Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 Centro universitário UNIRB - Alagoinhas Bacharelado em Farmácia ANDERSON DE OLIVEIRA SANTANA EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS Alagoinhas - BA 2019 1 ANDERSON DE OLIVEIRA SANTANA EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS Pesquisa apresentada à orientadora Eliane Dantas, professora da disciplina Farmacotécnica I do curso Bacharelado em Farmácia – UNIRB, como instrumento parcial de avaliação desta disciplina. Alagoinhas - BA 2019 2 “Aquele que não tem tempo para cuidar da saúde vai ter que arrumar tempo para cuidar da doença.” Lair Ribeiro. Alagoinhas - BA 2019 3 1- INTRODUÇÃO No século 21, as funções e a funcionalidade dos excipientes, devem ser interpretadas de acordo com as novas tendências do mercado farmacêutico. O tradicional conceito de excipiente, como sendo simples adjuvante e veículo, química e farmacologicamente inerte, vem sofrendo grande evolução. Excipientes, anteriormente vistos como meras substâncias capazes de facilitar a administração e proteger o fármaco, são considerados, nos dias atuais, como constituintes essenciais, que garantem o desempenho do medicamento e otimizam a obtenção do efeito terapêutico. A definição adotada pelo International Pharmaceutical Excipients Council (IPEC) reflete esta mudança de conceito: "Excipientes farmacêuticos são substâncias incluídas em um sistema de liberação de fármacos para auxiliar durante o processo de manufatura e/ou proteger ou aumentar a estabilidade, biodisponibilidade e/ou aceitabilidade pelo paciente, ou aumentar a segurança e efeito terapêutico da droga durante o estoque e uso." Independentemente de como são produzidos, as formas farmacêuticas sólidas para administração oral contém normalmente diferentes excipientes incluindo-se diluentes, aglutinante, desintegrante e lubrificante. Outros componentes opcionais são os corantes e, em comprimidos mastigáveis, aromas e edulcorantes. Todos os componentes da fórmula que não sejam substâncias ativas chamam-se excipientes. Geralmente, os excipientes representam a maior parte da forma farmacêutica (em relação ao volume da forma), quando comparados com a concentração do ativo. Sua reatividade, apesar de baixa, pode ser potencializada por fatores físico-químicos do meio, desencadeando reações que podem levar à desestabilização da forma e/ou degradação do fármaco. Atualmente, mais de 1000 substâncias são usadas como excipientes. Tais substâncias podem apresentar estruturas moleculares simples, com diferentes funcionalidades ou, até mesmo, moléculas poliméricas complexas, de elevado peso molecular. Durante a produção de formas farmacêuticas sólidas, as propriedades dos excipientes, assim como a dos ativos, podem se refletir em diversos parâmetros, nomeadamente: compressibilidade, fluidez, uniformidade de conteúdo, lubrificação (escoamento e enchimento da matriz, ejeção dos comprimidos, preparação de 4 cápsulas) e mistura. Ainda, podem ser influenciadas: dureza, friabilidade, uniformidade de conteúdo (UC), velocidade de desagregação, estabilidade do ativo, revestimento, dissolução e biodisponibilidade. Dessa forma, é de extrema importância levar em consideração, na escolha dos excipientes, aquele que garantirá melhor desempenho da formulação (estabilidade e eficácia), melhores características de manufatura e, ao mesmo tempo, que apresente custo adequado. 2- TIPOS Tabela 01: Definição dos tipos de excipientes e os seus exemplos. 5 EXCIPIENTES DEFINIÇÃO EXEMPLO ACIDIFICANTE É empregado em preparações liquidas para fornecer meio ácido, contribuindo com a estabilidade do produto. Acido cítrico; Acido fumarico ALCALINIZANTE É utilizado em preparações liquidas para fornecer um meio alcalino para fins de estabilidade do produto. Dietanolamina; Trietanolamina; Citrato de sódio ADSORVENTE É capaz de manter outras moléculas sobre a sua superfície por mecanismos físicos ou químicos. Celulose pulverizada; Carvão ativado; CONSERVANTE ANTIFÚNGICO Usado em preparações liquidas e semi-sólidas para prevenir o crescimento de fungos. A eficácia dos parabenos e geralmente aumentada se forem associados. Butilparabeno; Etilparabeno; Metilparabeno; Acido benzóico; Propilparabeno; Benzoato de sódio; ANTIOXIDANTE Usa-se para prevenir a deterioração das Acido ascórbico; Palmitato de 6 preparações por oxidação. ascorbila; Hidroxibutilanisol; Hidroxibutiltolueno; Acido hipofosforoso; Monotioglicerol; Ascorbato de sódio; Bissufito de sodio; Metabissufito de sodio; Formaldeido de sodio; TAMPÃO Emprega-se para resistir à mudança de pH após diluição ou adição de ácidos ou álcalis. Metafosfato de potássio; Fosfato de potássio; Acetato de sódio; Citrato de sódio; Anidro e diidratado. QUELANTE Substância que forma complexo estáveis solúveis em água (quelato) com metais, usado em alguns líquidos farmacêuticos como estabilizantes para complexar metais pesados que podem promover a instabilidade. Nessas situações, são também chamados de sequestrantes. Edta; Acido edético; CORANTE Emprega-se para conferir cor em preparações sólidas Oxido férrico; Caramelo; 7 (comprimido e cápsulas) e liquidas Vermelho; AGENTE EMULSIFICANTE Usa-se para promover a dispersão de partículas finamente divididas de líquidos em um veiculo no qual é imiscível. O produto final pode ser uma emulsão liquida ou uma emulsão semi- sólida (ex: creme). Monoestearato de glicerina; Monoestearato de sorbitano; Estearato de polioxietilino 50; AGENTE ENCAPSULAÇÃO Emprega-se para formar finos invólucros para encerrar um fármaco, facilitando a sua administração. Gelatina; Acetato ftalato de celulose; FLAVORIZANTE É utilizado para fornecer sabor e odor agradável à preparação. Alem dos flavorizantes naturais listados, muitos outros sintéticos são usados. Oleo de anis; Oleo de canela; Coco; Mentol; Oleo de laranja; Oleo de hortela; Baunilha; UMECTANTE É usado para prevenir o ressecamento das preparações, particularmente Glicerina; Sorbitol; Propilenoglicol; 8 pomadas e cremes. SOLVENTE Usa-se para dissolver outra substância na preparação de uma solução; pode ser aquoso ou não (p ex: oleaginosos). A co- solvência, tal como misturas de água e álcool (hidroalcóolico) e água e glicerina, pode ser usada quando necessário. Solventes estéreis são usados em determinadas preparações (como injeções). Álcool; Oleo de milho; Oleo de algodão; Água purificada; Água para injeção DOADORES DE CONSISTÊNCIA São empregados para aumentar a consistência ou dureza de uma preparação, geralmente uma pomada. Álcool cetilico; Parafina; Álcool estearílico TENSOATIVO (agente ativo de superfície) Trata-se de uma substância que se adsorve nas superfícies ou interfaces para reduzir a tensão superficial ou interfacial. Pode ser usado como agente molhante, detergente Cloreto de benzalcônio; Nonoxinol 10; Octoxinol 9; 9 ou emulsivo. Polissprbato80; Lauril sulfato de sódio; Monopalmitato de sorbitano; AGENTE SUSPENSOR Trata-se de um agente que aumenta a viscosidade reduzindo a velocidade de sedimentação das partículas em um veiculo no qual elas não são solúveis; a suspensão pode ser formulada para uso oral, parenteral, oftálmico, tópico ou outro. Agar, bentonita; Carbômero ( p ex carbopol); Carboximetilcelulose sódica; Hidroxietilcelulose; Hidroximetilcelulose; Hidroxipropilcelulose;Caulim; metilcelulose;Adragante; veegum; EDULCORANTE É usado para conferir sabor doce a preparação. Aspartame; Dextrose; Glicerina; Sorbitol; Manitol; Sacarose; Sacarina sódica; ANTIADERENTE PARA COMPRIMIDO Previnem a aderência dos componentes da formulação dos comprimidos nas punções e na matriz Estearato de magnésio; Talco 10 durante a produção AGLUTINANTES São substância usadas para provocar a adesão das partículas do pó nos grânulos destinados a compressão. Carboximetilcelulose sódica; Etilcelulose; Gelatina; Metilcelulose; Glicose liquida; DILUENTE Trata-se de material de enchimento inerte usado para produzir um volume, propriedades de fluxo e característica de compressão desejáveis em cápsulas e comprimidos. Amido pré gelatinizado, celulose microcristalina Carbonato de cálcio; Lactose; caulim; manitol; Sorbitol; amido; DESINTEGRANTE São usados em formas sólidas para promover sua desintegração em partículas menores, mais facilmente dispersíveis ou dissolúveis Ácido algínico; Carboximetilcelulose cálcica; Celulose microcristalina; Alginato de sódio; Amido DESLIZANTE É empregado em formulações de comprimidos e cápsulas para melhorar as propriedades de fluxo Sílica coloidal; Amido de milho; Talco; 11 da mistura de pó. LUBRIFICANTE Utiliza-se em formulações de comprimidos para reduzir a fricção durante a compressão Estearato de cálcio; Estearato de magnésio; Óleo mineral; Acido esteárico; Estearato de zinco; DOADOR DE VISCOSIDADE Serve para tornar as preparações mais resistentes ao fluxo. Empregado para retardar a sedimentação das partículas nas suspensões, aumentar o tempo de contato de preparações oftámologicas (ex: metilcelulose) espessar cremes de uso tópico, etc. Bentonita; Carbômero; Carboximetilcelulose sódica; Metilcelulose; Alginato de sódio; Adragante. 12 3- VANTAGENS E DESVANTAGENS 13 REFERENCIAS ABRANTES, Cátia Filipa Guerreiro. SEGURANÇA DOS EXCIPIENTES UTILIZADOS PELA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA. Dissertação de monografia, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Disponível em: < http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/6355/Seguran%C3%A7a%20dos%20excipi entes%20utilizados%20pela%20Ind%C3%BAstria%20Farmac%C3%AAutica.pdf?sequence=1>. Acesso em: 08/04/2019. AMARAL, Pedro Augusto et al. ANÁLISE DE EXCIPIENTES UTILIZADOS EM CÁPSULAS PREPARADAS EM FARMÁCIAS MAGISTRAIS. Revista Brasileira Multidisciplinar – ReBraM, Vol. 19, N.1 Julho 2016. Formulário nacional da farmacopeia brasileira / Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2.ed. Brasília: Anvisa, 2012. 2 2 4 p . Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259372/FNFB+2_Revisao_2_COFAR_setembro_20 12_atual.pdf/20eb2969-57a9-46e2-8c3b-6d79dccf0741>. Acesso em: 08/04/2019. SILVA, Delaman Campos da. ENSAIOS FÍSICOS DOS EXCIPINTES E AVALIAÇÃO DAS FARMACOPEIAS. Artigo de monografia, Instituto de Tecnologia de fármacos. Disponível em: < https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/7771/2/7.pdf>. Acesso em: 08/04/2019. VERONEZ, Isabela Pianna. Excipientes Farmacêuticos. “Portal da educação”. Disponível em: < https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/excipientes- farmaceuticos/10585>. Acesso em: 08/04/2019.
Compartilhar