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P á g i n a | 1 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. VOLUME 07 - NÚMERO 01 - 2012 - MAGAZINE P á g i n a | 2 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. É com grande satisfação que, no vigésimo sexto ano de realização do Encontro Nacional de Atividade Física/ENAF, publicamos a Revista on-line ENAF SCIENCE. Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de agradecimento e retribuição a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da atividade física e da saúde. No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de acadêmicos e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem, turismo e pedagogia. A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso Científico vinculado ao ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes que unem formação e produção. É a partir desse contexto que a Revista on-line ENAF SCIENCE é novamente lançada. Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão presentes todos os trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de artigo completo ou como resumo na forma de pôster. Esperamos que este seja a continuação dos passos que pretendemos empreender na busca por um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho mais essencial: participar da construção de uma ciência da atividade física. Comissão Científica: Prof. Marcelo Callegari Zanetti Prof. Sérgio Henrique Braz Prof. Luciano Antônio da Silva Profª. Andressa Mella Cooordenador Geral: Prof. Dto. Marcelo Callegari Zanetti Doutorando em Desenvolvimento Humano e Tecnologias - UNESP/RIO CLARO Mestre em Ciências da Motricidade - UNESP/RIO CLARO P á g i n a | 3 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. ÍNDICE DOS TRABALHOS ARTIGOS A IMPORTÂNCIA E OS BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO PARA PORTADORES DO VÍRUS HIV/AIDS: UM ESTUDO DE REVISÃO ................................................................... 9 ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE A FORÇA DE PREENSÃO MANUAL E CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS EM MULHERES IDOSAS ....................................................................... 17 COMPARAÇÃO DO ESTRESSE EM CRIANÇAS DE 8 A 15 ANOS PRATICANTES DE FUTSAL ................................................................................................................................................. 22 DESPORTO E LAZER, UM PROGRAMA DE EXTENSÃO. ........................................................ 31 PERFIL ANTROPOMÉTRICO E MORFOLÓGICO DE ÁRBITRO PROFISSIONAL DA REGIÃO SUL E NORDESTE DO BRASIL ...................................................................................... 38 APTIDÃO FÍSICA DE SENHORAS IDOSAS DO PROGRAMA DE GINASTICA MATINAL DA CIDADE DE BARRETOS ................................................................................................................... 46 EXERCÍCIO FÍSICO PARA DIABÉTICOS: ..................................................................................... 51 TRATAMENTO, CONTROLE E QUALIDADE DE VIDA ............................................................... 51 NUTRIÇÃO E GLUTAMINA: A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA ORIENTAÇÃO DIETÉTICA E DE SUPLEMENTOS NO DESEMPENHO DE ATLETAS JOVENS NADADORES ..................................................................................................................... 60 INFLUÊNCIA DO PROGRAMA DE REEDUCAÇÃO POSTURAL NA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES ACOMETIDOS POR LOMBALGIA CRÔNICA................................................. 64 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E APTIDÃO FÍSICA FUNCIONAL EM IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA E LÚDICA RECREATIVA ........................................... 73 COMPARAÇÃO ENTRE O COMPORTAMENTO DO LACTATO E GLICOSE SANGUÍNEA EM JOGADORES DE BASQUETEBOL .......................................................................................... 83 EFEITOS DO ALONGAMENTO ESTÁTICO NO DESEMPENHO DE PROVAS CURTAS DE VELOCIDADE - 50 METROS ............................................................................................................ 90 A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO. ........................................................................................... 96 SINTOMAS DE STRESS PRÉ-COMPETITIVO: ESTUDO COM ATLETAS DE FUTSAL CATEGORIA SUB – 11 .................................................................................................................... 102 SOCIALIZAÇÃO DOS PROFESSORES NO ESPAÇO ESCOLAR: (RE)CONSTRUÇÃO DE SUAS AÇÕES E IDENTIDADE PROFISSIONAL ........................................................................ 108 A INFLUÊNCIA DA INICIAÇÃO ESPORTIVA UNIVERSAL NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE UM GRUPO DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL I ........................ 115 P á g i n a | 4 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. A EXPOSIÇÃO DOS TRABALHADORES RURAIS AOS AGROTÓXICOS UTILIZADOS NO PLANTIO DA BATATA ........................................................................................................................ 125 FATORES QUE CAUSAM ESTRESSE EM LUTADORES DE CARATÊ NA FAIXA ETÁRIA DE 16 E 17 ANOS ............................................................................................................................. 136 DISTÚRBIOS NA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: DIAGNÓSTICO E MULTIDISCIPLINARIDADE ¹ .......................................................................................................... 144 A GINÁSTICA LABORAL COMO FATOR DE REDUÇÃO DE LER/DORT EM POLICIAIS MILITARES DA RONDA OSTENSIVA COM MOTOCICLETAS (ROCAM) ............................. 152 INTERVENCÕES AQUÁTICAS E AVALIAÇÃO MOTORA COM PORTADORES DE DEFICIÊNCIA DO PROJETO PIRACEMA ................................................................................... 164 PERFIL DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DAS FREQUENTADORAS DA ACADEMIA AO AR LIVRE DE BARRETOS ..................................................................................................................... 168 PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE MULHERES FUTEBOLISTAS DO CLUBE ATLÉTICO MINEIRO ............................................................................................................................................. 174 INFLUÊNCIA DE UMA AULA DE DANÇA DE SALÃO NO ESTADO DE HUMOR DE SEUS PRATICANTES .................................................................................................................................. 187 A CAPTURA DE IMAGEM COMO RECURSO TECNOLÓGICO NA APRENDIZAGEM DO VOLEIBOL: IMAGENS MONOCROMÁTICAS ............................................................................. 195 A POSSIBILIDADE DE UM PENSAR MULTI/INTERDISCIPLINAR NA ÁREA DA SAÚDE . 203 AVALIAÇÃO POSTURAL PELA ESCALA DE NEW YORK E TRATAMENTO ERGÔNOMICO DOS COLABORADORES DA COZINHA PILOTO DO MUNICIPIO DE BRODOWSKI-SP . 210 AVALIAÇÃO POSTURAL UTILIZANDO A BIOFOTOGRAMETRIA NOS COLABORADORES DA COZINHA PILOTO DO MUNICIPIO DE BRODOWSKI-SP .................................................214 AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL À LUZ DA RESOLUÇÃO CNE/CEB N.º 7/2010 ............................................................................... 217 COMPARAÇÃO DA CAPACIDADE AERÓBIA, ESTADO DE ÂNIMO E QUALIDADE DE VIDA EM ADULTOS PRATICANTES DE NATAÇÃO APÓS UM PERÍODO DE TREINAMENTO DE 4 SEMANAS. ................................................................................................. 225 COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO A OMS EM MULHERES COM IDADES ENTRE 45 E 55 ANOS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA E MUSCULAÇÃO .............................................................................................................................................................. 233 O ENSINO DAS TÉCNICAS DE GOLEIRO DURANTE AS AULAS DE FUTSAL, MINISTRADAS PARA TURMAS DE 6º E 7º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO RIO DE JANEIRO .............................................................................. 240 A DANÇA NO CONTEÚDO ESCOLAR ......................................................................................... 248 A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E REDUÇÃO PONDERAL: ............................................. 256 P á g i n a | 5 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. UM ESTUDO COMPARATIVO EM INDIVÍDUOS OBESOS ...................................................... 256 PRESCRIÇÃO DE EXECÍCIOS FÍSICOS PARA IDOSOS: REVISÃO DE LITERATURA. .. 264 MANUAL EDUCACIONAL PARA PACIENTES PÓS-CÂNCER DE MAMA ............................ 269 A INFLUÊNCIA DA NATAÇÃO NA RECUPERAÇÃO DE ENFERMIDADES ......................... 276 IMPACTO DE UM PROGRAMA DE AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS NÃO- SUPERVISIONADO SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL E A APTIDÃO FÍSICA DE MULHERES ........................................................................................................................................ 282 O EFEITO DA COMPRESSÃO SOBRE O OTG EM JOVENS SEDENTÁRIAS: ESTUDO PILOTO ............................................................................................................................................... 289 EDUCAÇÃO INDIGENA: REFLEXOS POSITIVOS E NEGATIVOS DE UMA EDUCAÇÃO OCIDENTAL NOS YANOMAMI ...................................................................................................... 293 AS CONTRIBUIÇÕES DA NATAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR INFANTIL ............................................................................................................................................ 301 MÚSICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA .......................................................................... 319 PÔSTERES A CAPTURA DE IMAGEM COMO RECURSO TECNOLÓGICO NA APRENDIZAGEM DO VOLEIBOL: MARCADORES COLORIDOS .................................................................................. 324 BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA EM GRUPOS GERIÁTRICOS – UMA REVISÃO LITERÁRIA ......................................................................................................................................... 325 A MARCAÇÃO POR ZONA NA INICIAÇÃO AO BASQUETEBOL COMO MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO DOS FUNDAMENTOS PASSE E DRIBLE .......................................... 326 A INFLUÊNCIA DATCENOLOGIA NO COMBATE DA OBESIDADE INFANTIL ................... 327 A INFLUÊNCIA DA MUSCULAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO DE SEUS PRATICANTES .......... 328 A INFLUÊNCIA DA FLEXIBILIDADE NA POTÊNCIA DE ATLETAS DE HANDEBOL DO SEXO FEMININO .............................................................................................................................. 329 A DANÇA NA TERCEIRA IDADE: POTENCIALIZANDO E ARQUITETANDO CONHECIMENTOS .......................................................................................................................... 330 A CAPOEIRA QUE PODE SER REINVENTADA PARA SERVIR DE INSTRUMENTO PEDAGÓGICO NO AMBIENTE ESCOLAR .................................................................................. 331 PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DAS ACADEMIAS AO AR LIVRE DO MUNICÍPIO DE LONDRINA - PR ................................................................................................................................ 332 P á g i n a | 6 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. ANÁLISE DE FATORES AMBIENTAIS PARA O CONFORTO DO TRABALHADOR APÓS PROGRAMAS DE GL E TREINAMENTOS DE SEGURANÇA NO TRABALHO EM UMA EMPRESA PROCESSADORA DE ALIMENTOS ......................................................................... 333 ARTES CIRCENSES NO ÂMBITO ESCOLAR: UMA POSSIBILIDADE, UM NOVO OLHAR .............................................................................................................................................................. 334 AS DIFERENÇAS DO MÉTODO GLOBAL E TODO REPETITIVO NO PROCESSO ENSINO - APRENDIZAGEM DO FUNDAMENTO DA BANDEJA NO BASQUETEBOL ....................... 335 RESUMO SOBRE O TEMA : TREINAMENTO FUNCIONAL .................................................... 336 BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR ....................................................................................... 337 PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS AVIADORES DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA DE DIFERENTES MODALIDADES DE AVIAÇÃO ............................................................................. 338 CONSEQUÊNCIAS DO TÉRMINO DA CARREIRA ESPORTIVA. ........................................... 339 DIFERENÇA DOS NÍVEIS DE AGILIDADE ENTRE OS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DO BASQUETEBOL FEMININO ....................................................................... 340 O EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO PARA MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA DE TRABALHADORES DE UMA EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA – PR .................................................................................................. 341 A UTILIZAÇÃO DO TESTE DE 1RM COMO UMA FERRAMENTA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM ENTRE O DOCENTE E O DICENTE NA PRATICA DA AVALIAÇÃO DOS IDOSOS FREQÜENTADORES DO PROJETO UNIVERSIDADE DA TERCEIRA IDADE ............................................................................................................................ 342 COMPARAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E DA QUALIDADE DE VIDA EM CRIANÇAS DE ESCOLA PÚBLICA E PARTICULAR, DA CIDADE DE TUPÃ, SÃO PAULO. .............................................................................................................................................................. 343 O RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES DA POPULAÇÃO IDOSA DE ITOBI (SP) INDICADO PELO RCQ ..................................................................................................................... 344 IMC DE IDOSOS DO GRUPO DA MELHOR IDADE DA CIDADE DE ITOBI-SP .................. 345 INCIDÊNCIA DE LESÕES EM JUDOCAS MASTERS DO SEXO MASCULINO ................... 346 JOGOS LÚDICOS NA INICIAÇÃO AO BASQUETEBOL ........................................................... 347 PERFIS ANTROPOMÉTRICOS DE ATLETAS DA EQUIPE DE PARAQUEDISMO DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA ......................................................................................................... 348 LUDIDANÇANDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................................. 349 O EDUCADOR FÍSICO COMO AGENTE FACILITADOR DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO FORMAL .............................................................................. 350 P á g i n a | 7 Revista ENAF Science Volume7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. AVALIAÇÃO DO GANHO DE FORÇA NOS EXERCÍCIOS CLÁSSICOS DO TREINAMENTO RESISTIDO UTILIZANDO O TREINAMENTO FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS NÃO FAMILIARIZADOS ............................................................................................................................. 351 OS BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DA GINÁSTICA PARA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES NO MUNICÍPIO DE BOCA DO ACRE/ AMAZONAS. ......................... 352 RELAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL, COMPOSIÇÃO CORPORAL E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA: UM ESTUDO EM UNIVERSITÁRIOS ....................................................... 353 OBJETIVO CALCULAR O INDICE DE MASSA CORPORAL NO PROGRAMA ESCOLA DA FAMILIA DA CIDADE DE MOCOCA-SP. ...................................................................................... 354 COMPARAÇÃO DE COMPOSIÇÃO CORPORAL DE CRIANÇAS PRATICANTES DE JUDÔ COM E SEM RISCO SOCIAL.......................................................................................................... 355 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE COMPETIDORES DE JUDÔ DA CLASSE SUB 15 ................................................................................................................................................ 356 ANÁLISE DE CAPACIDADES FÍSICAS DE PRATICANTES DE JUDÔ ................................. 357 MUSCULAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA PARA OS IDOSOS: ................................................ 358 UMA BREVE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 358 INCLUSÃO DE ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DA ZONA URBANA DE SANTARÉM ......................... 359 A LATERALIDADE E SUA INFLUENCIA NO DRIBLE DO BASQUETEBOL NO PERÍODO DE INICIAÇÃO ESPORTIVA. .......................................................................................................... 360 MÚSICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA .......................................................................... 361 USO DA SULFADIAZINA DE PRATA E NITRATO DE CÉRIO ASSOCIADO A PAPAÍNA NO TRATAMENTO DE FERIDAS TRAUMÁTICAS: RELATO DE CASO ...................................... 362 ANÁLISE DO PERCENTUAL DE GORDURA EM ATLETAS DE HANDEBOL SÃO JOSE DO RIO PARDO. ...................................................................................................................................... 363 VO2 MÁXIMO,UMA ANÁLISE DE PRATICANTES DE FUTEBOL DE FIM DE SEMANA ... 364 A EXPOSIÇÃO DOS TRABALHADORES RURAIS AOS AGROTÓXICOS UTILIZADOS NO PLANTIO DA BATATA...................................................................................................................... 365 INFLUÊNCIA DO PROGRAMA DE REEDUCÃO POSTURAL NA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES ACOMETIDOS POR LOMBALGIA CRÔNICA. ..................................................... 366 A MELHORIA DO RENDIMENTO ESCOLAR ATRAVÉS DA QUALIDADE DE VIDA DOS DOCENTES QUE PRATICAM GINÁSTICA LABORAL. ............................................................. 367 IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA INTENSIDADE DA DOR MUSCULAR DE TRABALHADORES DE UMA EMPRESA DE PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS .......... 368 P á g i n a | 8 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO FÍSICO, DE 500 ALUNOS DA ESPCEX, DURANTE UM ANO DE TREINAMENTO AERÓBIO. ............................................................................................ 369 ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CORONARIANAS DE ALUNOS INICIANTES EM ACADEMIA .................................................................................. 370 DA CIDADE DE IGUATAMA-MG .................................................................................................... 370 PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CORONARIANAS EM PACIENTES DA FUMUSA DE ARCOS - MG COMO MEIO DE INTERVENÇÃO MULTIPROFISSIONAL PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE. ......................................................... 371 FORÇA DE MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES DE ALUNOS DA ZONA RURAL E ZONA URBANA DO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................................... 372 EDUCACÃO FÍSICA: PRÁTICA QUE FAVORECE A RECONSTRUCAO DOS VALORES SOCIAIS DE JOVENS QUE CUMPREM MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS. ......................... 373 USO DA BOLA TERAPÊUTICA EM PACIENTES COM AVE ................................................... 374 REAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E O PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO FRENTE AS PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO MODERNA ........................................................................... 375 P á g i n a | 9 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. Artigos A IMPORTÂNCIA E OS BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO PARA PORTADORES DO VÍRUS HIV/AIDS: UM ESTUDO DE REVISÃO HENDGES, E. A1; ALENCAR, L.B.S. de1; SANTOS, E.C.G. dos1; MELO, G.E.L de1. 1-Universidade do Estado do Pará – Pará – Brasil. e-mail: hendges_everton@hotmail.com RESUMO A AIDS é uma doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema imunológico, no qual é acometido pelo vírus da imunodeficiência humana – HIV. Nesta perspectiva, este trabalho tem como objetivo informar sobre as principais características da AIDS, tais como, infecção, sintomas, tratamento farmacológico, efeitos colaterais do tratamento e evidenciar a importância e os benefícios do exercício físico para os HIVs soropositivos. Destarte, a presente pesquisa refere-se a um estudo de cunho qualitativo, realizado por meio de uma revisão bibliográfica de caráter documental, que de acordo com Lakatos; Marconi (2007) a pesquisa bibliográfica é o subsídio de toda pesquisa científica, tendo como embasamento teórico autores renomados que versam sobre a referida temática tais como Brasil (2012) Stringer (2006) Terry (2006) Palermo; Feijó (2003). Dessa forma, segundo os autores citados, a contaminação do HIV pode ser através do ato sexual, por progênie e por compartilhamento de seringas, a infecção é dividida em três fases, primeira fase é marcada por uma síndrome retroviral aguda e apresenta sintomas como: febre alta, dores de garganta, mialgias e fadiga acentuada, na segunda fase o vírus permanece assintomático por um período indeterminado, e na terceira fase há um colapso do HIV no organismo onde os níveis aumentam drasticamente no plasma sanguíneo causando imunossupressão, diarreias, febres prolongadas, fadiga e perda de peso. Para amenizar esses sintomas a terapia antirretroviral se mostra eficaz no controle do HIV e no restabelecimento do sistema imunitário, porém o uso da medicação à longo prazo causa efeitos colaterais como: lipodistrofia, toxidade mitocondrial, hipersensibilidade e anormalidades metabólicas. O exercício físico tem a capacidade de melhorar as funções fisiológicas do sistema imunitário, desde que observadas às características individuais e respeitados os limites de intensidade, o mesmo melhora a composição corporal e a capacidade cardiorrespiratória. Através da pesquisa realizada podemos perceber que pouco se sabe a respeito dos exercícios de alta intensidade e de seus efeitos no sistema imunológico dos portadores de HIV. Porém, os exercícios físicos aeróbicos e anaeróbicos promovem melhorias na qualidade de vida, no combate a depressão e aumento da autoestima. Palavras Chave: Exercício Físico, HIV, sistema imunológico. ABSTRACT AIDS is a diseasecharacterized by severe dysfunction of the immune system, which is affected by the human immunodeficiency virus - HIV. In this perspective, this paper aims to inform about the main features of AIDS such as infection, symptoms, drug therapy, side effects of treatment and highlight the importance and benefits of exercise for HIVs P á g i n a | 10 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. seropositive. Thus, this research refers to a qualitative study, conducted through a literature review of documentary character, which according to Lakatos; Marconi (2007) bibliographical research is the allowance of all scientific research, with the theoretical basis renowned authors that deal with such themes such as Brasil (2012) Stringer (2006) Terry (2006) Palermo; Feijó (2003). Thus, according to the authors, the spread of HIV can be through sexual intercourse, per progeny and by sharing needles, the infection is divided into three phases, first phase is marked by an acute retroviral syndrome and symptoms as fever discharge, sore throat, severe muscle pain and fatigue in the second stage the virus is asymptomatic for an indefinite period, and the third phase there is a collapse of the body where HIV levels in blood plasma increases dramatically causing immunosuppression, diarrhea, prolonged fever, fatigue and weight loss. To alleviate these symptoms antiretroviral therapy proves effective in controlling HIV and restore immune system, but the use of long- term medication causes side effects such as lipodystrophy, mitochondrial toxicity, hypersensitivity and metabolic abnormalities. Exercise has the ability to improve the physiological functions of the immune system, since the observed individual characteristics and compliance with the limits of intensity, it improves body composition and cardiorespiratory fitness. Through the survey we can see that little is known about the high- intensity exercise and its effects on the immune system of patients with HIV. However, the aerobic and anaerobic exercise promotes improvements in quality of life, to fight depression and increase self-esteem. Keywords: Exercise, HIV, immune system. INTRODUÇÃO A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, é uma doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema imunológico, que é infectado pelo vírus da imunodeficiência humana - HIV. Mediante ao contagio, surge a imunossupressão que propicia o aparecimento de doenças oportunistas, provenientes de outros tipos de vírus, e bactérias que podem ceifá- lo, caso não haja tratamento (BRASIL, 2012). Durante muitos anos a AIDS foi vinculada ao estágio terminal, isto é, o indivíduo que fosse diagnosticado soropositivo ao vírus HIV estava predestinado à morte, porém, com o avanço científico, surgiram algumas terapias á base de coquetéis, que segundo Marques; Souza (2009) podem ser denominadas: terapia antirretroviral (TARV), terapia antirretroviral potente (TARP) ou Highly active antirretroviral therapy (HAART). Estas terapias atuam na inibição da replicação viral, desta forma atenuam os efeitos do vírus no organismo (BRASIL, 2012). Mediante esta descoberta à mortalidade causada pelo vírus diminuiu de forma significativa, e nos dias atuais uma pessoa portadora do vírus HIV pode desfrutar de uma vida „normal‟ e conviver com o vírus por décadas (BRASIL, 2012). Nesta perspectiva, este trabalho tem como objetivo informar sobre as principais características da AIDS, tais como, infecção, sintomas, tratamento farmacológico, efeitos colaterais do tratamento e evidenciar a importância e os benefícios do exercício físico para os HIVs soropositivos. Partindo deste pressuposto, surgiram alguns questionamentos, tais como, que benefícios o exercício físico promove no quadro de saúde do indivíduo com HIV soropositivo? Quais são os exercícios físicos mais indicados? Qual a frequência/duração e intensidade? Para tanto, a relevância desta pesquisa está na contribuição deste estudo para a população soropositiva, assim como, o aprofundamento no que diz respeito aos exercícios físicos direcionados a este grupo especial, pois pouco se sabe sobre a temática. MATERIAIS E MÉTODOS P á g i n a | 11 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. Destarte, a presente pesquisa refere-se a um estudo de cunho qualitativo, realizado por meio de uma revisão bibliográfica de caráter documental, tendo como embasamento autores renomados que versam sobre a mencionada temática tais como Brasil (2012) Stringer (2006) Terry (2006) Palermo; Feijó (2003), que de acordo com Lakatos; Marconi (2007) a pesquisa bibliográfica é o subsídio de toda pesquisa científica. O referencial teórico foi obtido por meio da coleta de textos e artigos científicos publicados em sites renomados como SCIELO, EF Desportes e Revista Brasileira de Medicina do Esporte, produzidos entre os anos de 2003 a 2012, tendo como, temas pesquisados: o exercício físico e HIV, os benefícios da atividade física em HIV soropositivos, a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e o vírus da imunodeficiência humana (HIV). A SÍNDROME DA IMUNODEFICIENCIA ADQUIRIDA A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença contraída através do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que acomete os seres humanos, comprometendo as células de defesa do organismo, e está presente em todo o mundo (RASO; CASSEB; DUARTE, 2007). De acordo com dados mundiais de epidemiologia no ano de 2000 foram diagnosticados 774.467 casos de AIDS, sendo que neste mesmo ano foram registrados 448.060 óbitos, sendo mais comuns nas faixas etárias de 25 à 44 anos. No que se refere ao Brasil a média de pessoas aidéticas é de 12,6 casos por cada 100mil habitantes (STRINGER, 2006). Deste modo, o HIV/AIDS são siglas conhecidas e divulgadas nos meios de comunicação, destarte, é uma moléstia que está presente em todas as camadas sociais, mediante a isto faz-se necessário políticas públicas de saúde que visem esclarecer a população sobre esta patologia. Já que a mesma possui alto grau de periculosidade, assim como, a sua transmissão está estreitamente ligada a uma atividade biológica fundamental que é reprodução sexual/ato sexual dos seres humanos. Nesta perspectiva, Brasil apud Leite; Gori (2004, p. 11-12) esclarece que os primeiros casos conhecidos de AIDS (em 1977 e 1978) ocorreram nos Estados Unidos, Haiti e África Central. Naquela ocasião, os segmentos da população atingidos, denominados “grupos de riscos” e concentrados nos grandes centros urbanos, eram constituídos de homossexuais, receptores de sangue e hemoderivados e usuários de drogas injetáveis. Entretanto, nos dias atuais o vírus está presente em todos os segmentos da sociedade, não escolhendo raça, gênero, cultura ou religião. Convém ressaltar que o sexo feminino no pretérito possuíam poucos casos diagnosticados/registrados, todavia atualmente, há cada 1000 mulheres, 14 possuem o vírus, no que tange ao sexo masculino a taxa eleva-se para 23 (BRASIL apud DERESZ et. al. 2007). Diante destes dados, as formas de infecções mais comuns de acordo com a OMS apud Leite; Gori (2004) são: a sexual que é a mais frequente em todo o mundo, nesta classificação a relação sexual subdivide-se em: relação heterossexual (a mais acometida em todo o mundo) e homossexual (mais frequentes nos países desenvolvidos). Partindo deste pressuposto, existem os casos de transmissão de progênie, que consiste na contaminação de mãe para filho no período pré-natal, perinatal e pós-natal (leite materno), assim como transmissão por meiodo compartilhamento de seringas infectadas pelo vírus (transfusão sanguínea e/ou uso de drogas injetáveis) (LEITE; GORI, 2004). SISTEMA IMUNOLÓGICO E A TERAPIA ANTIRRETROVIRAL Deste modo, para intervir de forma segura e eficaz no controle da referida doença, visando proporcionar melhorias na qualidade de vida dos portadores deste vírus, é preciso primeiramente compreender as principais características desta síndrome, destarte, ao recorrer a fontes históricas verifica-se que a década de 80 foi marcada pelo surgimento da P á g i n a | 12 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. AIDS, que já levou a óbito milhões de pessoas no mundo. Desde então, a humanidade têm se deparado com desafios diversos, sejam científicos, sociais, físicos, emocionais e profissionais no que se refere a esse aspecto (GIR; VAICHULONIS; OLIVEIRA, 2005). Para tanto, o processo de infecção viral provocada pelo HIV é complexo, porém pode ser simplificado para que o mesmo possa ser entendido de forma clara e objetiva, seguindo esse pensamento Stringer (2006, p. 382) afirma que “após a fixação na superfície da célula, o vírus se funde com a membrana celular e libera seu núcleo viral para dentro do citoplasma” o mesmo define que “a polimerase reversa cria um DNA linear de filamento duplo que será incorporado dentro do genoma do hospedeiro”. Desta forma ao entrar em contato com a corrente sanguínea pelas diversas formas como citado anteriormente as partículas virais de HIV buscam um tipo de célula específica, essas células alvo são os linfócitos T-CD4, células estas responsáveis pelo sistema imunológico do organismo, defendendo o corpo humano de doenças. Assim, para o HIV adentrar nas células T-CD4 utiliza-se de uma glicoproteína denominada gp120, unindo o vírus à membrana de T-CD4 e através da enzima transcriptase reversa o HIV usa o DNA da célula para fazer uma replicação (BRASIL, 2012). Depois de concluído este processo, os novos vírus são novamente liberados na corrente sanguínea pela enzima protease para buscar novas células T-CD4 ainda não infectadas. Deste modo, o vírus HIV após entrar na corrente sanguínea dos infectados passa por três fases de interação, a primeira é uma síndrome retroviral aguda, caracterizada por uma alta replicação viral, no qual o portador adquiri alguns sintomas como febre alta, dores de garganta, mialgias e fadiga acentuada (STRINGER, 2006). No entanto, na maioria dos casos não se descobre a existência do vírus pela semelhança dos sintomas com os de outras patologias mais comuns como a gripe. Já a segunda fase é caracterizada por um período indeterminado que pode levar de alguns meses a anos, neste período o vírus permanece em latência clínica e continua se replicando, durante esta fase o individuo portador não sente nenhum sintoma da doença, ou seja, esta fase pode ser caracterizada como um período assintomático da doença. (SABA, 2003; BRASIL, 2012) É importante ressaltar que nas primeiras fases onde o vírus é confundido com outras doenças ou ainda não possui manifestações sintomáticas as chances de transmissão do HIV são bem maiores, uma vez que os infectados desconhecem-na, e ao ter relações sexuais desprotegidos expões seus parceiros ao vírus. Por fim, a terceira fase se caracteriza por um colapso do vírus no organismo onde os níveis aumentam drasticamente no plasma sanguíneo, causando imunossupressão e consequentemente vários outros sintomas como diarreias, febres prolongadas, fadiga e perda de peso. Após um período surgem varias infecções e doenças oportunistas provenientes de outros tipos de vírus, e bactérias pelo fato de o sistema imunológico estar desprotegido podendo levar o aidético a morte (SABA, 2003; BRASIL, 2012). É nesta ultima fase, onde é diagnosticado a AIDS, pois devido aos sintomas insistentes de alguma doença oportunista, o insucesso no tratamento da mesma e a evolução rápida do quadro clinico, o indivíduo é direcionado ao exame específico para a verificação numérica dos linfócitos T-CD4 por mililitro de sangue. Afirmar que determinado indivíduo está infectado pelo HIV, é simplesmente dizer que tal vírus está presente na sua corrente sanguínea, porém concluir que um indivíduo tem AIDS é comprovar que este vírus está em alta concentração no organismo do mesmo, no estudo de Stringer (2006, p. 383) verificou-se que o estágio da infecção pelo HIV pode ser determinado a partir da contagem de CD4: mais de 500 células/mm³ representam uma doença leve ou inicial; 200 a 500 células/mm³ correspondem a um estado moderado ou leve; e menos de 200 células/mm³ indicam infecção avançada ou grave. Os pacientes com contagens inferiores a 50 células/mm³ são considerados como tendo imunodeficiência em estágio terminal. P á g i n a | 13 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. Partindo deste pressuposto, nem todo HIV soropositivo tem AIDS, porém todo aidético possui HIV, tudo depende da concentração dos linfócitos T-CD4 por mm³ de sangue. O HIV seria apenas o vírus em baixas e moderadas concentrações, a AIDS seria a terceira etapa que é onde as células T-CD4 estão abaixo de 200. Destarte, embora a síndrome da imunodeficiência humana seja uma doença que traga diversas complicações para o organismo infectado, a ciência já hauriu muitos avanços em relação ao tratamento do HIV, e o ano de 1996 representou um marco, pois nesse período foi proposto o tratamento com associação de drogas ARV, inibidoras de duas enzimas essenciais para a multiplicação viral efetiva, a transcriptase reversa e a protease (GIR; VAICHULONIS; OLIVEIRA, 2005). Diante disso, estas duas enzimas (transcriptase reversa e protease) são os alvos principais da HAART, causando assim uma supressão da replicação viral e, consequentemente, diminuindo os níveis de vírus na corrente sanguínea. Contribuindo assim, a terapia farmacológica com retardação da degradação do sistema imunológico podendo desta forma o indivíduo infectado ter uma sobrevida, ou seja, viver bastante tempo no período assintomático da doença levando uma vida relativamente normal (RASO; CASSEB; DUARTE 2007). Embora os resultados da HAART sejam em geral satisfatórios, muitos indivíduos tem dificuldades em aderir a terapia. Gir; Vaichulonis; Oliveira (2005, p. 635) relatam alguns fatores causadores da não adesão são aqueles relacionados às características do indivíduo, características da doença e do tratamento por ela implicado, relação equipe de saúde/indivíduo, inserção social e também fatores como distância geográfica do serviço de saúde, dificuldades no acesso à consulta (face à falta de médicos, ao grande número de indivíduos atendidos, às numerosas listas de espera) e o grande espaçamento do período de tempo entre as diferentes consultas. Apesar, de todos os malefícios causados pelo vírus ao organismo, os indivíduos ainda têm que conviver com o preconceito/descriminação/rejeição, que são oriundos da falta de conhecimento da população, que por não conhecerem os meios de transmissão do vírus e o estilo de vida dos portadores de HIV, pré-conceituam. É válido ressaltar que como já foram citandos anteriormente os aidéticos podem levar uma vida tranquila, desde que executem as medidas necessárias. Destarte, a medicação HAART é de caráter contínuo, deste modo, o indivíduo deve manter o consumo durante toda a sua vida, já que, a AIDS não pode ser curada e sim controlada, avanços esses assegurados após a inserção do coquetel para os portadores da síndrome, o que contribuiu para que esta doença deixasse de ser letal e passasse a ser consideradacrônica, não possuindo ainda uma cura, mas podendo ser manipulada por meio do tratamento adequado. Embora a HAART tenha se tornado fundamental para o controle da AIDS, à longo prazo, a mesma oferece riscos para a saúde dos usuários de acordo Terry (2006 p. 01) depois de uma década de terapia antirretroviral altamente ativa, um conjunto de efeitos adversos que afetam pessoas com HIV, e que isoladamente são chamados de distribuição anormal de gordura ou anormalidades metabólicas, ainda não tem remédio. Com a implantação da medicação, observou novos efeitos colaterais tais como, para Brasil (2012, p. 14) os eventos adversos “[...]lipodistrofia, das doenças cardiovasculares (DCV) e das alterações metabólicas, ósseas e renais.” Embora a HAART permita a regeneração imunológica melhorando a sobrevida, existem efeitos colaterais, devido o uso prolongado tem repercussão no organismo podendo causar toxidade mitocondrial, hipersensibilidade e lipodistrofia (RASO; CASSEB; DUARTE, 2007). Face ao exposto percebe-se que após a implantação do sistema de HAART visando o controle da AIDS novos desafios surgiram para os profissionais da saúde e para os portadores da síndrome, uma vez que passaram a existir novas complicações clínicas que se ignoradas podem levar o indivíduo a sérios problemas principalmente de saúde, sociais, profissionais e psicológicos. P á g i n a | 14 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. EXERCÍCIO FÍSICO E HIV: IMPORTÂNCIA, BENEFÍCIOS E APLICABILIDADE A resposta do sistema imunológico ao exercício físico esta diretamente relacionada com a intensidade do mesmo, podendo o exercício ser benéfico ou não ao organismo do aidético. De acordo com Oliveira (2011) os exercícios físicos são realmente importantes para estimular as funções fisiológicas do sistema imunitário, e isso se torna mais relevante ainda quando o assunto são os HIV soropositivos, principalmente os assintomáticos. Conforme o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) apud Oliveira (2011) as recomendações quanto à elaboração de programas de exercícios físicos para este grupo em especial não se diferencia muito daquelas indicadas para as demais pessoas. A intensidade deve ser moderada oscilando entre 55/65% a 90% da frequência cardíaca máxima (FCmax), ou entre 40/50% a 85% do consumo de oxigênio de reserva (VO2R) ou frequência cardíaca de reserva (FCR). Quanto a duração e a frequência semanal indicam-se pelo menos três vezes por semana com duração de 20 a 60 minutos. Em um estudo de revisão realizado por Palermo; Feijó (2003), os autores realizaram uma analise de vários estudos que interviram com prática de exercícios físicos com HIV positivos, e puderam concluir que no que se refere à intensidade do exercício, deve-se levar em consideração individualidade do paciente, destacando que quanto menor for à quantidade de linfócitos TCD4+ circulante no sangue, menor deve ser a intensidade a ser trabalhada, devendo associar exercícios aeróbios com resistidos. E no que tange a frequência semanal de 3 a 4 sessões de no máximo 90 min totais por sessão. Já os exercícios aeróbicos com intensidade até 75% do VO2 máximo ou 80% da FC máxima. Exercícios resistidos com sobrecarga progressiva atingindo no máximo até três séries de 8 a 10 repetições a 80% de 1RM. (PALERMO; FEIJÓ, 2003). No que se refere ao tipo ideal de exercício para portadores de HIV, temos diferentes colocações entre os autores que dissertam sobre a temática: Santos (2006) relata que o treinamento resistido pode contribuir para diminuição do quadro de atrofia muscular do paciente com HIV/AIDS. Mas não esclarece se a alta intensidade no treinamento de força pode prejudicar o sistema imunológico em indivíduos com HIV/AIDS, pois não existem estudos que confirmam essa hipótese. Já Lira (1999, p. 105) relata em seu estudo de revisão que “nenhum trabalho revisado apontou melhoria estatisticamente significativa no número de células TCD4 em resposta ao treinamento aeróbio”. Nesta perspectiva, Ávila et al. (2010) encontrou em sua pesquisa, um estudo de caso realizado com um paciente que faz uso da TARV, resultados positivos no que tange ao % de gordura, IMC e RCQ. Sendo que o % de gordura diminuiu cerca de 1,75%, o IMC diminuiu de 20,5 para 20,3, e o RCQ teve uma baixa de 0,05. Neste estudo, o participante realizou 36 sessões de um treinamento com exercícios resistidos, o treinamento foi dirigido com intensidade variando entre 60% a 75% da sobrecarga máxima, com repetições variando entre 10 a 15, e com descanso de 2 minutos entre os exercícios (ÁVILA et. al., 2010). Conseguinte, Terry (2006) relata que um programa que envolva treinamento aeróbio ou de resistência muscular localizada para portadores HIV/AIDS pode contribuir na melhora da qualidade de vida. A referida autora ainda acrescenta que o treinamento de resistência muscular pode ser efetivo no incremento de força e de massa muscular, tanto em pacientes com HIV/AIDS que apresentam síndrome compulsiva ou lipodistrofia. Pimentel (s/d) defende que os exercícios aeróbicos devem ser realizados em conjunto com o treinamento de força, sendo que este deve ter um caráter de resistência muscular localizada. Relatando que a musculação tem como fator positivo a facilidade de monitoramento das condições gerais do praticante e aponta ainda alguns benefícios dos exercícios físicos, tais como: ganho de força muscular; aumento da massa magra; aumento do apetite; melhora nos níveis de sono; melhora da aptidão cardiovascular e combate á síndrome da lipodistrofia. P á g i n a | 15 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. De acordo com Guiselini (2004), o exercício aeróbio melhora o condicionamento cardiovascular, enquanto o resistido colabora com o aumento de massa muscular (GENTIL, 2011; FLECK; KRAEMER, 2006). E ambos têm papel eficiente para a redução da gordura corporal (GENTIL, 2010). A sombra destes dados, Deresz et al. (2007) indicam em sua obra que a melhor opção seria a combinação de ambos os exercícios. Focando no ponto de vista psicológico dos HIV soropositivos, Leite; Gori (2004) destacam em seu trabalho a importância das atividades físicas em grupo (brincadeiras, jogos e esportes) para uma melhora no quadro psicológico dos infectados, pois a socialização nos momentos das atividades faz com se esqueçam um pouco a doença e que os mesmos se tornem menos infelizes em seu dia-a-dia. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da pesquisa realizada podemos perceber que pouco se sabe a respeito dos exercícios de alta intensidade e de seus efeitos no sistema imunológico dos portadores de HIV. No que se refere ao exercício aeróbio e o treinamento resistido, ambos são indicados aos portadores de HIV, pois propiciam benefícios como melhora do condicionamento cardiovascular, manutenção da massa magra, redução da gordura corporal, aumentos na força, redução no estresse entre outros, sendo que a intensidade dos mesmos deve ser controlada de acordo com o estagio da infecção. É válido ressaltar, que os exercícios em grupo também são uma forte arma no combate a depressão e na melhora da autoestima, dessa forma deve ser estimulado à interação e a prática de atividades físicas. Destarte, o exercício físico deve ser prescrito para os portadores de HIV/AIDS, pois o mesmo pode contribuir de forma significativa na qualidade de vida destes indivíduos. Face ao exposto é perceptível à necessidade do profissional de educação física possuir um bom embasamento teórico a respeito do exercício físico e HIV, para desta forma oferecer a este grupoespecial um trabalho de qualidade, podendo garantir bons resultados sem comprometer a segurança do aluno HIV soropositivo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ÁVILA, W. R.de M. e; CARNEIRO, A. L. G.; CUNHA, S. D. M.; RODRIGUES, V. D.; SILVA, A. G. da; VIAIRA, R. M. Efeitos do treinamento resistido na composição corporal em paciente portador de HIV/AIDS. EFDesportes.com, Revista Digital – Buenos Aires - Año 15, Nº 150, Novembro de 2010. 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Rio de Janeiro: Sprint. – 4ª edição, 2011. ______. Emagrecimento: quebrando mitos e mudando paradigmas. Rio de Janeiro: Sprint, 2010. P á g i n a | 16 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. GIR, Elucir; VAICHULONIS, Carla Gisele; OLIVEIRA, Marcela Dias de. Adesão à terapêutica anti- retroviral por indivíduos com hiv/aids assistidos em uma instituição do interior paulista. Revista Latino-americana de Enfermagem. - 13(5): 634-641, 2005. GUISELINI, Mauro. Aptidão física, saúde e bem estar: fundamentos teóricos e exercícios práticos – São Paulo: Phorte, 2004. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Cientifica. – 6. Ed. 5. Reimp. – São Paulo: Atlas, 2007. LEITE, Gislaine Emília; GORI, Renata Machado de Assis; Atividade Física para Portadores do Vírus HIV: investigando a realidade Jataiense. 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Ano XV nº 09 Set/Out/Nov/Dez 2006. P á g i n a | 17 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE A FORÇA DE PREENSÃO MANUAL E CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS EM MULHERES IDOSAS DUTRA, M.T.1; AVELAR, B.P.1; GADELHA, A.B.1; OLIVEIRA, P.F.A.1; LIMA, R.M.1 1-Grupo de Estudos em Fisiologia do Exercício e Saúde - Faculdade de Educação Física, Universidade de Brasília. Brasília, Distrito Federal, Brasil. mtd71@excite.com RESUMO Introdução: O envelhecimento é caracterizado por um processo contínuo durante o qual ocorre redução da função dos diversos sistemas fisiológicos. Com o avançar da idade, observa-se perda progressiva da força muscular e a inflamação crônica apresenta-se como uma das consequências inexoráveis do processo de envelhecimento. Objetivo: o presente trabalho tem por finalidade analisar a possível associação entre a força muscular de preensão manual e as citocinas pró-inflamatórias interleucina 6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNFα). Metodologia: 128 mulheres idosas participaram do estudo (67,18 ± 5,95 anos; 64,04 ± 11,30 Kg; 155,0 ± 0,06 cm). Todas foram submetidas, em uma única visita, às seguintes avaliações: massa corporal (balança Toledo), estatura (estadiômetro Cardiomed), força de preensão manual (dinamômetro Jamar) e coleta de sangue para posterior dosagem das citocinas pró-inflamatórias por meio do método imunoenzimático “Elisa”. A análise estatística foi realizada utilizando-se os procedimentos de média e desvio padrão, sendo a normalidade dos dados avaliada através do teste de Kolmogorov-Smirnov. A Correlação de Spearman foi empregada para análise da associação entre as variáveis, adotando-se p<0,05. Resultados: não foi observada correlação significante entre a força muscular avaliada por meio da preensão manual e as citocinas pró-inflamatórias IL-6 (r= -0,12; p=0,08) e TNFα (r=0,04; p=0,32). Conclusão: Na amostra avaliada no presente trabalho não há associação significante entre a força muscular de preensão manual e as citocinas pró- inflamatórias IL-6 e TNFα. Estudos crônicos são necessários para melhor elucidar o tema. ABSTRACT Introduction: Aging is characterized by a continuous process that leads to a reduction in the functioning of different physiological systems. With advancing age, there is progressive loss of muscle strength and chronic inflammation presents itself as an inexorable consequence of the aging process. Objective: This study aims to examine the possible association between handgrip strength and the proinflammatory cytokines interleukin 6 (IL-6) and tumor necrosis factor alpha (TNFα). Methods: 128 elderly women participated in the study (67.18 ± 5.95 years, 64.04 ± 11.30 kg, 155.0 ± 0.06 cm). All were submitted in a single visit, to the following evaluations: body mass (Toledo), height (stadiometer Cardiomed), handgrip strength (Jamar dynamometer) and blood samples for subsequent measurement of pro-inflammatory cytokines by the “Elisa” immunoassay method. Statistical analysis was performed using the procedures of means and standard deviations. Normality of the data was evaluated using the Kolmogorov-Smirnov test. The Spearman correlation was used to analyze the association between variables, adopting p<0.05. Results: therewas no significant correlation between muscle strength assessed by handgrip and the proinflammatory cytokines IL-6 (r = -0.12, p = 0.08) and TNFα (r = 0.04, p = 0.32). Conclusion: In the sample studied in this work no significant association between muscular strength and the proinflammatory cytokines IL-6 and TNFα was observed. Chronic studies are needed to further elucidate the issue. Introdução P á g i n a | 18 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. O posicionamento da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de 1999 ressalta que o envelhecimento é um processo contínuo de declínio de todos os processos fisiológicos de uma pessoa, com alterações cardiovasculares e musculoesqueléticas (NÓBREGA et al. 1999). Diante disso, podemos aceitar que, de modo geral, o envelhecimento promove alterações físicas e funcionais, apresentando, de maneira global, um declínio progressivo da capacidade de homeostase, levando o individuo para uma deterioração dos mecanismos fisiológicos (RAMOS, 2003). As principais alterações fisiológicas que ocorrem durante o envelhecimento manifestam-se pelo declínio na quantidade total de agua, diminuição da massa óssea, redução da estatura corporal, redução da massa livre de gordura, aumento da massa gorda, redistribuição do tecido adiposo com acumulo de gordura no tronco e nos tecidos viscerais, degeneração do sistema cardiovascular (declínio do VO2 máximo e do débito cardíaco máximo, aumento da resistência vascular periférica etc) e outras alterações sistêmicas. Ademais, as referidas alterações costumam ser concomitantes à diminuição da ingestão calórica e ao baixo consumo energético (SANCHEZ-GARCIA et. al. 2007). Por fim, também é relatado na literatura que o processo de envelhecimento conduz a uma significante redução da força muscular (IANNUZZI-SUCICH et al., 2002, GOODPASTER et al., 2008). De fato, uma das consequências inexoráveis do processo de envelhecimento é a inflamação crônica (LICASTRO et. al. 2005). De acordo com esses autores, a inflamação não constitui, per se, um fenômeno negativo, sendo a resposta do sistema imune à invasão de vírus, bactérias e outros patógenos. Todavia, o organismo humano é apto, nos dias atuais, a viver longos anos em comparação com nossos ancestrais, fato que contribui para o aumento dos processos inflamatórios. As citocinas são componentes de uma grande e complexa rede de sinalização celular envolvidas nas respostas imunes e inflamatórias do organismo humano. A interleucina 6 (IL- 6) e o TNFα constituem citocinas pró-inflamatórias clássicas (LICASTRO et. al. 2005). No entanto, a associação entre marcadores inflamatórios e a redução da força muscular ainda não foram suficientemente elucidados. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi verificar a possível associação entre a força muscular de preensão manual e as citocinas pró-inflamatórias interleucina 6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNFα). Metodologia Trata-se de um estudo com delineamento de caráter transversal e exploratório. Os procedimentos executados nesse estudo atendem aos requisitos fundamentais da resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 196/96 que regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos e foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Brasília, conforme parecer CEP UCB de 20/06/2011, cadastro nº 108/2011. A amostra foi composta por 128 mulheres idosas, tendo sido adotados os seguintes critérios de inclusão: idade entre 60 e 85 anos; ser capaz de caminhar sem auxílio; ausência de doença inflamatória nas articulações. As características descritivas da amostra são apresentadas na tabela 1. As voluntárias responderam a um questionário para obtenção de informações concernentes a histórico médico e co-morbidades. Para mensuração da massa corporal foi utilizada uma balança digital com capacidade máxima de 150 quilogramas e resolução de 0,1 kg (Toledo). A mensuração da estatura foi realizada utilizando-se um estadiômetro com resolução de 0,1 cm (CARDIOMED, Brasil) fixado na parede. A força muscular de preensão manual foi aferida por meio do dinamômetro hidráulico JAMAR® (Lafayette Instruments, EUA). Cada participante realizou três séries de 5 segundos de contração isométrica máxima, adotando-se intervalo de 30 segundos entre as mesmas. O P á g i n a | 19 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. maior valor alcançado entre as séries foi considerado para análise, sendo fornecidos estímulos verbais às voluntárias durante todo o teste. Para análise dos marcadores inflamatórios foram obtidas amostras de sangue das participantes por técnico de laboratório devidamente treinado e qualificado. Alíquotas foram imediatamente armazenadas para posterior dosagem e análise dos marcadores inflamatórios, a saber, das citocinas IL-6 e TNFα por meio do método imunoenzimático “ELISA” (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). As análises de IL-6 e TNFα foram realizadas no Laboratório de Imunogerontologia da Universidade Católica de Brasília. A análise dos dados foi realizada através da estatística descritiva, utilizando-se os procedimentos de média e desvio padrão. A normalidade da distribuição dos dados foi verificada utilizando-se o teste de Kolmogorov-Smirnov. A correlação de Spearman foi adotada para examinar a relação entre a força de preensão manual e os marcadores inflamatórios. As análises foram conduzidas no Software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) for Windows versão 18.0 e o nível de significância adotado foi de P < 0,05. Resultados A tabela 1 apresenta as caraterísticas descritivas da amostra estudada. Tabela 1. Características descritivas da amostra (N=128). Idade (anos) 67,18 ± 5,95 Massa corporal (kg) 64,04 ± 11,30 Estatura (cm) 155,0 ± 0,06 A tabela 2 apresenta os resultados concernentes à correlação realizada. Como observado na tabela, não houve associação significante entre a força muscular e as citocinas pró-inflamatórias na população estudada. Tabela 2. Correlação entre força muscular, IL-6 e TNFα. Força rs p Força - - IL-6 -0,12 0,08 TNFα 0,04 0,32 Discussão Os achados do presente trabalho não apontaram correlação significante entre a força muscular de preensão manual e os marcadores de inflamação analisados. Resultados contrários foram observados por Schrager e colaboradores (2007). Estes autores relataram que quanto maiores as concentrações de IL-6, menor é a força de preensão manual. Com base nesses resultados, os autores sugerem, ainda, que as citocinas pró-inflamatórias contribuem para o processo que leva à diminuição da mobilidade. Visser et. al. (2002) observaram que concentrações maiores de IL-6 e TNFα são associadas com baixa massa e força muscular isocinética e de preensão manual em 3.075 idosos entre 70 e 79 anos de idade de ambos os sexos. Adicionalmente, Oliveira et. al. (2008) ao avaliarem mulheres idosas da comunidade de Belo Horizonte, Brasil, encontraram resultados similares no que pertine à força muscular isocinética e IL-6. Em adição, uma revisão sistemática P á g i n a | 20 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. realizada por Cooper (2010) apontou a força de preensão manual como instrumento capaz de predizer a mortalidadeem indivíduos idosos. Atualmente, deve-se incluir a força para o diagnóstico da sarcopenia (CRUZ- JENTOFT et al, 2010). A análise da força pode ser realizada por diferentes métodos. Segundo Laurentani et al (2003), a força de preensão manual é um marcador clínico da mobilidade e bom preditor de massa livre de gordura. Fleck e Kraemer (2006) destacam a importância da força muscular para as capacidades funcionais nos idosos. Segundo os mesmos autores, a fraqueza dos músculos pode avançar até que uma pessoa idosa não possa realizar as atividades comuns da vida diária, tais como as tarefas domésticas, levantar-se de uma cadeira, varrer o seu lar ou jogar o lixo fora. Com isso, há a perda da independência funcional do individuo. A inflamação se relaciona com incapacidade física, obesidade e composição corporal. Nesse sentido, as citocinas produzidas por adipócitos ou por macrófagos infiltrados no tecido adiposo podem ter efeitos diretos na função física por acelerar as mudanças na composição corporal típicas do envelhecimento, que são aumento de massa gorda e perda de massa livre de gordura, que, por sua vez, tem relação com a perda de força (CESARI et. al. 2005). No entanto, o presente estudo não observou associação entre a força muscular e os marcadores de inflamação. As limitações do presente trabalho devem ser apontadas. Primeiramente, por se tratar de uma análise transversal, nenhuma relação de causa e efeito pode ser realizada. Além disso, a faixa de idade das voluntárias selecionadas foi deveras grande (60 a 85 anos). Por fim, foram selecionadas idosas ativas e sedentárias na amostra, o que pode ter influenciado os resultados do estudo, uma vez que, de acordo com Powers e Howley (2000) os idosos, assim como os jovens, apresentam uma especificidade e capacidade de adaptação ao exercício físico, seja ele de força ou de endurance. Em outras palavras, apesar de o nível de atividade física tender a declinar com o envelhecimento, idosos fisicamente ativos pode responder positivamente ao treinamento e apresentar níveis de força significantemente maiores do que seus pares sedentários. Conclusão Com base nos resultados do presente estudo, pode-se concluir que não há associação entre força de preensão manual e as citocinas IL-6 e TNFα na população estudada. Todavia, devido às limitações do presente trabalho e aos resultados controversos reportados na literatura, estudos adicionais são necessários para melhor elucidar o tema. Referências Bibliográficas CESARI M et. al. Sarcopenia, obesity, and inflammation--results from the Trial of Angiotensin Converting Enzyme Inhibition and Novel Cardiovascular Risk Factors study. American Journal of Clinical Nutrition, 2005;82:428–434. COOPER, R.; KUH, D.; HARDY, R. Objectively measured physical capability levels and mortality: systematic review and meta-analysis. British Medical Journal. 2010, vol.341:c4467. CRUZ-JENTOFT, J. et al. Sarcopenia: European consensus on definition and diagnosis.Report of the European Working Group on Sarcopenia in Older People. Age and Ageing 2010; 39: 412–423. P á g i n a | 21 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. FLECK SJ, KRAEMER WJ. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3ªed. Porto Alegre: Artes Médicas 2006; p. 309-329. GOODPASTER BH, CHOMENTOWSKI P, WARD BK et. al. Effects of physical activity on strength and skeletal muscle fat infiltration in older adults: a randomized controlled trial. Journal of Applied Physiology; 2008; 105: 1498 – 1503. IANNUZZI-SUCICH M, PRESTWOOD KM, KENNY AM. Prevalence of sarcopenia and predictors of skeletal muscle mass in healthy, older men and women. J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2002; 57(12):M772–7. LAURENTANI, F. et al. Age-associated changes in skeletal musclesand their effect on mobility an operational diagnosis of sarcopenia. Journal of Applied Physiology, 2003; 95:1851-60. LICASTRO F et. al. 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COMPARAÇÃO DO ESTRESSE EM CRIANÇAS DE 8 A 15 ANOS PRATICANTES DE FUTSAL ARAÚJO, S.R.1, SOARES, U.R.2, OLIVEIRA, J.F.A.S.2, PUSSIELDI, G.A.1 1 - Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal, Florestal, Minas Gerais – Brasil 2 – Universidade de Itaúna – Itaúna, Minas Gerais - Brasil samuel.ribeiro@ufv.br RESUMO: O futebol de salão, introduzido no Brasil por volta de 1940, experimentou rápida expansão, e hoje é jogado em todos os continentes. O ensino do futsal deve ser feito pelo professor de Educação Física, o desenvolvimento no trabalho de iniciação técnica objetiva a formação de movimentos de base dos gestos técnicos. Jogos situacionais. Este estudo objetivou compreender e identificar os fatores de estresse que incidem sobre crianças de 8 a 15 anos na prática de futsal e analisar os fatores estressantes, suas consequências fisiológicas, psicológicas e sociais em crianças de 8 a 15 anos na prática de futsal, tentando identificar as consequências do estresse no desempenho das crianças que praticam futsal. A amostra foi composta por 65 meninos com faixa etária entre 8 e 15 anos praticantes regulares da modalidade futsal que treinam em uma escola de futsal da cidade de Itaúna / MG. Foram utilizados dois questionários, o Questionário de Estresse Psíquico Pré- competitivo no Futsal para crianças de 8 a 15 anos, adaptado de Chagas (1995) para crianças de 8/15 anos e o Teste de Ansiedade Pré-Competitiva para crianças de 8 a 15 anos, adaptado de Chagas (1995). A análise dos dados foi realizada através do pacote estatístico Graphic Prism 3.0 com análise de variância não paramétrica com o Kruskal-Wallis test e post Hoc de Comparação Múltipla de Dunn‟s test com p≤0,05. Na avaliação dos resultados do Questionário adaptado de Chagas verificou-se que os fatores de estresse significantes foram mais acentuados entre os alunos de 8 a 9 anos em quatro questões do questionário. No questionário de Teste de ansiedade foi encontrada diferença significativa entre as idades 8 e 9 anos quando comparadas com as idades 12 e 13 anos em duas questões. Concluímos queo conhecimento dos fatores motivacionais na prática do futsal seja condizente para o desenvolvimento de um trabalho consciente e adequado para o esporte. PALAVRAS-CHAVE: Futsal, Estresse, Ansiedade, Crianças ABSTRACT: The indoor soccer, introduced in Brazil around 1940, experienced rapid expansion, and today is played on all continents. The teaching of reading must be done by physical education teacher, the workplace development objective technical training initiation of basic movements of technical gestures. This study aims to understand and identify the stress factors which focus on children from 8 to 15 years in the practice of futsal and analyze the stress factors, its physiological, psychological and social consequences in children aged 8 to 15 years in the practice of futsal, trying to identify the consequences of stress on performance of children who play futsal. The sample was composed by 65 boys aged between 8 and 15 years regular practitioners futsal training mode in a futsal School of the city of Itaúna-MG. two questionnaires were used, the Questionnaire of stress factors for Stress for Children who play Futsal, adapted from Chagas (1995) for children from 8/15 years and Anxiety Test to children adapted from Chagas (1995). Data analysis was performed using the statistical package Graphic Prism 3.0 with nonparametric variance analysis with the Kruskal- Wallis test and post Hoc Dunn's multiple comparison test with p ≤ 0.05. On the evaluation of the results of the questionnaire adapted from Chagas was found that significant stress factors were more pronounced between students from 8 to 9 years in four issues of the questionnaire. In the Anxiety Test significant difference was found between ages 8 and 9 P á g i n a | 23 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. years when compared with ages 12 and 13 years on two issues. We concluded that the knowledge of motivational factors in the practice of futsal is conducive to the development of a conscious work and suitable for the sport. KEY-WORDS: Futsal, Stress, Anxiety, Children. INTRODUÇÃO O futebol de salão, introduzido no Brasil por volta de 1940, experimentou rápida expansão em todo o Brasil, e hoje é jogado em todos os continentes. O Futsal, surgiu da fusão entre o futebol de salão e o futebol de cinco, na década de 80, (SANTANA, 2002), quanto a seu local de origem há controvérsias, autores como Voser (2003) defendem que o futebol de salão nasceu nos anos 30 e foi criado na Associação Cristã de Moços de Montevidéu, Tenroller (2004, 2006) explica que autores como Figueiredo e Teixeira Junior (1996) que defendem a origem do esporte no Brasil, justificando sua afirmação na rápida disseminação que o esporte teve pela ACM (Associação Cristã de Moços) de São Paulo. Voser (2004) afirma que o futsal é um esporte com de grande número de adeptos no país. Tendo como destaque no mundo além do Brasil, o Paraguai, Austrália, Espanha, Portugal, Itália e Rússia. Essa afirmativa com certeza inclui em seus dados de base escolinhas de futsal e dentro deste tema surge a preocupação quanto a especialização esportiva precoce. O ensino do futsal deve ser feito pelo professor de Educação Física, o desenvolvimento no trabalho de iniciação técnica objetiva a formação de movimentos de base dos gestos técnicos. Jogos situacionais. Como fica expresso no trabalho de PÉREZ MORALES, GRECO, (2007) com crianças de 10 a 12 anos que diz que métodos de E-A-T (ensino- aprendizagem-treinamento) que se baseiam em metodologias tradicionais não se apresentam como alternativas interessantes para a iniciação nos esportes, pois estas não possibilitam o necessário conhecimento tático tais métodos teriam como base a reprodução de um modelo ideal de movimento, deixando pouco tempo para o jogo e as atividades mais lúdicas que propiciam um aprendizado incidental importante para a melhoria do conhecimento tático. Segundo eles sucesso se converte em fator motivacional para os participantes. A partir de uma revisão bibliográfica feita por RAMOS e NEVES, (2008) concluem que existe uma divisão etária orientando a iniciação esportiva da criança. Deixam claro que uma fase antecedendo a outra – a geral antecede a especializada. Os autores afirmam também que na iniciação não se enfatiza a competição, nem o rendimento e nem o utiliza como forma de avaliação. Mostram que com a classificação por idade é uma forma de o professor respeitar o aluno a um nível biológico, intelectual, social e emocional. Do contrário quando adota-se uma mentalidade imediatista, fomentando o rendimento podem acarretar as crianças níveis altos de estresse, ansiedade e frustração devido ao somatório das desilusões em competições e o abandono da infância ( VOSER, 2003). Os fatores psicológicos podem interferir no desempenho, independentemente do grau de preparação física. De modo geral existem aspectos psicológicos que podem influenciar sobre o desempenho das crianças no futsal, entre eles podem ser citados: ansiedade, atenção, motivação, agressividade, concentração e o estresse (DE ROSE JUNIOR et al., 2004). O estresse é definido por Oliveira (2006) como um estado que se instaura independentemente do significado psicológico da situação que o desencadeou, ou seja, cada vez que se está frente a um estímulo o organismo entra em um estado de prontidão, todo organismo fica alerta, a homeostase é quebrada. Bauer (2002) complementa ressaltando os estressores biológicos que seriam subir escadas, correr uma maratona, sofrer mudanças de temperatura e etc. E como estressores psicológicos brigar com o cônjuge, falar em público, fazer exames na escola, vivenciar luto, mudar de residência. P á g i n a | 24 Revista ENAF Science Volume 7, número 1, outubro de 2012 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 52º e 53º ENAF Poços de Caldas, 9º ENAF BH, 2º ENAF Manaus e ENAF Ribeirão Preto. OBJETIVOS Este estudo objetiva compreender e identificar os fatores de estresse que incidem sobre crianças de 8 a 15 anos na prática de futsal e analisar os fatores estressantes, suas consequências fisiológicas, psicológicas e sociais em crianças de 8 a 15 anos na prática de futsal, tentando identificar as consequências do estresse no desempenho das crianças que praticam futsal. METODOLOGIA Amostra A amostra foi composta por 65 meninos com faixa etária entre 8 e 15 anos praticantes regulares da modalidade futsal que treinam em uma escola de futsal da cidade de Itaúna / MG, divididas em quatro grupos de distintas faixas etárias: 8 e 9 anos, 10 e 11 anos, 12 e 13 anos e 14 e 15 anos. No grupo de 8 e 9 anos participaram 19 crianças, para o grupo 10 e 11 anos participaram 18 crianças, e para os grupos 12 e 13 anos e 14 e 15 anos participaram 14 meninos. Instrumentos Foram utilizados dois questionários adaptados para a faixa etária do estudo, o Questionário de Estresse Psíquico Pré-competitivo no Futsal para crianças de 8 a 15 anos, adaptado de Chagas (1995) para crianças de 8/15 anos que usa uma escala tipo Lickert que vai de +3 a - 3 sendo a seguinte distribuição: +3 = Influencia muitíssimo; +2 =Influencia pouco; +1=Influencia moderada; 0=nada; -3= Influência bastante ; -2= Influencia muito ; -1= Influencia pouco; e o Teste de Ansiedade Pré-Competitiva para crianças de 8 a 15 anos, adaptado de Chagas (1995), que também usa uma escala tipo Lickert, sendo assim discriminado: 0 = nada; 1 = um pouco; 2 = moderado; 3 = bastante. O questionário de Estresse Psíquico foi aplicado durante os treinos e o Teste de Ansiedade Pré-competitiva antes de uma competição. Procedimentos Éticos Este estudo foi realizado dentro das normas estabelecidas pelo Conselho
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