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Aula 6 Estrutura da Norma Juridica

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Introdução ao Estudo do Direito
Aula 6 - Da Estrutura da Norma Jurídica
Das normas Jurídicas em Geral...
Experiências Sociais – disciplinadas por esquemas ou modelos de organização de conduta que denominamos normas ou regras jurídicas.
A norma é um elemento constitutivo do Direito.
Alguns sob influência de Hans Kelsen dizem que a norma jurídica é sempre redutível a um juízo ou proposição hipotética, na qual se prevê um fato (F) ao qual se dá uma consequência (C):
Se F é, deve ser C
Nessa concepção, toda regra de direito contém a previsão genérica de um fato, com a indicação de que, toda vez que um comportamento corresponder a esse enunciado, deverá advir uma consequência.
Mas essa estrutura lógica corresponde apenas às regras destinadas a reger os comportamentos sociais.
As normas de organização, as dirigidas aos órgãos do Estado ou as que fixam atribuições na ordem pública ou privada não dizem nada de forma hipotética, mas categórica, excluindo qualquer condição. 
Ex. de normas jurídicas que se limitam a enunciar, de maneira objetiva e obrigatória, algo que deve ser feito ou constituído:
“Compete privativamente à União legislar sobre serviço postal” (art. 22, V da CF/88);
“Brasília é a Capital Federal” (art. 18, § 1º, CF/88);
“Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil” (art. 1º, CC/02);
“A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos (art. 1567, CC/02)
O que efetivamente caracteriza uma norma jurídica, de qualquer espécie:
É o fato de ser uma estrutura proposicional enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória. 
Proposicional porque seu conteúdo pode ser enunciado mediante uma ou mais proposições correlacionadas onde há integração lógica complementar dessas proposições que nela se contém.
Uma norma jurídica enuncia um dever ser
A Constituição Federal enuncia que o Brasil é uma República Federativa, mas na verdade está enunciando como o Brasil deve ser organizado e compreendido como República Federativa;
A República Federativa é uma realidade de dever ser.
Portanto, a regra jurídica enuncia um dever ser de forma objetiva e obrigatória. É próprio do Direito valer de maneira heterônoma, isto é, com ou contra a vontade dos obrigados, no caso das regras de conduta, ou sem comportar alternativa de aplicação, quando se tratar de regras de organização.
Tipos primordiais de normas
Normas de organização; (secundárias - normas de natureza instrumental)
Normas de conduta; (primárias – normas que enunciam as formas de ação ou comportamento lícito ou ilícito)
Bobbio prefere a indicação de primeiro e segundo graus, por entender que primária e secundária indicam precedência no tempo e preferência de ordem valorativa. 
Herbert Hart:
Primárias – criam uma obrigação (corresponde à doutrina tradicional)
Secundárias – três tipos:
De reconhecimento (identificar as normas primárias)
De modificação (regulam o processo de transformação das normas primárias, sua revogação)
De julgamento (disciplinam a aplicação das normas primárias)
As distinções das normas não devem significar escala de importância, todas elas têm maior ou menor grau de instrumentalidade, como meios de alcançar os valores e interesses individuais e coletivos.
Estrutura das regras Jurídicas de Conduta
Aquelas que têm os indivíduos como seus destinatários.
Com referência a essas normas pode-se dizer que elas se estruturam como juízos hipotéticos, segundo o esquema: 
Se F é, C deve ser 
Dois elementos – hipótese ou fato-tipo e dispositivo ou preceito.
Quando, na experiência social, se verifica uma correspondência razoável entre um fato particular e o fato-tipo F, previsto na norma, o responsável por aquele fato particular goza ou suporta as consequências predeterminadas no dispositivo ou preceito. 
O legislador ao enunciar uma regra jurídica de comportamento:
Prefigura a ocorrência de um fato-tipo, isto é, uma classe ou série de situações de fato (Se F é);
Liga a essa classe ou espécie de fato uma dada consequência, também predeterminada, com as características de objetividade e obrigatoriedade (...C deve ser).
Em toda regra de conduta há sempre a alternativa do adimplemento ou da violação do dever que nela se enuncia. 
Não é que o legislador quer a violação, ele a condena, tanto que impõe uma sanção, mas não pode deixar de pressupor a liberdade de opção do destinatário.
Assim, a hipoteticidade tem um aspecto lógico e também um axiológico, pois expressa a objetividade de um valor a ser atingido, e ao mesmo tempo, salvaguarda o valor da liberdade do destinatário, ainda que para violação.
Toda eticidade do Direito brilha nessa estrutura lógica e axiologicamente binada da norma jurídica, que, a um só tempo, afirma a objetividade de um dever ser e salvaguarda a subjetividade de um poder:
Se F é, .....C deve ser
Se não C, .... SP dever ser
Estrutura Trivalente da Norma Jurídica
Se F é, C deve ser.
No modelo normativo a previsão de um fato F que é a base necessária à formulação da hipótese, da qual resultará uma consequência (C).
Se se enuncia dada consequência declarando-a obrigatória, é sinal que se pretende atingir um objetivo, realizando-se algo de valioso, ou impedindo a ocorrência de valores negativos.
A norma jurídica, não obstante a sua estrutura lógica, assinala o “momento de integração de uma classe de fatos segundo uma ordem de valores , e não pode ser compreendida sem referência a esses dois fatores, que ela dialeticamente integra em si e supera.
Fato, Valor e Norma.
Referências Bibliográficas
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
Exercícios 
1) Apresente, de acordo com a divisão de Herbert Hart sobre as normas secundárias, exemplos de normas de reconhecimento, de modificação e de julgamento.
2) Associe numa experiência social um fato particular que corresponde a um fato tipo e apresente qual o resultado para a situação em que uma pessoa é responsável por este fato particular, citando a norma como exemplo.
3) Características da Norma Jurídica. Leia atentamente o texto a seguir e após responda ao que se pede.
“De acordo com a lógica de funcionamento do Estado de Direito, no momento em que uma norma se torna jurídica qualquer que tenha sido sua origem remota (e.g.: a religião, a moral ou a economia) seu cumprimento passa a ser obrigatório para todos – inclusive para o Poder Público – o que requer um aparato estatal capaz de impor essa obediência, direta ou indiretamente, caso ela não seja obtida de forma voluntária”. (BARCELLOS, Ana Paula de. A Eficácia Jurídica dos Princípios Constitucionais – O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana – Rio de Janeiro: Renovar, 2002, p. 33).
O trecho acima cuida de algumas características da norma jurídica. Identifique-as e explique-as.
4) Quais os tipos de regras jurídicas? Como é apresentada a estrutura das regras jurídicas de conduta? O que há de comum e o que há de distinto nos tipos de regras jurídicas?

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