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Resenha Mr Jones 1

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CURSO LIVRE DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE
Valdirene Maria Schoedl de Oliveira
Mr. Jones
Resenha apresentada à Sociedade Paulista de Psicanálise, como parte das exigências para a conclusão do 2º semestre do Curso Livre de Formação em Psicanálise.
São Paulo, maio de 2019
Mr. Jones
1993- EUA 
Direção: Mike Figgis
Produção: Richard Gere
Roteiro: Eric Roth, Michael Cristofer
114 minutos 
APRESENTAÇÃO
Lançado em 1993, Mr. Jones conta a história de um homem de 35 anos, com habilidades musicais e senso de observação extremamente apurados, que sofre de transtorno afetivo bipolar (TAB).
DESCRIÇÃO
O filme apresenta as características de um maníaco depressivo, bem como as consequências deste transtorno em sua vida. 
CONTEÚDO 
O filme começa com Mr. Jones (Richard Gere) andando de bicicleta, aparentemente muito feliz, disposto e esbanjando saúde e vitalidade. Transmite a impressão de tratar-se de uma pessoa excêntrica, apenas.
Extremamente convincente e bastante verborreico, ele chega em uma obra onde não há vagas e pede ao mestre para deixá-lo trabalhar como marceneiro.
- Mr Jones: “Ouça isto. O primeiro dia é de graça. Dou a você. É um presente. No segundo dia você me paga em dobro. No terceiro dia, o trabalho é meu”. 
Pedido aceito, ele rapidamente se apega ao colega de trabalho, que mais tarde será o seu “guardador”, Howard (Delroy Lindo), e ao mesmo tempo que martela alguns pregos, conversa com o colega, canta e sente-se extasiado com a proximidade que os aviões passam pela obra, entregando-se sem dó e nem piedade, à crença de que poderia voar. O que aliás, ele tenta fazer, sendo salvo pelo colega.
Encaminhado para o hospital, foi diagnosticado com esquizofrenia. Ao recusar o tratamento, foi liberado após 72 horas. 
A Drª. Elizabeth (Lena Olin) percebe ter havido um erro de diagnóstico no caso de Mr. Jones e sugere que seus sintomas a levam a crer em Psicose maníaco depressiva / Transtorno Afetivo Bipolar (TAB)
Continuando a trama, sempre muito impulsivo e bem desorganizado, ele vai ao banco, retira todo o seu dinheiro, convida a funcionária do caixa para almoçar - com direito a passar em uma loja e comprar um piano antes - e lhe proporciona uma tarde de princesa. Ainda nesse passeio, durante um concerto de uma orquestra sinfônica, ele invade o palco e começa a regê-la em frente ao maestro, o que culminou numa nova internação.
Muito agitado e amarrado em uma cama hospitalar ele grita pela Dra. Elisabeth, sua médica, implorando que o tire de lá. Ela explica que não pode deixá-lo ir, informa a ele o diagnostico de psicose maníaco depressiva e compara o seu estado a ter diabetes. Outro médico tenta lhe explicar que já trataram vários pacientes similares e obtiveram grande sucesso.
Mr. Jones, responde ironicamente que pensou estar apenas tendo um dia ruim. Muito irritado, beirando a fúria, ele diz que se arrasta por hospitais há 20 anos e que há duas palavras que ele não gosta de ouvir... uma é "grande" e a outra é "sucesso". 
“Eu vou te dizer ... Você pode aprender alguma coisa... não é uma doença. Eu não estou doente. Eu sou assim e gosto do que sou ....”
Ele recebe o medicamento sedativo e adormece.
Em sua audiência de competência ele continua insistindo que poderia reger a orquestra melhor do que o próprio maestro.
A Dra. Elisabeth diz que suas ideias estão desordenadas e que ele representa perigo para si próprio. Mesmo assim, a juíza entende que ele está apto para sair e o libera.
Ao sair do tribunal ele consegue carona com a Dra. Elisabeth e pede para ela lhe pagar um lanche. Ela reforça a preocupação com sua situação e afirma que é um homem atraente. Ele responde:
- “me sinto extasiado e você quer me curar disso?”.
A sua resistência em aceitar o seu diagnóstico e o respectivo tratamento começam a facilitar a transição para a fase depressiva. Aquela vitalidade foi dando lugar a uma certa lentidão e apatia que chamaram a atenção do amigo Howard. 
Howard, telefona para Dra. Elizabeth dizendo que o amigo está com alguns problemas e precisa de sua ajuda. Ela vai até a casa dele e ouve: 
- “Não consigo... Não consigo parar esta tristeza”. Em seguida, abraça Elizabeth e começa a chorar compulsivamente, contando o seguinte:
 “Aos três anos... tocava Mozart. Com doze, já tinha lido tudo. Aos 18... era o centro do universo. E de repente, acordo num hospital psiquiátrico. Não sou normal...Isto dói.” 
Ele relata estar assim há 20 anos. Que seu primeiro surto foi na faculdade, quando ingeriu 73 cápsulas de aspirina, pois sua namorada, Ellen, o teria abandonado.
Contrariando os princípios da profissão, a Dra. Elisabeth investiga a vida pregressa De Mr. Jones e descobre que ele havia sido casado com Ellen Ryan e que por ter sido abandonado por ela, ele a deu por morta... era assim que ele tratava os seus assuntos difíceis... os “matava”!
Após uma discussão com a Dra. Elisabeth, eles se beijam. Ela não consegue conviver com o fato de ter se envolvido e pede a sua transferência para outro hospital. Transtornado, ele tenta falar com ela e não é atendido. E fazendo uma relação com o caso da ex-mulher, ela pensa que agindo assim, ele será tratado em outro hospital e ela também será considerada morta e colocará um fim na história. 
Ao receber alta, ele vai à casa de Howard para apanhar suas ferramentas e o amigo logo percebe que ele voltou à fase maníaca. Está alterado, com a fala desorganizada e demonstrando irritação.
Jones sobe no telhado da mesma obra do início do filme como se fosse voar novamente. Um avião passa bem próximo a ele, dando a impressão de que “agora ele vai” ..., mas como já era de se esperar, sua querida Elisabeth grita por seu nome, os dois se abraçam em cima do telhado e viveram felizes até a próxima crise... 
CRÍTICA
Sabemos que o transtorno afetivo bipolar (TAB) é um transtorno de humor caracterizado pela alternância de episódios de depressão, mania ou hipomania. É uma doença crônica que afeta 4 a 5% da população em geral e que acarreta grande sofrimento, afetando negativamente a vida dos doentes em diversas áreas, em especial no trabalho, no lazer e nos relacionamentos interpessoais. (informações da Secretaria de Atenção à Saúde de 30/03/2016).
Também aprendemos na aula de 28/03/2019, sobre neuroses e psicoses, que há fatores desencadeantes que precipitam ou influenciam o surgimento da doença, como por exemplo, ter parentes portadores de TAB, o que infelizmente o filme não mostra.
Logo, não há dúvidas quanto ao diagnóstico de Mr. Jones. Porém, Entender as origens dos sintomas, (que na maioria das vezes estão reprimidos) e trazê-los à tona é fundamental para tentar conduzir o tratamento de forma eficaz. O filme deixa então algumas dúvidas sobre o que disparou o gatilho para a patologia:
O fato de ter sido deixado pela esposa pode ter agravado o quadro, mas não foi o motivo principal, uma vez que a ex-esposa afirmou para Dra. Elisabeth que o deixou por que ele já apresentava as crises e recusava o tratamento.
Em uma das sessões com a Dra. Elisabeth ele admite ser usuário de drogas e atribui a atual fase depressiva à falta delas.
Havia um vínculo entre ele e a música que provavelmente o frustrou. Mas também não fica claro o que aconteceu. 
Não foi apresentado nenhum parente com o mesmo transtorno que pudesse enquadrá-lo na estatística da hereditariedade. 
Talvez a adição de um romance entre os protagonistas tenha sido necessária para o filme atingir sua expectativa de bilheteria, mas na minha opinião a Dra. Elisabeth atuou mais como mãe postiça do que como amante. Uma vez que outra característica aprendida na aula de 28/03/2019, é que na fase depressiva existe a perda de capacidade do amor dentro do curso e prognóstico da doença.
RECOMENDAÇÕES
Indicado para todos os públicos, podendo agradar um pouco mais os portadores do transtorno bipolar e seus amigos e familiares, uma vez que podem aprender a lidar com eles.
AUTOR 
Mike Figgis 
Nascido em 28 de fevereiro de 1948, o diretor, dramaturgo, ator e compositorbritânico Michael Lawrence Dundus Figgis passou seus primeiros 8 anos em Nairóbi, no Quênia. Aos 9 anos retornou para Inglaterra, onde passou a adolescência tocando em bandas de rock com o famoso Bryan Ferry. 
Nos anos 1990, sua carreira foi marcada por filmes de grande repercussão. mas hoje é praticamente esquecido.
Em entrevista ao “The Guardian”, Figgis conta que muito do que lhe ocorreu foi por causa de seu “pavio curto”. Não aguentou, por exemplo, os abusos do produtor de Mr. Jones, que interferia em tudo que ele fazia e ele não conseguiu manter a boca calada.
BIBLIOGRAFIA
http://blogs.diariodonordeste.com.br/blogdecinema/geral/por-onde-andara-mike-figgis/
https://filmow.com/mr-jones-t255378/
http://maisequilibrio.com.br/saude/entenda-como-funciona-o-transtorno-bipolar-5-1-4-583.html
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/abril/01/TAB---Portaria-315-de-30-de-mar--o-de-2016.pdf
http://www.screenonline.org.uk/people/id/502585/index.html
www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-Vida-Ao-Redor-Da-Bipolaridade/ 48853320.html A Vida ao redor da bipolaridade: Análise do filme “Mr. Jones”

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