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Sistemas de informação ambiental - elementos indispensáveis para acessibilidade e orientabilidade

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO AMBIENTAL – ELEMENTOS 
INDISPENSÁVEIS PARA ACESSIBILIDADE E ORIENTABILIDADE 
 
Vera Helena Moro Bins Ely – Dr. Eng 
Marta Dischinger –PhD in Architecture 
Melissa Laus Mattos – bolsista de iniciação científica 
Rua Prof° Marcos Cardoso Filho, 597 
Santa Mônica 
88037-040 – Florianópolis – SC 
email: vera@arq.ufsc.br 
 
Palavras Chave: Sistemas de Informação Ambiental, Orientabilidade, Acessibilidade. 
 
Este artigo tem o objetivo de trazer algumas contribuições sobre a acessibilidade espacial, enfocando a importância dos 
sistemas de informação ambiental como indispensáveis nos processos de orientação e, conseqüentemente, de acessibilidade. 
Ele é fruto de reflexões realizadas a partir de estudos concretos efetuados no Terminal Rodoviário Rita Maria, em 
Florianópolis -SC pelo grupo PET de arquitetura e urbanismo da UFSC. Para tanto, primeiramente introduziremos os conceitos 
de Acessibilidade e Orientabilidade, seguidos pela discussão sobre Sistemas de Informação Ambiental, contextualizados 
através de exemplos observados no Terminal. 
 
Keywords: Enviromental Information System, Wayfinding, Accessibility. 
 
This paper aims to bring contributions regarding spatial accessibility concepts, focusing on the relevance of the 
environmental information systems as key elements for spatial orientation and consequently for accessibility. The reflexions 
presented are based on practical studies done at the interstate bus terminal Rita Maria, in the city of Florianópolis- SC, by the 
research group PET of the Departament of Architecture and Urbanism of UFSC. The concepts of accessibility and 
orientability will be introduced in first place, followed by a discussion about the systems of environmental information, 
presented through practical examples observed at the bus terminal. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Nas duas últimas décadas, no Brasil, temos assistido 
uma crescente conquista de direitos para a inclusão das 
pessoas portadoras de necessidades especiais na 
sociedade. Esta conquista se traduz por ações concretas, 
como a criação de dispositivos legais que apóiam os 
usuários portadores de necessidades especiais, e visam 
garantir seu acesso às mais variadas atividades. No 
entanto, criar condições efetivas para a inclusão de 
pessoas portadoras de deficiência em distintos 
ambientes através de intervenções ergonômicas é um 
problema complexo, pois requer o desenvolvimento de 
estudos específicos para soluções espaciais envolvendo 
diferentes campos de conhecimento e diferentes 
profissionais, entre eles, o arquiteto. 
 
Nestes estudos merecem especial atenção aqueles 
lugares que permitem a conexão entre os diferentes 
ambientes urbanos. Terminais de passageiros – pontos 
nodais dos fluxos humanos das cidades – são espaços 
que recebem uma enorme variedade de tipos humanos 
com suas particularidades. Gente vinda de todo lugar, 
com os mais diversos níveis de educação, e as mais 
variadas capacidades físicas e mentais de apreender e 
utilizar o espaço. Estes espaços além de oferecer 
conforto, segurança e igualdade em seu uso, devem 
prover o usuário de informações claras, precisas e de 
fácil compreensão. Perder um ônibus, ou parar em uma 
estação errada de metrô, devido à falta de informação, 
são acontecimentos extremamente frustrantes e que 
revelam uma possível inadequação dos sistemas 
informativos existentes em relação às necessidades de 
todos seus usuários. 
 
Este artigo tem justamente o objetivo de trazer algumas 
contribuições sobre a acessibilidade espacial, 
enfocando a questão da informação, a qual tem sido 
geralmente relegada a um segundo plano pelas normas 
de acessibilidade em vigor (NBR-9050). Estas 
contribuições surgem a partir de reflexões sobre um 
estudo concreto efetuado pelo grupo PET de arquitetura 
e urbanismo da UFSC, no Terminal Rodoviário Rita 
Maria, em Florianópolis-SC. 
 
Na primeira parte deste artigo vamos introduzir os 
conceitos de Acessibilidade e Orientabilidade. Em 
seguida, nos deteremos no exame das informações 
advindas do ambiente, de fundamental importância para 
a orientabilidade, buscando contextualizar os conceitos 
apresentados através de exemplos observados no 
Terminal Rodoviário. 
 
2. ACESSIBILIDADE 
 
A Acessibilidade engloba dimensões físicas e sociais e 
trata da possibilidade dos indivíduos terem acesso e 
fazer uso de um ambiente, de um equipamento, ou 
ambos, de maneira independente. Para tanto se faz 
necessário o acesso à informação sobre as atividades e 
os locais onde estas de desenvolvem, a possibilidade de 
deslocamento com segurança e conforto, e a 
possibilidade de utilização destes ambientes e 
equipamentos sem conhecimento prévio acerca de seu 
funcionamento. Em resumo, “é principalmente através 
da informação e da mobilidade – movimento de ir e vir 
– que o indivíduo participa dos lugares e das 
atividades e estabelece contato com as demais pessoas, 
ou seja, exerce seu direito de cidadania” (Dischinger, 
2001). 
 
Para estudos de avaliação das condições de 
acessibilidade de diversos ambientes para pessoas 
portadoras de algum tipo de deficiência é fundamental 
identificar os elementos que impedem ou dificultam a 
percepção, compreensão, circulação ou apropriação por 
parte dos usuários dos espaços e atividades, bem como 
obstáculos de ordem social e psicológica que impedem 
seu uso efetivo. Estes elementos são usualmente 
denominados: barreiras, mas seu sentido é mais amplo 
do que meras “barreiras físicas”. Dividimos estas 
barreiras em três categorias: 
 
- Barreiras Sócias Culturais – também chamadas de 
barreiras atitudinais, estão presentes no âmbito das 
relações sociais entre indivíduos, ou seja, a imagem 
sobre indivíduos portadores de alguma limitação física 
ou mental focada exclusivamente em suas deficiências 
e não em suas potencialidades. Este tipo de visão 
preconceituosa constitui forte barreira que impede 
tentativas de inclusão social, e é quase sempre também 
geradora dos outros tipos de barreiras: físicas e 
informativas. 
 
- Barreiras Físicas - são os obstáculos de origem 
arquitetônica, ou relativos ao design de equipamentos e 
produtos que dificultam ou impedem totalmente o 
acesso independente de um usuário. A identificação de 
barreiras físicas exige o estudo amplo das 
características arquitetônicas de um ambiente, e mais 
do que isso, um estudo bastante atento do universo de 
usuários que fazem uso deste ambiente. 
 
- Barreiras de Informação – são os elementos 
arquitetônicos ou de informação adicional (gráfica, 
sonora, verbal e do objeto), que perturbam ou reduzem 
as possibilidades de obtenção da informação espacial 
desejada. Estes influenciam sobremaneira a 
acessibilidade, uma vez que estão diretamente ligados a 
capacidade de um indivíduo orientar-se e deslocar-se 
num ambiente. 
 
Em ambientes como terminais de passageiros, um dos 
fatores decisivos na caracterização da acessibilidade ao 
ambiente é a possibilidade dos indivíduos perceberem e 
compreenderem o espaço, e as informações nele 
contidas. 
 
3. ORIENTABILIDADE 
 
Orientação é um processo cognitivo que envolve a 
habilidade ou capacidade do indivíduo de situar-se 
mentalmente e/ou deslocar-se em um dado arranjo 
físico, e depende tanto das informações contidas no 
ambiente quanto da habilidade do indivíduo em 
perceber e tratar estas informações. Para tanto, dois 
níveis básicos interagem: a orientação espacial como 
fenômeno de abstração; e a orientação espacial como 
fenômeno dinâmico operacional ligado ao movimento 
do indivíduo (Wayfinding). 
 
Para orientar-se é necessário representar mentalmente 
abstraindo as características de um arranjo físico para 
poder situar-se dentro desta representação. Essas 
representações, ou seja, o modo como são organizadas 
mentalmente as informações ambientais percebidaspelos usuários, são usualmente chamadas de “mapas 
cognitivos” ou “mapas mentais”. A orientação 
espacial, no sentido de movimento orientado ou 
“Wayinding”, por sua vez, trata de como os indivíduos 
se deslocam nos ambientes, ou como encontram seu 
destino, mesmo num espaço desconhecido. O processo 
de orientação envolve, portanto, não apenas a 
construção de mapas cognitivos, mas uma série de 
processos mentais com o objetivo de resolver questões 
operativas do tipo: "como chegar a determinado 
lugar?". 
 
Passini e Arthur (1987) descrevem a orientação como 
um processo que envolve três estágios: o 
processamento da informação, a tomada de decisão e a 
execução da decisão. 
 
O processamento da informação engloba operações 
perceptivas e cognitivas que, juntamente com a tomada 
de decisão, serão parte da resolução de um problema de 
orientação. Se a informação ambiental não puder ser 
percebida ou processada, o deslocamento dos usuários 
até seus destinos será impedido. Dificuldades na 
percepção podem ser oriundas de problemas do próprio 
indivíduo (baixa visão, surdez, etc.) assim como de 
 
fatores ambientais que o impeçam de receber a 
informação desejada (excesso de reflexão luminosa, 
excesso de ruído, poluição visual, etc.). Diversos 
fatores podem também dificultar ou impedir o 
processamento de uma informação: mensagens 
ambíguas, excesso de informação, mensagens 
conflitantes, deficientes ou pouco claras, entre outras. 
Fatores subjetivos como motivação, fadiga, stress 
(como por exemplo, em hospitais ou evacuações de 
emergência), e outras preocupações diárias também 
podem prejudicar o processamento da informação. 
 
A tomada de decisão é o desenvolvimento de planos de 
ação para chegar a um destino. Uma vez estabelecido, o 
plano de ação torna-se relativamente fácil de se 
lembrar, pois está normalmente organizado de modo 
hierárquico. O número de decisões de um plano vai 
determinar o grau de complexidade da operação, já que 
cada decisão requer esforço mental e risco de erro. 
 
A execução da decisão será justamente a transformação 
deste plano de ação em um comportamento físico no 
tempo e no lugar corretos ao longo de um percurso. O 
conhecimento prévio de um usuário acerca do ambiente 
em que se encontra ou presença de elementos de 
informação ambiental em pontos de tomada de decisão 
poderá facilitar a execução da decisão. 
 
O processo de orientação está, portanto, intimamente 
relacionado com as características individuais e 
experiência do usuário e com a capacidade do espaço 
de lhe oferecer informação espacial através de 
elementos e sistemas informativos ambientais. São 
estes que vão facilitar ou dificultar o processo de 
orientação na medida em que caracterizem de forma 
mais ou menos coerente as configurações e 
organizações funcionais do espaço no qual se 
encontram. Podemos então definir a orientabilidade de 
um lugar como o conjunto de variáveis espaciais que 
condicionam o desenvolvimento de processos de 
orientação. Iremos a seguir descrever e classificar estas 
variáveis visando contribuir para uma análise das 
condições de orientabilidade espacial. 
 
3.1Informação Ambiental 
 
De acordo com a escala do ambiente analisado, 
diferentes categorias de elementos espaciais servem 
como referenciais para orientação. Utilizamos neste 
estudo os cinco elementos definidos por Lynch (1980) 
como estruturadores da imagem das cidades - marcos 
referenciais, nós, caminhos, limites/bordas e 
distritos/zonas funcionais - e os elementos “espaço 
arquitetônico” e “elementos arquitetônicos”, definidos 
por Passini (1987) em seu estudo de espaços edificados, 
ligados aos conceitos de Informação Arquitetônica e 
Informação do Objeto. Outros elementos de Passini - 
“Suportes Gráficos” e “Informação Verbal” – 
juntamente com outras modalidades de informação 
complementar são incluídos em Informação Adicional. 
 
3.1.1 Informação Arquitetônica 
 
Também chamada de Informação do Espaço 
Construído, é a informação transmitida através das 
características físicas do ambiente , seus elementos 
constituintes ou mesmo a relação entre eles. A 
identificação, processamento e compreensão destas 
informações estão diretamente ligadas à capacidade e 
experiência individual dos usuários. No entanto, alguns 
princípios de construção do espaço, como a 
configuração espacial, a presença ou não de elementos 
referenciais, ou o zoneamento funcional, atuam como 
“chaves de leitura” de um ambiente, podendo agir de 
modo a facilitar ou dificultar a compreensão do espaço. 
 
A configuração espacial é a relação dos elementos 
arquitetônicos de uma edificação entre si e com o 
espaço não edificado. A partir desta relação podemos 
identificar o princípio de organização espacial de um 
ambiente, seus sistemas de circulação, a separação e 
hierarquização de áreas, entre outras características do 
espaço arquitetônico. A configuração espacial poderá 
facilitar ou dificultar a compreensão de um ambiente e, 
por conseguinte, a construção de mapas mentais. No 
Terminal Rodoviário, por exemplo, a presença de um 
corredor único de circulação ligando suas diferentes 
zonas funcionais, facilita e direciona o deslocamento 
dos usuários. Da mesma maneira, a localização dos 
pilares demarca os eixos de circulação transversal e 
indica a localização dos portões de acesso ao edifício. 
 
Os marcos referenciais, também chamados “marcos 
visuais” por Lynch são, em geral, definidos por 
elementos que possuem características formais 
contrastantes com o ambiente em que estão inseridos. 
Lynch caracteriza os marcos visuais como “chaves de 
identidade”, por permitirem leitura e orientação da 
estrutura espacial. Têm, portanto, a singularidade como 
característica predominante. Além disso, a escolha dos 
marcos visuais também pode estar ligada a interesses 
pessoais dos indivíduos que utilizam o ambiente. “uma 
pedra vermelha pode ser um marco referencial para 
uma criança e passar despercebida para um adulto.” 
(Dischinger, 2000). Além dos marcos visuais, podem 
atuar como marcos referenciais outros elementos, 
permanentes ou dinâmicos, que diferenciem aquele 
lugar do ambiente circundante. Assim “a música de 
 
uma loja de discos ou um cheiro especial, como o de 
uma padaria, ou o ruído provocado pelas pessoas em 
uma praça – podem atuar como referenciais 
dinâmicos” (Dischinger, ob. cit.). É importante 
acrescentar que os referenciais permanentes, por 
permanecerem por longo período de tempo em um 
lugar sem transformações em suas características são 
mais confiáveis para a orientação do que os referenciais 
dinâmicos. 
 
As zonas funcionais são agrupamentos homogêneos de 
serviços, instalações, ou de usuários reconhecíveis por 
possuírem características ou funções comuns que os 
identifiquem. A diferenciação e disposição claras destas 
áreas facilita a compreensão do espaço e reduz a 
necessidade de utilização de informação adicional. As 
funções de um local podem ser reconhecidas através de 
elementos físicos (equipamentos e mobiliário 
característicos da função) ou de elementos dinâmicos 
(sons, ações humanas, odores, etc). 
 
No caso de edificações complexas, como terminais de 
passageiros, os conceitos de marco referencial e 
zoneamento funcional, que Lynch aplica nas cidades, 
podem ser facilmente transferidos para o ambiente 
construído. O Terminal Rodoviário Rita Maria, por 
exemplo, apesar de se configurar como marco 
referencial da cidade – graças a sua localização e suas 
características arquitetônicas que se destacam na 
paisagem – não apresenta referenciais internos a sua 
estrutura que auxiliem na orientação do usuário. Ao 
contrário, a uniformidade do espaço acaba por 
contribuir para a dificuldade de orientação. Por outro 
lado, no que tange ao zoneamento funcional, o 
Terminal apresenta características bastantepositivas. A 
diferenciação funcional se dá de modo claro, por 
exemplo, na definição dos espaços de embarque e 
desembarque – localizados nos extremos opostos do 
edifício eliminando a possibilidade de enganos – e na 
separação, através de diferenciação de pé direito e 
presença de linha de pilares, das áreas de compra de 
bilhetes e espera. 
 
3.1.2 Informação do Objeto 
 
Como informação do objeto consideramos a 
capacidade de um objeto (ambiente ou equipamento), 
através de sua própria natureza - características 
particulares ou de relação com o ambiente em que se 
insere – de ter sua função ou uso facilmente 
identificáveis sem a necessidade de informação 
adicional. 
 
Além das características do próprio objeto, sua 
identificação e compreensão são influenciadas pelas 
características da sociedade em que está inserido e 
características particulares do usuário que está 
interagindo com o objeto. Em alguns casos a percepção 
da informação transmitida pelo objeto está diretamente 
ligada a um conhecimento prévio do objeto/função por 
parte do usuário. Nem sempre este conhecimento é 
completo. Muitas vezes a identificação de um ou mais 
elementos formadores do sistema é suficiente para 
transmitir a informação. Ainda sim, em algumas 
situações este reconhecimento só se dá após um 
aprendizado. 
 
O usuário que utiliza o Terminal Rita Maria poderá, ao 
se deparar com um conjunto de assentos alinhados 
voltados a um portão, intuir que se trata de uma área de 
espera, no entanto, dificilmente saberá de modo 
instantâneo ou sem auxílio de informação adicional, se 
o portão é de embarque ou desembarque. Fica claro, 
portanto, que a clareza na informação do objeto é de 
grande valia nos processos de orientação mas que, 
todavia, apresenta fragilidade em termos de 
comunicação universal uma vez que está muito 
relacionada às experiências individuais do usuário. 
 
Devido a isso, tanto a Informação Arquitetônica quanto 
a Informação do Objeto necessitam por vezes ser 
complementadas por outras modalidades de 
informação, chamadas Adicionais. Estas podem ser de 
natureza gráfica, sonora, verbal ou táctil. 
 
3.1.3 Informação Adicional Gráfica 
 
Consideramos informação gráfica aquela transmitida 
através de suportes físicos permanentes ou transitórios 
locados em um espaço (placas, sinais, displays, mapas, 
banners) ou de uso individual, fornecida aos usuários 
através de folhetos, brochuras, etc. Ambos os sistemas 
têm por base a transmissão de informação através de 
signos gráficos, podendo ser signos alfabéticos ou 
pictográficos. 
 
Em ambientes como aeroportos, terminais de ônibus, 
metrô, etc., o tempo é um fator determinante. Os 
usuários devem obter rapidamente as informações 
sobre destinos desejados (sejam estes externos ou 
internos aos terminais) em curto período tempo. Nestes 
espaços, assim como hospitais e prédios públicos, a 
informação gráfica assume papel de suma importância, 
pois, de maneira geral, os usuários não possuem muito 
tempo para explorá-los a ponto de apreender sua 
estrutura interna. Além disso, por receberem usuários 
das mais variáveis procedências sócio-culturais, a 
 
informação gráfica nestes espaços precisa também 
atender exigências de clareza, legibilidade e 
universalidade na comunicação. O uso de mais de um 
idioma, ou símbolos gráficos de entendimento universal 
(pictogramas) se faz, portanto, fundamental nestes 
ambientes. 
 
A qualidade dos sistemas de informação gráfica está 
ligada a uma série de variáveis que vão desde as 
características do usuário, passando pela locação dos 
sistemas, até as características físicas e de composição 
do próprio sistema. Entre estas últimas características 
podemos destacar: 
 
A relação fundo-figura, que trata, de modo geral, sobre 
como as formas são percebidas em um ambiente. Duas 
relações fundo-figura podem ser identificadas na 
análise de sistemas gráficos informativos. A primeira 
diz respeito à relação onde o fundo é o ambiente onde 
está locada a informação, e a figura é a informação 
(placa, banner, etc.) em si. Placas que se assemelham 
de algum modo, seja pela cor, pela forma ou outra 
característica, ao ambiente onde estão inseridas, são, 
em geral, de difícil identificação. Na segunda relação a 
“figura” é um pictograma que se destaca do restante do 
suporte, o qual chamamos fundo. Poderá ser também 
constituída pelos espaços negativos entre as letras e 
palavras. 
 
A Cor é um dos fatores mais importantes a considerar 
na confecção de informação adicional gráfica, por ser, 
na maioria dos casos, a primeira característica 
apreendida de um objeto desta natureza. Sua escolha 
deve ser diretamente relacionada aos fatores de 
percepção (por exemplo cores quentes são percebidas 
mais facilmente pelos nossos olhos, enquanto as cores 
frias estimulam menos nossa percepção visual), à 
função da placa, e a velocidade de transmissão da 
informação. Uma placa de saída de emergência não 
deve ser confortável aos olhos, mas, antes de tudo, 
chamar atenção para sua existência e orientação. Uma 
placa com quadro de horários de um terminal de 
ônibus, ao contrario, deverá permitir uma leitura mais 
confortável, sem deixar nunca de enfatizar as 
informações mais relevantes. 
 
Follis & Hammer (1980 apud Pedroso) destacam ainda 
a relação entre a cor e o tamanho das placas. Uma placa 
amarela pode ter uma área três vezes menor que uma 
placa preta e ser percebida de igual maneira. Além 
desta variável, o tamanho das placas também sofre 
influência do tipo de informação que deseja transmitir, 
da velocidade com que a informação deverá ser 
transmitida, da velocidade com que se desloca o 
usuário e, no caso de presença de texto, das fontes 
utilizadas. A locação da placa dentro do campo visual 
(cone visual de aproximadamente 60° a partir da linha 
dos olhos) também vai facilitar sua percepção, uma vez 
que as áreas fora desse cone são percebidas com menos 
detalhe ou não são percebidas, além de evitar o esforço 
desnecessário do usuário e a possibilidade deste não 
encontrar a informação. 
 
3.1.3.1Informação Adicional Gráfica Alfabética 
 
Trata dos suportes gráficos que utilizam os signos 
alfabéticos como principal meio de transmissão da 
informação. Este tipo de suporte é naturalmente 
limitado em sua abrangência, uma vez que para sua 
compreensão se faz necessário o conhecimento da 
língua na qual foi confeccionado, e antes ainda, o 
reconhecimento de signos alfabéticos. Ainda que não 
possa ser considerada uma modalidade de comunicação 
universal, cabe enumerar algumas características (mais 
uma vez relacionadas com o tipo e a velocidade da 
informação a ser transmitida) que influenciam a 
qualidade da informação transmitida por texto: 
 
A legibilidade de um texto pressupõe que, descontadas 
as questões de conhecimento da língua e dos signos 
gráficos, os caracteres formadores da mensagem 
possam ser vistos e compreendidos de maneira 
eficiente. A boa legibilidade depende de vários fatores 
inter-relacionados, entre os quais podemos considerar a 
familiarização do usuário com um painel, suas 
características físicas e de composição, e fatores 
subjetivos como a motivação e o estado de saúde. 
 
A escolha da tipografia deve recair sobre o princípio 
geral de que as letras devem diferenciar-se umas das 
outras o suficiente para evitar a possibilidade de 
confundi-las, e seus espaços vazios devem permanecer 
abertos (a condensação de um texto pode dificultar a 
legibilidade). As palavras escritas em letras maiúsculas 
possuem forma retangular similar que leva o leitor a 
identificar letra por letra, tornando a leitura 
desconfortável e lenta. Palavras em caixas alternadas 
(maiúsculas e minúsculas) são preferíveis a palavras 
escritas em sua totalidade em maiúsculas. Em placas 
que possuem caráter informativo enfatizado (ouseja, 
placas não decorativas), estudos recomendam a 
utilização de tipos sem serifa e com bom contraste 
interno. 
 
O espaçamento de um texto é tão importante quando a 
escolha de sua fonte. Deve-se buscar um espaçamento 
adequado capaz de criar um ritmo entre os espaços 
 
vazios e o texto. Palavras com letras muito próximas ou 
muito afastadas poderão ser lidas de maneira errônea, 
ou ainda causar irritação visual. O espaçamento entre 
as linhas também deve ser considerado. Os tipos sem 
serifa, devido à monotonia de seu desenho, exigem um 
maior espaçamento entre as linhas, enquanto os tipos 
com serifa, por sua própria natureza oferecem um 
"chão" as palavras, facilitando a transposição visual de 
uma linha a outra. A margem é outro fator a se 
considerar, sobretudo quando tratamos de painéis. É 
preferível ter uma margem maior na parte inferior da 
placa do que na parte superior e a margem esquerda 
maior do que a margem direita. 
 
3.1.3.2 Informação Adicional Gráfica Pictográfica 
 
Os pictogramas são signos de comunicação visual que 
tem por função transmitir mensagens de natureza 
informativa, prescritiva ou instrutiva ao maior número 
possível de pessoas, independentemente das diferenças 
de sexo, idade, instrução ou nacionalidade. Frutiger 
(1991) divide a informação pictórica em três grupos: 
 
O primeiro grupo se refere àqueles signos que como 
imagens naturalistas, principalmente em forma de 
silhuetas, não deixam lugar à dúvida quanto ao seu 
significado para o observador, qualquer que seja a 
língua e os costumes deste. Um cigarro cortado por um 
traço, uma silhueta de um fone de telefone, uma xícara 
de café, etc, converteram-se em sinais de aplicação 
mundial; para compreendê-los não é necessário 
nenhum processo de aprendizagem prévio; informam 
de maneira imediata. 
 
A segunda forma de informação pictórica compreende 
aqueles esquemas cuja mensagem não é compreensível 
sem exigir um certo esforço de reflexão. Este é o caso 
da sinalização viária de “preferencial”, “tráfico em 
direção contrária”, etc. 
 
O terceiro grupo compreende aqueles sinais que não 
derivam de imagens figurativas nem de esquemas. São 
provenientes de sinais abstratos e que, por conseguinte, 
requerem um processo de aprendizagem para sua 
compreensão. Quando se incorpora ao conhecimento 
inconsciente, como acontece com os sinais alfabéticos, 
a informação que prestam é imediata e espontânea. Um 
bom exemplo deste são as luzes vermelha, verde e 
amarela em um semáforo. As cores por si só nada 
significam, sendo compreendidas naquele contexto 
após o contato do usuário com um conjunto de normas 
que determinam seus significados. Vermelho = pare; 
amarelo = atenção; verde = siga. 
 
Outro ponto relevante quando tratamos de informação 
pictórica é a questão cultural, muitas vezes esquecida 
dentro do hábito de comunicação regional, mas que 
pode ser responsável pela ineficiência de um sistema de 
informação, mesmo que pictográfica. “Um bom 
exemplo é a distinção entre os sanitários femininos e 
masculinos no mundo ocidental, que é feita 
tradicionalmente através de uma silhueta de saias, 
para o ambiente feminino, e uma silhueta de calças, no 
ambiente masculino, mas que perde todo o significado 
se considerarmos o mundo árabe”. (Frutiger, 1991) 
 
Coexistem, no Terminal Rodoviário Rita Maria, dois 
sistemas de informação adicional gráfica: O sistema de 
informação original da rodoviária (projetado 
juntamente com o edifício e instalado à época de sua 
construção). Este apesar de não possuir texto bilíngüe – 
característica importante nesse tipo de edificação – 
apresentava, juntamente com a informação textual, 
informação pictográfica de qualidade. Possuía suporte e 
boa qualidade no que diz respeito ao processamento da 
informação com velocidade e segurança. Este sistema, 
no entanto, está sendo substituído por um sistema novo, 
baseado em placas com iluminação e alto contraste. 
Apesar de ter ponto positivo com a implantação de 
iluminação nas placas – visto que o prédio da 
rodoviária é naturalmente escuro – sua qualidade cessa 
aí. O sistema não possui coerência formal e não segue 
padrões de composição claros. A sinalização é confusa 
e de difícil leitura dado à utilização de letras de pouco 
contraste interno e de texto escrito na sua totalidade em 
letras maiúsculas. Toda a informação é transmitida 
através de texto, sem a presença de símbolos gráficos 
que auxiliem a identificação das informações por parte 
dos usuários. Além disso, a coexistência de dois 
sistemas, o original e o atual, juntamente com as 
identidades visuais distintas das empresas de viação e a 
sinalização de emergência, somam negativamente e 
dificultam sobremaneira a orientação dentro do 
terminal. 
 
3.1.3.3 Informação Adicional Gráfica – Mapas 
 
Um dos tipos de suporte para informação gráfica mais 
utilizados quando tratamos de orientação é o mapa. Os 
mapas são representações bi-dimensionais sintéticas, 
em escala reduzida, de um país, território, terreno ou 
ambiente, através de relações gráficas entre cores, 
linhas, hachuras e símbolos que, dependendo do mapa, 
podem oferecer compreensão imediata ou estarem 
explicitados em uma legenda. 
Um mapa é tanto mais confiável quanto melhor estiver 
locado no espaço que pretende representar. Na locação 
de um mapa é importante assegurar que o espaço ao 
 
redor do mesmo esteja representado e que o usuário 
possa reconhecer rapidamente o local onde se encontra 
e os referenciais imediatos. Indicações do tipo "você 
está aqui" são bem vindas, assim como o 
posicionamento estratégico dos mapas em pontos de 
tomada de decisão como: cruzamentos, inícios de 
escadas, entradas, entradas de elevadores, e etc. Além 
disso, a direção da informação fornecida pelos mapas 
em relação ao ambiente e a estratégia de uso destes 
mapas também devem ser considerados. Temos a 
tendência a assumir que a orientação dos mapas 
coincide com a orientação do ambiente. Quando isto 
não ocorre, a primeira idéia é girar o mapa até que 
encontre congruência com o entorno. Esta 
possibilidade, no entanto, deixa de existir quando os 
mapas são instalados em superfícies verticais. Neste 
caso, mesmo as pessoas têm facilidade em abstrair e 
relacionar as informações do mapa e do ambiente 
encontram dificuldades. 
 
O equilíbrio do desenho de um mapa é dado pela 
relação dos elementos mostrados de maneira lógica, de 
modo a chamar atenção para o que se queira enfocar. 
Para tanto, a cor é a variável mais forte, facilmente 
perceptível e de caráter bastante seletivo. A escolha das 
cores e das formas influencia a velocidade com que a 
informação é percebida e interpretada pelo usuário. Em 
alguns casos, como um terminal de passageiros, mais 
importante do que uma representação em escala das 
distâncias ou de detalhes informativos é a seqüência 
das informações. Em outras palavras, a eficiência de 
um mapa está diretamente relacionada com a 
hierarquização das informações, seja ela resultante do 
uso das cores (que além do aspecto físico precisa ser 
analisada a partir do efeito subjetivo sobre o usuário), 
das formas, simplificações, legendas, ou outros 
elementos que o compõem. 
 
Os suportes dos mapas também devem ser 
considerados. Painéis brilhantes são de difícil consulta 
e devem ser preteridos aos painéis foscos. Deve-se 
evitar locar um mapa em ambiente com excessiva 
estimulação visual, correndo-se o risco do mesmo não 
ser encontrado no ambiente. Mapas locados a altura do 
usuário, com possibilidade de toque, devem ser 
confeccionados com material adequado e resistente. A 
exposição à luz deve ser considerada quando do 
momento de se escolher as tintas, evitando-se o risco 
das cores ou linhas "sumirem" com a radiação 
luminosa, tanto por proximidade de ondas quanto por 
desgaste. 
No Terminal Rodoviário Rita Maria,as questões 
relativas à qualidade da informação transmitida por 
mapas não podem ser analisadas, uma vez que, apesar 
na natureza da edificação – tráfego de usuários que em 
boa parte das situações desconhece o prédio e mesmo a 
cidade - não existe nenhum mapa instalado no local. 
 
3.1.4 Informação Adicional Sonora 
 
A informação sonora é uma das mais presentes em 
nossa vida. Supondo a existência de uma escala de 
importância/quantidade de informação disponível e 
percebida, podemos dizer que a informação sonora vem 
em segundo lugar, logo atrás da informação visual. Em 
nosso dia-a-dia são inúmeras as situações e atividades 
que adquirimos conhecimento a partir de informação 
sonora, sem a necessidade de contato visual. Grandes 
fábricas utilizam sirenes que avisam aos empregados do 
início e fim de expedientes. Alarmes de emergência ou 
que marcam processos terminados e iniciados. As 
sirenes da polícia que dão conta de perseguição ou 
emergência. As sirenes de bombeiros ou ambulância 
abrindo passagem no trânsito. O apito do guarda, onde 
cada espécie de silvo significa determinada ordem. O 
sino da igreja avisando da hora da missa. O apito do 
metrô marcando o horário de saída. 
 
Para usuário com baixa visão ou perda visual total, a 
informação sonora toma lugar de destaque no processo 
perceptivo e de orientação. Ambientes, mesmo que não 
equipados com sistema de informação sonora, revelam 
seu caráter pelo tipo de som produzido pelas atividades 
ali realizadas. Do mesmo modo, ambientes com 
excesso de ruído ou sobreposição de diversos tipos de 
chamados sonoros, podem ser confusos ou mesmo 
impossíveis de se "navegar". 
 
Em nosso objeto de estudo a informação sonora se 
mostra deficiente, uma vez que o terminal está inserido 
no centro de uma malha viária bastante movimentada e 
sua própria natureza – chegada e partida de veículos de 
grande porte – lhe confere altos índices de produção de 
ruído. Neste contexto, mesmo com a existência de 
sistema de informação sonora instalado e em 
funcionamento no prédio, este se mostra sub-
dimensionado (sobretudo em períodos de grande 
movimento), sendo insuficiente para atender as 
necessidades do púbico e do espaço onde se insere. 
 
3.1.5 Informação Adicional Verbal 
 
Dentre as informações sonoras tem importância 
especial a comunicação humana. Nos estudos de 
orientabilidade a informação verbal é aquela que 
complementa informações ambientais através de 
informação oral fornecidas pelos funcionários ou 
usuários do local mediante solicitação. 
 
A grande demanda por informação verbal pode ser 
considerada, em muitos casos, como sintoma de uma 
deficiência dos sistemas de informação arquitetônica e 
gráfica. Podemos perceber esta deficiência quando 
vemos, por exemplo, proliferar questões do tipo “como 
chego a tal lugar?”. Este tipo de situação, além de 
causar incômodo ao usuário (que se vê “perdido” a 
ponto de precisar solicitar informação a terceiros), gera 
também perda significativa de tempo, e 
conseqüentemente produtividade, por parte dos 
funcionários que transmitem esta informação. Estima-
se, por exemplo, que num hospital com cerca de 800 
leitos, os funcionários perdem 8000 horas/ano para 
orientar verbalmente e reconduzir os visitantes ao 
destino correto. Por outro lado, para um grande número 
de usuários, a informação verbal é encarada como um 
meio seguro de obtenção da informação desejada. 
Muitos destes preferem consultar alguém antes de 
consultar uma placa ou mapa. Através da conversação 
um percurso pode ser descrito a partir de referenciais 
familiares aos usuários. Estes, por sua vez, podem fazer 
perguntas adicionais que auxiliem na clareza da 
informação recebida. 
 
No Terminal Rita Maria, as deficiências dos sistemas 
de informação se evidenciam através da grande 
demanda por informação verbal dentro do edifício. 
Funcionários das empresas de viação, balconistas das 
lanchonetes, funcionários dos serviços de limpeza, 
policiais militares, taxistas e mesmo usuários da 
rodoviária, se transformam em agentes disseminadores 
de informações de orientação. O único balcão de 
informações aos usuários (exceto balcão de 
informações turísticas) pertence ao DETER e objetiva a 
informação de horários de chegada de ônibus no 
Terminal. No entanto, dado a ausência constatada de 
outras fontes de informação, acaba atendendo – de 
modo insatisfatório - a todo tipo de dúvida que se 
apresente. 
 
4. CONCLUSÕES GERAIS 
 
A orientabilidade pode então ser definida como o 
conjunto de fatores ambientais que permite o 
desempenho satisfatório de atividades de orientação em 
relação aos vários elementos/ sistemas de informação 
existentes no espaço. 
 
Vimos, a partir dos conceitos apresentados e dos 
exemplos do Terminal Rodoviário Rita Maria, que uma 
boa orientabilidade depende da qualidade dos 
diferentes sistemas de informação existentes e, 
sobretudo, da boa relação entre estes sistemas. Os 
sistemas de informação arquitetônica, do objeto e 
adicional, devem relacionar-se de modo coerente e 
completar-se em suas deficiências. Podemos concluir 
que para melhorar a acessibilidade de espaços para 
pessoas portadoras de deficiência, estudos 
multidisciplinares são fundamentais, assim como é 
necessário ampliar a abrangência da legislação atual 
que concentra-se tão somente na questão da 
mobilidade. É fundamental incluir em estudos e 
projetos a questão da informação como elemento 
fundamental para a concretização do acesso de modo 
universal. 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BINS ELY, Vera Helena Moro; DISCHIGER, Marta; 
_____MATTOS, Melissa Laus; RIEDTMAN, Louise; 
_____ANTONIOLLI, Maicon Jones. Acessibilidade e 
_____Orientabilidade no Terminal Rodoviário Rita 
_____Maria. Florianópolis, 2001. Relatório de Pesquisa – 
_____Programa Especial de Treinamento (PET/SESu), Curso 
_____de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de 
_____Santa Catarina. 
DISCHINGER, Marta. Designing for all senses: accessible 
_____spaces for visually impaired citizens, Goteborg, 
_____Chalmers University of Technology, 2000. 
FRUTIGER, Adrian. Signos Símbolos Marcas Señales . 
_____Barcelona: Gustavo Gili 1991. 
LYNCH, K. A Imagem da Cidade, São Paulo: Martins 
_____Fontes, 1980. 
PASSINI, R & SHIELDS, G. Wayfinding in Public 
_____Buildings: A Design Guideline, 1987. 
PEDROSO, Denise Maria Woranovicz. A Ergonomia 
_____Cognitiva e a Percepção Humana como Base 
_____para uma Proposta de Modelo de Sinalização 
_____em Ambientes Universitários, Florianópolis: 
_____Universidade Federal de Santa Catarina, 1994.

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