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DIREITO PROCESSUAL
RITO DA EXECUÇÃO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA:
Execução
A execução começa obrigatoriamente por uma petição inicial, por isso, o devedor será sempre citado. Em se tratando de execução de quantia em dinheiro, o devedor é citado para pagar no prazo de 3 dias. 
A petição inicial deve possuir os requisitos do art. 798 (OBS: não é necessário trazer a relação dos bens na petição inicial, mas, se trouxer, ocorre a antecipação da fraude). Ao despachar a inicial, o juiz fixa os honorários advocatícios, por isso, o pagamento que o devedor irá pagar deverá incluir a verba honorária.
Art. 827: Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade. incentivo para que o devedor pague no prazo. Vale para o cumprimento de sentença também. A Luciana critica esse dispositivo pois suprime um direito do advogado.
§ 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente. os honorários são fixados entre 10% e 20%. Inicialmente são fixados em 10%, mas, conforme o trabalho do advogado, poderão ser elevados para até 20%.
Para criar a presunção da fraude à execução em caso de alienação, o credor pode averbar a certidão de admissão da execução. É uma presunção pois a fraude só ocorre com a penhora, quando, ao tentar penhorar o bem, percebe-se que ele foi alienado.
Por isso, muito embora não seja uma obrigação, é conveniente trazer os bens do devedor sujeitos à penhora na petição inicial. Após a realização da averbação, ela deverá ser comunicada ao juiz no prazo de 10 dias. 
Se após a averbação for realizada penhora suficiente para cobrir o valor da dívida, as averbações relativas aos bens não penhorados devem ser canceladas. Isso porque a averbação gera um prejuízo demasiado ao devedor, vez que cria uma constrição antes mesmo de sua citação para o processo. Esse cancelamento deve ser feito no prazo de 10 dias da formalização da penhora. Se não realizado, o juiz deverá determinar.
Art. 828: O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
§ 1o No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas.
§ 2o Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento das averbações relativas àqueles não penhorados.
§ 3o O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício ou a requerimento, caso o exequente não o faça no prazo.
§ 4o Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação.
§ 5o O exequente que promover averbação manifestamente indevida ou não cancelar as averbações nos termos do § 2o indenizará a parte contrária, processando-se o incidente em autos apartados.
Após citado para pagar em 3 dias, se o devedor não quiser pagar, poderá se defender. Da juntada do mandado de citação devidamente cumprido aos autos, inicia-se o prazo de 15 dias para que o devedor se defenda por meio de embargos de devedor. 
Art. 829: O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação.
§ 1o Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do executado. Passados os 3 dias, o oficial penhora os bens. Depois, intima o exequente e o executado, apesar de o artigo só falar da intimação do executado. Isso porque o exequente pode querer outro bem. Ex: recusa da penhora de uma fazenda no Pará, vez que há um sítio livre em BH.
§ 2o A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente. Se o exequente não indica os bens (pois não é uma obrigação e sim uma faculdade), o oficial de justiça deverá procurar os bens do executado. Entretanto, existe a possibilidade do executado indicar os bens, devido ao princípio da menor onerosidade.
Art. 830: Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
§ 1o Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.
§ 2o Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frustradas a pessoal e a com hora certa.
§ 3o Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto converter-se-á em penhora, independentemente de termo. A penhora se formaliza mediante auto ou termo de penhora. Nesse caso, não precisa de um novo termo pois já foi feito o arresto.
Diferentemente do processo de conhecimento em que, havendo vários réus, o início da contagem do prazo para contestar se dá no dia da juntada do último mandado, na execução, o prazo é individual para cada um dos devedores. Isso porque os embargos de devedor são uma ação com caráter autônomo. A única exceção é no caso de os codevedores serem marido e mulher ou companheiro e companheira, em que a contagem do prazo se inicia da data da juntada do último mandado. Devido à autonomia, também não se aplica à execução o prazo em dobro no caso de se tratarem de devedores com procuradores diferentes de escritórios de advocacia diferentes.
No CPC/73, para que o devedor pudesse embargar, ele tinha que fazer a segurança do juízo, ou seja, dar alguma garantia (ex: dar bens para serem penhorados, depositar o valor em dinheiro, etc). No CPC/15, isso não é mais necessário. 
Ao embargar, a execução não é suspensa automaticamente. Ela continuará tramitando concomitante com a defesa. Entretanto, é possível requerer o efeito suspensivo. Para isso, muito embora não seja necessário fazer a segurança do juízo para embargar, é necessário para que o devedor consiga o efeito suspensivo.
Cumprimento de sentença
O cumprimento de sentença pode começar por petição simples ou por petição inicial, podendo o devedor ser citado ou intimado. No caso de obrigação de pagar quantia em dinheiro, o devedor é intimado ou citado para pagar.
Ao despachar a petição (simples ou inicial), o juiz não fixa os honorários, pois já tiveram honorários na sentença. Essa era uma questão muito controversa no CPC/73, mas, o CPC/15 estabeleceu que só haverá que se falar em honorários se o devedor não efetuar o pagamento em 15 dias. Isso porque, se não pagar em 15 dias, exigirá do advogado mais atos processuais.
Art. 523: No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante.
§ 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
Passado o prazo para pagamento, o credor pode levar o título executivo judicial (a sentença)para protesto, como forma de compelir o devedor a cumprir a obrigação. É necessário que esteja transitado em julgado pois, caso contrário, gera um ônus excessivo ao devedor se a decisão for reformada.
Art. 517: A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523 (15 dias).
§ 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.
§ 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário.
§ 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
Além dos honorários, há também a multa, que é devida, nesse caso, pois, em se tratando de cumprimento de sentença, houve toda uma fase cognitiva e, por isso, o processo já está muito extenso, principalmente se for um cumprimento definitivo. A multa é uma maneira de tentar compelir o devedor a pagar pois, se não pagar em 15 dias, ela irá incidir sobre o valor da dívida.
Se o devedor não quiser pagar, ele pode se defender por meio de impugnação, no prazo de 15 dias, que irá começar a contar depois de decorrido o prazo para o pagamento. Assim, são 15 dias para pagar + 15 dias para impugnar.
A impugnação não tem natureza de ação, por isso, não possui o caráter autônomo dos embargos de devedor. Entretanto, assim como na execução, o devedor não precisa realizar a garantia do juízo para impugnar, apenas para conseguir o efeito suspensivo.
Não sendo o caso de paralisação do cumprimento de sentença, se o devedor não pagou, estaremos diante de um título executivo e de um inadimplemento (que gera a exigibilidade da obrigação). Por isso, o próximo ato a ser realizado é a penhora. 
Quando o oficial de justiça citar/intimar o devedor e verificar que ele está se ocultando da citação/intimação, é possível a pré-penhora, arrestando os bens do devedor. Assim, como o devedor não foi encontrado, será realizada a citação por edital e se esta não for bem-sucedida, os bens arrestados serão convertidos em penhora.26/10 – Não teve arguição
A finalidade da penhora é a apreensão dos bens do devedor. Por isso, na execução por quantia certa, destaca-se bens do patrimônio do executado para pagar o credor. Existem duas formas de pagar o credor: ou os bens destacados são entregues a ele, o que é chamado de adjudicação, ou são alienados, sendo entregue ao credor o produto da alienação.
A penhora é um ato complexo, vez que envolve sub atos: apreensão, avaliação e entrega ao depositário. Por esse motivo, quando realizada a penhora, é lavrado o auto ou termo de penhora, avaliação e depósito, com o intuito de formalizá-la.
O credor pode, na inicial (ou na petição simples) trazer a relação dos bens do devedor. Se trouxer, o oficial de justiça realizará a penhora observando os bens indicados. Além disso, se o devedor não concordar com esses bens, ele pode indicar outros, observando o princípio da menor onerosidade.
Caso o credor não tenha trazido relação de bens, o oficial de justiça irá penhorar o que encontrar, com observância aos bens impenhoráveis e à ordem de penhora. Após realizada a penhora, com a avaliação dos bens e a nomeação do depositário, o auto é lavrado.
Em alguns casos, não há necessidade do trabalho do oficial de justiça. Por exemplo, o devedor, pugnando pelo efeito suspensivo, oferece bens à penhora como forma de garantir o juízo e o credor concorda com eles, não havendo necessidade de o oficial de justiça realizar a penhora. Dessa forma, será lavrado o termo de penhora pelo serventuário do cartório.
No termo ou auto de penhora constará:
Descrição dos bens
Data de penhora (importante para o concurso particular de preferência)
Valor dos bens o oficial de justiça fará a avaliação, mas, se não possuir conhecimentos técnicos para tanto (ex: tapete persa), deverá cientificar o juiz, que nomeará um perito avaliador. A avaliação é importante pois serve de parâmetro para a adjudicação ou para a alienação.
Art. 838: A penhora será realizada mediante auto ou termo, que conterá:
I - a indicação do dia, do mês, do ano e do lugar em que foi feita;
II - os nomes do exequente e do executado;
III - a descrição dos bens penhorados, com as suas características;
IV - a nomeação do depositário dos bens.
Art. 839: Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia.
Parágrafo único.  Havendo mais de uma penhora, serão lavrados autos individuais.
Após, os bens serão entregues a um depositário, que dependerá do tipo de bem, podendo ser:
Exequente
Executado: ficará na posse dos bens por ser depositário, e não por ser executado. Ocorrerá nas seguintes hipóteses
Bem de difícil remoção. Ex: iate do Eike Batista.
Concordância do credor. O exequente, ao trazer a lista de bens, deve dizer quem deseja que seja o depositário.
Depositário judicial
Art. 840: Serão preferencialmente depositados:
I - as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os metais preciosos, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal ou em banco do qual o Estado ou o Distrito Federal possua mais da metade do capital social integralizado, ou, na falta desses estabelecimentos, em qualquer instituição de crédito designada pelo juiz;
II - os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre imóveis urbanos, em poder do depositário judicial;
III - os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as máquinas, os utensílios e os instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, mediante caução idônea, em poder do executado.
§ 1o No caso do inciso II do caput, se não houver depositário judicial, os bens ficarão em poder do exequente.
§ 2o Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de difícil remoção ou quando anuir o exequente.
§ 3o As joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser depositados com registro do valor estimado de resgate.
A penhora gera para o executado a indisponibilidade material absoluta e a indisponibilidade material relativa. É uma indisponibilidade material pois perde a posse dos bens, que serão entregues ao depositário (mas, no caso em que o executado for depositário, continua com a posse). A indisponibilidade jurídica é relativa pois não tira a propriedade dos bens, o devedor continua o dono, mas há uma limitação, pois, ele não pode mais se dispor livremente dos bens. 
O terceiro também sofre os efeitos da penhora pois, se for averbada, deve se abster de praticar atos de disposição do bem penhorado, sob pena de responder com o seu patrimônio, sem necessidade de prova da má-fé.
Quanto ao exequente, a penhora gera o direito de preferência. Se conferida publicidade à penhora, o exequente passa a ter direito de sequela, que é o direito de perseguir o patrimônio onde quer que esteja. Assim, caso o bem penhorado seja alienado, essa alienação será fraudulenta e, portanto, ineficaz para o exequente.
Art. 831: A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.
Art. 832: Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.
Conforme mencionado anteriormente, existem alguns bens impenhoráveis, que estão previstos no art. 833. O inciso IV desse artigo fala dos salários, aposentadorias, etc, sendo que essa impenhorabilidade é relativizada tantopela lei quanto pela jurisprudência. A lei excepciona para o pagamento de pensão alimentícia e para dividas superiores a 50 salários mínimos. A jurisprudência, entretanto, relativizou ainda mais, firmando entendimento de que, independente da natureza da dívida, até 30% do vencimento pode ser penhorado, considerando que seria possível a sobrevivência do devedor com 70% do seu salário.
Em se tratando do inciso X, o entendimento é que a impenhorabilidade é só da caderneta de poupança, não recaindo sobre outras espécies de conta.
Art. 833: São impenhoráveis:
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
Em se tratando de dinheiro, a penhora pode ser realizada pelo sistema BACENJUD, em que é realizado o bloqueio do valor na conta do devedor, que, posteriormente, será transferido para uma conta judicial. Se o valor objeto da constrição era impenhorável, o ônus de prova será do executado. 
Após a realização da penhora, executado e exequente deverão ser intimados na pessoa de seus advogados.
Art. 841: Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será imediatamente intimado o executado. e o exequente
§ 1º A intimação da penhora será feita ao advogado do executado ou à sociedade de advogados a que aquele pertença.
§ 2º Se não houver constituído advogado nos autos, o executado será intimado pessoalmente, de preferência por via postal.
§ 3º O disposto no § 1º não se aplica aos casos de penhora realizada na presença do executado, que se reputa intimado.
§ 4º Considera-se realizada a intimação a que se refere o § 2º quando o executado houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274.
Além das partes, recaindo a execução sobre o bem de um terceiro garantidor (a execução poderia ter sido proposta contra ele), ele deverá ser intimado e seu meio de defesa será embargos de terceiro. Se a penhora recair sobre um bem imóvel e o terceiro for casado em comunhão, o cônjuge também deverá ser intimado.
Art. 835, § 3º: Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora.
Esse cônjuge pode se defender por meio de embargos de terceiro (para defender seus bens próprios ou à meação) ou de devedor (quando for intimado para a execução). Se o bem defendido pelo cônjuge for indivisível e à meação, não será liberado da penhora mesmo que ganhe os embargos de terceiro, recaindo o seu direito apenas sobre o produto da alienação, diferentemente do CPC/73. Se o bem for próprio, porém, será liberado da penhora.
O bem penhorado será alienado, observando o valor da avaliação. Primeiramente, tenta-se alienar por um valor superior ao da avaliação. Não sendo bem-sucedida essa tentativa, o bem poderá ser alienado por um valor inferior, desde que não seja vil. Entretanto, se o bem for do cônjuge (no caso de bem à meação, quando o cônjuge ganha os embargos de terceiro), o bem deverá ser alienado num valor que resguarde seu direito ao produto da alienação. 
Art. 843: Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
§ 1o É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a preferência na arrematação do bem em igualdade de condições.
§ 2o Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da avaliação na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o correspondente à sua quota-parte calculado sobre o valor da avaliação.
No CPC/73, existia um instituto denominado remição de bens, em que o membro da família do executado (cônjuge, descendente ou ascendente) tinha o direito de pagar o valor pelo qual o bem seria alienado a terceiro, ficando com o bem. A remição de bens foi extinta no CPC/15, mas o familiar tem o direito preferencial em relação aos terceiros de adjudicar o bem. Quem oferece o valor maior fica com o bem, mas, em caso de igualdade de valores, o familiar tem preferência.
Resumindo: O oficial de justiça realiza a penhora, lavra o auto observando o princípio da menor onerosidade e da utilidade da execução (se a execução não for útil, o oficial lista os bens atuais do devedor e o nomeia como depositário provisório). Não havendo oficial de justiça, o escrivão lavra o termo. Em seguida, deverão ser intimados exequente, executado, terceiro garantidor e seu cônjuge (se o bem penhorado for imóvel e o casamento for no regime de comunhão). Após a penhora, cabe ao exequente averbá-la para conferir publicidade e, consequentemente, o direito de sequela.
Art. 844: Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do termo, independentemente de mandado judicial.
As partes, intimadas, poderão requerer a substituição do bem penhorado, no prazo de 10 dias. Sempre que for requerida pelo executado, ele deve indicar a menos onerosa. Além disso, quando requerer a substituição por um bem imóvel, deve trazer a autorização do cônjuge (para evitar a intimação do cônjuge em decorrência da preclusão lógica).
Art. 847: O executado (e o exequente) pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
§ 1o O juiz só autorizará a substituição se o executado:
I - comprovar as respectivas matrículas e os registros por certidão do correspondente ofício, quanto aos bens imóveis;
II - descrever os bens móveis, com todas as suas propriedades e características, bem como o estado deles e o lugar onde se encontram;
III - descrever os semoventes, com indicação de espécie, de número, de marca ou sinal e do local onde se encontram;
IV - identificar os créditos, indicando quem seja o devedor, qual a origem da dívida, o título que a representa e a data do vencimento; e
V - atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à penhora, além de especificar os ônus e os encargos a que estejam sujeitos.
§ 2o Requerida a substituição do bem penhorado, o executado deve indicar onde se encontram os bens sujeitos à execução, exibir a prova de sua propriedade e a certidão negativa ou positiva de ônus, bem como abster-se de qualquer atitude que dificulte ou embarace a realização da penhora.
§ 3o O executado somente poderá oferecer bem imóvel em substituição caso o requeira com a expressa anuência do cônjuge, salvo se o regime for o de separação absoluta de bens.
§ 4o O juiz intimará o exequente para manifestar-se sobre o requerimento de substituição do bem penhorado.
Requerida a modificação da penhora, será lavrado um novo termo de penhora (pois nesse caso não há oficial de justiça), com avaliação e nomeação do depositário e intimação das partes. 
Lavrado o auto ou o termo de penhora, ela se torna, a princípio, irrevogável, a menos que seja anulada, se não for suficiente para pagar o exequente ou se este desistir.
Art. 851: Não se procede à segunda penhora, salvo se:
I - a primeira for anulada;
II - executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente;
III - o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou por estarem submetidos a constrição judicial. princípio da disponibilidade.
Ao serem intimadas, as partes também podem questionar o valor do bem (vez que é este valor que irá orientar a venda do bem). A partir dessa nova avaliação, poderá ocorrer aampliação/reforço (penhora de mais bens ou de um bem de maior valor) ou a redução da penhora (penhora de menos bens ou de um bem de menor valor).
Art. 850: Será admitida a redução ou a ampliação da penhora, bem como sua transferência para outros bens, se, no curso do processo, o valor de mercado dos bens penhorados sofrer alteração significativa.
Arguição 08/11
O credor maneja uma execução de um título extrajudicial contra um devedor e penhora um bem dele. O devedor, para pagar a dívida da execução, vai no banco e faz um contrato de mútuo, dando como garantia o bem penhorado. Nesse caso, ele poderia ter dado esse bem como garantia?
Considerando que a penhora não foi averbada, houve fraude no caso acima?
Após realizada a penhora, inicia-se a fase de expropriação, que é a fase em que o executado perde a propriedade dos bens. Existem várias formas de expropriação.
No CPC/73, a forma regra de se expropriar os bens do devedor era a arrematação. Os bens do devedor eram alienados e com o produto pagava-se o credor. A arrematação continua no CPC/15, mas não é mais a regra, que passou a ser a adjudicação. Nela, o bem penhorado é entregue ao exequente como forma de pagamento da dívida. 
Como a execução em questão é uma execução de quantia certa, o direito do exequente é o direito ao dinheiro. Por isso, ele não pode ser obrigado a adjudicar. Então, o juiz, após a penhora, deve intimar o exequente para ele dizer qual a forma de expropriação desejada. Se ele quiser ficar com o bem, deve requerer a adjudicação.
Art. 876:  É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
§ 1o Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido: o executado é intimado pois, como pode perder o bem, ele terá o direito de remição da dívida, ou seja, pagar como forma de impedir que o bem dele seja adjudicado.
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos;
III - por meio eletrônico, quando, sendo o caso do § 1o do art. 246, não tiver procurador constituído nos autos.
§ 4o Se o valor do crédito for:
I - inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação depositará de imediato a diferença, que ficará à disposição do executado;
II - superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente. acontecerá a segunda penhora
§ 5o Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a VIII (direito material), pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos descendentes ou pelos ascendentes do executado.
§ 6o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre eles, tendo preferência, em caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente, nessa ordem.
Se não requerer a adjudicação, o direito de ficar com o bem não preclui. Isso porque se não quiser ficar com o bem, ele deverá ser alienado. Se a alienação for frustrada, reabre para o exequente o direito de requerer uma nova adjudicação (como forma de acabar logo com o processo).
Art. 878: Frustradas as tentativas de alienação do bem, será reaberta oportunidade para requerimento de adjudicação, caso em que também se poderá pleitear a realização de nova avaliação.
Para adjudicar, o credor deve ofertar um valor, que não poderá ser inferior ao da avaliação, mas não precisa exibir um preço (pagar). A oferta é necessária pois, havendo um concurso de adjudicações (pois não só ele como qualquer credor preferencial tem o direito de adjudicar), ficará com o bem aquele que oferecer o maior valor.
Concorrendo com os credores para ficar com o bem, podem adjudicar também os familiares do executado (cônjuge, descendentes, ascendentes). Ficará com o bem quem oferecer o maior valor, independente de quem seja. Mas, se todos ofereceram o mesmo valor, os familiares têm prioridade, na seguinte ordem: cônjuge, descendentes, ascendente. Se mais de um familiar em pé de igualdade quiser, deverá ser feita uma nova licitação e ficará com o bem quem oferecer o maior valor.
Diferentemente do credor, o familiar deve exibir o preço. Mas, excepcionalmente, o credor deverá exibir o preço, nos seguintes casos:
Quando o valor do bem exceder o da dívida: necessário exibir o preço da diferença.
Quando um credor preferencial quiser o bem: o credor quirografário deverá exibir o preço para tirá-lo da linha sucessória.
O juiz irá decidir quem terá direito à adjudicação por uma decisão interlocutória, passível de agravo de instrumento. Uma vez decidido, será lavrado o auto de adjudicação que deverá ser assinado pelo juiz, escrivão e credor. Ato contínuo, será passada uma carta de adjudicação, se o bem for imóvel, pois é essa carta que é levada para o registro no cartório. Se o bem for móvel, o juiz expede o mandado de entrega, para que o depositário entregue o bem (caso contrário, se torna depositário infiel).
Art. 877: Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação, e decididas eventuais questões, o juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação.
§ 1o Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo executado, expedindo-se:
I - a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel;
II - a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem móvel.
§ 2o A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula e aos seus registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação do imposto de transmissão.
§ 3o No caso de penhora de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo até a assinatura do auto de adjudicação, oferecendo preço igual ao da avaliação, se não tiver havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido.
Art. 879: A alienação far-se-á:
I - por iniciativa particular;
II - em leilão judicial eletrônico ou presencial.
Se o credor não quiser ficar com o bem, ele será alienado. A alienação pode ter 2 espécies:
Alienação por iniciativa particular: novidade do CPC/15, o credor requer ao juiz que ele mesmo faça a venda dos bens, com as estipulações determinadas pelo juiz. Após, será lavrado o auto de alienação, com a carta de alienação para bens imóveis e o mandado de entrega para bens móveis.
Art. 880: Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário.
§ 1o O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, a comissão de corretagem.
§ 2o A alienação será formalizada por termo nos autos, com a assinatura do juiz, do exequente, do adquirente e, se estiver presente, do executado, expedindo-se:
I - a carta de alienação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel;
II - a ordem de entrega ao adquirente, quando se tratar de bem móvel.
§ 3o Os tribunais poderão editar disposições complementares sobre o procedimento da alienação prevista neste artigo, admitindo, quando for o caso, o concurso de meios eletrônicos, e dispor sobre o credenciamento dos corretores e leiloeiros públicos, os quais deverão estar em exercício profissional por não menos que 3 (três) anos.
Alienação por leilão: no CPC/73, a alienação era sempre por hasta pública. O leilão era somente para bens móveis e a praça para bens imóveis. No CPC/15, é feito leilão para bens móveis e imóveis. 
O leilão deixou de ser a regra pois é muito mais moroso. É publicado um edital, em que qualquer pessoa pode participar do leilão, ao passo que a adjudicação se dá entre credor, devedor e, algumas vezes, familiares.
O leilão é sempre precedido de edital, que é de suma importância,pois pode, inclusive, invalidar a arrematação. Ele deve trazer os bens, a descrição, se possuem ônus real (caso contrário, quem arrematou pode desistir da arrematação), o valor que orienta os lances e a previsão de duas datas. Na primeira data, o valor só pode ser superior ao da avaliação. Se frustrada, na segunda data poderá ser arrematada por um valor inferior à alienação, desde que não seja vil (abaixo do estipulado pelo juiz como valor mínimo ou, não estipulado, abaixo de 50% do valor do bem). Se o bem for alienado por valor vil, será invalidado o leilão.
Até 5 dias antes da alienação, todos os credores preferenciais devem ser intimados, inclusive os credores de penhora anteriormente averbada. Caso contrário, a venda será ineficaz perante o credor não intimado. (OBS: é ineficácia e não invalidação).
Qualquer pessoa na livre administração de seus bens pode participar do leilão, exceto alguns que possuem privilégio (ex: juiz do processo, escrivão, membro do MP, advogado da parte). O credor pode participar, mas é um risco, uma vez que, teoricamente, seria mais fácil adjudicar. Entretanto, na adjudicação, o valor deve ser superior ao da avaliação, mas no leilão o bem pode ser alienado por um valor inferior ao da avaliação, desde que não seja vil.
Se o credor for o arrematante, não precisa exibir o preço. O terceiro, entretanto, precisa. O pagamento deve ser feito à vista, por depósito ou transferência eletrônica. Entretanto, pode ser feito um plano de pagamento em prestação – 25% à vista e o restante parcelado em até 30 vezes. Deve dar uma caução ou uma hipoteca (em caso de bem imóvel) sobre o próprio bem.
Se o terceiro deixa de pagar, sofre uma multa com o valor em aberto (de até 10% do valor em atraso). Nesse caso, o exequente pode executar esse terceiro ou desistir da arrematação. Se desiste da arrematação, o bem será levado a um novo leilão, sendo que o terceiro não poderá participar.
A caução dada pode ser feita de forma real (bem dado em garantia) ou fidejussória (garantido por alguém). O fiador, que é o garantidor, responsável patrimonial, pode pagar a dívida do afiançado (que é o arrematante). Nesse caso, ele sub-roga nos direitos do credor, podendo executar o arrematante.
Após a alienação, será lavrado o auto de arrematação, com a carta de arrematação para bens imóveis e o mandado de entrega para bens móveis. 
Entre a assinatura do auto e a lavratura da carta, o juiz deve esperar o prazo de 10 dias porque é nesse prazo que poderá ser arguido quaisquer vícios da arrematação (ex: preço vil, não intimação do credor preferencial). No CPC/73 existia um meio próprio para isso, que eram os embargos de segunda fase. Esses embargos foram extintos, bastando uma petição simples.
Ultrapassado o prazo de 10 dias, só será possível arguir vícios da arrematação por meio de ação própria, pleiteando a ineficácia, anulação ou resolução. Nessa ação, o autor é o prejudicado e os réus são o arrematante e a outra parte (litisconsórcio passivo necessário).
Havendo a petição simples no prazo de 10 dias o arrematante possui o direito de desistir da arrematação. No caso de ação própria, ele pode desistir da arrematação no prazo para contestar, que perderá o objeto.Arguição 09/11:
Numa execução (1), o devedor teve seu apartamento penhorado. Esse apartamento foi avaliado em R$ 800.000,00. O credor que penhorou requereu a adjudicação do apartamento por R$ 810.000,00. Numa outra execução (2), esse mesmo apartamento também foi objeto de penhora e esse segundo credor averbou a penhora primeiro. Em seguida, requereu a adjudicação na execução 1, oferecendo R$ 805.000,00. Posteriormente, o cônjuge do devedor também requereu a adjudicação, oferecendo R$ 800.000,05. Quem irá ficar com o bem?
Foi penhorado um apartamento e o credor não requereu a adjudicação, por isso, foi à leilão. No edital, não havia previsão de duas datas para os leilões. O bem foi arrematado no leilão. O que o advogado do devedor deveria alegar?
Art. 881: A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular.
§ 1o O leilão do bem penhorado será realizado por leiloeiro público.
§ 2o Ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de bolsa de valores, todos os demais bens serão alienados em leilão público.
Art. 883: Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que poderá ser indicado pelo exequente.
Art. 884: Incumbe ao leiloeiro público:
I - publicar o edital, anunciando a alienação;
II - realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar designado pelo juiz;
III - expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias;
IV - receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto da alienação;
V - prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito.
Parágrafo único.  O leiloeiro tem o direito de receber do arrematante a comissão estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz.
Art. 885: O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo (para o segundo leilão. Se não estipular, o valor mínimo será a metade do valor do bem), as condições de pagamento e as garantias que poderão ser prestadas pelo arrematante (em caso de pagamento parcelado).
O edital deverá ser publicado com, no mínimo, 5 dias de antecedência do leilão, pois é o prazo de intimação dos credores preferencias e da penhora anteriormente averbada.
Art. 886: O leilão será precedido de publicação de edital, que conterá:
I - a descrição do bem penhorado, com suas características, e, tratando-se de imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos registros;
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro designado;
III - o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes e, tratando-se de créditos ou direitos, a identificação dos autos do processo em que foram penhorados;
IV - o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em que se realizará o leilão, salvo se este se der de modo presencial, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização;
V - a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial, para a hipótese de não haver interessado no primeiro;
VI - menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente sobre os bens a serem leiloados.
Parágrafo único.  No caso de títulos da dívida pública e de títulos negociados em bolsa, constará do edital o valor da última cotação.
Qualquer pessoa que estiver na livre administração de seus bens pode participar do leilão, inclusive o credor. Entretanto, algumas pessoas são impedidas de participar, pois têm informações privilegiadas do bem.
Art. 890: Pode oferecer lance quem estiver na livre administração de seus bens, com exceção:
I - dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos administradores ou dos liquidantes, quanto aos bens confiados à sua guarda e à sua responsabilidade;
II - dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam encarregados;
III - do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, do escrivão, do chefe de secretaria e dos demais servidores e auxiliares da justiça, em relação aos bens e direitos objeto de alienação na localidade onde servirem ou a que se estender a sua autoridade;
IV - dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
V - dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda estejam encarregados;
VI - dos advogados de qualquer das partes.
	Art. 891: Não será aceito lance que ofereça preço vil.
Parágrafo único.  Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação.
	Art. 892: Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o pagamento deverá ser realizado de imediato pelo arrematante, pordepósito judicial ou por meio eletrônico.
§ 1º Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, não estará obrigado a exibir o preço, mas, se o valor dos bens exceder ao seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob pena de tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-á novo leilão, à custa do exequente.
§ 2º Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação, e, no caso de igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente do executado, nessa ordem. colhe-se o maior valor. Em caso de igualdade de ofertas, o familiar tem preferência.
§ 3º No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municípios terão, nessa ordem, o direito de preferência na arrematação, em igualdade de oferta.
Em caso de leilão de diversos bens, havendo mais um lance, terá preferência aquele que se propuser a arrematar todos, oferecendo o valor da avaliação para os bens sem lance e os do maior lance para os bens com tentativa de arrematação individual.
Art. 893: Se o leilão for de diversos bens e houver mais de um lançador, terá preferência aquele que se propuser a arrematá-los todos, em conjunto, oferecendo, para os bens que não tiverem lance, preço igual ao da avaliação e, para os demais, preço igual ao do maior lance que, na tentativa de arrematação individualizada, tenha sido oferecido para eles.
O interessado em realizar o pagamento parcelado deve realizar o pedido ao juiz antes do leilão, com a sua proposta (25% à vista e o resto em 30 parcelas e uma garantia). O pagamento à vista tem preferência ao pagamento parcelado. Se todos os lances foram para pagamento parcelado, o juiz defere o de melhores condições. Se em iguais condições, o juiz defere para o que ofereceu primeiro.
	Art. 895: O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá apresentar, por escrito:
I - até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não inferior ao da avaliação;
II - até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não seja considerado vil.
§ 1º A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de pelo menos vinte e cinco por cento do valor do lance à vista e o restante parcelado em até 30 (trinta) meses, garantido por caução idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca do próprio bem, quando se tratar de imóveis. pode ser um fiador. Se posteriormente o arrematante não pagar, sofrerá uma multa de 10% do valor em atraso. Se o fiador pagar o bem e a multa, poderá requerer que arrematação lhe seja transferida.
§ 2º As propostas para aquisição em prestações indicarão o prazo, a modalidade, o indexador de correção monetária e as condições de pagamento do saldo.
§ 3º (VETADO).
§ 4º No caso de atraso no pagamento de qualquer das prestações, incidirá multa de dez por cento sobre a soma da parcela inadimplida com as parcelas vincendas.
§ 5º O inadimplemento autoriza o exequente a pedir a resolução da arrematação ou promover, em face do arrematante, a execução do valor devido, devendo ambos os pedidos ser formulados nos autos da execução em que se deu a arrematação.
§ 6º A apresentação da proposta prevista neste artigo não suspende o leilão.
§ 7º A proposta de pagamento do lance à vista sempre prevalecerá sobre as propostas de pagamento parcelado.
§ 8º Havendo mais de uma proposta de pagamento parcelado:
I - em diferentes condições, o juiz decidirá pela mais vantajosa, assim compreendida, sempre, a de maior valor;
II - em iguais condições, o juiz decidirá pela formulada em primeiro lugar.
§ 9º No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante pertencerão ao exequente até o limite de seu crédito, e os subsequentes, ao executado. se o valor da alienação ultrapassa o valor da dívida, o montante que sobrou retorna para o executado.
Ao final da arrematação, é lavrado o auto e passada a carta. Entre o auto e a arrematação, deve-se esperar 10 dias, para que sejam alegados eventuais vícios da arrematação.
Art. 903: Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma (para o caso de perder o prazo) de que trata o § 4o deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos.
§ 1º Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá, no entanto, ser:
I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
II - considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804; credor preferencial não intimado com a antecedência mínima de 5 dias
III - resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução (a garantia exigida para o pagamento parcelado).
§ 2º O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1º, se for provocado em até 10 (dez) dias após o aperfeiçoamento da arrematação.
§ 3º Passado o prazo previsto no § 2º sem que tenha havido alegação de qualquer das situações previstas no § 1º, será expedida a carta de arrematação e, conforme o caso, a ordem de entrega ou mandado de imissão na posse.
§ 4o Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a invalidação da arrematação poderá ser pleiteada por ação autônoma, em cujo processo o arrematante figurará como litisconsorte necessário.
§ 5º O arrematante poderá desistir da arrematação, sendo-lhe imediatamente devolvido o depósito que tiver feito:
I - se provar, nos 10 (dez) dias seguintes, a existência de ônus real ou gravame não mencionado no edital; vício do edital
II - se, antes de expedida a carta de arrematação ou a ordem de entrega, o executado alegar alguma das situações previstas no § 1º;
III - uma vez citado para responder a ação autônoma de que trata o § 4º deste artigo, desde que apresente a desistência no prazo de que dispõe para responder a essa ação.
§ 6o Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça a suscitação infundada de vício com o objetivo de ensejar a desistência do arrematante, devendo o suscitante ser condenado, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos, ao pagamento de multa, a ser fixada pelo juiz e devida ao exequente, em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do bem.
A arrematação é válida ainda que que os embargos de devedor sejam julgados procedentes ou que o devedor vença a impugnação ao cumprimento de sentença. O direito do devedor é reduzido a perdas e danos. Entretanto, se a defesa versar sobre a própria arrematação, ela poderá ser desfeita.
Após a alienação, lavrado o auto e passada a carta, a fase seguinte é a satisfação do crédito. Se houver um só credor, o dinheiro destina-se a ele. Havendo dívida em aberto, ele prossegue na execução, fazendo a segunda penhora. Se liquidou, o excesso retornará ao executado, por força do princípio da menor onerosidade.
Havendo vários credores, paga-se primeiro os credores preferenciais. Em seguida, os da penhora, observando a anterioridade da penhora (e não da averbação).
Art. 905: O juiz autorizará que o exequente levante, até a satisfação integral de seu crédito, o dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto dos bens alienados, bem como do faturamento de empresa ou de outros frutos e rendimentos de coisas ou empresas penhoradas, quando:
I - a execução for movida só a benefício do exequente singular (só um credor), a quem, por força da penhora, cabe o direito de preferência sobre os bens penhorados e alienados;
II - não houver sobre os bens alienados outros privilégios ou preferências instituídos anteriormente à penhora.
Parágrafo único.  Durante o plantão judiciário, veda-se a concessão de pedidos de levantamento de importância em dinheiro ou valores ou de liberação de bens apreendidos.
Art. 908: Havendo pluralidade de credores ou exequentes, o dinheiro lhes será distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas preferências.
§ 1º No casode adjudicação ou alienação, os créditos que recaem sobre o bem, inclusive os de natureza propter rem, sub-rogam-se sobre o respectivo preço, observada a ordem de preferência.
§ 2º Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre os concorrentes, observando-se a anterioridade de cada penhora.
Após o pagamento, o juiz profere uma sentença, extinguindo o processo. A sentença do processo de conhecimento é totalmente diferente do processo de execução, porque no conhecimento é uma sentença de mérito. Na execução, a sentença é um ato meramente formal ou administrativo, porque o que extingue o processo não é a sentença, mas a satisfação do crédito.Arguição 16/11:
Foi publicado um edital sem as duas datas para os leilões. O bem foi arrematado no leilão. O que o advogado do devedor deveria alegar?
Se o juiz invalidar a arrematação, o que acontece com o terceiro arrematante?
Numa arrematação, o bem foi avaliado por R$ 10.000,00 e leiloado por R$ 12.000,00. O crédito do exequente é de R$ 6.000,00 e averbou a penhora em março. Existem outros 2 credores que penhoraram o mesmo bem. Cada um deles possui uma dívida de R$ 4.000,00, sendo que o credor B averbou a penhora em fevereiro e credor C em junho. Como será distribuído o produto da alienação?
DEFESA DO EXECUTADO:
A impugnação é a forma de defesa do devedor no cumprimento de sentença. As matérias que podem ser alegadas são bem mais restritas que nos embargos de devedor, pois ele já teve oportunidade para se manifestar na fase de conhecimento, ao passo que nos embargos de devedor é possível arguir toda e qualquer matéria. Se o devedor alegar alguma matéria na impugnação fora do que é previsto em lei, ela será rejeitada liminarmente, pois só é possível alegar as matérias previstas taxativamente.
Art. 525: Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; pode ser alegado mesmo sendo vício anterior à sentença. É vício trans-rescisório. Será decidido por decisão interlocutória, cabendo agravo.
II - ilegitimidade de parte; ilegitimidade para o cumprimento de sentença, pois a ilegitimidade para ação deveria ter sido alegada na fase de conhecimento, ocorrendo preclusão.
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; é uma sentença, cabe apelação.
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; o credor executa valor maior do que tem direito. Para alegar excesso de execução, é necessário indicar o valor que está em excesso, pois ocorre confissão do valor não excedente.
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; a incompetência, no CPC/73, era alegada por exceção de incompetência. Se acata, remete os autos para o juízo competente.
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
§ 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5º Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens 
§ 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.
§ 10.  Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
§ 11.  As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato.
§ 12.  Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. sentença fundada em lei que veio a ser reconhecida como inconstitucional, em decorrência do controle concentrado ou difuso de constitucionalidade, é inexigível, pois foi retirada a base legal.
§ 13.  No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14.  A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 15.  Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
Art. 526.  É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
§ 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa.
§ 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.
§ 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. antes da fase de cumprimento de sentença
Os embargos de devedor possuem natureza de ação de conhecimento, que é autônoma (apartada da execução). Iniciam-se por uma petição inicial e terminam por uma sentença. Dessa sentença, caberá apelação e, no caso de os embargos terem sido julgados improcedentes ou extintos sem resolução de mérito, ela não terá efeito suspensivo ope legis. 
Entretanto, diferentemente da ação de conhecimento comum, o embargado é intimado e não citado, pois já faz parte da relação jurídica processual. Ademais, se não contestar, muito embora o processo corra à revelia, ela não gera seus efeitos (presunção da veracidade dos fatos alegados pelo autor), uma vez que os embargos estão atrelados à execução e nela existe um título executivo. A prova do direito do credor é justamente o título. Assim, o ônus deprova nos embargos de devedor é do embargante.
A impugnação não se processa de forma apartada, mas de forma incidental ao cumprimento de sentença. Ela poderá ter uma natureza de ação ou de defesa, a depender da alegação. Se apenas se defende (ex: alega que o título é inexigível), trata-se de uma mera defesa. Entretanto, se deseja o reconhecimento de uma pretensão, terá natureza de ação (ex: alega, por exemplo, que já pagou e que possui saldo a receber).
A decisão que julga a impugnação pode ser uma sentença ou decisão interlocutória, dependendo do alegado na impugnação. Se julga procedente uma impugnação com natureza de defesa, ela será uma sentença (cabe apelação), se com natureza de ação, será uma decisão interlocutória (cabe agravo).
Nos embargos de devedor, não há contagem em dobro do prazo para litisconsortes com procuradores diferentes de escritórios de advocacias diferentes, diferentemente da impugnação, que o prazo será contado em dobro. Ademais, nos embargos o prazo começa a contar da juntada do respectivo mandado de citação, exceto para cônjuges ou companheiros, em que se inicia da juntada do último mandado.
Para se defender, o devedor não necessita garantir o juízo. Os embargos e a impugnação não suspendem o cumprimento de sentença e nem a execução, mas o executado pode requerer, devendo, nesse caso, segurar o juízo e demonstrar os requisitos da tutela provisória de urgência (perigo na demora e probabilidade do direito). Como os embargos de devedor são autônomos, o efeito suspensivo que um conseguiu não se estende aos demais litisconsortes, a menos que se trate de litisconsórcio unitário, porque nesse caso a decisão é benéfica para todos.
Mesmo que o executado tenha conseguido o efeito suspensivo, ele não irá impedir atos de penhora e avaliação, uma vez que, para impugnar/embargar, necessita garantir o juízo. No caso do cumprimento de sentença, após o requerimento do efeito suspensivo, o exequente poderá prestar a contracautela, oferecendo uma garantia para prosseguir com o cumprimento de sentença. Isso não é possível no processo autônomo de execução.
Havendo vício posterior à impugnação ou aos embargos, sendo este de ordem pública, poderá ser alegado em exceção de pré-executividade. Se não for vício de ordem pública, o devedor possui o prazo de 15 dias após a ocorrência do vício para alegar. Ex: penhora nula após os embargos – 15 dias da realização da penhora para alegar, sob pena de preclusão.
Na execução por título extrajudicial, o devedor, no prazo para pagar, pode confessar a dívida para pedir o parcelamento do débito (moratória). Se não pagar alguma das parcelas, elas irão se vencer e a execução irá prosseguir. Não será possível alegar a existência do débito, pois já confessou a dívida (preclusão lógica).
O parcelamento não é possível no cumprimento de sentença, em virtude da preclusão temporal.

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