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Sistema urinário inferior e desenvolvimento do sistema urinário

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Dhara Cavalcante
Turma IX
Sistema urinário inferior e desenvolvimento do sistema urinário
Conceituar vias urinárias
As vias urinárias são constituídas por uma série de órgãos ocos que recolhem a urina, continuamente elaborada nos rins, armazenam-na temporariamente e, por fim, eliminam-na para o exterior.
Descrever a composição tecidual dos cálices renais, pelve renal, ureteres, bexiga urinária e uretra.
Todas essas vias excretoras, exceto a uretra, têm as mesmas estruturas gerais, isto é, uma mucosa (revestida por epitélio de transição), uma muscular e uma adventícia (ou, em algumas regiões, uma serosa).
Os cálices renais, a pelve renal, os ureteres, a bexiga e o segmento inicial da uretra são revestidos por um epitélio de transição, o urotélio, composto de células basais e superficiais.
Entender a distribuição dos tecidos em camadas nos órgãos tubulares.
Os segmentos tubulares do néfron são denominados de acordo com o curso que seguem (contorcido ou reto), a localização (proximal ou distal) e a espessura da parede (espesso ou delgado).
A partir da cápsula de Bowman, as partes sequenciais do néfron consistem nos seguintes túbulos:
• Túbulo contorcido (ou contornado) proximal – origina-se do polo urinário da cápsula de Bowman. Ele segue um curso muito tortuoso ou contorcido e, em seguida, entra no raio medular para continuar como túbulo reto proximal. Células epiteliais cúbicas, que permanecem unidas por junções de oclusão, revestem esse túbulo e têm características estruturais próprias p/ a reabsorção, que são: 
1- um domínio apical com borda em escova bem desenvolvida,composta por microvilos.
2- um domínio basolateral com invaginações e interdigitações extensas da membrana plasmática. 
3- longas mitocôndrias localizadas entre às pregas da membrana plasmática, que fornecem ATP pro transporte ativo de íons através da bomba de sódio e potássio. 
4- sistema vesicular e lisossomos apicais. 
• Túbulo reto proximal (ramo descendente espesso da alça de Henle)– desce até a medula. Revestido por um epitélio cúbico baixo em transição com o revestimento epitelial dos túbulos contorcidos proximais. 
• Ramo descendente delgado (continuação do túbulo reto proximal dentro da medula) – revestido por um epitélio simples pavimentoso. Ele faz uma volta semelhante a um grampo de cabelo e retorna na direção do córtex.
• Ramo ascendente delgado (continuação do ramo descendente delgado após sua volta semelhante a um grampo de cabelo) – revestido por um epitélio simples pavimentoso.
• Túbulo reto distal (ramo ascendente espesso da alça de Henle) – revestido por epitélio cúbico baixo de transição com o revestimento dos túbulos contorcidos distais. É a continuação do ramo ascendente delgado. O túbulo reto distal ascende através da medula e entra no córtex no raio medular para alcançar a vizinhança de seu corpúsculo renal de origem. O túbulo reto distal então deixa o raio medular e faz contato com o polo vascular de seu corpúsculo renal-pai. Nesse ponto, as células epiteliais do túbulo adjacente à arteríola aferente do glomérulo são modificadas para formar a mácula densa. O túbulo distal então deixa a região do corpúsculo e se torna o túbulo contorcido distal.
• Túbulo contorcido (ou contornado) distal – o revestimento deste túbulo é feito por células cubóides mais baixas que às do túbulo contorcido proximal e não apresentam uma borda em escova proeminente. Como no túbulo contorcido proximal, a sua membrana plasmática do domínio basolateral apresentam invaginaçõese abriga mitocôndrias. Esse túbulo é menos tortuoso que o túbulo contorcido proximal; assim, em um corte mostrando o labirinto cortical, existem menos perfis de túbulos distais que perfis de túbulos proximais. Em seu término, o túbulo contorcido distal desemboca em um ducto coletor que se localiza no raio medular através de um túbulo coletor arqueado ou um túbulo mais curto simplesmente denominado túbulo conector. Na parte inicial deste túbulo encontra-se a mácula densa.
A alça de Henle forma toda a porção em formato de U de um néfron.
O túbulo reto proximal, o ramo descendente delgado com sua volta em formato de grampo de cabelo, o ramo ascendente delgado e o túbulo reto distal são em conjunto denominados alça de Henle.
O exame ao microscópio eletrônico dos segmentos delgados de vários néfrons revela diferenças adicionais, como por exemplo a existência de quatro tipos de células epiteliais (Figura 20.20):
• O epitélio tipo I é encontrado nos ramos descendente e ascendente delgados da alça de Henle dos néfrons de alça curta. Ele consiste em um epitélio simples e fino. As células quase não têm interdigitações com as células vizinhas e exibem poucas organelas.
• O epitélio do tipo II, encontrado no ramo descendente delgado dos néfrons de alça longa no labirinto cortical, consiste em epitélio mais alto. Essas células possuem organelas abundantes e têm muitas microvilosidades rombas e pequenas. A extensão da interdigitação lateral com as células vizinhas varia de acordo com a espécie.
• O epitélio do tipo III, encontrado no ramo descendente delgado na medula interna, consiste em um epitélio mais delgado. As células têm uma estrutura mais simples e menos microvilosidades do que as células epiteliais do tipo II. Às interdigitações laterais estão ausentes.
• O epitélio do tipo IV, encontrado na volta dos néfrons de alça longa e através de todo o ramo ascendente delgado, consiste em um epitélio baixo, achatado, sem microvilosidades. As células possuem poucas organelas.
Compreender a composição celular do urotélio e sua importância nas vias urinárias.
O epitélio de transição (urotélio) reveste as vias excretoras que saem dos rins. Esse epitélio estratificado é essencialmente impermeável aos sais e à água. O epitélio começa nos cálices menores como duas camadas celulares e aumenta para quatro a cinco camadas aparentes no ureter (Figura 20.25) e até seis ou mais camadas na bexiga vazia. Entretanto, quando a bexiga é distendida, umas poucas três camadas são visualizadas. Essa alteração reflete a capacidade das células de se acomodarem à distensão. As células na bexiga distendida, particularmente as grandes células superficiais e aquelas nas camadas abaixo, achatam-se e se desdobram para acomodar a área de superfície crescente, parecendo um epitélio estratificado pavimentoso. À medida que as células se desdobram e se achatam individualmente, a aparência resultante é de três camadas “verdadeiras”. Às placas apicais do urotélio criam um domínio espessado capaz de ajustar-se a grandes mudanças na área superficial. 
Na bexiga vazia, as células epiteliais superficiais geralmente são cúbicas e se abaulam para dentro da luz. Frequentemente elas são descritas como células em “formato de cúpula” ou “guarda chuva” por causa da curvatura da superfície apical (ver Figura 20.25). Quando examinada com o MET, a membrana plasmática exibe um aspecto não habitual (p. ex., áreas modificadas da membrana plasmática denominadas placas são observadas). Essas placas parecem ser mais rígidas e mais espessas (até 12 nm) do que o restante da membrana plasmática apical. Os filamentos de actina são observados alongando-se da superfície interna das placas até o citoplasma. Na bexiga não distendida, as placas conferem à superfície luminal das células um contorno recortado irregular. Cada célula parece dobrar-se para dentro de si mesma. Devido a essa dobradura, as placas aparecem como uma série de vesículas fusiformes. No entanto, suas luzes estão em continuidade com o exterior da célula. À medida que a bexiga se distende, as vesículas fusiformes desdobram-se e se tornam parte da superfície conforme a célula se alonga e se achata. 
Essa mucosa revestida por urotélio é circundada por uma lâmina própria fibroelástica e uma camada de músculo liso. Mais externamente é circundado por uma adventícia que contém tecido adiposo. 
Nomear as partes da uretra masculina e identificar o epitélio encontrado em cada parte.
No homem, a uretra serve como o ducto terminaltanto para o sistema urinário quanto para o genital. Ela têm cerca de 20 cm de comprimento e tem três segmentos distintos:
• A uretra prostática estende-se por 3 a 4 cm a partir do colo da bexiga através da próstata. Ela é revestida por epitélio de transição (urotélio). Os ductos ejaculadores do sistema genital entram na parede posterior desse segmento, e muitos ductos prostáticos pequenos também se esvaziam nesse segmento.
• A uretra membranosa estende-se por cerca de 1 cm do ápice da próstata até o bulbo peniano. Ela passa através do diafragma urogenital do assoalho pélvico e entra no períneo. O músculo esquelético do diafragma urogenital que circunda a uretra membranosa forma o esfíncter externo da uretra (voluntário). O epitélio de transição termina na uretra membranosa. Esse segmento é revestido por um epitélio estratificado ou pseudoestratificado colunar que se assemelha mais ao epitélio do sistema ductal genital do que ao epitélio das porções mais proximais do sistema ductal urinário.
• A uretra peniana (esponjosa) estende-se por cerca de 15 cm através do comprimento do pênis e se abre na superfície do corpo na glande do pênis. A uretra peniana é circundada pelo corpo esponjoso, quando ela passa pelo comprimento do pênis. É revestida por epitélio pseudoestratificado colunar, exceto em sua extremidade distal, onde é revestida por epitélio estratificado pavimentoso contínuo com o da pele do pênis. Os ductos das glândulas bulbouretrais (glândulas de Cowper) e das glândulas uretrais secretoras de muco (glândulas de Littré) desembocam na uretra peniana.
Comparar a uretra masculina e feminina.
Na mulher, a uretra é curta, medindo 3 a 5 cm de comprimento da bexiga até o vestíbulo da vagina, onde normalmente termina imediatamente posterior ao clitóris. A mucosa é tradicionalmente descrita como possuindo pregas longitudinais. Como na uretra masculina, o revestimento é inicialmente epitélio de transição, uma continuação do epitélio vesical, porém altera-se para epitélio estratificado pavimentoso antes de seu término. Alguns pesquisadores relataram a presença de epitélio estratificado colunar e pseudoestratificado colunar na porção média da uretra feminina.
Numerosas glândulas uretrais pequenas, particularmente na porção proximal da uretra, abrem-se na luz da uretra. Outras glândulas, as glândulas parauretrais, que são homólogas da próstata no homem, secretam nos ductos parauretrais comuns. Esses ductos abrem-se de cada lado do óstio externo da uretra. Eles produzem uma
secreção alcalina. A lâmina própria é uma camada altamente vascularizada de tecido conjuntivo que se assemelha ao corpo esponjoso no homem. Onde a uretra penetra no diafragma urogenital (parte membranosa da uretra), o músculo estriado dessa estrutura forma o esfíncter externo da uretra (voluntário).
Entender a origem embrionária do rim.
Os rins, que no início se localizam na região pélvica, migram cranialmente de forma gradual, atingindo o abdômen (Figura 38.4). O alongamento da porção inicial de seu dueto forma o ureter. A posição final resulta, na realidade, do crescimento da parte caudal do embrião em direção oposta aos rins, fazendo com que eles ocupem, pouco a pouco, posições mais altas. O hilo renal, que no início está voltado ventralmente, rota 90º à medida que o rim ascende, tomando posição anteromedial.
Inicialmente, quando os rins estão posicionados na região sacra!, eles são nutridos pelas artérias ilíacas internas. À medida que "ascendem" para o abdome, eles passam a receber suprimento sanguíneo de vasos próximos a eles. Atingindo níveis mais altos e, finalmente, sua posição definitiva, recebem sangue de novos ramos da aorta em nível correspondente, e os ramos inferiores involuem e desaparecem.
Compreender a formação dos três sistemas renais: pronefro, mesonefro e metanefro.
Os túbulos renais, originados nas várias alturas do corpo do embrião, possuem características próprias, e, na realidade, surgem três sistemas renais sucessivos, com rápida superposição cronológica: o pronefro, o mesonefro e o metanefro (Figura 38. 1 ). No homem, os dois primeiros são vestigiais, e o metanefro formará. o rim definitivo. O mesonefro, no ser humano do sexo masculino, terã importantes contribuições para o desenvolvimento das gônadas.
1.1 Pronefro
O pronefro é o primeiro rim a surgir no ensaio da organogênese urogenital humana.
Assim como surge precocemente, também seu desaparecimento é rápido.
O pronefro surge no ser humano no início da quarta semana. Ele é constituído por aglomerados celulares ou por estruturas tubulares situadas na região cervical, na altura dos quatro ou cinco últimos somitos cervicais e dos dois ou
três primeiros torácicos (Figura 38.1). Os duetos que se formam progridem em direção caudal, desembocando na cloaca. Precocemente, o pronefro degenera, mas a maior parte de seus duetos é utilizada pelos rins que o sucedem. Assim, esses duetos recebem diferentes denominações conforme a região em que se localizam. Na porção cranial, é conhecido por dueto pronéfrico e, na porção média e caudal, é chamado de ducto mesonéfrico ou de Wolff O pronefro é o rim persistente das larvas de anfíbios, dos ciclóstomos e de alguns teleósteos.
No ser humano, o pronefro desaparece precocemente, e, no final do primeiro mês, todos os indícios do sistema pronéfrico também desaparecem. Os glomérulos não chegam a se estabelecer.
1.2 Mesonefro
O mesonefro surge na região toracolombar, quando os rins pronéfricos começam a
degenerar.
À medida que o sistema pronéfrico degenera, começam a surgir, no final da quarta semana, os primeiros túbulos mesonéfricos na região toracolombar (entre o sétimo somito torácico e o terceiro lombar) (Figura 38.1). O mesonefro será o rim dos anfíbios e da maioria dos peixes. Em certos mamíferos, como coelho, gato e porco, parece existir certa funcionalidade do mesonefro durante a vida fetal, mas, no homem, a sua participação em atividades excretoras é duvidosa. As unidades mesonefrogênicas formam-se de massas do mesoderma intermediário que se toma tubuloso e adquire a forma de S. As extremidades livres desses túbulos, voltadas à cavidade celomática, dilatam-se e invaginam, constituindo uma cápsula bilaminar, a cápsula de Bowmann (Figura 38.S). Essas extremidades são invaginadas devido ao surgimento de tufos de capilares in situ, que se conectam com aproximadamente 20 ramos arteriais de cada lado da aorta. Suas extremidades opostas, distais, desembocam no dueto pronéfrico, chamado agora de ducto mesonéfrico. A parte intermediária dos túbulos mesonéfricos alonga-se e torna-se extremamente contorcida. Na metade do segundo mês, apresentam-se dois rins alongados e ovoides de cada lado da cavidade abdominal, os quais se projetam na cavidade celômica. Enquanto estão surgindo os túbulos mesonéfricos na região lombar, aqueles da região torácica e seus glomérulos jâ começaram a degenerar. No final do segundo mês, a maior parte dos túbulos excretores degenera. Os ductos mesonéfricos (de Wolff) e alguns túbulos mesonéfricos caudais persistem nos indivíduos do sexo masculino e contribuirão para a formação de ductos genitais. Nos indivíduos do sexo feminino, apenas permanecerão como remanescentes vestigiais. 
1.3 Metanefro: rim permanente
O metanefro é o rim permanente dos répteis, aves e mamíferos. 
Ele surge na região pélvica e é formado por duas regiões, o broto uretérico e o blastema metanefrogênico. Esse terceiro órgão urinário inicia seu desenvolvimento no início da quinta semana, e seis semanas mais tarde já começa a funcionar. O metanefro se forma, ao passo que o mesonefro regride. O metanefro é o rim definitivo dos répteis, das aves e dos mamíferos. A urina fetal é misturada ao líquido amniótico, o qual é deglutido e absorvido pelo intestino. Em algumas malformações, como na agenesia renal (ausência de rins) ou na obstrução renal, o líquido amniótico estará consideravelmente diminuído, constituindo o oligoidrâmnio. O metanefro origina-se na região pélvica, no nível do segundo e do terceirosomitos sacrais e é formado por duas porções de origem embriológica distintas: o broto uretérico e o mesoderma ou blastema metanefrogênico.
Descrever as estruturas que formam o metanefro: o broto uretérico e o blastema metanefrogênico.
O broto uretérico - sistema coletor: consiste em um divertículo dorsal da porção caudal do ducto mesonéfrico, próximo de sua desembocadura na cloaca
(Figuras 38. 1, 38.2 e 3o.4). Ela surge na quarta semana e originará o ureter, os bacinetes, os cálices e os ductos coletores. A porção proximal desse broto alonga-se para construir o futuro ureter, e a porção distal alarga-se e forma expansões digitiformes para formar a pelve renal (Figura 38.5 ). A pelve divide-se nos cálices maiores, que, penetrando no blastema metanefrogênico, dão origem a novas subdivisões que continuam se ramificando até 3 gerações. Os cálices maiores absorvem os duetos da terceira e quarta gerações, que se transformam nos cálices menores da pelve renal. Os tubos coletores são originados, portanto, dos tubos da quinta geração em diante. 
O blastema metanefrogênico - sistema excretor: inicialmente, o blastema metanefrogênico adquire a forma de uma coifa sobre a extremidade distal do broto uretérico. A medida que os futuros túbulos coletores vão
se ramificando, aglomerados de células mesenquimais do mesoderma metanefrogênico formam grupos de células nos lados dos tubos (Figura 38 . 6). Esses grupos celulares se diferenciam e formam pequenas vesículas - as vesículas renais-, que se originam por um processo de indução dos tubos coletores arqueados. As vesículas renais originam os tubos em forma de S. A extremidade distal deste S (futuro túbulo contorcido distal) estabelece contato com um tubo coletor, e, logo em seguida, esses dois túbulos tornam-se confluentes (Figura 38.6D e E ). A extremidade proximal do S torna-se invaginada pelos glomérulos, que também estão se formando, dando origem à cápsula de Bowman. O contínuo alongamento do túbulo renal resulta na formação do túbulo contorcido proximal, alça de Henle e túbulo contorcido distal. Assim, o túbulo urinífero desenvolve-se a partir de duas partes embriologicamente distintas: o néfron, resultando do blastema metanefrogênico, e o tubo coletor, derivado do broto uretérico (Figura 38.6).
Entender o processo de formação da uretra e bexiga urinária.
A bexiga é formada a partir da porção vesicouretral do seio urogenital.
Em fase precoce, na cloaca, desembocam lateralmente os ductos mesonéfricos (de Wolff). Dorsalmente, a comunicação é feita com o intestino posterior, e, ventralmente, emana o alantóide (Figuras 38.1 e 38.4). Os ductos paramesonéfricos ( de Müller) penetram na parte dorsal, mas já no seio urogenital.
Entre a quarta e a sétima semanas de desenvolvimento, forma -se um septo urorretal entre o alantóide e o intestino posterior e que, crescendo caudalmente, se funde com a membrana cloacal. Dessa maneira, a cloaca, que era comum aos sistemas urinário e digestório, torna-se dividida, ficando o reto em posição dorsal e o seio urogenital em posição ventral. A membrana cloacal, da mesma maneira, fica dividida em uma membrana anal, dorsal e outra membrana urogenital, ventral.
Entre ambas desenvolve-se o períneo (Figura 38.4). O seio urogenital pode ser dividido em duas partes:a porção vesicouretral e a porção fálica.
Porção vesicouretral : sua maior parte formará a bexiga. lnicialmente, a bexiga é contínua com o alantoide, mas este começa a sofrer constrição e oblitera o seu lúmen. Dessa maneira, o alantoide torna-se um cordão fibroso , formando o úraco, que prende o ápice da bexiga ao umbigo. O ligamento umbilical mediano, no adulto, é derivado d o úraco (Figura 88.4).
A porção vesicouretral recebe os ductos mesonéfricos (de Wolff) e os ureteres. Como já foi visto, os ureteres são brotamentos dos ductos mesonéfricos e, portanto,
primitivamente, na face dorsal da cloaca , desembocavam apenas os ductos mesonéfricos, e nestes, os ureteres (Figura 38.7). As modificações que a porção vesicoureteral sofre resultarão nas aberturas independentes dos ductos mesonéfricos (futuros ductos deferentes) e ureteres (Figura 38.7A e D ). Gradativamente, a parede do canal vesicouretral vai incorporando a porção inicial
dos ductos mesonéfricos, culminando na absorção também da porção inicial do brotamento uretérico do ducto mesonéfrico. O resultado será as aberturas independentes dos duetos mesonéfricos e dos ureteres (Figura 38.7).
Posteriormente, ocorre um deslocamento do local de desembocadura e, em consequência, os ureteres migram cranialmente, desembocando na porção superior da porção vesicouretral (bexiga). Assim, os ductos mesonéfricos (ductos ejaculadores, partes caudais dos canais deferentes) desembocarão na sua parte caudal, onde se formará a uretra prostática (Figura 38.70). O epitélio deste local proliferará para originar a próstata. No sexo feminino, a maior parte dos duetos mesonéfricos degenera posteriormente.
Porção fálica: está em continuação com a porção vesicouretral, à qual permanece ligado por uma estreita constrição. Em ambos os sexos, estende- se para o tubérculo genital. No homem, formará a uretra cavernosa e, na mulher, ficará incorporada ao vestíbulo vaginal. O desenvolvimento da uretra peniana será analisado no sistema genital.
Entender a origem embrionária das glândulas suprarrenais.
As suprarrenais apresentam uma região cortical, derivada de epitélio celomático (epitélio de origem mesodérmica), e uma região medular formada de células migratórias das cristas neurais .
As suprarrenais apresentam uma região corticais e uma região medular que têm origens embriológicas diferentes. O córtex é formado a partir do epitélio celomático (mesoderma), ao passo que a medula se forma de células do neuroectoderma (migração de células da crista neural) (Figura 38.9).
Para a formação do córtex da adrenal, ocorrem duas migrações de células do epitélio celomático, situado entre o mesentério dorsal e a gônada em desenvolvimento. A primeira onda de proliferação e de migração dessas células mesenquimais ocorre em torno da sexta semana e vão constituir o córtex fetal. A segunda onda migratória ocorre no final do terceiro mês, resultando na formação do córtex definitivo.
A medula das adrenais é derivada de simpatogônias que migram de um gânglio simpático adjacente à glândula em formação.
O córtex fetal, inicialmente muito desenvolvido, apresenta redução na vida pós-natal, desaparecendo completamente no segundo ano de vida. O córtex permanente e a medula continuam se desenvolvendo após o nascimento.
A diferenciação das zonas corticais (zona glomerular e zona fasciculada) já tem início no final do período fetal, mas a zona reticulada só passa a ser reconheclvel no final do terceiro ano de vida.
Pontuar as possibilidades de malformações na formação do sistema urinário.
Malformações congênitas
As anomalias no desenvolvimento do sistema urinário estão relacionadas ao posicionamento anormal , a duplicações do trato urinário superior ou a variações no suprimento sanguíneo.
Rim policístico: as porções excretoras e coletoras têm origem embriológica diferentes do blastema metanefrogênico e do broto uretérico, respectivamente. Durante o desenvolvimento, perfeitas conexões ocorrem entre as duas unidades, permitindo um fluxo de urina do glomérulo à pelve renal. Se essas junções não ocorrem, serão formados cistos de pequeno a grande diâmetro, determinando
uma grave insuficiência renal. Essa malformação pode ser decorrente da falta de união da porção distal do néfron com os túbulos coletores ou de um desenvolvimento anormal do sistema coletor, quando os túbulos coletores deixam de se ramificar normalmente, sofrendo dilatação clstica, resultando na ausência de quantidade suficiente de néfrons que se formam do blastema metanéfrico. Essa segunda hipótese parece ser hoje a mais aceita. Outra hipótese a ser considerada é que os cistos seriam originários de néfrons rudimentares que normalmente
devem degenerar.
Agenesia renal: aagenesia renal, ausência de um rim, pode não causar sintomas, uma vez que o outro rim é capaz de desempenhar as funções do rim ausente. A agenesia bilateral é rara e incompatível com a vida pós-natal. Essa malformação ocorre em decorrência da não formação do broto uretérico ou de sua degeneração. Na falta desse broto, não haverá indução do blastema metanéfrico para a formação dos nefrons.
Rins ectópicos: os rins têm sua formação na região pélvica, mas normalmente sobem e passam a localizar-se na região lombar. O rim pélvico e outras formas de rim baixo são resultado da falta de "ascensão" do órgão. A posição anômala pode ser de um ou de ambos os rins. Quando os dois rins não sobem, podem resultar fusionados, formando uma massa arredondada conhecida como rim em "ferradura• ( Figura 38. 8B). Um caso mais raro de ectopia é do rim unilateral com fusão
(Figura 38.SC). A fusão dos dois rins ocorre quando eles ainda estão na pelve renal. A ascensão de um deles para a posição normal leva o outro consigo. 
Rotação anormal do rim: os rins rotam quase 90º durante a subida, e assim o hilo, que na pelve estava voltado para região ventral, quando atinge a região lombar, já está em direção anteromedial. No caso de rotações anormais, o hilo não estará voltado para a região anteromedial, podendo estar voltado para uma posição dorsal (rotação excessiva), posição ventral (falta de rotação) ou posição lateral (má rotação).
Ureteres duplos: anormalmente, os brotos uretéricos podem se dividir parcial ou completamente. A divisão parcial resulta em um rim dividido com ureter bífido (Figura 38.8D). A divisão completa resulta em um rim supranumerário com ureter bífido, ou com ureteres separados (Figura 38.8E e F ). No caso de um rim supranumerário com seu próprio ureter, provavelmente houve a formação de um broto uretérico supranumerário (Figura 38.8F).
Cisto e fistula do úraco: a porção do alantoide, situada no abdome e que se estende do umbigo para o ápice da bexiga, constitui o úraco. No adulto, o derivado do úraco, após seu fechamento, é o ligamento umbilical mediano. Quando o lúmen do úraco persiste na sua total extensão, a urina pode ser eliminada pelo umbigo, constituindo a fistula do úraco. O cisto do úraco corresponde à anomalia em que se observa que apenas uma área localizada no úraco conserva o lúmen, podendo ser ocasionadas dilatações clsticas.
Extrofia da bexiga: é uma malformação muito rara e deve-se a um fechamento incompleto na linha média da parede abdominal anterior, na sua parte inferior.
O não fechamento atinge ainda a parede anterior da bexiga urinária. Acredita-se que seja devida à falta de células mesenquimais migratórias entre o ectoderma de recobrimento da parede abdominal e o seio urogenital, impossibilitando, portanto, a formação muscular na região. Mais tarde, como a epiderme e a parede anterior da bexiga se encontram muito delgadas, rompem-se com facilidade, ocasionando a livre comunicação da mucosa da bexiga urinária com o meio exterior.

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