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TCC EM SEGURANÇA PÚBLICA 1 (Reparado) novo

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA
CURSO SUPERIOR DE TECNÓLOGO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP
JORGE LUIZ MONTEIRO DOS SANTOS
A INFLUÊNCIA DA POLÍCIA COMUNITÁRIA NAS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA
Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado ao Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito parcial para aprovação no Curso em Segurança Pública.
ORIENTADOR
PROF. LUIZ ANTÔNIO MONTEIRO CAMPOS
Rio de Janeiro
Junho de 2016.
FOLHA DE APROVAÇÃO
SANTOS, Jorge Luiz Monteiro dos. A Influência do Policiamento Comunitário nas Unidades de Polícia Pacificadora. Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA.
Professor Luiz Antônio Monteiro Campos
Rio de Janeiro, 01 de Junho de 2016.
	
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Armando e Eunice, que sempre estão ao meu lado me apoiando.
Ao meu filho Igor Luiz.
Aos meus irmãos.
Ao Professor Luiz Antônio Monteiro Campos pela orientação ao trabalho de pesquisa. 
Aos companheiros de farda (Oficiais e Praças) que contribuíram para o projeto de pesquisa, disponibilizando um pouco de tempo, para relatar sua percepção e experiências com as Unidades Pacificadoras.
Aos meus amigos. Pessoas que sempre estão ao meu lado, tanto nos momentos de alegria, quanto nos momentos de dificuldades a força necessária para alcançar os meus objetivos. 
 
Aos moradores e comerciantes, que abriram as portas da comunidade do Batãn, permitindo assim adquirir e entender o cotidiano desta área pacificada.
A todos os membros da Divisão de Ensino da Universidade Estácio de Sá (Campus Sulacap), professores e colaboradores que abriram as portas do conhecimento, permitindo assim melhorar o entendimento do que significa a Segurança Pública.
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.”
José de Alencar, Quebrando Barreiras.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................................08
CAPÍTULO 1 POLICIAMENTO COMUNTÁRIO..............................................................10
1.1 A Influência do Policiamento Comunitário........................................................................10
1.2 Metodologia IARA............................................................................................................11
1.3 Do Policiamento orientado para problemas.......................................................................13	
CAPÍTULO 2 SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL.............................14
2.1 A Origem da Segurança Pública no Brasil..........................................................................14
2.2 A Polícia Militar como Garantidora da Ordem Pública....................................................15
CAPÍTULO 3 O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO NO RIO DE JANEIRO.................17
3.1 O Policiamento Comunitário no Estado do Rio de Janeiro...............................................17 
3.2 A Participação Popular nos Conselhos de Segurança Pública do Estado. ........................18
CAPÍTULO 4 AS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA.......................................21
4.1 O que é as Unidades de Polícia Pacificadora....................................................................21
4.2 A Mediação de Conflitos nas UPPs...................................................................................23
CAPÍTULO 5 A METODOLOGIA UTILIZADA...............................................................25
5.1 Metodologia aplicada.........................................................................................................25	��HYPERLINK \l "h.26in1rg" \h���HYPERLINK \l "h.2jxsxqh" \h REFERÊNCIAS......................................................................................................................27
RESUMO
Nos dias atuais a violência vem crescendo de maneira assustadora em nosso País, precisamente, no estado do Rio de Janeiro. O qual nos últimos anos vem buscando novos horizontes a cerca da segurança pública. Por mais que se esforce procurando baixar os índices de criminalidade, o modelo utilizado de policiamento, conhecido como o modelo tradicional de repressão (combate ao crime), não gerou os frutos desejados. Haja vista, o retorno em algumas comunidades dos delitos que os assolavam. A Polícia Militar, a partir de 2008, passou a implantar o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora. Visando a retomada territorial dessas áreas conflitantes das mãos dos criminosos, a prevenção e redução a incidência criminal. 
ABSTRACT
Nowadays violence is increasing in a frightening way in our country, precisely in the state of Rio de Janeiro. Which in recent years has been seeking new horizons about public safety. For more than push yourself trying to lower crime rates, the model used in policing, known as the traditional model of repression (fighting crime), did not produce the desired results. In view of the return in some communities of the crimes that plagued. The Military Police, from 2008, began to implement the project of the Pacifying Police Units. Aiming territorial resumption of these conflicting areas of the hands of criminals, prevent and reduce criminal incidence.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa, exigência para a conclusão do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, busca aprofundar o conhecimento a respeito das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Analisando, como estão sendo feitas as ocupações territoriais e a influência do policiamento comunitário como forma de atuação junto às comunidades carentes e no comércio.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, também conhecida como carta cidadã, traz em seu corpo, diversos direitos e garantias fundamentais, entre eles, o direito à segurança, elencada nos artigos 5º, caput, e no artigo 6º. Nesta, destaca-se como uma das funções precípuas do Estado, a Segurança Pública, prevista no artigo 144, caput e preservação da ordem pública e a incolumidade das pessoas.
Neste, após longos anos de uma política de enfrentamento armado contra o tráfico de drogas, o governo do Estado do Rio de Janeiro, a partir de 2008, iniciou uma política pública visando a implantar, mais uma forma de policiamento, conhecido como Unidades de Polícia Pacificadora. A qual visa o policiamento de proximidade, ressalta-se que esse novo policiamento não é criação deste governo, nem uma novidade, como às vezes, os meios de comunicação e o governo estadual querem demonstrar, pois no passado outras formas de policiamento obliquo comunitário já foram exercidos, mas nenhum, com o apoio político e social empregado atualmente.
O estudo se justifica para compreender melhor como está sendo empregada a ocupação, analisar, com base em dados secundários a aceitação dos moradores e comerciantes das Unidades Pacificadoras.
Foram coletadas informações, através de pesquisa bibliográfica, que se relacionam com a unidade pacificadora da Comunidade do Batãn. As pesquisas mostraram que os policiais atuantes no policiamento ostensivo. Incluindo também os moradores e comerciantes sobre a importância do projeto de polícia pacificadora.
Dessa forma, o primeiro capítulo será destinado a uma breve consideração sobre algumas teorias que cercam o policiamento comunitário e analisando algumas formas de atuação policial para a resolução dos conflitos. 
No segundo capítulo será abordado o sistema de segurançapública no Brasil, a função Constitucional da instituição Polícia Militar.
No terceiro capítulo apreciará o processo histórico do policiamento comunitário no Estado do Rio de Janeiro.
 Por último, será feita uma análise no policiamento aplicado nas Unidades de Polícia Pacificadora. 
A metodologia empregada será pautada pelo método qualitativo, quantitativo, pesquisas secundárias e também um estudo bibliográfico.
CAPÍTULO 1 - POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
 A Influência do Policiamento Comunitário
Admite-se a polícia comunitária como filosofia, vez que é uma nova forma de conceber e pensar a ação da polícia, mas também, é uma estratégia organizacional, pois significa também por em prática o que é idealizado para que seja concretizada a convivência e o trabalho da polícia e das pessoas, visando uma finalidade em comum: os problemas de criminalidade inerentes à sociedade moderna. A linhagem histórica da polícia comunitária pode ser localizada desde a antiguidade na China e no Japão. Na época contemporânea, seu modelo foi adotado pelos Estados Unidos, Canadá, França, Espanha, Austrália e Argentina. No Brasil, a comunitarização policial ocorre a partir de 1980 (SEJUSP, 2009). Também de acordo com a SEJUSP (2009): Nos anos 50 e 60, pensava-se que o contato da polícia com a população deveria ser evitado por ser considerada uma fonte perigosa de corrupção. Aos policiais que patrulham as ruas, os Cosmes e Damiões, se recomendava distância dos moradores, dos comerciantes e dos pedestres. Esses policiais deveriam inibir o crime por sua mera presença e manter-se alerta para responder a alguma ocorrência. Desde a sua implantação, a filosofia e estratégia organizacional da polícia comunitária têm como ponto de partida a ideia de que as instituições estatais em consonância com a população de um determinado lócus podem e devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas típicos da sociedade moderna, principalmente quando se trata de questões inerentes a segurança pública. Pode-se conceber então, que os pilares centrais da polícia comunitária são resolver os problemas sociais com a participação da comunidade e também efetivar uma prevenção criminal. Segundo UNISUL (2009), no Brasil: O Coronel Carlos Nazareth Cerqueira é aceito unanimemente como um dos precursores da Polícia Comunitária no Brasil e mentor das primeiras experiências desenvolvidas no solo nacional. Um reforço importante ao interesse dos policiais para a filosofia da polícia comunitária no Brasil foi a edição de Cadernos de Polícia, um deles sobre policiamento comunitário, pela Gráfica da Polícia Militar do Rio de Janeiro em 1993, sob a orientação do Cel. Cerqueira e a tradução em 1994 do livro de Trojanowicz e Bucqueroux, lembrado por Mesquita Neto (2002). 
Dentre os motivos que contribuem para a visão que se tem da importância do policiamento comunitário na prevenção da violência e da criminalidade, é porque este tipo de policiamento é voltado justamente para desempenhar um trabalho preventivo em parceria com os cidadãos e, não somente para o atendimento de ocorrências e investigação criminal. Partindo de um esforço conjunto entre polícia e comunidade, o policiamento comunitário tem mais possibilidade de enfrentar os desafios que representam eliminar as causas da violência na sociedade moderna. Com a atuação do policiamento comunitário em parceria com as pessoas, se viabiliza a definição de prioridades em relação à prevenção criminal além de adequar a ação policial às verdadeiras necessidades da comunidade. Um trabalho entre polícia comunitária e cidadãos ainda pode apresentar outros desdobramentos, tais como, uma melhor administração e resolução de conflitos e problemas na sua origem, aumentar a segurança e a motivação dos policiais e dos membros da comunidade no enfretamento dos seus problemas com a violência e a criminalidade. Com base nessas considerações, se torna perceptível que a efetiva implantação do policiamento comunitário contribui para a prevenção do crime e o aumento da preservação dos direitos individuais e da dignidade da pessoa humana prevista em nossa carta magna.
Metodologia IARA
O trabalho policial atua diretamente em alguns tipos de delitos, como: roubo, furto, violência doméstica, perturbação do sossego, atos de vandalismo, desaparecimento de coisas e pessoas, a necessidade de encaminhamento de indigentes e deficientes mentais, o auxílio na organização de trânsito e entre outro.
Em cada tipo de delito representa um problema diferente para a organização policial. Mas a atuação do operador de segurança pública não ser definido a partir de categorias estritamente relativas à criminalidade, comportamentos e eventos não criminosos.
Os agentes tem que ter uma visão onde, por exemplo, controlem atitudes e comportamentos ofensivos à população de modo geral, ou que possam gerar alterações significativas na rotina das cidades. Estes, também serão considerados problemas de polícia, ainda que nem sempre possam ser definidos como eventos criminosos.
O serviço policial deve ser mais efetivo e não simplesmente, a figura de um policial fardado “que não interage com o mundo exterior”, seja num ponto d base (PB) ou até mesmo realizando policiamento ostensivo. O método IARA (identificação, Análise, Resposta, Avaliação), também conhecido como método SARA (Scanning, Analysis, Response, Assessment), busca a solução dos problemas de crime e desordem.
As organizações policiais e as comunidades tendem melhorar a segurança pública com base nele, haja vista a implantação de uma filosofia de policiamento orientado para a comunidade e voltada para a resolução dos problemas. Este método já é utilizado nos Conselhos Comunitários de Segurança Pública, criado pela resolução 263 da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, mas tal método não deve ficar limitado aos conselhos, sua doutrina deve ser empregada efetivamente com os agentes que atuam mais próximo das pessoas.
Nesse método é dividido em quatro fases, a primeira, está voltada para o policial ter que identificar os problemas em sua área de atuação e procurar por um padrão ou um ocorrência persistente e repetitiva. Aqui a questão será: o que é o problema? Pode haver similaridade aos aspectos das ocorrências, tais como: comportamento (usuários de drogas, vendas de entorpecentes, roubos e furtos), localização, pessoas, tempo e eventos.
Os problemas no policiamento comunitário podem ser definidos como grupos de duas ou mais ocorrências como igualdade em alguns aspectos. O policial precisa indagar-se ao deparar com um problema social, fazendo as seguintes perguntas. O problema é crime, medo ou desordem? O problema pode ser repassado ou o policial pode fazer resolvê-lo?
A análise é a segunda etapa no processo IARA, consideram-na como o coração do processo. A qual tem grande teor na solução do problema. O objetivo é buscar aprender ao máximo, analisando também pessoas e grupos envolvidos.
O TAP (Triângulo para Análise de Problema), é utilizado para analisar um problema, sendo necessário três elementos para que ocorra um crime: agressor, vítima e local. Com isso, o agente de autoridade terá uma ferramenta a mais para realizar uma análise para manter o controle e a prevenção do delito.
A terceira fase (resposta), após o problema ser definido e analisado a polícia enfrenta o desafio de efetivamente lidar com o problema e desenvolver ações adequadas. Para isso, devem ser observados os três lados envolvidos (vítimas, agressores e locais), podendo surgir cinco respostas para os conflitos.
 A primeira é eliminar totalmente o problema, a segunda é reduzir o número de ocorrências geradas, causando assim, uma maior eficácia, haja vista que alguns problemas dificilmente serão eliminados. Reduzir a gravidade dos danos será a terceira maneira a ser utilizada. A quarta está na forma de como lidar como os velhos problemas e a quinta será encaminhar o problema para a autoridade não policial, estaúltima, terá bastante efeito na vida de alguns moradores, haja vista, que os poderes policiais são as primeiras agências do poder público que os moradores tem contato, ou seja ao encaminhar a solicitação para as outras agências o cidadão terá uma resposta mais eficaz nas causas que assolam o bairro.
1.3 Do Policiamento Orientado A Problema (POP)
Com aproximação do policial com as comunidades, sendo feito através do policiamento comunitário e atualmente nas unidades de polícia pacificadora em que se prestam serviços públicos, pois com a aproximação destes segmentos, surge o fortalecimento em torno da segurança pública. Para os policiais ocorre um poder maior de decisão, criatividade e inovações, e para a comunidade, ocorre o fenômeno da capacitação e distribuição de competência alguns cidadãos na tomada de decisão a respeito do policiamento.
A finalidade deste policiamento é fazer a diferença junto com a comunidade, visando baixar ou reduzir os índices de crimes que atormentam esses locais.
Destaca-se que os objetivos relacionados à segurança pública não vão mudar, o que altera é a forma de emprego dos recursos policiais, implicado com isto em mudanças estruturais na polícia, aumentando a capacidade de resolução dos conflitos, decisão e iniciativa do policial.
Os órgãos de segurança pública, normalmente, orientam-se para a solução do problema ao invés de estarem preocupados para os incidentes. Goldstein (apud Snolnick e Bayley, 2006).
CAPÍTULO 2 - O SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL
2.1 A origem da Segurança Pública no Brasil
Deu inicio com a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808, Dom João VI (Príncipe Regente) criou a Intendência Geral de Polícia (hoje conhecida como a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro - PCERJ), cujo intendente era o Desembarcador e Ouvidor Paulo Fernandes Viana. Somente em 13 de maio de 1809, aniversário do príncipe regente foi criada a Guarda Real de Polícia da Corte (hoje Polícia Militar do Estado dório de Janeiro – PMERJ) considerada a primeira força de policiamento em tempo integral, organizada militarmente, com o objetivo de prover a segurança e a tranquilidade pública da Corte. Cuja o objetivo principal não se deu para a manutenção da ordem pública com viés as pessoas residentes naquela época, mas sim, proteger a corte advinda de Portugal.
A República Federativa do Brasil, Estado democrático de direito, tem, no Título V, Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas; Capítulo III, Da Segurança Pública, caput do artigo 144 e incisos da CRFB/88 a afirmativa de que a segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos.
O exercício se dá para e preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, distribuídos pelos seguintes órgãos:
- Polícia Federal instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira. Destina-se a apurar as infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimentos de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas assim como outras infrações tenha repercussão interestadual e internacional e exija repressão uniforme;
- Polícia Rodoviária Federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira. Destina-se ao patrulhamento ostensivo das rodovias;
- Polícia Ferroviária Federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado, tendo a função precípua ao patrulhamento ostensivo as ferroviárias;
- No âmbito estadual temos a Polícia Militar, os Corpos de Bombeiros Militares e a Polícia Civil. A Polícia Militar, organização com base na hierarquia e disciplina está incumbida pelo policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública, já a Polícia Civil, dirigida por delegados de polícia de carreira exercem a polícia judiciária, exceto as infrações militares que serão apuradas pelas próprias instituições castrenses. Já os Bombeiros Militares, além das atribuições previstas em lei, tem a incumbência de executar as atividades de defesa civil. Sendo assim, conforme previsão constitucional, as instituições militares são forças auxiliares e reservas do exército e estão subordinadas, juntamente com as polícias civis aos governadores dos Estados e do Distrito Federal e dos Territórios. (CRFB/88).
2.2 A Policial Militar como Garantidora da Ordem Pública
A carta magna prevê que a preservação da ordem pública é função dos órgãos policiais dos Estados e do Distrito Federal, ou seja, sempre que se trata de atuação policial de preservação e restabelecimento da ordem pública e estiverem fora da competência da polícia federal, da polícia rodoviária federal, da polícia ferroviária federal, e, caso em que a lei específica venha a definir uma atuação para o Corpo de Bombeiros Militar, será caso das policiais militares estaduais.
Sendo assim, as missões das policiais militares, serão de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública e a atuação do agente policial será fardado. 
Em épocas anteriores, sabe-se que as polícias foram usadas como braço armado do Estado, ou seja, um corpo de repressão e de controle das massas, a exemplo do ocorrido no Brasil nos tempos da ditadura militar, época em que as polícias foram manipuladas pelo governo federal para atender aos anseios deste, ligação esta que retirou a missão policial de garantir a segurança dos cidadãos e seus direitos fundamentais. 
Por muitas vezes, a população foi colocada como um inimigo a ser combatido pelas polícias com o objetivo de salvaguardar o Estado, e tal missão era cumprida através da violência. Entretanto, este panorama mudou com a positivação da Constituição Federal desejo de delinquir, destruindo as influências daninhas''. 9 Platão. A República. Coleção os Pensadores. Nova Cultural. São Paulo, 2000. p. 62 e 63. de 1988, a qual atribui às polícias a função precípua de garantidoras da ordem pública, e consequentemente, também, garantidoras dos direitos fundamentais dos homens e mulheres. Inicialmente, a filosofia de se encarar as Polícias como órgãos garantidores dos direitos civis é oficialmente relacionada nos cursos das academias de polícias. Nas aulas de Direitos Humanos, os policiais aprendem sobre importantes normas garantidoras dos direitos fundamentais, tais como a Constituição da República, o Pacto de San José da Costa Rica, o Código de Conduta para os Responsáveis pela Aplicação da Lei, a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, o Conjunto de Princípios para a Proteção de Todas as Pessoas Sujeitas a Qualquer forma de Detenção ou Prisão, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948), os Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (ONU, 1966). Outrossim, a filosofia dos Direitos Humanos é propagada nas polícias através da implantação de novas formas de policiamento que visam uma polícia voltada a, juntamente com a população, combater o crime e proteger os direitos fundamentais de todos.’
CAPÍTULO 3 - O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO NO RIO DE JANEIRO
3.1 O Policiamento Comunitário no Estado do Rio de Janeiro
No caso do Rio de Janeiro, entre as décadas de 1980 e 1990, um comandante geral da Polícia Militar em especial, coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira, exerceu grande influência para que a corporação se aproximasse de temas como direitos humanos e policiamento comunitário. Nesse esforço, participou de investimentos de tradução de obras de referência, concepção de projetos estratégicos, realização de seminários, promoção de viagens de intercâmbio e elaboração de manuais de procedimentos para a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – PMERJ. Um de seus primeiros projetos, já nos anos 1990, voltados para áreas de favelas denominava-se Grupamento de Aplicação Prático-Escolar– GAPE, cujo piloto foi testado no Morro da Providência, localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro. O grupamento era formado essencialmente por recrutas e visava ser um laboratório de práticas comunitárias de policiamento. O caráter inovador do projeto estava na permanência diuturna dos policiais na favela, realizando o policiamento regular, o que facilitaria um contato mais próximo com seus moradores e o rompimento de um longo histórico de incursões policiais pontuais. Para a PMERJ, a experiência do GAPE lançou as bases daquilo que viria a se tornar o GPAE.
Esses foram alguns dos elementos de contorno presentes na implantação do primeiro GPAE, fundado em 2000, nas comunidades do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, entre os bairros de Copacabana e Ipanema, cujas normas gerais assim foram definidas: O GPAE, no âmbito da prestação de serviços de segurança pública, destina-se à implantação e implementação de uma nova modalidade de policiamento interativo em comunidades populares e favelas. Baseia-se no esforço de desenvolvimento de estratégias diferenciadas de prevenção e repressão qualificada do delito a partir da filosofia da Polícia Comunitária. Constitui pressuposto básico da ação que será desencadeada pelo GPAE a integração dos serviços públicos, através da participação articulada das agências do Estado, da Sociedade Civil, além da própria comunidade. O GPAE destina-se à execução permanente e interativa das atividades operacionais de policiamento em comunidades populares e favelas. A atividade desenvolvida é essencialmente preventiva e, eventualmente, repressiva (DIRETRIZ, 2000). Nos dois primeiros anos do projeto, a sensível redução na taxa de homicídios serviu de referência exitosa para a replicação de seu modelo em outras localidades. 5 Até 2002, o GPAE instalado nas comunidades do Pavão-Pavãozinho/Cantagalo era a única referência dessa modalidade de policiamento. No mesmo ano, foram fundados mais três grupamentos. Desde a primeira iniciativa, a implantação de todos os GPAEs foi precedida de eventos conturbados na vida comunitária local. Em maio de 2000, em razão da morte de cinco jovens da comunidade, acusados pela polícia de participação no tráfico, cerca de 100 moradores do Pavão-Pavãozinho/Cantagalo desceram a favela para protestar nas ruas de Copacabana. Carros e ônibus foram depredados. O conflito entre facções rivais durante o primeiro semestre de 2002 resultou na implantação do GPAE Formiga/Chácara do Céu/Casa Branca. Em junho do mesmo ano, a morte do repórter Tim Lopes, durante a realização de uma reportagem sobre abuso de menores e tráfico de drogas em bailes funk, antecedeu a instalação de um GPAE na comunidade de Vila Cruzeiro. Em setembro, moradores do Cavalão bloquearam o túnel que liga os bairros de Icaraí e São Francisco para protestar contra a morte de um jovem da comunidade, vítima de violência policial. Mais uma vez ônibus foram queimados e carros de passeio depredados. 
3.2 A Participação Popular nos Conselhos de Segurança Pública do Estado.
A sociedade possui um papel fundamental na questão da segurança pública, pois, o Estado sozinho não tem condições de resolver todas as causas e mazelas que envolvem uma segurança pública de qualidade.
Com o novo regramento constitucional surgiu a possibilidade de esta participação ser mais efetiva, vez que, agora, a segurança pública deixou de ser, somente, dever do Estado e passou a ser, responsabilidade de todos (sociedade).
Os Conselhos Comunitários de Seguranças estão configurados como responsáveis, na segurança pública, por criar condições para que população e gestores da área possam manter um diálogo permanente e permitir uma sintonia das políticas ligadas à realidade e às necessidades da sociedade. O instrumento jurídico que permitiu a criação junto ao povo fluminense foi a Resolução 263 da Secretaria de Segurança, que, além de criar os conselhos, instituiu também às Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP). Novidades que até aquele momento não existia.
Tal fato possibilitou a descentralização dos serviços de segurança, havendo com isto, a integração das áreas de atuação das forças policiais (unidades operacionais e unidades de polícia judiciária). Houve também, a sincronia geográfica das áreas de atuação das forças policiais, o que permite delimitar as responsabilidades e o desempenho dos agentes em cada área integrada, propedeuticamente, as áreas integradas objetivam:
Integrar as polícias, comunidades, agências públicas e civis prestadoras de serviços essenciais;
Melhorar a qualidade dos serviços com a observância dos diagnósticos orientados sobre a criminalidade, violência e desordem;
Integrar as forças de segurança estadual e municipal;
Racionalizar os recursos;
Permitir a participação da comunidade através dos conselhos;
Viabilizar a prestação de contas, para isso foi implantado os Conselhos Comunitários.
Esta mesma resolução determinou a realização de convite para a instalação do Conselho da área. O convite seria assinado pelos Delegados e pelo Comandante, e remetido, sem exclusões, a todas as entidades da sociedade civil atuantes nas áreas, tais como: instituições religiosas, comerciais e classistas, associações de moradores, entidades filantrópicas, existindo também, a possibilidade de solicitar ajuda as próprias entidades que indicariam nomes e endereços pertinentes, par colaborarem com a convocação sobre a instalação, a composição, as finalidades, as atribuições e o funcionamento do Conselho Comunitário.
Os conselhos têm um papel fundamental no resgate da cidadania, pois possibilita uma participação ativa junto aos órgãos de segurança pública do Estado. Inicialmente foi observado um medo por parte dos participantes, pois pensavam que os locais eram destinados a denúncias, mas para evitar estes constrangimentos os participantes foram orientados a procurar os órgãos existentes para encaminhar tais denúncias, como:ouvidorias, disque-denúncia e corregedorias.
A Secretaria de Segurança do Estado editou a Resolução nº 781 de 08 julho de 2005, determinando como devem ser desenvolvidas as reuniões dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública. Definiu assim, suas finalidades, tais como: uma aproximação das instituições policiais com as comunidades, para a melhora da imagem, credibilidade e transmissão de confiança a população; esclarecer o papel de cada instituição policial; discutir com as autoridades de Polícia Judiciária e os Comandantes dos Batalhões da Polícia Militar; promover a integração com as outras instituições públicas e privadas, programar eventos comunitários; colaborar na identificação das deficiências físicas, viaturas e na implementação de estratégias voltadas para a segurança pública.
A composição do Conselho de segurança será por membros natos, efetivos e participantes. Conforme a resolução em seu artigo 5º, os membros natos serão formados pelas polícias civil e militar responsáveis sobre as áreas de circunscrição, os membros efetivos serão compostos por um presidente, um vice, 1º e 2º secretários e um diretor social de assuntos comunitários. Também poderão atuar como membros efetivos e participantes voluntários, pessoas com a idade mínima de 18 anos, que residam, trabalham ou estudam na área de circunscrição do Conselho.
Outro fator importante para a divulgação dos conselhos foi a edição de manuais explicativos das finalidades dos conselhos comunitários, viabilizando assim, um maior esclarecimento à população de como funciona os trabalhos dos conselhos.
CAPÍTULO 4 – AS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA
 
4.1 O que é A Unidade de Polícia Pacificadora?
Foi inaugurada, no dia 19 de dezembro de 2008, a primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do município do Rio de Janeiro, na favela Santa Marta, na Zona Sul da cidade. A unidade conta com um batalhão e um efetivo de 123 policiais chefiados pela capitã Priscila de Oliveira Azevedo. A ativação desta primeira UPP marca uma nova fase no combate empreendido peloGoverno do Estado contra a territorialização de áreas segregadas pela criminalidade violenta, acrescentando à política de confrontação (“guerra ao tráfico”) a ocupação permanente de favelas “liberadas”. Apesar das desconfianças suscitadas quanto à continuidade e o alcance espacial desta estratégia de política de segurança, cada nova UPP implementada tem sido recebida com entusiasmo pela grande mídia e, principalmente, pelos moradores dos entornos das favelas. Ilustra tal entusiasmo, por parte da grande mídia, o dossiê temático criado pelo jornal O Globo, em sua versão na Internet, intitulado “Democracia nas favelas” , dossiê que conta com fotogalerias, vídeos e mapas de localização de quatro das sete “comunidades” contempladas com UPPs.
Há de se admitir que, em uma conjuntura na qual até mesmo setores (auto) considerados críticos do status quo passaram a defender abertamente o recurso a expedientes como veículos blindados “Caveirão” pela polícia em incursões às favelas, alegando a necessidade de proteção daqueles que combatem a tirania imposta aos seus moradores pelos narcotraficantes, a ocupação permanente de favelas pelas referidas Unidades de Polícia Pacificadora parece representar um avanço rumo à consolidação de certos valores “democráticos”, como o monopólio legal da violência pelo “Estado de direito” e o fomento de atividades comerciais e negócios ditos formais. Mas, e aos críticos do status quo efetivamente comprometidos com valores democráticos mais fundamentais do que estes – como a capacidade de autodeterminação, o respeito dos direitos constitucionais e a justiça social –, de que maneira se pode interpretar as UPPs? Quais impactos elas trazem às favelas ocupadas? Que papel elas desempenham na produção do espaço urbano carioca e, finalmente, quais implicações trazem para a práxis dos ativismos urbanos? O texto que segue busca apenas trazer alguns elementos para a tentativa de resposta a estas questões, tendo em vista, em primeiro lugar, que a política de segurança em questão apenas ganha os seus primeiros contornos, e, sobretudo, por uma razão a qual o autor considera preponderante: a impossibilidade, até o presente momento, de ter ouvido, de maneira sistemática e ampla, aqueles atores mais diretamente implicados com as unidades de “pacificação”, os moradores das favelas ocupadas, com exceção de um ou outro relato crítico proveniente de indivíduos ou grupos militantes.
Para definir, no plano descritivo, o que são as UPPs, nada melhor do que recorrer ao discurso oficial a respeito. No site criado pela própria Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), encontramos a seguinte definição:
 “A Unidade de Policiamento Pacificadora é um novo modelo de Segurança Pública e de policiamento que promove a aproximação entre a população e a polícia, aliada ao fortalecimento de políticas sociais nas comunidades. Ao recuperar territórios ocupados há décadas por traficantes e, recentemente, por milicianos, as UPPs levam a paz às comunidades do Morro Santa Marta (Botafogo – Zona Sul); Cidade de Deus (Jacarepaguá – Zona Oeste), Jardim Batam (Realengo – Zona Oeste) e Morro da Babilônia e Chapéu Mangueira (Leme – Zona Sul). (…) [Atualmente, as favelas dos Tabajaras e dos Cabritos, em Laranjeiras, do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo, em Copacabana, além da favela da Providência, no Centro, já foram contempladas com UPPs]. Criadas pela atual gestão da secretaria de Estado de Segurança, as UPPs trabalham com os princípios da Polícia Comunitária. A Polícia Comunitária é um conceito e uma estratégia fundamentada na parceria entre a população e as instituições da área de segurança pública.(…) Até o fim de 2010, 3,5 mil novos policiais serão destinados às Unidades Pacificadoras.” 
A partir desta definição, e pelas iniciativas adotadas pelos responsáveis das UPPs relatadas pelos órgãos de comunicação da PMERJ e de importantes veículos da imprensa, as referidas unidades revestem, efetivamente, uma novidade na política de segurança do Governo do Estado, não pela ocupação permanente das favelas pela polícia – o que já vinha sendo feito pelo Grupamento de Policiamento de Áreas Especiais em algumas localidades –, mas pela intenção de se levar a cabo um pretendido policiamento comunitário, cujo princípio constitutivo é, em linhas gerais, o contato direto e, em certa medida, solidário, entre os policiais e os moradores para a identificação conjunta dos anseios e dos problemas da comunidade, de maneira a delinear os procedimentos de segurança mais apropriados. Para tanto, a PMERJ tem mobilizado para as UPPs um efetivo de policiais recém-formados, e em cuja instrução foram capacitados para este tipo de policiamento. Como nos informam os veículos de comunicação mencionados acima, antecedem a ativação de uma nova UPP audiências em que o comando do Batalhão de Operações Especiais da PM (BOPE) explica aos moradores o que são as unidades, e quais serão os procedimentos para a sua implementação. No morro da Providência, no Centro, tal audiência contou com apenas 50 moradores, número muito inferior àquela realizada na favela do Borel, na Tijuca (Zona Norte), em que participaram 300 moradores, favela que receberá uma UPP em breve. 
Uma vez ativada a UPP, os policiais esforçam-se por oferecer atividades solidárias que beneficiem os moradores e os auxiliem a desfazer a desconfiança que eles guardam (e não sem motivos…) pela PM – como as aulas de violão ministradas por um policial da UPP Babilônia/Chapéu Mangueira; aulas de natação, capoeira e taekwondo, para as crianças, e hidroginástica para os idosos da favela do Batam (com direito a eventuais distribuições de presentinhos, como as camisas do Botafogo ofertadas pelo capitão Ribeiro, em seguida ao título carioca de 2010 conquistado por este time); escolinha de futsal na UPP do Cantagalo, e de percursão, oferecida pelo capitão da unidade, entre outras atividades apresentadas em destaque no site oficial das UPPs. Contudo, os moradores das favelas ocupadas pelas UPPs não são beneficiados, em serviços, apenas pelo voluntarismo e a criatividade dos policiais. É objetivo explícito desta política que, depois da polícia, siga uma “invasão de serviço, como, por exemplo, a prevista implementação de 3,2 mil pontos de luz na favela da Cidade de Deus. Desta “invasão de serviços”, consta ainda a previsão de dragagens de rios, recapeamento de ruas e uma série de outros serviços que alegadamente careciam nas favelas por obra dos impedimentos impostos pelos narcotraficantes.
A Unidade de Polícia Pacificadora, segundo documentos da Polícia Civil do Rio de Janeiro - SEP
A Unidade de Polícia Pacificadora, segundo documentos da Secretaria Estadual de Polícia Civil do Rio de Janeiro – PCRJ, não é um amplo programa de prevenção policial da criminalidade em todo o território urbano, mas um processo específico de retomada de territórios controlados por criminosos. (VEJA, 2012)
4.2 Mediação de Conflitos nas UPPs
A polícia da UPP é frequentemente chamada para mediar conflitos entre vizinhos ou familiares, conflitos estes que costumavam ser administrados ou desfeitos por traficantes. Por exemplo, na favela do Borel, havia uma rivalidade forte entre as comunidades do Borel e da Casa Branca, e os residentes de uma área sabiam que não poderiam passar para a outra, o que foi reforçado pela facção dominante de cada parte da favela. Com o advento da UPP e a quebra dessa barreira invisível, está acontecendo uma renovação gradual de contato entre esses moradores, com um aparente recomeço de velhas hostilidades, exigindo mediação de conflitos pela polícia.
Todos esses problemas têm ligação, em seu cerne, com a definição do que é o envolvimento legítimo da UPP nos assuntos da comunidade. Além do papel pretendido de reforçar as regras da lei e manter o desarmamento, as UPPs assumiram no local verdadeiros papéis governamentais de mediação de disputas, resolução de conflitos, fiscalização e tomada de decisão na maior parte dos assuntos relacionados à vida comunitária. No mínimo, essa éuma situação constrangedora. As UPPs admitem não estarem preparadas e adaptadas para essas tarefas. Para alguns moradores, principalmente para os jovens, não há limites suficientes para o poder da UPP. Isso leva a sugestões de que mudou apenas o uniforme das pessoas que detêm o poder, e de que os moradores de favelas agora sofrem o mesmo tipo de controle abusivo por parte da UPP que sofriam anteriormente sob as regras dos traficantes de drogas. No entanto, ao passo que as opiniões variam dentro de cada favela, novamente parece haver uma curiosa tendência que pode ser explicada pela trajetória pré-UPP. No Borel, onde as associações foram influenciadas pelo tráfico de drogas, alguns moradores não questionaram a presença de terceiros na tomada de decisões e disseram que preferiam o comando da polícia ao dos traficantes: “(...) Antigamente a gente procurava quem tinha que procurar (traficantes) e não resolvia, agora, a gente procura o capitão, conversa com ele e sempre dá um conselho pra gente, aí resolve uma coisinha, a gente nunca sai de lá com um não.” (Mulher, 32 anos, moradora, Chapéu) No Chapéu, apesar da satisfação geral com a UPP, os moradores mostraram-se preocupados com os limites e com o risco de ela ter poder demasiado. O Chapéu foi caracterizado por uma forte vida associativa, muito independente dos traficantes. Assim, as associações de bairro tinham sido capazes de preservar muitos dos seus papéis tradicionais, tais como mediadores de conflitos, que haviam sido enfraquecidos em outras favelas pelo poder dos traficantes de drogas. Os moradores manifestaram preocupação quanto à UPP substituir a associação na mediação de conflitos e regular a vida da comunidade, bem como quanto à perda da possibilidade de os próprios moradores resolverem seus problemas pelo diálogo em vez de chamar a polícia. “Os policiais da UPP é uma outra situação. Eu sou contra a militarização nas comunidades. (...) Nós debatemos sobre as UPPs passarem a fazer o trabalho que é da associação de moradores. Eles têm que manter a ordem e os trabalhos sociais serem feitos pelas associações.” (Homem, 62 anos, liderança, Chapéu) “(...) Muitas vezes, a UPP fica no lugar do poder paralelo, mas acaba por exercê-lo também. Em vez de ser polícia, eles passam a querer ser juízes.” (Homem, 57 anos, liderança, Chapéu) “O papel da UPP não é ditar regras, mas criar normas de convivência sem alterar a vida da comunidade, porque a comunidade tem vida própria.” (Homem, 49 anos, morador, Chapéu).
CAPÍTULO 5 - METODOLOGIA UTILIZADA
5.1 Metodologia Aplicada
Andrade (1989) define a pesquisa como o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos.
Para Fachin (2001), o método em pesquisas consiste na escolha dos procedimentos sistemáticos mais adequados para a descrição e explicação do estudo. O método então não pode ser fruto de escolha aleatória, mas baseado principalmente na natureza do objeto e nos objetivos da pesquisa pretendida, para que seja o mais adequado possível aos fins almejados.
Lakatos e Marconi (1991) definem método como o conjunto de atividades sistemáticas e racionais que visam alcançar o objetivo de conhecimentos válidos e verdadeiros com economia e segurança, através da determinação do caminho a ser seguido, e da detecção dos erros, auxiliando assim as decisões do pesquisador.
Ainda segundo Lakatos e Marconi (1991), a pesquisa documental caracteriza-se pela fonte da coleta de dados, que está restrita a documentos escritos ou não, que são fontes primárias de informação. Por outro lado, a pesquisa bibliográfica, chamada de fontes secundárias, abrange a bibliografia já tornada pública sobre o assunto em tela, não restrita apenas a livros, revistas ou monografias e teses, mas também material filmado ou dito sobre determinado assunto, abrangendo assim entrevistas, programas de rádio ou qualquer outro material de qualquer meio de comunicação, inclusive fitas de vídeo, DVDs, entrevistas gravadas (transcritas ou não).
A presente pesquisa apresenta características exploratórias e descritivas, buscando através da realização de pesquisa bibliográfica e documental alcançar como resultado uma pesquisa aplicativa, que possa servir de suporte a novos estudos sobre o tema e reformulações na política de segurança hoje utilizadas nas áreas pacificadas.
Pretende-se apresentar a influência da polícia comunitária nas unidades nas Unidades Polícias Pacificadoras (UPPs) visando auxiliar aos órgãos de segurança pública, sociedade, policiais, comerciantes e moradores dessas áreas pacificadas, para a melhoria da convivência entre os policiais militares e os moradores e comerciantes. Bem como discutir a política de segurança utilizada e seu modelo de policiamento aplicado nessas áreas conflitantes, o que deveria estar presente para esta melhoria, de acordo com a legislação existente.
Essa definição será fundamentada através de pesquisa bibliográfica e de campo nas áreas pacificadas, na legislação em vigor e no tipo de policiamento aplicado hoje pela Corporação.
Par atingir estes objetivos, pretende-se utilizar fontes bibliográficas e documentais. As fontes bibliográficas serão consultas a livros, dicionários, jornais, entre outros. Através das fontes bibliográficas elaborou-se todo arcabouço teórico bem obteve-se argumentos para a análise textual. Os documentos utilizados serão decreto e diretrizes. Serão utilizados ainda Monografias produzidas por operadores de segurança pública. 
REFERÊNCIAS
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FACHIN, Odília. Fundamento de Metodologia. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
FERNANDES, Rubem César. In: Policiamento comunitário: Como começar. Rio de Janeiro: PMERJ, 1994.
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