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APOSTILA COMPLETA DE PROCESSO PENAL II

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PROCESSO PENAL II 
PROFESSOR MANOEL CORREIA 
leonarhdo@hotmail.com 
 
 
 
PROVAS NO PROCESSO PENAL 
 
De quem é o ônus da prova? 
De quem é a responsabilidade de convencer o juiz? 
É DE QUEM ALEGA! 
Só que tem um detalhe... A primeira alegação feita no processo criminal (que o réu praticou um 
crime) é feita pelo MP ou Querelante. E eles devem demonstrar isto ao juiz, para formar seu 
convencimento. E caso não consigam provar, o réu tem que ser absolvido. 
O principal responsável por provar é quem acusa. Isto não significa o réu não tenha que provar 
nada. E não poderia ser diferente diante do Processo da Presunção de Inocência. 
 
Prova diabólica – como se prova o que não aconteceu? Não se prova... É impossível! 
 
O réu então tem que provar o que porventura alegar, ele tem o direito de permanecer calado, 
mas caso alegue algo, deve provar. 
 
ART 156, CPP  A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, faculdade ao 
juiz de ofício. 
Olhem o perigo! O juiz é o destinatário das provas e não o autor. O in fine é notadamente 
INQUISITIVO! 
 Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, 
facultado ao juiz de ofício: 
 I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção 
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a 
necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;  bizarro! Mesmo 
antes de haver denuncia e ação penal! 
 II – determinar, no curso da instrução, ou antes, de proferir sentença, a 
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.  que 
duvida ele tem que o réu é inocente??? Se o MP não conseguiu provar, se 
há duvida, deveria se absolver o réu! Aqui a prova que ele vai atrás é da 
condenação. Ele não faz isso pra absolver, ele vai pra condenar!!! Vide o 
386!!! 
 Quando o juiz vai à busca da prova ele está se substituindo como parte. Juiz é juiz porque não 
é parte! Por isso ele é imparcial, porque ele NÃO É PARTE! Quando o juiz vai atrás da parte, 
ele está tomando o lugar da parte, fazer aquilo que cabia a parte fazer. E as pessoas legitimam 
essa bizarrice dizendo que ele vai em busca da verdade, mas não é, ele vai em busca da 
condenação. 
Ele está em busca de elementos pra expor o convencimento DELE de que o réu é culpado. É 
uma violação ao sistema acusatório, onde cada um tem uma função. 
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No sistema inquisitivo a gestão das provas pertence ao juiz e no acusador pertence às partes. 
Este dispositivo então demonstra um grande ranço do sistema inquisitivo no ordenamento 
brasileiro. 
-=-=-=- 
 
TEORIA GERAL DAS PROVAS 
 
 Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
 Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão 
observadas as restrições estabelecidas na lei civil. 
Prova  São Todos elementos que são levados ao conhecimento do juiz para a formação de 
sua convicção. 
Só pode ser chamado de prova, os elementos produzidos em contraditório judicial, ou seja, na 
presença do juiz e assegurado o direito de defesa. 
Então se durante um inquérito policial (IP) é ouvida testemunha, como no Inquérito Policial não 
tem contraditório nem ampla defesa e não tem juiz, essa oitiva não é prova. O juiz não pode 
julgar com base neste depoimento. Isto seria no máximo um “elemento informativo”. A 
diferença entre este e a prova é a existência de contraditório judicial. 
Daí quando oferece a denuncia o MP tem que produzir provas, e ele vai tentar transformar os 
elementos informativos do inquérito Policial em provas. Pra isso ele vai ter que submeter os 
elementos informativos ao contraditório judicial. Ele vai ter que pedir ao juiz que ouça a 
testemunha (p.e.) na presença do advogado de defesa. E agora sim, a palavra de testemunha 
deixa de ser elemento informativo para tomar a qualidade de prova. 
É livre para apreciar a prova, que é tudo aquilo que foi trazido a ele para formar seu 
convencimento. Toda atividade das partes (MP e Defesa) para formar o convencimento do juiz, 
será apreciado livremente por ele, numa atividade intelectual. 
O art 93, IX da CF - nos diz que toda decisão judicial deve ser motivada, fundamentada. Então 
o juiz é livre pra formar sua convicção pela apreciação das provas, MAS para assegurar que 
ele apreciou a proa e não outra coisa, ele terá que motivar. Ele tem que dizer por qual caminho 
ele chegou a aquela decisão. O que ele considerou para formar aquela opinião. Porque ele 
acolheu tais provas e rejeitou outras. 
Por isso que dizemos que nosso sistema é o do livre convencimento motivado ou persuasão 
racional. 
 
OBS: no nosso ordenamento jurídico, existe uma EXEÇAÇOO, que é o JULGAMENTO PELO 
TRIBUNAL DO JURI!!! ESTÁ NA CF, ART 5º, XXXVIII, c (a soberania dos veredictos). 
O júri é um órgão jurisdicional, criado pela CF para julgar crimes dolosos contra a vida. E este é 
formado por sete cidadãos, sem formação jurídica. 
NO JURI O SISTEMA É DO LIVRE CONVENCIMENTO. 
Esta diferença de expressão “motivado” é enorme. Porque para motivar, o juiz tem explicar 
caminho que percorreu para chegar naquela decisão. 
O júri não precisa fundamentar sua decisão. Então ao invés da persuasão racional, o sistema 
do júri é da ÍNTIMA CONVICÇÃO, aquilo que ele acha/acredita. 
 
Provas Cautelares e Antecipadas. A lei não diferenciou as duas, mas elas se parecem demais. 
Ambas são provas que foram produzidas ANTES do processo existir. 
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Antecipadas: 
É produzida antes do tempo que deveria ser produzida. 
Por receio que este elemento desapareça, pereça. 
Ex.: testemunha doente, idosa, corpo de delito. 
Esta possibilidade de perecer, desaparecer, antecipa sua necessidade de ser produzida. 
Então o delegado ou o MP pode informar este perigo ao juiz que vai antecipar a produção da 
prova. 
.: é determinada pelo juiz, a pedido do MP e é realizada diante do juiz, numa audiência 
especifica para antecipação de prova. 
 
Cautelar: 
Ela não surge como prova, ela se transforma em prova. 
É produzida e torna-se prova depois. 
A urgência e o risco de desaparecimento faz surgir à necessidade da colheita do material e 
realização do exame (perícia) 
EX: Caso da moça estuprada é encaminhada para o IML que vai colher material para exame. 
Esse exame tem que ser feito pelo risco de desaparecimento e da urgência. Faz o exame 
(perícia), manda pra policia civil que colocará este elemento informativo no Inquérito Policial. 
Que será enviado ao MP que oferecerá denuncia, e aí iniciará o processo. 
Durante o processo, quando a perícia (exame) for submetida ao contraditório judicial é que ela 
será merecedora de ser chamada de prova. 
Somente a perícia é cautelar!!!! 
 
 A DIFERENÇA FUNDAMENTAL ENTÃO ENTRE AS DUAS É QUE A ANTECIPADA JÁ 
NASCE COMO PROVA E A CAUTELAR AINDA VAI SE TORNAR PROVA Porque VAI SER 
SUBMETIDA AO CONTRADITÓRIO JUDICIAL. 
 
Quando o juiz produz à antecipada, a prova é produzida sob seu o crivo do juiz, por isso que 
ela já nasce prova. E na cautelar o contraditório será diferido, futuro, só então que vai se tornar 
prova. 
 
ENQUANTO NÃO HOUVER O CONTRADITORIO NÃO PODE CHAMAR DE PROVA!!! 
 
Atenção! 
 
 Este artigo pode dar margem para interpretar que ao ler “não pode formar exclusivamente” 
pode se entender que pode fundamentar também no inquérito. Não é exclusivamente, mas 
é também considerado. Mas aí na vida pratica a gente impugna caso ele considere que é 
elemento informativo. 
 
 
 
 
 
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PERÍCIA - ART 158 
 
PERÍCIA é um exame (meiode prova). 
Exame realizado por alguém que detém conhecimento técnico especializado. Existem dezenas 
de tipos de perícia: contábil, medicina legal, biologia... Etc. 
O 158 começa a falar de perícia, mas do corpo de delito. 
 
CAPÍTULO II 
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL 
 Art. 158. Quando a infração deixar vestígios será indispensável o 
exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a 
confissão do acusado. 
 
CORPO DE DELITO: CONJUNTO DE VESTÍGIOS DE UM CRIME. 
Então necessariamente não vai ser um corpo humano. 
Este é um exame nos vestígios do crime e quando o crime deixa vestígio é INDISPENSÁVEL 
sua realização. 
Existe a falsa impressão que este exame seria mais importante que as demais provas. 
Dizer que é indispensável, elevaria o corpo de delito a um patamar superior a quer outra prova. 
O problema é que isto é uma tarifação probatória. E vai de encontro com o livre convencimento 
motivado, porque não existe prova mais importante que outra. 
Nem a confissão do réu pode suprir este exame (art. 158, in fine). 
A perícia não vincula o juiz. 
Vide art. 182: Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no 
todo ou em parte. 
 
 Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os 
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
 
 A PERICIA NÃO VALE MAIS QUE OUTRAS PROVAS. TODAS VALEM O MESMO. AQUI 
NÃO EXISTE PROVA TARIFADA. AGORA, NA HORA DO JUIZ VALORAR, UMAS VÃO 
VALER MAIS E OUTRAS MENOS PARA ELE. 
 
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por 
perito oficial, portador de diploma de curso superior. 
 
Perito é o especialista que foi contratado pelo Estado para esta finalidade. Tem que ter nível 
superior. A pericia é feito por um perito, apenas. Ele irá produzir um laudo. 
 
 § 1
o
 Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas 
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área 
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a 
natureza do exame.  então se não há perito oficial, ex: não tem iml em 
salgueiro, o juiz pode nomear dois médicos para fazer a pericia. 
 
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.: quando o perito é nomeado são dois e quando é oficial é um. 
 
§ 3
o
 Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao 
querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.  
 
 § 4
o
 O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos 
exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. 
 Assistente técnico é contratado pelas partes para auxilia-las no exercício ao contraditório da 
perícia. Este assistente não pode ser chamado de perito, ele não faz laudo, faz PARECER. 
 
 § 5
o
 Durante o curso do processo judicial, é permitido tanto às partes, quanto à perícia: 
 I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, 
desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam 
encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as 
respostas em laudo complementar; 
 II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo 
juiz ou ser inquiridos em audiência. 
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será 
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença 
de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. 
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento 
especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar 
mais de um assistente técnico. 
Do 161 ao 179 – LER EM CASA! Fala sobre perícias em geral. 
 
-=-=- aula 3 – 14/08/14 
Interrogatório 
Confissão 
Vítima 
 
INTERROGATÓRIO - Técnica de oitiva do réu. Não obstante outras pessoas serem ouvidas, 
como a vitima e testemunhas. E não é só um meio de prova, tem natureza dúplice, pois 
também é um meio de defesa. Porque sempre que o réu está falando, respondendo as 
perguntas ele está exercendo autodefesa. É a oportunidade que o réu tem de dar a versão dos 
fatos ou daquilo que ele sabe ou negar a existência do fato, as evidencias, as alegações feitas 
a seu desfavor. Ele tem oportunidade de manifestar-se. O interrogatório é uma manifestação 
do direito de presença e de audiência. Sendo assim, o interrogatório é um direito do réu. O juiz 
não pode, sob qualquer hipótese, dispensar o interrogatório do acusado. Isto fica claro, quando 
o juiz está interrogando o réu, após realizar as perguntas, faz a ultima: o réu tem algo mais a 
alegar em sua defesa? O que mostra que o interrogatório em sua plenitude é um direito de 
defesa. 
O réu tem o direito constitucional de permanecer calado com relação aos fatos. Não ao 
momento de qualificação. O silencio pode ser parcial, responder parte e ficar quieto em outras 
perguntas. É um direito constitucional e nenhum prejuízo pode advir desse silencio. Isso 
significa que o juiz não pode formar sua convicção com base nesse silencio. O juiz não pode 
citar o silencio do réu de maneira desfavorável a este. O juiz tem que apontar o direito do réu 
de permanecer em silencio. 
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o 
acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de 
permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. 
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 Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado 
em prejuízo da defesa. 
 Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento 
para a formação do convencimento do juiz.  Não pode servir de elemento para convicção do 
juiz, este silencio é um direito constitucional. 
NATUREZA DÚPLICE – meio de prova e meio de defesa. 
O direito ao silencio é decorrente do principio da presunção de inocência. A acusação precisa 
demonstrar aquilo que alega. 
 
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo 
penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.  
sob pena de nulidade, caso não tenha a figura do defensor do acusado. Este defensor em 
direito de entrevistar-se de maneira prévia e reservada com o réu. 
 
§ 5
o
 Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista 
prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também 
garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que 
esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o 
preso. 
 
.: o interrogatório tem certas garantias e sua não observância gera nulidade. 
 
Hoje em dia na AUDIENCIA IJ o interrogatório é a última instrução feita: 
 - vítima 
- testemunhas (MP e Defesa) 
- peritos 
- reconhecimento 
- acareação 
- interrogatório. 
 
Então se percebe que no interrogatório o réu já sabe todas as provas que já foram produzidas, 
para que ele tenha maior possibilidade de exercer sua defesa. 
As testemunhas podem pedir para o réu sair da sala durante seu testemunho, mas esta é uma 
exceção à regra. 
Então observe que a lei cercou o interrogatório de tal maneira que permite ao réu exercer sua 
defesa. 
 
Videoconferência - maneira de realizar o interrogatório sem que juiz e réu estejam no mesmo 
ambiente físico. Diminui custo com deslocamentos,garantir segurança dos atos. 
 
 § 1
o
 O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em 
que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do 
Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do 
ato.  a priori esta é a regra. Juiz e réu no mesmo ambiente. Princípio da imediação entre juiz 
e a prova. 
 
 § 2
o
 Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das 
partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro 
7 
 
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida 
seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: 
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre 
organização criminosa ou de que, por outra razão possa fugir durante o deslocamento;  caso 
do Fernandinho beira-mar. 
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade 
para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;  aqui 
sim, é um argumento forte para realização de videoconferência. 
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja 
possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste 
Código;  não vai tá lá, mas poderá acompanhar. 
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.  muito genérico... 
§ 3
o
 Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes 
serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência. 
 § 4
o
 Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo 
sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e 
julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. 
§ 5
o
 Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista 
prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também 
garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que 
esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o 
preso.  §5º um adv no presidio com o réu e outro na audiência com o juiz e promotor. 
 Se na tiver os dois advs é uma nulidade! 
§ 6
o
 A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por 
sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, 
como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil.  para evitar 
tortura. 
§ 7
o
 Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o 
interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1
o
 e 2
o
 deste artigo.  o que acaba 
virando a regra. 
§ 8
o
 Aplica-se o disposto nos §§ 2
o
, 3
o
, 4
o
 e 5
o
 deste artigo, no que couber à realização de 
outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como 
acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de 
declarações do ofendido. 
§ 9
o
 Na hipótese do § 8
o
 deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato processual 
pelo acusado e seu defensor. 
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre 
os fatos. 
§ 1
o
 Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou 
profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, 
notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do 
processo se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu 
e outros dados familiares e sociais. 
§ 2
o
 Na segunda parte será perguntado sobre:  é obrigatório fazer todas estas perguntas? 
Rol exemplificativo. 
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;  esta linguagem não é adequada, pois muitas 
vezes o réu não entende ou fica pressionado. 
 
 Se tiver vários réus, cada um será interrogado separadamente. Um não acompanha o 
interrogatório do outro. 
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 Em suma, o princípio da imediação nada mais é do que permitir a produção de todas as 
provas de natureza oral perante o juiz que irá proferir a sentença, pondo-o em contato com 
as partes, testemunhas e peritos, também em atendimento ao princípio do livre 
convencimento fundamentado. 
 
CONFISSÃO – é um ato por meio do qual o réu reconhece como próprio fato desfavorável. 
Diferente de delação – é imputar a outrem a pratica do fato. 
Premiada – quando atribui a outra pessoa e auxilia no resgate de uma vitima, na recuperação 
de objetos, na elucidação do crime e ai ele recebe diminuição ou extinção da pena. 
 
A confissão tem que ser judicial e assistida por um advogado ou defensor público. Como 
qualquer outra prova, precisa ser produzida na presença do juiz. 
Também serve como atenuante de pena. 
Segundo a doutrina ela é retratável – o individuo pode desdizer pode negar aquilo que já havia 
afirmado. Durante a instrução, antes do julgamento. 
Como qualquer elemento de prova o juiz pode não se convencer dela. 
A confissão também é divisível – não precisa confessar todo o fato, toda acusação. Ele pode 
assumir apenas parte e negar a outra parte. 
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os 
outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-
la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas 
existe compatibilidade ou concordância. 
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre 
convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto. 
 
VÍTIMA ou OFENDIDO 
 
Não é sempre que vai poder ouvir a vitima porque morreu, tem crimes que não tem vitima 
determinada como trafico de drogas, lavagem de dinheiro, crimes contra ordem tributaria e 
econômica. 
Mas naqueles crimes em que tenha vitima determinada, viva, ela deve ser chamada para ser 
ouvida, porque ela é fonte de prova. A palavra da vitima tem valor probatório. Mas certamente 
tem que ter coerência naquilo que é dito. 
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado 
sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, 
as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. 
 § 1
o
 Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o 
ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade.  condução 
coercitiva da vítima. Ela não pode escolher se vai depor ou não. E ela não 
pode ficar em silencio, porque é meio de prova. Já o interrogatório é 
elemento de defesa do réu, então ele pode ficar calado. 
 
TESTEMUNHA -202 a 225 DO CPP 
 
Quem é a testemunha? Toda/Qualquer pessoa que tem conhecimento sobre o fato, que 
conhece algum aspecto do fato, seja porque viu ou ouviu. 
Está obrigada a depor e dizer a verdade, sob pena de tipificar crime de falso testemunho. 
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Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a 
verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, 
sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce 
sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais 
suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando 
sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa 
avaliar-se de sua credibilidade. 
 Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à 
testemunha trazê-lo por escrito. 
 Parágrafo único. Não serávedada à testemunha, entretanto, breve 
consulta a apontamentos. 
Art 342 do cp!! Ver tbm o 221,§1º. 
 
206 - Existem testemunhas que estão dispensadas de depor. É a família do réu. Mas se 
quiserem podem depor. Mas estas serão OBRIGADAS a depor se forem à única prova. 
Quando for obrigada, não presta compromisso com a verdade do art 203. 
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. 
Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o 
afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, 
ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro 
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. 
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, 
ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, 
desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
Existem pessoas que estão IMPEDIDAS, que a lei PROIBE de depor. São as pessoas que 
tomam conhecimentos dos fatos através da profissão, atividade, ministério e são obrigadas por 
lei a guardar segredo. – psiquiatras, psicólogos, padres, pastores, advogados... Elas podem até 
ser testemunhas em outras circunstancias. Caso esteja andando na rua e presenciem um 
crime por ex. ele não tomou conhecimento por causa da profissão... Então será obrigada a 
depor. 
 Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 (de dizer a 
verdade) aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) 
anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206. 
Como se realiza a oitiva de testemunha? Pelo sistema da inquisição direta. As partes 
perguntam diretamente. 
Diferente do presidencialista, onde se questiona pro juiz e ele faz a pergunta pra parte. – que 
ocorre quando escuta o réu. 
Quando a testemunha é arrolada pelo MP, primeiro pergunta o MP e depois a defesa. 
Quando a testemunha é arrolada pela defesa, primeiro pergunta a defesa e depois o MP. 
E o juiz só pergunta ao final se achar que deve fazer alguma pergunta. 
Se algum lado achar que a pergunta é irrelevante, se protesta, e aí o juiz vai decidir de defere 
ou não o protesto. 
 
 Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à 
testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, 
não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já 
respondida. 
 Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá 
complementar a inquirição. 
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 Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas 
apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato. 
 Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão 
contraditar a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem 
suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita 
ou arguição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou 
não Ihe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208. 
Classificações doutrinárias das testemunhas: 
Testemunha Referida – é aquela que não foi arrolada. Arrolada é que é apresentada pelas 
partes. Então esta foi indicada por outra testemunha. 
Testemunha Judicial = Juiz pode indicar testemunha, não deveria. 
T. Numerária – é a que está no rol, são as arroladas. 
Declarante – aquelas que não prestam compromisso, as do 206, menos de 14 anos e os 
doentes mentais e só. 
T. Direta – a que viu. 
T. Indireta – ouviu dizer. 
Surda, Estrangeira e Analfa- art 223 
Pode ser feito por precatório. – 222. 
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam 
nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao 
falso testemunho. 
ACAREAÇÃO – art 229. 
É um meio de prova. É colocar duas versões colidentes em confronto. Para esclarecer a 
divergência RELEVANTE. Relevante é aquela que interessa a elucidação do fato e a autoria do 
fato. 
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre 
testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas 
ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias 
relevantes. 
 Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de 
divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação. 
 
-=-=-=- 28/08/14 – AULA 4 
PROVAS 
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS 
DOCUMENTAL 
INDÍCIOS 
PROVA ILÍCITA 
 
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS – ART 226, CPP 
Reconhecer – só se pode reconhecer quem já se conheceu um dia. Mas claro que não 
queremos dizer isso ao pé da letra. Identificar no presente quem ou o que eu já vi no passado. 
Ato através do qual a vitima e/ou testemunhas são chamadas para apontar se a identidade da 
pessoa que lhe eh mostrada naquele momento corresponde a id da pessoa no passado, no 
momento da pratica do crime. 
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A vitima ou testemunha consegue situar aquela pessoa como participe ou autor do fato 
criminoso executado no passado. 
Para fins de produção de prova: O reconhecimento válido é aquele feito judicialmente, sob o 
crivo do contraditória e ampla defesa. 
O que é feito diante da autoridade policial, diante do inquérito não é prova, porque não foi feito 
judicialmente, perante o juiz e mediante contraditório e AD. 
 A Lei prevê o procedimento do reconhecimento: 
 
 Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de 
pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: 
 I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a 
descrever a pessoa que deva ser reconhecida; 
 Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se 
possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, 
convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;  então a 
pessoa a ser reconhecida vai ser colocada ao lado de outras que junto ao 
réu tem características parecidas. Pelo menos duas pessoas. A lei não 
aponta a quantidade mínima. 
 III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o 
reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a 
verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade 
providenciará para que esta não veja aquela; 
 IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, 
subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao 
reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. 
 Parágrafo único. O disposto no n
o
 III deste artigo não terá aplicação na 
fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento. 
.: a vit ou testemunha vai descrever o autor do fato, vai dar suas características. 
Depois ela vai reconhecer ou não o réu. 
Se aponta pra pessoa errada = não reconheceu. 
Apontou para o réu = reconheceu. 
 
Em caso de mudanças, disfarces, tirar a barba, pintar o cabelo etc  existe a possibilidade de 
reconhecimento fotográfico. Não esta previsto nem proibido em lei. 
Se há mudanças de características ao longo do tempo que possam inviabilizar o 
reconhecimento, pode se usar fotografias da época. 
Se não houver outras pessoas parecidas – O STF tem aceito reconhecimento feito em 
audiência com a presença apenas do réu. A vitima ou testem são perguntadas se reconhece o 
réu que está presente na audiência. E aí ela diz sim ou não. Então muitas vezes não só tem a 
sala especial pra reconhecimento e também não tem outras pessoas parecidas para ser 
colocadas ao lado do réu. Obviamente pra ser aceita tem que ser feita na presença do juiz e 
do adv. 
 
O réu pode se negar a participar do reconhecimento. Decorrência do direito ao silencio, não 
produzir provas contra si mesmo. Mas seo Estado tiver uma fotografia dele, se ferrou do 
mesmo jeito. 
 Art. 228. Se várias forem às pessoas chamadas a efetuar o 
reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em 
separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas. 
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DOCUMENTOS 
São fontes de prova. 
Todo objeto material em que se insere uma expressão de conteúdo intelectual. Gravação, 
fotografia, imagens, filmagens, pintura, papeis... Todo escrito é um documento, e nem todo 
documento é escrito. 
 Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar 
documentos em qualquer fase do processo. 
 Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos (a mão, 
digitado, datilografado...), instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. 
 escrito papel, escrito instrumento, que podem ser publico ou particular. 
Escrito instrumento: foi produzido para provar algo. Ex: certidão de 
nascimento. Escrito papel: Não foi construído para provar nada 
especificamente, mas pode provar. Ex: uma agenda, diário. 
 Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, 
se dará o mesmo valor do original. 
 Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios 
criminosos, não serão admitidas em juízo. 
 Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo 
respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja 
consentimento do signatário. 
 Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a 
ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará 
independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua 
juntada aos autos, se possível. 
 Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão 
submetidas a exame pericial, quando contestada a sua autenticidade. 
 Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua 
juntada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, 
na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade. 
 Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o 
original, em presença da autoridade. 
 Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando 
não exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, 
poderão, mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser 
entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos autos. 
 
INDÍCIOS 
Prova indireta ou indícios. 
É um fato provado que tendo relação com o fato que se quer provar (o crime) possa nos levar à 
conclusão por meio do raciocínio logico de que aquele fato pode estar ligado – método 
dedutivo. 
Ex gravação da madrasta de Bernardo. Não prova que ela matou, mas sim que ela o ameaçou. 
O juiz pode julgar com base em indícios se ele se convencer. 
Provar não é trazer a verdade, provar é convencer. 
 
Tem-se, portanto, que indício é circunstância ou fato conhecidos, que autorizam algum tipo de 
conclusão sobre um outro fato ou circunstância desconhecida, mas com as quais possuam 
algum tipo de relação. 
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Inicialmente, cumpre ressaltar que a prova indiciária consiste em meio de prova, ou seja, 
consiste em "argumentos e arguições lógico-jurídicos aptos à demonstração lícita da existência 
de elementos suscetíveis de sensibilização ou compreensão, concernentes a ato, fato, coisa, 
pessoa" (LEAL, 2010, p. 205). 
Segundo Fernando Capez, indício é "toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual, 
mediante raciocínio lógico, pelo método indutivo, obtém-se a conclusão sobre um outro fato. A 
indução parte do particular e chega ao geral." (CAPEZ, 1998, p. 286). 
 
 Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, 
tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de 
outra ou outras circunstâncias. 
 
PROVA ILÍCITA 
Esta doutrina surgiu na suprema corte dos EUA. Que julgou ilícita a prova e optou por sua 
inadmissão. 
Em 88 o Brasil transforma essa orientação jurisprudencial em direito fundamental, clausula 
pétrea. 
Prova Ilícita: É produzida em desacordo com a norma fundamental, a um principio fundamental. 
A CF diz que estas provas ilícitas são inadmissíveis. Logo não podem ser utilizadas para 
formar o convencimento do juiz. Será excluída da formação do convencimento do juiz. Até 
2008, a única disposição sobre prova ilícita no Brasil era o art 5º da CF. Aí em 2008 inseriu o 
art 157 do CPP: 
 
 Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as 
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais. 
 § 1
o
 São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo 
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou 
quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das 
primeiras. 
 § 2
o
 Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo 
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução 
criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
 § 3
o
 Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada 
inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes 
acompanhar o incidente. 
Vamos analisar alguns preceitos fundamentais que quando desrespeitados tornam a prova 
ilícita. 
DIREITO DE PERMANECER CALADO – DIREITO AO SILÊNCIO 
DIREITO DE NÃO PRODUZIR PROVAS CONTRA SI MESMO – “NEMO TENETUR SE 
DETEGERE” 
ART 5º, CF/88: LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os 
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da 
família e de advogado; 
É o direito de não contribuir fisicamente com a produção probatória que lhe seja desfavorável. 
O Estado deve buscar outros mecanismos pra obter aquilo que quer. Seja material genético, 
grafia, etc. Este direito quando não observado, enseja uma prova ilícita. 
Bafômetro: não pode obrigar a fazer, mas pode aferir se a pessoa tá bêbada por outros meios. 
 
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A INVIOLABILIDADE DA CASA DO INDIVÍDUO 
ART 5º, CF/88: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, 
por determinação judicial; 
Flagrante – qualquer hora pode entrar 
Desastre – qualquer hora pode entrar 
Prestar socorro – qualquer hora pode entrar 
DETERMINAÇÃO JUDICIAL – DURANTE O DIAAAA! 
Violação de domicílio 
 Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou 
contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou 
em suas dependências: 
 Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
 § 4º - A expressão "casa" compreende: 
 I - qualquer compartimento habitado; - trailer, motorhome. Carro não é 
casa. 
 II - aposento ocupado de habitação coletiva; 
 III - compartimento não aberto ao público (só entra com autorização), 
onde alguém exerce profissão ou atividade. 
 
 
04.09.14 
PROVA ILÍCITA 
CF/88 – ART 5º. 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma 
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; 
Atenção que o salvo diz respeito s comunicações telefônicas e não as outras citadas no inicio 
do inciso. 
Correspondência é diferente e encomenda. Aquela é uma comunicação diz algo, esta é um 
objeto/elemento. 
A CF diz que inviolável são as correspondências. Então sua violação, não só é crime no CP, 
como também torna ilícita a prova levada ao processo. . 
Nos presídios, todas as cartassão abertas. A CF diz que é inviolável e pronto. Não diz quem 
vai receber ou enviar pra ser inviolável. Na lei de execuções diz que o preso tem direito a 
contato com o mundo exterior, seja por meio de cartas ou outros meios de informação que não 
contrariem os bons costumes. .: rádio e teve não são proibidos no brasil. Porém o direito a 
correspondência pode ser usado como escudo para pratica de outros atos ilegais. 
Correspondência é só enquanto tá fechada depôs que abre vira documento e aí não tá mais 
protegido pela inviolabilidade. 
Preso provisório tem direito a voto, o condenado não porque tem seus direitos políticos 
suspensos. 
 
Inviolabilidade das comunicações telefônicas 
Para este tipo de comunicação é possível violar de maneira lícita. A regra é que a violação das 
comunicações telefônicas torne a prova ilícita, mas é possível violar por ordem judicial na forma 
da lei e para uma finalidade especifica: investigar ou processar um crime. 
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Então só se pode violar as comunicações telefônicas em matéria criminal, então não basta a 
ordem judicial, tem que ser feita na ordem da lei. 
A lei surgiu em 1996, L. 9.296. Então de 88 a 96 não podia fazer interceptação telefônica pq 
não havia lei disciplinando qndo e como. A partir desta lei foi normatizada a violação. 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – captação do dialogo de duas pessoas feitas por um 
terceiro sem o conhecimento destes. isto é vedado, salvo por ordem judicial, na forma da lei, 
para fins de investigação criminal ou instrução processual. 
ESCUTA TELEFÔNICA – é a captação do dialogo entre duas pessoas feitas por terceiro com o 
conhecimento de um dos interlocutores. Isto também é vedado, SALVO por ordem judicial, na 
forma da lei, para fins de investigação criminal ou instrução processual. 
GRAVAÇÃO CLANDESTINA - é a captação do dialogo de duas pessoas feita por um dos 
interlocutores sem o conhecimento do outro. Isto NÃO É VEDADO, SALVOOO se com essa 
gravação nós ferirmos outra clausula constitucional, como inviolabilidade de domicilio. Entrar lá 
pra colocar um gravador no telefone da pessoa por exemplo. 
ESCUTA AMBIENTAL – feita no ambiente em que a conversa é realizada. 
O que é vedado pela constituição é a interceptação e a escuta telefônica. A Gravação 
clandestina é lícita e pode ser utilizado como prova! 
HC 244977 – é ilícita a gravação clandestina do preso e os policiais, pq não se pode constituir 
prova contra si mesmo. 
.: pra ser válida a interceptação e a escuta é necessário ser feita na forma da lei. 
Lei 9296: ATENÇÃÃÃÃO!!!!! 
 
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em 
investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e 
dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. 
Requisitos legais - Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas 
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:  aqui deveria dizer quando será admitida. 
Porque não ser admitia já e regra. Então tem que ler a contrario senso. 
 I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;  .: será 
permitido quando houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração 
penal. 
 II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;  a interceptação não pode ser 
de cara a primeira providencia. Não basta que se tenha apenas a autorização judicial, é preciso 
que se tenha investigado antes para poder solicitar a interceptação.  Se admite se não 
houver outros meios. Se e quando estiverem esgotadas todas as possibilidades de se 
produzir outras provas. 
 III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. 
 ou seja, só se admite se o crime for púnico com pena de RECLUSÃO. 
 
 Então tem que se observar esses três requisitos para se deferir a interceptação ou escuta. Se 
for deferido fora disso será ilícito. 
 PRAZO DE DURAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO: 15 DIAS! 
 
 Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da 
investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade 
manifesta, devidamente justificada. 
 Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de 
execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por 
igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.  Há 
controvérsia sobre o “renovável por igual tempo”. Há quem entenda que é mais 15 dias. Porém 
a posição que prevalece é que poderiam ser feitas sucessivas renovações de 15 dias. 
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Folha 600 do material didático. Provas do Aury Lopes. Nesta página tem uma jurisp de 
2008. – É um precedente de não poder mais de 2 anos, mas a regra ainda é de 
renovações sucessivas no STJ. 
 
PROVA ILÍCITA – DERIVAÇÃO 
Cláusula de Exclusão – 
Quando a prova ilícita existe para favorecer o réu, ela é aceita, é admissível. Ela pode ser 
completamente usada ou parcialmente, a parte que absolve é utilizada. 
SILVERTHORNE LUMBER vs USA (1920) – FRUTO DA ÁRVORE ENVENENADA 
 
MURRAY vs USA (1988) – TEORIA DA FONTE INDEPENDENTE  neste caso, os policiais 
entraram em uma casa em que havia suspeita de tráfico de drogas. A prisão foi ilegal e as 
provas que conseguiram eram ilícitas. 
Aquela suspeita que levou o policial a entrar na casa sem mandado já era suficiente pra 
mandado de busca. A corte entendeu que a prova era valida porque o mandando de busca pra 
justificar a segunda entrada seria obtido de qualquer (...) OLHAR NO LIVRO!!! 
Eles tinham uma suspeita que o fez entrar na casa, mas não pegaram nada na casa. 
Eles pegaram esta mesma suspeita que tinham e pediram um mandado. A fonte que originou o 
mandado, segundo a suprema corte não foi à primeira entrada. E sim o próprio mandado em si. 
 
NIX vs WILLIAM (1984) – TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL  uma criança 
desapareceu e começou uma busca por ela, que depois se descobriu que ela estava morta. A 
policia chegou a um suspeito e obrigou este suspeito a confessar, ou seja, o torturou. A 
confissão é ilícita. Ao confessar o cara disse onde estava o corpo da criança, que até então 
não havia sido localizada. Se esta confissão é ilícita o achado deste corpo também é ilícito? 
Se nós considerarmos que o corpo só foi achado porque houve confissão anterior, ela também 
é ilícita. Então a pericia feita no corpo é uma prova ilícita por derivação e não haveria nenhuma 
outra prova contra ele. 
Só que a suprema corte americana deu uma solução diferente pra este caso... A força tarefa 
pra procurar a criança era muito grande, dividiram as áreas de busca em quadrantes. Eles já 
estavam se aproximando do local onde o corpo estava. Se eles seguissem a esquemática eles 
iriam fatalmente descobrir o corpo. E aí surgiu a TEORIA DA DESCOBRTA INEVITÁVEL. 
Regra: Se a prova derivada foi originada de prova ilícita ela carrega a ilicitude daquela que lhe 
deu origem. 
O que nos EUA é Nix vs. USA, aqui vira o artigo 157 e seus parágrafos... 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, 
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
 § 1
o
 São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser 
obtidas por uma fonte independente das primeiras.  TEORIA DA DESCOBERTA 
INEVITÁVEL. 
 § 2
o
 Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e 
de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto 
da prova. 
 § 3
o
 Preclusa a decisão de desentranhamentoda prova declarada inadmissível, esta será 
inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. 
 
Próxima aula: Procedimento sumário, sumaríssimo e ordinário. 
 
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-=-=- 11.09.2014 
PROCEDIMENTOS 
Procedimento é a exteriorização do processo, procedimento é método, maneira através da qual 
o Estado exterioriza sua jurisdição. 
Na área criminal a petição inicial pode ser uma Denúncia ou Queixa-Crime. 
O que se segue a denuncia ou queixa é o nosso objeto de estudo concernente a procedimento. 
Art. 394 diz que o procedimento é comum ou especial. 
Os procedimentos especiais são únicos, um dos especiais é o Júri. 
O júri é criado para determinada categoria de crime, os chamados dolosos contra a vida: aborto 
infanticídio, homicídio, instigação ao suicídio – NAS SUAS MODALIDADES DOLOSAS! 
Culposo não entra. 
Já o procedimento comum poderá ser: ORDINÁRIO, SUMÁRIO OU SUMARÍSSIMO. 
O procedimento comum é a regra. Se aplica sempre quando não existir procedimento especial. 
Este procedimento comum também não é único, existe nas três modalidades acima. 
A diferença entre os procedimentos comuns será, em tese, a complexidade do procedimento. 
Então o sumaríssimo pretende ser mais célere, menos forma que o sumario e ordinário. 
Então para enquadrar entre os 3, temos que observar a pena máxima! 
Sumaríssimo – pena máxima de até dois anos.- Lei 9.099/95. 
Ordinário – pena máxima MAIOR OU IGUAL A 4 ANOS. 
Sumário – infelizmente ficou espremido entre um e outro e a lei o deu um espectro muito 
limitado de abrangência. Pena máxima de 3 anos. Então na prática, é muito raro ver um 
procedimento sumário, porque poucos crimes tem pena máxima de até 3 anos.Ex. Homicídio 
culposo, Cárcere Privado. 
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. 
 § 1
o
 O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: ( 
 I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima 
cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de 
liberdade; 
 II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima 
cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; 
 III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial 
ofensivo, na forma da lei. 
 
 Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia 
ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a 
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo 
de 10 (dez) dias. 
 Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa 
começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do 
defensor constituído. 
A denúncia ou queixa-crime é uma pet. Inicial. 
Requisitos para o MP oferecer inicial: 
! – indícios de autoria 
2 – fato criminoso 
3 – possibilidade de punição 
Na denuncia o MP vai qualificar o Réu (individualizar o réu, nome, estado civil, profissão, 
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naturalidade, endereço, tudo o que possa tornar aquela pessoa identificável). O MP descreve o 
fato (individualiza a conduta).Por fim, ele faz a classificação do crime. 
-- Diante de uma denuncia há duas possibilidades: 
- Rejeição – extingue o procedimento. Rejeita por se for inepta. A prescrição aqui não é 
interrompida. 
- Recebimento – o ato de receber denuncia interrompe o curso do prazo prescricional que 
começou a correr no dia do fato. Ao receber o juiz determina a citação do acusado. 
 
CITAÇÃO DO RÉU 
Citar é comunicação ao réu que existe contra ele uma acusação. Que foi exercício contra ele o 
direito de ação, oportunizado o exercício da defesa e contraditório. 
A citação inválida gente nulidade, não permite o reu o contraditório e ampla defesa. 
A CITAÇÃO É UM ATO DE COMUNICACAO PROCESSUAL. 
Art 351 a 369. 
A citação É PESSOAL! Ou seja, na figura do acusado. 
Esta citação é feita através de MANDADO, a ser cumprido por oficial de justiça. 
Se o réu estiver fora do estado é precatória e fora do pais carta rogatória. 
A citação pelos correios (AR) não é possível. 
Se o réu é citado através do mandado ou ele comparece ou ele não comparece (REVELIA). 
Atenção que a Revelia e seus efeitos no processo penal é diferente dos efeitos da revelia no 
processo civil! 
No processo civil, o procedimento continua, independentemente da participação da parte citada 
e os fatos narrados na inicial serão reputados cm verdadeiros 
No processo penal, seu único efeito é da continuação do procedimento a margem da presença 
do réu. O procedimento continuará em todos os seus termos, mas os fatos narrados na inicial 
não serão reputados como verdadeiros, o MP permanece com o ônus de provar aquilo que 
alega. Aí se nomeia um defensor público ao réu revel e o procedimento prossegue. 
O réu pode regressar mas vai receber o processo no estado em que ele se encontra. As coisas 
não serão repetidas porque ele foi citado e não compareceu pq não quis. 
 
Existe a situação do réu que é citado por mandado na modalidade por hora certa. Isto está 
previsto no art. 362: Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça 
certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 
227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
Ao comparecer 3 vezes pra citar o réu e suspeitando que ele se oculta, ele vai marcar dia e 
hora para voltar pela 4ª vez e avisa ao porteiro, mãe, mulher, filho, vizinho... Se ele tiver lá, cita, 
se não tiver, dá o réu por citado na pessoa que se encontrar no local. 
O réu citado por hora certa, foi citado. Se ele não comparece se nomeará defensor público. 
Se o réu estiver em local incerto: não é citado por mandado, o oficial devolve o mandado e 
certifica que está em local incerto. O juiz então determina a citação por edital. Se ele 
comparece o procedimento segue. Se ele não comparece (o que ocorre mais comumente) aí o 
procedimento é SOBRESTADO (suspenso), nos termos do artigo 366 do CPP. 
O procedimento só prossegue em caso de réu revel que é devidamente citado. A citação por 
edital é uma citação ficta, não pode se considerar que o réu foi realmente citado. 
 Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão 
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a 
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produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão 
preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
 
O processo vai ficar suspenso SEM PRAZO, a qualquer tempo – enquanto o acusado estiver 
vivo – o processo pode iniciar. 
 
Voltando ao procedimento... 
Oferendo a denuncia, o juiz, se não rejeita-la, o juiz determinará a citação... 
Então após a citação há a resposta à acusação. 
A RESPOSTA À ACUSAÇÃO é a primeira manifestação de defesa do acusado. No processo 
civil chamamos isto de Contestação. 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se 
não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à 
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
 Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a 
partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. 
O prazo se inicia do cumprimento do mandato e não da juntada (diferente do CPC que é da 
juntada). Então se o oficial cumpre o mandado hoje (11 de set, quinta) e cita o acusado, o 
prazo começará a correr no dia seguinte (12 de set, sexta) (exclui-se o inicio e inclui o 
vencimento). 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
É A PRIMEIRA oportunidade de defesa. 
O réu na RAA pode arguir preliminares e alegar aquilo que interessa à sua defesa, além dejuntar docs e requerer provas. 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar 
tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, 
especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e 
requerendo sua intimação, quando necessário. 
 § 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 
a 112 deste Código. 
 § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, 
citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, 
concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. 
PRELIMINARES 
Defesas processuais, questões que surgem no curso do processo e que exijam analise do 
magistrado antes que ele avalie o mérito. 
No Processo penal o mérito tem a ver com a questão do fato e autoria. 
Antes então de analisar o fato e autoria o magistrado tem que analisar questões preliminares. 
Exemplos: nulidades (da citação, prova ilícita e outras), extinção da punibilidade (prescrição), 
incompetência absoluta do juízo, inépcia da inicial. 
As preliminares visam a rejeição da denuncia e consequente extinção do procedimento. 
 “alegar tudo o que interesse à sua defesa” – o réu tem mais de um momento para falar ao 
processo, nos precisamos considerar que existe diferentes defesas pra diferentes réus. Há 
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réus que são culpados mesmo, e não serão absolvidos. Então existem que visam 
desclassificar, retirar qualificadora, reduzir a pena, absolver... são muitos os tipos. 
 O único tipo de defesa que interessa na resposta de acusação é aquela que pode levar À 
absolvição sumária do ´réu. E como se chega a esta conclusão? Pelo art 397. – então o 
objetivo da resposta a acusação é absolvição sumaria do réu. Se chama sumária porque 
acontece no inicio do processo. Aquela que ocorre no final do processo se chama 
simplesmente absolvição. 
 Não se utiliza resposta a acusação pra declinar ou outros tipos de tese de defesa. Aqui só 
se argui aquilo que pode levar a absolvição. As outras teses serão oportunamente arguidas 
em outras ocasiões. 
 Diferente do processo civil que tem a preclusão consumativa, onde o réu tem que alegar 
logo TUDO na contestação. 
 Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, 
deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando 
verificar: 
 I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
 II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do 
agente, salvo inimputabilidade; 
 III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
 IV - extinta a punibilidade do agente. 
Qnto ao Fato:Não houve fato; ou Houve fato mas não houve crime (ausência de conduta, de 
dolo, outras causas de atipicidade, excludente de ilicitude de culpabilidade). 
Qnto a autoria - Autor: ele não é o autor – certeza , não há provas de autoria – há dúvidas (ou 
ele não é o autor, ou não há provas que ele é o autor) . 
 
ORDINÁRIO/SUMÁRIO 
Denúncia  Citação  Resposta à Acusação (10 dias)  rejeição da denúncia e a extinção do 
 Processo - acolher os preliminares. 
  Absolver sumariamente e extinguir o 
 Processo. 
  Designar AIJ. 
Aqui nasce a primeira diferença entre procedimento sumário e ordinário. 
Quando o juiz decide marcar a AIJ (nem rejeita nem absolve). 
Do dia que ele decide marcar a audiência e o dia que audiência ocorrer tem que ter no máx: 
Ordinário – 60 dias 
Sumário – 30 dias. 
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 
(sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das 
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no 
art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao 
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. 
A AIJ deve ser UNA e INDIVISÍVEL. Uma única audiência pra produção de todas as provas. 
 Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para 
a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do 
Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. 
21 
 
+++++++++++++++ § 1
o
 O acusado preso será requisitado para 
comparecer ao interrogatório, devendo o poder público providenciar sua 
apresentação. 
 § 2
o
 O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. --> 
PRINCIPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. 
IMPRIMI ATÉ AQUI! 
-=-=-=-AULA 18.09.2014 
Procedimento 
Resposta a acusação de tem objetivos: 
1 – rejeição da denuncia 
2 – no mérito: a absolvição sumaria do acusado 
3 – requerimento de produção de prova – pq uma vez oferecida resp a acusação, se ele não 
rejeitar ou absolver sumariamente, vai designar AIJ e nesta instrução é una e indivisível. Onde 
serão produzidas as provas. 
 
Começamos pela oitiva da vítima, depois testemunhas arroladas pelo MP e depois as arroladas 
pela defesa, depois oitiva de peritos se necessário, reconhecimento de pessoas ou coisas, 
acareações e POR ÚLTIMO o interrogatório do réu. 
Quando dizemos que audiência é una e indivisível, significa que todos esses atos de prova 
devem ser produzidos numa única audiência. E quando dizemos que se aplica o p da 
identidade física do juiz, significa que ele que deve julgar o fato, pois ele é que tem melhores 
condições de formar convencimento. 
Na prática, alguns juízes não observam a unidade da audiência e designam mais de uma 
audiência e isto é contra a lei. 
As vezes os juízes excepcionam esta regra. 
No procedimento ordinário, cada parte por arrolar até 8 testemunhas POR FATO (CRIME) e 
POR RÉU. 
No procedimento sumário, cada parte pode arrolar até 5 testemunhas por fato e por réu. 
Digamos que uma testemunha arrolada pelo MP não comparece, se o MP faz questão de ouvir, 
a aud vai ser adiada. Ou ele pode abrir mão e prosseguir com a audiência. 
Se a testemunha foi intimada e não apareceu, o juiz pode suspender a audiência por algumas 
horas para que a polícia vá até o local onde a testemunha se encontra para a conduzir 
coercitivamente. 
Ele não pode tocar a audiência e caso a testemunha chegue ele a ouve. Ele tem que seguir a 
ordem para ouvir as testemunhas. 
HÁ UMA HIPOTESE EM QUE O JUIZ PODE MEXER NESSA ORDEM: quando a testemunha 
vai ser ouvida por carta precatória. Então temos um processo aqui em recife e uma 
testemunha do mp reside em Petrolina, neste caso, envia-se uma precatória para Petrolina 
para ouvir aquela testemunha. 
22 
 
Na hora que o juiz for fazer a oitiva dos demais sujeitos ele não precisa esperar a carta 
precatória chegar. Ele só não pode julgar sem precatória. 
Produzidas as provas em aud, o último ato de instrução probatória é o interrogatório do réu. Se 
houver mais de um réu eles serão ouvidos separadamente. É possível que o juiz, utilizando-se 
do art 402, CPP, se as partes tem ainda alguma diligencia a requerer. 
Por exemplo: acareação dos réus ou entre réu e testemunha, juntada de prova emprestada... 
 Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério 
Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer 
diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados 
na instrução. 
As partes querendo diligencias, pode o juiz deferir ou indeferir. 
Indeferindo - a audiênciaprossegue com o oferecimento de alegações finais ORAIS. Art 403, 
CPP. 1º o MP e depois a Defesa. Depois segue-se a decisão do juiz (sentença). 
 Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, 
serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, 
respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 
(dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. 
§ 1
o
 Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada 
um será individual.. 
 § 2
o
 Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, 
serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o 
tempo de manifestação da defesa. 
 § 3
o
 O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o 
número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias 
sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o 
prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. 
AV1: TRAZER COPIA DO TERMO DE AUDIENCIA COM O SEU NOME. SANDRA BELTRAO 
JUIZA. 
Nas alegações finais orais o MP vai tentar afirmar que após produção de provas suas 
afirmações são verdadeiras. Já a defesa vai tentar descontruir o discurso do MP. O MP pode 
opinar pela absolvição também. 
OBS: art 403, §3º : memoriais são as alegações finais por escrito. Sucessivo: 5 dias pro MP e 
depois disso 5 dias pra defesa. Na prática é muito comum substituir as alegações finais por 
memoriais, por causa da conveniência. 
Voltando pro 402, de diligencias adicionais. Se alguma parte disser que quer produzir provas e 
o juiz indeferir, é a mesma coisa: alegações finais e decisão. 
Caso alguma das partes queiram diligencias e o juiz deferir pode acontecer duas coisas: 
- pode ser cumprida 
- pedir prazo 
Ex. adv do réu pediu acareação entre reu e testemunha e o juiz deferiu. Se puder ser cumprida 
na hora, se cumpre então. E vai pra alegações finais orais. Se a diligencia deferida exige prazo, 
não puder ser cumprida na hora, vamos por art 404, CPP. A Audiência será encerrada e 
23 
 
quando for cumprida a exigência as partes serão intimadas para oferecer memoriais 
(alegações finais). 
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a 
requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. 
 Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as 
partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações 
finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a 
sentença. 
 
 
Do indeferimento do requerimento de outras diligencias: não cabe recurso, cabe 
protesto na ata para retomar matéria em recurso posterior. 
OBS: Outra diferença entre ordinário e sumário – não existe previsão legal no de no 
procedimento sumario do juiz converter as alegações finais orais para memoriais. Pq o 
procedimento sumario não tem complexidade, são crimes de penas mto baixa. Então o 
legislador entende que AS ALEGAÇÕES FINAIS NO PROCEDIMENTO SUMARIO SEMPRE 
SERÃO ORAISSS!!!! 
 
PROCEDIMENTO SUMÁRÍSSIMO – Lei 9.099/95 
Se aplica aos crimes de menor potencial ofensivo (pena MÁXIMA não ultrapassa 2 anos). 
É mto diferente dos procedimentos ordinário e sumário. 
 Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, 
economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a 
transação. 
No sumaríssimo é possível a transação ou conciliação. Diferente do ordinário e sumário. 
Na delegacia de policia se inicia o TCO (termo circunstanciado de ocorrência). Não se faz 
inquérito de crime de menor potencial ofensivo. Só consta a ocorrência narrada, nome da 
vitima e autor e as testemunhas. Muito raramente tem uma periciazinha em questões de lesão 
corporal p.e. 
O TCO após ter sido feito pela polícia civil, é enviado para o JECRIM. 
O procedimento pode ser aplicado por qualquer juiz criminal, desde que não tenha jecrim na 
comarca. 
Quando o TCO chega no JECRIM é designada uma audiência preliminar. Art 72 da lei 9099. 
Esta aud tem a finalidade de conciliação (composição civil) que é um acordo mediado pelo 
magistrado ou pelo conciliador. 
Então vai se tentar um acordo entre a vítima e o suposto autor do ato. Este acordo pode ser 
uma retratação, indenização pecuniária, pedido de desculpas. Qndo o acordo é homologado 
pelo juiz ESTÁ EXTINTA A PUNIBILIDADE. 
24 
 
Então é possível fazer um acordo cível numa questão criminal. 
 Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério 
Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, 
acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a 
possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de 
aplicação imediata de pena não privativa de liberdade. 
Se as partes não conciliarem o procedimento prossegue na mesma audiência preliminar. 
Na prática, o pessoal marca outra preliminar para fazer a transação penal, entre o MP e o 
suposto autor do fato. Este acordo é simples, o MP propõe que o individuo cumpra alguma 
medida restritiva de direitos, em troca, o MP não oferece denúncia contra o suposto autor. Não 
importa em confissão, nem equipara-se a uma pena. A pessoa mantém a primariedade e 
seus bons antecedentes. O juiz homologa o acordo e aí fica extinta a punibilidade. 
Em 5 anos não pode mais fazer transação penal. REVISAR TRANSAÇÃO PENAL. 
 Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, 
homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título 
a ser executado no juízo civil competente. 
 Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou 
de ação penal pública condicionada à representação, o acordo 
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. 
Se o individuo não aceita a transação penal, ou aceita, mas não cumpre: Aceita mas 
não cumpre: equivale a não ter aceitado. 
Ao final da audiência de transação se o suposto autor não aceita, o mp na própria 
audiência preliminar oferece a denuncia oralmente e o réu já sai citado. Neste 
caso o juiz marca outra audiência, de I&J. Nesta AIJ aí sim o réu vai oferecer resposta 
à acusação o juiz vai decidir se recebe ou não a denúncia na audiência. Se ele 
receber, passamos a produção de provas. 
Dps teremos as alegações finais ORAIS (jamais teremos memoriais) e aí o juiz 
proferirá sentença na própria audiência. 
TRANSAÇÃO PENAL: 
 Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública 
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
 § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a 
metade. 
 § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado (não pode propor transação penal 
qndo): 
 I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de 
liberdade, por sentença definitiva; 
 II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela 
aplicação de pena restritiva ou multa (outra transação), nos termos deste artigo; 
25 
 
 III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. 
 § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação 
do Juiz. 
 § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz 
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo 
registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. 
 § 5º Da sentençaprevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 
desta Lei. 
 § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de 
antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos 
civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. 
Se o suposto autor do ato não comparece a audiência preliminar, entende-se que ele não quer 
acordo, então se oferece denuncia e segue. 
VIDE DECISÃO: STJ HC 34.085 E 33.929. 
 
-=-=- 25.09.14 
PROCEDIMENTO DO JURI 
O fundamento de validade do júri está na CF e estabeleceu sua atual configuração. 
Determinados crimes ou outras decisões que devem ser formadas pelo judiciário são entregues 
a pessoas do povo. Existe não só no Brasil mas também em outros países como EUA, 
Inglaterra etc. 
Órgão com poder jurisdicional, formado não por juiz togado, mas por juízes escolhidos dentre 
cidadão sem formação jurídica ou não ocupantes de um cargo com atribuição jurídica. Entre 
nós, no Brasil, o júri ficou restrito a matéria criminal. É assim porque a lei determinou, mas 
nada impediria que a competência do júri fosse alargada. 
A competência do júri brasileiro ficou restrita a uma categoria de crimes: Crimes contra a Vida 
e os seus conexos, consumados ou tentados, DESDE QUE NA FORMA DOLOSAAAA! 
CF/88, art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
Então os outros crimes “seguidos de morte”, roubo, estupro etc, seguidos de morte, não são de 
competência do júri. O latrocínio por exemplo pertence aos crimes patrimoniais. 
26 
 
Este procedimento terá duas fases. 
1ª – Fase de Instrução 
2ª – Fase de Julgamento 
A fase em que a gente vê os jurados, debate oral entre promotor e adv de defesa, é a segunda 
fase. Pra chegar até lá tem a primeira fase, de instrução. 
O procedimento do júri começa com a denúncia, feito pelo MP, perante a vara do tribunal do 
júri. O procedimento em si começa no art. 406. Vamos perceber que esta primeira fase, se 
parece com o procedimento ordinário. 
 Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do 
acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) 
dias.  resposta a acusação. 
 § 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo 
cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou 
de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. 
 § 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 
(oito), na denúncia ou na queixa. 
 § 3o Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo 
que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar 
as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), 
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. 
Se o réu não apresentar resposta no prazo determinado, será nomeado o defensor público 
para oferecer resposta. A única hipótese de suspender o processo é o réu citado por edital que 
não aparece. 
O Def. Pub: Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz 
nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe 
vista dos autos.  isto no procedimento ordinário não existe, esta vista ao 
MP. É uma espécie de réplica. 
Ouvido o MP o juiz vai designar a AIJ – julgamento da primeira fase. 
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de 
declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas 
arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos 
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de 
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se 
o debate.--> este debate são as alegações finais. 
Vítimas > Testemunhas do MP > Testemunhas de Defesa > Peritos > Acareações > 
Reconhecimento de Pessoas > Interrogatório do(s) réu(s). 
Ao final do interrogatório, não é facultado as diligencias, ele passa direto para as alegações 
finais que são ORAIS. Que podem ser por memoriais. Na prática alguns juízes até deferem 
diligencias se for necessário. 
Após as alegações finais o juiz profere decisão. No ordinário e sumário é uma sentença, Aqui 
não, aqui a decisão se limita a encerrar o procedimento ou encerrar a primeira fase e iniciar a 
segunda. 
27 
 
 § 7
o
 Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o 
juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. 
 Art. 412. O procedimento (1ª fase) será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias. 
 contando com a decisão judicial. 
Vamos às decisões que podem ser dadas ao final da primeira fase: 
A) Extinção da Punibilidade – se o crime estiver prescrito, morte do agente p.e. Isto aqui não 
é uma sentença é uma decisão interlocutória mista. 
B) Desclassificação – tbm decisão interlocutória mista. Aqui o juiz entende que o fato 
descrito na denúncia se adequa a um outro tipo penal. Capitulação = Adequação Típica. Há 
duas possibilidades para classificar: 
B.1 – desclassifica para outro crime doloso contra a vida – ele não só desclassifica como 
tbm pronuncia através da Pronúncia. 
B.2 – desclassifica para outro crime NÃO doloso contra a vida – ex: homicídio culposo, 
lesão corporal, latrocínio... – ele irá remeter o autos para o juízo competente. E lá vai tomar 
forma do procedimento adequado do juízo competente. 
B.3 – proferir sentença de absolvição sumária – art. 415, CPP – É chamada de sumária pq 
é dada antes do conselho de sentença ser formado. Esta decisão é excepcional, pq, em tese, 
só quem pode condenar ou absolver o réu é o conselho de sentença, os 7 jurados. Para isto 
acontecer tem que estar muito claro que o réu não é o autor da conduta, o fato não era típico 
ou sequer existiu. Tem que estar provado. Vejamos. 
 Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, 
quando: 
 I – provada a inexistência do fato;  está claro que sequer houve o 
fato, se não houve o fato, não pode haver o crime. Ex, mulher sendo 
acusada de aborto e o laudo pericial é conclusivo de que ela não estava 
grávida. 
 II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;  está provado, 
tem que ser límpido e cristalino. Pq se não tiver provado, obviamente o juiz 
não pode absolver. 
 III – o fato não constituir infração penal;  o fato não for crime. Ex: 
aborto espontâneo é fato mas não típico. 
 IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do 
crime.  exclusão tá tbm no crime III. 
 Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste 
artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-
Lei n
o
 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta 
for a única tese defensiva.  o juiz não pode absolver sumariamente o réu 
em caso de inimputabilidade (quando a pessoa não tem conhecimento do 
caráter ilícito do fato ou se tiver não ter determinação dos próprios atos). É 
possível que seja inimputável e não tenha praticado o ato. O MP tem que 
provar que o inimputável praticou ato típico e ilícito. Então Se o réu tem 
como única tese de defesa, dizer que eh inimputável, ou seja, praticou o 
fato e eh ilícito e típico, então o juiz deve absolver e fixar medida de 
segurança. Mas se a defesa diz que é inimputável e NÃO FEZ O ATO, o juiz 
não pode absolver sumariamente. É preciso levar o caso pro conselho de 
28 
 
sentença, pra decidir se fez ou não. Se fez, pq é inimputável, vai receber 
medida de segurança. E se não fez, vai ser absolvido.

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