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Atletismo: Aspectos Pedagógicos e Aprofundamentos - UNIDADE I

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Prévia do material em texto

Autores: Prof. José Luis Fernandes
 Prof. Gil Oliveira da Silva Junior
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago 
 Prof. Mario André Sigoli
Atletismo: 
Aspectos Pedagógicos e 
Aprofundamentos 
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Professores conteudistas: José Luis Fernandes / Gil Oliveira da Silva Junior
José Luis Fernandes
Graduado em Educação Física, técnico esportivo, com especialização e mestrado pela Escola de Educação Física 
da USP. Professor de atletismo e futebol na USP, UNIP e Unesp, além de diversas faculdades de Educação Física. Possui 
vivência ampla como preparador físico e técnico de futebol profissional no Brasil e em vários outros países.
Como preparador físico e técnico, atuou em vários torneios internacionais com as seleções de base do Brasil e as 
seleções profissionais do Japão, Qatar, Peru e também equipes profissionais do Brasil, Peru, Qatar e Emirados Árabes 
Unidos. Disputou as seguintes competições: Campeonato Mundial Sub-20 da Fifa, Copa do Golfo e da Ásia de seleções 
profissionais, Copa Libertadores da América, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e campeonatos estaduais com 
equipes, tendo conquistado vários títulos nacionais e internacionais em todos os países onde trabalhou.
Autor de numerosos artigos em revistas especializadas, palestrante em congressos, seminários e cursos de 
especialização no Brasil e no exterior.
Gil Oliveira da Silva Junior
Graduado em Educação Física pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2007) e mestre em Treino Desportivo 
para Crianças e Jovens pela Universidade de Coimbra (2011), em Portugal, tendo o título reconhecido pela Escola de 
Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP). Trabalha no treinamento esportivo de pessoas com 
deficiência e alto rendimento na modalidade remo. Desde 2012, é docente na Universidade Paulista – UNIP, na disciplina 
de Corporeidade e Motricidade Humana, além de atuar com ensino do esporte, aprendizagem e desenvolvimento 
motor, crescimento e desenvolvimento humano.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F363f Fernandes, José Luis.
Atletismo: Aspectos Pedagógicos e Aprofundamentos / José Luis 
Fernandes, Gil Oliveira da Silva Junior. – São Paulo: Editora Sol, 2017.
172 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIII, n. 2-062/17, ISSN 1517-9230.
1. Atletismo. 2. Provas de pista. 3. Aspectos pedagógicos. I. Silva 
Junior, Gil Oliveira da II, Título.
CDU 796.422
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vitor Andrade
 Fernanda Pereira
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Sumário
Atletismo: Aspectos Pedagógicos e Aprofundamentos
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 CONHECENDO O ATLETISMO ...................................................................................................................... 11
1.1 Breve história do atletismo .............................................................................................................. 11
1.2 Divisão do atletismo ............................................................................................................................ 12
1.2.1 Provas de pista ......................................................................................................................................... 13
1.2.2 Provas de campo ..................................................................................................................................... 14
1.2.3 Saltos horizontais ................................................................................................................................... 14
1.2.4 Saltos verticais ......................................................................................................................................... 15
1.2.5 Lançamento de dardo ........................................................................................................................... 16
1.2.6 Lançamento de disco ............................................................................................................................ 16
1.2.7 Lançamento de martelo ....................................................................................................................... 17
1.2.8 Arremesso de peso ................................................................................................................................. 18
1.2.9 Provas combinadas ................................................................................................................................ 19
2 ETAPAS DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E TREINAMENTO DO ATLETISMO ...................... 20
2.1 Metodologia para o ensino e desenvolvimento ...................................................................... 21
2.1.1 Método do jogo ....................................................................................................................................... 22
2.1.2 Método global .......................................................................................................................................... 22
2.1.3 Método analítico ..................................................................................................................................... 22
Unidade II
3 PROVAS DE PISTA: CORRIDAS .................................................................................................................... 25
3.1 Classificação das provas de corridas ............................................................................................ 26
3.1.1 Quanto à organização ........................................................................................................................... 26
3.1.2 Quanto ao desenvolvimento .............................................................................................................. 26
3.1.3 Quanto ao ritmo ...................................................................................................................................... 27
3.1.4 Quanto ao esforço fisiológico ............................................................................................................ 27
3.1.5 Corridas empista coberta (200 metros) ou de competições indoor ................................. 27
3.1.6 Quanto ao piso......................................................................................................................................... 28
3.2 Técnica das corridas rasas ................................................................................................................. 28
3.2.1 Ação total do corpo ............................................................................................................................... 29
3.2.2 Ângulo de inclinação do corpo ......................................................................................................... 29
3.2.3 Movimento dos braços ......................................................................................................................... 30
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3.2.4 Movimento das pernas ......................................................................................................................... 30
3.3 Técnica das corridas de velocidade ............................................................................................... 30
3.3.1 Técnica da corrida................................................................................................................................... 31
3.4 Técnica para correr em velocidade ................................................................................................ 35
3.5 Metodologia para ensino, desenvolvimento e treinamento da velocidade ................. 36
3.6 Regras de competição ........................................................................................................................ 37
3.7 Técnica das corridas de meio fundo ............................................................................................. 38
3.7.1 Saída – 1ª fase .......................................................................................................................................... 38
3.7.2 Desenvolvimento – 2ª fase ................................................................................................................. 38
3.7.3 Chegada – 3ª fase ................................................................................................................................... 39
3.8 Técnica das corridas de fundo ........................................................................................................ 39
3.9 Técnica das corridas com obstáculos ........................................................................................... 40
3.10 Técnica das corridas com barreiras ............................................................................................. 41
3.11 Metodologia para o ensino e desenvolvimento da técnica .............................................. 47
3.11.1 Regras básicas de competição ......................................................................................................... 50
4 CORRIDAS DE REVEZAMENTO ................................................................................................................... 51
4.1 Técnica des revezamentos ................................................................................................................ 54
4.1.1 Técnica de revezamento 4x100 metros ......................................................................................... 57
4.1.2 Técnica de revezamento 4x400 metros ......................................................................................... 57
4.2 Metodologia para ensino da técnica dos revezamentos ...................................................... 58
4.2.1 Método do jogo ....................................................................................................................................... 58
4.3 Regras básicas de competição ........................................................................................................ 61
4.4 Marcha atlética ..................................................................................................................................... 62
4.4.1 Análise técnica ......................................................................................................................................... 64
4.4.2 Metodologia para o ensino e desenvolvimento da técnica .................................................. 70
4.5 Regras básicas de competição ........................................................................................................ 72
Unidade III
5 SALTOS HORIZONTAIS ................................................................................................................................... 78
5.1 Salto em distância ............................................................................................................................... 79
5.1.1 Corrida de impulso ................................................................................................................................. 79
5.1.2 Impulsão ..................................................................................................................................................... 80
5.1.3 Fase aérea ................................................................................................................................................... 80
5.1.4 Queda ou aterrissagem ........................................................................................................................ 82
5.2 Metodologia para o ensino da técnica ........................................................................................ 82
5.3 Regras básicas de competição ........................................................................................................ 85
5.4 Salto triplo .............................................................................................................................................. 87
5.4.1 Técnica de salto ....................................................................................................................................... 87
5.4.2 Metodologia para o ensino da técnica do salto ......................................................................... 89
5.4.3 Regras básicas de competição ........................................................................................................... 90
6 SALTOS VERTICAIS ........................................................................................................................................... 91
6.1 Salto em altura ...................................................................................................................................... 91
6.1.1 Técnica de salto ....................................................................................................................................... 93
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6.1.2 Metodologia para o ensino da técnica de salto ......................................................................... 98
6.1.3 Regras básicas de competição .........................................................................................................100
6.2 Salto com vara .....................................................................................................................................101
6.2.1 Técnica de salto .....................................................................................................................................105
6.2.2 Metodologia para o ensino e desenvolvimento da técnica ................................................109
6.2.3 Regras básicas de competição ..........................................................................................................111
Unidade IV
7 OS LANÇAMENTOS........................................................................................................................................1167.1 Arremesso de peso .............................................................................................................................119
7.1.1 Visão histórica ........................................................................................................................................119
7.1.2 Técnica de arremesso ..........................................................................................................................121
7.2 Fases da técnica no estilo de costas ou Parry O’Brien ........................................................121
7.2.1 Empunhadura .........................................................................................................................................121
7.2.2 Posição inicial ........................................................................................................................................ 122
7.2.3 Deslocamento (a, b, c) ........................................................................................................................ 122
7.2.4 Posição final (d) .................................................................................................................................... 122
7.2.5 Arremesso (e, f) ..................................................................................................................................... 122
7.2.6 Troca de pés ou reversão (g) ............................................................................................................ 123
7.3 Fases da técnica no estilo com rotação ....................................................................................124
7.3.1 Metodologia para ensino e desenvolvimento da técnica de arremesso de peso ...... 126
7.3.2 Regras básicas de competição ........................................................................................................ 127
7.4 Lançamento de dardo .......................................................................................................................128
7.4.1 Técnica de lançamento ...................................................................................................................... 129
7.4.2 Metodologia para o ensino da técnica ....................................................................................... 133
7.4.3 Regras básicas de competição .........................................................................................................141
8 LANÇAMENTO COM ROTAÇÃO .................................................................................................................142
8.1 Lançamento de disco ........................................................................................................................142
8.1.1 Técnica de lançamento ...................................................................................................................... 143
8.1.2 Metodologia para o ensino da técnica de lançamento ....................................................... 146
8.1.3 Regras básicas de competição ........................................................................................................ 149
8.2 Lançamento de martelo ..................................................................................................................150
8.2.1 Técnica de lançamento .......................................................................................................................151
8.2.2 Metodologia para ensino da técnica de lançamento ........................................................... 153
8.2.3 Regras básicas de competição ........................................................................................................ 158
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APRESENTAÇÃO
Este livro-texto tem como objetivo estudar as técnicas e regras básicas de competição das provas 
que compõem o atletismo, bem como a metodologia para o ensino dessa modalidade esportiva com 
seus respectivos estilos.
Os alunos deverão ser capazes de atuar na área da educação física escolar (licenciatura), aprofundando 
os conhecimentos básicos que são exigidos na formação do professor, tanto para atuar no esporte para 
saúde e lazer, quando em outros seguimentos do esporte não escolar, e, finalmente, nas bases do esporte 
em nível de rendimento (graduação).
Após estudar o conteúdo deste livro-texto, você deverá ser capaz de:
•	 conhecer os principais fatos históricos que deram origem ao atletismo;
•	 valorizar o atletismo como esporte de base e reconhecer seu valor filosófico, educacional, social, 
na saúde e também como esporte de rendimento;
•	 explorar os vários métodos de ensino do atletismo na busca de soluções pedagógicas mais 
adequadas às condições de trabalho oferecidas;
•	 conhecer as diferentes provas que compõem essa modalidade esportiva e as regras básicas 
de competição;
•	 estudar os movimentos técnicos e estilos das corridas, saltos e lançamentos;
•	 entender os exercícios apresentados como exemplos para se ensinar as técnicas das provas desse 
esporte e também o condicionamento físico específico para cada uma delas;
•	 entender as regras básicas que regem as competições nos níveis escolar, lazer e alto nível;
•	 atuar como pesquisador em atletismo.
INTRODUÇÃO
A disciplina Atletismo: Aspectos Pedagógicos e Aprofundamentos tem como proposta desenvolver 
nos alunos os conhecimentos básicos necessários ao futuro professor que pretende utilizar as técnicas 
desse esporte. O atletismo é considerado um “esporte de base” por ter surgido como uma atividade 
esportiva que reproduz, em forma de disputa, todas as atividades naturais do ser humano, que são: 
andar (marcha), correr, saltar e arremessar ou lançar.
Em cada unidade será abordado o conteúdo que faz parte do cotidiano do docente no desempenho da sua 
missão tanto no aspecto técnico, teórico e prático, como no pedagógico para a aplicação dos seus conhecimentos 
através de uma abordagem teórica sobre cada uma das provas, além da metodologia usada na aplicação prática.
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A teoria busca fundamentar o conhecimento e a identificação da modalidade, que envolve saber 
o que é o atletismo. Isso se efetiva através de uma visão histórica de sua origem e evolução; busca-
se também ensinar a modalidade nas diversas faixas etárias levando em consideração a natureza do 
crescimento e desenvolvimento dos indivíduos.
Para isso, serão estudadas as técnicas de cada uma das provas que compõem esse esporte; as 
metodologias mais utilizadas para o ensino e promoção da mecânica de cada prova; as regras básicas 
de competição no que se refere à interpretação dos aspectos práticos aplicáveis, principalmente em 
competições escolares ou de iniciantes; e as citações mais importantes que constam no texto oficial das 
regras vigentes para competições.
Inicialmente, serão abordados os aspectos históricos mais relevantes do atletismo, o que possibilitará 
uma visão resumida, mas esclarecedora, sobre os fatos que marcaram essa modalidade como a mais 
notável do esporte olímpico. Também veremos a composição e a divisão do atletismo, mostrando as 
etapas do processo de ensino e evolução desse esporte.
Em seguida, serão estudadas as provas de pista, constituídas pelas corridas em todas as suas formas, 
envolvendo os aspectos técnicos e físicos, as regras básicas de competição e a metodologia para o 
ensino e propagação dessa especialidade. Por fim, veremos as provas de campo, formadas pelos saltos, 
e as provas de lançamentos.
A ideia central do conteúdo está focada em esclarecer quando, como, onde e o porquê de tudo o 
que envolve o processo pedagógico para ensino, desenvolvimento e domínio dos componentes físico,técnico e tático nos diversos níveis de solicitação para a prática dessa atividade esportiva.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Unidade I
1 CONHECENDO O ATLETISMO
1.1 Breve história do atletismo
A origem do atletismo remonta aos tempos de nossos ancestrais, que, para sobrevivência, usavam no 
dia a dia algumas formas de atividades naturais: andar longas distâncias em busca de alimentos, correr 
atrás de vários tipos de animais ou para fugir deles; saltar obstáculos da natureza selvagem e arremessar 
ou lançar diferentes armas utilizadas para caçar. Essas ações rotineiras aos poucos foram transformadas em 
atividades de competição em festas religiosas, nas quais os participantes demonstravam suas habilidades 
naturais de marchar, andar, correr, saltar e lançar, que mais tarde se converteriam no atletismo.
As primeiras provas foram disputadas na Grécia Antiga em jogos religiosos praticados pelos gregos 
em honra aos deuses mitológicos. Dentre esses jogos, o mais importante, em homenagem a Zeus, teve 
início no ano de 776 a.C. na cidade grega de Olímpia. Os jogos eram disputados de quatro em quatro 
anos e até hoje são realizados dessa maneira.
Inicialmente, as provas eram disputadas em quatro tipos de corridas com distâncias variadas:
•	 estádio: corrida de 192 metros (comprimento do estádio);
•	 diaulós: corrida de 384 metros;
•	 dolichos: variava entre 7 e 24 estádios;
•	 corrida das armas: atletas corriam 2 e 4 estádios, levando capacete, escudo e um tipo de arma, 
que podia ser um gládio ou arco e flecha;
•	 pentatlo: composto de cinco provas disputadas por um atleta na seguinte ordem: lançamento de 
disco, lançamento de dardo, salto em distância, corrida do estádio e luta. Esse modo de disputa 
deu origem às provas combinadas do atletismo atual: o heptatlo e o decatlo.
Com a invasão e conquista da Grécia pelos romanos, os gregos perderam o interesse pelos jogos 
olímpicos, extintos definitivamente em 394 d.C. pelo imperador romano Teodósio. Durante toda a Idade 
Média, as atividades físicas e os esportes passaram por um período obscuro. Somente no início do século 
XIX, na Inglaterra, os esportes voltaram a ser praticados e foram regulamentados, passando a ser usados 
como modelo de socialização. Essa ideia foi aos poucos se espalhando por todo o mundo; os esportes 
adquiriram um formato moderno e continuam em evolução até hoje.
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Unidade I
Com o atletismo não foi diferente: a modalidade passou por uma série de transformações. A princípio, 
era praticada apenas por homens; mais tarde, gradativamente, as mulheres iniciaram a sua participação, 
mas limitadas a competirem em apenas algumas das provas. Aos poucos, elas foram ganhando mais 
espaço e, com a ajuda da ciência do esporte, alguns tabus foram quebrados. Atualmente, todas as provas 
que compõem o atletismo são disputadas por homens e mulheres, sem distinção.
A partir desses acontecimentos, o atletismo se tornou, e permanece, como principal modalidade 
olímpica dos tempos modernos, sendo também considerado o “esporte de base” e o único na “categoria 
1” estabelecida pelo Comitê Olímpico Internacional.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a trajetória do atletismo, leia a obra A história 
do atletismo como um saber necessário às aulas de Educação Física: 
aprofundamento no estudo das corridas com barreira, de Santos e 
Matthiesen (2013).
No Brasil, a prática do atletismo foi consolidada nas três primeiras décadas do século XX. Em 1914, a 
Confederação Brasileira de Desportos (CBD) filiou-se à International Association of Athletics Federations 
(Associação Internacional de Federações do Atletismo – IAAF), com sede em Londres. Em 1924, enviou 
a sua primeira equipe de atletismo aos Jogos Olímpicos da França; no ano seguinte, foi instituído o 
Campeonato Brasileiro de Atletismo, e em 1931 começa a participar dos campeonatos sul-americanos.
 Observação
O conhecimento dos fatos históricos se reveste de grande importância 
para qualquer atividade humana, pois é conhecendo o passado que 
entendemos o presente e preparamos o futuro.
1.2 Divisão do atletismo
Como já vimos, o atletismo é composto de grupos de provas, nos quais o praticante é desafiado a 
demonstrar o melhor de suas capacidades e habilidades naturais para correr, saltar, lançar e marchar de 
forma individual. Por ser uma atividade individual, pode ser praticado por todos, por prazer ou lazer ou 
pelo desejo de autossuperação.
Quando se trata de competição, um mesmo atleta não é capaz de render o máximo de suas 
potencialidades para se tornar um vencedor completo, já que isso exigiria condições específicas em 
todas as capacidades físicas e motoras em cada prova. Assim, os praticantes se especializam apenas em 
algumas modalidades.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
As opções são muito variadas. Em razão da complexidade e por uma questão de organização, todas 
as provas são distribuídas em grupos conforme suas características técnicas e físicas. Dessa maneira, a 
composição do atletismo é dada pelos seguintes grupos:
•	 provas de pista;
•	 provas de campo;
•	 provas combinadas;
•	 provas de competição indoor;
•	 marcha atlética;
•	 corridas de rua.
1.2.1 Provas de pista
Esse grupo é composto de corridas. Possui essa denominação por se tratar de provas disputadas em 
pista de corridas com distâncias de 100 metros até 10.000 metros:
•	 corridas rasas: 100, 200, 400, 800, 1500, 5000 e 10.000 metros;
•	 corridas com barreiras: 100 metros (feminino), 110 metros (masculino), 400 metros (masculino 
e feminino);
•	 corridas com obstáculos: 3000 metros.
•	 corridas de revezamento: 4 x 100 metros e 4 x 400 metros.
A pista oficial é oval e formada por duas retas opostas e duas curvas com raios iguais. Possui no 
mínimo oito raias, com 1,22 metros de largura cada, marcadas por linhas brancas de 5 cm de largura. A 
raia interna é denominada raia um (1), de onde se tira a medida do comprimento da pista, que deve ser 
de 400 metros – tomados a 30 cm da borda interna dessa raia.
Para todas as provas, existe uma única linha de chegada, que está situada no fim da reta principal. 
Nesta, são realizadas as corridas de 100 e 110 metros rasos e sobre barreiras.
As linhas de partida, para todas as provas, devem ser brancas, com 5 cm de largura e marcadas da 
linha de chegada para trás (medindo-se a distância de cada prova).
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Unidade I
Pista de atletismo
Fosso (3000)
Chegada
800 mt.
400 mt.
100 mt.110 mt.
200 mt.
1500 mt.
Figura 1 – Pista oficial de atletismo
1.2.2 Provas de campo
Este grupo de provas corresponde àquelas disputadas na parte interna da pista, que são as provas de 
saltos e arremesso ou lançamentos:
•	 saltos horizontais: salto em distância e triplo;
•	 saltos verticais: salto em altura e salto com vara;
•	 arremesso de peso;
•	 lançamentos do dardo, disco e martelo.
Cada uma dessas provas é disputada em uma área específica do campo e possui um nome de identificação.
1.2.3 Saltos horizontais
Os saltos horizontais (distância e triplo) são realizados em uma zona localizada paralelamente à 
reta principal da pista, que é formada por um corredor de 40 m de comprimento até o fim da tábua de 
impulsão, com 1,25 m de largura. Esse corredor termina em uma caixa de areia, denominada área de 
queda, de 2,75 a 3 metros de largura. O comprimento deve serde, no mínimo, 10 metros da tábua de 
impulsão até o fim da caixa de areia. A tábua de impulsão é feita de madeira ou outro material rígido, 
com 1,22 m de comprimento por 20 cm de largura e 10 cm de altura abaixo do nível da pista.
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1,22m
40,0m
Tábua de 
impulsão
Caixa de areia
3,0m x 20,0mCorredor de saltos
Figura 2 – Corredor de salto em distância e triplo
1.2.4 Saltos verticais
Os saltos verticais (altura e vara) são realizados em uma zona própria para cada um, na qual o 
saltador deve correr para acumular forças e conseguir impulsionar para cima e ultrapassar, o mais alto 
possível, uma barra (sarrafo) horizontal apoiada em dois postes.
A área para o salto em altura é composta de um corredor em forma de leque com 15, 20 ou 25 
m de comprimento, que termina na região de queda, com 5 m de largura por 3 m de fundo, onde é 
colocado o colchão ou outra coisa similar para amortecer a queda do saltador. Os postes para suporte 
da barra transversal deverão estar situados logo no início da área de queda e ser separados por uma 
distância de 4 m.
Pista para 
corrida de impulso
Área de salto em altura
Sarrafo ou barra
Suporte para 
o sarrafo
Colchão 
de queda
Figura 3 – Área de salto em altura
No salto com vara, para realizar sua tentativa, o saltador, portando nas mãos uma vara própria, 
utiliza um corredor marcado por linhas brancas de 5 cm de largura, com 40 a 45 m de comprimento por 
1,22 metros de largura. No fim desse corredor, é colocado o encaixe para a vara enterrado no chão ao 
nível da pista, que deve possuir 1 m de comprimento por 60 cm de largura na parte inicial e 40 cm na 
parte final, em sua parte alta, e 15 cm na parte baixa. Ao fim do corredor, logo em seguida ao encaixe, 
está situada a zona de queda, com 6 m2, onde se encontra um colchão com 80 cm de altura para queda.
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Unidade I
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No início da área de queda, são colocados os dois postes para suporte 
da barra.
1.2.5 Lançamento de dardo
A prova de lançamento de dardo é disputada em uma área formada por um corredor de, no mínimo, 
30 m de comprimento, marcado por duas linhas paralelas de 5 cm de largura e afastadas a 4 m uma da outra.
No fim desse corredor, existe um arco de círculo traçado com um raio de 8 m. Esse arco é pintado de 
branco, tem 7 cm de largura e pode ser de madeira. Em cada extremidade do arco, há um prolongamento 
de 75 cm das linhas em ângulo reto com o corredor. O setor de queda do dardo é demarcado com 
duas linhas brancas de 5 cm de largura, que, teoricamente, se iniciam no centro do corredor a 8 m de 
distância do fim do corredor de lançamentos. Ligando as duas linhas do setor de quedas, são traçados 
arcos de 10 em 10 metros a partir dos seus 40 m iniciais.
Figura 4 – Corredor e área de lançamento de dardo e a localização na pista de atletismo
1.2.6 Lançamento de disco
Essa prova consiste em se lançar um disco de 2 kg, para os homens, e 1 kg, para as mulheres, do 
interior do círculo de 2,5 m de diâmetro interno, contornado por um aro branco de 6 mm de espessura.
A partir do centro do círculo, iniciam-se duas linhas brancas com 5 mm de largura, que se estendem 
para fora e se prolongam para determinar o setor de queda a uma distância de vários metros, de acordo 
com o nível da competição.
O círculo é dividido em duas metades (denominadas anterior e posterior) que são marcadas por uma 
linha divisória, estendendo-se em 75 cm pelos lados de fora e formando um ângulo reto com o eixo 
central do setor de queda no centro do círculo.
Para agilizar a medição da distância do lançamento, são marcados arcos de 10 em 10 mm, unindo as 
linhas demarcatórias do setor de queda.
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Envolvendo o círculo, como modo de proteção em caso de desvio da trajetória do implemento a ser 
lançado, existe uma gaiola em forma de U, que evita a saída do disco para outra direção que não seja a 
desejada pelo competidor.
Figura 5 – Círculo do lançamento de disco e martelo
1.2.7 Lançamento de martelo
O lançamento de martelo é, tecnicamente, a prova mais complexa dos lançamentos, uma vez que 
envolve uma série de giros velozes executados pelo corpo do atleta e também do implemento (martelo) 
de uma forma muito rápida e coordenada dentro de um espaço relativamente pequeno, que é o círculo 
de lançamento.
O martelo é composto de três partes: cabeça, cabo e empunhadura.
A cabeça de metal é uma esfera de ferro maciço ou outro metal não menos macio, cheio de chumbo 
ou outro material sólido. O cabo é feito de arame de aço inteiriço com 3 mm de diâmetro, que pode 
ter alça em uma ou ambas as extremidades como meio de conexão com a cabeça e a empunhadura. A 
cabeça deverá ser rígida e sem nenhum tipo de conexão articulada.
empunhadura cabo cabeça
A) B)
Figura 6 – Desenho e foto do martelo
A competição se desenvolve em uma área composta de um círculo de 2,135 m de diâmetro, que 
pode ser de concreto, asfalto ou outro material firme, mas não escorregadio. Ao redor do círculo deve 
haver um aro de ferro pintado de branco com 5 cm de largura.
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Unidade I
O círculo é dividido em duas metades, posterior e anterior, marcadas por uma linha branca de 5 cm, 
que é marcada a partir do aro em sua parte lateral – com 75 cm de comprimento.
Teoricamente, partem do centro do círculo duas linhas brancas de 5 cm de largura que são marcadas 
a partir da parte externa do aro e se prolongam por, no mínimo, 75 m em cada lado do círculo para 
definir o setor de queda do martelo após seu lançamento.
Ao redor do círculo, deve haver uma gaiola de proteção em forma de U, tendo a parte aberta voltada 
para frente na direção do lançamento.
1.2.8 Arremesso de peso
Essa prova consiste em arremessar uma bola de ferro maciço de 7,26 kg e diâmetro de 110 a 130 mm 
para os homens; para as mulheres, 4 kg e com 95 a 110 mm de diâmetro.
Esse arremesso é realizado no interior de um círculo idêntico ao usado no lançamento de martelo, 
com apenas uma diferença: a existência de um anteparo de madeira com 1,22 m de largura colocado 
na frente do círculo, no início do setor de queda. Não há necessidade de possuir uma gaiola de proteção 
como existe para o disco e o martelo.
Figura 7 – Círculo e setor de queda para o peso
Na tabela a seguir, é mostrado um resumo geral dos pesos oficiais de cada implemento conforme as 
regras da Iaaf e da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Tabela 1 
Implementos Feminino menor, juvenil e adulto
Masculino 
menor
Masculino 
juvenil
Masculino 
adulto
Dardo 600 g 700 g 800 g 800 g
Disco 1,000 kg 1,500 kg 1,750 kg 2,000 kg
Martelo 4,000 kg 5,000 kg 6,000 kg 7,260 kg
Peso 4,000 kg 5,000 kg 6,000 kg 7,260 kg
Fonte: Iaaf/CBAt (2010).
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
 Lembrete
Devido à complexidade do atletismo, a competição é dividida em 
grupos de provas, que são as de pista (corridas) e as de campo (saltos 
e arremessos).
1.2.9 Provas combinadas
As provas combinadas no atletismo são representadas por desafios nos quais um mesmo atleta 
participa de uma combinação de várias provas, como corridas, saltos e lançamentos. A disputa se 
desenvolve em dois dias seguidosde competições.
Essas provas são realizadas em várias categorias, masculinas e femininas, e as mais 
conhecidas são o decatlo (dez provas para homens adultos) e o heptatlo (sete provas para 
mulheres adultas).
O decatlo compreende dez provas, disputadas em dois dias consecutivos, na seguinte ordem:
•	 primeiro dia: 100 m rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e 400 m rasos;
•	 segundo dia: 110 m com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 
1500 m.
O heptatlo feminino compreende sete provas, disputadas em dois dias consecutivos entre as 
mulheres, na seguinte ordem:
•	 primeiro dia: 100 m sobre barreiras, salto em altura, arremesso de peso e 200 m rasos;
•	 segundo dia: salto em distância, lançamento de dardo e 800 m rasos.
Os competidores recebem uma pontuação em cada uma das provas. Essa pontuação é somada, 
sendo declarado vencedor aquele que obtiver mais pontos.
 Saiba mais
O livro Atletismo: regras oficias de competição, de Iaaf/CBAt (2010), 
completa os conhecimentos e informações necessárias para os conteúdos 
desta unidade.
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Unidade I
2 ETAPAS DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E TREINAMENTO DO ATLETISMO
Como todos os esportes, o ensino e o desenvolvimento do atletismo envolvem um processo a longo 
prazo dividido em etapas e que atendem a um processo natural de promoção das capacidades físicas 
e morfológicas dos indivíduos. Nesse contexto, deve ser explorado tudo o que é mais adequado à faixa 
etária e às solicitações mecânicas exigidas na prática dessa modalidade esportiva.
Considerando essas necessidades, cada etapa que compõe esse processo tem uma denominação 
própria conforme especialistas, e neste livro-texto vamos utilizar uma ideia bem adequada à visão.
Frometa e Takahashi (2004) dividem todo o processo de aprendizagem e evolução do atletismo em etapas:
•	 Etapa de iniciação (dos 9 aos 13 anos de idade e composta de duas fases):
— período de formação inicial multilateral;
— período de formação inicial multilateral especial em uma área do atletismo.
•	 Etapa de desenvolvimento (de 14 a 19 anos de idade).
•	 Etapa de alto rendimento (acima de 19 anos de idade).
•	 Etapa de “destreinamento”.
A etapa de iniciação multilateral compreende a fase em que a criança está em pleno desenvolvimento 
de suas capacidades físicas e motoras, em especial a coordenação motora. Portanto, é favorável a 
aquisição das mais variadas experiências de movimentos, que compõem a base para a aprendizagem da 
técnica esportiva em geral.
A partir dessas considerações, os objetivos a serem perseguidos são:
•	 Familiarizar-se com o treinamento da etapa de formação básica do processo de evolução física 
e técnica multilateral, adquirindo hábitos e habilidades motoras que permitem sustentar uma 
futura especialização em uma área do atletismo.
•	 Executar os exercícios motores básicos que sustentam a técnica de iniciação nas corridas, nos 
saltos horizontais e verticais, no lançamento da pelota e na marcha atlética.
•	 Fomentar hábitos para fazer da prática do atletismo uma atividade consciente e sistemática.
•	 Solucionar medidas didáticas e pedagógicas durante o processo de formação inicial.
•	 Familiarizar-se com o progresso de qualidades volitivas que os preparem para submeter-se a 
níveis de carga de treinamento cada vez maiores em volume e intensidade.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Na etapa de iniciação multilateral especial em uma área do atletismo, com a base adquirida no 
período anterior, o trabalho começa a ser dirigido para uma especialidade ou grupo de provas, já 
começando a explorar o potencial da criança para que naturalmente ela comece a gostar e a praticar 
sistematicamente aquela modalidade.
A partir dos 14 anos, o adolescente, com uma base já solidificada e com identidade direcionada para 
uma das áreas do atletismo, começa a praticar uma atividade mais específica, de preferência não apenas 
em uma prova. Essa é a característica da etapa do desenvolvimento, que dura, em média, de cinco a 
seis anos. No fim dessa etapa, o jovem já estará completamente identificado com uma ou mais provas 
do atletismo; chega o momento de decidir em qual prova ele se especializará, em que nível seguirá 
praticando o esporte e quais serão as suas pretensões.
A partir dos 19 anos, se a opção for pela continuidade, inicia-se uma nova etapa, que visa ao preparo 
para competições de alto nível e alto rendimento, daí o nome etapa de alto rendimento. É o momento da 
busca incansável pela perfeição, que depende das exigências predominantes no tipo de prova praticado. 
A duração desse período áureo está condicionada às exigências da modalidade, por exemplo, em provas 
predominantemente de velocidade, os melhores resultados da vida atlética chegam, no máximo, até os 
28 anos de idade; para cada especialização existe um período variável de melhor performance.
Após esse período áureo, inicia-se um novo período denominado “destreinamento” (FROMETA; 
TAKAHASHI, 2004), que poderia ser considerado como uma fase de manutenção para prolongar a vida 
útil do atleta.
Independentemente do nome dado a cada etapa, fase ou estágio, o mais importante é entender o 
que deve ser trabalhado ou treinado em cada momento ou espaço de tempo ao longo do processo. Essa 
é a compreensão necessária para a aplicação correta de uma metodologia adequada a cada objetivo, 
sem queimar etapas e dando uma continuidade natural a todos os critérios que envolvem o ensino e 
desenvolvimento do atletismo.
 Saiba mais
Para ampliar o conhecimento sobre as etapas do ensino e desenvolvimento 
do atletismo, leia a obra: FROMETA, E. R.; TAKAHASHI, K. Guia metodológico 
de exercícios em Atletismo. Porto Alegre: Artmed, 2004.
2.1 Metodologia para o ensino e desenvolvimento
É essencial iniciarmos esse assunto perguntando: como o professor ensinará o atletismo? Saber 
ensinar é, provavelmente, a maior virtude do professor; nela, está envolvida uma série de atributos 
imprescindíveis, e um deles é conhecer e escolher as metodologias adequadas para a faixa etária, os 
objetivos e as condições em que irá trabalhar.
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Unidade I
Os métodos aplicados podem ser muito variados, mas nas disciplinas esportivas alguns deles são 
praticamente universais e simples de entender e aplicar.
Vamos então conhecer esses métodos, que são os mais utilizados e eficientes.
Exemplo de aplicação
O atletismo é considerado o esporte de base porque reproduz as atividades naturais dos humanos, que 
são: andar (marcha), correr, saltar e arremessar. Reflita a respeito das provas que compõem o atletismo 
moderno e de que forma sua prática poderá contribuir para o desenvolvimento das capacidades físicas 
e motoras das pessoas, em especial na idade escolar.
2.1.1 Método do jogo
Esse método é muito importante, especialmente na faixa etária entre 8 e 10 anos de idade, porque 
tem um caráter lúdico que motiva a criança. É promovido através de jogos adaptados aos componentes 
técnicos e físicos do atletismo. Como todos os métodos, possui vantagens e desvantagens para o 
resultado final:
•	 vantagens: caráter lúdico, motivação, espírito de equipe, inclusão de todos e também favorece a 
criatividade;
•	 desvantagens: não trabalha a coordenação bilateral (a menos que sejam incluídas regras obrigando 
o uso de ambos os lados do corpo), imprecisão do aprendizado.
2.1.2 Método global
Como o próprio nome sugere, com este método a aprendizagem acontece através da prática da 
modalidadecomo um todo, ou seja, a técnica é aprendida e promovida com a prática sistemática do 
gesto técnico global. Por exemplo, aprende-se a saltar triplo, correr sobre barreiras, arremessar peso etc., 
executando a ação técnica dessas provas, ou seja, salta triplo, arremessa, corre com barreiras e assim por 
diante. Aprende-se as corridas, correndo; os saltos, saltando e lançar, lançando.
•	 vantagens: grande motivação, liberdade, solicitação natural da criatividade e do talento;
•	 desvantagens: não desenvolve a coordenação bilateral, possibilita a aprendizagem com deficiências 
técnicas.
2.1.3 Método analítico
O método analítico também é conhecido como método das partes. Ocorre passo a passo: a 
aprendizagem se dá por meio da aplicação de uma sequência pedagógica (sequência de exercícios 
educativos exercida em dificuldade progressiva).
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
•	 vantagens: o aprendizado é mais eficiente devido ao grande número de repetições do movimento 
e favorece o desenvolvimento da coordenação bilateral (lado direito e esquerdo do corpo);
•	 desvantagens: pode ser desmotivador, muito mecânico e não envolve a criatividade.
Mais adiante, quando for estudada cada uma das provas, serão apresentados exemplos de exercícios 
e atividades correspondentes a cada um desses métodos.
 Observação
A escolha e a utilização ou preferência por algum dos métodos fica a 
critério do professor, porém, alguns cuidados devem ser tomados, como: 
quantidade e tipo de material disponível, local, quantidade de alunos e 
tempo para desenvolver a aprendizagem.
 Resumo
O atletismo, considerado o “esporte de base”, é o mais antigo entre 
todos os esportes praticados. Surgiu como uma forma de competição em 
jogos religiosos na Grécia Antiga para homenagear seus deuses através 
da disputa. As modalidades representavam as atividades naturais do ser 
humano usadas para a sobrevivência, como andar (marcha), correr, saltar 
e arremessar. Desses jogos religiosos praticados naquela época, um deles 
continua sendo realizado: os Jogos Olímpicos da Era Moderna.
Inicialmente, o atletismo era praticado apenas pelos homens; as 
mulheres foram, ao longo da História e aos poucos, conquistando seu 
próprio espaço e hoje competem da mesma maneira nas mesmas provas 
que antes eram privilégio dos homens.
No Brasil, o atletismo foi consolidado apenas a partir do século XX, 
quando a Confederação Brasileira de Atletismo se filiou à Associação 
Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), entidade que comanda 
esse esporte no mundo.
Hoje o atletismo é um esporte composto de muitas provas distribuídas 
em grupos de acordo com suas características: as provas de pista, os saltos 
horizontais e verticais, os lançamentos, as provas combinadas (heptatlo e 
decatlo), as corridas de rua e a marcha atlética.
As corridas compõem o grupo das provas de pista, que são disputadas 
ao ar livre e em recintos fechados (indoor), representadas pelas corridas 
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Unidade I
rasas, com obstáculos e barreiras e os revezamentos. A pista padrão oficial 
de atletismo é oval, composta de duas retas e duas curvas com 400 metros 
de perímetro e oito raias.
As provas de campo são evidenciadas pelos saltos em distância, triplo, 
em altura e com vara. Os lançamentos são formados pelo disco, dardo, 
martelo e arremesso de peso. Todas essas provas são disputadas na parte 
interior da pista, cada uma em uma área própria e com regras específicas.
A aprendizagem e o desenvolvimento dessas provas ocorrem de acordo 
com um processo dividido em etapas em que cada uma possui determinados 
objetivos a serem alcançados, que estão relacionados com faixas etárias 
onde cada uma é mais favorável para se atingir metas técnicas e físicas.
Frometa e Takahashi (2004) dividem todo esse processo de aprendizagem 
e evolução do atletismo em várias etapas: iniciação, desenvolvimento, alto 
rendimento e destreinamento.
Conforme os objetivos de cada etapa, deve ser escolhida uma 
metodologia especial que atenda às necessidades do professor de educação 
física e que esteja relacionada com o material disponível, local para exercer 
o trabalho e tempo para atingir as metas estabelecidas.
Dentre os vários métodos de ensino, destacamos três deles que possuem 
uma aceitação universal e são muito eficientes: os métodos analítico, global 
e do jogo.
Todos os métodos possuem vantagens e desvantagens, portanto, 
o professor deve escolher com atenção e critério para que possa 
aproveitar, em uma combinação adequada, todos os pontos positivos 
que cada um proporciona.

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