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roteiro atividade artigo Família no Plural AC

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1) A antropóloga traz para a problemática de seu trabalho a pluralidade da família, nesse sentido, no decorrer de seu artigo é correto 
afirmar que ela traçou um modelo “ideal” de família? Fundamente sua resposta. 
O meu intuito é trazer ao debate a diversidade dos modos de ser e estar em família, ampliando nossa visão para além do 
"ideal" que geralmente orienta nossas ações. As questões que desejo introduzir para nossas reflexões são: até que ponto estamos 
assumindo como regra e norma o nosso próprio modelo familiar ou um modelo "ideal", com pouco significado para as pessoas com 
quem estamos interagindo? Até que ponto a fixação no "ideal" ou "modelo hegemônico" não acaba limitando as nossas próprias 
alternativas de intervenção, no trabalho com os adolescentes e suas famílias? 
 
2) Quanto a questão da pluralidade de família abordada no artigo, pode-se afirmar que a antropóloga buscou induzir o leitor a concordar 
que todos os modelos de família é válido, bom e deve ser corroborado? Fundamente sua resposta. 
 Sem duvida, ao colocar essas questoes nao estou sugerindo que tudo e valido, bom e deve ser corroborado - o que significaria um 
relativismo radical e ingenuo frente aos problemas e questoes que sao parte do cotidiano do trabalho com os jovens e suas familias. 
Ao contrario, argumento em favor de uma atencao maior as praticas efetivas que acontecem nas nossas posicoes de trabalho e de 
pessoas que se encontram em situacoes sociais diferentes das que sao por nos vivenciadas 
 
3) Na parte introdutória do artigo a antropóloga descreve o motivo pelo qual entende ser relevante ao profissional essa reflexão sobre a 
pluralidade da família, bem como estar atento às práticas efetivas que acontecem nas nossas posições de trabalho e de pessoas que se 
encontram em situações sociais diferentes das que nós vivenciamos.Descreva os motivos fundamentados pela antropóloga. 
E a atencao para a pratica – e nao para o "ideal" - que pode iluminar a busca de solucoes, tentativas e novas possibilidades de vida e 
interacoes com as pessoas que convivemos profissionalmente. 
 
3) Ao abordar o tópico sobre família e parentesco, segundo uma visão antropológica, como a antropóloga define a contribuição da 
antropologia nessa questão da família? 
Especificamente na questao da familia, a antropologia - como um saber comparativo contextualizador - visa contribuir no debate 
atraves da problematizacao de sua diversidade, estudando suas praticas, valores e sentidos em contextos determinados, sem perder 
de vista que a familia é tambem uma categoria historica, socialmente articulada e envolvida em lutas por definicao de seus significados 
legitimos 
 
4) No tópico em que é abordado o modelo da família patriarcal de Gilberto Freyre, quais as deficiências relatadas pela antropóloga a esse 
modelo? 
As DEficiencia concentram-se no fato de que a “fábula das três raças” – negro, índio e branco – forneceu uma ideologia eficaz para 
afirmar a positividade da identidade social do brasileiro, unificando diferenças internas – entre “casa grande” e “senzala”, “negros e 
brancos”, “portugueses e brasileiros” –, mas excluiu o peso específico e a responsabilidade de cada categoria na estrutura de Poder. 
 
 
5) No tópico que trata de modelos contemporâneos de família, grupos populares x camadas médias, fundamenta a antropóloga os 
problemas desses tipos de perspectiva de análise da família, tendo ainda afirmado a impossibilidade de sustentar a idéia de uma única família 
“natural. Nesse sentido, descreva quais foram os fundamentos da antropóloga para tal afirmação? 
pois pesquisas antropológicas e históricas dos últimos 40 anos demonstram que o “modelo” hegemônico de família é muito distante 
de práticas familiares da maior parte da população brasileira – não apenas das classes populares, mas das médias e altas também. 
 
Para abarcar tal diversidade, antropólogos têm preferido abordar a diversidade das famílias a partir da noção de “parentesco”, 
entendido pelo antropólogo americano David Schneider (1992) como um tipo de “fazer” que não reflete uma estrutura anterior, mas 
que se define como um conjunto de práticas que instituem relacionamentos de vários tipos, os quais negociam a reprodução da vida e 
as demandas da morte. Chama-se atenção para o fato de que esta definição abarca então os vários tipos de dependência humana, as 
quais podem incluir nascimento, criação, relações de dependência emocional e material, laços geracionais, etc 
 
 
7- No tópico “a difusão dos direitos e o controle da família”, a antropóloga descreve o papel da família no contexto atual, bem como a fragilidade 
do estado de suprir a população. Descreva o papel que a família assume, bem como as fragilidades do Estado apontadas pela antropóloga 
nesse tópico. 
A família como central para soluções de problemas diversos – questões que, anteriormente, muitas vezes eram assumidas pelo Estado 
como órgão planejador e executor de políticas. A problematização, desta forma, muda o foco: da potencial fragilidade da família ou do 
questionamento de sua “estruturação” ou capacidade de educação dos filhos para a fragilidade do Estado em suprir a população com 
outras maneiras de estruturar o desenvolvimento das pessoas, formas que podem e devem considerar a família como um importante 
lócus de integração social, moral e afetiva, mas que também levem em conta outras alternativas e possibilidades para isso acontecer, 
como um sistema público de saúde e educação, programas de geração de renda, etc. 
 
 
8- Qual a conclusão da antropóloga ao analisar a questão específica vivenciada por Vera, precisamente a forma de conduzir sua família, em 
confronto ao Programa de Auxílio ao País? Será que o programa era eficaz para atender a realidade de Vera? 
A questão que merece destaque não é pensar qual a melhor ou a pior prática paterna, aquela veiculada conceitualmente pelo programa 
de educação de pais ou a referida por Vera em seus relatos. Essa é uma questão absolutamente normativa, que pouco interessa à 
antropologia. 
 
Nesse intuito, mais do que legitimar as práticas de Vera ou as concepções comunicadas pelo programa de educação dos pais, o que 
eu quis evidenciar foi a necessidade de expor paradoxos intrínsecos a nossa prática de trabalho, ao invés de escondê-los ou 
circunscrevê-los em modelos hegemônicos. Contrastar diferenças é um modo de comparar práticas e relativizar as nossas próprias 
visões, ações sociais e soluções de vida. 
 
9- Qual a reflexão central desenvolvida pela antropóloga no presente artigo? 
Isso significa ter uma atitude experimental: um trabalho de transformação prática, precisa e constante. O que deixo como mensagem 
final é a insistência numa pluralidade de formas familiares – da pluralidade com que as famílias funcionam e estabelecem significados 
para suas práticas. Insisto: o que proponho não é, contudo, um relativismo radical do tipo tudo é bom e belo - mas a busca de 
alternativas e soluções que conduzam a melhores perspectivas de vida calcadas na análise da prática e não em modelos hegemônicos 
ideais, distanciados de qualquer sentido para as práticas sociais efetivas.

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