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Excipientes Farmacêuticos

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FUNDAMENTOS DE 
FARMACOTÉCNICA
Keline Lang 
Excipientes farmacêuticos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Classificar os excipientes farmacêuticos.
  Identificar a função dos excipientes utilizados na produção de dife-
rentes formas farmacêuticas.
  Selecionar excipientes de acordo com a forma farmacêutica a ser 
manipulada.
Introdução
Uma preparação farmacêutica, normalmente, possui diversos constituin-
tes. Um deles é o fármaco, que vai conferir a ação farmacológica desejada 
à formulação. Além do fármaco, temos os chamados excipientes, que têm 
como objetivo facilitar a administração do produto e, além disso, possuem 
funções muito específicas e importantes na formulação. 
Neste capítulo, você vai estudar a classificação dos excipientes far-
macêuticos, verificando suas diferentes funções frente às formas farma-
cêuticas existentes e identificando os excipientes específicos para cada 
forma farmacêutica.
Excipientes farmacêuticos
As preparações farmacêuticas são compostas pelo fármaco e pelos excipientes. 
O fármaco é também chamado de insumo farmacêutico ativo (IFA) e tem a 
função de garantir o efeito farmacológico do medicamento. Já os excipientes 
têm diversas funções em uma formulação, sendo determinantes para garantir 
as características principais do produto, contribuindo para a forma física, a 
textura, a estabilidade, o sabor e a aparência geral, conforme Allen Jr., Popo-
vich e Ansel (2013). Os excipientes podem ser classifi cados de acordo com as 
funções que vão desempenhar na formulação.
Conservantes
Têm a função de prevenir o crescimento de micro-organismos em uma pre-
paração farmacêutica. Há dois tipos de conservantes: os antifúngicos e os 
antimicrobianos. Os conservantes antifúngicos são utilizados para prevenir o 
crescimento de fungos em preparações líquidas e semissólidas. Muitos desses 
conservantes são da classe dos parabenos, que são mais efi cazes quando 
associados. Os exemplos são: butilparabeno, etilparabeno, metilparabeno, 
propilparabeno, benzoato de sódio, ácido benzoico e propionato de sódio. 
Os conservantes antimicrobianos são utilizados para prevenir o crescimento de 
micro-organismos em preparações líquidas e semissólidas. Exemplos: álcool 
benzílico, cloreto de benzalcônio, fenol e cloreto de cetilpiridínio.
Alteração/estabilização do pH do meio
Há excipientes que possuem a função de alterar o pH do meio, além de existir 
os que estabilizam esse pH. Os acidifi cantes fornecem um meio ácido, contri-
buindo para a estabilidade do produto. São empregados, principalmente, em 
preparações líquidas. Exemplos: ácido acético, ácido cítrico, ácido clorídrico, 
ácido fumárico e ácido nítrico. Os alcalinizantes fornecem um meio alcalino 
para a estabilização ou promoção da estabilidade do produto. São utiliza-
dos, principalmente, em preparações líquidas. Exemplos: solução de amônia, 
dietanolamina, monoetanolamina, bicarbonato de sódio, trietanolamina e 
hidróxido de sódio.
Os agentes tamponadores são adicionados à formulação para evitar que o 
pH se altere e, consequentemente, proporcione degradação do IFA ou incom-
patibilidade com a via de administração. São empregados em preparações 
líquidas ou semissólidas. Exemplos: fosfato de potássio monobásico, acetato 
de sódio, citrato de sódio anidro ou dihidratado e metafosfato de potássio.
Alteração da estrutura de partículas sólidas
Os adsorventes são substâncias sólidas capazes de efetuar a adesão de moléculas 
insolúveis, dispersas em um meio líquido ou gasoso, sobre a sua superfície, 
por mecanismos físicos ou químicos (quimiossorção), por exemplo, para reter 
a umidade. Exemplos: celulose pulverizada e carvão ativado. Os agentes de 
levigação são líquidos utilizados como agentes interventores na redução 
do tamanho das partículas de pós por trituração, geralmente, em um gral. 
Exemplos: óleo mineral, glicerina e propilenoglicol.
Excipientes farmacêuticos2
Alteração das características físicas
Os clarifi cantes são utilizados como materiais auxiliares de fi ltração, por suas 
propriedades adsorventes. Exemplo: bentonita. Já os corantes são utilizados 
para conferir cor em preparações sólidas e líquidas. Exemplos: caramelo, 
óxido férrico e PD&C Vermelho n°. 3.
Alteração de sabor
Os edulcorantes são utilizados para conferir o sabor doce a uma preparação. 
Exemplos: aspartame, dextrose, manitol, sacarose, glicerina, sacarina sódica e 
sorbitol. Os fl avorizantes são utilizados para conferir sabor e odor agradáveis 
à preparação, podendo ser naturais ou sintéticos. Exemplos: óleo de canela, 
coco, mentol e baunilha.
Manutenção da estabilidade
Os antioxidantes são utilizados para evitar a deterioração das preparações 
por oxidação, sendo utilizados em soluções aquosas e oleosas ou untuosas. 
Exemplos: ácido ascórbico, formaldeído de sódio, metabissulfi to de sódio, 
bissulfi to de sódio e formaldeído de sódio. Por sua vez, os quelantes são 
substâncias que formam complexos estáveis solúveis em água com metais. São 
utilizados em algumas formulações farmacêuticas, principalmente soluções, 
como estabilizantes para complexar metais pesados que podem promover a 
instabilidade, sendo então conhecidos como sequestrantes. Exemplos: edetato 
dissódico e ácido edético.
Os removedores de ar são empregados para deslocar o ar em um recipiente 
hermeticamente fechado, a fim de aumentar a estabilidade do produto. Exem-
plos: nitrogênio e dióxido de carbono. Os tensoativos, também chamados de 
agentes ativos de superfície, são substâncias que se posicionam nas superfícies 
ou interfaces para reduzir a tensão superficial ou interfacial. Podem ser usados 
como agentes molhantes, detergentes ou emulsivos. Exemplos: cloreto de 
benzalcônio, polissorbato 80 e lauril sulfato de sódio.
3Excipientes farmacêuticos
Função dos excipientes utilizados na produção 
de diferentes formas farmacêuticas
Considerando que os excipientes da formulação são um dos determinantes da 
forma farmacêutica do medicamento, vejamos a seguir os excipientes utilizados 
em cada forma farmacêutica, com as suas respectivas funções.
Excipientes utilizados em formas farmacêuticas sólidas
Os agentes de encapsulação são empregados na formação de invólucros fi nos 
para conter uma quantidade específi ca de pó, facilitando a sua administração. 
Exemplo: gelatina. Já os agentes de polimento para comprimidos são utilizados 
para conferir brilho ao revestimento dos comprimidos. Exemplos: cera de 
carnaúba e cera branca.
Os agentes de revestimento para comprimidos são utilizados para revestir 
comprimidos e protegê-los contra a decomposição pelo oxigênio atmosférico 
ou pela umidade, para fornecer um perfil de liberação desejável. Mascaram 
sabor, odor ou têm finalidade estética. Podem ser de açúcar, peliculares ou 
entéricos:
  Revestimento de açúcar: utilizam água como solvente e formam uma 
espessa cobertura ao redor do comprimido, sofrem rompimento no 
estômago. Exemplos: glicose líquida e sacarose.
  Revestimentos em filme: formam uma película fina com rompimento 
no estômago ou intestino. Exemplos: hidroxietilcelulose, hidroxipro-
pilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, metilcelulose e etilcelulose.
  Revestimentos entéricos: passam intactos no estômago, ou seja, o 
rompimento ocorre nos intestinos. Exemplos: acetoftalato de celulose 
e goma laca (35% em álcool, esmalte farmacêutico). 
  Revestimentos insolúveis em água: retardam a liberação do fármaco 
no trato gastrointestinal. Exemplo: etilcelulose.
Por sua vez, os aglutinantes são substâncias utilizadas para promover a 
adesão das partículas dos pós, formando granulados destinados à compressão, 
mas também são utilizados na formação de grânulos para cápsulas e sachês. 
Exemplos: ácido algínico, carboximetilcelulose sódica, etilcelulose, gelatina, 
povidona e amido pré-gelatinizado.
Os antiaderentes para comprimidos são utilizados para evitar a aderência 
dos componentes da formulação de comprimidos aospunções e às matrizes 
Excipientes farmacêuticos4
do equipamento de compressão, durante a produção. Exemplo: estearato de 
magnésio. Já os desintegrantes são utilizados em formas sólidas para promover 
a sua desintegração em partículas menores, mais facilmente dispersíveis ou 
dissolúveis. Exemplos: ácido algínico, alginato de sódio, glicolato de amido, 
amido e polacrilina de potássio.
As palavras “dispersíveis” e “dissolúveis” vêm de “dispersa” e “dissolvida”, em relação 
às partículas:
  Partícula dissolvida: a partícula está completamente solubilizada no solvente.
  Partícula dispersa: a partícula é insolúvel no solvente.
Os deslizantes são empregados em formulações de comprimidos, cápsulas, 
pós e granulados, para melhorar as propriedades de fluxo da mistura dos pós. 
Exemplos: sílica coloidal, amido de milho e talco. 
Os diluentes são materiais de enchimento inertes usados para produzir 
volume, propriedades de fluxo, características de compressão desejáveis em 
cápsulas, comprimidos, pós e granulados, além de absorver qualquer material 
liquefeito, no caso de misturas eutéticas (em que a mistura de substâncias 
faz com que haja a redução do ponto de fusão). Exemplos: fosfato de cálcio 
dibásico, caulim, lactose, manitol e celulose microcristalina.
Os excipientes para compressão direta para comprimidos são utilizados 
nas formulações para proporcionar a compressão direta. Exemplo: fosfato de 
cálcio dibásico. Os lubrificantes para comprimidos são utilizados para diminuir 
a fricção durante a compressão. Exemplos: estearato de cálcio, estearato de 
magnésio, óleo mineral, ácido esteárico e estearato de zinco.
Os opacificantes são empregados para produzir revestimentos opacos em 
cápsulas e comprimidos. Podem ser utilizados isoladamente ou com corantes. 
Exemplo: dióxido de titânio. Por fim, os plastificantes são componentes de 
soluções de revestimento utilizados para tornar o filme mais flexível, melho-
rando o espalhamento do revestimento sobre comprimidos, microcápsulas e 
grânulos. Exemplo: ftalato de dietila e glicerina.
5Excipientes farmacêuticos
Excipientes utilizados em formas 
farmacêuticas líquidas
Os agentes de tonicidade são empregados para tornar a concentração osmótica 
da formulação similar às caraterísticas osmóticas dos fl uidos fi siológicos. 
Portanto, são utilizados em preparações oftálmicas, parenterais e fl uidos de 
irrigação. Exemplo: cloreto de sódio.
Os agentes suspensores são agentes indutores de viscosidade que reduzem 
a velocidade de sedimentação das partículas em um veículo no qual elas 
não são solúveis. São utilizados em suspensões para uso oral e parenteral, 
aumentam o tempo de contato nas preparações oftálmicas, espessam cremes 
de uso tópico, dentre outras aplicações. Exemplos: ágar, bentonita, carbômero, 
carboximetilcelulose, hidroxietilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, metil-
celulose, caulim, povidona e alginato de sódio.
Os emulsificantes são usados para promover e manter a dispersão de 
partículas finas divididas de líquidos em veículos nos quais são imiscíveis. 
O produto final pode ser uma emulsão líquida ou semissólida. Exemplos: álcool 
cetílico, monoestearato de glicerila e mono-oleato de sorbitano.
Os solventes são utilizados para dissolver outra substância na prepara-
ção de uma solução. Podem ser aquosos ou não (por exemplo, oleaginosos). 
A cossolvência, tal como misturas de água e álcool (hidroalcoólico) e água 
e glicerina, pode ser empregada quando necessária. Solventes estéreis são 
usados em determinadas preparações (por exemplo, injetáveis). Exemplos: 
álcool, óleo de milho, óleo de algodão, glicerina, álcool isopropílico, óleo 
mineral, ácido oleico, água purificada e água estéril para injeção. 
Os veículos são carreadores usados na formulação de várias preparações 
líquidas para administração oral e parenteral. Geralmente, os líquidos orais 
são aquosos (por exemplo, xaropes) ou hidroalcoólicos (por exemplo, elixires). 
As soluções para uso intravenoso (IV) são aquosas, enquanto aquelas para 
aplicação intramuscular (IM) podem ser aquosas ou oleaginosas. Exemplos: 
solução bacteriostática de cloreto de sódio para injeção, xarope de acácia, 
xarope aromático, elixir aromático, óleo de milho, óleo mineral, óleo de 
amendoim e óleo de gergelim. 
Excipientes utilizados em formas 
farmacêuticas semissólidas
As bases para pomadas são veículos semissólidos para pomadas. Exemplos: 
lanolina, vaselina, pomada branca, pomada amarela, pomada hidrofílica. Já os 
Excipientes farmacêuticos6
doadores de consistência são empregados para aumentar a consistência ou a 
dureza de preparações farmacêuticas, tornando as preparações mais resistentes 
ao fl uxo; além disso, espessam cremes de uso tópico, aumentam o tempo de 
contato nas preparações oftálmicas, dentre outras propriedades. Exemplos: 
álcool cetílico, parafi na, álcool estearílico, cera branca, cera amarela, cera de 
ésteres cetílicos, cera microcristalina, ácido algínico, bentonita, carbômero, 
carboximetilcelulose sódica, metilcelulose, povidona e alginato de sódio.
Os emulsificantes são usados para promover e manter a dispersão de partícu-
las finas divididas de líquidos em um veículo no qual são imiscíveis. O produto 
final pode ser uma emulsão semissólida ou líquida. Exemplos: álcool cetílico, 
monoestearato de glicerila e mono-oleato de sorbitano. Já os umectantes são 
utilizados para evitar o ressecamento das preparações, particularmente, das 
pomadas e dos cremes. Exemplos: glicerina, propilenoglicol e sorbitol.
Excipientes utilizados em outras formas farmacêuticas
As bases para supositórios são veículos para supositórios. Exemplos: manteiga 
de cacau e polietilenoglicóis. Os propelentes são responsáveis pela pressão 
dentro do recipiente de aerossóis e por expelir o produto quando a válvula é 
aberta. Exemplos: dióxido de carbono, diclorodifl uorometano, diclorotetra-
fl uorometano e tricloromonofl uorometano.
Seleção de excipientes de acordo com a forma 
farmacêutica a ser manipulada
Os excipientes têm características específi cas e, por isso, apresentam funções 
diferentes dentro de uma formulação. Sendo assim, cada forma farmacêutica 
exige excipientes específi cos, que vão determinar as características do me-
dicamento. Há casos em que o mesmo excipiente tem diferentes funções e, 
portanto, pode ser utilizado em diferentes formas farmacêuticas, assim como 
casos em que ele tem funções diferentes na mesma formulação. Vejamos 
alguns desses casos.
A glicerina pode ter funções de emoliente, plastificante, solvente e edul-
corante. Sendo assim, como emoliente, pode ser utilizada em semissólidos. 
Na função de plastificante, pode ser utilizada em sólidos — mais especifica-
mente, no revestimento de comprimidos. Como solvente e edulcorante, pode 
ser utilizada em preparações líquidas.
7Excipientes farmacêuticos
O docusato de sódio pode ser um agente aglutinante em comprimidos e 
cápsulas, mas também tem a função de surfactante aniônico, podendo ser 
utilizado em cremes. Já a etilcelulose tem função aglutinante em comprimidos 
e cápsulas, além de atuar como doadora de consistência quando utilizada em 
semissólidos.
A gelatina é um agente de revestimento, quando utilizada no revestimento 
de comprimidos. Também tem as funções de agente gelificante (aplicada em 
géis) e agente de consistência e de mucoadesão em semissólidos. Por sua 
vez, o amido tem as funções aglutinante, diluente e desintegrante em formas 
farmacêuticas sólidas, enquanto o talco é lubrificante e diluente, no caso de 
formas farmacêuticas sólidas, e agente anticaking para suspensões.
Abaixo, veja uma relação mais específica de excipientes e formas 
farmacêuticas. 
Cápsulas
Os agentes de encapsulação são os invólucros nos quais serão armazenados 
os pós que contêm o fármaco e os demais excipientes. Esses excipientes são: 
  Deslizantes: para melhorar as propriedades de fluxo do pó durante a 
manipulação do produto.
  Lubrificantes: para evitar a aderência do pó nos aparatosutilizados 
na manipulação do produto. 
  Tensoativos: são utilizados na formulação como agentes molhantes, 
no caso de a formulação apresentar componentes com propriedades 
impermeáveis e insolúveis. Assim, os tensoativos terão a função de 
umedecer a substância nos líquidos do trato gastrointestinal. 
  Desintegrantes: para promover a desintegração em partículas menores 
depois da administração, para que o fármaco fique disponível mais 
facilmente.
  Aglutinantes: para promover a adesão das partículas da formulação, 
possibilitando a preparação de granulados, além da manutenção da 
integridade do comprimido acabado.
  Diluentes: têm o objetivo de separar fisicamente os insumos que reagem 
entre si, assim como absorver qualquer material liquefeito, no caso de 
misturas eutéticas (em que a mistura de substâncias faz com que haja 
a redução do ponto de fusão), além de terem o intuito de dar volume 
à formulação.
Excipientes farmacêuticos8
Comprimidos
No caso dos comprimidos, assim como nas cápsulas, podem ser necessários 
deslizantes, lubrifi cantes, tensoativos e diluentes. Outros excipientes são 
também necessários, como:
  Desintegrantes: para promover a desintegração em partículas menores 
depois da administração, para que o fármaco fique disponível mais 
facilmente.
  Aglutinantes: para promover a adesão das partículas da formulação, 
possibilitando a preparação de um granulado, além da manutenção da 
integridade do comprimido acabado.
  Antiaderentes: juntamente com os lubrificantes e os deslizantes, são 
utilizados para evitar a aderência dos pós dos comprimidos nos equipa-
mentos de compressão (compressora), além de produzir comprimidos 
com mais brilho.
  Excipientes para compressão direta: são utilizados na produção de 
comprimidos por compressão direta (sem a necessidade de granulação 
do pó).
  Corantes: são utilizados para dar cor aos comprimidos, normalmente 
para diferenciar doses de um mesmo fármaco.
  Flavorizantes: são utilizados para conferir sabor e odor agradável aos 
comprimidos, se necessário.
Se os comprimidos precisarem ser revestidos, há revestimentos de açúcar, 
entéricos e peliculares, como vimos anteriormente. Nos revestimentos, também 
poderão ser utilizados:
  Plastificantes: tornam os filmes do revestimento mais flexíveis, me-
lhorando o espalhamento sobre os comprimidos.
  Agentes de polimento de comprimidos: para conferir brilho ao re-
vestimento dos comprimidos.
  Opacificantes: para tornar os revestimentos dos comprimidos opacos 
ao adicionar o corante.
Pastilhas
As pastilhas, além de possuírem a base de açúcar, contêm um aglutinante para 
promover a adesão das partículas.
9Excipientes farmacêuticos
Soluções
As soluções podem conter:
  Solventes: para dissolver as substâncias presentes na formulação.
  Veículos: são os carreadores utilizados na formulação para facilitar a 
administração do produto.
  Conservantes: para evitar a proliferação de micro-organismos na 
formulação.
  Acidificantes: para conferir meio ácido para a estabilização do produto, 
se necessário.
  Alcalinizantes: para conferir meio básico para a estabilização do pro-
duto, se necessário.
  Agentes tamponadores: para evitar a mudança de pH do meio, no caso 
da adição de um acidificante ou alcalinizante.
  Antioxidantes: para evitar a reação de oxidação da preparação.
  Quelantes: também chamados de agentes sequestrantes, são utilizados 
para complexar com metais pesados.
Caso a solução seja destinada à administração oral, pode conter:
  Edulcorantes: para conferir sabor doce à preparação.
  Flavorizantes: para conferir sabor e odor agradável à preparação.
  Corantes: para conferir cor à preparação farmacêutica, se necessário.
No caso de preparações oftálmicas, parenterais e fluidos de irrigação, pode 
ser necessária a adição de agentes de tonicidade, para tornar a concentração 
osmótica da solução similar às características osmóticas dos fluidos fisiológi-
cos. Na preparação de elixires, deve-se levar em consideração os excipientes 
gerais para soluções; porém, deve-se considerar que o solvente será sempre 
uma mistura de álcool e água.
Suspensões
As suspensões podem conter os seguintes excipientes:
  Veículo: é o carreador utilizado na formulação para facilitar a admi-
nistração do produto.
Excipientes farmacêuticos10
  Umectantes: também chamados de agentes molhantes, têm o intuito 
de envolver as partículas no solvente.
  Corantes: para dar cor à preparação.
  Flavorizantes: conferir sabor e odor à preparação.
  Conservantes: proteger a suspensão da contaminação microbiana.
  Indutores de viscosidade: para aumentar a viscosidade da suspensão, 
se necessário.
  Edulcorantes: conferir sabor doce às suspensões, se necessário.
Emulsões
Nas emulsões, são necessários os seguintes excipientes:
  Veículo: é o carreador utilizado na formulação, para facilitar a admi-
nistração do produto.
  Emulsificantes: promovem a mistura relativamente estável e homogênea 
de dois líquidos imiscíveis.
  Conservantes: protegem a suspensão da contaminação microbiana.
No caso de emulsões orais, podem ser utilizados:
  Corantes: para dar cor à preparação, se necessário.
  Flavorizantes: para conferir sabor e odor à preparação.
  Edulcorantes: para conferir sabor doce à emulsão.
Pomadas
As pomadas podem ser formadas de diversas bases, que possuem como compo-
nente principal o doador de consistência, além de uma constituição específi ca. 
As bases de hidrocarbonetos são bases oleosas, não aquosas. Exemplo: vaselina 
e cera amarela. As bases de absorção formam emulsão água em óleo, portanto, 
contêm, além da água, lanolina, petrolato ou cera de ésteres cetílicos, cera 
branca e óleo mineral (cold cream).
As bases removíveis com água são emulsões óleo em água. São conhecidas 
como pomadas hidrófilas que contêm lauril sulfato de sódio como agente 
emulsificante, álcool estearílico e vaselina branca como fase oleosa, além de 
proprilenoglicol e água como fase aquosa. As bases hidrossolúveis possuem 
apenas componentes solúveis em água, como polietilenoglicóis.
Além dos componentes das bases acima, a formulação pode apresentar:
11Excipientes farmacêuticos
  Conservantes: para evitar o crescimento microbiano.
  Umectantes: para evitar o ressecamento da preparação farmacêutica.
Cremes
Os cremes são emulsões líquidas ou semissólidas. Portanto, possuem os mes-
mos excipientes descritos para as emulsões, além de um umectante para evitar 
o ressecamento da preparação farmacêutica.
Loções
As loções são constituídas por pó fi no insolúvel no meio disperso, mantido em 
suspensão utilizando-se um agente suspensor. Podem, ainda, ser preparadas 
como uma emulsão, quando há substâncias líquidas imiscíveis no veículo, 
sendo necessário utilizar um emulsifi cante. Os demais excipientes seguem 
as respectivas formas farmacêuticas.
Géis
Os géis são sistemas semissólidos constituídos de uma dispersão de pequenas 
ou grandes moléculas, chamadas de agentes gelifi cantes, em um veículo 
líquido, conferindo ao produto uma consistência semelhante à gelatina. Por 
essas características, esse produto é denominado dispersão coloidal, conforme 
Allen Jr., Popovich e Ansel (2013). Além desses componentes, a formulação 
poderá apresentar:
  Conservantes: para evitar o crescimento microbiano.
  Acidificantes: para conferir caráter ácido ao gel, se necessário.
  Alcalinizantes: para conferir caráter básico ao gel, se necessário.
Supositórios
Os supositórios possuem bases específi cas, caracterizadas como:
  Bases lipofílicas ou oleaginosas: normalmente contêm manteiga de 
cacau, podendo conter ácidos graxos hidrogenados de óleos vegetais 
ou glicerina. Pode ser necessário adicionar um agente solidificante, já 
que a manteiga de cacau tem um ponto de fusão baixo.
Excipientes farmacêuticos12
  Bases solúveis e miscíveis em água: são bases contendo gelatina gli-
cerinada e polietilenoglicóis.
  Bases diversas: misturam materiais oleaginosose outros solúveis ou 
miscíveis em água. Ou seja, são emulsões água em óleo ou substâncias 
que se dispersam nos fluidos biológicos. As bases contendo emulsão 
precisam ter um agente emulsificante.
Aerossóis
Os aerossóis são constituídos de líquidos ou sólidos pressurizados em um reci-
piente. Esse produto será aspergido, pois há a presença de um propelente, que 
tem a função de gerar pressão dentro do recipiente e, assim, expelir o produto 
quando a válvula for aberta. Os demais excipientes são os mesmos descritos 
para líquidos e sólidos. No caso de ser uma espuma, pode ser necessário utilizar 
tensoativo e emulsifi cante para facilitar a mistura do propelente na emulsão.
1. A alteração de algumas 
propriedades físicas do produto 
farmacêutico, principalmente o pH, 
pode ser necessária para garantir 
a eficácia do medicamento, assim 
como manter a sua estabilidade até 
a expiração do prazo de validade 
ou durante o tempo de tratamento. 
Sendo assim, responda: qual é o 
tipo de excipiente farmacêutico 
que deve ser utilizado em uma 
preparação farmacêutica para resistir 
às variações de pH de uma solução? 
a) Alcalinizante.
b) Acidificante.
c) Conservante.
d) Agente tamponador.
e) Adsorvente.
2. A emulsão é uma dispersão cuja fase 
dispersa é composta por gotículas 
de um líquido, na presença de um 
veículo, conhecido como meio 
dispersante, no qual é imiscível. 
Com isso, responda: qual é o tipo 
de excipiente farmacêutico que 
mantém uma emulsão estável?
a) Agente suspensor.
b) Aglutinante.
c) Umectante.
d) Veículo.
e) Emulsificante.
3. As cápsulas são formas 
farmacêuticas sólidas que contêm 
um ou mais fármacos e excipientes 
dentro de um pequeno invólucro de 
gelatina dura ou mole. Na produção 
de cápsulas, qual é o excipiente 
farmacêutico utilizado para evitar 
a aderência do pó nos aparatos 
de produção do medicamento?
13Excipientes farmacêuticos
a) Deslizante.
b) Lubrificante.
c) Desintegrante.
d) Diluente.
e) Aglutinante.
4. Os excipientes têm diversas funções 
em uma preparação farmacêutica, 
desde dar forma ao produto até a 
função específica de conservante, 
antioxidante, entre outras. Dessa 
forma, responda: qual é o excipiente 
farmacêutico que tem a função 
de dissolver uma substância na 
preparação de uma solução?
a) Solvente.
b) Diluente.
c) Veículo.
d) Umectante.
e) Emulsificante.
5. A forma farmacêutica é o estado final 
que as substâncias ativas apresentam 
depois de serem submetidas 
às operações farmacêuticas 
necessárias, a fim de facilitar a sua 
administração e obter o maior 
efeito terapêutico desejado. Sendo 
assim, responda: qual é a forma 
farmacêutica de um medicamento 
que costuma utilizar o excipiente 
umectante na sua formulação para 
evitar o ressecamento do produto?
a) Suspensão.
b) Granulado.
c) Creme.
d) Supositório.
e) Aerossol.
ALLEN JR., L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação 
de fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
Leituras recomendadas
ALLEN JR., L. V. Introdução à farmácia de Remington. Porto Alegre: Artmed, 2016.
THOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. A prática farmacêutica na manipulação de medica-
mentos. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
Referência
Excipientes farmacêuticos14
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