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PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
AULA 05 – PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
Objetivos:
Entender os princípios do planejamento estratégico e da administração estratégica como importantes ferramentas para a gestão corporativa nos dias atuais.
Introdução:
Nesta lição apresentaremos as principais etapas para a implantação do processo de planejamento e administração estratégica e esclareceremos os aspectos fundamentais do relacionamento dos conceitos de visão estratégica e gestão na implantação do planejamento estratégico.
Planejamento, Organização, Direção e Controle
Planejamento – O planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes (Peter Drucker).
O planejamento é o processo derivado da função de planejar, que significa “especificar os objetivos a serem atingidos e decidir antecipadamente as ações apropriadas que devem ser executadas para atingir esses objetivos”.
Organização – A organização estratégica pode ser definida como a melhor alocação dos recursos da entidade, sejam eles humanos, financeiros, tecnológicos, patrimoniais, ou quaisquer outros, visando o atendimento aos requisitos do planejamento estratégico definido.
Assim, quando for utilizada a palavra organização, refere-se a uma empresa que busca realizar um mesmo objetivo, podendo ser uma organização privada com fins lucrativos, uma organização não governamental, um órgão do governo, ou qualquer outro conjunto de recursos, desde que todos tenham um objetivo em comum.
Direção – A direção significa a supervisão constante dos parâmetros definidos na organização estratégica, principalmente os referentes aos conceitos contemporâneos de administração de recursos humanos.
Controle/Avaliação – Acompanha e valida o desempenho do sistema de administração estratégica, utilizando-se de indicadores de qualidade e de produtividade e de ferramentas consagradas pela administração, através da comparação entre o previsto e o efetivamente realizado.
Planejamento Estratégico
Muito se fala em Planejamento Estratégico e, nas organizações de maneira geral, ainda se pode encontrar uma série de interpretações em relação a esta ferramenta da administração.
O Planejamento Estratégico, que se tornou o foco de atenção da alta administração das empresas, volta-se para as medidas positivas que estas poderão tomar para enfrentar ameaças e aproveitar as oportunidades encontradas em seu ambiente.
Empresas de todos os tipos estão chegando à conclusão de que essa atenção sistemática à estratégia é uma atividade muito proveitosa. As razões dessa atenção crescente à estratégia empresarial são muitas, algumas mais evidentes que outras. 
Dentre as causas mais importantes do crescimento recente do Planejamento Estratégico, pode-se citar que os ambientes de praticamente todas as empresas mudam com surpreendente rapidez. Essas mudanças ocorrem nos ambientes econômico, social, tecnológico e político.
A empresa somente poderá crescer e progredir se conseguir ajustar-se à conjuntura, e o Planejamento Estratégico é uma técnica comprovada para que tais ajustes sejam feitos com inteligência. Trata-se de um instrumento mais flexível que o conhecido Planejamento em Longo Prazo.
Um elemento-chave da estratégia é a seleção de apenas algumas características e medidas a serem consideradas e/ou tomadas. É um instrumento que força, ou pelo menos estimula, os administradores a pensar em termos do que é importante ou relativamente importante, e a se concentrar em assuntos de relevância.
O mais importante na utilização do Planejamento Estratégico é o seu estreito vínculo com a administração estratégica nas organizações. Não se pode tratar isoladamente o planejamento estratégico, sem entrar no processo estratégico, contribuindo assim de forma mais eficaz com a gestão dos administradores na obtenção dos seus resultados.
O Processo de Administração Estratégica
O planejamento é um processo contínuo que envolve um conjunto complexo de decisões inter-relacionadas que podem ser separadas de formas diferentes apresentadas em cinco partes. São elas: 
Planejamento dos Fins – Estado futuro desejado (missão, propósitos, objetivos, desafios e metas).
Planejamento de Meios – Proposição de caminhos para a empresa chegar ao futuro desejado (macro estratégias; macro políticas, estratégias, políticas, procedimentos e práticas).
Planejamento Organizacional – Esquematização dos requisitos para poder realizar os meios propostos (estruturação da empresa em unidades estratégias de negócios).
Planejamento dos Recursos – Dimensionamento de recursos humanos e materiais, determinação da origem e aplicação de recursos financeiros (programas, projetos e planos de ação necessários para o alcance do futuro).
Planejamento de Implantação e Controle – Corresponde à atividade de planejar o gerenciamento da implantação do empreendimento.
Tipos de Planejamento
Na consideração dos grandes níveis hierárquicos, podem-se distinguir três tipos de planejamento:
Planejamento Estratégico – Relaciona-se com objetivos de longo prazo, com maneiras e ações que afetam toda a empresa.
Planejamento Tático – Relaciona-se com objetivos de mais curto prazo e com maneiras e ações que, geralmente, afetam somente parte da empresa.
Planejamento Operacional – Relaciona-se com as rotinas operacionais da empresa e afetam somente as unidades setoriais.
Níveis Organizacionais e Seus Desdobramentos
Nível estratégico opera com a incerteza, devido às características das forças ambientais. Nível operacional precisa operar com base na programação de suas atividades, ou seja, ter certeza do que precisa ser feito.
Decisões estratégicas precisam ser moldadas e traduzidas em planos capazes de serem entendidos e executados operacionalmente.
Gerência intermediária tem essa função:
Posição hierárquica entre Diretoria e posições hierárquicas de execução; definem linhas de ação e objetivos departamentais /funcionais /táticos para sustentar objetivos estratégicos.
	Níveis da Empresa
	Tipo de Planejamento
	Conteúdo
	Tempo
	Amplitude
	Institucional
	Estratégico
	Genérico e sintético
	Longo Prazo
	Empresa como um todo
	Intermediário
	Tático
	Mais detalhado
	Médio Prazo
	Cada Unidade da empresa
	Operacional
	Operacional
	Analítico
	Curto Prazo 
	Cada Tarefa ou Operação
Pode-se relacionar os tipos de planejamento aos níveis de decisão numa Pirâmide organizacional:
	Níveis Hierárquicos de Decisão e Tipos Controle e Planejamento
	Nível Hierárquico
Decisão / Problema
	Controle Operacional
	Controle Gerencial
	Planejamento Estratégico
	Estruturados
	Contas à Receber
Entrada de Pedidos
Controle de Estoque
	Análise Orçamentária
Planejamento de Curto Prazo.
	Composição de Frota de Petroleiros.
Localização da Fábrica e do Armazém.
	Semiestruturados
	Planejamento da Produção.
Gerenciamento de Caixa.
	Análise de Vigilância e Orçamento Geral.
Preparação do Orçamento.
	Aquisições e Incorporações.
Planejamento de Produtos.
	Não estruturados
	Sistemas Pert/Cost
	Vendas e Produção
	Planejamento e Desenvolvimento de Pesquisas.
Administração Estratégica de forma estruturada e sistêmica
A administração estratégica pressupõe um sistema estruturado onde se sequenciam:
O Planejamento;
A Organização;
A Direção;
O Controle/Avaliação de Resultados.
Todos dentro da visão estratégica (o termo estratégico significa que neste processo nada é feito aleatoriamente, com base em suposições ou “achismos”). Apesar de, oportunamente, entrarmos mais detalhadamente na definição e em considerações sobre cada uma das etapas citadas, seguem-se definições básicas sobre cada uma delas.
Conceito de Administração Estratégica
O estudo da Administração Estratégica teve sua forma definida pela primeira vez após a Fundação Ford e a Carnegie Corporation patrocinarem, nos anos 50, a pesquisa no currículo das escolas de negócios.
Um resumo dessa pesquisa, chamada de relatório Gordon-Howell, recomendou que o ensino de negócios tivesseuma natureza mais ampla e incluísse um curso de capacitação em uma área chamada de política de negócios.
A Administração Estratégica emergiu como uma parte do planejamento estratégico, que atualmente é considerado um dos seus principais instrumentos.
A Administração Estratégica surgiu assim, como uma das etapas do planejamento – a de seleção de caminhos a serem trilhados a partir da identificação dos pontos fortes e fracos da organização e das ameaças e oportunidades diagnosticadas em seu ambiente de atuação.
Inicialmente, o planejamento estratégico restringia-se à análise dos pontos fortes e fracos de uma organização, passando depois a se preocupar também com o planejamento e a administração de eventuais mudanças no ambiente organizacional.
Entrou em crise em razão da imprevisibilidade cada vez maior do ambiente de negócios, que exigia uma postura mais dinâmica e integrada ao ambiente. Foi nesse contexto que a Administração Estratégica ganhou espaço, por ser a responsável pelo desenvolvimento e implantação da estratégia.
Cronologicamente, a Administração Estratégica evoluiu do planejamento financeiro, materializado no orçamento, para o planejamento de longo prazo, passando desse para o planejamento estratégico.
Este último foi incorporado pela Administração Estratégica, que uniu, em um mesmo processo, planejamento e administração, adicionando-lhes a preocupação com sua implementação e com o planejamento de potencialidades.
Apesar da sua constituição tardia, a Administração Estratégica evoluiu do rígido e “limitado” planejamento estratégico para uma disciplina que ocupa atualmente um papel de destaque no Conhecimento Administrativo, por sua potencial capacidade norteadora e sinalizadora de caminhos mais seguros e viáveis à sobrevivência e ao crescimento da organização. Desempenha, assim, uma função crucial: a de integrar estratégia, organização e ambiente de forma sinérgica.
A Administração Estratégica são as técnicas de gestão que estruturam a organização para o futuro. É um conjunto de orientações, decisões e ações estratégicas que determinam um plano de alto nível para o desempenho superior de uma empresa no longo prazo, a saber:
Utilização de novas funcionalidades.
Aquisição e desenvolvimento de novas competências.
Desenvolvimento do capital humano.
Migração para novas tecnologias.
Reconfiguração dos canais com os clientes.
Abordagem à oportunidade etc.
Também é uma administração que, de forma estruturada e sistêmica, consolida um conjunto de premissas, normas e funções para alavancar harmonicamente o processo de planejamento da situação futura desejada da empresa como um todo e seu posterior controle dos fatores ambientais, bem como a organização e direção dos recursos empresariais de forma otimizada com a realidade ambiental e com a harmonização das relações pessoais.
O Processo de Administração Estratégica
A Administração Estratégica envolve um processo ou uma série de etapas. As etapas básicas incluem:
Etapa 01
Execução de uma análise do ambiente
O processo de administração estratégica tem início com a análise do ambiente, isto é, com o processo de monitorar o ambiente organizacional para identificar os riscos e as oportunidades presentes e futuras.
Nesse contexto, o ambiente organizacional encerra todos os fatores, tanto internos como externos à organização, que podem influenciar no progresso obtido através da realização de objetivos da organização.
Os administradores devem compreender o propósito da análise do ambiente, reconhecer os vários níveis existentes no ambiente organizacional e entender as recomendações das normas para realizar uma análise do ambiente.
Etapa 02
Estabelecimento de uma diretriz organizacional
A segunda etapa do processo de administração estratégica é o estabelecimento da diretriz organizacional ou determinação da meta da organização. Há dois indicadores principais de direção para os quais uma organização é levada: a missão e os objetivos organizacionais.
A missão organizacional é a finalidade de uma organização ou a razão de sua existência. Os objetivos são as metas das organizações.
Há outros dois indicadores de direção que, atualmente, as empresas estabelecem: a visão, que é o que as empresas aspiram a ser ou se tornar; e os valores, que expressam a filosofia que norteia a empresa e a que a diferencia das outras.
Etapa 03
Formulação de uma estratégia organizacional
A terceira etapa do processo é a formulação da estratégia. Esta é definida como um curso de ação com vistas em garantir que a organização alcance seus objetivos. Formular estratégias é projetar e selecionar estratégias que levem à realização dos objetivos organizacionais.
O enfoque central está em como lidar satisfatoriamente com a concorrência. Assim que o ambiente tenha sido analisado e a diretriz organizacional estipulada, a administração é capaz de traçar cursos alternativos de ação em um esforço conhecido para assegurar o sucesso da organização.
Etapa 04
Implementação da estratégia organizacional
Nesta quarta etapa, colocam-se em ação as estratégias desenvolvidas logicamente que emergiram de etapas anteriores ao processo de administração estratégica.
Sem a implementação efetiva da estratégia, as organizações são incapazes de obter os benefícios da realização de uma análise organizacional, do estabelecimento de uma diretriz organizacional e da formulação da estratégia organizacional.
Etapa 05
Controle estratégico
O controle estratégico é um tipo especial de controle organizacional que se concentra na monitoração e avaliação do processo de administração estratégica, no sentido de melhorá-lo e assegurar um funcionamento adequado.
Estratégia
Podemos dizer que estratégia é a seleção dos meios para realizar objetivos. O termo “estratégia” é derivado do grego strategos, que significa “a arte do general”.
Alguns autores renomados nos estudos sobre estratégias definem estratégia como:
Hamel e Prahalad (1995) definem a estratégia como o processo de construção do futuro, aproveitando competências fundamentais da empresa.
Bateman e Snell (1996) definem o termo como o padrão de alocação dos recursos para realizar os objetivos da organização.
Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) também adotam tal prática, buscando resposta em autores especialistas no tema, mas não conceituam o termo sob uma única ótica, e optam por listar áreas de concordância no que diz respeito à natureza da estratégia.
Áreas de concordância quanto ao conceito de estratégia:
A estratégia diz respeito à organização e ao ambiente.
A essência da estratégia é complexa.
A estratégia afeta o funcionamento da organização.
A estratégia envolve questões relativas ao caminho determinado, assim como o processo de se determinar este caminho.
A estratégia realizada quase nunca é a mesma que foi planejada.
As estratégias existem em níveis diferentes da organização, do chão de fábrica à alta cúpula.
A estratégia envolve um exercício de definição de conceitos e análise da realidade.
Michael Porter é mundialmente reconhecido como estrategista. Desenvolveu o conceito de estratégias genéricas, onde as empresas que atuam em mercados competitivos estariam implantando para a sua sobrevivência e crescimento no mercado.
Cenário externo 
No cenário externo estão os atores com os quais a organização se relaciona: clientes, concorrentes, fornecedores, agentes de governança e outros ainda que a influenciam: a sociedade, tecnologias, elementos conjunturais (economia, política, meio ambiente etc.). Enfim, eventos e processos sobre os quais a empresa não tem “governabilidade”, mas que necessita conhecer o como, o porquê e o quando dos acontecimentos que provocam ameaças ou possibilitam oportunidades para a organização. São as variáveis exógenas.
Dimensão interna
Na dimensão interna, temos a inteligência organizacional, o conhecimento que a organização tem de si mesmo, suas forças e fraquezas e, neste sentido, conseguir implementar programas de aprendizagem e desenvolvimento de seu capital humano, postoque se traduz, nesta era do conhecimento como o ativo de maior relevância, pois é o responsável por agregar valor. São as variáveis endógenas. 
Modelo simplificado do processo de planejamento e controle das organizações que atuam em mercados competitivos e dinâmicos.
Concluímos que o Planejamento e a Administração Estratégica devem fazer parte das rotinas empresárias, pois são importantes ferramentas para a gestão corporativa e contribuem de maneira positiva nos processos internos e externos nas organizações como um todo.

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