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O Fenômeno da Sobrevivência do Direito Romano

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Maria Paula de Almeida turma:6000
Mayra Farias
NatHália D. Lopes
OTAVIO LESSA
PAMELA KAREN LINO
O FENÔMENO DA SOBREVIVÊNCIA DO DIREITO ROMANO
Londrina
2015
Introdução
O estudo do Direito Romano pelo jurista contemporâneo, em especial na America Latina, se faz essencial visto que se trata de nada menos que a origem de todos os jurisconsultos na história das constituições, desde o século XVIII até os dias atuais. Nesse sentido, afirma J. C. MOREIRA ALVES, “in verbis”:
 “No tocante ao direito romano, a necessidade de seu ensino nas universidades, para a formação cultural dos estudantes de direito, existe não só nos Países cujo ordenamento jurídico se formou com base, predonimantemente, em elementos vindos dele, mas também nos em que isso não se verifica em virtude de sua elaboração histórica, ou, até de ideologias políticas e sociais.”
De acordo com Salerno, M e Zemuner, A. F. (2006), é Imprescindível para a construção do pensamento do jurista brasileiro a ciência do Direito Romano, pois sua evolução abriga estruturalmente desde a teoria até a prática. Assim sendo, o estudo do Direito Romano no Brasil é condizente com o estudo do Direito pátrio e portanto, é de máxima importância que aquele se faça presente como disciplina no Curso de Direito.
É por esse motivo entre tantos outros que será abordado no decorrer dessa dissertação as origens, causas e consequências do Direito Romano. Concomitantemente o mesmo acontecerá acerca do Direito Brasileiro, já que ambos estão vitalmente conectados, sendo que este só se fez possível da forma que é conhecido hoje graças àquele.
A Codificação de Justiniano – “CORPUS IURIS CIVILIS”:
	Segundo José Carlos Moreira Alves, Justiniano partindo de seu projeto de unificação e expansão do Império Bizantino, acreditava na necessidade de criar uma legislação capaz de atender as demandas vivenciadas pela sociedade de sua época.Para isso redigiu,compilou e explicou inúmeras normas, hoje denominadas como Corpus Iuris Ciuilis, sendo publicadas entre os anos de 529 e 534 d.C . Tais normas reviam minuciosamente toda legislação romana, onde eram modificadas as omissões e omitidas as oposições. 
	Logo após assumir o poder,Justiniano percebeu a importância do legado deixado pelo direito romano e a força que teria um império unificado pelas mesmas normas, sendo assim mais eficaz em sua dominação e expansão.Desse modo em 528 nomeia uma comissão de dez membros,entre eles pode-se citar Triboniano ,ministro do Imperador,Doroteu e Teófilo para compilar as constituições até então vigentes. (Alves, 2004).
 	A obra de Justiniano foi dividida em quatro partes:Digesto,Novelas,Institutas e Código, sendo essas umas das maiores referências para a elaboração do Direito Civil moderno.
 	O Digesto,também conhecido como Pandectas composto de 50 livros,de acordo com o autor, tratava-se de uma compilação e organização dos jurisconsultos clássicos, os quais possuíam em seu cerne grandes contradições e dificuldades de localização. Desse modo, com o intuito de solucionar os problemas inerentes a sua obra,Justiniano decidiu nomear uma comissão para organizar toda a jurisprudência no prazo de dez anos.Após inúmeras leituras e análises a compilação foi realizada em apenas três anos, sendo chamada de Codex enucleati iuris. (Martins, 2012).
 	Os assuntos abordados no digesto foram divididos em sete partes, entre eles pode-se citar a regulamentação dos princípios gerais sobre o direito e a jurisdição,obrigações e família,direito penal,apelação e direito municipal, entre outros.
 	Além da compilação o objetivo de Justiniano era também organizar o digesto de uma forma coerente ,ou seja, lógica. Assim o imperador autorizou algumas mudanças,conhecidas como emblemata Triboniani ou ainda Interpolações.Tais mudanças consistiam na alteração da redação original, podendo-se fazer substituições, supressões e acréscimos no texto.Existiam vários métodos para a identificação das interpolações tais como: ‘’o texual, comparação entre o texto clássico original e o presente no digesto ; o histórico, verificação da existência de institutos e conceitos no texto clássico; o lógico, simples verificação de incongruência no texto do Digesto e por fim o filológico, que verifica estilos de linguagem e escrita diversos daquele dos jurisconsultos clássicos. (Martins, 2012).
	Logo após o término do digesto, Justiniano nomeou três dos compiladores para a elaboração de um manual escolar que servisse como base de estudo a introdução do direito.
	As Institutas estavam divididas em quatro partes que foram publicadas um mês antes do digesto, em 533 d.C, porém entrando em vigor na mesma data.Estas segundo alguns autores eram mais simples e teóricas, e expunham noções mais gerais,classificações dos dispositivos presentes no Digesto que se difundiram pelo mundo todo. (Martins, 2012).
	Viu-se naquele período a necessidade da criação e elaboração de um novo código,dada a desorganização e contradição da legislação até então vigente.Desse modo,Justiniano decidiu nomear uma comissão de dez de membros para modificar o Codex.Contudo com a publicação do digesto surgiram mais contradições e as normas tiveram que ser revisadas. Por isso, já no ano de 534, foi editada uma segunda versão do Código (Codex repetitae praelectionis). Uma comissão de cinco membros ficou incumbida da tarefa de sistematizar e adequar o Código de Justiniano à nova realidade do Digesto.Esse novo código foi dividido em 12 livros o qual se inicia com uma invocação a Cristo, evidenciando assim a fé de Justiniano. (Martins, 2012).
	Por fim o quarto volume intitulado como Novelas, as quais se compõe por prefácio,capítulos e epílogo.Caracterizadas por serem modificações da legislação atribuídas à Justiniano,as quais não foram diretamente incorporadas ao Corpus Juris Civilis, devido ao falecimento do imperador antes da realização do intento.Desta forma,objetivando a inclusão do volume ao Codex,particulares reúnem toda a legislação editada pelo imperador. (Martins, 2012).
O direito aplicado no período de 476 d. C. (Queda do império Romano do Ocidente) até que Irnério passa a estudar manuscritos do Digesto:
	Durante a Alta Idade Média, na Europa ocidental, o estudo do direito romano era escasso. De acordo com Massaú (2006), após o período clássico começa o declínio do Império Romano em seus aspectos econômicos, políticos e jurídicos; já se sentia no âmbito religioso a influência da doutrina cristã.Os mosteiros e catedrais abrigaram o ensino de determinadas disciplinas, como a dialética e a retórica, que continham, em seu conteúdo, informações sobre os preceitos romanos em aspectos práticos. O ensino contribuiu para a manutenção do direito romano nos quadros do conhecimento ocidental.
	Segundo Nascimento Júnior e Bianchi (2011), durante o dominato – período em que se fez célebre o governo de Diocleciano – houve um renovação do Direito vigente, graças ao trabalho dos jurisconsultos romanos e da atuação dos Magistrados e pretores, que aperfeiçoaram e flexibilizaram as rígidas normas vindas do tempo da Lei das XII Tábuas. 
	No período pós-clássico - o qual abrange o período entre os séculos IV d.C. até 565 d.C., ano da morte do Imperador Justiniano -, compuseram-se compilações de códigos pré-justinianos que abrangiam tanto leges quanto iura, por exemplo os códigos Gregoriano, Hermogeniano e Teodosiano, dos quais o último adquiriu maior importância, rdenado pelo imperador Teodósio II. Entretanto não passou de uma compilação de constituições imperiar seguido às de Constantido, isso por causa da inexistência de juristas capacitados para a obra. (Alves, 2004).
	Assim sendo, o direito erudito acabou sendo substituído pelo vulgar, ou seja, o costume. Esse era aplicado espontaneamente configurando um dieito consuetudinário, a ordem era mantida por métodos carismáticos ligados à religião, mais especificamente ao cristianismo. Essa ascenção da Igreja Católica culminará séculos mais tarde com o Império Cristãotrabalhando já com uma diferenciação entre religião e direito. Outro fator é a língua, o Latin, que era cultivado pelos clérigos e se fazia presente no direito romano. (Massaú, 2006)
	Segundo Alves (2004), no século V há o efetivo ressurgimento do estudo do Direito no Império Romano do Oriente, graças às escolas de Constantinopla e Berito, principalmente. Os professores dessas escolas se dedicavam ao estudo de obras de juristas clássicos, adaptando-as às necessidades atuais. O movimento que atinge o conhecimento dos documentos romanos cresceu à medida que as exigências sociais requisitaram novas respostas e atitudes da esfera jurídica.
	De acordo com Massaú (2006), o espírito que esses documentos carregavam favorecia a nova realidade que emergia, isso estimulou o monge Irnério a adotar definitivamente o Corpus Iuris Civilis, mais especificamente o Digesto, que foi por ele encontrado em uma biblioteca em Pisa. Irnério é quem inicia, no século XII a Escola dos Glosadores, mascando assim a história do direito. 
As escolas que estudaram o Direito Romano: Da Escola dos Glosadores à Escola Histórica Alemã.
	Sabe-se que existia em Roma uma escola de direito, cujo destino, após a morte de Justiniano, não se teve mais noticias.No século XI, na Europa, há o ressurgimento do direito romano, graças a Irnério, que funda a Escola dos Glosadores, com o intuito de aprofundar o estudo do direito romano para que se combatesse o direito estrangeiro e para eliminar o desequilíbrio entre o desenvolvimento econômico da Itália e as frouxas normas jurídicas então em vigor.
	Os Glosadores tem essa denominação graças às glosas (notas) que faziam a codificação de Justiniano.A escola dos Glosadores dominou entre 1100 a 1300. Entre os mais importantes glosadores destacavam-se: Irnério (fundador da escola), Búlgaro, Martinho, Hugo, Jacó, Vacário, Azo e Acúrsio.Graças aos glosadores, o direito romano tornou-se acessível aos juristas medievais. Foram eles que possibilitaram que o direito romano fosse a base do direito privado moderno.
	Os Pós-Glosadores dominaram nos séculos XIV e XV e não eram antagonistas aos glosadores, apenas davam continuidade, uma transição dos estudos. Chamados também comentadores, os pós-glosadores faziam grandes comentários onde reuniam as normas do direito romano, direito canônico e dos direitos locais, fazendo surgir o que se chamou de direito comum. O mais ilustre dos pós-glosadores foi Bártolo, e, depois dele, seu discípulo Baldo.
	Durante os séculos XIII e XV houve a recepção do direito romano em vários países Europeus, como: Alemanha, França, Espanha e Portugal.Nesses países o direto romano vigorou como direito comum até a codificação de cada um deles, o que ocorreu no século XIX.
	O surgimento da Escola Culta se dá com a renascença e com a exaltação dos estudos clássicos sobre o direto. Mas diferente da transição dos glosadores e pós-glosadores, a Escola Culta vem com antagonismo de método e finalidade. Os Cultos fazem a separação entre a teoria e a prática. Dedicaram-se à busca das interpolações e eram críticos de Triboniano – ministro a quem Justiniano encarregou de elaborar as codificações.
	A Escola Culta floresceu principalmente na França. Entre os Cultos destacavam-se: Cujácio, Donelo, Duareno, Hotomano, Antônio Favre eJácobo Godofredo.A atuação dos Cultos fez com que diminuísse a autoridade na aplicação pratica do Corpus Iuris Ciuilis, graças aos ataques ao Triboniano.
	Nos séculos XVII e XVIII, a Escola Holandesa ou Elegante amenizou a separação entre teoria e prática feita pelos Cultos. Entre seus adeptos estão: Vínio,Voet, Bynkershoek e Noodt.
	Durante os séculos XVII e XVIII a infalibilidade do direito romano sofreu um forte abalo devido os jusnaturalistas adeptos da Escola do Direito Natural.Eles pregavam a codificação do direito e salientavam que os princípios do direito romano que não coincidissem com os preceitos do direito natural deviam ser repudiados. O direito natural servia como medição do valor do direito romano, pois eram os seus princípios que determinariam quais os preceitos romanos iriam ser preservados.Grócio, Puffendorf e Wolff foram ilustres adeptos da Escola do Direito Natural.
	A Escola Histórica Alemã que dominou no século XIX em poucos anos conseguiu restaurar o prestígio do direito romano. Para a Escola Histórica Alemã o direito de um povo é uma adaptação de suas tradições às necessidades da sociedade e não criação arbitrária do legislador.Ela visava o presente e se projetou na atualização do direito romano para a sua aplicação na Alemanha do século XIX. 	Os trabalhos históricos feitos por seus seguidores os consagraram como os criadores da verdadeira história do direito. 
	Seus adeptos quando escreviam sobre o direito romano puro, denominavam a obra Institutionen (Instituições) e quando desdobravam sobre o direito romano aplicado à Alemanha de sua época, intitulavam-se Pandekten (Pandectas), de onde eram chamados também pandectistas.Svigny (fundador da escola), Gustavo Hugo (precursor), Puchta, Gans, Mühlenbruch e Keller são os representantes da Escola História Alemã.
 O surgimento dos Códigos Civis e a influência do Direito Romano em seus textos:
	De acordo com o autor, Carlos Roberto Gonçalves (2012), o direito Civil inicialmente utilizava-se de um conceito relacionado ao direito privado, o qual se caracterizava por regular as relações entre particulares por meio de normas e regras.
 	Posteriormente o direito romano passou a fazer uma diferenciação entre o jus civile, aquele aplicado aos súditos, e os jus gentium , o direito das gentes. Na época de Justiniano, imperador bizantino, o direito até então conhecido, passou a fazer parte de uma divisão tripartida : o jus civile, o qual era aplicado dentro das fronteiras do Império Romano; o jus gentium, relacionado ao povos estrangeiros e por fim o jus naturale, que como o próprio nome diz, caracterizava -se por ser o direito natural concedido aos homens. (Gonçalves, 2012).
	Em oposição ao direito dos romanos o qual pregava o individualismo, o direito dos povos germânicos, tinha como uma das características principais dar predominância ao bem social, ou seja, a vontade dos indivíduos.
	Com o surgimento da Idade Moderna e com a racionalização do pensamento e da cultura do homem,iniciou-se a construção de uma ciência jurídica. O direito civil e seus conceitos eminentemente jurídicos aparecem inicialmente no século XVII, com o Estado absoluto, o qual se assinalou pela ascensão da burguesia e pela vontade do rei como lei. Mais tarde com a substituição do Estado absoluto do rei, pelo chamado Estado liberal, a lei passou a se subordinar àquilo que estava escrito na Constituição vigente.Essa transição foi resultado de alguns acontecimentos, como a Revolução Francesa, o Bill of Rights, a Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão de 1789, entre outros. (Gonçalves, 2012).
	A Idade Moderna voltou o seu olhar para a codificação principalmente dos dois últimos séculos, abarcando alguns países da América e da Europa. Logo após o surgimento dos Códigos modernos, o exercício dos homens do direito voltou-se para o fenômeno da codificação.
	Foram os Códigos de países como a Alemanha e a França que proporcionaram o surgimento do que se pode chamar de sistema continental ou Sistema do direito codificado, o qual tem como primado a lei como fonte principal do direito, sendo as demais fontes suas subsidiárias.Em contraposição a esse tipo de sistema, está o Common Law, que utiliza casos análogos nas decisões judiciais,não existindo desse modo leis para tudo e todos.
	No Brasil pode-se citar o surgimento do Código Civil Brasileiro, o Código Penal, os Códigos de Processo Civil e Penal, dentre outros.
	Nos sistemas jurídicos de filiação romana, o autor ainda relata que o direito civil, designou um dos ramos do direito privado, como sendo o mais vasto e significativo. Esse tipo de direito inicialmente designava as instituições opostas ao direito público.Foi somente no século XIX que essa significação tomou umsentido mais preciso, passando a concernir as disciplinas no Código Civil.Os comerciantes como exemplo, para atender as suas demandas, e por não concordarem com a rigidez do direito civil, exigiram normas especiais.Desse modo ocorreu um desmembramento dessa disciplina, surgindo o Direito Comercial.
	Esse legado se consolidou depois que a França, em 1807,publicou seu Código Comercial , influenciando países como o Brasil, o qual elaborou seu Código Comercial em 1850.Este não se limita apenas ao que está escrito ao Código Civil, mas abrange toda a legislação a qual tem a função de ditar os direitos e obrigações da ordem privada. (Gonçalves, 2012).
	Pode-se afirmar que o primeiro Código Civil brasileiro entrou em vigor em 1917 e que este baseou-se no Direito Romano, ou seja, a maior parte dos artigos do código foram originados da cultura romana.
	Em um artigo intitulado ‘’ A importância do Direito Romano na formação do jurista brasileiro’’ de Marília Salerno e Adiolar Franco Zemuner, relata-se que a estrutura legislativa aplicada ao direito buscou sua formação no Direito Romano. Nos dias atuais pode-se observar que o Direito Romano tornou-se uma matéria obrigatória na maioria das universidades.
	Desse modo, o estudo dessa disciplina é feita de forma histórica e tem como um dos principais objetivos a educação jurídica. Os textos dessa época são tão ricos e de imensa qualidade que influenciaram na formação de inúmeros Códigos Civis de diversos países, a exemplo do Brasil que até hoje utiliza de subsídios dos jurisconsultos romanos. 
	Sua aplicação também é prática, pois auxilia no esclarecimento de algumas expressões,regras,normas que o direito adotou.Um dos grandes exemplos a ser citado e de imensa relevância foi a obra de Justiniano, o Corpus Iuris Ciuilis, o qual ajudou na interpretação e elaboração das leis.
	Assim, de acordo com as autoras, o Direito Romano é uma matéria imprescindível para a formação do pensamento do jurista brasileiro, haja visto a origem romanista no Código Civil brasileiro.
 O direito aplicado no Brasil até o surgimento do no primeiro código civil em 1916 (1917).
Washington Monteiro (1990) e Maria Helena Diniz (1989) abordaram de maneira cronológica a evolução do direito brasileiro desde a declaração da independência até o surgimento do Código Civil de 1916. Para estes dois autores, durante o período colonial o direito aplicado no Brasil era advindo das “Ordenações do Reino”, elaboradas em 1603 durante o reinado de Felipe I. Uma vez independente, para se criar uma ruptura definitiva dos vínculos com Portugal, o império brasileiro iniciou os preparativos para a elaboração de um Código Civil. Enquanto este não era concluído, a Lei de 20 de Outubro de 1823 determinou que o Brasil seria regido, desde sua emancipação política, pelas Ordenacões Filipinas.
Até a elaboração e aprovacão deste almejado código muitas idas e vindas ocorreram a partir da primeira revisão e codificação das leis civis, realizada por Carvalho Moreira em 1845. Dez anos depois, o governos brasileiro optou por elaboar uma consolidação das leis civis antes de sua codificação. Assim, encarregou Teixeira de Freitas para elaborar a Consolidação das Leis Civis, algo que foi concluído em 1858, e fez com que Nabuco de Araújo, então Ministro da Justiça, credencia-se Freitas a elaborar em seguida o projeto de Código Civil.
Porémo “Esboço”, – nome dado a este projeto de código – por ser uma fusão entre o direito civil e o direito comercial, não foi acatado pelo governo. Freitas então passou a tarefa para o próprio Nabuco de Araújo, mas este faleceu antes de concluí-la. (Diniz, 1989).
Em 1881, foi a vez de Joaquim Felício dos Santos elaborar uma obra denominada “Apontamentos”, que foi analisada e desaprovada por uma comissão de juristas. Posteriormente esta mesma comissão se encarregou de elaborar o código, mas após o falecimento de alguns de seus membros, se dissolveu. (Diniz, 1989)
De acordo com Monteiro (1990), uma nova tentativa ocorreu no ano de 1889, quando o então Ministro da Justiça, Cândido Oliveira, nomeou uma nova comissão que também se extinguiu antes de atingir seu objetivo final. Desta vez o motivo foi o advento da proclamação da República. Logo em seguida um novo projeto foi elaborado por Coelho Rodrigues, porém tampouco teve sucesso.
Eis que felizmente entrou em ação Clóvis Beviláqua. Nomeado em 1899 pelo presidente Campos Sales, a quem conhecia desde os estudos na Faculdade de Direito de Recife, Beviláqua apresentou um projeto que desesseis anos depois viria a ser nosso primeiro Código Civil. Importante ressaltar que para a elaboração deste código muito se aproveitou do projeto elaborado por Coelho Rodrigues. (Monteiro, 1990).
Para Maria Helena Diniz (1989) este cógido alterou severamente os “fatos sociais”.Algumas das características mais marcantes deste documento são a maior autoridade dada ao juiz, a função social da propriedade privada e a maior atenção ao menor abandonado, assim como várias outras transições.
 “...o seu tempo (do Código de 1916) foi o da transição do direito individualista para o social.” (Diniz caput França, 1989).
A Influência do Direito Romano no Código Civil Brasileiro (1916)
Conforme ressalta Clóvis Couto e Silva (1997) a maioria dos Códigos latino-americanos sofreu forte influência do Código de Napoleão, sendo que o mesmo não aconteceu com o Direito Civil Brasileiro. A principal razão para esse fato deve-se à herança de um centralismo jurídico imposto mediante as Ordenações do Reino de Portugal: Afonsinas, Manuelinas (1521) e, a partir de 1603, as Filipinas, todas elaboradas com base no Direito Romano. 
O direito romano chegou ao nosso Código Civil, sobretudo, pela obra da codificação das obras de Justiniano, filtrada pela experiência jurídica portuguesa, na qual, quase desde as suas origens, exerceu importantíssima função como direito subsidiário, ao lado do direito canônico.
A Constituição de 1824 determinou a elaboração de um Código Criminal, sendo este promulgado em 1830 e também de um Código Civil, promulgado em 1916, depois de sucessivas tentativas.
No ano de 1917 entra em vigor o primeiro Código Civil Brasileiro, que de acordo com a tradição jurídica brasileira foi baseado no Direito Romano.
O estudo do Direito Romano consegue chegar, ainda que arcaico ou em condições sociais absolutamente diversas das observadas atualmente, principalmente no que tange à organização familiar em patria potestas e se mostra presente ao ser observada tamanha noção de organização estatal, somado à conveniência e adaptação ao estado da sociedade.
Segundo Lobo (1907) pode observar-se que “se passarmos em revista os 1.807 artigos do nosso Código Civil, verificaremos que mais de quatro quintos deles, ou seja, 1.445 são produtos da cultura romana [...]”.
Juristas de renome realizaram tentativas de adaptar o Código, com a elaboração de anteprojetos, esforços que se iniciaram em 1941. Em 1969, é constituída a Comissão, da qual participavam juristas como: Miguel Reale, José Carlos Moreira Alvez, Agostinho de Arruda Alvim, dentre outros. 
Assente a idéia de constituir-se uma Comissão Especial, procurei atender a diversos requisitos, não só de alta competência doutrinária, mas também de afinidade intelectual, sem a qual seria impossível levar a bom termo um trabalho que, mais do que qualquer outro, exige harmonia das partes no todo, numa unidade sistemática. Além disso, para prevenir acusações de bairrismo, julguei necessário convidar juristas de vários pontos do país, entrelaçados por vínculos de compreensão e amizade. (REALE: 1987, vol; 2, p. 221)
Os trabalhos dos juristas foram apresentados no Projeto de Lei nº 634, de 1975, e aprovados pelo Congresso Nacional em 10 de janeiro de 2002. A legislação instituiu o novo Código Civil Brasileiro, que apresentava como principal característica a unificação do direito privado no campo das matérias civil e comercial.
Portanto, pode-se observar que semelhante ao Código Civil, o Direito Romano se apresenta como um direito que seadapta às condições humanas sem renegar o ideal que pretende objetivar. Cuida tanto da liberdade como da disciplina das relações, e, portanto, do indivíduo e da sociedade. Apesar de não ser generalista, satisfaz a todos os interesses, dos menores aos maiores, aos morais e aos materiais, na proporção de seus valores.
Considerações Finais
	Uma grande mudança no caráter do direito ocidental ocorreu com as Revoluções Francesa e Americana, e obviamente que o direito no Brasil não foi privado da herança da soberania popular. Porém nada teria sido realizado se séculos antes os romanos não tivessem notado a necessidade de se compilar e formalizar um código, ou melhor dizendo o Corpus Iuris Civilis. Código este já fruto de leis esparssas e de pouca efetividade num momento de crise, mas elaborado por um homem preocupado em manter seu império unido, fazendo com que seus reflexos sejam claramente observados nos dias atuais.
	Mesmo em momentos difíceis, como após a queda do imperio do oriente, e quando ja se parecia obsoleto, o direito romano mostrou-se vivo e contiuou sendo a base do equilíbrio entre a razão e os interesses individuais. Certamente que as interpolações identificadas pelos estudos da Escola dos Glosadores e da Escola Alemã foram realizadas para adaptar o direito ao seu tempo, mas sua essência nunca se extinguiu. Mesmo as resistências apresentadas por várias outras escolas medievais não foram o bastante para apagar seu legado. Por essas razões o direito romano influênciou códigos civís vigentes até os dias de hoje.
	A complexidade da elaboração minuciosa e repleta de revsões pode ter sido uma das principais razões para o fenômeno da sobrevivência do direito romano. Esta mesma complexidade se observou enquanto o Brasil ainda elaborava seu primeiro código civil. Após inúmeras idas e vindas, em 1916 tivemos em nosso território o surgimento de um código de qualidade inquestionável e internacionalmente elogiado. Assim como o que foi definido por Diniz (1989), podemos concluir que o sucesso na codificação do direito é resultado de um processo metódico e com objetivos claros, preocupado com a manutenção dos princípios harmônicos, transformando-o numa tarefa altamente desafiadora.
Referências Bibliográficas:
MASSAÚ, Guilherme Camargo. A Escola dos Glosadores (o início da ciência do Direito). Sociologia Juridica, Pelotas, v. 8, n. 2, Julho/Dezembro. 2006. Disponível em: www.sociologiajuridica.net.br. Acesso em: 23 abr. 2015
ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. 13ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
NASCIMENTO JUNIOR, Jaime Meira do. BIANCHI, Patrícia Nunes Lima. Reflexão Sobre o Estudo do Direito Romano. Disponível em: www.publicadreito.com.br. Acesso em: 23 abr. 2015
SALERNO, Marilia; ZEMUNER, Adiloar, Franco. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 27, n.2, p. 125-133, jul./dez. 2006
WALD, Antônio. A obra de Teixeira de Freitas e o Direito Latino-Americano. Brasília: Revista de Informação Legislativa, a. 41 n. 163 jul./set. 2004
KAY, Marcos, Katsumi. CÓDIGO CIVIL DE 1916 - A Influência do Code, do BGB e da tradição romanista, 2008. <http://direito-privado-ufpr.blogspot.com.br/2008/08/codigo-civil-de-1916-influncia-do-code.html> Acesso em 25 de abril de 2015
LASOTA, Lucas Augusto, Costa. Teixeira de Freitas e a reestruturação do Direito Civil no Brasil, 2011. <http://jus.com.br/artigos/18894/teixeira-de-freitas-e-a-reestruturacao-do-direito-civil-no-brasil#ixzz3YLKzKtB9> Acesso em 25 de abril de 2015
WIKIPÉDIA (Ed.). Corpus Juris Civilis. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpus_Juris_Civilis>. Acesso em: 25 abril 2015
MARTINS, José Eduardo Figueiredo de Andrade. Corpus Juris Civilis: Justiniano e o Direito brasileiro . Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3417, 8 nov. 2012. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/22969>. Acesso em: 24 abr. 2015.
Direito Civil Brasileiro, volume 1: parte geral/ Carlos Roberto Gonçalves – 10. Ed. – São Paulo: Saraiva,2012.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 7ª ed. São Paulo. Saraiva,1989.
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil – Parte Geral. 29ª ed. São Pauo. Saraiva, 1990.

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