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Incompreensão e manipulação na aplicação dos conceitos de dízimo e oferta na Igreja


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INCOMPREENSÃO E MANIPULAÇÃO NA APLICAÇÃO DOS 
CONCEITOS DE DÍZIMO E OFERTA NA IGREJA 
 
Vlademir Fernandes 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Trabalhar com temas relacionados à dinheiro, contribuição, 
dízimos, ofertas e afins não é nada fácil no contexto da Igreja, pois 
reconhecidamente o assunto é polêmico devido às diversas práticas 
exercidas e extremadas, chegando até à manipulação e exploração dos 
fiéis, em alguns casos. 
 Contudo, ainda assim o debate sincero e a análise das Escrituras 
quanto ao tema são importantes. Não se deve fugir de um assunto por 
causa de sua dificuldade, principalmente tendo em vista que “toda 
Escritura...é útil” (2 Timóteo 3.16). Logo, devemos enxergar a utilidade 
do tema por meio da Palavra de Deus. 
 Percebe-se que muitas dificuldades pelas quais a Igreja da 
atualidade passa estão ligadas à falta de entendimento sobre o que, de 
fato, é a Igreja, bem como sua característica. É necessário, neste e em 
outros temas, para melhor aclaramento e cristalização das doutrinas 
aplicadas especificamente à Igreja, uma boa compreensão do que seja a 
Igreja. A confusão normalmente acontece por não se compreender a 
realidade de Israel, do Antigo Testamento, e a característica da Igreja, do 
Novo Testamento e misturar-se as instituições sob os mesmos 
parâmetros. 
 Todos concordam que o Israel do Antigo Testamento e a Igreja do 
Novo Testamento tem elementos em dissonância, mas também elementos 
em comum. Em alguns aspectos, vários elementos dispostos ao Israel 
terreno “continuaram” para a Igreja; contudo, igualmente, diversos 
elementos do Israel antigo caíram em desuso e sofreram uma 
“descontinuação”, e não cabem mais no contexto da Igreja. Assim, o 
desafio maior seria compreender o que do Israel terreno, do Antigo 
Testamento, permanece no “Israel espiritual”, ou seja, na Igreja do Novo 
Testamento e o que se deve ser descartado. Essa linha é tênue e não tão 
clara, por isso os diversos mal-entendidos. 
 A questão dos dízimos e ofertas recaem justamente neste ponto. 
Caso fôssemos o Israel terreno, do Antigo Testamento, a questão estaria 
fechada, definida e clara: “E ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos 
sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e os 
vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas 
vacas e das vossas ovelhas”. (Deuteronômio 12.6). Contudo, a questão 
torna-se mais dúbia justamente no ponto de se determinar se o conceito
2 
 
 continua plenamente no Novo Testamento, se continua em partes, ou se 
não continua de forma alguma. 
Assim, mostraremos neste breve artigo uma análise bíblica sobre o 
dízimo mostrando que o mesmo não é uma doutrina válida para a Igreja; 
analisaremos a aplicação equivocada do conceito; trataremos do tema 
das ofertas e sua prática na Igreja. Por fim, resumiremos nossas 
considerações e apresentaremos as referências consultadas. 
 
2. O DÍZIMO FOI UMA CONTRIBUIÇÃO REGULAMENTADA APENAS 
PARA ISRAEL 
 
 Demonstrar que o dízimo não é uma doutrina do Novo Testamento 
significa mostrar que isso não é exigido da Igreja. Significa mostrar que 
o conceito foi “descontinuado” no Novo Testamento. Portanto, caiu em 
desuso e não mais faz parte do contexto do cristianismo. 
 Mas, como saber o que continuou ou sofreu descontinuidade entre 
o Antigo e o Novo Testamento? Basicamente, o que deve ter continuidade 
no Novo Testamento deve ser claramente exposto e retomado no mesmo. 
Por exemplo, por que a festa da páscoa não continua sendo celebrada no 
Novo Testamento? Simplesmente porque não se fez menção explícita dela 
como prática da Igreja e porque claramente Jesus Cristo a substituiu pela 
Ceia. “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o 
Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado 
graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isso 
em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, 
tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu 
sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, e, memória de mim”. (1 
Coríntios 11.23-25). 
 Por que o sacrifício de animais não continuou no Novo Testamento? 
Porque a Igreja compreendeu com facilidade que estes rituais do Antigo 
Testamento eram sombras das coisas futuras e a realidade estava em 
Jesus Cristo. “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, 
ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido 
sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”. 
(Colossenses 2.16-17). E compreendeu que o ministério de Jesus Cristo 
era imensamente superior aos tipos antigos. “Portanto, se o sangue de 
bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os 
contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais 
o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem 
mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para 
servirmos ao Deus vivo!”. (Hebreus 9.13-14). 
 Desde que se entendeu que o propósito do sangue de Cristo era 
purificar os pecados, os sacrifícios de animais se tornaram obsoletos. 
 De modo diferente, por que a prática da oração continuou no Novo 
Testamento? Porque foi explicitamente reafirmada para a cristandade. 
“Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5.17). 
 Assim, mostrar que o dízimo não é uma doutrina para a Igreja é 
evidenciar que tal conceito não continuou no Novo Testamento. Não há 
uma retomada normativa do conceito para a Igreja do Senhor. 
3 
 
 A palavra “dízimo” tem três ocorrências no Novo Testamento: 
Mateus 23.23, Hebreus 7.2 e Hebreus 7.5. Já a palavra “dízimos” ocorre 
seis vezes no Novo Testamento: Lucas 18.12, Hebreus 7.4, Hebreus 7.6, 
Hebreus 7.8 e Hebreus 7.9 (duas vezes). (OLIVEIRA, 2012, v.1, p. 1020). 
 É possível mostrar que em nenhuma dessas menções, o dízimo está 
sendo recomendado, requerido ou normatizado como uma prática para a 
Igreja. 
 Em Mateus 23.23, temos: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, 
porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes 
negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a 
misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir 
aquelas!”. O texto mostra Jesus Cristo repreendendo os escribas e 
fariseus por suas falhas. Assim, ele fala com judeus, no contexto ainda 
do Antigo Testamento, pois a Nova Aliança ainda não havia sido 
inaugurada. Portanto, Jesus recomenda a prática do dízimo, sim, para 
os Judeus, e naquele contexto, mas não se deve concluir que tal 
instrução sirva de norma para Igreja. Seria uma interpretação forçada. 
 Segundo Mary Schultze (2005), em “Mt 23.23 e Lc 11.42 – Jesus 
falou para fariseu na época da Lei. O fato de Jesus ter dito a fariseus não 
obriga a Igreja em observar, até porque os termos e a dispensação era 
diferente da exigência do Novo Testamento”. 
Sobre Mateus 23.23, Vilar (2015, p. 82) comenta da seguinte 
maneira: 
Claro! Não eram todos eles judeus, ou seja, filhos de Israel, e 
não estavam todos sob as alianças de Horebe (Sinai) [Êxodo 19, 
20] e de Moabe [Deuteronômio 29]? A lei e a ordenança do 
dízimo não tinham sido dadas a eles, por intermédio de 
Moisés? [Levítico 27]. Não viviam na terra de Canaã, que 
receberam por herança, conforme a promessa que Deus fizera 
a seus pais? Note que nesse momento, o Senhor Jesus não 
estava dando mandamentos nem ensinando doutrina aos seus 
discípulos, para que transmitissem aos futuros discípulos. Ele 
tinha perdido novamente a paciência e estava censurando 
duramente os fariseus. (...) Nesse discurso, em nenhum 
momento o Senhor Jesus endossou ou ensinou a prática do 
dízimo para a sua Igreja. 
 
No mesmo sentido, “(...) é surpreendente descobrir que, em 
nenhuma ocasião, o dízimo é mencionado em qualquerdas instruções 
dadas à igreja”. (COENEM, 2000, p. 600). 
Em Hebreus 7.2, temos: “(...) para o qual também Abraão separou 
o dízimo de tudo”. O texto fala que Abraão entregou o dízimo a 
Melquisedeque. Primeiramente, o objetivo do texto não é tratar de dízimo, 
mas mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo em relação ao 
sacerdócio levítico. Logo, o dízimo aqui é uma questão secundária. Pode-
se perceber que o texto não traz nenhuma normativa para a Igreja, 
apenas narra uma ação de Abraão. 
Em segundo lugar, não se deve fazer confusão acerca do dízimo 
praticado por Abraão. Segundo Mary Schultze (2005), é importante fazer 
algumas observações sobre o dízimo antes da Lei. Há dois casos 
mencionados, de Abraão e Jacó. No caso de Abraão, não há nenhuma 
4 
 
evidência de que dizimar foi ordenado por Deus. O dízimo foi uma 
completa decisão de Abraão. Ademais, este é o único dízimo que as 
Escrituras mencionam que Abraão deu, não sabemos se era uma prática 
dele. Por fim, este dízimo veio do despojo de guerra, por meio de poderio 
militar. No caso de Jacó, há um voto em que ele se compromete a dar um 
dízimo caso retornasse em paz para sua terra. Semelhantemente ao 
ocorrido com Abrão, Jacó faz a doação livremente e não há indício de que 
tal ato fosse sistemático, ou seja, não existe a evidência de que a partir 
de então passou-se a dizimar. Esses dois casos são os únicos 
mencionados no Antigo Testamento antes de ser promulgada a Lei. Tais 
casos são muito escassos e inseguros para servir de base para construção 
de doutrinas. 
Em Hebreus 7.5, temos: “Ora, os que dentre os filhos de Levi 
recebem o sacerdócio tem mandamento de recolher, de acordo com a lei, 
os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos”. O texto aqui afirma que os 
sacerdotes tinham o direito de receber dízimos. O versículo está 
construindo a ideia de que o sacerdócio levítico era detentor dos dízimos, 
mas, que, na figura de Abraão, entregou os dízimos a Melquisedeque, 
figura de Jesus Cristo, ou seja, o menor, entrega dízimos ao maior para 
ser “abençoado”. Assim, o sacerdócio de Jesus Cristo é superior ao dos 
levitas, pois Jesus Cristo é quem recebeu dízimos até mesmo dos levitas! 
Contudo, o texto não trata da aplicação do conceito de dízimo para Igreja. 
Mais uma vez, nossa interpretação deve se limitar ao texto. 
Em Lucas 18.12, temos: “jejuo duas vezes por semana e dou o 
dízimo de tudo quanto ganho”. A parábola é para exortar aqueles que se 
acham justos por seu próprio mérito. Um fariseu faz uma oração 
retumbante e parte dessa oração inclui o versículo mencionado acima. O 
fariseu diz que dá o dízimo de tudo que ganha. Novamente não há nada 
de errado com o fariseu dizimar, na verdade é próprio do israelita fazê-lo. 
O mais interessante na passagem é que novamente a prática do dízimo 
não está relacionada de forma alguma com a Igreja. “Aqui Cristo não está 
enfatizando o dever do crente neo-testamentário pagar o dízimo, mas da 
arrogância do homem que se vê a si mesmo como justo” (SCHULTZE, 
2005). 
Essa oração foi condenada por Jesus Cristo, pois o fariseu era 
orgulhoso. A maior lição, então, seria que não devemos confiar em nosso 
próprio mérito, em nossas próprias obras para a propiciação, mas sim 
confiar no Senhor. 
Em Hebreus 7.4, temos: “Considerai, pois, como era grande esse a 
quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos”. 
Novamente, o texto se refere a uma prática de Abraão. 
Em Hebreus 7.6, temos: “entretanto, aquele cuja genealogia não se 
inclui entre eles recebeu dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as 
promessas”. O discurso desenvolve o argumento da superioridade do 
sacerdócio de Jesus Cristo. É mostrado que “aquele sem genealogia” 
recebeu dízimos de Abraão e o abençoou. É evidente a linguagem 
tipológica; Melquisedeque é um tipo de Cristo, ou seja, representava o 
futuro ministério de Jesus Cristo. 
5 
 
Em Hebreus 7.8, temos: “Aliás, aqui são homens mortais os que 
recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive”. Nessa 
linguagem metafórica o autor quer mostrar ainda a superioridade do 
sacerdócio de Cristo, uma vez que o sacerdócio levítico era exercido por 
homens mortais, mas aquele outro sacerdócio, por “Aquele que vive”, ou 
seja, exercido superiormente por um ser imortal. 
Alguns interpretam de modo equivocado o texto. Ramos (1994, p. 
45) afirma que “Hebreus 7:8 declara que é o próprio Cristo quem recebe 
nossos dízimos” dando a entender que ainda hoje Jesus Cristo estaria 
recebendo nossos dízimos, portanto, o dízimo seria válido para o cristão. 
Contudo, conforme vimos anteriormente, o sentido do texto não é esse. 
A “testemunha” parece ser deduzida de Salmos 110.4. A lógica é 
que se o sacerdócio de Cristo deve ser para sempre e, ao mesmo 
tempo, de acordo com a ordem de Melquisedeque, então esta 
ordem de sacerdócio deve ter sido estabelecida para sempre. 
Portanto, Abraão estava dando dízimos a alguém que 
representava, não uma sucessão de sacerdotes, mas um tipo de 
sacerdócio que está perpetuamente investido em uma Pessoa 
perpétua. Este tipo de sacerdócio obviamente é superior à ordem 
levítica. (RICHARD, 2006, p. 64) 
 
Além disso, uma observação é extremamente necessária na 
interpretação de Ramos; ele colocou o pronome “nossos”, mas o texto não 
está comentando sobre “nossos” dízimos, mas sim acerca dos “deles”, ou 
seja, dos dízimos dos filhos de Israel na pessoa de Abraão. 
Em Hebreus 7.9, temos: “e, por assim dizer, também Levi, que 
recebe dízimos pagou-os na pessoa de Abraão”. Aqui se conclui a 
argumentação envolvendo o dízimo no sentido de enfatizar que Levi 
pagou dízimos ao Senhor, logo, o sacerdócio do Senhor Jesus é superior 
e perfeito, em oposição ao mortal e imperfeito. 
Mary Schultze (2005), comenta sobre Hb 7.1-10: 
Aqui o texto não está exortando os crentes a darem o dízimo. 
Mas, a ênfase é mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo. 
A passagem não tem nada a ver com cristãos dadivando das 
suas rendas para Deus. 
 
Após a análise dos textos do Novo Testamento envolvendo o 
conceito de dízimo, pode-se concluir que não há uma doutrina formulada 
e consistente que deve ser observada pela Igreja neste aspecto. Assim, 
com honestidade, e enorme respeito, deve-se postular que tal doutrina 
não pertence à Igreja. 
 
3. APLICAÇÃO EQUIVOCADA DO DÍZIMO NAS IGREJAS 
 
 Diante da convicção de que o dízimo é um mandamento apenas 
para Israel, e não para a Igreja, toda a forma de cobrança de dízimos na 
Igreja constitui-se, infelizmente, como equívoco! 
 Contudo, é comum, na maioria das igrejas, a prática da cobrança 
incisiva da contribuição em cima dos 10% da renda do fiel. Tais igrejas 
que são insistentes na cobrança do dízimo e que se utilizam de outras 
estruturas do Antigo Testamento como o apelo às bênçãos e maldições 
6 
 
para estimular os pagamentos, outrora foram apelidadas de “igrejas 
malaquianas”, pois adoram o texto de Malaquias 3.10. 
Nesta perspectiva, pode-se citar Pauda (2007, p. 16) que fez a 
seguinte consideração: “Como poderemos ter a verdadeira prosperidade?” 
ao que responde: “Somente a teremos se andarmos na avenida chamada 
fidelidade através da obediência em devolvermos a Deus o que lhe 
pertence isto é: Dízimos e Ofertas”. 
 E vai mais longe com a seguinte proposta: “Se você não precisa das 
bênçãos de Deus, e se você não quer as bênçãos de Deus, então não dê. 
Guarde o seu dinheiro, e a maldição que acompanha a falta de fé será 
sua”. (PAUDA, 2007, p. 25). 
Ramos (1994, p. 8) pergunta: “Por que há tantos irmãos nossos 
sempre envolvidos em dificuldades financeiras e outros problemas 
terríveis?” A resposta, segundo o autor, está em Malaquias 3.8-10, ou 
seja, o autor advoga que o crente que não dá o dízimo está roubando a 
Deuse é amaldiçoado por isso. 
Infelizmente, o grande pregador, escritor e conferencista 
Hernandes Dias Lopes, tem um pensamento de certa forma semelhante. 
Ele chega a afirmar que “A maldição do devorador não se quebra com 
ritos místicos nem com oração e jejum, mas enfiando a mão no bolso e 
devolvendo a Deus o que a ele pertence, os dízimos e as ofertas”. (LOPES, 
2017, p. 75). E mais: “Deus propõe-nos duas alternativas. O que você vai 
escolher: bênção ou maldição? Se o povo de Deus trouxer os dízimos e as 
ofertas à casa do tesouro na terra, Deus abrirá os seus tesouros no céu”. 
(LOPES, 2017, p. 76). 
Os mais extremados, certamente se veem até mesmo no direito de 
exigir de Deus: “Meu Deus, envia um anjo lá, agora, para resolver essa 
situação, pois, como dizimista, eu exijo uma solução. Amém. [Folha 
Universal, n. 728, de 19 a 25 de março de 2006]”. (VILAR, 2015). 
O missionário R. R. Soares chegou a atrelar a salvação com a 
fidelidade do dizimista conforme vídeo de seu programa “show da fé” 
disponível no youtube. Naquele vídeo, R. R. Soares afirmou 
categoricamente que quem não entrega o dízimo está roubando a Deus e, 
conforme 1 Coríntios 6.10 (os roubadores não herdarão o reino de Deus) 
não será salvo! (SOARES, 2017). 
Lima (1998) beira esse entendimento quando afirma que 
(...) Deus sempre exige do ser humano a demonstração empírica 
do seu reconhecimento. Logo, o dízimo é parte desta exigência 
divina. O homem que não se curva diante deste imperativo fica 
à margem da misericórdia e providência de Deus. (p. 22). 
 
Além das incongruências citadas, é necessário mostrar que a 
impossibilidade de se dizimar na atualidade não está relacionada apenas 
aos equívocos e exageros, mas aos próprios princípios básicos que 
norteavam a prática do dízimo no Antigo Testamento que não podem ser 
reproduzidas em nossa época. 
De acordo com Russell Kalley citado por Mary Schultze (2005), 
existiam três tipos de dízimo no Antigo Testamento. O primeiro dízimo 
deveria ser entregue aos levitas e não aos sacerdotes na “casa do tesouro” 
conforme Números 18.21. Assim, os dízimos eram recebidos 
7 
 
completamente pelos levitas. O segundo dízimo da mesma forma não era 
levado à “casa do tesouro” no Templo. Este tratava-se do dízimo das 
festas conforme Dt 12.6-7 e Dt 14.23. Tal dízimo era trazido ao “local”, 
ou seja, à Jerusalém como uma “oferta nacional de alegria”. Esse dízimo 
era sempre de alimentos e deveria ser comido ou bebido por todos. O 
terceiro dízimo era o dos pobres. Podemos ler a respeito dele em Dt 14.28-
29 e Dt 26.12-13. O terceiro dízimo, portanto, nem sequer era entregue 
em Jerusalém. Para finalizar, apenas o dízimo dos dízimos era destinado 
aos sacerdotes, ou seja, à casa do tesouro conforme Neemias 10.38. 
Vilar (2015) complementa mostrando o sistema vetero-
testamentário e sua impossibilidade de observância no Novo Testamento. 
O dizimista bíblico era um judeu que recebera uma herança na 
terra de Canaã. E dessa terra, tinha de separar todas as dízimas, 
tanto do grão do campo, como do fruto das árvores, do gado e do 
rebanho. Tinha de levar o dízimo ao lugar determinado por Deus 
e lá comer esse dízimo estando puro. No terceiro ano, tinha de 
distribuí-lo com o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva. Ao fazer 
essa entrega, tinha de recitar uma oração específica. Não podia 
dar do dízimo para a casa de nenhum morto, e nem dele comer 
estando impuro. E isso em nada se parece com o dízimo 
ensinado nas igrejas hoje. Qualquer outra prática diferente 
dessas estabelecidas por Deus é criação ou pura invencionice do 
homem. (p. 50-51). 
 
O ponto é que a prática da cobrança de dízimo, seja ela qual for, é 
um equívoco no seio da Igreja. No contexto do Novo Testamento não há 
como aplicar coerentemente o conceito de dízimo. 
 
4. AS OFERTAS, ALÉM DE SEREM UMA PRÁTICA JUDAICA, FORAM 
INTRODUZIDAS NO NOVO TESTAMENTO PARA A IGREJA 
 
 Ao contrário dos dízimos, que não são reafirmados no Novo 
Testamento, as ofertas recebem determinada atenção no texto. Elas são 
claramente reafirmadas, contudo, com um caráter igualmente condizente 
com a perspectiva da Nova Aliança. 
 As ocorrências das palavras “oferta”, “ofertaram” e “ofertas” no 
Novo Testamento, conforme Oliveira (2012, v. 3, pp. 101-104), estão 
respectivamente, em: “oferta” – Mateus 5.23, Mateus 5.24 (duas vezes), 
Mateus 8.4, Mateus 15.5, Mateus 23.18, Mateus 23.19, Marcos 7.11, 
Lucas 2.24, Atos 21.26, Romanos 15.16, Efésios 5.2, Hebreus 5.3, 
Hebreus 10.5, Hebreus 10.8; “ofertaram” – Mateus 2.11; “ofertas” – 
Mateus 27.6, Lucas 21.1, Lucas 21.4, Atos 24.17. 
 Em Mateus 5.23-24, temos: “Se pois, ao trazeres ao altar a tua 
oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa 
perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, 
então, voltando, faze a tua oferta”. 
 O texto encontra-se dentro do “Sermão do Monte”. Muitos 
comentaristas concordam que a característica geral desse sermão de 
Jesus Cristo é exatamente reorientar os preceitos da Lei para sua nova 
dinâmica no Reino. “Jesus selecionou seis leis importantes do Antigo 
8 
 
Testamento e as interpretou para o povo à luz da vida nova que veio 
oferecer” (WIRSBE, 2006, v.1, p. 26). 
Dessa forma, a ênfase do ensino recai em reorientar a prática da 
oferta. Assim, pode-se assumir que tal “instrução” de Jesus Cristo é 
direcionada à Igreja, na medida em que o “Sermão do Monte” o é. Vale 
notar que neste contexto não é tratado nada a respeito do dízimo, caso 
fosse a regra de análise seria a mesma e o conceito estaria, sem dúvida 
alguma, validado no Novo Testamento. 
Em Mateus 8.4, temos: “Disse-lhe, então, Jesus: Olha, não o digas 
a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e fazer a oferta que Moisés 
ordenou, para servir de testemunho ao povo”. 
Diferente do texto anterior, do “Sermão do Monte”, esta narrativa 
está novamente inserida no contexto judaico. Jesus fala a um israelita 
(possivelmente) e lhe promove uma cura. Mas, como o israelita vive na 
Antiga Aliança, ainda precisa satisfazer os ditames da Lei. Note que “fazer 
a oferta que Moisés ordenou” envolvia um ritual cheio de simbolismo 
inviável de ser replicado na Nova Aliança. 
Essa cerimônia, descrita em Levítico 14, é outra bela 
representação da obra de Cristo pelos pecadores. O pássaro 
sacrificado representa a morte de Cristo, e o pássaro solto 
representa sua ressurreição. O pássaro colocado no jarro 
representa a encarnação, quando Cristo assumiu um corpo 
humano para que pudesse morrer por nós. A aplicação do 
sangue na orelha, no polegar e no dedão do pé ilustra a 
necessidade de uma fé pessoal em sua morte. O óleo no sangue 
lembra o Espírito de Deus, que vem habitar naquele que crê no 
Salvador. (WIRSBE, 2006, v.1, p. 40). 
 
Em Mateus 15.5, temos: “Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu 
pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de 
mim (...)”. Jesus Cristo estava, nesta ocasião, repreendendo novamente 
os escribas e fariseus. Esta oferta (Corbã – um presente para Deus) era 
uma tradição inventada pelos hipócritas fariseus que tentavam se livrar 
das responsabilidades financeiras para com seus pais idosos. 
Novamente Jesus corrige a supervalorização da oferta. Ela não tem 
sentido caso outros elementos não sejam atendidos, como o amor, por 
exemplo. Então, Jesus categoricamente afirma que tal não era a Palavra 
de Deus, mas mandamentos dos homens. 
Em Mateus 23.18-19, temos: “E dizeis: Quem jurar pelo altar, isso 
é nada; quem, porém, jurar pela oferta que está sobre o altar fica obrigado 
pelo que jurou. Cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar que santifica 
a oferta?”. Mais uma vez a distorção das Escrituras praticadas pelos 
escribas e fariseus é citada. Eles eramgananciosos e queriam obter 
vantagens por meio do sistema religioso. Distorceram completamente as 
prioridades. Contudo, mais do que orientações para a Igreja, Jesus estava 
tecendo duras críticas ao sistema doutrinário inventado pelos religiosos. 
Em Marcos 7.11, a discussão gira em torno do Corbã que já foi 
mencionado em Mateus 15.5. 
Em Lucas 2.24, temos: “e para oferecer um sacrifício, segundo o 
que está escrito na referida Lei: Um par de rolas ou dois pombinhos”. A 
circunstância mostra o que ocorreu após o nascimento de Jesus Cristo. 
9 
 
Esta consagração do primogênito era requerida pela Lei. A narrativa 
mostra que a oferta foi observada pelos pais terrenos de Jesus Cristo, 
uma vez que eram bons judeus e observadores da Lei. 
Em Atos 21.26, temos: “Então, Paulo, tomando aqueles homens, 
no dia seguinte, tendo-se purificado com eles, entrou no templo, 
acertando o cumprimento dos dias da purificação, até que se fizesse a 
oferta em favor de cada um deles”. Paulo estava sendo acusado 
injustamente de ensinar os judeus a abandonar a Lei de Moisés. Milhares 
de judeus zelosos que se converteram ao cristianismo não viam com bons 
olhos da ação do apóstolo. Paulo, então, ao retornar a Jerusalém, 
consente em participar de uma cerimônia com quatro homens que 
haviam feito um voto de nazireu (Números 6) para mostrar que não era 
contrário a Lei de Moisés. A ação foi um pouco política e apaziguadora. 
Contudo, o texto é uma narrativa e, pelas regras básicas da 
hermenêutica, não se deve fazer doutrina a partir de narrativa. Ademais, 
de fato, Paulo nunca esteve contra a Lei de Moisés. Nenhum cristão até 
mesma na atualidade se considera um opositor à Moisés. 
Em Romanos 15.16, temos: “para que eu seja ministro de Cristo 
Jesus entre os gentios, no sagrado encargo de anunciar o evangelho de 
Deus, de modo que a oferta deles seja aceitável, uma vez santificada pelo 
Espírito Santo”. O versículo fica mais claro na Nova Versão Internacional: 
“de ser um ministro de Cristo Jesus para os gentios, com o dever 
sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus, para que os gentios se 
tornem uma oferta aceitável a Deus, santificados pelo Espírito Santo”. 
Paulo fala de seu ministério entre os gentios e usa o termo oferta 
metaforicamente como querendo que os gentios se tornassem uma oferta 
a Deus. “Paulo considera-se um sacerdote no altar, oferecendo a Deus os 
gentios que ganhou para Cristo. São um “sacrifício espiritual” para a 
glória de Deus”. (WIRSBE, 2006, v.1, p. 736). 
Em Efésios 5.2, temos: “e andai em amor, como também Cristo vos 
amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, 
em aroma suave”. Mais uma vez o termo oferta é usado em sentido 
figurado. O objetivo aqui não é tecer comentários doutrinários acerca da 
oferta em si. 
Em Hebreus 5.3, temos: “E, por esta razão, deve oferecer sacrifícios 
pelos pecados, tanto do povo como de si mesmo”. O ofício do sumo 
sacerdote, dentre outras coisas, era oferecer sacrifícios pelo povo. Aqui o 
texto é uma descrição do ofício. 
Em Hebreus 10.5, temos: “Por isso, ao entrar no mundo, diz: 
Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste”. “A citação 
é do Salmo 40:6-8, e é aplicada a Jesus Cristo em sua encarnação (‘ao 
entrar no mundo’). A citação deixa claro que Jesus Cristo é o 
cumprimento dos sacrifícios da antiga aliança”. (WIRSBE, 2006, v.2, p. 
406). 
Em Hebreus 10.8, temos: “Depois de dizer, como acima: Sacrifícios 
e ofertas não quiseste, nem holocaustos e oblações pelo pecado, nem com 
isto te deleitaste (coisas que se oferecem segundo a lei)”. O sentido 
continua o mesmo do texto anterior. 
10 
 
Em Mateus 2.11, temos: “Entrando na casa, viram o menino com 
Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, 
entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra”. A oferta mencionada 
na narrativa foi a dos reis magos feita quando visitaram o menino Jesus. 
Novamente, estamos diante de uma narrativa descritiva. Não é um texto 
doutrinário e não ajuda na construção de uma doutrina de oferta para o 
cristão. 
Em Mateus 27.6, temos: “E os principais sacerdotes, tomando as 
moedas, disseram: Não é lícito deitá-las no cofre das ofertas, porque é 
preço de sangue”. O sentido aqui é que os sacerdotes não poderiam 
receber aquelas moedas, fruto da traição de Jesus Cristo, ao tesouro. 
Em Lucas 21.1, temos: “Estando Jesus a observar, viu os ricos 
lançarem suas ofertas no gazofilácio”. Jesus observa o modo de ofertar 
dos judeus. Depois ele tece alguns comentários. 
Em Lucas 21.4, temos: “Porque todos estes deram como oferta 
daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que 
possuía, todo o seu sustento”. Jesus Cristo explicou porque considerou 
que a viúva pobre deu a maior oferta. Foi por causa de sua consideração 
à Deus, em lhe dar tudo o que possuía e não meramente sobras. Como o 
contexto da passagem é didático, ou seja, Jesus está ensinando aos seus 
discípulos, tal observação entra no rol de elementos que nos traçam 
informações doutrinárias importantes acerca da oferta. Neste sentido, a 
orientação básica é que a oferta deve ser feita a partir de algo de valor, 
das “primícias”, não do resto, do mínimo, da sobra, porque Deus não é 
honrado com restos. 
Por fim, Atos 24.17: “Depois de anos, vim trazer esmolas à minha 
nação e também fazer oferendas”. O texto mostra um pouco do propósito 
do retorno de Paulo à Jerusalém. Ele voltou para trazer, ao necessitado 
povo judeu, as ofertas colhidas em suas viagens missionárias. 
Um fato interessante é que há poucas passagens no Novo 
Testamento envolvendo as palavras “oferta, ofertas, ofertaram”, conforme 
visto anteriormente, que tratam doutrinariamente das ofertas para a 
Igreja do Senhor, contudo, a partir da análise feita, estamos assegurados 
de que tal prática é legítima para o cristão. 
Ainda existem dois textos clássicos que mostram na prática o 
desenvolvimento de questões referentes a ofertas. São aquelas passagens 
nas quais o apóstolo Paulo promoveu uma companha para recolher 
dádivas (ofertas) ao povo da judeia que estava passando necessidade. 
Elas estão em 1 Coríntios 16.1-2 e 2 Coríntios 9. Com esses dois 
exemplos conseguimos retirar grandes lições sobre o perfil da oferta a ser 
praticada na Igreja neo-testamentária. 
Mary Schultze (2005), afirma com base em 1 Coríntios 16.1-2 que 
a contribuição deve ser voluntária e proporcional. Reforça ainda dizendo 
que 
o Novo Testamento não estipula um valor como padrão 
obrigatório. Mas, as Escrituras declaram que ‘cada um 
contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou 
por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria’ (2 Co 
9.7). 
 
11 
 
Assim, a contribuição deve ser voluntária (2Co 8.3). 
(...) para o cristão, a contribuição é voluntária, um ato da livre 
vontade, o compartilhar não-compulsório das suas posses 
materiais, sem montante estipulado, como seria uma taxa ou 
dízimo, que pudesse ser exigido dele. (COENEM, 2000, p. 600). 
 
O texto de 2 Coríntios 9 é imensamente rico em ensinamentos 
sobre o ofertar. Mary Schultze (2005) faz algumas observações 
interessantes sobre o texto afirmando que: 1) Devemos dadivar 
voluntariamente 2Co 8.3-4; 2Co 9.7, 2) Devemos doar com expectativa 
2Co 9.6;8-11 e 3) Devemos dadivar animadamente 2Co 9.7. 
Em 2 Coríntios 9 temos a famosa “lei da semeadura”. “E isto vos 
afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia 
com fartura com abundância também ceifará”. Muitos distorcem a 
interpretação desse texto considerando-o quase na base da barganha. 
Contudo, esse não é o propósito. Evidente que Deus é um Deus 
abençoador de seu povo. Um Deus galardoador. Não se deseja diminui a 
grandeza e bondade do nosso Senhor. 
Contudo, a “lei da semeadura”não deve ser a motivação para a 
oferta. Caso se oferte visando algum rendimento, ou retorno, o caráter da 
oferta estará automaticamente desqualificado. Deixará de ser oferta para 
ser uma transação comercial. Deixará de ser uma contribuição sincera 
para ser uma prática interesseira. 
(...) a motivação daquele que semeia com fartura é a glória de 
Deus e o amor ao próximo. A ação correta precisa ter a motivação 
correta. Aquele que oferta para ganhar mais está com o coração 
posto no dinheiro, e não em Deus. (LOPES, 2017, p. 15). 
 
Além disso, as recompensas advindas da semeadura no evangelho 
não são bens para o crente se esbaldar nos prazeres e futilidades. Para 
os seus deleites carnais. O texto deixa claro que o ceifeiro terá 
abundância e suficiência de boas obras. Também diz que terá aumentado 
os frutos de sua justiça. Será o ceifeiro enriquecido para toda 
generosidade. Ou seja, o Senhor promete que continuará suprindo o 
ofertante para que continue produzindo bons frutos de justiça, 
continuando a auxiliar na obra. 
Neste sentido, é correto ofertarmos com expectativa, mas com a 
expectativa correta, almejando superabundar ainda mais em Deus nas 
boas obras. 
Alguns podem questionar o porquê do cristão ofertar, então. Ora, 
seria por causa dos mais nobres e verdadeiros motivos quais sejam: 
1) Para satisfazer as necessidades dos santos (At 2.44-45; 1Jo 3.17; Gl 
6.9-10 e Mt 25.31-40). 2) Para satisfazer as necessidades de obreiros (1 
Tm 5.17-18). 3) Para ajudar a satisfazer as necessidades dos pobres. Lc 
12.33-34. Ef 4.28. (SCHULTZE, 2005) 
 Ou ainda por 1) ter consciência de ser o escravo (doulos, Rm 6:16; 
1 Co 7:22; Ef 6:6; 1 Pe 2:16) de Deus (Cristo), 2) saber que nem ele nem 
suas posses são realmente dele mesmo para empregar como deseja (1 Co 
6.20), 3) que essencialmente, é um mordomo encarregado com o manejar 
responsável dos bens do seu mestre (1 Pe 4:10), 4) saber que deve prestar 
contras daquilo que faz com estes bens (Rm 14:12), 5) ter a generosidade 
12 
 
de Cristo como seu modelo (2 Co 8:9), 6) ter o poder impulsionador do 
Espírito de Deus dentro dele como sua motivação. (COENEM, 2000, p. 
600). 
 Para finalizar esta seção, pode-se resumir dizendo que as ofertas 
constituem forma legítima de contribuição para o cristão. Jesus Cristo 
orientou objetivamente seus discípulos quanto a isso. Apesar de termos 
poucas referências doutrinárias no Novo Testamento, encontramos o 
suficiente para nortear os passos da Igreja nesta questão. O apóstolo 
Paulo delineou algumas orientações por meio da prática do recolhimento 
de ofertas que ajudam na estruturação de princípios para o ofertar 
legítimo. Dentre os princípios mais sublimes estão aqueles que envolvem 
a voluntariedade, a alegria no ato, a proporcionalidade e a liberalidade. 
Sendo assim, a contribuição do cristão, em contraste com aquela 
do santo no Antigo Testamento, não é feita com relutância ou 
compulsão (2 Co 9.7), nem se limita a um dízimo da renda de 
cada ano. Pelo contrário, é feita com bom ânimo, voluntária e 
sistematicamente, e com generosidade sem limites (1 Co 16:1-2; 
2Co 9.6-9). (COENEM, 2000, p. 600-601). 
 
5. APLICAÇÃO DAS OFERTAS NAS IGREJAS 
 
 Apesar de endossada por Jesus Cristo, a prática do recolhimento 
de ofertas na Igreja não está isenta de erros. Pelo contrário, há muito 
equívoco no meio da liderança e do povo quanto a realizar a ação de forma 
condizente com os parâmetros do Novo Testamento. 
 Como visto anteriormente, os elementos mais importantes para a 
Igreja neste quesito giram em torno de: 1) A oferta deverá ser voluntária, 
sem a existência de pressão, sem coação, sem atrativos de marketing para 
que o ofertante contribua; 2) Não deverá existir taxação, valor estipulado 
ou pré-estabelecido; o ofertante é quem deve decidir o quanto contribuir; 
3) O ofertante deverá ter consciência de que é mordomo de Deus, logo 
fará sua oferta com alegria; 4) O ofertante também deverá ser liberal; 
dadivará do melhor e em abundância e 5) Em hipótese alguma deverá 
existir barganha com Deus, nenhuma negociata no estilo de “toma-lá-dá-
cá” em busca de bênçãos. 
 Caso o ofertório fosse realizado assim, estaria diante dos princípios 
orientados pelas Escrituras, contudo, a realidade é bem diferente; 
diversas distorções são cometidas. Algumas até com boas intenções, para 
fazer avançar o Reino de Deus, outras, por ignorância mesmo. Mas, de 
qualquer forma, equivocadas quanto ao princípio. 
 O que vemos normalmente em nossas igrejas ou nos pregadores 
que são “ícones-mor” dos evangélicos brasileiros? Quase que um 
completo desdém quanto às orientações citadas. 
A questão da voluntariedade é solapada quando igrejas promovem 
uma petição constante, recalcitrante e até constrangedora. Alguns 
utilizam “pressão psicológica” para sensibilizar o fiel; chorando, 
mostrando desespero, apresentando contas sem fim, projetos 
mirabolantes que tem de ser cumpridos. Outros lançam mão de 
verdadeiras estratégias de marketing para alcançar seus objetivos. E o 
13 
 
pior, existem os que promovem uma verdadeira barganha com Deus e 
comercializam a fé sem o menor decoro. 
Usar pressão psicológica, ameaça espiritual e mecanismos 
heterodoxos para arrecadar dinheiro é uma prática reprovável. 
Fazer do culto uma ocasião para constranger as pessoas a dar 
dinheiro é uma distorção da verdadeira adoração. Usar textos 
bíblicos fora do seu contexto para comercializar a fé uma ofensa 
a Deus e uma paganização da igreja. (LOPES, 2017. p. 18) 
 
 Continuando, é importante lembrar que não deve haver estipulação 
de taxas, valores, limites, piso, teto, cota e coisas afins para a oferta. O 
ofertante deve estar totalmente livre para ofertar o que quiser segundo 
“propôs no seu coração”. Seja um real ou um milhão. A questão da 
quantia é de foro pessoal. Outra vez batemos numa tecla descuidada em 
nosso tempo. 
Geralmente as ofertas já vem embaladas por condicionantes. Já 
vem rotuladas com determinado valor, determinada taxa. Na televisão 
assistimos um que quer tantos fieis contribuindo com x reais, por 
exemplo. Na igreja (algumas para ser honesto), a proposta é decrescente. 
Inicia-se procurando ofertantes de mil reais, depois de quinhentos, até 
chegar aos ofertantes de dez reais. Mas, num caso ou no outro, essa 
taxação configura-se prática estranha à fé cristã. 
 Mas, além da coleta de ofertas apresentar falhas, o uso e aplicação 
do dinheiro é ainda pior. Lopes (2017, p. 16) frisa que a “ética cristã tem 
a ver com a forma pela qual os recursos são levantados e também como 
a forma pela qual os recursos são usados”. 
Há muito egoísmo, vaidade e ganância em jogo. Infelizmente. Os 
novos líderes milionários da fé esbanjam em jatinhos particulares, 
carrões de luxo, mansões suntuosas, fazendas imensas, corporações 
empresariais e patrimônios estratosféricos. 
Além disso, a vaidade com templos faraônicos, estruturas 
ministeriais colossais e megalomaníacas são quase a regra. A aplicação 
do dinheiro arrecadado na Igreja gira, em maior parte, para suprir tais 
demandas. 
 Contudo, tal não era a prioridade no Novo Testamento. Não havia 
tanta vaidade, ganância e orgulho a ser mantido. O objetivo das ofertas 
era para ser usado exclusivamente na manutenção das necessidades 
básicas para se manter a pregação, a missão e auxiliar as pessoas 
carentes. Mary Schultze (2005) comenta que o dadivar no Novo 
Testamento é sempre para satisfazer as necessidades das pessoas. A ideia 
de gastar com templos caros não é mencionada no N.T. Assim, não havia 
despesa não estrita e diretamente com o evangelho e com pessoas. 
Outro tipo de problema com as ofertas está relacionado com 
práticas totalmente estranhas à Igreja que vieram à tona por causa de 
movimentos judaizantes. Estão resgatandopráticas judaicas e trazendo 
para a Igreja diversas orientações para ofertas que eram próprias dos 
Judeus e não cabem à Igreja, tais como: primícias, ofertas alçadas, 
segundo e terceiro dízimo e coisas semelhantes. 
14 
 
Especificamente sobre as primícias, diversos pregadores insistem 
e apoiam a prática, até mesmo pregadores reconhecidos no meio 
evangélico. 
O fato de não podermos impor a oferta de primícias não significa 
que não podemos praticar este princípio! Em nossa igreja local, 
não ensinamos isto como uma imposição a ninguém, mas eu 
mesmo pratico este princípio e dou total liberdade (e incentivo) 
a quem quiser praticá-lo também. (SUBIRÁ, 2017). 
 
Neste sentido, o pregador Luciano Subirá, endossa a prática e 
orienta sobre diversas instruções de como o procedimento deve ser feito. 
Como, antigamente, ninguém poderia comer dos grãos da 
colheita antes da entrega da oferta de primícias (Lv 23.14), 
aconselhamos, no caso dos trabalhadores que não têm renda 
fixa, a entrega do primeiro ganho do mês (o lucro da primeira 
comissão, por exemplo). Neste caso, a entrega do valor referente 
ao ganho real do primeiro dia de trabalho poderia ser feita antes 
de se apurar o balanço final de ganhos (e de se comer dos frutos 
do trabalho). Quanto aos dízimos, eles poderiam ser entregues 
depois desta apuração de lucros. (SUBIRÁ, 2017). 
 
Tais ideias soam simplesmente absurdas e descabidas no contexto 
da Igreja. Tem um sabor farisaico e uma mística cabalística. 
Em se tratando de mística, há muito dela envolvida no ato de 
ofertar. Não raro, se faz promessas e mais promessas de prosperidade 
financeira para aqueles que ofertam; muitas delas baseadas quase que 
num passe de mágica. O pregador internacional Mike Murdock é um 
mestre nisso, para não citar outros. Numa passagem pelo Brasil realizou 
uma palestra e “profetizou” que dali sairiam 12 novos milionários! Claro 
que seria entre aqueles que “semeassem” em seu ministério uma quantia 
mínima de R$ 20 mil reais por mês durante um ano! 
A Igreja Universal do Reino de Deus não se cansa de mostrar os 
testemunhos dos “abençoados” que exibem suas conquistas advindas de 
sua fé em ofertar. Empresários falidos que agora são bem-sucedidos 
porque entregaram tudo ao Senhor. Ofertaram milhares de reais no “altar 
do sacrifício” e conseguiram milagrosamente dar a volta por cima. Os 
olhos do fiel ou do telespectador até brilham com o caso. 
O problema dessas práticas é que elas desqualificam tanto a 
motivação quanto o propósito das ofertas. A motivação, como vimos 
anteriormente, não é por uma barganha. O propósito não é retornar 
prosperidade financeira para suprir deleites pessoais. A instituição da 
oferta na Igreja é para servir a algo muito maior e mais nobre do que essa 
perspectiva capitalista/consumista. 
Muitos pregadores, movidos pela ganância, torcem as Escrituras 
e enganam o povo com uma pregação mercadológica, induzindo-
o a contribuir com a motivação errada. A ideia é ofertar mais 
para ganhar mais. Assim, a oferta deixa de ser um ato de 
adoração a Deus por quem ele é, e um tributo de ação de graças 
a Deus por aquilo que ele faz, para ser um negócio lucrativo para 
o homem. Contribuir na casa de Deus com essa motivação é 
fazer uma barganha com Deus. Este tipo de pregação “Você deve 
dar mais para receber mais” corrompe a motivação do adorador. 
A motivação desse tipo de ofertante não é a glória de Deus nem 
15 
 
o crescimento do seu reino. O vetor que move a pessoa é a 
ganância. Tudo gira em torno do desejo de ter mais. O crente 
torna-se uma espécie de investidor celestial. Quanto mais você 
puser na mão do banqueiro celestial, mais você terá. (LOPES, 
2017, p. 14). 
 
A cristandade, de certa forma, atribui uma importância maior às 
ofertas e contribuições em relação a outras demandas do viver cristão. A 
lógica parece ser a das obras; há uma falsa sensação de que uma vez 
contribuindo o Senhor estaria obrigado a abençoar; o Senhor estaria 
preso a uma espécie de pacto de troca. Igualmente há uma falsa 
religiosidade envolvida nisso, porque é algo visível, e até controlado (em 
alguns casos) quando o crente dá seu dízimo e oferta. Logo, é uma prática 
religiosa rígida e de aparência. 
Jesus Cristo insistiu no fato de que as aparências enganam. As 
ofertas não devem ser mistificadas e elevadas como ápice da 
espiritualidade. Mostrou que a reconciliação é mais importante do que o 
ofertar, ou seja, se tiveres queixa contra um irmão ou vice-versa, é 
necessário consertar-se com ele primeiro. (Mateus 5.23-24). O Senhor 
está mostrando que a comunhão entre os irmãos é muito importante e 
não deve ser negligenciada. 
Aos fariseus repreendeu o conhecido Corbã, já mencionado. Isso 
nos traz uma aplicação interessante. Trocar o cuidado e apoio financeiro 
aos pais idosos com a pretensa ideia de converter isso em oferta 
igualmente não é bem visto pelo Senhor, pelo contrário, Jesus disse que 
isso era doutrina de homens invalidando o “honra do pai e a tua mãe”. 
Assim, o ofertar não deve ser aplicado em detrimento aos cuidados 
necessários dispensados à própria casa. 
Outra mística farisaica era que consideravam o juramento pelo 
altar algo que poderia ser invalidado, mas o juramento pela oferta que 
está sob o altar era inquebrável, obrigatório. Ou seja, elevavam a oferta 
acima do próprio valor do altar de Deus. O Senhor Jesus os chamou de 
cegos! (Mateus 23.18-19). 
Por fim, a oferta da viúva constitui-se exemplo. Não é a quantia o 
mais importante, mas sim a disposição do coração e a fidelidade com 
Deus. Essa foi a lição da história. (Lucas 21.1-4). 
O que deve permanecer, depois dessas considerações, é que os 
princípios sobre o ofertar são simples e claros na Palavra de Deus, para 
sua Igreja. O povo de Deus deve ouvir tais orientações e evitar as gritantes 
distorções que pairam no meio do corpo de Cristo. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Evidentemente o tema de dízimos e ofertas não está esgotado. 
Contudo, o recorte analisado possivelmente abordou uma boa parcela 
das incompreensões e distorções praticadas atualmente na Igreja. 
O dízimo, para escândalo de alguns, não deve ser cobrado na 
realidade da Igreja, contudo, não se propõe simplesmente uma crítica 
vazia e desconcertante; reconhece-se a importância, ainda assim, das 
contribuições a título de ofertas para a manutenção das demandas 
16 
 
materiais da Igreja. Contudo, as características do dízimo eram muito 
particulares e próprias de Israel e não cabem replicação na Igreja. 
As ofertas, que foram reafirmadas no Novo Testamento, 
diferentemente dos dízimos, devem ser praticadas, mas de acordo com os 
parâmetros do novo pacto. Tal desafio não está sendo observado em 
muitos redutos cristãos, pois a prática de ofertas tem sido exercida de 
forma corrompida. 
Assim, deseja-se que tal texto ultrapasse a crítica, o desconforto e 
a exposição da Igreja tornando-se um alerta que sinalize, no mínimo, que 
maiores estudos devem ser feitos e que a Palavra deva ser melhor 
compreendida e aplicada, especificamente para a realidade da Igreja. 
 
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SUBIRÁ, Luciano. A lei das primícias. Orvalho.com, 2009. Disponível 
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VILAR, Venefredo Barbosa. Dízimo: o engano cavalgando a verdade. 
Abaetetuba-PA: Apologética Editorial, 2015. 
 
WIRSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento. 
Santo André, SP: Geográfica Editora, 2006. 6v. 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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referência: 
 
OLIVEIRA JÚNIOR, V. F. Incompreensão e 
manipulação na aplicação dos conceitos de dízimo e 
oferta na Igreja. Teologia e Crítica, 2017. Disponível 
em: 
<http://teologiacritica.blogspot.com.br/p/downloads.h
tml>. Acesso em: “12 nov. 2017”. 
 
É vedada comercialização do mesmo.

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