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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO - UNISA

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Prévia do material em texto

Psicologia da 
Educação
José Antônio Lima
Elisabete Martins da Fonseca (janeiro/2013)
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Psicologia da Edu-
cação, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico 
e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) 
alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 RAÍZES HISTÓRICAS DA PSICOLOGIA .................................................................................... 7
1.1 Antecedentes ....................................................................................................................................................................8
1.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................15
1.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................15
2 DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL E AFETIVO NA CONSTRUÇÃO DA 
PERSONALIDADE.................................................................................................................................17
2.1 Teoria Psicodinâmica ...................................................................................................................................................18
2.2 Teorias Humanistas ......................................................................................................................................................23
2.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................25
2.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................26
3 EXERCÍCIO PARA REFLEXÃO ....................................................................................................... 27
3.1 O Caso de Francisca .....................................................................................................................................................27
3.2 Explicação do Caso de Francisca à Luz das Teorias ..........................................................................................28
3.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................29
3.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................29
4 NATUREZA DA APRENDIZAGEM E DO ENSINO ............................................................. 31
4.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................32
4.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................32
5 A APRENDIZAGEM E O CENÁRIO ESCOLAR ..................................................................... 33
5.1 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................34
6 A APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA HUMANA ................................................... 35
6.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................36
6.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................36
7 A APRENDIZAGEM NA PSICOLOGIA CONTEMPORÂNEA ....................................... 37
7.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................38
7.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................38
8 EDUCAÇÃO/APRENDIZAGEM .................................................................................................... 39
8.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................40
8.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................40
9 TIPOS DE APRENDIZAGEM ........................................................................................................... 41
9.1 Características Psicológicas Gerais da Aprendizagem ...................................................................................41
9.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................47
9.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................48
10 TEORIAS DE APRENDIZAGEM: ASSOCIACIONISTAS, S-R OU 
COMPORTAMENTAIS .....................................................................................................................49
10.1 O Conexionismo de Thorndike .............................................................................................................................49
10.2 O Condicionamento Operante de Skinner .......................................................................................................50
10.3 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................51
10.4 Atividades Propostas ................................................................................................................................................51
11 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE JEAN PIAGET .............................................................. 53
11.1 Estágio Sensório-Motor (do nascimento aos 2 anos) ...................................................................................55
11.2 Estágio Pré-Operacional (2 a 7 anos) ..................................................................................................................57
11.3 Estágio Operacional-Concreto (7 a 11 anos) ...................................................................................................5811.4 Estágio Operacional-Formal (adolescência – idade adulta) .....................................................................59
11.5 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................60
11.6 Atividades Propostas ................................................................................................................................................61
12 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE VYGOTSKY .................................................................... 63
12.1 Funções Psicológicas Superiores..........................................................................................................................63
12.2 Abordagem Sociointeracionista ...........................................................................................................................64
12.3 Níveis de Desenvolvimento para Vygotsky .....................................................................................................65
12.4 Zona de Desenvolvimento Proximal ..................................................................................................................65
12.5 Algumas Implicações da Abordagem Vygotskiana para a Educação ....................................................66
12.6 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................74
12.7 Atividades Propostas ................................................................................................................................................76
13 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE WALLON ......................................................................... 77
13.1 Introdução às Teorias de Henri Wallon ...............................................................................................................77
13.2 Os Estudos sobre Wallon ........................................................................................................................................78
13.3 Biografia do Autor ......................................................................................................................................................79
13.4 O Estudo da Normalidade a partir das Patologias .........................................................................................80
13.5 A Teoria de Desenvolvimento ...............................................................................................................................80
13.6 Algumas Implicações da Abordagem Walloniana para a Educação ......................................................85
13.7 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................92
13.8 Atividades Propostas ................................................................................................................................................93
14 A PSICOLOGIA E A ADOLESCÊNCIA .................................................................................... 95
14.1 Definição de Adolescência .....................................................................................................................................95
14.2 Desenvolvimento Sexual ........................................................................................................................................96
14.3 Mudanças Cognitivas ..............................................................................................................................................96
14.4 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................96
14.5 Atividades Propostas ................................................................................................................................................97
15 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 99
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ...................................101
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................................................109
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Buscando organizar esta disciplina, de forma a melhor favorecer a sua compreensão, apresentare-
mos os conteúdos da seguinte maneira:
ƒƒ Raízes Históricas da Psicologia;
ƒƒ Desenvolvimento Emocional e Afeto na Construção da Personalidade;
ƒƒ Teoria Psicodinâmica;
ƒƒ Teoria Humanista;
ƒƒ Natureza da Aprendizagem e do Ensino;
ƒƒ Aprendizagem e o Cenário Escolar;
ƒƒ Aprendizagem ao Longo da Vida Humana;
ƒƒ Aprendizagem na Psicologia Contemporânea;
ƒƒ Educação e Aprendizagem;
ƒƒ Tipos e Teorias da Aprendizagem.
Nesses capítulos, você encontrará, intencionalmente, palavras em destaque. Note que todas elas 
são de uso frequente na Educação ou na Psicologia, mas atente para o período em que estão sendo usa-
das.
AtençãoAtenção
A Psicologia é o estudo científico do comportamento e dos processos mentais. No final do século XX, a Psicologia 
cresceu imensamente; surgiram novas tecnologias de pesquisa, novos campos de investigação e novas abordagens 
para o estudo do comportamento e dos processos mentais. Esses avanços levaram a uma especialização maior dentro 
da Psicologia, tornando sua contribuição ainda maior para o entendimento do ser humano e de sua existência.
Nesse sentido, um dos interesses da Psicologia era investigar como se processava a relação do de-
senvolvimento com a aprendizagem do homem em sua primeira idade: a criança. Partindo desse pressu-
posto, nasceu uma pergunta: onde se pode observar a criança em seu momento de maior disponibilida-
de ao desenvolvimento e à aprendizagem? A resposta para tal pergunta é: em um espaço que foi criado 
e institucionalizado para ela aprender: a Escola. 
Logo se percebeu que, para tentar responder às perguntas nascidas de observações feitas no espa-
ço escolar, necessitava-se de estudo específico que, embora pertencesse à ciência Psicologia, devesse ter 
interesses particulares que se amarrassem aos interesses gerais dessa ciência: tem-se aí uma área deno-
minada Psicologia da Educação.
José Antônio Lima
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
6
Cabe, portanto, ao educador utilizar-se de co-
nhecimentos psicológicos para poder instrumentar-
-se e verificar que tipo de anacronismo envolve o pro-
cesso de ensino-aprendizagem. Uma vez verificado, 
deve-se encaminhar o sujeito observado a um espe-
cialista, que em conjunto com o educador apresenta-
rá um encaminhamento para a solução do problema. 
Bem, agora é hora de conhecer os autores, suas teorias e suas sugestões de observação e análise 
para o entendimento dos processos mentais e do comportamento. 
Dessa forma, destaca-se como objetivo central 
do nosso curso instrumentar futuros profissionais, 
para atuação na educação, onde quer que ela ocorra 
– em escolas, nos diversos níveis, ou mesmo numa 
empresa. 
Os processos de constituição mentais são com-
plexos e se manifestam por meio de comportamen-
tos. Cabe ao educador perceber tais comportamen-
tos, verificando-lhes interferências no processo de 
ensino-aprendizagem e encaminhando o aprendiz 
para um profissional competente.
AtençãoAtenção
A Psicologia da Educação é o ramo da Psicologia 
que se voltou a investigar como se processa a re-
lação do desenvolvimento com a aprendizagem 
do homem em sua primeira idade: a criança.
A Psicologia da Educação constituiu, ao longo do 
século XX, uma área de conhecimento compro-
missada com as questões relacionadas à educa-
ção em geral e à educação escolar,em particu-
lar. Sua maior preocupação foi, sem dúvida, o 
fenômeno psicológico como elemento-chave na 
constituição do processo educacional. 
CuriosidadeCuriosidade
AtençãoAtenção
Caro(a) aluno(a), buscando organizar o curso de forma a melhor atender à sua compreensão, dividiu-se o conteúdo 
da seguinte maneira:
•	 apresentaremos a história da Psicologia e como essa ciência desenvolveu-se ao longo da história da humanidade, 
tópico no qual estudaremos as Ideias Psicológicas e seus principais pensadores;
•	 estabeleceremos uma linearidade temporal, partindo da Grécia Antiga até o final do século XIX, apresentando a 
ciência psicológica e sua preocupação com o indivíduo;
•	 discutiremos as questões relativas ao desenvolvimento emocional e afetivo na construção da personalidade, a 
partir do pensamento Psicodinâmico de Sigmund Freud e do pensamento humanista de Carl Roger; 
•	 apresentaremos a natureza da aprendizagem e do ensino;
•	 estudaremos as Teorias de Aprendizagem e sua preocupação com indivíduo.
Os temas apresentados serão tratados à luz das teorias de Sigmund Freud, Carl Rogers, Jean Piaget, 
Lev Vygotsky, Henri Wallon, Thorndike e Skinner.
Desejo-lhe um bom curso.
José Antônio Lima 
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
7
RAÍZES HISTÓRICAS DA PSICOLOGIA1 
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudaremos os antece-
dentes históricos da Psicologia, observando suas 
implicações para a reflexão educacional, tendo 
como foco a investigação sobre os processos 
mentais e a aprendizagem. 
A aprendizagem constitui um dos princi-
pais objetos de preocupação dos cientistas que, 
nos laboratórios de Psicologia das universidades, 
pesquisaram a vida mental e o comportamento. 
A maior parte dos comportamentos e conheci-
mentos exibidos pelos indivíduos é aprendida. Ao 
longo do processo de desenvolvimento, cada ser 
humano adquire gradualmente uma infinidade 
de competências, regras, informações e maneiras 
de lidar com as pessoas, coisas e situações, que 
resultam tanto de aprendizagem orientada de 
modo intencional, planejado, sistemático e con-
trolado, quanto de processos espontâneos e até 
acidentais.
O ensino em escolas de todos os níveis e de 
qualquer modalidade, o treinamento e o desen-
volvimento são metas que só podem ser alcan-
çadas se ocorrer aprendizagem em cada pessoa 
envolvida. 
Hoje, entende-se que a Psicologia é uma 
ciência que traz em si áreas de estudo e interes-
se, que, como a Psicologia da Educação, se define 
como tal por trazer objeto próprio de estudo. Se 
você perguntar o que a Psicologia estuda? Como 
resposta terá: os processos mentais observados 
por meio do comportamento e desenvolvimen-
to do indivíduo. Isso é o que essa ciência estuda 
atualmente, contudo ela é nova, pois foi somente 
em 1879 que Wilhelm Wundt fundou o primei-
ro laboratório de Psicologia na Universidade de 
Leipzig, na Alemanha. Assim sendo, é só a partir 
daí que se pode falar em ciência da Psicologia. 
Contudo, muito antes desses estudos científicos 
em laboratórios de Psicologia, a aprendizagem 
foi objeto de reflexão e observação de pensado-
res importantes na História da Humanidade. É im-
portante conhecer um pouco dessas ideias sobre 
aprendizagem, que são denominadas Ideias Psi-
cológicas. 
Saiba maisSaiba mais
Wilhelm Maximilian Wundt (Neckarau, 16 de agosto de 1832 – Großbothen, 31 de agosto de 1920) foi 
um médico, filósofo e psicólogo alemão. É considerado um dos fundadores da moderna psicologia 
experimental, junto a Ernst Heinrich Weber (1795-1878) e Gustav Theodor Fechner (1801-1889).
Entre as contribuições que o fazem merecedor desse reconhecimento histórico, estão a criação do 
primeiro laboratório de psicologia no Instituto Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig 
(Lipsia), na Alemanha, em 1879, e a publicação de Principles of physiological psychology (Princípios de 
psicologia fisiológica), em 1873, no qual afirmava textualmente que seu propósito, com o livro, era de-
marcar um novo domínio da ciência (WIKIPÉDIA, 2012).
•	 Ideias Psicológicas são as contribuições elaboradas pelos estudiosos a partir de suas investigações, considerando a varie-
dade de formas e condições de aprendizagem, tendo em vista os processos mentais observados por meio do comporta-
mento e desenvolvimento do indivíduo. 
José Antônio Lima
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8
Da Grécia Antiga, Sócrates, Platão e Aristó-
teles figuram entre os pensadores que legaram 
à humanidade considerações importantes não 
somente sobre a aprendizagem e o ensino, mas 
a propósito de vários outros temas de caráter psi-
cológico: percepção, memória, conhecimento, 
imagem, linguagem, inteligência, emoção, rela-
ções afetivas etc. Veja.
Sócrates é considerado o pai da Filosofia 
Ocidental. Quem não “fugiu” das aulas de Filoso-
fia deve se lembrar da famosa Maiêutica, méto-
do pelo qual a ideia nascia de forma semelhante 
a um parto, o que, aliás, é o significado para a pa-
lavra ‘maiêutica’.
1.1 Antecedentes
Saiba maisSaiba mais
De acordo com a origem grega da palavra, Psicologia 
significa o estudo ou discurso (logos) acerca da alma 
ou espírito (psique). Buscando a origem do significado 
para a palavra ‘Psicologia’, entendemo-la como o estu-
do do discurso acerca da alma, sendo esta o núcleo da 
singularidade de cada ser: a Psique.
Saiba maisSaiba mais
Sócrates (em grego antigo: Σωκράτης, transl. Sōkrátēs; Atenas, 469 a.C. – Atenas, 399 a.C.) foi um filósofo ateniense e um dos 
mais importantes ícones da tradição filosófica ocidental. É considerado por muitos filósofos o modelo de filósofo. Não à toa, foi 
o professor de Platão, um dos mais influentes filósofos da atualidade. Pouco se sabe ao certo sobre sua vida. As fontes mais im-
portantes de informações sobre Sócrates são fornecidas por Platão (alguns historiadores afirmam só se poder falar de Sócrates 
como um personagem de Platão, por ele nunca ter deixado nada escrito de sua própria autoria) e Xenofonte, que o exaltam, e 
por Aristófanes, que o combate e satiriza. Os diálogos de Platão retratam Sócrates como mestre que se recusa a ter discípulos 
e um homem piedoso que foi executado por impiedade. Sócrates não valorizava os prazeres dos sentidos; todavia, escalava-se 
o belo entre as maiores virtudes, junto ao bom e ao justo. Dedicava-se ao parto das ideias (Maiêutica) dos cidadãos de Atenas, 
mas era indiferente em relação a seus próprios filhos (WIKIPÉDIA, 2012).
Saiba maisSaiba mais
A respeito da Maiêutica...
Sócrates comparava sua função com a profissão de sua mãe: parteira – aquela que não dá à luz a criança, apenas auxilia a 
parturiente. “O parto das ideias” – expresso pela palavra ‘maiêutica’ – caracteriza o momento de busca da verdade, no qual o ser 
humano busca o aprimoramento de suas ideias pela reflexão e pelo diálogo, numa construção compartilhada, por aproxima-
ções sucessivas, ampliando seu autoconhecimento e o seu conhecimento sobre o mundo. 
É em sua busca pela verdade que se per-
cebem ideias psicológicas, pois para o filósofo a 
verdade está em cada indivíduo; este, portanto, 
deverá realizar um exercício de análise interior 
para descobrir a verdade. A tal processo pode-se 
associar a subjetividade tão utilizada nas aborda-
gens psicológicas racionalistas, que estão na base 
do cognitivismo – um exemplo é a teoria piage-
tiana.
Psicologia da Educação
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
9
Platão foi o maior discípulo de Sócrates. 
Segundo o filósofo, a verdadeira aprendizagem 
começa com um estado de espanto ou perplexi-
dade impelindo a pessoa ao esforço do conheci-
mento. Quando você se espanta diante de algo, o 
acontecimento força você a pensar no que está 
ocorrendo, possibilitando conhecê-lo. Daí seu 
“Para Sócrates o homem ao voltar-se para si mesmo chegaria à sabedoria, alcançandoa auto-realização.
Sócrates concebia o homem por meio de dois princípios: alma (espírito) e corpo. Defensor do diálogo como método 
de educação, considerava muito importante o contato direto com os interlocutores – o que é uma das possíveis ra-
zões para o fato de não ter deixado nenhum texto escrito. Suas idéias forma recolhidas principalmente por Platão, que 
as sistematizou, e por outros filósofos que conviveram com ele. Sócrates se fazia acompanhar frequentemente por 
jovens, alguns pertencentes as mais ilustres e ricas famílias de Atenas. 
Para Sócrates, ninguém adquire a capacidade de conduzir-se, e muito menos de conduzir-se os demais, se não possuir 
a capacidade de autodomínio. Depois dele, a noção de controle pessoal se transformou em um tema central da ética 
e da filosofia moral. Também se formou aí o conceito de liberdade interior: livre é o homem que não se deixa escravizar 
pelos próprios apetites e segue os princípios que, por intermédio da educação afloram de seu interior.” (REVISTA NOVA 
ESCOLA, 2008).
CuriosidadeCuriosidade
princípio fundamental acerca da aprendizagem 
humana, pois, para Platão, cada um é responsá-
vel por sua própria aprendizagem (muitos pensa-
dores do século XX inspiraram-se nas ideias psico-
lógicas de Platão sobre aprendizagem para suas 
teorias). 
Saiba maisSaiba mais
Platão (em grego: Πλάτων, transl. Plátōn, “amplo”; Atenas, 428/427 a.C. – Atenas, 348/347 a.C.) foi um filósofo e matemático 
do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira 
instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente a seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão 
ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que seu nome verdadeiro 
tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte 
atlético ou os ombros largos, ou, ainda, à sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles, a ética, a 
política, a metafísica e a teoria do conhecimento. A sofisticação de Platão como escritor é especialmente evidente em seus diá-
logos socráticos; trinta e cinco diálogos e treze cartas são creditados tradicionalmente a ele, embora os estudiosos modernos 
tenham colocado em dúvida a autenticidade de, pelo menos, algumas dessas obras. Essas obras também foram publicadas 
em diversas épocas e das mais variadas maneiras, o que levou a diferentes convenções no que diz respeito à nomenclatura e 
referenciação dos textos. Embora não exista qualquer dúvida de que Platão lecionou na Academia fundada por ele, a função 
pedagógica de seus diálogos – se é que alguma existia – não é conhecida com certeza. Os diálogos, desde a época do próprio 
Platão, eram usados como ferramentas de ensino nos tópicos mais variados, como filosofia, lógica, retórica, matemática, entre 
outros (WIKIPÉDIA, 2012).
José Antônio Lima
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10
“Para o grego Platão (427-347 a.C.) o objetivo final da educação era a formação do homem moral, vivendo em um 
Estado justo.
Platão foi o segundo da tríade dos grandes filósofos clássicos, sucedendo Sócrates (469-399 a.C.) e precedendo Aris-
tóteles, seu discípulo. Como Sócrates, Platão rejeitava a educação elitista que se praticava na Grécia em sua época. 
A busca da virtude deve prosseguir pela vida inteira. Educar é imprescindível para uma ordem política baseada na 
justiça, devendo ser a tarefa de toda a sociedade.
Platão defendia que os alunos buscassem as respostas, procurando pensar sobre as respostas a partir de perguntas 
mobilizadoras. 
A pedagogia de Platão se aproxima de sua filosofia, em que a busca da verdade é mais importante do que dogmas 
incontestáveis. O processo dialético platônico, isto é, processo no qual ao longo do debate de idéias, depuram-se o 
pensamento e os dilemas morais, também se relaciona com a procura de respostas durante o aprendizado.” (REVISTA 
NOVA ESCOLA, 2008).
CuriosidadeCuriosidade
Aristóteles foi o filósofo que mais influen-
ciou o Ocidente. Foi discípulo de Platão e deixou 
um variado número de assuntos relacionados às 
ideias psicológicas, como: memória, sensação, 
sono, sonhos. Aristóteles ressalta a importância 
do exercício na aprendizagem, pois isso refor-
ça a memória, por meio da imitação, repetição 
mental. Seus escritos sobre a associação de ideias 
como formadoras de hábitos foram os pontos de 
partida para o aparecimento da Psicologia Experi-
mental em 1879.
Aristóteles reconhecia na imitação, isto é, na repe-
tição, um princípio para a aprendizagem. Segun-
do ele, os bons hábitos formavam-se nas crianças 
pelo exemplo dos adultos.
CuriosidadeCuriosidade
Saiba maisSaiba mais
Aristóteles (em grego: Aριστοτέλης, transl. Aristotélēs; Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.) foi um filósofo grego, aluno de Pla-
tão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia 
e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. Juntamente a Platão e Sócrates (professor 
de Platão), Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. Em 343 a.C., tornou-se tutor de Alexandre da 
Macedônia, na época com 13 anos de idade, que seria o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em 335 a.C., Alexandre 
assumiu o trono e Aristóteles voltou para Atenas, onde fundou o Liceu (lyceum).
Aluno de Platão, Aristóteles discordava de uma parte fundamental da sua filosofia. Platão concebia dois mundos existentes: 
aquele que é apreendido por nossos sentidos – o mundo concreto –, em constante mutação, e outro mundo – abstrato –, o 
das ideias, acessível somente pelo intelecto, imutável e independente do tempo e do espaço material. Aristóteles, ao contrário, 
defendia a existência de um único mundo: este em que vivemos. O que está além de nossa experiência sensível não pode ser 
nada para nós (WIKIPÉDIA, 2012).
Após os gregos, encontra-se a influência 
de pensadores romanos, em especial de Cícero 
e Quintiliano, pois seus escritos foram de suma 
importância para o ensino e a aprendizagem na 
Roma Antiga. 
Psicologia da Educação
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
11
Cícero opõe-se aos professores que, em 
seu tempo, eram preocupados apenas com a 
transmissão de regras ou receitas. Era preocupa-
do com a necessidade de observação e reflexão e 
a importância de uma base educacional pautada 
O pensamento romano floresceu num ambiente de ócio (a vida sem trabalho proporcionada pela riqueza do Império 
e pelo emprego da mão de obra escrava). Na Filosofia, os romanos elaboraram um pensamento eclético, uma mistura 
de várias correntes de pensamento. Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.) sustentava que deveria existir alguma forma de 
conhecimento para assegurar o consenso, que fosse além de mecanismos de aprendizagem mecânicos e superficiais; 
o que lhe importava não era o conhecimento das coisas por meio da razão, mas o que era razoável e conveniente para 
os homens, a partir da reflexão e da observação, nas quais as aptidões naturais são consideradas.
•	 Entre os antigos romanos, educare significava criar ou nutrir crianças e estava ligado a outro verbo: edu-
cere – fazer sair, lançar, criar, amamentar. 
CuriosidadeCuriosidade
na cultura geral, uma vez que criticava o ensino 
mecânico e superficial. Acreditava que o homem 
deveria ser livre em seu aprendizado, consciente 
de sua autonomia e responsável por seu conhe-
cimento.
Saiba maisSaiba mais
Marco Túlio Cícero, em latim Marcus Tullius Cicero (Arpino, 3 de janeiro de 106 a.C. – Formia, 7 de dezem-
bro de 43 a.C.), foi um filósofo, orador, escritor, advogado e político romano. Cícero é normalmente visto 
como uma das mentes mais versáteisda Roma Antiga. Foi ele quem apresentou aos romanos as escolas 
da filosofia grega e criou um vocabulário filosófico em latim, distinguindo-se como um linguista, tradutor e 
filósofo. Um orador impressionante e um advogado de sucesso, Cícero provavelmente pensava que a sua 
carreira política era a sua maior façanha. Hoje em dia, ele é apreciado principalmente pelo seu humanismo 
e trabalhos filosóficos e políticos (WIKIPÉDIA, 2012).
Quintiliano acreditava que o ambiente e as 
pessoas que cercam a criança desde seus primei-
ros anos de vida eram essenciais para seu apren-
dizado e seu desenvolvimento, acreditava que os 
jogos eram vantajosos para a educação infantil e 
Saiba maisSaiba mais
Marcus Fabius Quintilianus nasceu em Caagurris (Calahorra, atual Espanha) e viveu de 30 a 95. Escritor e retórico latino, es-
tudou em Roma, onde primeiro foi advogado. Tornou-se conhecido por ter sido professor de retórica. Um de seus alunos foi 
o orador romano Plinio, o Jovem. Depois de ser, por vinte anos, advogado e professor, retirou-se para escrever. Ficou famoso 
pelo Institutio oratoria (c. 95), grande obra redigida em 12 volumes. Nos dois primeiros livros, Quintiliano trata da educação 
fundamental e como se organizava a vida na Roma de seu tempo; recomenda que se ensinem, simultaneamente, os nomes 
das letras e as suas formas, é contrário aos castigos físicos; recomenda a emulação como incentivo para o estudo; e sugere que 
o tempo escolar seja periodicamente interrompido por recreios, já que o descanso é, na sua opinião, favorável à aprendizagem. 
O Livro X é o mais conhecido; nele, Quintiliano aconselha a leitura como elemento fundamental na formação de um orador, 
bem como apresenta uma pesquisa sobre as pessoas que escreveram em grego e latim. No último livro, apresenta o conjunto 
de qualidades que deve reunir quem se dedicar à Oratória, tanto no que se refere à conduta quanto ao caráter. Sua obra exer-
ceu grande influência sobre a teoria pedagógica que sustenta o humanismo e o renascimento.
ensino individualizado. Contudo é defensor de 
uma educação sem frivolidades: o ensino deve 
ser vigoroso e rigoroso. Também versa sobre a 
importância do exercício como o segredo de uma 
boa memória.
José Antônio Lima
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É imensa sua contribuição para a compreen-
são do ser humano em sua constituição, mesmo 
que durante muito tempo essas informações 
tenham ficado em segredo por parte da maior 
instituição daquela época: a Igreja. Desse modo, 
foi da própria Igreja que foram recuperados os 
pensadores cujas ideias influenciaram o pensar 
psicológico no que diz respeito à aprendizagem 
e ao ensino, mesmo que suas ideias visassem es-
sencialmente à formação do cristão. 
Saiba maisSaiba mais
Aurélio Agostinho (em latim, Aurelius Augustinus), dito de Hipona e conhecido como Santo Agostinho (Tagaste, 13 de 
novembro de 354 – Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo, padre latino e doutor da Igreja Ca-
tólica. Agostinho foi uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Seu pensamento 
influenciou profundamente a visão do homem medieval. A Igreja identificou-se com o conceito de “Cidade de Deus” de Agos-
tinho, como também a comunidade que era devota de Deus. Na Igreja Católica e na Igreja Anglicana, é considerado um santo, 
um importante Doutor da Igreja e o patrono da ordem religiosa agostinha. Muitos protestantes, especialmente calvinistas, 
consideram-no um dos pais teólogos da Reforma Protestante, ensinando a salvação e a graça divina (WIKIPÉDIA, 2012).
Santo Agostinho acreditava na iluminação 
interior como condição básica para a aprendiza-
gem. A seu ver, só aprendemos de fato quando 
somos espiritualmente iluminados, não cabe aos 
professores ensinar nada, mas apontar os ensina-
mentos por meio da provocação e do estímulo. 
Agostinho propunha que os professores ensinas-
sem com calma e satisfação, sem aulas enfado-
nhas e chatas.
São Tomás de Aquino surgiu oito séculos 
depois do colega padre Santo Agostinho, e acre-
ditava que adquirimos conhecimento por duas 
vias: interior, no caso de quem procura apren-
der por meio de sua própria busca, e exterior, no 
caso de quem busca o aprendizado por meio da 
instrução de alguém. Acreditava que toda apren-
dizagem precede do conhecimento anterior, 
portanto para se aprender deve-se respeitar a ca-
pacidade de aprender de cada um. Segundo esse 
Padre, o conhecimento é obtido por meio do en-
sino e também da descoberta.
“Tomás de Aquino é uma figura simbólica de seu tempo na medida em que representou como ninguém a tensão 
entre a tradição cristã medieval e a cultura que se formava no interior de uma nova sociedade. Sua obra mais impor-
tante, apesar de não concluída, é a Suma Teológica, na qual revê a teologia cristã sob a nova ótica, seguindo o princípio 
aristotélico de que cabe à razão ordenar e classificar o mundo para entendê-lo. Eis o princípio do tomismo, como é 
chamada a filosofia inaugurada por Tomás de Aquino.
A relação entre razão e fé está no centro dos interesses do filósofo. Para ele, embora esteja subordinada à fé, a razão 
funciona por si mesma, segundo as próprias leis. Ou seja, o conhecimento não depende da fé nem da presença de 
uma verdade divina no interior do indivíduo, mas é um instrumento de se aproximar de Deus.” (REVISTA NOVA ESCOLA, 
2008).
CuriosidadeCuriosidade
Psicologia da Educação
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João Amós Comênio é conhecido como 
o pai da Didática, pois foi o precursor do ensino 
audiovisual e da pedagogia moderna; acreditava 
que o sistema escolar deveria ser aberto a todas 
as crianças dos 6 aos 12 anos; e dava importância 
à inteligência, à imaginação e à memória. Para os 
jovens dos 12 aos 18 anos, deveria existir a esco-
la secundária, que se preocuparia com os órgãos 
sensoriais e a fala, e finalmente para os jovens 
de 18 a 25 anos, estudos mais aprofundados e 
específicos. Para Comênio, o ensino deve partir 
de fatos práticos e claros que levem o aprendiz 
a dedicar-se a uma atividade autônoma e autor-
reguladora. Tudo deve ser apresentado ao aluno 
por meio de seus sentidos. Vê-se a importância 
da experiência e a associação das ideias.
Saiba maisSaiba mais
“O nome Comênio é o aportuguesamento da assinatura latina de Jan Amos Comenius, nascido em 1592 na Moravia, Repú-
blica Tcheca.
Comênio é conhecido como o pai da Didática Moderna. O filósofo tcheco defendeu o ensino de ‘tudo para todos’ e foi o pri-
meiro teórico a respeitar a inteligência e os sentimentos da criança.
A obra mais importante de Comênio, ‘Didactica Magna’, marca o início da sistematização da pedagogia e da didática no Oci-
dente.
No livro, o pensador realiza uma racionalização de todas as ações educativas, indo da teoria didática até as questões do coti-
diano da sala de aula. 
A prática escolar, para ele, deveria imitar os processos da natureza. Nas relações entre professor e aluno, seriam consideradas 
as possibilidades e os interesses da criança. O professor passaria a ser visto como um profissional, não como um missionário. 
A organização do tempo e do currículo levaria e conta os limites do corpo e a necessidade, tanto dos alunos quanto dos pro-
fessores.” (REVISTA NOVA ESCOLA, 2008).
No século XVII, entraram pensadores que 
deram grande relevância às ideias de aprendiza-
gem e ensino. Esses pensadores são chamados 
empiristas.
Saiba maisSaiba mais
Empiristas são os adeptos do empirismo. Na filosofia, Empirismo é um movimento que acredita nas experiências como 
únicas (ou principais) formadoras das ideias, discordando, portanto, da noção de ideias inatas.
O empirismo é descrito/caracterizado pelo conhecimento científico e a sabedoria é adquirida por percepções; pela origem 
das ideias, por onde se percebe as coisas, independentementede seus objetivos e significados; pela relação de causa-efeito, 
por onde fixamos na mente o que é percebido, atribuindo à percepção causas e efeitos; pela autonomia do sujeito, que afirma 
a variação da consciência de acordo com cada momento; pela concepção da razão, que não vê diferença entre o espírito e 
extensão, como propõe o Racionalismo; e, ainda, pela matemática, como linguagem que afirma a inexistência de hipóteses.
Na ciência, o empirismo é normalmente utilizado quando falamos no método científico tradicional (que é originário do em-
pirismo filosófico), o qual defende que as teorias científicas devem ser baseadas na observação do mundo, em vez de na 
intuição ou na fé, como lhe foi passado.
O termo tem uma etimologia dupla. A palavra latina ‘experientia’, da qual deriva a palavra ‘experiência’, é originária da expressão 
grega εμπειρισμός. Por outro lado, deriva-se também de um uso mais específico da palavra ‘empírico’, relativo aos médicos, 
cuja habilidade deriva da experiência prática e não da instrução, da teoria (WIKIPÉDIA, 2012).
José Antônio Lima
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John Locke acreditava que a mente de uma 
criança recém-nascida era uma tábula rasa, uma 
lousa limpa. Para ele, todo o conhecimento era 
adquirido por meio de experiências sensoriais. 
Para esse filósofo, a aprendizagem e a memória 
dependem da associação de ideias, já que estas 
se sucedem no pensamento em virtude de liga-
ções naturais ou racionais. O próprio Locke dá um 
exemplo:
[...] as idéias de duendes e fantasmas, na 
realidade, não têm mais a ver com a es-
curidão do que com a luz; no entanto, se 
uma pajem tola inculca freqüentemente 
essas idéias na mente de uma criança e 
faz com que se desenvolvam juntas, tal-
vez a criança nunca seja capaz de separá-
-las, enquanto viver [...]. A escuridão para 
sempre trará consigo essas idéias ame-
drontadoras, e ficarão tão unidas que não 
se poderá suportar nem uma, nem a ou-
tra. (LOCKE, 1700 apud HERRNSTEIN; BO-
RING, 1971, p. 410-411).
É claro que as contribuições para as ideias 
psicológicas não se resumiram apenas a esses 
grandes pensadores, entretanto, aqui, o objetivo 
é mostrar em linhas gerais que a Psicologia pode 
ser apresentada da seguinte forma: antes do fim 
do século XIX, em que o que foi produzido e se 
relacionava com a Psicologia era conhecido por 
Ideias Psicológicas, e a partir de 1879, com as des-
cobertas de Wundt, quando a Psicologia passa a 
ser considerada uma ciência.
Saiba maisSaiba mais
“No século 19, destaca-se o papel da ciência e seu avanço torna-se necessário. O crescimento da nova ordem econômica – o 
capitalismo – traz consigo o processo de industrialização, para o qual a ciência deveria dar respostas e soluções práticas no 
campo da técnica. Há, então, um impulso muito grande para o desenvolvimento da ciência, como um sustentáculo da nova 
ordem econômica e social, e dos problemas colocados por ela.” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001, p. 36).
Saiba maisSaiba mais
“John Locke (1632-1704) foi um pensador inglês que concebia que a criança teria sua mente como uma tela em branco, que 
o professor deveria preencher, fornecendo informações e vivências. Influenciou a política ao introduzir o liberalismo. Foi o 
autor de dois tratados de governo que sustentaram a implantação da monarquia parlamentarista na Inglaterra, inspiraram a 
Constituição dos Estados Unidos e anteciparam as idéias dos iluministas franceses. Na filosofia, construiu uma teoria do conhe-
cimento inovadora, que investigou o modo como a mente capta e traduz o mundo exterior. Na educação, compilou uma série 
de preceitos sobre aprendizado e desenvolvimento, com base em sua experiência de médico e preceptor, que teve grande 
repercussão nas classes emergentes de seu tempo.
Para Locke o aprendizado depende primordialmente das informações e vivências às quais a criança é submetida e que ela 
absorve de modo relativamente previsível e passivo. É, portanto, um aprendizado de fora para dentro. O conhecimento seria 
atingido somente pela razão. Os princípios morais derivariam de considerações a respeito do que é vantajoso para o indivíduo 
e para a coletividade.
A educação teria um papel imprescindível para a formação da criança, que sozinha não teria condições de aprender.” (REVISTA 
NOVA ESCOLA, 2008). 
Psicologia da Educação
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1.2 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a),
A Psicologia da Educação é uma disciplina que pode auxiliar o trabalho educacional, à medida que 
apresenta abordagens de estudo do comportamento humano, especialmente, na forma como a apren-
dizagem ocorre, considerando a singularidade humana.
Como pedagogos, não realizaremos uma análise clínica dos comportamentos de nossos alunos, 
mas faz-se necessário observarmos, atenta e sensivelmente, suas atitudes, comportamentos, aprendi-
zagens e interações. Nosso objetivo é favorecer o processo de desenvolvimento integral das crianças e 
jovens com quem trabalhamos, tendo como apoio as investigações sobre as aprendizagens.
A aprendizagem constitui um dos principais objetos de preocupação dos cientistas que, nos labo-
ratórios de Psicologia das universidades, pesquisaram a vida mental e o comportamento. A maior parte 
dos comportamentos e conhecimentos exibidos pelos indivíduos é aprendida. Ao longo do processo 
de desenvolvimento, cada ser humano adquire, gradualmente, uma infinidade de competências, regras, 
informações e maneiras de lidar com as pessoas, coisas e situações, que resultam tanto de aprendizagem 
orientada de modo intencional, planejado, sistemático e controlado, quanto de processos espontâneos 
e até acidentais.
O ensino em escolas de todos os níveis e modalidades, o treinamento e o desenvolvimento são 
metas que só podem ser alcançadas se ocorrer a aprendizagem em cada pessoa envolvida.
Conhecer os aspectos históricos que permearam a produção científica e filosófica amplia e apro-
funda nossa compreensão sobre a investigação psicológica.
Em nossa retrospectiva histórica e filosófica, acompanhamos, até a Modernidade, as diferentes 
concepções que influenciaram as raízes históricas da Psicologia, de maneira geral. 
1.3 Atividades Propostas
1. Do que trata a Psicologia da Educação?
2. Qual é a relação entre o Ensino e a Aprendizagem do ponto de vista geral da Psicologia da 
Educação?
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, trataremos do estudo da 
personalidade, considerando as contribuições da 
Teoria Psicodinâmica.
Nós falamos de personalidade todo o 
tempo. Descrevemos nosso melhor amigo como 
divertido e tranquilo ou do tipo esportista e muito 
meigo. Perdemos a Copa do Mundo em 2006 e 
foi comum ouvir: O Parreira não teve personali-
dade para montar um time bom ou O Ronaldinho 
Gaúcho só joga com personalidade no Barcelona. 
Descrevemos as pessoas que não conhecemos 
tão bem de modo generalizado: Ele é esnobe 
e arrogante ou Ela tem o rei na barriga. Em rela-
ção às crianças, procedemos de maneira seme-
lhante: Esse aluno é inibido e introspectivo ou As 
alunas dessa sala são assanhadas demais; e em 
alguns casos determinamos: Esse é burro ou Não 
terá condições de aprender nunca. Entretanto, não 
serão essas breves caracterizações que determi-
narão a personalidade do educando, pois a per-
sonalidade é composta por um conjunto de ca-
racterísticas.
Muitos psicólogos definem a personalida-
de como um padrão singular de pensamentos, 
sentimentos e comportamentos de um indiví-
duo, que persiste através do tempo e das situa-
ções. É preciso atentar-se para dois pontos nessa 
definição. Por um lado, a personalidade refere-se 
a diferenças singulares – aqueles aspectos que 
distinguem uma pessoa de todas as outras. Por 
outro lado, a definição afirma que a personali-
dade é relativamente estávele duradoura, pois 
essas diferenças individuais dificilmente mudam.
DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL 
E AFETIVO NA CONSTRUÇÃO DA 
PERSONALIDADE
2 
Os psicólogos abordam o estudo da perso-
nalidade de várias maneiras. Alguns tentam iden-
tificar as características mais importantes. Outros 
procuram entender por que existem diferenças 
de personalidade. Dentro desse segundo grupo, 
alguns psicólogos identificam a família como o 
fator mais importante no desenvolvimento da 
personalidade de um indivíduo, e outros enfati-
zam as influências ambientais externas à família, 
e ainda tem aqueles que consideram a personali-
dade o resultado da maneira como aprendemos 
a pensar a respeito de nós mesmos e de nossas 
experiências.
Neste módulo, trataremos de duas das prin-
cipais teorias da personalidade: a Teoria Psicodi-
nâmica, à luz do pensamento de Sigmund Freud, 
e a Teoria Humanista, à luz da obra de Carl Rogers. 
AtençãoAtenção
Muitos psicólogos definem a personalidade 
como um padrão singular de pensamentos, sen-
timentos e comportamentos de um indivíduo, 
que persiste através do tempo e das situações.
José Antônio Lima
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18
Iniciaremos este capítulo apresentando a 
Teoria Psicodinâmica sobre a construção da 
Personalidade de Sigmund Freud (1856-1939). 
O termo foi cunhado pelo próprio teórico para 
designar o estudo da energia psíquica e de sua 
transformação e manifestação no comportamen-
to. Embora muitos dos postulados de Freud este-
jam ultrapassados, é, sem sobra de dúvida, o autor 
Psicodinâmico mais conhecido no mundo. Freud 
se formou em Medicina e era fascinado pelo SNC 
– medula espinhal e cérebro –, e passava horas 
estudando no laboratório de Psicologia da Uni-
versidade de Viena. Após se formar como médico, 
2.1 Teoria Psicodinâmica
AtençãoAtenção
A Teoria Psicodinâmica sobre a construção da 
Personalidade, de Sigmund Freud (1856-1939), 
foi criada para designar o estudo da energia psí-
quica e de sua transformação e manifestação no 
comportamento.
abriu um consultório em Viena e constatou que 
diversas doenças nervosas tinham origens psico-
lógicas e não fisiológicas. Tais observações clíni-
cas o levaram a desenvolver uma ampla teoria da 
vida mental, diferenciando radicalmente de seus 
contemporâneos. 
Saiba maisSaiba mais
“Em 1900, no livro ‘A Interpretação dos Sonhos’, Freud apresenta a primeira concepção sobre a cultura e o funcionamento 
psíquicos. Essa teoria refere-se à existência de três sistemas ou instâncias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente.
•	 O inconsciente exprime o ‘conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência’ (LAPLANCHE, J. e PON-
TALIS, J.). É constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-consciente/consciente, pela ação 
de censuras internas. Esses conteúdos podem ter sido conscientes em algum momento, e terem sido reprimidos, isto é, 
foram para o inconsciente, ou podem ser genuinamente inconscientes. O inconsciente é um sistema do aparelho psíqui-
co regido por leis próprias de funcionamento. Por exemplo, é atemporal, não existem as noções de passado e presente. 
•	 O pré-consciente refere-se ao sistema em que permanecem os conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não está 
na consciência nesse momento, mas no momento seguinte pode estar.
•	 O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do 
mundo interior. Na consciência, destaca-se o fenômeno da percepção, principalmente a percepção do mundo exterior, a 
atenção e o raciocínio.” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001, p. 73).
Freud acreditava que os seres humanos 
não eram tão racionais quanto seus antecessores 
pensavam e que o livre-arbítrio era uma grande 
ilusão. Em vez disso, o indivíduo era motivado por 
instintos e impulsos inconscientes, que não esta-
vam disponíveis na parte racional e consciente da 
sua mente. Freud destaca dois momentos distin-
tos no modo como a mente funciona: o conscien-
te, em que o livre-arbítrio impera, o que significa 
dizer que o indivíduo tem clareza e decide sobre 
o que vai fazer; e o inconsciente, no qual o livre-
-arbítrio não opera, assim o indivíduo já não mais 
comanda de forma racional seu comportamento, 
são seus instintos e impulsos que falam mais alto. 
DicionárioDicionário
Livre-arbítrio: é a possibilidade de exercer um po-
der sem outro motivo que não a existência mesma 
desse poder; é a liberdade de escolha e tomada de 
decisão do sujeito (FERREIRA).
Psicologia da Educação
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Para o estudo dessa nova teoria acerca do 
comportamento humano, Freud criou a Psicaná-
lise. Termo que se refere tanto à teoria quanto ao 
método investigativo e terapêutico criado por ele 
para o tratamento das pessoas. Segundo Freud, o 
comportamento humano baseia-se nos impulsos 
ou instintos inconscientes, sendo que alguns são 
destrutivos e outros, tais como a fome, sede, au-
topreservação e o sexo, são necessários à sobrevi-
vência do indivíduo e da espécie. Embora muitas 
vezes interpretado de forma superficial, Freud 
utilizava o termo ‘instintos sexuais’ para se referir 
não somente à sexualidade erótica, mas também 
ao desejo de obter praticamente qualquer forma 
de prazer. Portanto, para Freud, o instinto sexual 
é o fator mais crítico no desenvolvimento da per-
sonalidade. Na psicanálise freudiana, o cliente é 
instruído a falar sobre o que vem à mente, com 
o mínimo de preparação possível e sem inibir ou 
controlar os pensamentos e as fantasias. Esse pro-
cesso é denominado Livre Associação. À medida 
que as pessoas vão expondo seus sentimentos 
em relação a suas fantasias e desejos para o tera-
peuta, inicia-se o processo de transferência, pois 
o paciente transfere para o terapeuta seus senti-
mentos em relação a figuras de autoridades de 
sua infância. Esse processo de transferência pode 
ser positivo ou negativo. Outro elemento impor-
tante na psicanálise é o insight – tornar conscien-
te o que antes não estava em sua consciência. 
AtençãoAtenção
Psicanálise é um termo criado por Freud, que se 
refere tanto à teoria quanto ao método investiga-
tivo e terapêutico criados por ele para o tratamen-
to de pessoas. Enquanto teoria, caracteriza-se por 
um conjunto de conhecimentos sistematizados 
sobre o funcionamento da vida psíquica. Estruturas da Personalidade
A Personalidade é formada a partir de três 
estruturas: o Id, o Ego e o Superego. O Id, a úni-
ca estrutura presente no nascimento, é comple-
tamente inconsciente. Na visão do teórico, o id 
consiste de desejos e impulsos que buscam ex-
pressar-se permanentemente. Ele age de acordo 
com o princípio do prazer, isto é, procura obter 
prazer imediato e evitar a dor. Assim que surge 
o instinto, o id tenta satisfazê-lo. Contudo, como 
o id não está no mundo real, ele se gratifica por 
meio de ações reflexas (aquelas que estão condi-
cionadas a se fazer sem pensar), como, por exem-
plo, tossir, aliviando uma sensação desagradável, 
ou por meio de uma fantasia, ou seja, aquilo que 
Freud chama de realização do desejo. 
DicionárioDicionário
Livre associação: técnica criada por Freud para es-
tudar a mente, baseada em solicitar à pessoa que 
simplesmente diga quaisquer palavras que ve-
nham à sua mente e, então, buscar padrões (GLAS-
SMAN; HADAD, 2008).
AtençãoAtenção
Outro elemento importante na psicanálise é o in-
sight – tornar consciente o que antes não estava 
em sua consciência. 
DicionárioDicionário
Ego: palavra latina para eu. Em psicanálise, é o ele-
mento da psique que proporciona a integração da 
personalidade, mediando entre o id e o supere-
go, bem como intermediando os vínculos com o 
mundo externo (GLASSMAN; HADAD, 2008).
Id: na teoria de Freud, é o elemento da psiqueque 
é a fonte de todas as pulsões básicas (GLASSMAN; 
HADAD, 2008).
Superego: na teoria de Freud, é aquela porção da 
psique que representa as exigências morais da fa-
mília e da sociedade e, por isso, é governado pelas 
restrições morais (GLASSMAN; HADAD, 2008).
José Antônio Lima
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A realização do desejo acontece quando 
uma pessoa forma uma imagem mental de um 
objeto ou uma situação que lhe gratifica parcial-
mente, sendo que o instinto alivia a sensação de 
tensão. Pode ocorrer em sonhos e devaneios, 
mas também pode ser de outras formas. Exem-
plo: quando alguém o insulta e você passa a meia 
hora seguinte imaginando como poderia ter res-
pondido a esse insulto, você está em um processo 
de realização do desejo.
Freud concebeu o Ego como o mecanismo 
psíquico que controla todas as atividades do pen-
samento e do raciocínio. O ego age de maneira 
parcialmente consciente, pré-consciente e in-
consciente. O pré-consciente refere-se ao conteú-
do que não se encontra no nível do consciente, 
mas pode ser recuperado facilmente. 
O ego aprende a respeito do mundo exter-
no por meio dos sentidos e procura satisfazer os 
impulsos do id no mundo externo. Porém, em vez 
de agir de acordo com o princípio do prazer, ele 
age de acordo com o princípio da realidade, por 
meio do raciocínio inteligente. O ego tenta adiar 
a satisfação dos desejos do id até poder fazê-lo de 
maneira segura e bem-sucedida. Por exemplo: se 
uma pessoa estiver dentro de um ônibus e sentir 
sede, o ego tentará retardar esse desejo enquan-
to não julgar seguro tomar água. 
Saiba maisSaiba mais
“A realização dos desejos, na teoria de Freud, é a expressão simbólica das pulsões sob a forma de fantasia, como nos sonhos.
O princípio do prazer é a descrição que Freud dá à base da motivação humana, na qual o ser humano é direcionado para a 
busca do prazer.
De todas as forças biológicas básicas, Freud acreditava que a sexualidade era a mais poderosa, sendo a força central no com-
portamento, a fonte de energia das pulsões, a libido.” (GLASSMAN; HADAD, 2008).
Contudo, uma personalidade que consiste 
somente de id e ego é totalmente egoísta, irá se 
comportar de maneira eficaz, porém não sociá-
vel. Um comportamento adulto é governado pela 
realidade, mas também pela moralidade, isto é, 
pela consciência do indivíduo ou pelos padrões 
morais que o indivíduo desenvolve na interação 
com seus pais e a sociedade. Freud chamou esse 
“cão de guarda” de superego.
Esse mecanismo não está presente quando 
o indivíduo nasce, pois, como ele é moral, é ad-
quirido ao longo da convivência em sociedade. 
As crianças pequenas são amorais e fazem aqui-
lo que lhes dá prazer. Conforme amadurecem, 
assimilam como suas as opiniões de seus pais a 
respeito do que é bom e do que é mau. Com o 
tempo, a repressão externa aplicada pelos pais 
dá lugar à própria autorrepressão. É aí que entra 
o superego, agindo como consciência, assumin-
do o papel de observar e guiar o ego, agindo no 
consciente, pré-consciente e inconsciente. 
De maneira ideal, o id, ego e superego tra-
balham em harmonia, com o ego satisfazendo as 
necessidades do id de maneira razoável, moral e 
aprovada pelo superego. O indivíduo é livre para 
amar, odiar e expressar suas emoções de modo 
sensato e sem culpa. Quando o id é dominante, 
os instintos ficam fora de controle e o indivíduo 
tem mais probabilidade de colocar a si e a socie-
dade em perigo. 
Desenvolvimento da Personalidade
O desenvolvimento da Personalidade na 
teoria de Freud concentra-se na maneira como 
satisfazer o instinto sexual no decorrer da vida. 
DicionárioDicionário
Princípio da realidade: na teoria de Freud, é as 
restrições impostas ao ego pelo reconhecimento 
das demandas do ambiente (GLASSMAN; HADAD, 
2008).
Psicologia da Educação
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Freud considerava o instinto sexual de ma-
neira ampla, como um forte desejo de obter to-
dos os tipos de prazer sensual. Ele denominava a 
energia gerada pelo instinto sexual de libido.
À medida que os bebês crescem, a sua libi-
do concentra-se em diferentes regiões sensíveis 
do corpo. Durante os primeiros 18 meses, a fonte 
dominante de prazer sensual é a boca; após 18 
meses, a sexualidade move-se para o ânus; e, por 
volta dos 3 anos, move-se para os genitais. Para 
Freud, as experiências das crianças em cada uma 
dessas fases marcam sua personalidade com ten-
dências que permanecem até sua fase adulta. 
DicionárioDicionário
Fixação: é a liberação incompleta da energia pul-
sional associada a uma fase particular do desen-
volvimento, resultando em uma preferência por 
esse modo de gratificação (GLASSMAN; HADAD, 
2008).
A maneira como o adulto trata a criança 
em relação a uma determinada área de prazer do 
corpo (privação do prazer ou muita gratificação) 
pode gerar uma fixação. Freud identificou fases 
psicossexuais que relacionou com o desenvolvi-
mento da personalidade.
Saiba maisSaiba mais
“Para entender o modelo do desenvolvimento de Freud, deve-se ter em mente a importância que ele atribuía às pulsões 
biológicas. Durante toda a vida, nosso comportamento é motivado pela necessidade de satisfazer nossas pulsões básicas; no 
entanto, Freud acreditava que a expressão destas pulsões muda no decorrer de nossas vidas. Os objetos que são o foco de 
gratificação mudam, como também o modo de gratificação – isto é, a área do corpo que é o centro da gratificação. Para en-
tender isso, é importante observar que a sexualidade não é simplesmente a estimulação genital. É também expressada através 
de muitas partes do corpo, chamadas zonas erógenas. Mesmo como adultos podemos extrair prazer de nossa pele – um pano 
frio aplicado ao pescoço em um dia quente, um toque leve no braço para nos tranqüilizar e muitas outras experiências. Mas, 
em determinados pontos durante o desenvolvimento, a energia da pulsão estará concentrada particularmente em regiões es-
pecíficas do corpo (zonas erógenas). Freud afirmou que são as mudanças no modo de gratificação, associadas com as diferen-
tes zonas erógenas, que definem as fases de desenvolvimento. Como estas fases refletem diferenças na expressão da energia 
da pulsão (sexual), associadas com mudanças no funcionamento da mente (psique), elas são chamadas de fases psicossexuais 
do desenvolvimento.” (GLASSMAN; HADAD, 2008).
ƒƒ Fase Oral – do nascimento aos 18 
meses 
Os bebês, que dependem completamente 
de outras pessoas para satisfazer suas necessida-
des, aliviam sua tensão sexual ao sugar e engolir; 
quando nascem os primeiros dentes, eles sentem 
prazer oral ao mastigar e morder. 
ƒƒ Fase Anal – aproximadamente dos 18 
meses aos 3 anos e meio
A fonte primária de prazer sexual passa para 
o ânus. Justamente quando as crianças aprendem 
a sentir prazer ao reter ou excretar fezes, começa 
o treino de toalete e elas devem aprender a regu-
lar esse novo prazer. 
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“Fase Oral, na teoria do desenvolvimento de Freud, é a 
primeira fase, estendendo-se desde o nascimento até 
os dezoito meses, quando o foco da gratificação está 
na boca. Um bebê recém-nascido é governado por 
suas pulsões, ou seja, somente o id está presente no 
nascimento.” (GLASSMAN; HADAD, 2008).
Saiba maisSaiba mais
“Fase Anal é a segunda fase do desenvolvimento 
psicossexual; durante esta fase, o foco da energia da 
pulsão desloca-se para a extremidade inferior do trato 
digestivo, e o principal conflito é o treinamento do uso 
do banheiro.” (GLASSMAN; HADAD, 2008).
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ƒƒ Fase Fálica – após os 3 anos 
As crianças descobrem seus genitais e de-
senvolvem uma forte ligação com o genitor do 
sexo oposto, ao mesmo tempo que sentem ciú-
me do genitor do mesmo sexo. No caso dos me-ninos, Freud chamou esse conflito de Complexo 
de Édipo, em homenagem ao personagem da 
mitologia grega que matou o pai e casou-se com 
a mãe. As meninas passam pelo equivalente, o 
Complexo de Electra, que envolve o amor pos-
sessivo pelo pai e o ciúme da mãe. 
Freud acreditava que, no final da fase fálica, 
as crianças perdem o interesse pelo comporta-
mento sexual e entram em um período de Latên-
cia. Durante esse período, que começa por volta 
dos 5 ou 6 anos e termina aos 12 ou 13 anos, os 
meninos brincam com meninas sem nenhum in-
teresse pelo outro.
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“Fase Fálica é a terceira fase do desenvolvimento, estendendo-se mais ou menos dos três aos cinco anos, período em que a 
gratificação está concentrada nos genitais, embora não na forma da sexualidade do adulto.
Complexo de Édipo, na teoria do desenvolvimento de Freud, é o principal conflito associado com a fase fálica que desafia o 
ego em desenvolvimento; é assim chamado devido à história grega de Édipo, que sem saber, matou seu pai e se casou com 
a mãe. O foco central do complexo de Édipo é a ligação com os pais, que como, cuidadores, tornaram-se o foco da energia 
pulsional (e, por isso, da atração).
Complexo de Electra, embora a dinâmica do conflito seja um pouco diferente para os meninos e meninas, Freud usou o ter-
mo complexo de Édipo para se referir aos dois sexos. Logo em seguida, alguns analistas propuseram chamar a variante femini-
na de complexo de Electra, devido ao outro mito grego, mas o próprio Freud não usou o termo (ver Freud, 1924). Dependendo 
das circunstâncias familiares, a mãe é tipicamente a principal cuidadora e, por isso, torna-se uma forte fonte de gratificação 
tanto para os meninos quanto para as meninas. Entretanto, à medida que a criança cresce, a consciência das diferenças sexuais 
aumenta e, com ela, aumenta também a percepção da identidade sexual. É esta diferença que começa alterar a dinâmica para 
os meninos e para as meninas.” (GLASSMAN; HADAD, 2008).
A Latência
“Seja ou não resolvido com sucesso o complexo de Édipo, os imperativos do desenvolvimento impulsionam a crian-
ça da fase fálica para a fase da latência em torno dos cinco anos. Na fase da latência, que se estende até a puberda-
de, as pulsões parecem estar relativamente inativas – daí serem vistas como latentes ou ocultas.
Em parte, a mudança se deve ao uso da repressão na resolução no complexo de Édipo. Devido a esses resultados no 
bloqueio do acesso consciente ao id, a gratificação, daí em diante, está relacionada aos processos secundários e, por 
isso, nunca é tão direta ou tão imediata quanto as gratificações da primeira infância. 
Na latência, as pulsões reprimidas são redirecionadas para novas atividades, com novos objetos de gratificação. As-
sim, os esportes, os passatempos, a escola e as amizades vão todos proporcionar oportunidades para a satisfação das 
pulsões. Os problemas que ocorrem na latência, como a agressão excessiva, podem estar relacionados à repressão 
inadequada e/ou ao fato de o ego ser incapaz de redirecionar a energia da pulsão para saídas socialmente aprovadas.” 
(GLASSMAN; HADAD, 2008).
CuriosidadeCuriosidade
DicionárioDicionário
Repressão: na teoria freudiana, é um mecanismo de defesa em que as pulsões, as recordações ou as ideias 
são ativamente bloqueadas da mente consciente (GLASSMAN; HADAD, 2008).
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ƒƒ Fase Genital – 12 e 13 anos
É a puberdade a última fase psicossexual. 
Nesse momento, os impulsos sexuais são nova-
mente despertados. Ao fazer amor, o adolescente 
e o adulto são capazes de satisfazer desejos não 
realizados na infância. 
O estudo de Freud contribui em demasia 
para que o educador possa conhecer e lidar com 
as sensações e emoções pelas quais as crianças e 
os adolescentes passam na constituição de sua 
personalidade. Percebe-se ainda que a Afetivi-
dade, ato construído a partir das relações estabe-
lecidas entre os indivíduos, é muito importante 
para o reconhecimento do desenvolvimento das 
estruturas mentais nos indivíduos.
A teoria de Freud alerta no sentido de como 
se pode proceder diante das situações cotidianas 
que envolvem o indivíduo enquanto educador. 
Dotados de “autoridade total” sobre os alunos, 
em diversos momentos de sua praxis docente, o 
educador não reconhece certos comportamen-
tos psicossociais que crianças e adolescentes 
apresentam. Sua reação diante dessas situações 
é de espanto e depois de fúria, respondendo com 
atos punitivos e corretivos em relação ao desco-
nhecido; por exemplo: em uma sala de educação 
infantil de crianças com 4 anos de idade, quando 
estão em seu momento de lazer, geralmente des-
cansam, e será fato comum encontrar algumas 
delas estimulando seus órgãos genitais. O que 
fazer? Quase sempre a solução é a seguinte: um 
grito com as palavras “tire a mão daí que é sujo”. 
Grande engano, pois poderá desenvolver uma si-
tuação que conduza à fixação e, portanto, o meni-
no ou a menina poderá crescer achando que par-
tes de seu corpo são sujas e, ao associar que em 
algo sujo não se deve tocar, a confusão em sua 
mente estará feita. 
Saiba maisSaiba mais
“Fase Genital é a fase final do desenvolvimento psi-
cossexual (da puberdade em diante), quando a ener-
gia da pulsão está concentrada nos genitais, com a 
expressão adulta da sexualidade, isto é, a maturidade.” 
(GLASSMAN; HADAD, 2008).
2.2 Teorias Humanistas
Caro(a) aluno(a), complementando as teo-
rias psicodinâmicas, trataremos, a seguir, das teo-
rias humanistas.
Freud acreditava que a personalidade surgia 
da resolução de conflitos inconscientes e das cri-
ses do desenvolvimento. Muitos de seus seguido-
res – incluindo alguns que modificaram sua teoria 
ou abandonaram seu círculo – também aderiram 
ao seu ponto de vista básico. A teoria de Alfred 
Adler, porém, apresentava uma visão diferente da 
natureza humana. Adler concentrou-se nas forças 
que contribuíram para o crescimento positivo e 
para uma mudança em direção à perfeição pes-
soal. Por essas razões, ele é, às vezes, chamado de 
o primeiro teórico humanista da personalidade. 
A Teoria Humanista da Personalidade 
defende que somos positivamente motivados 
e progredimos em direção a níveis mais altos 
de funcionamento; em outras palavras, que a 
existência humana não significa somente lidar 
com conflitos ocultos. Os psicólogos humanis-
tas creem que a vida é um processo de abertu-
ra de nós mesmos para o mundo à nossa volta e 
de sentir a alegria de viver. Enfatizam o potencial 
das pessoas para crescer e mudar, assim como as 
maneiras como elas vivenciam subjetivamente 
suas vidas no momento presente, em vez de fi-
car pensando em como se sentiram ou agiram no 
passado. Essa abordagem nos torna responsáveis 
por nossa vida. Finalmente, os humanistas tam-
bém acreditam que as pessoas se desenvolverão 
em direções desejáveis se tiverem condições de 
vida razoáveis. O conceito de Adler de busca da 
perfeição preparou o terreno para posteriores 
teóricos humanistas da personalidade, tais como 
Carl Rogers.
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Carl Rogers (1902-1987) defendia que os 
homens e as mulheres desenvolvem suas per-
sonalidades a serviço de objetivos positivos. De 
acordo com ele, cada organismo nasce com de-
terminadas aptidões, capacidades e potencialida-
des natas – “um tipo de projeto genético ao qual 
se acrescenta substância no decorrer da vida.” 
(MADDI, 1989, p. 102).
Rogers acreditava que o objetivo da vida 
era realizar esse projeto genético, para que nos 
tornássemos o melhor que cada um de nós tem 
a capacidade inerente de ser. Ele denominou esse 
impulso psicológico de Tendência Realizadora. 
Embora sustentasse que a tendência realizadora 
era uma característica de todos os organismos – 
plantas,animais e humanos –, ele observou que 
os seres humanos formam, também, imagens de 
si próprios, ou autoconceitos. 
Assim como tentamos realizar nosso poten-
cial biológico inato, tentamos, também, realizar 
nosso autoconceito, nosso senso consciente do 
que somos e do que queremos fazer com nossas 
vidas. Rogers denominou esse esforço de Ten-
dência Autorrealizadora. Se você se vê como 
uma pessoa “inteligente” e “atlética”, por exemplo, 
procurará viver de maneira consistente com essas 
autoimagens.
Quando nosso autoconceito está intima-
mente relacionado às capacidades inatas, temos 
mais probabilidades de nos tornar o que Rogers 
chamou de pessoas em pleno funcionamento. 
Tais pessoas são autodirecionadas, ou seja, deci-
dem por si mesmo o que querem fazer e tornar-
-se, mesmo que essas escolhas não sejam sempre 
as mais acertadas. Elas não são levadas pelas ex-
pectativas que os outros têm a respeito delas. As 
pessoas em pleno funcionamento também estão 
abertas a experiências – aos seus próprios senti-
mentos, assim como ao mundo e às outras pes-
soas à sua volta – e, portanto, “desejam ser, cada 
vez com mais exatidão e em maior profundidade, 
o self que (elas) mais verdadeiramente são.” (RO-
GERS, 1961, p. 175-176).
Saiba maisSaiba mais
“Pessoa com funcionamento pleno é aquela descrita por Rogers como o ideal do crescimento, intimamente relacionada 
com a congruência; o crescimento saudável é caracterizado pela abertura, por um grau elevado de espontaneidade, de soli-
dariedade e de autocontrole.
Self, para Rogers, é uma estrutura perceptual fluída baseada em nossas experiências de nosso próprio ser. Reflete nossa visão 
de ‘quem nós somos’ em um determinado momento e é influenciado por todos aqueles fatores que moldam a percepção em 
geral, incluindo as experiências passadas, a situação presente e nossas experiências para o futuro.
Tendência para a realização, na teoria de Rogers, é um impulso inato que reflete o desejo de crescer, de se desenvolver e de 
melhorar as próprias competências. É a tendência para a realização que estimula a criatividade, que nos leva a buscar novos 
desafios e habilidades, e que motiva o crescimento saudável em todos os múltiplos aspectos de nossas vidas.” (GLASSMAN; 
HADAD, 2008).
De acordo com essa teoria, as pessoas ten-
dem a funcionar mais plenamente se são criadas 
com consideração positiva incondicional, ou 
seja, se são tratadas com afeto, respeito, aceitação 
e amor, independentemente de seus sentimen-
tos, atitudes e comportamentos.
AtençãoAtenção
Autoconceito, na teoria de Rogers, é o nosso 
senso consciente do que somos e do que quere-
mos fazer com as nossas vidas.
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“Necessidade de Aceitação é uma necessidade de contatos sociais positivos, como o amor, que Rogers considerava univer-
sais.
Aceitação incondicional ou consideração positiva incondicional é a aceitação e a consideração dadas a uma pessoa 
como ser humano, sem impor condições sobre o modo como a pessoa se comporta.
Aceitação Condicional ou consideração positiva condicional é a aceitação e a consideração dadas a uma pessoa apenas, 
se ela satisfaz determinados padrões de comportamento.” (GLASSMAN; HADAD, 2008).
Porém, os pais e outros adultos frequente-
mente tratam as crianças da maneira que Rogers 
denomina de consideração positiva condicio-
nal, ou seja, valorizam e aceitam somente alguns 
aspectos da criança. Nesse modelo, a aceitação, o 
afeto e o amor que a criança recebe dos outros 
também dependem da maneira como ela se com-
porta e da satisfação de determinadas condições. 
Desse jeito, o autoconceito torna-se cada vez me-
nos parecido com a capacidade inata e a vida da 
criança se desvia de seu projeto.
Quando as pessoas perdem de vista seu 
potencial inerente, tornam-se retraídas, rígidas 
e defensivas. Sentem-se ameaçadas e ansiosas; 
sofrem desconforto e inquietação consideráveis. 
Pelo fato de ter sua vida direcionada ao que os 
outros querem e valorizam, elas têm menos chan-
ces de sentirem-se satisfeitas. Em algum momen-
to, podem perceber que não sabem realmente 
quem são ou o que querem.
O princípio central da maioria das teorias 
humanistas da personalidade – de que o pro-
pósito maior da condição humana é realizar seu 
potencial – é difícil, se não impossível, de ser ve-
rificado cientificamente. A falta de evidências e, 
consequentemente, de rigor científico é uma das 
maiores críticas a essas teorias. Além disso, alguns 
alegam que as teorias humanistas apresentam 
uma visão excessivamente otimista do ser huma-
no e não levam em conta a sua maldade inata. 
Outros argumentam que a visão humanista pro-
move o egocentrismo e o narcisismo, além de re-
fletir valores ocidentais de conquistas individuais, 
em vez do potencial humano universal.
2.3 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a),
A abordagem psicodinâmica objetiva entender o comportamento em termos de funcionamento 
da mente, com ênfase na motivação e no papel da experiência passada. A abordagem teve como pio-
neiro Sigmund Freud, que desenvolveu a teoria psicanalítica, a qual considera o comportamento em 
termos dos relacionamentos dinâmicos do id, do ego e do superego.
Freud descreveu o desenvolvimento em termos de cinco fases psicossexuais, caracterizadas por 
mudanças no modo de gratificação básico: oral, anal, fálica, de latência e genital. Cada fase é marcada por 
desafios e conflitos específicos.
A abordagem humanista é caracterizada por duas suposições básicas, que distinguem sua me-
todologia e suas teorias das outras abordagens: o enfoque na experiência subjetiva e uma rejeição do 
determinismo em favor da escolha individual.
Rogers desenvolveu um modelo que se encontra na relação entre o que ele considera que somos 
(o self) e o que considera que devemos ser (self ideal). Quando os dois são experimentados como sendo 
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semelhantes, o indivíduo é congruente ou está em pleno funcionamento – o objetivo do desenvolvimen-
to. Quando existe uma lacuna entre o self e o self ideal, a pessoa vai experimentar a incongruência.
Ser congruente depende de encontrar pessoas que proporcionem as condições para o crescimen-
to: empatia, abertura e aceitação incondicional. A incongruência resulta de outras pessoas que estabele-
cem condições para o valor, expressadas através da aceitação condicional.
Caro(a) aluno(a), como reflexão final na perspectiva humanista, pergunte-se sobre até que ponto 
reconhece-se realizado(a), feliz. Este pode ser um exercício interessante para avaliarmos sobre até que 
ponto estamos sendo congruentes como educadores em nossos projetos de vida.
2.4 Atividades Propostas
1. Qual é a definição geral de personalidade, considerando o desenvolvimento emocional e afe-
tivo na sua construção?
2. Do que trata a Teoria Psicodinâmica/Psicanalítica de Freud?
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EXERCÍCIO PARA REFLEXÃO3
Francisca, de 35 anos, é uma advogada 
competente, que faz tratamento com um psicó-
logo em razão das dificuldades que encontra em 
alguns aspectos de sua vida. Seus amigos descre-
vem-na de modo muito positivo – altamente mo-
tivada, inteligente, atraente e encantadora –, mas 
Francisca sente-se terrivelmente insegura e ansio-
sa. Quando um psicólogo pediu-lhe para escolher 
alguns adjetivos que melhor descrevessem-na, 
ela escolheu introvertida, tímida, incapaz e infeliz.
Francisca é a primogênita em uma família 
com dois meninos e uma menina. Seu pai, um 
pesquisador e advogado, é uma pessoa calma e 
amável. Seu trabalho sempre lhe permitiu estu-
dar em casa, o que fez com que ele tivesse muito 
contato com seus filhos quando jovens. Ele ama-
va todos os seus filhos, mas tinha preferência por 
Francisca.

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