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Sujeitos do processo (partes e seus procuradores; juiz e auxiliares).
Conhecendo os pressupostos subjetivos do processo.
1. PARTES E PROCURADORES
Partes designa conjuntamente quem ocupa um dos polos no processo. Parte é aquele em nome de quem se pede e contra quem se pede uma providência jurisdicional. É todo aquele que se encontra num contraditório perante o juiz e pode ser atingido pela sentença.
Como a parte é leiga, acaba por necessitar de profissional com conhecimentos técnicos para auxiliar na postulação e defesa de seus interesses. Assim, a parte é, via de regra, representada pelo advogado - artigo 133 da CF. O advogado recebe uma procuração com a cláusula ad judicia, a cláusula ad judicia et extra e, eventualmente, a cláusula ad negotia. O advogado atuará nos limites dos poderes que foram conferidos no instrumento procuratório e receberá a remuneração contratada e, em sendo bem-sucedido nas defesas e postulações, poderá ter arbitrada a verba honorária em seu favor, a serem pagos pelo ex adverso vencido no processo.
As partes e procuradores sujeitam-se a deveres e responsabilidades, com atuação norteada pela boa-fé processual. Por outro lado, a parte que não gozar de gratuidade judiciária, deverá recolher as despesas processuais. Note-se que as partes e os advogados podem chegar até a finalização do processo, podendo ocorrer em outros processos o fenômeno da sucessão, retirando-se uma parte ou um advogado da relação processual. Ainda, a parte o e o advogado devem demonstrar capacidade. Todos esses temas estão, em grande parte, concentrados nos artigos 70 a 77 do CPC.
"As partes na demanda são os sujeitos que pedem e contra quem se pede tutela jurisdicional, enquanto partes no processo são os sujeitos titulares de situações jurídicas que, em contraditório, participam da relação jurídica processual. Mesmo que porventura somente sendo parte no processo, e não na demanda, é inegável que o terceiro, ao ingressar na relação jurídica processual, se torna parte. Na realidade, não existe uma terceira hipótese: o sujeito ou é terceiro ou é parte, se prestando à nomenclatura intervenção de terceiro apenas para designar um ex-terceiro que agora é parte."
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil - Lei 13.105/2015. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015. v. 1, p. 51.
1.1. CAPACIDADE
A capacidade para estar em juízo é atribuída, por lei, a aquele que estiver no exercício de seus direitos – CPC, art. 70.
Em verdade, o termo capacidade é uma palavra ambígua, assim como o direito, podendo admitir mais de uma acepção, encerrando conteúdo semântico diferente. Portanto, a capacidade é diferenciada pelo qualificativo e, para efeitos deste estudo, temos a: (a) capacidade civil; (b) capacidade processual.
A capacidade civil é gênero que se liga ao direito material (substantivo) e admite duas espécies: (a) capacidade civil de direito; e (b) capacidade civil de exercício. A capacidade civil de direito é a aptidão de contrair obrigações e possuir direitos em nome próprio, o que começa, para a pessoa física, com o nascimento com vida (art. 2º do CC) e com o registro da constituição para pessoa jurídica (art. 45, CC e 114 da LRP). Já a capacidade civil de exercício trata do direito de praticar, por si mesmo, atos da vida civil – ex.: assinar um contrato ou escritura pública.
A capacidade, em termos processuais, é gênero que se liga ao direito adjetivo e admite também espécies: (a) capacidade de ser parte; (b) capacidade de agir em juízo ou capacidade processual; e (c) capacidade postulatória. Por sua vez, a capacidade de ser parte, também chamada capacidade de estar em juízo, é a capacidade simplesmente de ser autor ou réu na demanda.
Note-se que um menor de dois anos de idade, um louco ou um interditado, qualquer deles, pode ser parte em um processo, ou seja, figurar no polo passivo ou ativo. Ex.: anulação de doação a filho menor impúbere. Por outro lado, a capacidade de agir em juízo ou capacidade processual refere-se a quem tenha aptidão de realizar os atos processuais que dependam da parte, por exemplo, assinar procuração, prestar depoimento pessoal, ou seja, agir em juízo. No mesmo exemplo do menor, quem age em juízo é o seu representante legal. O menor tem capacidade de ser parte, mas por estar desprovido da capacidade civil, a lei elege outro que será dotado da capacidade processual (agir em juízo). Nessa esteira, haverá representação para os absolutamente incapazes e assistência aos relativamente incapazes; admitindo-se ainda as figuras do tutor ou do curador, conforme disposição legal – arts. 71 e 72 do CPC. A capacidade pode ser limitada quando a parte for casada, necessitando de consentimento do outro consorte para propor ação em que se discutir direito real sobre imóvel de propriedade comum, salvo se o regime de casamento for o da separação absoluta de bens ou que haja suprimento judicial – CPC, arts. 73 e 74. A representação da União ou ente federado, massa falida, condomínio, dentre outros, é definida por lei – CPC, art. 75. O juiz poderá abrir prazo para regularização da incapacidade processual – CPC, art. 76. Por fim, a capacidade postulatória é aquela atribuída a quem pode assinar tecnicamente as peças processuais. Normalmente a lei atribui a um advogado, mas há casos a própria parte fica investida do jus postulandi, como no caso dos processos que correm no Juizado Especial Cível (art. 9º, Lei 9.099/95) e também na Justiça do Trabalho (art. 791, Decreto-Lei 5.452/1943, CLT).
A capacidade civil difere da legitimidade (art. 17 do CPC), pois aquela é genérica e esta é específica. Assim, alguém pode ter legitimidade civil, no sentido de estar de posse do seu direito como cidadão, sendo proprietário ou contraindo dívidas em seu nome; mas a legitimidade é tema processual, pressupõe ser parte em uma relação processual.
Adquirida a personalidade jurídica, toda pessoa passa a ser capaz de direito e obrigações. Possui, portanto, capacidade de direito ou de gozo. Todo ser humano tem, assim, capacidade de direito, pelo fato de que a personalidade jurídica é atributo inerente à sua condição. Nem toda pessoa, porém, possui aptidão para exercer pessoalmente os seus direitos, praticando atos jurídicos, em razão de limitações orgânicas ou psicológicas. Se puderem atuar pessoalmente, possuem também capacidade de fato ou de exercício. Reunidos os dois atributos, fala-se em capacidade civil plena. Nesse sentido: "a capacidade de direito confunde-se, hoje, com a personalidade, porque toda pessoa é capaz de direitos." (Orlando Gomes). Mas não há que se confundir, por outro lado, capacidade e legitimidade. Nem toda pessoa capaz pode estar legitimada para a prática de determinado ato jurídico. A legitimação traduz uma capacidade específica.
GAGLIANO, Pablo Stolze & PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil - Parte Geral. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 1, p. 137.
1.2. DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES
O principal dever das partes é se portar com boa-fé e cooperação com a Justiça. Notadamente, esses deveres envolvem a obrigatoriedade de exposição da verdade; a abstenção de realizar pedido ou requerimento sabidamente desprovido de fundamento; não provocar dilação probatória desnecessária aos fins do processo; não obstaculizar o cumprimento de decisões judiciais, sejam provisórias ou definitivas; manter atualizado o endereço onde receberá intimação e, ainda, abster-se de provocar inovação ilegal nos fatos atinentes aos bens ou direitos em litígio no processo.
A infringência desses deveres pode ocasionar advertência e, em caso de recalcitrância, a configuração de ato atentatório à dignidade da justiça, sem prejuízo da fixação de multa de natureza fiscal, independente de aplicação de outras multas processuais previstas em favor da parte adversa, bem como responsabilização civil e criminal - CPC, art. 77, incisos e parágrafos.
Ainda, qualquer partícipe do processo deve atuar com urbanidade e não poderá lançar palavras ofensivas. Em sendo expressões escritas,poderá o juiz determinar que sejam riscadas tais expressões escritas e entregue certidão de inteiro teor ao ofendido. Em sendo expressões orais ou por gestos, presenciais, seguirá advertência judicial, podendo ser cassada a palavra do infrator - CPC, art. 78, §1º 2º.
Portanto, são todos atos iniciados com atuação da parte em conjunto com seu advogado. Basta ver tais deveres para se concluir que também abrangem os patronos das partes (os advogados).
ATENÇÃO! NA COLISÃO DE PRINCÍPIOS, PODERÁ A AMPLA DEFESA SE SOBRESSAIR NO CASO CONCRETO.
"Embora não tenha sido expressamente contemplada no CPC, uma interpretação sistemática da nossa legislação processual, inclusive em bases constitucionais, confere ampla legitimidade à aplicação da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova, segundo a qual esse ônus recai sobre quem tiver melhores condições de produzir a prova, conforme as circunstâncias fáticas de cada caso. A litigância de má-fé deve ser distinguida da estratégia processual adotada pela parte que, não estando obrigada a produzir prova contra si, opta, conforme o caso, por não apresentar em juízo determinados documentos, contrários à suas teses, assumindo, em contrapartida, os riscos dessa postura. O dever das partes de colaborarem com a Justiça deve ser confrontado com o direito do réu à ampla defesa, o qual inclui, também, a escolha da melhor tática de resistência à pretensão veiculada na inicial. Por isso, o comportamento da parte deve sempre ser analisado à luz das peculiaridades de cada caso."
STJ - REsp 1286704/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/10/2013, DJe 28/10/2013.
1.3. RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL E A MULTA
O dano processual é caracterizado quando a parte ou o interveniente incorrer em litigância de má-fé. A parte ou o interveniente que obrar em litigância de má-fé se sujeitará ao ônus patrimonial, respondendo por perdas e danos – CPC, art. 79.
A litigância de má-fé configura-se no peticionamento contra fato incontroverso ou em afronta a texto expresso de lei; na alteração da verdade dos fatos; na utilização do processo para obtenção de finalidade ilícita; na resistência, sem justificação plausível, à marcha natural do processo; provocar incidentes ou atos temerários ou infundados no processo; e, ainda, utilizar o recurso de modo meramente protelatório, apenas para evitar o trânsito em julgado da decisão – CPC, art. 80.
O juiz poderá reconhecer a litigância de má-fé, seja de ofício ou a requerimento da parte, aplicando multa entre um por cento e dez por cento do valor corrigido da causa, sem prejuízo da condenação em indenização dos prejuízos que restarem comprovados (perdas e danos em valor fixado pelo juiz ou apurado em liquidação nos próprios autos), honorários advocatícios e todas as despesas processuais. Todavia, se o valor da causa for irrisório, o juiz poderá fixar a multa em até dez salários-mínimos. Havendo pluralidade de litigantes de má-fé, haverá o rateio, observando a proporcionalidade no respectivo interesse na causa, admitindo-se a solidariedade se comprovado que os litigantes se juntaram com o fim uníssono de lesar a parte contrária – CPC, art. 81 e §§.
QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NO PROCESSO? 
"A aplicação de penalidades por litigância de má-fé exige dolo específico, perfeitamente identificável a olhos desarmados, sem o qual se pune indevidamente a parte que se vale de direitos constitucionalmente protegidos (ação e defesa) - STJ, REsp 916.269. Para a condenação em litigância de má-fé, faz-se necessário o preenchimento de três requisitos, quais sejam: que a conduta da parte se subsuma a uma das hipóteses taxativamente elencadas no art. 17 do CPC; que à parte tenha sido oferecida oportunidade de defesa (CF, art. 5º, LV); e que da sua conduta resulte prejuízo processual à parte adversa - RSTJ 135/187, 143/136."
NEGRÃO, Theotonio; GOUVÊA, José Roberto F.; BONDIOLI, Luís Guilherme A.; FONSECA, João Francisco N. da. Código de Processo civil e legislação processual em vigor. 45. ed. rev. e atual. - São Paulo: Saraiva, 2013, p. 134.
1.4. SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES
O tema da sucessão das partes e dos procuradores refere-se à substituição processual ou alteração subjetiva da lide e sofre restrições legais no caso de sucessão voluntária entre as partes – CPC, art. 108.
Assim, a sucessão processual pode ser vista sob o prisma formal (como representante, ex.: mudança de administrador da pessoa jurídica; quando o menor atinge a maioridade; substituição do advogado) ou material (como parte, ex: cedente ou alienante – art. 286 e 299 do Código Civil). São exemplos também de casos de alteração subjetiva: a morte da parte, revogação ou renúncia do mandato.
É admitido o ingresso do adquirente ou cessionário da coisa ou do direito litigioso como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente, mas não poderá suceder o alienante ou cedente, como parte, sem expresso consentimento da parte contrária. Assim, não é automática a alteração da legitimidade das partes, aliás, a regra é exatamente o contrário, ou seja, pela inalterabilidade da legitimidade ante a alienação por ato entre vivos, a título particular. Todavia, a sentença produz efeitos para as partes primitivas e para o adquirente ou cessionário – CPC, art. 109 e §§. Mas a sucessão ocorrerá nas hipóteses ressalvadas em lei. Então, no caso de morte de uma das partes, o espólio ou sucessores assumirão o polo em lugar do de cujus - CPC, art. 110.
Quanto aos poderes do advogado, a parte pode revogar ou o advogado pode renunciar.
No caso de revogação da procuração dada a advogado, a parte pode constituir no mesmo ato novo patrono ou utilizar o prazo de 15 dias. Expirado esse prazo sem providência de regularização, poderá ocorrer à revelia, a extinção do processo, o não conhecimento do recurso ou desentranhamento das contrarrazões, a depender de quem seja o omisso nessa regularização da representação processual - CPC, art. 111, caput e parágrafo único c/c art. 76.
A renúncia ao mandato é ato em que o advogado comunica a parte mandante de que não mais se interessa em continuar a prestar os serviços advocatícios, solicitando que a parte possa constituir novo patrono. A atuação do advogado renunciante se estenderá em até 10 dias após a notificação da renúncia à parte mandante, todavia, somente poderá praticar atos processuais nos limites do necessário para prevenir prejuízo ao cliente mandante. A obrigatoriedade de comunicação da renúncia ao mandante não se aplica quando a procuração for outorgada a vários advogados e apenas um ou alguns renunciarem o mandato, continuando os demais a prestarem os serviços; em tais casos, a renúncia será comunicada diretamente nos autos - CPC, art. 112 e §§ 1º e 2º.
SAIBA MAIS: NA SUCESSÃO DO PROCURADOR HÁ DIFERENCIAÇÃO DE TRATAMENTO NA RESERVA DE HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS E COBRANÇA DE HONORÁRIOS CONTRATUAIS. 
Nesse sentido, veja-se a seguinte ementa:
"Cumprimento de sentença. Pedido de reserva de honorários advocatícios contratuais pelo patrono que teve seus poderes revogados no curso da fase recursal. Descabimento. "A discordância entre a parte exequente e o advogado em relação ao quantum que pretende ver destacado a título de honorários contratuais, como no caso de sucessão de procuradores, revela a instauração de novo litígio, por isso que a satisfação do direito consagrado no vínculo contratual deve ser perquirida por meio de ação autônoma; vale dizer, em sede de execução de título extrajudicial" (REsp nº 1.087.135). Os honorários advocatícios arbitrados em razão da sucumbência, todavia, é direito autônomo do advogado que desempenhou seu trabalho até a prolação da sentença, cabendo ao patrono que foi posteriormente constituído o direito a eventual verba sucumbencial que lhe favorecer a partir do seu ingresso na demanda. Admissibilidade da reserva de tal verba na fase de execução. Agravo parcialmente provido." (TJ-SP - AI: 2000067-43.2014.8.26.0000 SP, Relator: Soares Levada,Data de Julgamento: 24/03/2014, 34ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 26/03/2014)
2. O JUIZ - FUNÇÃO DO MAGISTRADO
O juiz, por óbvio, não é parte, mas sim sujeito do processo. É órgão de direção encarregado de assegurar a igualdade e o devido processo legal. Procurará sempre a conciliação e agilização da solução no processo, reprimindo ato atentatório à dignidade da justiça.
O juiz coloca-se, na relação processual, numa posição equidistante das partes, para solucionar, com justiça, o conflito de interesses que lhe foi submetido. Não existe relação processual sem a presença do Estado-juiz.
O CPC regula nos artigos 139 a 143 dispositivos específicos da função de magistrado. A partir do artigo 144 até 148 trata das hipóteses de impedimento e suspensão.
 2.1. PODERES DO JUIZ
No decorrer da relação processual, o magistrado exerce poderes administrativos e jurisdicionais.
Os poderes administrativos (também tratados como poder de polícia) possuem a finalidade de evitar que o processo sofra perturbações, assegurando-se a ordem e o decoro.
Quanto aos poderes jurisdicionais, estão relacionados a instrução processual e atos decisórios do magistrado, são eles: poderes-meios e poderes-fins. Poderes-meios são aqueles necessários para se chegar a uma solução justa. O juiz deve ter poderes que lhe permitam dar prosseguimento ao processo, ou seja, que lhe permitam seguir corretamente o rito previsto pelo legislador e zelar para que todos assim o façam. Poderes-fins se relacionam aos poderes que assegurem o cumprimento das decisões judiciais.
Os poderes conferidos ao juiz são, quase todos, exercidos de ofício, evitando morosidade desnecessária da tutela jurisdicional.
 2.2. DEVERES DO JUIZ
O juiz não pode se escusar de julgar, mesmo que não haja lei específica para o caso, contudo, o uso da equidade será somente nos casos previstos em lei.
O direito disponível somente será conhecido se houver pedido da parte. Por outro lado, a tentativa de ato simulado ou de fim proibido por lei, via processo, deve ser obstado por sentença.
O juiz é o destinatário das provas, mas deverá motivar sua decisão. O juiz que colher as provas deve, em regra, julgar o processo, mas, se for o caso de julgamento por outro juiz, então este poderá determinar a repetição de provas.
Por fim, destaque-se que até mesmo o juiz poderá responder por perdas e danos.
 2.3. IMPARCIALIDADE (IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO)
A imparcialidade do juiz é um dos pressupostos processuais subjetivos do processo. Diferenciam-se o impedimento e à suspeição de acordo com o nível de comprometimento da imparcialidade do juiz da causa, a saber:
IMPEDIMENTO: há presunção absoluta (é defeso, é proibida a atuação do juiz, juris et de jure) em face de parcialidade por ser parte ou advogado (ou parente até segundo grau), em que funcionou como sujeito do processo, em grau recursal se foi o juiz de primeira instância, se foi administrador da PJ parte na causa. Proíbe-se, porém, o advogado parente do juiz peticionar no processo com objetivo de ocasionar impedimento do juiz. Estão impedidos dois juízes parentes de funcionar na mesma causa. Há quem defenda uma enumeração taxativa (Pontes de Miranda), mas o rol de impedimentos não é exaustivo (numerus apertus), porque engloba toda situação em que haja uma incompatibilidade lógica entre a função de julgar e o papel do juiz no processo, mesmo que não prevista expressamente naqueles dispositivos (Calmon de Passos). O impedimento é arguível a qualquer tempo, não precluindo (constitui até fundamento para rescisória, pois é matéria de ordem pública;
SUSPEIÇÃO: há apenas presunção de nulidade relativa (juris tantum) da atuação do juiz pela parcialidade advinda de sua relação com a parte (amigo, inimigo, credor, herdeiro).
É dever do magistrado declarar-se impedido ou suspeito, podendo alegar motivos de foro íntimo. Para o juiz não preclui o dever de declarar-se suspeito ou impedido. Todavia, em não sendo reconhecido o impedimento ou suspeição ex officio, no prazo de 15 dias do conhecimento do fato, a parte poderá propor a exceção de impedimento ou de suspeição, como modalidade de recusa o magistrado.
Ainda assim, é obrigação da parte denunciar o fato na primeira oportunidade em que tiver que falar nos autos, podendo se dirigir contra, além do juiz, também ao MP, serventuário de justiça, perito, intérprete, desembargador ou ministro, que terão 05 dias para vista dos argumentos.
Os cidadãos não têm um direito adquirido quanto à sabedoria do juiz, mas têm um direito adquirido quanto à independência, autoridade e responsabilidade do juiz (Couture).
"Para assegurar a imparcialidade do Órgão Julgador, o Estatuto Processual Civil enumera algumas situações nas quais o Juiz, na sua condição de pessoa natural incumbida de promover a prestação jurisdicional, considera-se fragilizado em sua capacidade de ser firme e imparcial, com o risco de mostrar-se menos resistente a pressões e tentações a que, como ser humano, poderia estar sujeito: vêm daí os conceitos de impedimento e suspeição do juiz, como leciona o Professor Cândido Rangel Dinamarco (Instituições de Direito Processual Civil I, São Paulo, Malheiros, 2001, p. 202). Verifica-se a suspeição do Magistrado que, ao receber exceção de suspeição contra si, indefere, ele próprio, a petição liminarmente e promove o andamento do feito, em clara inobservância às normas processuais, que exigem a imediata suspensão do processo e a autuação da exceção em apenso aos autos principais, com posterior resposta, pelo Juiz, no prazo de 10 dias e a consequente remessa dos autos ao Tribunal a que se encontra vinculado, para o julgamento do incidente. Recurso Especial provido, determinando-se a remessa dos autos ao substituto legal do Magistrado de piso (art. 314 do CPC)."
STJ - REsp 1440848/DF, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, Rel. p/ Acórdão Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe 04/08/2014.
3. AUXILIARES DA JUSTIÇA (arts. 149 a 175 do CPC)
Os órgãos auxiliares da justiça se dividem em três categorias: órgãos permanentes; órgãos eventuais, e; órgãos extravagantes, a saber:
PERMANENTES são aqueles que fazem parte do Poder Judiciário, são eles: ESCRIVÃO: redige ofícios, mandados e cartas precatórias, comparece à audiências, responsabiliza-se pelos autos e registro de saída do cartório; OFICIAL DE JUSTIÇA (meirinho): exerce e cumpre as diligências e atos externos, como citações, prisões, penhoras, certificar no mandado data, hora e local, e entregar no cartório logo após que for cumprido; DISTRIBUIDORES: zela pela defesa de eventual direcionamento de causas e pela garantida a imparcialidade; CONTADOR: elabora cálculos aritméticos por ordem do juiz; PARTIDOR: quando um indivíduo morre com bens (chamados monte mor), a partilha pode sofrer resistência por parte dos herdeiros, com relação à parte (quinhão) de cada um, sendo necessário a nomeação de um partidor; DEPOSITÁRIO PÚBLICO: galpões públicos onde ficam guardados bens penhorados;
EVENTUAIS são aqueles que não integram o Poder Judiciário, mas atuam na medida em que haja necessidade, por nomeação judicial, são eles: PERITO: realiza exames, vistorias e avaliações que dependam do conhecimento técnico que o juiz não possui; AVALIADOR: é uma espécie de perito, encarregado de realizar estudos e indicar o valor de uma obrigação, indenização, propondo a liquidação quando solicitado pelo juízo; ARBITRADOR: é o terceiro que é escolhido pelas partes para fixar o preço ou realizar a escolha da coisa para solução da lide; INTÉRPRETE: encarregado da análise de documentos, tradução de declarações, linguagem surdo-mudo, mesmo que o juiz seja fluente no idioma em questão; DEPOSITÁRIO PARTICULAR: prestador de serviços incumbido da guarda de bens apreendidos ou depositados em juízo, mediante preço, até o desfecho do processo; INVENTARIANTE: representante do espólio, podendo ser dativo (§1º, art. 75, CPC);
EXTRAVAGANTES são aqueles que não integram o Poder Judiciário, mas que estão sempre de prontidão para atuaçãocompulsória, são eles: CORREIOS: para expedição de cartas citatórias, intimações pessoais e ofícios; IMPRENSA OFICIAL: para publicações em geral, seja de editais, intimações, resoluções e expedientes; POLÍCIA MILITAR: nos casos de resistência aos oficiais de justiça.
Note-se que o advogado não se inclui entre os auxiliares da justiça, ele é auxiliar da parte.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INAPLICABILIDADE DA DOBRA DE PRAZO PARA RECORRER (DO ART. 191 DO CPC/1973) EM EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO. 
 	"O autor da ação principal que, em exceção de suspeição, tenha sido admitido como assistente simples do perito excepto não pode ser considerado “litisconsorte” para efeito de aplicação do art. 191 do CPC – prazo em dobro para recorrer no caso de litisconsortes com diferentes procuradores –, ainda que o referido incidente tenha sido acolhido para anular decisão favorável ao autor da demanda originária. De fato, as exceções de impedimento ou suspeição são opostas em face do magistrado e seus auxiliares, de modo a restaurar a higidez na prestação jurisdicional, diante de um vício interno do órgão que está prestando a jurisdição. Objetivam sanar possível vício existente no processo, não em relação às partes litigantes, mas sim no órgão que está prestando a jurisdição ou em auxiliar deste, como é o caso do perito (art.139 do CPC/1973). Assim sendo, a exceção de suspeição do perito é um incidente processual em que o expert figura como réu, como promovido, o que, entretanto, não enseja a participação da parte contrária à excipiente. Tratando-se de arguição de suspeição, por sua própria natureza, somente o excepto terá condições de refutar as alegações que lhe sejam atribuídas. Nesse contexto, a parte autora da ação principal, na situação em análise, não pode ser considerada litisconsorte do excepto, tendo em vista que ela jamais poderia ser demandada em uma exceção de suspeição. Tampouco pode ser admitida como assistente litisconsorcial, pois o julgamento da exceção não atinge diretamente sua esfera jurídica, mas apenas anula fases maculadas de um processo, nada obstante o indiscutível interesse das partes no resultado final da exceção. Ressalta-se, ademais, que, na hipótese em análise, a parte autora sequer poderia ter sido admitida como assistente simples, pois, na exceção em apreço, por consectário lógico, somente aquele de quem se poderia exigir isenção e imparcialidade pode ser apontado como suspeito e, assim, tem legitimidade para reconhecer ou refutar as alegações, considerando as hipóteses de suspeição previstas no art. 135 do CPC. REsp 909.940-ES, Rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 17/9/2013."
Fonte: Informativo STJ nº 0528 de 23 de outubro de 2013.
Atos processuais
Conhecendo os atos dos operadores do processo.
1. INTRODUÇÃO AOS ATOS PROCESSUAIS
Ato processual é o ato que tem relevância jurídica para a relação processual, ou seja, aquele que atua na constituição (petição inicial, citação); conservação (repele a litispendência, extinção do processo), desenvolvimento (intimações, designação de dia para audiência), modificação (citação de litisconsortes, habilitação de herdeiros por falecimento de uma das partes) ou cessação ou extinção da relação processual (desistência da ação, renúncia ao direito, transação).
O processo comporta a visão do próprio processo (relação jurídica processual: petição inicial, citação) e do procedimento (rito ou forma do processo – comum, execução). Assim, o ato poderá ser referir apenas ao procedimento adotado, se verificado em abstrato na dicção da lei, mas quando formado o processo com a distribuição da petição inicial e respectiva citação, então tecnicamente poderemos falar em atos processuais.
O processo inicia-se e encerra-se por meio de atos processuais. Há eventos que não são propriamente processuais, mas podem ensejar repercussão processual (ex: morte de uma das partes).
 2. FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
Todo ato tem uma forma, que é o modo pelo qual ele se exterioriza.– datilografados ou escritos; tinta escura e indelével; assinaturas; vedadas as abreviaturas; possível a utilização de meio mecânico e eletrônico. A Lei 9.800/1999 permite as partes o uso do fac-símile, a Lei 11.419/2006 introduziu o processo eletrônico. Veda-se aos atos processuais os espaços em branco; entrelinhas, emendas e rasuras, vigendo o princípio da publicidade (arts. 5º, inc. LX e art. 93, IX da Constituição Federal).
Exige-se o uso do vernáculo (art. 224, CC); salvo se o documento seja oriundo de língua estrangeira, devendo ser vertido para o português (vide art. 18, Dec. 13.609, de 20/10/43 – que regulamenta o ofício tradutor público e intérpretes comerciais).
3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
Sob o aspecto formal, os atos processuais podem ser:
a) atos processuais simples – os que se exaurem em uma só conduta, como a demanda inicial e citação;
b) atos processuais complexos - conglomerado de vários atos unidos pela contemporaneidade e finalidade comum, como o caso das audiências, contrapondo-se aos atos simples.
 
4. CLASSIFICAÇÃO SUBJETIVA DOS ATOS PROCESSUAIS (classificação adotada pelo CPC)
Sob a ótica dos sujeitos, os atos processuais admitem classificação, a saber: 
a) atos das partes;
b) atos do juiz;
c) atos do escrivão e do chefe de secretaria;
d) atos dos demais auxiliares da justiça;
e) atos de terceiros.
Note-se que o critério aqui utilizado é do agente que atua ou realiza o ato.
 5. ATOS DAS PARTES
Os atos das partes se relacionam com a manifestação de vontade das partes (seja bilateral ou unilateral), produzem, via de regra, efeitos imediatos, salvo a desistência, que depende de homologação judicial. A exigência dos autos suplementares foi eliminada no Distrito Federal e nas capitais dos Estados (art. 2º, do Decreto-lei 4.565/1942), na vigência do CPC/39, o que foi copiado pelo legislador atual; porém, nas demais localidades há exigência de fornecimento de cópias ao Judiciário, sem prejuízo da via recibo. Proíbe-se peticionar diretamente, por quotas, nas folhas existentes nos autos.
Os atos das partes se subdividem em:
1. Atos postulatórios ou atos de petição onde autor e réu pleiteiam algum provimento jurisdicional, apresentando-se por meio do pedido (res in judicium deducta, quando seu objeto é a decisão de mérito) e/ou do requerimento (judicium, quando referente ao processo);
2. Atos persuasórios ou instrutórios uma vez que as partes procuram convencer o julgador através de argumentação, citações doutrinárias e jurisprudenciais a reconhecer seu pedido formulado ou defesa;
3. Atos dispositivos ou atos de causação em que as partes regulam, com permissão da lei, através de sua vontade, alguns aspectos do processo, podendo criar, modificar ou extinguir situações processuais – busca produzir o efeito procurado para sua intenção. Os atos dispositivos se sub-classificam em:
3.a) atos de submissão: expressa, como na sentença de mérito ou; de outra parte, tácita (como na revelia, reputando-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor).
3.b) atos de desistência: unilaterais – do direito material (verdadeira renúncia) ou só no âmbito processual (desistência da ação) e, por fim, 
3.c) atos de transação: sobre o mérito, como na conciliação e transação ou sobre questões processuais (ex.: convenção para adiar audiência).
 
6. ATOS DO JUIZ (OU DO ÓRGÃO JURISDICIONAL)
Os atos do juiz, de ordinário, são sentenças ou acórdãos, decisões interlocutórias, despachos e outros atos jurisdicionais. Os atos meramente ordinatórios não são propriamente atos do juiz.
Assim, verifiquemos o que cada um dos atos do juiz significam:
DESPACHOS (também chamados despachos de mero expediente ou atos judiciais materiais/reais ou atos ordinatórios) – são atos pelos quais o órgão jurisdicional impulsiona o processo, movimenta o processo sem interferir diretamente no exame do mérito da causa. Não possuem qualquer caráter de resolução ou de decisão e, por isso, não se submetem a recurso; ex: determinação de citação do réu, determinação de intimação detestemunhas;
DECISÕES - são deliberações sobre as questões processuais ou de mérito. Podem se apresentar ainda sob a forma de: 1) decisões Interlocutórias (ou provimentos interlocutórios) - aquelas que são tomadas no curso do processo, tendo por objeto uma questão processual, abrangendo os pressupostos processuais (ex.: ausência de procuração), as condições da ação relativa a uma das partes no mesmo polo (ex.: falta de interesse, possibilidade ou legitimidade), questão incidental do processo (ex: falsidade documental) ou simplesmente trazer limitações para a marcha do processo (ex: declaração de preclusão da prova); 2) decisão final (ou sentença/acórdão) - deliberações do órgão jurisdicional que põe fim ao processo. Em 2º grau são chamadas de acórdãos. Conforme seu conteúdo e efeitos podem apresentar-se como: - decisão final de mérito (ou sentença definitiva ou provimento final de mérito): quando decidem a respeito do pedido do autor. Subclassificam-se quanto aos efeitos que produzem em: a) declaratórias - porque simplesmente declaram a existência ou inexistência de uma relação jurídica incerta e controvertida, ou sobre um fato jurídico relevante; o pedido é declaratório; b) condenatórias - haja vista que, além de declararem situação jurídica entre as partes, condenam o réu a uma determinada conduta em proveito do autor. Seu efeito específico é formar o título para a execução da prestação a que o réu foi condenado; o pedido é condenatório; c) constitutivas - pois criam, modificam ou extinguem situação jurídica; o pedido tem natureza de decreto judicial; d) mandamentais – próprio de mandado de segurança ou de requerimento decorrente do pedido declaratório; o pedido tem natureza determinativo; e) executiva lato sensu – mescla conhecimento e liminar. - decisão final sem julgamento de mérito ou sentença terminativa: quando, apesar de não decidir acerca do pedido do autor, põe fim ao processo. Também é chamada de sentença terminativa por extinguir o processo sem julgamento do mérito quando se observar a carência da ação ou dos pressupostos processuais; SENTENÇAS E ACÓRDÃOS: devem ser divididas em relatório, fundamentação e dispositivo; outras decisões admitem fundamentação concisa. A sentença, em sentido stricto sensu, é aquela que proferida por juiz singular de primeira instância; já o acórdão trata-se de decisão colegiada, normalmente proferida no tribunal. Ainda, no âmbito dos tribunais, temos as DECISÕES MONOCRÁTICAS, que se refere à decisão do relator, em caráter singular, ad referendum do colegiado.
OUTROS ATOS JURISDICIONAIS – providencias do juízo que não se enquadram na classificação anterior. Ex.: atos de ouvida das partes, oitiva de testemunhas.
ATOS MERAMENTE ORDINATÓRIOS, como a juntada e a vista obrigatória, são feitos diretamente pelo servidor.
Por fim, todos os atos do juiz serão assinados, admitida a modalidade eletrônica. 
SAIBA MAIS: EXISTE POSSIBILIDADE DE SENTENÇA DE MÉRITO SEM CITAÇÃO DO RÉU? SIM, VIDE: ARTIGO 332 DO CPC (SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA, O RÉU GANHA SEM SE DEFENDER) 
JULGAMENTO PRIMA FACIE (IMEDIATO) PELA TÉCNICA DO ARTIGO 332 DO CPC
A técnica do art. 322 do CPC, que informa a “agilização da prestação jurisdicional está de acordo com as garantias constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. ” Isso porque, na vigência do art. 285-A do CPC/1973, introduzido pela Lei 11.277, de 7 de fevereiro de 2006, especialmente sobre os aspectos constitucionais, o Supremo Tribunal Federal analisou “os argumentos deduzidos pela ADIN 3695, ajuizada pelo Conselho Federal da OAB, que pediu a declaraçãode inconstitucionalidade do dispositivo. Após discutir e rebater os argumentos contrários, sugere-se uma forma de interpretar o dispositivo do CPC de acordo com a CF, de modo a não prejudicar o demandado e de promover a concretização do direito fundamental à duração razoável do processo.” (CAMBI, Eduardo Augusto Salomão. JULGAMENTO PRIMA FACIE (IMEDIATO) PELA TÉCNICA DO ARTIGO 285-A DO CPC. Revista Argumenta, Jacarezinho - PR, n. 6, p. 153-178, Fev. 2013. ISSN 2317-3882. Disponível em: . Acesso em: 01 Jun. 2015).
A TUTELA ANTECIPADA É TÍPICA DE DECISÃO INTERLOCUTÓRIA (IMPUGNÁVEL POR AGRAVO DE INSTRUMENTO), MAS PODE SER CONCEDIDA NA SENTENÇA FINAL (CABENDO APELAÇÃO)
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA NA SENTENÇA. POSSIBILIDADE. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO DE APELAÇÃO. EFEITO DEVOLUTIVO. SUSPENSÃO DA EFICÁCIA DA SENTENÇA QUE NÃO ATINGE A MEDIDA DE URGÊNCIA NESTA RESGUARDADA. DECISÃO MANTIDA. A despeito das discussões, prevalece que a tutela antecipada concedida na sentença não fica com seus efeitos suspensos diante da interposição de recurso de apelação. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. Agravo não provido."
TJ-SP - AI: 21260712820148260000 SP 2126071-28.2014.8.26.0000, Relator: Sandra Galhardo Esteves, Data de Julgamento: 28/08/2014, 12ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 29/08/2014.
Tempo e no lugar dos atos processuais.
Conhecendo as peculiaridades temporais e espaciais dos atos processuais.
1. INTRODUÇÃO
O tempo e o lugar dos atos processuais são temas essenciais para o desenvolvimento do processo. Assim, estão previstos nos artigos 212 a 217 do CPC.
 2. O TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS
O tempo é um fator essencial na conclusão do processo.
Note-se que uma boa demanda com solução tardia, não revela o melhor direito. Uma demanda com solução imediata poderá ter um desfecho distante da solução justa, eventualmente por falta de maturação da demanda na colheita das provas. Assim, no embate entre o princípio da celeridade processual e o princípio da segurança jurídica, o Código de Processo Civil, já no art. 4º, exorta que o prazo de duração do processo deve atender o princípio da razoabilidade.
Sob esse aspecto, é especialmente importante que o CPC coloque limite temporal para a prática de alguns atos processuais, como aquele para contestar ou para interpor recurso, haja vista que o processo não pode esperar ad eternum o seu desfecho, tendo em vista omissão da parte. E mais, o sistema processual deve cominar uma pena para o omisso que, por vezes, pode gerar à revelia (quando o réu não contestar, reputam-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor), mas a regra geral é da aplicação da preclusão (que se liga à extinção do direito de praticar algum ato processual).
Processualmente, o tempo pode ser visualizado de dois modos:
a) tempo hábil para a realização do ato processual: significa que um ato deve ser realizado em determinada circunscrição temporal, isto é, em determinadas horas do dia ou em determinados dias da semana, do mês, do ano; ex: horário para cumprimento dos atos judiciais entre as 6 e 20 horas, em dias úteis, podendo incidir a prorrogação legal ou autorização judicial para outros dias e horários ou sofrer limitação do horário de funcionamento do fórum – art. 212 e §§;
b) prazo para a realização do ato processual: significa que o ato deve ser realizado em uma determinada distância temporal em relação a um ou vários outros atos, ex: prazo recursal ou de contestação fixado em lei.
Assim, após a distribuição da inicial, o processo se movimenta por atos encadeados uns aos outros, conforme o procedimento, até a prolação da sentença, marcados pelo termo inicial (dies a quo – que abre a contagem do prazo) e um termo final (dies ad quem – último dia válido para realização do ato).A definição do prazo para a realização dos atos processuais em lei é necessária, para que não haja prolongamento desnecessário ao processo.
 3. LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
Os atos processuais se realizam, ordinariamente, na sede do Juízo (Fórum ou Tribunal), podendo efetuar-se em outro lugar em razão de deferência de interesse da justiça ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
Fogem à incidência da regra os atos que, por sua própria natureza, devem efetivar-se em outro lugar, fora do edifício-sede do Juízo: citações, intimações, prisões, penhoras, perícias, etc.
A jurisdição de cada juizestá limitada ao território de sua circunscrição. Assim, quando o ato processual tiver de ser praticado em território de outra circunscrição judiciária, como a oitiva de testemunha não domiciliada na comarca do juízo da causa, ter-se-á que utilizar a carta precatória.
LEGISLAÇÃO: DISPOSITIVOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
Do Tempo: Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.§ 1o Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.§ 2o Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da Constituição Federal.§ 3o Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local.Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, excetuando-se: I - os atos previstos no art. 212, § 2o; II - a tutela de urgência.Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas: I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento; II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;III - os processos que a lei determinar. Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense.
Do Lugar: Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
SAIBA MAIS: O TEMPO E O LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS É ESTUDO QUE TOCA NAS NULIDADES PROCESSUAIS. 
ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE NULIDADE PROCESSUAL E NULIDADE DO DIREITO MATERIAL. LEIA O SEGUINTE PRECEDENTE:
"As nulidades processuais são regidas por regras próprias que as diferem das nulidades de direito material. Estas, por sua vez, quando absolutas, são concretizações de interesse público superior e que não coincide com o das partes, de modo que podem ser declaradas independentemente dos requisitos para o reconhecimento das nulidades processuais. O art. 243 do Código de Processo Civil cuida de nulidades processuais, inaplicável, portanto, ao desate de controvérsias relacionadas a nulidades de negócios jurídicos.[... trecho do voto condutor:] De fato, como bem assevera a doutrina, as nulidades processuais são regidas por regras próprias que as diferem das nulidades de direito material incidentes em atos jurídicos. Por exemplo, é clássico o entendimento de Calmon de Passos no sentido de que, no âmbito processual, é impróprio falar em nulidades de pleno direito, pois mesmo as absolutas exigem a verificação, pelo magistrado, de ter ocorrido prejuízo à parte que a ela não deu causa (CALMON DE PASSOS, J.J.. Comentários ao Código de Processo Civil. Vol. III. Rio de Janeiro : Forense, 2001, p. 561; THEODORO JÚNIOR. Humberto. Comentários ao novo Código Civil. Vol. III. T. I. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 464-465). Diferentes são as nulidades de direito material, as quais, quando absolutas, são concretizações de interesse público superior e que não coincide com o das partes, de modo que podem ser declaradas independentemente dos requisitos para o reconhecimento das nulidades processuais (PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. Vol. I. 12 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1990, p. 405; VELOSO, Zeno. Invalidade do negócio jurídico: nulidade e anulabilidade. 2 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p.156). (...) 10. Recurso especial a que se dá provimento." (STJ - REsp 1273955/RN, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe 15/08/2014)
Prazos processuais: classificação e disposições gerais.
Entendendo as generalidades dos prazos processuais.
1. INTRODUÇÃO
O tempo é um fator essencial na conclusão do processo. Uma boa demanda com solução tardia, não revela o melhor direito. Uma demanda com solução imediata poderá ter um desfecho distante da solução justa, eventualmente por falta de maturação da demanda na colheita das provas. Assim, no embate entre o princípio da celeridade processual e o princípio da segurança jurídica, o Código de Processo Civil, já no art. 4º, exorta que o prazo de duração do processo deve atender o princípio da razoabilidade.
Sob esse aspecto, é especialmente importante que o CPC coloque limite temporal para a prática de alguns atos processuais, como aquele para contestar ou para interpor recurso, haja vista que o processo não pode esperar ad eternum o seu desfecho, tendo em vista omissão da parte. E mais, o sistema processual deve cominar uma pena para o omisso que, por vezes, pode gerar à revelia (quando o réu não contestar, reputam-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor), mas a regra geral é da aplicação da preclusão (que se liga à extinção do direito de praticar algum ato processual).
Processualmente, o tempo pode ser visualizado de dois modos:
a) tempo hábil para a realização do ato processual: significa que um ato deve ser realizado em determinada circunscrição temporal, isto é, em determinadas horas do dia ou em determinados dias da semana, do mês, do ano; ex: horário para cumprimento dos atos judiciais entre as 6 e 20 horas, em dias úteis, podendo incidir a prorrogação legal ou autorização judicial para outros dias e horários ou sofrer limitação do horário de funcionamento do fórum – art. 212 e §§;
b) prazo para a realização do ato processual: significa que o ato deve ser realizado em uma determinada distância temporal em relação a um ou vários outros atos, ex: prazo recursal ou de contestação fixado em lei.
A maioria dos prazos processuais previstos no CPC são de 15 dias. Todavia, há prazos fixados em minutos (art. 364) ou em horas (art. 213 e §2º, art. 218), há prazos de 2 dias (§4º, art. 153), de 5 dias (§3º, art. 218), de 10 dias (art. 143), de 30 dias (art. 178) ou de 2 meses (art. 131), de 1 ano (art. 172), de 2 a 5 anos (art. 158). Também se observa, para alguns casos, a regra de dobra de prazo (arts. 180 e 186). São diversas possibilidades, mas o CPC procurou unificar os prazos em 15 dias, com mais de 100 dispositivos com essa menção. O segundo prazo mais utilizado no CPC é o de 5 dias, com 70 dispositivos. Ainda, há prazo que pode ser fixado ao prudente arbítrio pelo juiz (art. 157).
Assim, após a distribuição da inicial, o processo se movimenta por atos encadeados uns aos outros, conforme o procedimento, até a prolação da sentença, marcados pelo termo inicial (dies a quo – que abre a contagem do prazo) e um termo final (dies ad quem – último dia válido para realização do ato).
A definição do prazo para a realização dos atos processuais em lei é necessária, para que não haja prolongamento desnecessário ao processo.
Temos as principais regras entre os arts. 218 e 235 do CPC.
 2. FORMA DA CONTAGEM DOS PRAZOS
Em processo, a contagem do prazo observa a exclusão do dia do começo e a inclusão do dia final. Esta é a regra da contagem dos prazos processuais, salvo se o vencimento se der em dia que não funcione o fórum (feriado ou dia não útil) ou que seu funcionamento seja encerrado antes do horário determinado. O começo se dá no dia útil seguinte ao da citação, intimação ou ciência inequívoca de quem deva praticar o ato – ex: se intimado nasexta-feira, o prazo começa na segunda-feira se for dia útil. Não obstante, a lei prevê que a parte que pode ser beneficiada com um ato processual o renuncie – ex: renúncia de interposição recursal.
A regra é contar em dias, sendo o prazo geral de 05 (cinco) dias, podendo a lei ou o juiz fixar outro prazo. O prazo em dias se conta somente os dias úteis. Haverá suspensão do prazo durante as férias forenses. Também há suspensão do prazo por obstáculo causado pela parte contrária ao cumprimento do prazo, por interposição de exceção de incompetência ou por morte da parte. Ainda, há interrupção do prazo recursal na interposição de embargos de declaração no sistema do CPC; mas há suspensão no sistema do Juizado Especial – art. 50, Lei 9.099/95. O prazo dilatório (ex.: audiência designada) pode ser prorrogado por acordo entre as partes. O prazo peremptório (ex.: prazo recursal) não poderá ser alterado pelas partes. Seja dilatório ou peremptório, o juiz pode determinar a prorrogação de qualquer prazo, justificadamente.
 3. PRAZO EM INTIMAÇÃO OU CITAÇÃO ELETRÔNICA - Artigo 4º da Lei 11.419/06
Disponibilizado pronunciamento judicial a no Diário da Justiça Eletrônico hoje, o inicio do prazo se dá no primeiro dia útil após a publicação da decisão. Esse é o caso da contagem do prazo recursal. Essa particularidade não ocorre no caso de prazos em que haja data específica designada para realização do ato, tal como ocorre com a designação de audiência.
Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. Em resumo, primeiro tem-se à disponibilização, após a publicação e depois o início do prazo. Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como publicação.
 4. DEVOLUÇÃO DE PRAZO PARA REALIZAÇÃO DO ATO
O prazo somente pode ser devolvido à parte que provar prejuízo, e mais, que não houve suprimento por outro ato já realizado (ex.: não indicação de assistente técnico, com perícia integralmente favorável à parte) e justa causa (ato da parte contrária ou dos serventuários da justiça) para o descumprimento do prazo.
À preclusão segue o ônus ou sanção em função de não poder mais ser realizado o ato no processo – ex: o réu que não contestar será aplicada à revelia ou em sendo contestada, não juntar a procuração. Neste caso diz-se que restou precluso para a parte a realização do ato.
Outro exemplo é quanto a perícia deferida e, uma vez não recolhidos os honorários fixados em favor do perito, não será realizada a prova.
 5. PRECLUSÃO
Como já frisado, a preclusão é a perda da oportunidade (uma faculdade) de realizar o ato processual.
Assim, temos três tipos básicos de preclusão, a saber:
temporal (perda pela não observância do prazo – ex: expirado o prazo recursal);
lógica (perda pela prática de um ato incompatível anterior – ex: a parte realiza o pagamento e dá quitação e, após, interpõe recurso para atacar o mérito da ação) e
consumativa (perda pela já realização do ato – ex: no primeiro dia do prazo há a interposição do recurso, a parte não poderá utilizar o prazo restante para aditar o recurso – o recurso interposto implica na finalização do prazo).
A preclusão pode fluir para a parte ou para o juiz. Observe-se que a preclusão pro judicato não se opera na forma temporal (os prazos são impróprios), apenas consumativa e lógica (ainda assim, o sistema prevê alguns casos de retratação).Observe-se que, em regra, não há prática de atos em férias ou feriados forenses, mas há exceções, como questões urgentes, mas o prazo do réu somente se inicia após as férias ou feriado. São considerados os feriados nacionais e locais.
6. CLASSIFICAÇÃO DOS PRAZOS PROCESSUAIS
Os prazos podem ser:
a) quanto à possibilidade de alteração ou não: 
DILATÓRIOS: permite alteração, ampliação ou redução pelas partes ou somente ampliação pelo juiz, ex: suspensão do processo a pedido das partes ou substituição dos debates orais por memoriais escritos; ou
PEREMPTÓRIOS: são rigidamente fixados pela lei e, portanto, são inalteráveis, tanto pelo juiz como pelas partes, salvo nas comarcas remotas e em caso de calamidade pública – ex: prazo de contestação.
b) quanto ao à origem: 
JUDICIAIS: fixados pelo juiz em caso de omissão legal ou determinados de modo diferente, justificadamente;
CONVENCIONAIS: acordados pelas partes, ex.: suspensão do processo; e
LEGAIS: fixados pela lei e indisponíveis pelas partes e, em princípio, pelos juízes, podendo se submeter a dobra de prazo, se preenchidos os requisitos legais.
c) quanto ao destinatário: 
PRÓPRIOS: são prazos a que se sujeitam as partes e se submetem ao regime da preclusão) e
IMPRÓPRIOS: são prazos que são fixados, mas que não geram qualquer consequência processual se não cumpridos ou cumpridos fora do prazo. Normalmente são prazos para juízes e serventuários da justiça (o advogado também pode ter prazos impróprios, como por exemplo, para devolução dos autos retirados em carga). A sua expiração não gera consequência processual, mas pode gerar sanção administrativa. A representação do juiz deve ser efetivada perante o Tribunal a que estiver vinculado ou direto nos Tribunais Superiores, conforme o caso. Todavia, poderá ser admitida a renovação do prazo no caso de justo motivo. 
 7. DOBRA DO PRAZO PARA DIFERENTES LISTISCONSORTES
Por fim, anote-se que a lei contempla prazo em dobro. Essa benesse será aplicada para a pluralidade de partes, não diferenciado se a pluralidade ocorre no polo passivo ou ativo, sempre quando os advogados forem diferentes e de diferentes escritórios para cada parte – art. 229. Essa regra não vale para o comparecimento em juízo, que permanece, via de regra, o prazo é de 48 horas – §2º, art. 218.
SAIBA MAIS: CONFIRA OS PRECEDENTES DOS NOSSOS TRIBUNAIS! 
"PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO.PRAZO IMPRÓPRIO.1. Em mandado de segurança, o prazo para a manifestação do Ministério Público como custos legis é impróprio, semelhante aos do juiz e seus auxiliares, a significar que a extemporaneidade da apresentação do parecer (art. 12 da Lei 12.016/098) não tem a mesma natureza dos prazos das partes, denominados próprios, cujo descumprimento acarreta a preclusão. Trata-se de prazo que, embora improrrogável, não o invalida, nem inibe o julgamento da demanda. 2. Em se tratando de órgãos colegiados, o seu Presidente, além de responder por atos de sua competência própria (oportunidade em que se manifestará, se for o caso, como agente individual), tem também a representação externa do próprio órgão que preside. Assim, quando o mandado de segurança visa a atacar ato praticado pelo colegiado, o Presidente é chamado a falar, não como agente individual, mas em nome e em representação da instituição.3. Recurso provido." (STJ - RMS 32.880/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/09/2011, DJe 26/09/2011)
"É intempestivo o recurso especial interposto fora do prazo legal de quinze dias previsto no Código de Processo Civil. 2. Após a edição da Emenda Constitucional 45/2004, foram vedadas as férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau. O Conselho Nacional de Justiça, buscando regular o expediente forense no período de fim e início de ano, editou a Resolução nº 8, possibilitando que os Tribunais de Justiça dos Estados definam as datas em que o expediente estará suspenso, no período entre 20 de dezembro e 6 de janeiro. Nesse contexto, para fins de comprovar a tempestividade do recurso interposto nessa época do ano, é necessário que o recorrente, no ato de interposição do recurso, demonstre qual o período de recesso estabelecido pelo respectivo Tribunal, pois sem essa providência a atividade jurisdicional é tida como ininterrupta, nos termos da EC/45. Ressalva do entendimento pessoal do Relator. 3. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de permitir, em momento posterior à interposição do recurso na origem, a comprovação de feriado local ou suspensão dos prazos processuais não certificada nos autos. 4. Todavia,embora tenha alegado a ocorrência de recesso, a parte agravante não trouxe aos autos documentos hábeis a comprovar a alegação. 5. Agravo regimental a que se nega provimento." (STJ - AgRg no AREsp 548.797/PB, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 16/04/2015, DJe 14/05/2015)
"ANÁLISE DE TEMÁTICA NÃO DEBATIDA NO ACÓRDÃO RECORRIDO.INVIABILIDADE. INOVAÇÃO ARGUMENTATIVA. DESCABIMENTO.1. Consoante os princípios da instrumentalidade das formas e da fungibilidade recursal, é possível o recebimento do pedido de reconsideração como agravo regimental, desde que a irresignação tenha sido apresentada no prazo do recurso cabível. Precedentes.2. De acordo com a jurisprudência do STJ, são descabidos os embargos de divergência para o enfrentamento de temática que sequer foi suscitada no julgamento do recurso especial, tratando-se de inovação atingida pela preclusão consumativa.3. Pedido de reconsideração recebido como agravo regimental a que se nega provimento." (STJ - RCD nos EREsp 1302516/DF, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2015, DJe 29/04/2015)
 “O NCPC, em seu art. 219, estabelece que apenas serão levados em consideração, na contagem dos prazos, os dias úteis, excluindo-se os feriados forenses, os sábados, os domingos e os dias em que não houver expediente forense, e tal previsão legislativa nos parece correta de todo, pois não imporá mais à parte, especialmente ao seu advogado, que se vejam compelidos ao exercício de atividades muitas vezes desafiadoras em interregno de tempo que é composto em grande parte por dias sem expediente forense ou dedicados ao descanso.”
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins; RIBEIRO, Leonardo Ferres da Silva; MELLO, Rogério Licastro Torres de. Primeiros comentários ao novo código de processo civil: artigo por artigo. 1. ed., - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. v. 1, p. 387.
Comunicação dos atos processuais
Entendendo a citação, intimação, carta precatória e rogatória, dentre outras comunicações judiciais.
1. INTRODUÇÃO
O Código de Processo Civil divide as disposições sobre a comunicação dos atos processuais em disposições gerais (arts. 236 e 237), citação (arts. 238 a 259), cartas (arts. 260 a 268) e intimações (arts. 269 a 275)
 2. DISPOSIÇÕES GERAIS
A citação é o ato de integração do réu ao processo em que é demandado, atraindo o ônus de se defender.
A ordem judicial é o meio pelo qual se dá cumprimento aos atos processuais, pressupondo, portanto, jurisdição e competência territorial. Assim, ordem judicial é o meio de comunicação para destinatários da mesma comarca (ex: ofício ao SERASA para exclusão do nome do cadastro de inadimplentes; ofício entre juízes para comunicação de decisão ou remessa de certidão de objeto-e-pé).
Já na carta a autoridade judiciária solicita a outrem o cumprimento de atos processuais, normalmente fora dos limites territoriais da competência autoridade subscritora. Existem alguns tipos de carta previstos no CPC. Assim, por sua vez, a carta de ordem é utilizada para comunicações dos Tribunais aos juízes de sua jurisdição. O pedido de informação é utilizado pelo Tribunal ao juiz de primeira instância, normalmente sobre o caso que foi submetido à recurso. A carta rogatória serve às comunicações ou pedidos às autoridades judiciárias estrangeiras. A carta precatória é comunicação interna no País, entre órgãos do Poder Judiciário fora da comarca; ou da comunicação da justiça federal ou de tribunal superior ao juízo estadual local em que deva ser praticado o ato e que não haja vara federal. A carta arbitral faz a mesma função da carta precatória, mas serve para comunicações ou pedidos formulados por juízo arbitral ao Poder Judiciário para que pratique ou determine o cumprimento de alguma providência jurídica, normalmente em efetivação de tutela provisória. Os requisitos das cartas e o procedimento estão dispostos nos arts. 260 a 268.
A intimação refere-se à cientificação de um ato ou pluralidade deles (ato complexo) a terceiro ou às partes (pessoalmente ou, preferencialmente feita na pessoa do advogado).
Por fim, anote-se que todas as comunicações serão preferencialmente feitas por meio eletrônico, admitida videoconferência e tecnologias de transmissão de sons e imagens em tempo real – art. 7º da Lei 11.419/2006.
 3. CITAÇÃO
Citação é o ato de chamar o réu para tomar ciência da ação em curso contra si e lhe dar oportunidade para intervir no processo.
A não realização da citação ou invalidade gera nulidade absoluta, tendo em vista o prejuízo grave que impõe ao réu, mas será considerada citada a parte na data em que for intimada do decreto de nulidade. Ainda, nessa mesma linha, o comparecimento espontâneo do réu supre a ausência de citação. A citação deve ser pessoal ao réu ou seu representante, onde for encontrado.
Há casos em que a lei não recomenda a realização da citação (a quem esteja em meio a culto religioso; noivos, nos 3 primeiros dias do casamento; doente, enquanto grave o seu estado), salvo no caso de iminência da perda do direito defendido na ação. No caso de comprovada insanidade ou incapacidade do citando em entender o ato de citação, fica proibida a citação. Assim como a distribuição (da petição inicial) é o ato de formação do processo para o autor, para o réu, o processo passa a existir com a citação válida.
Proposta a ação e antes da citação, o autor poderá livremente alterar o pedido e a causa de pedir através de aditamento à exordial. Necessitará, porém, de anuência do réu para tal providência, se já houver sido efetuada a citação, abrindo novo prazo de 15 dias para manifestação em contraditório e também especificação de novas provas, se necessário – art.329. Porém, não se poderá mais alterar o pedido e nem a causa de pedir, caso tenha ocorrido o despacho saneador, uma vez que se aplica o princípio da estabilidade da demanda.
 3.1. EFEITOS DA CITAÇÃO
A citação válida não torna prevento o juízo, pois esse efeito (o de outro juiz não poder falar sobre o pedido e a causa de pedir) é decorrente do registro e distribuição do processo.
Mas a citação válida gera efeito, a saber:
indução da litispendência no caso de distribuição de nova ação idêntica (mesmas partes, causa de pedir e pedido); torna litigiosa a coisa (é um efeito contra terceiros, que não poderão alegar desconhecimento da ação);
constituir em mora o devedor (ex: passa a incidir juros moratórios, além dos juros compensatórios contratuais ou legais que já eram devidos);
interrompe a prescrição (no caso de recontagem, passa a contar novamente pelo prazo integral – ex: prescrição intercorrente pela inércia no curso da ação).
Estes efeitos são gerados da própria citação, não importando se determinada por juiz incompetente (pois, mesmo assim, será válida a citação).
Anote-se, por fim, que a interrupção da prescrição é aplicada a todos os prazos extintivos processual ou material. A jurisprudência tem aplicado inclusive à decadência (ex: mandado de segurança distribuído dentro do prazo e citação feita fora do prazo; mas não tem aplicado quando a distribuição é feita fora do prazo, como quando vencido o prazo no feriado). Esse entendimento vem atualizando o conceito de que a decadência, por definição, não seria suscetível de interrupção e nem prorrogação.
 3.2. MODALIDADE DE CITAÇÃO
São variadas as modalidades de citação, vejamos:
pelo correio (é a regra, podendo ser destinada a qualquer comarca, mas há casos em que a citação pelo correio é vedada e se fará sempre por oficial de justiça);
por oficial de justiça por meio de mandado ou por hora certa nos casos de ocultação propositada do réu. Assim, a lei autoriza o oficial de justiça diligenciar em comarcas contíguas;
por edital (é requisito que o oficial de justiça certifique que o réu está em lugar incerto e não sabido – “lins” e;
por meio eletrônico (a citação eletrônica é o procedimento previsto no art. 6º e 9º da Lei do Processo Eletrônico n. 11.419/2006, mesma lei que regulamenta a tramitação eletrônica do processo, comcomunicação de atos e transmissão de peças processuais no foro civil, penal (salvo citação em processo infracional e criminal, que deve ser pessoal – art. 6º), trabalhista e Juizados Especiais, em qualquer grau de jurisdição, por meio de assinatura eletrônica e sendo obrigatório o credenciamento prévio perante o Poder Judiciário.
A citação por meio eletrônico destina-se também à Fazenda Pública e empresas que terão prévio cadastro de seus procuradores nas diversas esferas judiciárias. Todavia, não se aplica a citação ou intimação eletrônica para processos de matéria criminal e infracional.
 4. INTIMAÇÃO
A intimação, que é geralmente procedimento feito de ofício pelo Poder Judiciário, visa dar ciência ao interessado dos atos do processo. É feita, em regra, através do diário oficial aos procuradores das partes, salvo se a parte não tiver advogado constituído ou se a causa for de interesse do MP, sendo que nestes casos será efetuada a intimação pessoal.
Nos municípios, nas comarcas não abrangidas pela distribuição de diário oficial, a intimação deve ser pessoal. Residualmente, pode ser feita pelo correio ou em cartório, ou ainda, sendo estas infrutíferas, por oficial de justiça.
A intimação que não contiver todos os requisitos de lei será nula.
Anote-se que o prazo para o revel se conta independente de intimação – CPC, parágrafo único do art. 346.
 4.1. INTIMAÇÃO ELETRÔNICA
Prevista também na Lei do Processo Eletrônico n. 11.419/2006, a intimação eletrônica possui duas formas:
intimação por meio de Diário da Justiça eletrônico: neste caso o §3º do art. 4º dita que o prazo somente corre a partir do primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização (que a lei considera a data da publicação). Este tipo de intimação não vale para Fazenda Pública. Em função do dispositivo do §4º, havia doutrinadores sustentando uma diferença de dois dias úteis sobre a disposição do CPC; ocorre que a diferença legislativa é de apenas um dia;
intimação por meio eletrônico em portal próprio aos previamente cadastrados: neste caso dispensa a publicação no Diário Oficial, mesmo eletrônico, deferindo-se prazo de 10 (dez) dias para a parte acessar a intimação, sob pena de ser considerado intimado. Acessada a intimação, se dará por realizada no mesmo dia. Este tipo de intimação vale para a Fazenda Pública, pois tem efeito de intimação pessoal. Ainda, o art. 3º prevê a flexibilização do horário do art. 172 do CPC, sendo tempestivo o prazo que for cumprido até 24 horas do último dia. Inviabilizado o ato por meio eletrônico, será efetuado da forma ordinária, digitalizando-se o documento comprobatório e, após, eliminando-se o documento – art. 9º, §2º (ex: diligência de oficial de justiça, como auto de constatação com fotografias do local). Mas se for por conta da indisponibilidade do Sistema do Poder Judiciário, o prazo fica prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução do problema – art. 10, §2º. Havendo grande volume de documentos ou documentos ilegíveis para a digitalização, é facultado o protocolo dos documentos em cartório – art. 11, §5º.A parte deve guardar os documentos originais até o trânsito em julgado da sentença – art. 11, §3º. Deve ser impresso o processo para remessa a um órgão que não disponha de sistema eletrônico compatível – art. 12, §2º.
A intimação eletrônica é uma tendência, pois possibilita imprimir maior agilidade na tramitação processual.
SAIBA MAIS: CONSULTE A JURISPRUDÊNCIA 
"Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado." (STJ - Súmula 273, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/09/2002, DJ 19/09/2002, p. 191)
"DIREITO INTERNACIONAL. PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. DIVÓRCIO. RESOLUÇÃO STJ 9/2005 E ART. 15 DA LINDB. CLARA REGULARIDADE DOCUMENTAL. REQUISITOS DE HOMOLOGAÇÃO PRESENTES.DEFERIMENTO.1. Pedido de homologação de sentença estrangeira de divórcio na qual a única objeção era concernente à ausência de documentos que informassem o conteúdo do provimento judicial havido no exterior.2. Para que seja deferido o pedido de homologação de sentença estrangeira, devem ser atendidos os requisitos fixados no art. 15 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e às formalidades exigidas pela Resolução STJ n. 9/2005.3. Os requisitos, no presente caso, foram atendidos, uma vez que foi juntado o extrato da sentença original (fl. 23), do qual se infere o trânsito em julgado, a chancela consular (fl. 24) e a ata de audiência detalhada de divórcio, efetivada pelo tribunal estrangeiro (fls. 175-178), vindos todos os documentos acompanhados de tradução juramentada.4. A citação foi realizada por meio de carta rogatória, devidamente cumprida (fls. 75-150 e fl. 160), e, do teor da sentença, não se denota violação do art. 6º da Resolução STJ n. 9/2005.5. Havendo conformidade dos documentos dos autos com as demandas do art. 15 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e com o teor da Resolução STJ n. 9/2005, deve ser deferido o pleito de homologação de sentença estrangeira. Precedentes. Homologação deferida." (STJ - SEC 9.507/EX, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, CORTE ESPECIAL, julgado em 06/05/2015, DJe 25/05/2015) - (Grifo nosso)
"CITAÇÃO POR EDITAL - Está devidamente comprovada, no caso, a tentativa infrutífera de citação por carta rogatória (fls. 134-368), que deu ensejo à citação por edital. A jurisprudência do STJ tem se firmado no sentido se rejeitar tal preliminar de nulidade se for evidenciada ativa tentativa de localização da parte contrária, sendo lícita a citação por edital, prevista nos arts. 231 e 232 do Código de Processo Civil. Precedentes: SEC 9.386/EX, Rel. Ministro Raul Araújo, Corte Especial, DJe 18.2.2015; SEC 2.845/EX, Rel. Ministro Gilson Dipp, Corte especial, DJe 26.6.2013.3. Estando atendidos os requisitos da Resolução STJ n. 9/2005, bem como nos arts. 15 e 16 da LINDB (Decreto-Lei n. 4.657/1942), deve ser deferida a homologação. Pedido de homologação deferido." (STJ - SEC 7.804/EX, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, CORTE ESPECIAL, julgado em 06/05/2015, DJe 25/05/2015)
"PROCESSUAL. CITAÇÃO POR HORA CERTA. VALIDADE. ESGOTAMENTO DOS MEIOS. ALEGADA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO. 1. Tem-se por válida a citação por hora certa realizada nos autos, diante da informação de que foram empreendidas as diligências necessárias à localização do demandado, bem assim de que havia indícios da sua ocultação para não ser citado. Precedentes. 2. A análise da arguição de que não teriam sido esgotados todos os meios de localização do Paciente ou de que não foi evidenciada a intenção de ocultação, constitui matéria que depende de dilação probatória, imprópria na via estreita do writ. Precedentes. 3. Ademais, sequer houve prejuízo para o réu, que teve o prazo reaberto, apresentando resposta. 4. Recurso desprovido."(STJ - RHC 31.421/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 08/05/2012, DJe 21/05/2012)
 
Nulidades dos atos processuais
Entendendo a demonstração do prejuízo como essencial ao decreto de nulidade processual.
1. INTRODUÇÃO: NOTA HISTÓRICA E TENDÊNCIAS
O tema das nulidades surgiu no Direito Romano, com base nos antigos textos, principalmente do Corpus Iuris Civilis, do séc. VI da era cristã, mas naquele tempo ainda não se diferenciava a gradação entre ato nulo e anulável. Foi com Montesquieu, em sua obra “O Espírito das leis” (1748), que se desenvolveu a Teoria da Separação dos Poderes e, com ela, já se delineava o sistema de nulidades processuais tal como conhecemos hoje, mas o tema ainda era tratado de forma incipiente, tendo em vista que vigoravam teorias que reforçavam o direito processual como mero apêndice do direito material.
Mais tarde, superada essa fase chamada de sincretismo jurídico, em que o direito material e o material e o processual não eram considerados planos diferentes do ordenamento estatal, e a postura autonomista (obra de Oskar Von Büllow - Teoria dos pressupostos processuais e dasexceções dilatórias, publicada em 1868 - em que o autor demonstrou a existência de uma relação processual distinta da relação material) - marcada pela dicotomia entre os ramos do direito e pela renovação dos estudos processuais, a ciência alcançou a necessária maturidade.
Adentramos, portanto, naquele que a doutrina denomina de "terceiro momento metodológico do direito processual, caracterizado pela consciência da instrumentalidade como importantíssimo polo da irradiação de ideias e coordenador dos diversos institutos, princípios e soluções". (DINAMARCO, 1987)
Essa postura leva à conclusão de que os estudos de direito processual devem desenvolver-se segundo uma visão instrumental. Isto é, inobstante a autonomia do direito processual, não se pode olvidar que sua existência se justifica tão-somente à luz do direito material. Daí por que parece importante analisar o tormentoso problema das nulidades no direito processual civil, com a visão instrumentalista do direito processual.
O tema das nulidades, na verdade, não é privativo do direito processual; é, isto sim, comum a todos os ramos do direito, e tem gerado, em todos os quadrantes da ciência jurídica infindáveis e intrincadas controvérsias.
A teoria geral das nulidades, estabelecida a duras penas no direito civil, a respeito da validade dos atos jurídicos, tem, em princípio, aplicação, também, ao direito processual civil, já que o processo nada mais é do que uma relação jurídica complexa e dinâmica, formada pela concatenação de sucessivos atos jurídicos, visando um fim último: a solução do litígio por ato estatal de jurisdição. Assim, o ato jurídico processual, como os demais atos jurídicos, reclama, para sua eficácia, capacidade do agente, objeto lícito e forma adequada (Código Civil, art. 105).
E, por isso mesmo, as causas mais comuns de nulidade do ato processual são as mesmas dos demais atos jurídicos, ligando-se, de tal sorte, à ocorrência de incapacidade do agente, à ilicitude do objeto ou à inobservância de forma necessária.
A teoria das nulidades processuais está presente no Código de Processo Civil do Brasil de 1973 (chamado Código Busaid) e nos artigos 276 a 283 do vigente Código de Processo Civil.
 2. DEFINIÇÃO
Todo conceito pode ser traduzido em palavras e, assim, produzimos uma definição. Naturalmente que o conceito, em muitos dos casos, não corresponde exatamente ao que as palavras dizem, porque há falibilidade do intérprete aliada à limitação semântica das palavras escolhidas, bem como no recorte metodológico, seja descritivo ou por meio dos efeitos produzidos, que sempre revelam uma visão parcial da realidade que se quer sitiar por uma definição.
Feita essa observação, na tentativa de apreendermos em palavras no sistema jurídico, fazemos agora um exercício de definição.
Ab initio, importante frisar que a lei traça um padrão de procedimento ou conduta a ser observado em cada situação por ela regulada, quando o sujeito queira atingir o efeito jurídico previsto no diploma legal. A nulidade processual em geral corresponde aos planos validade e eficácia dos atos processuais. O plano da existência já seria outro tema, o da inexistência dos atos processuais. 
O ato praticado, concretamente, é típico ou perfeito quando se amolda exatamente ao padrão da lei; é atípico ou defeituoso, quando dele se afasta. A atipicidade às vezes é sancionada com a ineficácia, outras vezes não. Quando se dá a invalidade ou ineficácia, como sanção para o ato defeituoso (ex.: nulidade ou anulabilidade do ato), diz-se que a atipicidade é relevante; caso contrário, temos a atipicidade irrelevante. No campo do processo, a nulidade se resolve numa invalidade do ato processual, não tocando o plano da eficácia. Já a anulabilidade do ato se resolve numa ineficácia do ato processual, cuja intensidade e espécie são variadas.
Assim, se atingido por completo os planos alcançáveis pela nulidade, sendo o ato inválido e ineficaz, passamos a tratá-lo como ato nulo (nulidade absoluta). De outro lado, se inválido, mas que possa produzir algum efeito, o ato será anulável (nulidade relativa). Então tal modulação é feita pela autoridade, o juiz, que decretará a invalidade do ato e entuallmente, dirá sobre alguns ou todos os efeitos produzidos pelo ato do processo eivado de nulidade - CPC, art. 282. Essa particularidade é verificada na qualidade do vício inquinado no ato, se possui aptidão para atingir o fim a que se destina, total ou parcialmente, ou se há carência dessa aptidão. 
 3. CLASSIFICAÇÃO
O problema das nulidades no direito processual civil brasileiro pode ser estudado a partir de construção doutrinária elaborada na vigência do Código de 1939, mas adotada por comentadores do novo diploma processual.
Os vícios do ato processual, em razão da sua maior ou menor gravidade, podem acarretar consequências de três ordens: inexistência, nulidade ou irregularidade. A nulidade do ato, por sua vez, também pode ser classificada em três categorias, que se distinguem em função da natureza da norma violada: nulos, inexistentes e irregulares.
Atos inexistentes e irregulares não merecem atenção especial no estudo do sistema das nulidades. Os primeiros são aqueles que sequer chegam a adentrar o mundo jurídico: uma sentença proferida por quem não esteja investido da função jurisdicional. Tal vício jamais convalesce. Quanto aos atos irregulares, apresentam vícios de mínima gravidade, sem qualquer consequência para sua validade e eficácia: falta de numeração e rubrica das folhas dos autos pelo escrivão (art. 207 do CPC).
Então, o que se faz relevante é o estudo das nulidades, podendo ser subdividida em duas categorias: absoluta e relativa. Respectivamente nulidade stricto sensu e anulabilidade. Se a exigência da forma do ato processual tem por escopo a preservação de interesses de ordem pública, a nulidade é absoluta, devendo o juiz decretá-la de ofício, independentemente de provocação (ex.: hipóteses do §3º, do art. 485, CPC). Se o interesse visado pela norma é exclusivamente da parte, trata-se de nulidade relativa, cuja decretação depende de iniciativa da parte prejudicada, devendo fazê-lo na primeira oportunidade, sob pena de ficar convalescido o ato pela preclusão temporal.
Por outras palavras, se o dispositivo afrontado está voltado para o interesse público, sua violação, via de regra, acarreta a nulidade absoluta.
 4. REGRA DO PREJUÍZO PROCESSUAL PARA DECRETO DA NULIDADE
Comecemos a analisar um caso corriqueiro nos tribunais, qual seja, sobre a ausência de intimação do advogado com requerimento anterior expresso para sua intimação exclusiva. Neste caso, como invariavelmente há de acontecer nos demais casos, a decretação da nulidade processual dependerá da demonstração do prejuízo.
Nesse sentido, é o precedente do Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
"Segundo a jurisprudência consolidada desta Corte Superior, estando a parte representada por mais de um advogado, e não havendo pedido expresso de que a intimação seja realizada exclusivamente no nome de determinado procurador, é válida a intimação efetivada em nome de qualquer um deles". Agravo regimental a que se nega provimento."(STJ - AgRg nos EDcl no RCD no AREsp 400.453/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 19/12/2014)
Assim, o STJ assentou o entendimento de que a parte não havia demonstrado o prejuízo e a nulidade não foi decretada. Deste caso, a contrario senso, também se pode extrair que, em havendo pedido expresso de intimação do advogado, então haverá a demonstração do prejuízo, pois se pressupõe que foi designado apenas um advogado para cuidar daquele processo, muito embora haja pluralidade de advogados na procuração. Haverá também como demonstrar o cerceamento de defesa, porque se pressupõe que o causídico exclusivo é quem está acompanhando desde o início o feito e tem melhores condições de efetuar a defesa técnica. Trata-se de vício insanável no curso do processo, que pode ser declarado inclusive de ofício pelo juiz.
Há normas processuais, porém, que se dirigem,

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