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Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico

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Atualização em epilepsia canina - Parte I: 
Classificação, etiologia e diagnóstico
Canine epilepsy update - Part I: Classification, etiology and diagnosis
Bruno Benetti Junta Torres – Professor Substituto em Anestesiologia e Cirurgia de Pequenos Animais - Universidade Federal de Lavras (UFLA). Doutorando 
em Ciência Animal – Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (EV/UFMG). E-mail: brunobjtorres@yahoo.com.br
Bernardo De Caro Martins – Mestrando em Ciência Animal – EV/UFMG.
Guilherme De Caro Martins – Médico Veterinário Residente II em Clínica Médica – EV/UFMG.
Eliane Gonçalves de Melo – Professora Associada II em Clínica e Cirurgia Veterinárias - EV/UFMG.
Holger Andrea Volk – Lecturer in Veterinary Neurology and Neurosurgery, The Royal Veterinary College, University of London, UK.
Torres BBJ, Martins BC, Martins GC, Melo EG, Volk HA. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação; 
2011; 9(31); 682-690.
Resumo
Epilepsia é um distúrbio do sistema nervoso central, caracterizado por predisposição persistente a 
gerar crises epilépticas recorrentes e espontâneas, em decorrência da atividade hiperssincrônica de 
neurônios encefálicos. Representa a afecção crônica neurológica mais comum em caninos. Este traba-
lho propõe uma revisão detalhada sobre as crises epilépticas e a epilepsia canina, visando fornecer ao 
clínico de pequenos animais subsídios para identificar e classificar essas crises, bem como definir sua 
etiologia, facilitando, portanto, a instituição terapêutica adequada.
Palavras-chave: Epilepsia; crise epiléptica; classificação; etiologia; canino.
Abstract
Epilepsy is a disorder of the central nervous system, characterized by a predisposition to generate per-
sistent and recurrent spontaneous seizures, due to the hyper synchronous activity of brain neurons. It 
represents the most common chronic neurological disorder in canines. This paper proposes a detailed 
review of seizures and epilepsy in dogs, in order to provide benefits to the clinician to identify and 
classify the fits as well as define its etiology.
Keywords: Epilepsy; seizure; classification; etiology; canine.
Revisão de Literatura
682
Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(31); 682-690.
683Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(31); 682-690.
Introdução e Proposição
Epilepsia é o distúrbio neurológico crônico mais comum 
em cães e é caracterizado por atividade epiléptica espontâ-
nea e recorrente. A prevalência nesta espécie é estimada em 
0,5% a 5,7%(1,2,3).A maioria dos distúrbios epilépticos em 
cães ocorre devido à epilepsia idiopática, enquanto em ga-
tos são frequentemente secundárias a um processo mórbido 
subclínico (4,5,6). Apenas poucos casos são diagnosticados 
definitivamente como epilepsia idiopática, uma vez que os 
métodos de imagem avançada ainda não estão amplamente 
difundidos na medicina veterinária brasileira (3, 7, 8).
Sabe-se que todo encéfalo possui certo limiar para desen-
gatilhar crises epilépticas,limiar este que pode ser alterado 
por fatores variados (6), o que dará origem aos sinais neuro-
lógicos associados com a área encefálica acometida. Portanto, 
o clínico tem que realizar um trabalho investigativo lógico e 
metódico para obter com sucesso um diagnóstico no paciente 
com crises epilépticas recorrentes.
Diante deste contexto, este trabalho propõe uma revisão 
detalhada sobre as crises epilépticas e a epilepsia canina, 
visando fornecer ao clínico de pequenos animais subsídios 
para identificar e classificar essas crises, bem como definir 
sua etiologia.
Revisão de Literatura
Terminologia
A nomenclatura em epilepsia não é apenas forma de deli-
mitação nosológica, mas é também instrumento útil à comu-
nicação entre os profissionais da área, que deve ser utilizado 
no senso comum (9,10).
A crise epiléptica é definida como a manifestação clínica 
de descargas neuronais paroxísticas, excessivas e, especial-
mente, sincrônicas de uma população neuronal que, geral-
mente, são auto-limitantes (6, 9, 11,12).Já o termo epilepsia 
deve ser utilizado para descrever um distúrbio cerebral cau-
sado por predisposição persistente do cérebro a gerar tais 
crises epilépticas de forma espontânea e recorrente.O termo 
predisposição persistente do cérebro é a parte mais importan-
te do conceito (10).
Assim, pela definição atual da Liga Internacional contra 
Epilepsia (ILAE), a ocorrência de apenas uma crise epiléptica, 
desde que exista a probabilidade aumentada de recorrência 
da mesma, é suficiente para o diagnóstico de epilepsia. Pela 
definição anterior da ILAE, para diagnóstico de epilepsia era 
necessário que o indivíduo apresentasse duas ou mais crises 
não causadas por fator imediato definido, ou seja, sem evi-
dências de insultos agudos, como por exemplo, intoxicação 
(9, 10, 11, 13,14).
O termo inglês “cluster” vem sendo utilizado para des-
crever crises epilépticas agrupadas, ou seja, quando ocorrem 
duas ou mais crises dentro de um período de 24 horas. Quan-
do uma crise epiléptica se mantém ininterrupta, ou quando 
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
ocorrem crises consecutivas sem que haja um período inter-
ictal, por um tempo superior a cinco minutos, utiliza-se o ter-
mo status epilepticus, ou estado epiléptico (9, 11,14).
O emprego das terminologias pequeno-mal e grande-mal 
é obsoleto e não deve mais ser utilizado, devendo-se empre-
gar os termos crises epilépticas focais (parciais) e crises epi-
lépticas generalizadas - primárias ou secundárias (7). Além 
disso, o termo “convulsão”, amplamente difundido, não 
deve ser utilizado como sinônimo de crise epiléptica, uma 
vez que devemos levar em consideração que nem todas as 
crises epilépticas são “convulsivas” (15). No dicionário Au-
rélio, o termo convulsão é definido como contração violenta 
e involuntária dos músculos ou dos membros. Convulsão é, 
portanto, uma terminologia que deve ser utilizada somente 
para descrever uma crise epiléptica generalizada com envol-
vimento de componente motor.
Patofisiologia
Quando o equilíbrio entre sinapses excitatórias e inibi-
tórias de certos grupos de neurônios encefálicos é alterado, 
o aumento da excitação ou a diminuição da inibição pode 
gerar atividade epileptiforme. O glutamato e o ácido gama-
amino-butírico (GABA) são os principais neurotransmissores 
excitatórios e inibitórios do sistema nervoso central (SNC), 
respectivamente (6).
Estes são conceitos muito importantes para serem en-
tendidos. Ao ler este texto o seu cérebro terá que processar 
muitas sensações e impressões simultaneamente - memórias 
e emoções irão influenciar fortemente seu nível de captação 
das informações.Ao nível neuronal, diferentes áreas do cére-
bro irão interagir umas com as outras por meio de excitação 
e inibição. Cada excitação é, geralmente, seguida por uma 
inibição do mesmo circuito. No entanto, se neurônios dispa-
rarem simultaneamente e excessivamente, esta inibição pode 
falhar e crises epilépticas podem ocorrer. Isto pode afetar so-
mente uma parte do cérebro ou sua totalidade. 
É imprescindível ter em mente que as crises epilépticas 
são sempre um sinal de disfunção encefálica.Elas podem 
estar associadas à doença cerebral primária ou secundária, 
como doenças metabólicas ou tóxicas que afetam a excitabili-
dade cerebral indiretamente (7,16).
Classificação das crises epilépticas
É de suma importância que as crises epilépticas sejam 
classificadas, já que isto pode nos guiar no levantamento 
diagnóstico de nosso paciente.Para que fosse possível clas-
sificar as crises epilépticas em cães, foram feitas adaptações 
baseadas no sistema de classificação de epilepsias da ILAE 
utilizada em sereshumanos (Figura 1) (8,11, 17,18). Essa pa-
dronização permite a comparação entre os diferentes traba-
lhos de epilepsia canina além da comparação dos tipos de cri-
se e síndromes epilépticas encontradas em cães com aquelas 
encontradas em humanos (8).
684 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(31); 682-690.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
A semiologia ictal é importante para essa classificação, 
que leva em conta dois parâmetros básicos: o grau de en-
volvimento do SNC (generalizado ou focal) e o comprome-
timento ou não da consciência do paciente. Assim, as crises 
epilépticas podem ser focais (parciais) ou generalizadas.Nas 
focais, uma região específica de um dos hemisférios cerebrais 
é ativada,e pode ocorrer sem perda da consciência – crises 
focais simples – ou com perda da consciência – crises focais 
complexas – sendo que ambas podem evoluir para crises epi-
lépticas generalizadas secundárias.
Nas crises generalizadas, sejam primárias ou secundá-
rias, há ativação simultânea de ambos os hemisférios, sempre 
acompanhada de perda de consciência (8, 11, 13,14,18).Alte-
rações motoras, sensoriais e / ou comportamentais, estarão 
presentes de acordo com a região do encéfalo acometida (18).
As crises epilépticas parciais têm sido historicamente con-
sideradas raras em cães, e acreditava-se que a maioria dos 
cães apresentasse crises epilépticas generalizadas, mais fre-
quentemente, sob a forma de “convulsões”, ou seja, crises 
com componente motor tônico-clônico (19). Recentemente, 
isso tem sido questionado, e cada vez mais estudos sobre a 
fenomenologia clínica associada com imagem avançada e ele-
troencefalografia estão mostrando que crises focais, seguidas 
ou não de generalização secundária, são mais comuns em 
cães do que se pensava (7,8,18).
Estágios de uma crise epiléptica (Figura 2)
Os sinais comuns dos períodos pré e pós-ictais são varia-
dos, e incluem ataxia, agressividade, fome, farejamento, sede, 
comportamento destrutivo, agitação, desorientação, perse-
guição da cauda, medo, olhar vidrado, exaustão, sonolência, 
resposta do reflexo de ameaça ausente com ou sem alteração 
visual, salivação, micção, vômito e defecação (20).
Classificação das epilepsias
As crises epilépticas recorrentes associadas com doen-
ça cerebral primária podem ser amplamente caracterizadas 
como epilepsia idiopática (antigamente conhecida como ver-
dadeira), sintomática (ou secundária)ou provável sintomáti-
ca (anteriormente denominada criptogênica)(Figura 3). Algu-
mas crises epilépticas são desencadeadas por anormalidades 
sistêmicas tóxicas ou metabólicas, que diminuem o limiar de 
excitabilidade neuronal e devem ser reconhecidas, não como 
epilepsia, mas sim como crises epilépticas reativas (6,16).
Figura 2 - Estágios da crise epiléptica em cães
Figura 3 - Classificação das epilepsias caninas
A maioria das epilepsias caninas tem sido considerada 
idiopática, ou seja, epilepsia primária de causa desconheci-
da, mas com predisposição familiar (7). Além disso, deve-se 
notar, que em cães as crises focais, antes relacionadas a altera-
ções estruturais centrais, estão cada vez mais sendo associa-
das com epilepsia idiopática (3, 6, 8, 21).
Investigação das crises epilépticas
Muitos clínicos reconhecem os casos neurológicos como 
um grande e difícil desafio. Uma das razões para tal é a de 
que o sistema nervoso parece ser demasiadamente complexo 
para se entender. No entanto, uma abordagem passo a passo 
pode transformar a neurologia clínica em uma disciplina que 
qualquer profissional pode dominar. Todos os casos neuro-
lógicos devem ser abordados da mesma maneira, seguindo 
estes passos, lembrando que a chave para o sucesso em neu-
rologia é determinar a localização neuroanatômica da afecção 
e, em seguida, elucidar um diagnóstico (22).
Em nossa realidade, o diagnóstico deve ser feito por des-
carte, como propõe o Sistema DAMNIT-V, que leva em con-
Figura 1 - Classificação das crises epilépticas em cães segundo adaptação 
da ILAE
685Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(31); 682-690.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
sideração a evolução da doença subjacente que poderia gerar 
crises secundárias (22) (Figura 4), já que métodos de imagem 
avançada ainda são limitados em nossa rotina. Tais métodos 
permitiriam descartar afecções intracranianas possibilitando, 
juntamente com demais exames laboratoriais, classificar a 
epilepsia em idiopática. 
dios e têm de recorrer ao proprietário que testemunhou os 
eventos sugestivos de crise epiléptica. Portanto,o levanta-
mento de uma história detalhada é fundamental e a utilização 
de um questionário criterioso é de extrema importância (18). 
A primeira etapa a ser investigada em qualquer animal com 
suspeita de ter apresentado um quadro epiléptico é determi-
nar se os episódios são realmente crises epilépticas. Síncope, 
narcolepsia/cataplexia, fraqueza neuromuscular e crises ves-
tibulares são eventos episódicos que podem ser facilmente 
confundidos com crise epiléptica. Algumas crises epilépticas 
ocorrem secundariamente a estímulos muito específicos, por 
exemplo,um estímulo auditivo específico tal como o soar de 
uma campainha, facilmente observado pelo proprietário. São 
as chamados crises epilépticas reflexivas (Quadro1).
Questões específicas poderão incitar o proprietário a ava-
liar se o animal apresenta um nível de consciência alterado 
durante o evento. Isto é feito por meio de perguntas do tipo: 
“Seu cão é capaz de olhar nos seus olhos durante uma crise 
epiléptica?” ou “Seu cão é capaz de responder ao seu chama-
do durante uma crise epiléptica?”. Embora subjetivas,essas 
informações podem ser preciosas para diferenciar entre crises 
epilépticas focais simples, complexas ou generalizadas, prin-
cipalmente quando associadas à informações de questionário 
detalhado e observação de filmagens do episódio.
Características de uma crise epiléptica (Quadro 1)
Figura 4 - Sistema DAMNIT-V para diagnósticos diferenciais de afecções 
neurológicas
Figura 5 - Raças caninas com predisposição hereditária a epilepsias 
idiopáticas
Fatores predisponentes
Os sinais clínicos da epilepsia idiopática canina se iniciam, 
mais comumente, entre as idades de seis meses a cinco anos 
(23). Se as crises epilépticas começarem fora desta faixa etá-
ria, o clínico deve estar alerta para a possibilidade de outras 
causas prováveis. Muitas raças apresentam predisposição 
para a epilepsia (1, 2, 3, 24-35) (Figura 5).Se o animal apresen-
ta uma história familiar de crises epilépticas, isto pode forte-
mente apontar para epilepsia idiopática. Recentemente, raças 
associadas a síndromes epilépticas benignas têm sido descri-
tas. Alguns dos cães afetados apresentam crises epilépticas 
apenas durante o primeiro ano de vida (principalmente crises 
epilépticas parciais), o que tem sido relatado, por exemplo, 
na raça Lagotto Romagnolo (34).
Histórico
Os médicos veterinários raramente presenciam os episó-
As crises epilépticas são estereotipadas, ou seja, cada uma 
assemelha-se com as demais, porque a atividade epiléptica 
686 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(31); 682-690.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
originada a partir de um foco epileptogênico tende a seguir 
um mesmo padrão em um mesmo paciente. Porém, esporadi-
camente, podem ocorrer diferentes tipos de crises epilépticas 
em um mesmo paciente. Por exemplo, nos Dachshunds com 
epilepsia mioclônica progressiva, podem ocorrer tanto crises 
epilépticas mioclônicas quanto generalizadas tônico-clonicas 
(36).Classicamente, em uma crise epiléptica generalizada tô-
nico-clônica, o animal torna-se rígido (fase tônica) e colapsa 
em decúbito lateral. Se o proprietário descreve o animal como 
flácido, então o clínico deve considerar improvável a ocor-
rência de uma crise epiléptica e deve investigar síncope ou 
cataplexia como explicações mais prováveis.
Exame físico
Deverá ser dada atenção especial aos sistemas cardiovas-
cular e neuromuscular. Animais com doença cardíaca podem 
apresentar síncope, enquanto animais com distúrbios intra-
cranianos de caráter estrutural ou inflamatório/infeccioso 
que afetam as meninges, a dor cervical pode estar presente. 
Todas essas alterações podem gerar sinais clínicos que po-
dem mimetizar crises epilépticas (22). Outros exemplos de 
alterações que podem ser confundidas com crises epilépticas 
serão discutidos adiante. Animais com crise epiléptica rela-
cionada a patologias extracranianas podem apresentar algu-
ma evidência de doença sistêmica, daí a importância de um 
exame físico meticuloso.
Exame neurológico
Embora o exame neurológico seja uma ferramenta vital 
em todas as apresentações neurológicas, inclusive para o 
paciente epiléptico, devemos considerar que é comum que 
estes animais apresentem algum déficit neurológico residu-
al após uma atividade epiléptica, independentemente da 
causa da crise epiléptica. Estes déficits tendem a ser sinais 
da disfunção cerebral e incluem alterações comportamentais 
tais como ansiedade, agressividade e confusão; cegueira de 
origem central (reflexos pupilares normais ao estímulo lumi-
noso); miose contralateral à lesão (devido à desinibição do 
núcleo oculomotor); ataxia / paresia e discretos déficits da 
propriocepção consciente; e déficits da resposta do reflexo de 
ameaça, mesmo na presença de visão normal (20). Estes si-
nais normalmente duram de algumas horas até alguns dias, 
mas ocasionalmente podem durar mais de uma semana após 
clusters (crises epilépticas agrupadas) ou status epilepticus. 
Normalmente, porém, cães com epilepsia idiopática são neu-
rologicamente normais nos períodos entre crises epilépticas, 
uma vez que os sinais pós-ictais tenham desaparecido (16).
Etiologia
Identificação das causas extracranianas de crises epilép-
ticas (Figura 6)
Identificação das causas intracranianas de crises epilép-
ticas (Figura 7)
Figura 6 - Identificação extra-craniana de crises epilépticas
Figura 7 - Identificação das causas intra-cranianas de crises epilépticas
Sinais Clínico-Neurológicos
Doenças intracranianas (Quadro 2)
Lesões estruturais do prosencéfalo podem causar défi-
cits neurológicos lateralizados, tais como andar em círculos, 
pressionar a cabeça contra objetos, andar compulsivo e deso-
rientado, redução unilateral dos testes de reações posturais, 
déficit assimétrico da resposta do reflexo de ameaça e déficits 
sensitivos. Lesões supratentoriais podem causar hiperestesia 
cervical cranial. Anisocoria pode ser observada se houver 
pressão intracraniana elevada afetando o nervo oculomotor. 
A crise epiléptica pode ser o primeiro sinal de uma doença 
estrutural encefálica, tal qual uma neoplasia cerebral afetan-
do especialmente áreas que não são possíveis de se avaliar 
apenas com o exame neurológico (por exemplo, no lobo olfa-
tório). É importante lembrar que a marcha em animais pode 
estar relativamente normal, mesmo em lesões estruturais gra-
687Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(31); 682-690.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
ves do prosencéfalo. Traumas cranianos podem causar crise 
epiléptica que se inicia imediatamente após a lesão encefálica 
ou anos mais tarde, devido possivelmente a reorganização de 
circuitos excitatórios e alteração da expressão de receptores 
sinápticos (16,22,37).
Doenças extracranianas
Uma vez que as alterações metabólicas e tóxicas apresen-
tam efeitos difusos e simétricos sobre o cérebro, as crises epi-
lépticas tendem a ser generalizadas e simétricas desde seu 
início. Pode haver alterações de melhora e piora do nível de 
consciência.Os animais podem apresentar-se prostrados, com 
cegueira central - reflexo pupilar normal ao estímulo lumino-
so, com ausência de visão e do reflexo de ameaça. Em casos 
mais graves, o tronco encefálico e o cerebelo podem também 
estar afetados, mas isso geralmente provoca déficits simétri-
cos (22,37).
Levantamento diagnóstico
O banco de dados mínimo faz a triagem dos distúrbios 
metabólicos ou sistêmicos (Quadros 3 e 4). O banco de dados 
mais completo inclui a análise de líquido cérebro espinhal e 
exames de imagem avançada (37).
Quadro 2
Quadro 3
Quadro 4
Análise do líquido cerebroespinhal (LCE)
É sempre recomendado em animais comdéficits neuro-
lógicos multifocais ou evidência de inflamação do SNC ao 
exame de ressonância magnética (RM), a menos que haja sus-
peita de aumento da pressão intracraniana, ou caso edema 
ou hérnia encefálicos tenham sido observados à RM. Pode ser 
o único método de detecção de uma doença inflamatória do 
SNC, embora o exame de RM provavelmente indicará sinais 
de inflamação na maioria dos casos (22).
Imagem de grandes cavidades corporais
Tais exames não são, necessariamente,indicados para to-
dos os pacientes com crises epilépticas, porém, eles são im-
portantes quando certos achados clínicos, especialmente se 
uma condição neoplásica ou hepatopatia são consideradas.
Imagem abdominal (incluindo portovenografia) é útil para 
determinar a presença e tipo de anastomose portossistêmi-
ca, ou para determinar sinais menos específicos de doença 
hepática grave, tais como diminuição do fígado ou grandes 
lesões adquiridas, por exemplo, neoplasia causando anasto-
mose portossistêmica adquirida.O aumento das glândulas 
adrenais,bilateralmente, pode ser visto em hiperadrenocor-
ticismo hipófise-dependente.Essas massas hipofisárias irão 
causar crises epilépticas se o cérebro estiver suficientemente 
comprimido pela lesão e pode estar associado com déficits 
visuais (22).
688 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(31); 682-690.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
Tomografia computadorizada (TC)
Esta modalidade oferece menos detalhes na avaliação do 
parênquima encefálico, no entanto, pode ser uma ferramenta 
vital em alguns pacientes com crises epilépticas.Em animais 
com histórico de trauma e suspeita de fraturas no crânio ou 
hemorragia extra ou intradural, TC pode ser usado em vez 
de,ou em conjunto com a ressonância magnética (22).
Ressonância magnética (RM)
As crises epilépticas são, geralmente, oprimeiro e único 
sinalinicial deneoplasiaintracraniana.Portanto, semexames 
avançados de imagem,esta possibilidade nãopode ser exclu-
ída (16).No entanto,a probabilidade de encontraruma lesão 
estruturalem um cão comcrises epilépticasrecorrentesé supe-
rioraos seis anosde idade ou mais, e, nestes casos,RM ou TC 
são de extrema importância(22). Em animais jovens semdé-
ficits neurológicos, é pouco provável que lesões estruturais 
encefálicas sejam evidenciadas na RM de baixocampo (16).
As crises epilépticas em si podem causar anormalidades 
transitórias na imagem de RM, sendo mais comuns as mu-
danças simétricas de sinal nos lobos temporais e piriformes 
de cães (38). A imagem de RM nem sempre oferece a resposta 
definitiva.Ausência de anormalidades específicas tem sido 
associada com epilepsia idiopática e algumas lesões encefáli-
cas são incidentais, por exemplo, ventrículos laterais assimé-
tricos e alguns cistos aracnóides. A imagem da RM na medici-
na veterinária pode ainda não ser avançada o suficiente para 
acusar alterações discretas (16), que já podem ser detectadas 
em seres humanos, taiscomo a displasias corticais.As lesões 
mais comuns observadas na RM que provocam as crises epi-
lépticas incluem neoplasia intracraniana(como meningiomas 
ou gliomas) e doença inflamatória do SNC que envolve o cé-
rebro (por exemplo, meningoencefalite granulomatosa, toxo-
plasmose e neosporose) (6,39, 40).
Historicamente, a doença cerebrovascular vinha sendo 
considerada pouco comum em cães.No entanto, com a cres-
cente disponibilidade do exame de RM vem tornando-se cla-
ro que acidentes vasculares encefálicos (AVE), sejam isquê-
micos ou hemorrágicos, ocorrem em cães.Especificamente,as 
crises epilépticas, embora não sejam os sinais clínicos mais 
frequentes em pacientes animais e humanos com AVE, po-
dem desenvolver-se como consequência de infarto secundá-
rio a oclusões da artéria cerebral(41).Tipicamente, um AVE 
isquêmico é caracterizado pela mudança de sinal no exa-
me de RM devido a infarto territorial e tendem a ser lesões 
triangulares bem delimitadas. Crises epilépticas nem sempre 
ocorrem imediatamente após um AVE, mas podem ocorrer 
semanas, meses ou anos mais tarde, provavelmente secundá-
ria as alterações e reorganizações moleculares, celulares e de 
redes neurais que seguem a injúria inicial e levam à excitabi-
lidade cerebral aumentada (41).
Eletroencefalografia (EEG)
A EEG é um registro de atividade elétrica espontânea do 
córtex cerebral e é utilizada para estudar a fisiopatologia e 
características elétricas das crises e auxiliar na definição do 
tipo da desordem epiléptica (42,43). Tem sido empregada em 
medicina veterinária desde a década de 1950, embora não 
seja utilizada atualmente como uma ferramenta rotineira de 
diagnóstico em muitos centros veterinários.Tecnicamente, 
torna-se difícil a aquisição de traçados em cães conscientes 
sem artefatos e, assim, a sedação torna-se necessária, o que 
também pode gerar artefatos (42, 43). No entanto, é um tes-
te funcional, e é a única forma de confirmar atividade epi-
leptiforme e identificar um foco epileptogênico (44).Por isso, 
apresenta um papel fundamental no planejamento da cirur-
gia para retirada do foco epileptogênico (6,40). Também tem 
sido utilizada para monitorar o sucesso do tratamento antie-
piléptico, inclusive durante o status epilepticus (45).
Outros eventos que podem mimetizar crises epilépticas
Síncope devido à doença cardíaca: perda parcial ou total 
da consciência é observada. No entanto, estes eventos geral-
mente ocorrem na ausência de qualquer atividade motora, 
não apresentam sinais pós-ictais e são de duração muito mais 
curta do que uma crise epiléptica. Além disso, síncope é mais 
provável de ocorrer durante exercício do que em repouso, ao 
contrário de crises epilépticas (6).
Narcolepsia: é uma alteração do ciclo sono-vigília. Tem 
sido relacionada com um defeito no gene do receptor 2 de 
hipocretina (46) ou a níveis reduzidos de hipocretina (47). 
A condição é caracterizada por padrões de sono alterados. 
Alguns dos cães afetados também apresentam ataques cata-
pléticos, que podem ser estimulados pela emoção, estresse, 
alimentação e farmacologicamente (por exemplo: quetamina, 
fisiostigmina). Durante a queda, os cães estão flácidos, com 
perda completa de tônus muscular. É uma condição hereditá-
ria no Dobermann Pinscher, Labrador Retriever e Dachshund 
(46).
Dor: animais com dor espinhal grave, apresentados com 
histórico de rigidez muscular que pode ser grave o suficiente 
para causar “travamento” abrupto ao caminhar, espasmo no 
pescoço e flexão de membro secundária à dor radicular (sinal 
de raiz nervosa) (22). Isto pode ser confundido com atividade 
epiléptica, mas uma anamnese detalhada e o exame de um ví-
deo mostrando o episódio, associados a um cuidadoso exame 
físico e neurológico, pode elucidar o real problema clínico.
Sinais vestibulares periféricos: podem ser confundidos 
com crises epilépticas. Entretanto, ataques vestibulares peri-
féricos nunca causam alteração da consciência e podem ser 
facilmente caracterizados por meio de um exame neurológico 
cuidadoso, atentando para os sinais cardeais de doença vesti-
bular: desvios da cabeça, nistagmo e ataxia (22).
689Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(31); 682-690.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
Distúrbios do movimento: têm sido cada vez mais reco-
nhecidos em cães, principalmente nas raças Cavalier King 
Charles Spaniel (48), Terrier Norueguês (49), Boxer (50), 
Bichón Frise (51). O mais conhecido dentre eles é o Scottie-
cramp, ou câimbras do Terrier Escocês (52), que parece estar 
associado à alteração da serotonina na medula espinhal. Tais 
câimbras são frequentemente desencadeadas por estresse ou 
exercício e, os animais podem cair durante um episódio de 
contração muscular.
Esses distúrbios podem ser diferenciados de atividade 
epiléptica motora parcial pelo caráter dos episódios, a ausên-
cia de aura precedente identificável (atividade epiléptica sen-
sorial), ausência de sinais autonômicos e não generalização 
ou comprometimento da consciência.
Conclusão
A identificação e classificação das crises epilépticas nos 
cães podem ser uma tarefa difícil,uma vez que o veteriná-
rio raramente tem a chance de testemunhar o evento em si, 
e, geralmente, tem que confiar nas observações e relatos do 
proprietário. O exame de eletroencefalografia confirmaria 
um evento epileptiforme, entretanto, ainda não é utilizado 
rotineiramente em neurologia veterinária. Portanto, torna-
se imprescindível investigar detalhadamente o histórico do 
paciente, utilizar um questionário para arguir o proprietário, 
bem como incentivá-lo a registrar em vídeos os episódios 
em si. O conjunto dessas informações,associado com exames 
clínico-neurológico e laboratoriais, será útil para determinar 
a existência,classificar o tipo de crise epiléptica e definir sua 
etiologia.
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Recebido para publicação em: 28/09/2011.
Enviado para análise em: 04/10/2011.
Aceito para publicação em: 06/10/2011.

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