complementar. OXIGENOTERAPIA Consiste na administração de oxigênio em concentração maiores de que a encontrada no ar ambiente, com o intuito de prevenir ou tratar as manifestações clínicas da hipóxia para manter uma adequada oxigenação tecidual e minimizar o OXIGENOTERAPIA Indicações: ■ Adulto, criança e lactente com mais de 28 dias de idade; tendo como objetivo corrigir a hipoxemia aguda, e reduzir o sintomas associados à hipoxemia crônica. Contra-Indicação: ■ Não existe contra- indicação para a oxigenoterapia. OXIGENOTERAPIA Causas de hipoxemia respiratória: ■ Alteração da V/Q; ■ Hipoventição Alveolar; ■ Distúrbios da Difusão; ■ Shunt; Causas de hipoxemia não respiratória: ■ Diminuição do gasto cardíaco; ■ Choque circulatório; ■ Hipovolemia; ■ Queda ou alteração química da hemoglobina; ■ ↓ PaO2 por ↓ por diminuição da quantidade de oxigênio ofertado (região de grande altitude); OXIGENOTERAPIA Equipamentos: ■ Os dispositivos de liberação de oxigênio são classificados em: Sistema de Baixo Fluxo, Sistema com Reservatório, Sistema de Alto Fluxo e Sistema Cercado. OXIGENOTERAPIA ■ Sistema de Baixo fluxo: concentração de oxigênio entre 22% de FIO2 (com fluxo de 1L/ min) a 60% de FIO2 (com fluxo de 15L/min). O limite máximo do fluxo neste sistema para que fique confortável para o paciente é em torno de 6L/min de O2. OXIGENOTERAPIA Sistema de Baixo Fluxo: ■ Cânula Nasal; ■ Cateter Nasal; ■ Cateter transtraqueal; OXIGENOTERAPIA Sistema com Reservatório: ■ Trata-se de um sistema em que o oxigênio é armazenado em um reservatório que incorpora o dispositivo que é liberado durante as inspirações do paciente. Cânula nasal com reservatório, Máscara com reservatório. Máscara com Reservatório OXIGENOTERAPIA ■ Sistema de Alto Fluxo: são sistemas que funcionam com fluxo acima de 6L/min. Esses dispositivos misturam ar e o oxigênio, para determinar uma concentração necessária, através de sistemas de arrastamento de ar ou misturador. Máscara por arrastamento de ar (venturi) OXIGENOTERAPIA ■ Sistemas Cercados: São dispositivos em que o paciente é adaptado a um ambiente fechado com oxigênio controlado. São utilizados em crianças e lactentes. Os tipos são: Tenda de oxigênio, Capacete; Incubadoras. TENDA INCUBADORA CAPACETE Indicações e Vantagens daVNI Contra-Indicações Absolutas ■ Instabilidade hemodinâmica e arritmias ■ Angina Instável ■ IOT- para proteger VA ■ Alto risco de aspiração ■ Trauma de face ■ Pneumotórax não tratado ■ Rebaixamento do nível de consciência Relativas ■ IAM recente ■ Pcte não cooperativo ■ PO do trato digestivo alto ■ Obesidade Mórbida ■ Má adaptação da máscara ■ Necessidade de sedação ■ Necessidade de FIO2 alta - hipoxemia refratária PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Objetivo: ■ Manutenção da troca gasosa; ■ Correção da Hipoxemia; ■ Correção da Hipercapnia; ■ Aliviar o trabalho musculatura respiratória; Classificação: ■ Ventilação Mecânica Invasiva; ■ Ventilação Mecânica PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Princípios: ■ Volume Corrente (VT): geração de gradiente de pressão entre as vias aéreas superiores e o alvéolo, realizado pela pressão positiva do ventilador aumentando a pressão da via aérea proximal; ■ FIO2: necessário para manter a PaO2 adequada e SatO2; ■ Fluxo Inspiratório: controle da velocidade do ar que está sendo inspirado; ■ FR: números de ciclos respiratórios por minuto, será conseqüência do fluxo inspiratório (TI) e o tempo expiratório (TE); ■ PEEP: pressão positiva no final da expiração; PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Indicação: ■ Reanimação devido a PCR; ■ Hipoventilação e apnéia: acidose respiratória ( elevação da PaCO2), tendo como causas: lesão no Centro Respiratório, Intoxicação, abuso de drogas, TEP, Obesidade Mórbida. ■ IRpA: doença pulmonar intrínseca e hipoxemia; ■ Falência mecânica do aparelho respiratório: fraqueza muscular, doença neuro-muscular, paralisia, TCE, AVE, Intoxicação Exógena e abuso de drogas. PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Parâmetros que podem indicar a necessidade do suporte ventilatório.Parâmetros Normal Indicação VMI Escala de Glasgow 15 = ou < 8 Freqüência Respiratória (Ipm) 12 -20 > 35 Volume Corrente (ml/Kg) 5 – 8 ml/Kg < 5 Capacidade Vital (ml/Kg) 65 - 75 < 50 Volume Minuto ( L/min) 5 - 6 > 10 Pressão Inspiratória Máxima (cmH2O) ( -80 a -120) > - 25 Pressão Expiratória Máxima (cmH2O) (80 a 100) < + 25 Espaço Morto % 25 - 40 > 60 PaCO2 (mmHg) 35 - 45 > 50 P(A-a)O2 (FIO2=1,O) 25 - 80 >350 PaO2/FiO2 > 300 < 200 PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA O Ciclo Ventilatório Durante a ventilação mecânica com pressão positiva pode ser dividido em quatro fases: ■ Fase inspiratória: fase do ciclo em que o ventilador realiza a insuflação pulmonar, conforme as propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório ( válvula inspiratória aberta); PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ■ Mudança da fase Insp. para Exp. (ciclagem): fechamento da válvula insp. E abertura da válvula expiratória; ■ Fase expiratória: mantendo a válvula expiratória aberta, permitindo que a pressão do sistema equilibra-se com a pressão expiratória final (PEEP) determinada no ventilador; PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ■ Mudança da fase exp. para a fase insp. (disparo): abertura da válvula inspiratória e fechamento da válvula expiratória do Ventilador. MODALIDADES VENTILATÓRIAS CONVENCIONAIS Ventilação Mandatória Contínua: Todos os ciclos ventilatórios são disparados e/ou ciclados pelo ventilador (ciclos mandatórios) ■ Ventilação Mandatória Continua com Volume Controlado – modo controlado; ■ Ventilação Mandatória Continua com Volume Controlado – modo assistido-controlado (A/C); ■ Ventilação Mandatória Continua com Pressão Controlada – modo controlado; ■ Ventilação Mandatória Continua com Pressão Controlada – modo assistido-controlado (A/C); VENTILAÇÃO MANDATÓRIA CONTÍNUA ■ Ventilação Mandatória Continua com Volume Controlado – modo controlado: Parâmetros: ■ FR; ■ VT; ■ Fluxo inspiratório; ■ PEEP; ■ FIO2; ■ Sensibilidade desativada; Disparo: Tempo (através da FR); Ciclagem:VT pré-estabelecido em velocidade determinada pelo fluxo. VENTILAÇÃO MANDATÓRIA CONTÍNUA ■ Ventilação Mandatória Continua com Volume Controlado – modo assistido- controlado (A/C); Parâmetros: ■ FR (pode variar de acordo com o esforço insp. do paciente); ■ VT; ■ Fluxo insp; ■ PEEP; ■ FIO2; ■ Sens: pressão ou fluxo; Disparo: pressão, fluxo e tempo; Ciclagem:VT pré-estabelecido em velocidade determinada VENTILAÇÃO MANDATÓRIA CONTÍNUA ■ Ventilação Mandatória Continua com Pressão Controlada – modo controlado; Parâmetros: ■ FR; ■ Limite de P. Insp; ■ T.Insp. ou I:E; ■ PEEP; ■ FIO2; ■ Sensibilidade desativada; Disparo: Tempo (através da FR); Ciclagem: T. Insp. ou I:E; VENTILAÇÃO MANDATÓRIA CONTÍNUA ■ Ventilação Mandatória Continua com Pressão Controlada – modo assistido- controlado (A/C); Parâmetros: ■ FR (pode variar de acordo com o esforço insp. do paciente); ■ Limite de P. Insp; ■ T.Insp. ou I:E; ■ PEEP; ■ FIO2; ■ Sens: pressão, fluxo; Disparo: Tempo, pressão ou fluxo; Ciclagem: T. Insp. ou I:E; MODALIDADES VENTILATÓRIAS CONVENCIONAIS Ventilação Mandatória Intermitente: O ventilador oferece ciclos mandatórios a uma freqüência pré-determinada, porém permite que ciclos espontâneos (ciclos ventilatórios disparados e ciclados pelo paciente) ocorram entre eles. Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada (SIMV): o ventilador permite que o disparo dos ciclos mandatórios ocorram em sincronia com a pressão negativa ou fluxo positivo realizado pelo paciente. ■ Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada com Volume Controlado (SIMV/VC); ■ Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada com Pressão Controlada (SIMV/PC); ■ Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada (com Volume Controlado ou Pressão Controlada) associada a ventilação com Pressão de Suporte ; VENTILAÇÃO MANDATÓRIA INTERMITENTE ■ Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada com Volume Controlado (SIMV/VC): Parâmetros: ■ FR (pode variar de acordo com o esforço insp. do paciente); ■ VT; ■ Fluxo insp; ■ PEEP; ■ FIO2; ■ Sens: pressão ou fluxo; Disparo: pressão, fluxo e tempo; Ciclagem:VT pré-estabelecido em velocidade determinada VENTILAÇÃO MANDATÓRIA INTERMITENTE ■ Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada com Pressão Controlada (SIMV/PC); Parâmetros: ■ FR (pode variar de acordo com o esforço insp. do paciente); ■ Limite de P. Insp; ■ T.Insp. ou I:E; ■ PEEP; ■ FIO2; ■ Sens: pressão, fluxo; Disparo: Tempo, pressão ou fluxo; Ciclagem: T. Insp. ou I:E; VENTILAÇÃO MANDATÓRIA INTERMITENTE ■ Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada (com Volume Controlado ou Pressão Controlada) associada a ventilação com Pressão de Suporte Parâmetros: PS: Disparo: pressão ou fluxo; Ciclagem: 25% pico de fluxo insp. MODALIDADES VENTILATÓRIAS CONVENCIONAIS Ventilação Espontânea Contínua Todos os ciclos ventilatórios são espontâneos, ou seja, disparados e ciclados pelo paciente. ■ Ventilação com Pressão de Suporte (PSV); ■ Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP) Ventilação Espontânea Contínua ■ Ventilação com Pressão de Suporte (PSV): Assistida pelo ventilador buscando alcançar pressões pré-determinadas durante a inspiração. Parâmetros: ■ PS; ■ Sensibilidade: fluxo ou pressão; ■ FIO2; ■ PEEP; Disparo: fluxo ou pressão; Ciclagem: fluxo de 25% Ventilação Espontânea Contínua ■ Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP): não assistida pelo ventilador , o ventilador mantém uma pressão positiva em todo ciclo respiratório tanto na fase inspiratória quanto da fase expiratória.
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