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Venda de Cosméticos a Granel

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TEXTO COMPLEMENTAR 
Disciplina: CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 
Professora: ANGELA PIZZO 
 
VENDA DE COSMÉTICOS A GRANEL É SAÍDA PARA REDUZIR 
CUSTOS OPERACIONAIS E IMPACTOS AMBIENTAIS 
Fabricantes criticam resolução da Anvisa que restringe o fracionamento a 
certos tipos de produtos e proíbe a reutilização de embalagens. 
Nos mercados e feiras de rua do Brasil, a prática é para lá de comum. O cliente 
escolhe o produto e a quantidade que deseja comprar, o comerciante calcula o preço 
de acordo com o peso e o entrega em uma embalagem simples. A venda a granel 
não é nenhuma novidade quando falamos de alimentos, mas no setor de 
cosméticos a proposta ainda é pouco comum. 
“Era uma lacuna que havia no mercado local”, diz Patrício Gonçalves, diretor da Ducha 
Cosméticos. Especializada em acessórios para o banho, a empresa foi aberta em 
2003, mas passou por uma reformulação no ano passado e mudou o foco para a 
abertura de franquias de perfumes a granel. Gonçalves conta que a inspiração veio 
do mercado europeu: “Vários países utilizam esse formato de venda há muitos anos, 
e ele tem se intensificado desde o início da crise financeira no continente”. 
Suas lojas dispõem de um mostruário com 75 colônias, masculinas e femininas, 
armazenadas em dispenseres especiais. São garrafas com bico dosador, que ficam 
de ponta cabeça em suportes instalados na parede ou em um balcão, sempre à vista 
do cliente, que escolhe e envasilha na hora a sua fragrância preferida. “É uma forma 
do consumidor adquirir um produto de qualidade, seja para o perfume de bolsa ou até 
para o frasco de 100ml, a um valor bastante competitivo”, afirma Gonçalves. 
A economia vem da redução de custos operacionais do comércio fracionado. As 
perdas são menores, assim como os investimentos em estoque, envasamento e 
embalagens. A Ducha, por exemplo, padronizou a venda de suas colônias a um só 
tipo de frasco, nas opções 50ml ou 100 ml. 
A Lush, marca britânica que foi uma das pioneiras a oferecer sabonetes em barra a 
granel, é defensora do “produto nu”, sem nenhum tipo de embalagem, o que causa 
um impacto muito menor no meio ambiente. Quando necessário, se o cliente não traz 
de casa seu próprio recipiente, o cosmético é entregue em um embrulho simples de 
papel, 100% reciclado e reciclável. 
No Brasil, uma resolução da Anvisa de 2005 regulamentou o fracionamento de 
produtos de higiene pessoal, perfumes e cosméticos para venda direta ao 
consumidor. Visando a garantia de qualidade e segurança dos produtos, ela só 
permite a venda a granel de perfumes e similares, sabonetes, sais de banho, xampus 
e condicionadores de uso adulto, e proíbe o reaproveitamento de embalagens. 
http://www.brazilbeautynews.com/anvisa-aumenta-numero-de-substancias-proibidas-em,1369
 
“Uma atualização da legislação seria importante para modernizar o setor e deixar o 
Brasil mais competitivo em relação a outros países”, diz Ricardo Afonso Cruz, que em 
2010 abriu a Nação Verde, franquia de cosméticos, alimentos e suplementos 
orgânicos e naturais. Atualmente, ele tem apenas um produto de beleza a granel no 
catálogo – sabonete em barra –, mas estuda outras possibilidades. “Acredito que a 
regulamentação vigente é prejudicial à sociedade brasileira”, afirma. 
Cruz apoia o fracionamento dos cosméticos e a reutilização de embalagens em prol 
de produtos mais acessíveis ao consumidor e menos prejudiciais ao planeta. “Entendo 
que uma nova legislação precisa ser proposta, mas com a participação do setor 
produtivo, e não apenas intelectuais acadêmicos e políticos”, diz ele. 
Patricio Gonçalves concorda: “se não existisse essa condição e pudéssemos envasar 
as colônias em frascos reutilizados, assim como acontece em qualquer parte do 
mundo, estaríamos falando de uma economia superior a 10% do preço final”. 
Renata Martins 
Fonte: http://www.brazilbeautynews.com/venda-de-cosmeticos-a-granel-e-saida-para-reduzir,1441 
acesso em 28.set 2017 
 
http://www.brazilbeautynews.com/venda-de-cosmeticos-a-granel-e-saida-para-reduzir,1441

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