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1 PROCESSO PENAL II PROFESSOR MANOEL CORREIA leonarhdo@hotmail.com PROVAS NO PROCESSO PENAL De quem é o ônus da prova? De quem é a responsabilidade de convencer o juiz? É DE QUEM ALEGA! Só que tem um detalhe... A primeira alegação feita no processo criminal (que o réu praticou um crime) é feita pelo MP ou Querelante. E eles devem demonstrar isto ao juiz, para formar seu convencimento. E caso não consigam provar, o réu tem que ser absolvido. O principal responsável por provar é quem acusa. Isto não significa o réu não tenha que provar nada. E não poderia ser diferente diante do Processo da Presunção de Inocência. Prova diabólica – como se prova o que não aconteceu? Não se prova... É impossível! O réu então tem que provar o que porventura alegar, ele tem o direito de permanecer calado, mas caso alegue algo, deve provar. ART 156, CPP A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, faculdade ao juiz de ofício. Olhem o perigo! O juiz é o destinatário das provas e não o autor. O in fine é notadamente INQUISITIVO! Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; bizarro! Mesmo antes de haver denuncia e ação penal! II – determinar, no curso da instrução, ou antes, de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. que duvida ele tem que o réu é inocente??? Se o MP não conseguiu provar, se há duvida, deveria se absolver o réu! Aqui a prova que ele vai atrás é da condenação. Ele não faz isso pra absolver, ele vai pra condenar!!! Vide o 386!!! Quando o juiz vai à busca da prova ele está se substituindo como parte. Juiz é juiz porque não é parte! Por isso ele é imparcial, porque ele NÃO É PARTE! Quando o juiz vai atrás da parte, ele está tomando o lugar da parte, fazer aquilo que cabia a parte fazer. E as pessoas legitimam essa bizarrice dizendo que ele vai em busca da verdade, mas não é, ele vai em busca da condenação. Ele está em busca de elementos pra expor o convencimento DELE de que o réu é culpado. É uma violação ao sistema acusatório, onde cada um tem uma função. 2 No sistema inquisitivo a gestão das provas pertence ao juiz e no acusador pertence às partes. Este dispositivo então demonstra um grande ranço do sistema inquisitivo no ordenamento brasileiro. -=-=-=- TEORIA GERAL DAS PROVAS Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. Prova São Todos elementos que são levados ao conhecimento do juiz para a formação de sua convicção. Só pode ser chamado de prova, os elementos produzidos em contraditório judicial, ou seja, na presença do juiz e assegurado o direito de defesa. Então se durante um inquérito policial (IP) é ouvida testemunha, como no Inquérito Policial não tem contraditório nem ampla defesa e não tem juiz, essa oitiva não é prova. O juiz não pode julgar com base neste depoimento. Isto seria no máximo um “elemento informativo”. A diferença entre este e a prova é a existência de contraditório judicial. Daí quando oferece a denuncia o MP tem que produzir provas, e ele vai tentar transformar os elementos informativos do inquérito Policial em provas. Pra isso ele vai ter que submeter os elementos informativos ao contraditório judicial. Ele vai ter que pedir ao juiz que ouça a testemunha (p.e.) na presença do advogado de defesa. E agora sim, a palavra de testemunha deixa de ser elemento informativo para tomar a qualidade de prova. É livre para apreciar a prova, que é tudo aquilo que foi trazido a ele para formar seu convencimento. Toda atividade das partes (MP e Defesa) para formar o convencimento do juiz, será apreciado livremente por ele, numa atividade intelectual. O art 93, IX da CF - nos diz que toda decisão judicial deve ser motivada, fundamentada. Então o juiz é livre pra formar sua convicção pela apreciação das provas, MAS para assegurar que ele apreciou a proa e não outra coisa, ele terá que motivar. Ele tem que dizer por qual caminho ele chegou a aquela decisão. O que ele considerou para formar aquela opinião. Porque ele acolheu tais provas e rejeitou outras. Por isso que dizemos que nosso sistema é o do livre convencimento motivado ou persuasão racional. OBS: no nosso ordenamento jurídico, existe uma EXEÇAÇOO, que é o JULGAMENTO PELO TRIBUNAL DO JURI!!! ESTÁ NA CF, ART 5º, XXXVIII, c (a soberania dos veredictos). O júri é um órgão jurisdicional, criado pela CF para julgar crimes dolosos contra a vida. E este é formado por sete cidadãos, sem formação jurídica. NO JURI O SISTEMA É DO LIVRE CONVENCIMENTO. Esta diferença de expressão “motivado” é enorme. Porque para motivar, o juiz tem explicar caminho que percorreu para chegar naquela decisão. O júri não precisa fundamentar sua decisão. Então ao invés da persuasão racional, o sistema do júri é da ÍNTIMA CONVICÇÃO, aquilo que ele acha/acredita. Provas Cautelares e Antecipadas. A lei não diferenciou as duas, mas elas se parecem demais. Ambas são provas que foram produzidas ANTES do processo existir. 3 Antecipadas: É produzida antes do tempo que deveria ser produzida. Por receio que este elemento desapareça, pereça. Ex.: testemunha doente, idosa, corpo de delito. Esta possibilidade de perecer, desaparecer, antecipa sua necessidade de ser produzida. Então o delegado ou o MP pode informar este perigo ao juiz que vai antecipar a produção da prova. .: é determinada pelo juiz, a pedido do MP e é realizada diante do juiz, numa audiência especifica para antecipação de prova. Cautelar: Ela não surge como prova, ela se transforma em prova. É produzida e torna-se prova depois. A urgência e o risco de desaparecimento faz surgir à necessidade da colheita do material e realização do exame (perícia) EX: Caso da moça estuprada é encaminhada para o IML que vai colher material para exame. Esse exame tem que ser feito pelo risco de desaparecimento e da urgência. Faz o exame (perícia), manda pra policia civil que colocará este elemento informativo no Inquérito Policial. Que será enviado ao MP que oferecerá denuncia, e aí iniciará o processo. Durante o processo, quando a perícia (exame) for submetida ao contraditório judicial é que ela será merecedora de ser chamada de prova. Somente a perícia é cautelar!!!! A DIFERENÇA FUNDAMENTAL ENTÃO ENTRE AS DUAS É QUE A ANTECIPADA JÁ NASCE COMO PROVA E A CAUTELAR AINDA VAI SE TORNAR PROVA Porque VAI SER SUBMETIDA AO CONTRADITÓRIO JUDICIAL. Quando o juiz produz à antecipada, a prova é produzida sob seu o crivo do juiz, por isso que ela já nasce prova. E na cautelar o contraditório será diferido, futuro, só então que vai se tornar prova. ENQUANTO NÃO HOUVER O CONTRADITORIO NÃO PODE CHAMAR DE PROVA!!! Atenção! Este artigo pode dar margem para interpretar que ao ler “não pode formar exclusivamente” pode se entender que pode fundamentar também no inquérito. Não é exclusivamente, mas é também considerado. Mas aí na vida pratica a gente impugna caso ele considere que é elemento informativo. 4 PERÍCIA - ART 158 PERÍCIA é um exame (meiode prova). Exame realizado por alguém que detém conhecimento técnico especializado. Existem dezenas de tipos de perícia: contábil, medicina legal, biologia... Etc. O 158 começa a falar de perícia, mas do corpo de delito. CAPÍTULO II DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL Art. 158. Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. CORPO DE DELITO: CONJUNTO DE VESTÍGIOS DE UM CRIME. Então necessariamente não vai ser um corpo humano. Este é um exame nos vestígios do crime e quando o crime deixa vestígio é INDISPENSÁVEL sua realização. Existe a falsa impressão que este exame seria mais importante que as demais provas. Dizer que é indispensável, elevaria o corpo de delito a um patamar superior a quer outra prova. O problema é que isto é uma tarifação probatória. E vai de encontro com o livre convencimento motivado, porque não existe prova mais importante que outra. Nem a confissão do réu pode suprir este exame (art. 158, in fine). A perícia não vincula o juiz. Vide art. 182: Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. A PERICIA NÃO VALE MAIS QUE OUTRAS PROVAS. TODAS VALEM O MESMO. AQUI NÃO EXISTE PROVA TARIFADA. AGORA, NA HORA DO JUIZ VALORAR, UMAS VÃO VALER MAIS E OUTRAS MENOS PARA ELE. Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Perito é o especialista que foi contratado pelo Estado para esta finalidade. Tem que ter nível superior. A pericia é feito por um perito, apenas. Ele irá produzir um laudo. § 1 o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. então se não há perito oficial, ex: não tem iml em salgueiro, o juiz pode nomear dois médicos para fazer a pericia. 5 .: quando o perito é nomeado são dois e quando é oficial é um. § 3 o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. § 4 o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. Assistente técnico é contratado pelas partes para auxilia-las no exercício ao contraditório da perícia. Este assistente não pode ser chamado de perito, ele não faz laudo, faz PARECER. § 5 o Durante o curso do processo judicial, é permitido tanto às partes, quanto à perícia: I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. § 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. § 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. Do 161 ao 179 – LER EM CASA! Fala sobre perícias em geral. -=-=- aula 3 – 14/08/14 Interrogatório Confissão Vítima INTERROGATÓRIO - Técnica de oitiva do réu. Não obstante outras pessoas serem ouvidas, como a vitima e testemunhas. E não é só um meio de prova, tem natureza dúplice, pois também é um meio de defesa. Porque sempre que o réu está falando, respondendo as perguntas ele está exercendo autodefesa. É a oportunidade que o réu tem de dar a versão dos fatos ou daquilo que ele sabe ou negar a existência do fato, as evidencias, as alegações feitas a seu desfavor. Ele tem oportunidade de manifestar-se. O interrogatório é uma manifestação do direito de presença e de audiência. Sendo assim, o interrogatório é um direito do réu. O juiz não pode, sob qualquer hipótese, dispensar o interrogatório do acusado. Isto fica claro, quando o juiz está interrogando o réu, após realizar as perguntas, faz a ultima: o réu tem algo mais a alegar em sua defesa? O que mostra que o interrogatório em sua plenitude é um direito de defesa. O réu tem o direito constitucional de permanecer calado com relação aos fatos. Não ao momento de qualificação. O silencio pode ser parcial, responder parte e ficar quieto em outras perguntas. É um direito constitucional e nenhum prejuízo pode advir desse silencio. Isso significa que o juiz não pode formar sua convicção com base nesse silencio. O juiz não pode citar o silencio do réu de maneira desfavorável a este. O juiz tem que apontar o direito do réu de permanecer em silencio. Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. 6 Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz. Não pode servir de elemento para convicção do juiz, este silencio é um direito constitucional. NATUREZA DÚPLICE – meio de prova e meio de defesa. O direito ao silencio é decorrente do principio da presunção de inocência. A acusação precisa demonstrar aquilo que alega. Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. sob pena de nulidade, caso não tenha a figura do defensor do acusado. Este defensor em direito de entrevistar-se de maneira prévia e reservada com o réu. § 5 o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. .: o interrogatório tem certas garantias e sua não observância gera nulidade. Hoje em dia na AUDIENCIA IJ o interrogatório é a última instrução feita: - vítima - testemunhas (MP e Defesa) - peritos - reconhecimento - acareação - interrogatório. Então se percebe que no interrogatório o réu já sabe todas as provas que já foram produzidas, para que ele tenha maior possibilidade de exercer sua defesa. As testemunhas podem pedir para o réu sair da sala durante seu testemunho, mas esta é uma exceção à regra. Então observe que a lei cercou o interrogatório de tal maneira que permite ao réu exercer sua defesa. Videoconferência - maneira de realizar o interrogatório sem que juiz e réu estejam no mesmo ambiente físico. Diminui custo com deslocamentos,garantir segurança dos atos. § 1 o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato. a priori esta é a regra. Juiz e réu no mesmo ambiente. Princípio da imediação entre juiz e a prova. § 2 o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro 7 recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão possa fugir durante o deslocamento; caso do Fernandinho beira-mar. II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; aqui sim, é um argumento forte para realização de videoconferência. III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; não vai tá lá, mas poderá acompanhar. IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. muito genérico... § 3 o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência. § 4 o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. § 5 o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. §5º um adv no presidio com o réu e outro na audiência com o juiz e promotor. Se na tiver os dois advs é uma nulidade! § 6 o A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. para evitar tortura. § 7 o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1 o e 2 o deste artigo. o que acaba virando a regra. § 8 o Aplica-se o disposto nos §§ 2 o , 3 o , 4 o e 5 o deste artigo, no que couber à realização de outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido. § 9 o Na hipótese do § 8 o deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato processual pelo acusado e seu defensor. Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos. § 1 o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais. § 2 o Na segunda parte será perguntado sobre: é obrigatório fazer todas estas perguntas? Rol exemplificativo. I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; esta linguagem não é adequada, pois muitas vezes o réu não entende ou fica pressionado. Se tiver vários réus, cada um será interrogado separadamente. Um não acompanha o interrogatório do outro. 8 Em suma, o princípio da imediação nada mais é do que permitir a produção de todas as provas de natureza oral perante o juiz que irá proferir a sentença, pondo-o em contato com as partes, testemunhas e peritos, também em atendimento ao princípio do livre convencimento fundamentado. CONFISSÃO – é um ato por meio do qual o réu reconhece como próprio fato desfavorável. Diferente de delação – é imputar a outrem a pratica do fato. Premiada – quando atribui a outra pessoa e auxilia no resgate de uma vitima, na recuperação de objetos, na elucidação do crime e ai ele recebe diminuição ou extinção da pena. A confissão tem que ser judicial e assistida por um advogado ou defensor público. Como qualquer outra prova, precisa ser produzida na presença do juiz. Também serve como atenuante de pena. Segundo a doutrina ela é retratável – o individuo pode desdizer pode negar aquilo que já havia afirmado. Durante a instrução, antes do julgamento. Como qualquer elemento de prova o juiz pode não se convencer dela. A confissão também é divisível – não precisa confessar todo o fato, toda acusação. Ele pode assumir apenas parte e negar a outra parte. Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá- la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância. Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto. VÍTIMA ou OFENDIDO Não é sempre que vai poder ouvir a vitima porque morreu, tem crimes que não tem vitima determinada como trafico de drogas, lavagem de dinheiro, crimes contra ordem tributaria e econômica. Mas naqueles crimes em que tenha vitima determinada, viva, ela deve ser chamada para ser ouvida, porque ela é fonte de prova. A palavra da vitima tem valor probatório. Mas certamente tem que ter coerência naquilo que é dito. Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. § 1 o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. condução coercitiva da vítima. Ela não pode escolher se vai depor ou não. E ela não pode ficar em silencio, porque é meio de prova. Já o interrogatório é elemento de defesa do réu, então ele pode ficar calado. TESTEMUNHA -202 a 225 DO CPP Quem é a testemunha? Toda/Qualquer pessoa que tem conhecimento sobre o fato, que conhece algum aspecto do fato, seja porque viu ou ouviu. Está obrigada a depor e dizer a verdade, sob pena de tipificar crime de falso testemunho. 9 Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade. Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito. Parágrafo único. Não serávedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos. Art 342 do cp!! Ver tbm o 221,§1º. 206 - Existem testemunhas que estão dispensadas de depor. É a família do réu. Mas se quiserem podem depor. Mas estas serão OBRIGADAS a depor se forem à única prova. Quando for obrigada, não presta compromisso com a verdade do art 203. Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. Existem pessoas que estão IMPEDIDAS, que a lei PROIBE de depor. São as pessoas que tomam conhecimentos dos fatos através da profissão, atividade, ministério e são obrigadas por lei a guardar segredo. – psiquiatras, psicólogos, padres, pastores, advogados... Elas podem até ser testemunhas em outras circunstancias. Caso esteja andando na rua e presenciem um crime por ex. ele não tomou conhecimento por causa da profissão... Então será obrigada a depor. Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 (de dizer a verdade) aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206. Como se realiza a oitiva de testemunha? Pelo sistema da inquisição direta. As partes perguntam diretamente. Diferente do presidencialista, onde se questiona pro juiz e ele faz a pergunta pra parte. – que ocorre quando escuta o réu. Quando a testemunha é arrolada pelo MP, primeiro pergunta o MP e depois a defesa. Quando a testemunha é arrolada pela defesa, primeiro pergunta a defesa e depois o MP. E o juiz só pergunta ao final se achar que deve fazer alguma pergunta. Se algum lado achar que a pergunta é irrelevante, se protesta, e aí o juiz vai decidir de defere ou não o protesto. Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. 10 Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato. Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208. Classificações doutrinárias das testemunhas: Testemunha Referida – é aquela que não foi arrolada. Arrolada é que é apresentada pelas partes. Então esta foi indicada por outra testemunha. Testemunha Judicial = Juiz pode indicar testemunha, não deveria. T. Numerária – é a que está no rol, são as arroladas. Declarante – aquelas que não prestam compromisso, as do 206, menos de 14 anos e os doentes mentais e só. T. Direta – a que viu. T. Indireta – ouviu dizer. Surda, Estrangeira e Analfa- art 223 Pode ser feito por precatório. – 222. Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. ACAREAÇÃO – art 229. É um meio de prova. É colocar duas versões colidentes em confronto. Para esclarecer a divergência RELEVANTE. Relevante é aquela que interessa a elucidação do fato e a autoria do fato. Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação. -=-=-=- 28/08/14 – AULA 4 PROVAS RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS DOCUMENTAL INDÍCIOS PROVA ILÍCITA RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS – ART 226, CPP Reconhecer – só se pode reconhecer quem já se conheceu um dia. Mas claro que não queremos dizer isso ao pé da letra. Identificar no presente quem ou o que eu já vi no passado. Ato através do qual a vitima e/ou testemunhas são chamadas para apontar se a identidade da pessoa que lhe eh mostrada naquele momento corresponde a id da pessoa no passado, no momento da pratica do crime. 11 A vitima ou testemunha consegue situar aquela pessoa como participe ou autor do fato criminoso executado no passado. Para fins de produção de prova: O reconhecimento válido é aquele feito judicialmente, sob o crivo do contraditória e ampla defesa. O que é feito diante da autoridade policial, diante do inquérito não é prova, porque não foi feito judicialmente, perante o juiz e mediante contraditório e AD. A Lei prevê o procedimento do reconhecimento: Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; então a pessoa a ser reconhecida vai ser colocada ao lado de outras que junto ao réu tem características parecidas. Pelo menos duas pessoas. A lei não aponta a quantidade mínima. III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela; IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. Parágrafo único. O disposto no n o III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento. .: a vit ou testemunha vai descrever o autor do fato, vai dar suas características. Depois ela vai reconhecer ou não o réu. Se aponta pra pessoa errada = não reconheceu. Apontou para o réu = reconheceu. Em caso de mudanças, disfarces, tirar a barba, pintar o cabelo etc existe a possibilidade de reconhecimento fotográfico. Não esta previsto nem proibido em lei. Se há mudanças de características ao longo do tempo que possam inviabilizar o reconhecimento, pode se usar fotografias da época. Se não houver outras pessoas parecidas – O STF tem aceito reconhecimento feito em audiência com a presença apenas do réu. A vitima ou testem são perguntadas se reconhece o réu que está presente na audiência. E aí ela diz sim ou não. Então muitas vezes não só tem a sala especial pra reconhecimento e também não tem outras pessoas parecidas para ser colocadas ao lado do réu. Obviamente pra ser aceita tem que ser feita na presença do juiz e do adv. O réu pode se negar a participar do reconhecimento. Decorrência do direito ao silencio, não produzir provas contra si mesmo. Mas seo Estado tiver uma fotografia dele, se ferrou do mesmo jeito. Art. 228. Se várias forem às pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas. 12 DOCUMENTOS São fontes de prova. Todo objeto material em que se insere uma expressão de conteúdo intelectual. Gravação, fotografia, imagens, filmagens, pintura, papeis... Todo escrito é um documento, e nem todo documento é escrito. Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo. Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos (a mão, digitado, datilografado...), instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. escrito papel, escrito instrumento, que podem ser publico ou particular. Escrito instrumento: foi produzido para provar algo. Ex: certidão de nascimento. Escrito papel: Não foi construído para provar nada especificamente, mas pode provar. Ex: uma agenda, diário. Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original. Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo. Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário. Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível. Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a exame pericial, quando contestada a sua autenticidade. Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade. Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença da autoridade. Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos autos. INDÍCIOS Prova indireta ou indícios. É um fato provado que tendo relação com o fato que se quer provar (o crime) possa nos levar à conclusão por meio do raciocínio logico de que aquele fato pode estar ligado – método dedutivo. Ex gravação da madrasta de Bernardo. Não prova que ela matou, mas sim que ela o ameaçou. O juiz pode julgar com base em indícios se ele se convencer. Provar não é trazer a verdade, provar é convencer. Tem-se, portanto, que indício é circunstância ou fato conhecidos, que autorizam algum tipo de conclusão sobre um outro fato ou circunstância desconhecida, mas com as quais possuam algum tipo de relação. 13 Inicialmente, cumpre ressaltar que a prova indiciária consiste em meio de prova, ou seja, consiste em "argumentos e arguições lógico-jurídicos aptos à demonstração lícita da existência de elementos suscetíveis de sensibilização ou compreensão, concernentes a ato, fato, coisa, pessoa" (LEAL, 2010, p. 205). Segundo Fernando Capez, indício é "toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual, mediante raciocínio lógico, pelo método indutivo, obtém-se a conclusão sobre um outro fato. A indução parte do particular e chega ao geral." (CAPEZ, 1998, p. 286). Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. PROVA ILÍCITA Esta doutrina surgiu na suprema corte dos EUA. Que julgou ilícita a prova e optou por sua inadmissão. Em 88 o Brasil transforma essa orientação jurisprudencial em direito fundamental, clausula pétrea. Prova Ilícita: É produzida em desacordo com a norma fundamental, a um principio fundamental. A CF diz que estas provas ilícitas são inadmissíveis. Logo não podem ser utilizadas para formar o convencimento do juiz. Será excluída da formação do convencimento do juiz. Até 2008, a única disposição sobre prova ilícita no Brasil era o art 5º da CF. Aí em 2008 inseriu o art 157 do CPP: Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. § 1 o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. § 2 o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. § 3 o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. Vamos analisar alguns preceitos fundamentais que quando desrespeitados tornam a prova ilícita. DIREITO DE PERMANECER CALADO – DIREITO AO SILÊNCIO DIREITO DE NÃO PRODUZIR PROVAS CONTRA SI MESMO – “NEMO TENETUR SE DETEGERE” ART 5º, CF/88: LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; É o direito de não contribuir fisicamente com a produção probatória que lhe seja desfavorável. O Estado deve buscar outros mecanismos pra obter aquilo que quer. Seja material genético, grafia, etc. Este direito quando não observado, enseja uma prova ilícita. Bafômetro: não pode obrigar a fazer, mas pode aferir se a pessoa tá bêbada por outros meios. 14 A INVIOLABILIDADE DA CASA DO INDIVÍDUO ART 5º, CF/88: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Flagrante – qualquer hora pode entrar Desastre – qualquer hora pode entrar Prestar socorro – qualquer hora pode entrar DETERMINAÇÃO JUDICIAL – DURANTE O DIAAAA! Violação de domicílio Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; - trailer, motorhome. Carro não é casa. II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público (só entra com autorização), onde alguém exerce profissão ou atividade. 04.09.14 PROVA ILÍCITA CF/88 – ART 5º. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; Atenção que o salvo diz respeito s comunicações telefônicas e não as outras citadas no inicio do inciso. Correspondência é diferente e encomenda. Aquela é uma comunicação diz algo, esta é um objeto/elemento. A CF diz que inviolável são as correspondências. Então sua violação, não só é crime no CP, como também torna ilícita a prova levada ao processo. . Nos presídios, todas as cartassão abertas. A CF diz que é inviolável e pronto. Não diz quem vai receber ou enviar pra ser inviolável. Na lei de execuções diz que o preso tem direito a contato com o mundo exterior, seja por meio de cartas ou outros meios de informação que não contrariem os bons costumes. .: rádio e teve não são proibidos no brasil. Porém o direito a correspondência pode ser usado como escudo para pratica de outros atos ilegais. Correspondência é só enquanto tá fechada depôs que abre vira documento e aí não tá mais protegido pela inviolabilidade. Preso provisório tem direito a voto, o condenado não porque tem seus direitos políticos suspensos. Inviolabilidade das comunicações telefônicas Para este tipo de comunicação é possível violar de maneira lícita. A regra é que a violação das comunicações telefônicas torne a prova ilícita, mas é possível violar por ordem judicial na forma da lei e para uma finalidade especifica: investigar ou processar um crime. 15 Então só se pode violar as comunicações telefônicas em matéria criminal, então não basta a ordem judicial, tem que ser feita na ordem da lei. A lei surgiu em 1996, L. 9.296. Então de 88 a 96 não podia fazer interceptação telefônica pq não havia lei disciplinando qndo e como. A partir desta lei foi normatizada a violação. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – captação do dialogo de duas pessoas feitas por um terceiro sem o conhecimento destes. isto é vedado, salvo por ordem judicial, na forma da lei, para fins de investigação criminal ou instrução processual. ESCUTA TELEFÔNICA – é a captação do dialogo entre duas pessoas feitas por terceiro com o conhecimento de um dos interlocutores. Isto também é vedado, SALVO por ordem judicial, na forma da lei, para fins de investigação criminal ou instrução processual. GRAVAÇÃO CLANDESTINA - é a captação do dialogo de duas pessoas feita por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro. Isto NÃO É VEDADO, SALVOOO se com essa gravação nós ferirmos outra clausula constitucional, como inviolabilidade de domicilio. Entrar lá pra colocar um gravador no telefone da pessoa por exemplo. ESCUTA AMBIENTAL – feita no ambiente em que a conversa é realizada. O que é vedado pela constituição é a interceptação e a escuta telefônica. A Gravação clandestina é lícita e pode ser utilizado como prova! HC 244977 – é ilícita a gravação clandestina do preso e os policiais, pq não se pode constituir prova contra si mesmo. .: pra ser válida a interceptação e a escuta é necessário ser feita na forma da lei. Lei 9296: ATENÇÃÃÃÃO!!!!! Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. Requisitos legais - Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: aqui deveria dizer quando será admitida. Porque não ser admitia já e regra. Então tem que ler a contrario senso. I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; .: será permitido quando houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal. II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; a interceptação não pode ser de cara a primeira providencia. Não basta que se tenha apenas a autorização judicial, é preciso que se tenha investigado antes para poder solicitar a interceptação. Se admite se não houver outros meios. Se e quando estiverem esgotadas todas as possibilidades de se produzir outras provas. III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. ou seja, só se admite se o crime for púnico com pena de RECLUSÃO. Então tem que se observar esses três requisitos para se deferir a interceptação ou escuta. Se for deferido fora disso será ilícito. PRAZO DE DURAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO: 15 DIAS! Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. Há controvérsia sobre o “renovável por igual tempo”. Há quem entenda que é mais 15 dias. Porém a posição que prevalece é que poderiam ser feitas sucessivas renovações de 15 dias. 16 Folha 600 do material didático. Provas do Aury Lopes. Nesta página tem uma jurisp de 2008. – É um precedente de não poder mais de 2 anos, mas a regra ainda é de renovações sucessivas no STJ. PROVA ILÍCITA – DERIVAÇÃO Cláusula de Exclusão – Quando a prova ilícita existe para favorecer o réu, ela é aceita, é admissível. Ela pode ser completamente usada ou parcialmente, a parte que absolve é utilizada. SILVERTHORNE LUMBER vs USA (1920) – FRUTO DA ÁRVORE ENVENENADA MURRAY vs USA (1988) – TEORIA DA FONTE INDEPENDENTE neste caso, os policiais entraram em uma casa em que havia suspeita de tráfico de drogas. A prisão foi ilegal e as provas que conseguiram eram ilícitas. Aquela suspeita que levou o policial a entrar na casa sem mandado já era suficiente pra mandado de busca. A corte entendeu que a prova era valida porque o mandando de busca pra justificar a segunda entrada seria obtido de qualquer (...) OLHAR NO LIVRO!!! Eles tinham uma suspeita que o fez entrar na casa, mas não pegaram nada na casa. Eles pegaram esta mesma suspeita que tinham e pediram um mandado. A fonte que originou o mandado, segundo a suprema corte não foi à primeira entrada. E sim o próprio mandado em si. NIX vs WILLIAM (1984) – TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL uma criança desapareceu e começou uma busca por ela, que depois se descobriu que ela estava morta. A policia chegou a um suspeito e obrigou este suspeito a confessar, ou seja, o torturou. A confissão é ilícita. Ao confessar o cara disse onde estava o corpo da criança, que até então não havia sido localizada. Se esta confissão é ilícita o achado deste corpo também é ilícito? Se nós considerarmos que o corpo só foi achado porque houve confissão anterior, ela também é ilícita. Então a pericia feita no corpo é uma prova ilícita por derivação e não haveria nenhuma outra prova contra ele. Só que a suprema corte americana deu uma solução diferente pra este caso... A força tarefa pra procurar a criança era muito grande, dividiram as áreas de busca em quadrantes. Eles já estavam se aproximando do local onde o corpo estava. Se eles seguissem a esquemática eles iriam fatalmente descobrir o corpo. E aí surgiu a TEORIA DA DESCOBRTA INEVITÁVEL. Regra: Se a prova derivada foi originada de prova ilícita ela carrega a ilicitude daquela que lhe deu origem. O que nos EUA é Nix vs. USA, aqui vira o artigo 157 e seus parágrafos... Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. § 1 o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL. § 2 o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. § 3 o Preclusa a decisão de desentranhamentoda prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. Próxima aula: Procedimento sumário, sumaríssimo e ordinário. 17 -=-=- 11.09.2014 PROCEDIMENTOS Procedimento é a exteriorização do processo, procedimento é método, maneira através da qual o Estado exterioriza sua jurisdição. Na área criminal a petição inicial pode ser uma Denúncia ou Queixa-Crime. O que se segue a denuncia ou queixa é o nosso objeto de estudo concernente a procedimento. Art. 394 diz que o procedimento é comum ou especial. Os procedimentos especiais são únicos, um dos especiais é o Júri. O júri é criado para determinada categoria de crime, os chamados dolosos contra a vida: aborto infanticídio, homicídio, instigação ao suicídio – NAS SUAS MODALIDADES DOLOSAS! Culposo não entra. Já o procedimento comum poderá ser: ORDINÁRIO, SUMÁRIO OU SUMARÍSSIMO. O procedimento comum é a regra. Se aplica sempre quando não existir procedimento especial. Este procedimento comum também não é único, existe nas três modalidades acima. A diferença entre os procedimentos comuns será, em tese, a complexidade do procedimento. Então o sumaríssimo pretende ser mais célere, menos forma que o sumario e ordinário. Então para enquadrar entre os 3, temos que observar a pena máxima! Sumaríssimo – pena máxima de até dois anos.- Lei 9.099/95. Ordinário – pena máxima MAIOR OU IGUAL A 4 ANOS. Sumário – infelizmente ficou espremido entre um e outro e a lei o deu um espectro muito limitado de abrangência. Pena máxima de 3 anos. Então na prática, é muito raro ver um procedimento sumário, porque poucos crimes tem pena máxima de até 3 anos.Ex. Homicídio culposo, Cárcere Privado. Art. 394. O procedimento será comum ou especial. § 1 o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: ( I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. A denúncia ou queixa-crime é uma pet. Inicial. Requisitos para o MP oferecer inicial: ! – indícios de autoria 2 – fato criminoso 3 – possibilidade de punição Na denuncia o MP vai qualificar o Réu (individualizar o réu, nome, estado civil, profissão, 18 naturalidade, endereço, tudo o que possa tornar aquela pessoa identificável). O MP descreve o fato (individualiza a conduta).Por fim, ele faz a classificação do crime. -- Diante de uma denuncia há duas possibilidades: - Rejeição – extingue o procedimento. Rejeita por se for inepta. A prescrição aqui não é interrompida. - Recebimento – o ato de receber denuncia interrompe o curso do prazo prescricional que começou a correr no dia do fato. Ao receber o juiz determina a citação do acusado. CITAÇÃO DO RÉU Citar é comunicação ao réu que existe contra ele uma acusação. Que foi exercício contra ele o direito de ação, oportunizado o exercício da defesa e contraditório. A citação inválida gente nulidade, não permite o reu o contraditório e ampla defesa. A CITAÇÃO É UM ATO DE COMUNICACAO PROCESSUAL. Art 351 a 369. A citação É PESSOAL! Ou seja, na figura do acusado. Esta citação é feita através de MANDADO, a ser cumprido por oficial de justiça. Se o réu estiver fora do estado é precatória e fora do pais carta rogatória. A citação pelos correios (AR) não é possível. Se o réu é citado através do mandado ou ele comparece ou ele não comparece (REVELIA). Atenção que a Revelia e seus efeitos no processo penal é diferente dos efeitos da revelia no processo civil! No processo civil, o procedimento continua, independentemente da participação da parte citada e os fatos narrados na inicial serão reputados cm verdadeiros No processo penal, seu único efeito é da continuação do procedimento a margem da presença do réu. O procedimento continuará em todos os seus termos, mas os fatos narrados na inicial não serão reputados como verdadeiros, o MP permanece com o ônus de provar aquilo que alega. Aí se nomeia um defensor público ao réu revel e o procedimento prossegue. O réu pode regressar mas vai receber o processo no estado em que ele se encontra. As coisas não serão repetidas porque ele foi citado e não compareceu pq não quis. Existe a situação do réu que é citado por mandado na modalidade por hora certa. Isto está previsto no art. 362: Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Ao comparecer 3 vezes pra citar o réu e suspeitando que ele se oculta, ele vai marcar dia e hora para voltar pela 4ª vez e avisa ao porteiro, mãe, mulher, filho, vizinho... Se ele tiver lá, cita, se não tiver, dá o réu por citado na pessoa que se encontrar no local. O réu citado por hora certa, foi citado. Se ele não comparece se nomeará defensor público. Se o réu estiver em local incerto: não é citado por mandado, o oficial devolve o mandado e certifica que está em local incerto. O juiz então determina a citação por edital. Se ele comparece o procedimento segue. Se ele não comparece (o que ocorre mais comumente) aí o procedimento é SOBRESTADO (suspenso), nos termos do artigo 366 do CPP. O procedimento só prossegue em caso de réu revel que é devidamente citado. A citação por edital é uma citação ficta, não pode se considerar que o réu foi realmente citado. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a 19 produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. O processo vai ficar suspenso SEM PRAZO, a qualquer tempo – enquanto o acusado estiver vivo – o processo pode iniciar. Voltando ao procedimento... Oferendo a denuncia, o juiz, se não rejeita-la, o juiz determinará a citação... Então após a citação há a resposta à acusação. A RESPOSTA À ACUSAÇÃO é a primeira manifestação de defesa do acusado. No processo civil chamamos isto de Contestação. Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. O prazo se inicia do cumprimento do mandato e não da juntada (diferente do CPC que é da juntada). Então se o oficial cumpre o mandado hoje (11 de set, quinta) e cita o acusado, o prazo começará a correr no dia seguinte (12 de set, sexta) (exclui-se o inicio e inclui o vencimento). RESPOSTA À ACUSAÇÃO É A PRIMEIRA oportunidade de defesa. O réu na RAA pode arguir preliminares e alegar aquilo que interessa à sua defesa, além dejuntar docs e requerer provas. Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. § 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. PRELIMINARES Defesas processuais, questões que surgem no curso do processo e que exijam analise do magistrado antes que ele avalie o mérito. No Processo penal o mérito tem a ver com a questão do fato e autoria. Antes então de analisar o fato e autoria o magistrado tem que analisar questões preliminares. Exemplos: nulidades (da citação, prova ilícita e outras), extinção da punibilidade (prescrição), incompetência absoluta do juízo, inépcia da inicial. As preliminares visam a rejeição da denuncia e consequente extinção do procedimento. “alegar tudo o que interesse à sua defesa” – o réu tem mais de um momento para falar ao processo, nos precisamos considerar que existe diferentes defesas pra diferentes réus. Há 20 réus que são culpados mesmo, e não serão absolvidos. Então existem que visam desclassificar, retirar qualificadora, reduzir a pena, absolver... são muitos os tipos. O único tipo de defesa que interessa na resposta de acusação é aquela que pode levar À absolvição sumária do ´réu. E como se chega a esta conclusão? Pelo art 397. – então o objetivo da resposta a acusação é absolvição sumaria do réu. Se chama sumária porque acontece no inicio do processo. Aquela que ocorre no final do processo se chama simplesmente absolvição. Não se utiliza resposta a acusação pra declinar ou outros tipos de tese de defesa. Aqui só se argui aquilo que pode levar a absolvição. As outras teses serão oportunamente arguidas em outras ocasiões. Diferente do processo civil que tem a preclusão consumativa, onde o réu tem que alegar logo TUDO na contestação. Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente. Qnto ao Fato:Não houve fato; ou Houve fato mas não houve crime (ausência de conduta, de dolo, outras causas de atipicidade, excludente de ilicitude de culpabilidade). Qnto a autoria - Autor: ele não é o autor – certeza , não há provas de autoria – há dúvidas (ou ele não é o autor, ou não há provas que ele é o autor) . ORDINÁRIO/SUMÁRIO Denúncia Citação Resposta à Acusação (10 dias) rejeição da denúncia e a extinção do Processo - acolher os preliminares. Absolver sumariamente e extinguir o Processo. Designar AIJ. Aqui nasce a primeira diferença entre procedimento sumário e ordinário. Quando o juiz decide marcar a AIJ (nem rejeita nem absolve). Do dia que ele decide marcar a audiência e o dia que audiência ocorrer tem que ter no máx: Ordinário – 60 dias Sumário – 30 dias. Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. A AIJ deve ser UNA e INDIVISÍVEL. Uma única audiência pra produção de todas as provas. Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. 21 +++++++++++++++ § 1 o O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o poder público providenciar sua apresentação. § 2 o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. --> PRINCIPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. IMPRIMI ATÉ AQUI! -=-=-=-AULA 18.09.2014 Procedimento Resposta a acusação de tem objetivos: 1 – rejeição da denuncia 2 – no mérito: a absolvição sumaria do acusado 3 – requerimento de produção de prova – pq uma vez oferecida resp a acusação, se ele não rejeitar ou absolver sumariamente, vai designar AIJ e nesta instrução é una e indivisível. Onde serão produzidas as provas. Começamos pela oitiva da vítima, depois testemunhas arroladas pelo MP e depois as arroladas pela defesa, depois oitiva de peritos se necessário, reconhecimento de pessoas ou coisas, acareações e POR ÚLTIMO o interrogatório do réu. Quando dizemos que audiência é una e indivisível, significa que todos esses atos de prova devem ser produzidos numa única audiência. E quando dizemos que se aplica o p da identidade física do juiz, significa que ele que deve julgar o fato, pois ele é que tem melhores condições de formar convencimento. Na prática, alguns juízes não observam a unidade da audiência e designam mais de uma audiência e isto é contra a lei. As vezes os juízes excepcionam esta regra. No procedimento ordinário, cada parte por arrolar até 8 testemunhas POR FATO (CRIME) e POR RÉU. No procedimento sumário, cada parte pode arrolar até 5 testemunhas por fato e por réu. Digamos que uma testemunha arrolada pelo MP não comparece, se o MP faz questão de ouvir, a aud vai ser adiada. Ou ele pode abrir mão e prosseguir com a audiência. Se a testemunha foi intimada e não apareceu, o juiz pode suspender a audiência por algumas horas para que a polícia vá até o local onde a testemunha se encontra para a conduzir coercitivamente. Ele não pode tocar a audiência e caso a testemunha chegue ele a ouve. Ele tem que seguir a ordem para ouvir as testemunhas. HÁ UMA HIPOTESE EM QUE O JUIZ PODE MEXER NESSA ORDEM: quando a testemunha vai ser ouvida por carta precatória. Então temos um processo aqui em recife e uma testemunha do mp reside em Petrolina, neste caso, envia-se uma precatória para Petrolina para ouvir aquela testemunha. 22 Na hora que o juiz for fazer a oitiva dos demais sujeitos ele não precisa esperar a carta precatória chegar. Ele só não pode julgar sem precatória. Produzidas as provas em aud, o último ato de instrução probatória é o interrogatório do réu. Se houver mais de um réu eles serão ouvidos separadamente. É possível que o juiz, utilizando-se do art 402, CPP, se as partes tem ainda alguma diligencia a requerer. Por exemplo: acareação dos réus ou entre réu e testemunha, juntada de prova emprestada... Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. As partes querendo diligencias, pode o juiz deferir ou indeferir. Indeferindo - a audiênciaprossegue com o oferecimento de alegações finais ORAIS. Art 403, CPP. 1º o MP e depois a Defesa. Depois segue-se a decisão do juiz (sentença). Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. § 1 o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.. § 2 o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. § 3 o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. AV1: TRAZER COPIA DO TERMO DE AUDIENCIA COM O SEU NOME. SANDRA BELTRAO JUIZA. Nas alegações finais orais o MP vai tentar afirmar que após produção de provas suas afirmações são verdadeiras. Já a defesa vai tentar descontruir o discurso do MP. O MP pode opinar pela absolvição também. OBS: art 403, §3º : memoriais são as alegações finais por escrito. Sucessivo: 5 dias pro MP e depois disso 5 dias pra defesa. Na prática é muito comum substituir as alegações finais por memoriais, por causa da conveniência. Voltando pro 402, de diligencias adicionais. Se alguma parte disser que quer produzir provas e o juiz indeferir, é a mesma coisa: alegações finais e decisão. Caso alguma das partes queiram diligencias e o juiz deferir pode acontecer duas coisas: - pode ser cumprida - pedir prazo Ex. adv do réu pediu acareação entre reu e testemunha e o juiz deferiu. Se puder ser cumprida na hora, se cumpre então. E vai pra alegações finais orais. Se a diligencia deferida exige prazo, não puder ser cumprida na hora, vamos por art 404, CPP. A Audiência será encerrada e 23 quando for cumprida a exigência as partes serão intimadas para oferecer memoriais (alegações finais). Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. Do indeferimento do requerimento de outras diligencias: não cabe recurso, cabe protesto na ata para retomar matéria em recurso posterior. OBS: Outra diferença entre ordinário e sumário – não existe previsão legal no de no procedimento sumario do juiz converter as alegações finais orais para memoriais. Pq o procedimento sumario não tem complexidade, são crimes de penas mto baixa. Então o legislador entende que AS ALEGAÇÕES FINAIS NO PROCEDIMENTO SUMARIO SEMPRE SERÃO ORAISSS!!!! PROCEDIMENTO SUMÁRÍSSIMO – Lei 9.099/95 Se aplica aos crimes de menor potencial ofensivo (pena MÁXIMA não ultrapassa 2 anos). É mto diferente dos procedimentos ordinário e sumário. Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. No sumaríssimo é possível a transação ou conciliação. Diferente do ordinário e sumário. Na delegacia de policia se inicia o TCO (termo circunstanciado de ocorrência). Não se faz inquérito de crime de menor potencial ofensivo. Só consta a ocorrência narrada, nome da vitima e autor e as testemunhas. Muito raramente tem uma periciazinha em questões de lesão corporal p.e. O TCO após ter sido feito pela polícia civil, é enviado para o JECRIM. O procedimento pode ser aplicado por qualquer juiz criminal, desde que não tenha jecrim na comarca. Quando o TCO chega no JECRIM é designada uma audiência preliminar. Art 72 da lei 9099. Esta aud tem a finalidade de conciliação (composição civil) que é um acordo mediado pelo magistrado ou pelo conciliador. Então vai se tentar um acordo entre a vítima e o suposto autor do ato. Este acordo pode ser uma retratação, indenização pecuniária, pedido de desculpas. Qndo o acordo é homologado pelo juiz ESTÁ EXTINTA A PUNIBILIDADE. 24 Então é possível fazer um acordo cível numa questão criminal. Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade. Se as partes não conciliarem o procedimento prossegue na mesma audiência preliminar. Na prática, o pessoal marca outra preliminar para fazer a transação penal, entre o MP e o suposto autor do fato. Este acordo é simples, o MP propõe que o individuo cumpra alguma medida restritiva de direitos, em troca, o MP não oferece denúncia contra o suposto autor. Não importa em confissão, nem equipara-se a uma pena. A pessoa mantém a primariedade e seus bons antecedentes. O juiz homologa o acordo e aí fica extinta a punibilidade. Em 5 anos não pode mais fazer transação penal. REVISAR TRANSAÇÃO PENAL. Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. Se o individuo não aceita a transação penal, ou aceita, mas não cumpre: Aceita mas não cumpre: equivale a não ter aceitado. Ao final da audiência de transação se o suposto autor não aceita, o mp na própria audiência preliminar oferece a denuncia oralmente e o réu já sai citado. Neste caso o juiz marca outra audiência, de I&J. Nesta AIJ aí sim o réu vai oferecer resposta à acusação o juiz vai decidir se recebe ou não a denúncia na audiência. Se ele receber, passamos a produção de provas. Dps teremos as alegações finais ORAIS (jamais teremos memoriais) e aí o juiz proferirá sentença na própria audiência. TRANSAÇÃO PENAL: Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado (não pode propor transação penal qndo): I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa (outra transação), nos termos deste artigo; 25 III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. § 5º Da sentençaprevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. Se o suposto autor do ato não comparece a audiência preliminar, entende-se que ele não quer acordo, então se oferece denuncia e segue. VIDE DECISÃO: STJ HC 34.085 E 33.929. -=-=- 25.09.14 PROCEDIMENTO DO JURI O fundamento de validade do júri está na CF e estabeleceu sua atual configuração. Determinados crimes ou outras decisões que devem ser formadas pelo judiciário são entregues a pessoas do povo. Existe não só no Brasil mas também em outros países como EUA, Inglaterra etc. Órgão com poder jurisdicional, formado não por juiz togado, mas por juízes escolhidos dentre cidadão sem formação jurídica ou não ocupantes de um cargo com atribuição jurídica. Entre nós, no Brasil, o júri ficou restrito a matéria criminal. É assim porque a lei determinou, mas nada impediria que a competência do júri fosse alargada. A competência do júri brasileiro ficou restrita a uma categoria de crimes: Crimes contra a Vida e os seus conexos, consumados ou tentados, DESDE QUE NA FORMA DOLOSAAAA! CF/88, art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Então os outros crimes “seguidos de morte”, roubo, estupro etc, seguidos de morte, não são de competência do júri. O latrocínio por exemplo pertence aos crimes patrimoniais. 26 Este procedimento terá duas fases. 1ª – Fase de Instrução 2ª – Fase de Julgamento A fase em que a gente vê os jurados, debate oral entre promotor e adv de defesa, é a segunda fase. Pra chegar até lá tem a primeira fase, de instrução. O procedimento do júri começa com a denúncia, feito pelo MP, perante a vara do tribunal do júri. O procedimento em si começa no art. 406. Vamos perceber que esta primeira fase, se parece com o procedimento ordinário. Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. resposta a acusação. § 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. § 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. § 3o Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Se o réu não apresentar resposta no prazo determinado, será nomeado o defensor público para oferecer resposta. A única hipótese de suspender o processo é o réu citado por edital que não aparece. O Def. Pub: Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. isto no procedimento ordinário não existe, esta vista ao MP. É uma espécie de réplica. Ouvido o MP o juiz vai designar a AIJ – julgamento da primeira fase. Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate.--> este debate são as alegações finais. Vítimas > Testemunhas do MP > Testemunhas de Defesa > Peritos > Acareações > Reconhecimento de Pessoas > Interrogatório do(s) réu(s). Ao final do interrogatório, não é facultado as diligencias, ele passa direto para as alegações finais que são ORAIS. Que podem ser por memoriais. Na prática alguns juízes até deferem diligencias se for necessário. Após as alegações finais o juiz profere decisão. No ordinário e sumário é uma sentença, Aqui não, aqui a decisão se limita a encerrar o procedimento ou encerrar a primeira fase e iniciar a segunda. 27 § 7 o Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. Art. 412. O procedimento (1ª fase) será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias. contando com a decisão judicial. Vamos às decisões que podem ser dadas ao final da primeira fase: A) Extinção da Punibilidade – se o crime estiver prescrito, morte do agente p.e. Isto aqui não é uma sentença é uma decisão interlocutória mista. B) Desclassificação – tbm decisão interlocutória mista. Aqui o juiz entende que o fato descrito na denúncia se adequa a um outro tipo penal. Capitulação = Adequação Típica. Há duas possibilidades para classificar: B.1 – desclassifica para outro crime doloso contra a vida – ele não só desclassifica como tbm pronuncia através da Pronúncia. B.2 – desclassifica para outro crime NÃO doloso contra a vida – ex: homicídio culposo, lesão corporal, latrocínio... – ele irá remeter o autos para o juízo competente. E lá vai tomar forma do procedimento adequado do juízo competente. B.3 – proferir sentença de absolvição sumária – art. 415, CPP – É chamada de sumária pq é dada antes do conselho de sentença ser formado. Esta decisão é excepcional, pq, em tese, só quem pode condenar ou absolver o réu é o conselho de sentença, os 7 jurados. Para isto acontecer tem que estar muito claro que o réu não é o autor da conduta, o fato não era típico ou sequer existiu. Tem que estar provado. Vejamos. Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: I – provada a inexistência do fato; está claro que sequer houve o fato, se não houve o fato, não pode haver o crime. Ex, mulher sendo acusada de aborto e o laudo pericial é conclusivo de que ela não estava grávida. II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; está provado, tem que ser límpido e cristalino. Pq se não tiver provado, obviamente o juiz não pode absolver. III – o fato não constituir infração penal; o fato não for crime. Ex: aborto espontâneo é fato mas não típico. IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. exclusão tá tbm no crime III. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto- Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. o juiz não pode absolver sumariamente o réu em caso de inimputabilidade (quando a pessoa não tem conhecimento do caráter ilícito do fato ou se tiver não ter determinação dos próprios atos). É possível que seja inimputável e não tenha praticado o ato. O MP tem que provar que o inimputável praticou ato típico e ilícito. Então Se o réu tem como única tese de defesa, dizer que eh inimputável, ou seja, praticou o fato e eh ilícito e típico, então o juiz deve absolver e fixar medida de segurança. Mas se a defesa diz que é inimputável e NÃO FEZ O ATO, o juiz não pode absolver sumariamente. É preciso levar o caso pro conselho de 28 sentença, pra decidir se fez ou não. Se fez, pq é inimputável, vai receber medida de segurança. E se não fez, vai ser absolvido.
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