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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/307907419 Avaliação do Complexo Adônis em atletas de culturismo Article · January 2016 CITATIONS 0 READS 1,774 1 author: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: treinamento de força View project Paula Matias Soares Universidade Estadual do Ceará 37 PUBLICATIONS 75 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Paula Matias Soares on 08 September 2016. 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Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de agradecimento e retribuição a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da atividade física e da saúde. No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de acadêmicos e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem, turismo e pedagogia. A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso Científico vinculado ao ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes que unem formação e produção. E a partir de 2006 pela Revista on-line ENAF SCIENCE. Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão presentes todos os trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de artigo completo ou como resumo na forma de pôster. Esperamos que este seja a continuação dos passos que pretendemos empreender na busca por um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho mais essencial: participar da construção de uma ciência da atividade física. Fale Conosco: Tel.: (35) 3219-7850 Congressocientifico@enaf.com.br www.enaf.com.br Os artigos publicados são de inteira responsabilidade dos respectivos autores, não sendo atribuível ao ENAF nenhuma forma de competência legal sobre os mesmos. Coordenação: Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti Professor Titular dos Cursos de Graduação em Educação Física, Nutrição e Psicologia da UNIP - S. J. Rio Pardo - SP. Professor do Curso de Graduação em Educação Física e do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado)/USTJ - SP. LATTES: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4716434P8 mailto:Congressocientifico@enaf.com.br http://www.enaf.com.br/ http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4716434P8 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 3 ÍNDICE (Dica: clique no titulo abaixo para acessar a página do trabalho) ARTIGOS A DANÇA ESCOLAR COMO CONTRIBUIÇÃO NO APRIMORAMENTO DO DOMÍNIO DA CORPOREIDADE ............................................................................................................................ 6 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE LESÕES EM ALUNOS DE ACADEMIA DE GINÁSTICA DO BAIRRO SANTA RITA ZONA SUL DO MUNICÍPIO DE MACAPÁ AP. ......................................... 14 WHEY PROTEIN A SOLUÇÃO PARA A OBESIDADE? ............................................................... 24 ALONGAMENTO ANTES OU APÓS MUSCULAÇÃO: OS PRÓS E CONTRAS ........................... 32 ESPESSURA DO MÚSCULO ADUTOR DO POLEGAR COMO PREDITOR DO ESTADO NUTRICIONAL ............................................................................................................................... 38 CONHECIMENTO SOBRE O ESTADO DE HIDRATAÇÃO EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO DA CIDADE DE MACEIÓ .................................................................................... 44 ATUAÇÃO DO EPOC VISANDO O EMAGRECIMENTO: UMA REVISÃO DE LITERATURA ...... 52 A INTERVENÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO FUNCIONAL EM IDOSOS HIPERTENSOS ............ 61 O PERFIL DOS PRATICANTES DE TREINAMENTO FUNCIONAL NA MODALIDADE CIRCUITO NA AREIA EM PARINTINS-AM. .................................................................................................... 73 O TREINAMENTO FUNCIONAL APLICADO NA MUSCULAÇÃO CONVENCIONAL ................... 80 LEI DE INCENTIVO COMO INSTRUMENTO DE ACESSO DEMOCRÁTICO AO ESPORTE ...... 86 ANÁLISE QUALITATIVA DA COMPARAÇÃO ENTRE OS ÂNGULOS DE CINCO MOVIMENTOS NO MOMENTO DA PEDALADA. ................................................................................................... 94 TREINAMENTO RESISTIDO E CICLO MENSTRUAL ................................................................ 100 EFEITOS DO EXERCÍCIO AERÓBIO E DO TREINAMENTO DE FORÇA NO DIABETES MELLITUS TIPO II: UMA REVISÃO DE LITERATURA ............................................................... 105 ANÁLISE SOBRE AS INFLUENCIA DA NATAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO- SOCIAL DE ALUNOS DO 5º ANO DA ESCOLA CEJE NO MUNICÍPIO DE BOA VISTA-RR ................... 113 ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ................................................................................................................. 119 EXERCÍCIOS FÍSICOS COMO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO PARA OSTEOARTRITE DE JOELHO .................................................................................................... 125 ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E RISCOS DE DOENÇAS CORONARIANAS DO EFETIVO POLICIAL DA 25ª CICOM ATRAVÉS DA RELAÇÃO CINTURA– QUADRIL ............................. 131 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR NO PRÉ-TREINO DE PRATICANTES DE TREINAMENO FUNCIONAL ....................................................................................................... 138 TREINAMENTO DE FORÇA E ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIAS-AVDS EM IDOSOS ................. 145 A PRÉ-EXAUSTAO E SUA CORRELAÇÃO COM A FORÇA E HIPERTROFIA MUSCULAR: UMA REVISÃO CRÍTICA ...................................................................................................................... 161 EXERCÍCIOS RESISTIDOS E IDOSOS: TENDÊNCIAS DO TREINAMENTO DE FORÇA, UMA REVISÃO. .................................................................................................................................... 174 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 4 O TREINAMENTO DE FORÇA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA UM EMAGRECIMENTO SAUDÁVEL: UMA REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 181 A CONTRIBUIÇÃO DA MUSCULAÇÃO NA REDUÇÃO DE GORDURACORPORAL ................ 188 MOTIVAÇÕES DOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO DE UMA ACADEMIA EM CANINDÉ-CE196 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E PERFIL ALIMENTAR EM FUTEBOLISTAS AMADORES ................................................................................................................................ 206 BENEFÍCIOS DA PRATICA DA HIDROGINÁSTICA PARA GESTANTES ................................... 214 MOTIVOS DA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM UMA ACADEMIA PARA MULHERES NA CIDADE DE LIMOEIRO DO NORTE - CEARÁ ............................................................................ 220 AVALIAÇÃO DO COMPLEXO ADÔNIS EM ATLETAS DE CULTURISMO ................................ 232 CORRELAÇÃO ENTRE AS CAPACIDADES FÍSICAS DE FORÇA, RESISTÊNCIA E FLEXIBILIDADE E O DESEMPENHO NA SEQUÊNCIA DE ENSINO DA CAPOEIRA REGIONAL.238 MOTIVAÇÃO PARA CORREDORES DE RUA ............................................................................ 243 A PRATICA DA DANÇA NOS ESPAÇOS DAS ACADEMIAS OU ESTÚDIOS E OS BENEFÍCIOS GERADOS AOS PRATICANTES. ............................................................................................... 250 EFICÁCIA DO TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE EM MULHERES MANTENDO SUA ROTINA DE VIDA DIÁRIA ........................................................................... 256 REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA DE ABORDAGEM QUALITATIVA NOS ARTIGOS VIRTUAIS QUE TRATAM DOS JOGOS, BRINQUEDO E BRINCADEIRAS NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO FISICA ESCOLAR PUBLICADOS ENTRE ANOS DE 2010-2014NO BULLETIN FIEP. ............................................................................................................................................ 263 AS VANTAGENS DO TREINAMENTO FUNCIONAL PARA O EMAGRECIMENTO ................... 269 O DESINTERESSE DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PELAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA276 IMPORTÂNCIA DO AGACHAMENTO NA GESTAÇÃO .............................................................. 283 PROGRAMAS INDIVIDUAIS DE TREINAMENTO DE FORÇA E A INSERÇÃO DO PERSONAL TRAINER: ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO PARA OS TRABALHOS OFERTADOS ........................................................................................................ 291 MUSCULAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE UM ALIADO NA PREVENÇÃO DE QUEDAS....... 299 PAPEL DA LEPTINA, INSULINA E GRELINA NO CONTROLE DO PESO CORPORAL ........... 305 BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA PORTADORESDE HÉRNIA DE DISCO ..................... 312 ESTUDO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSAS PRATICANTES DE BODY VIVE ATRAVÉS DA TAXONOMIA DE GENTILE.................................................................................. 319 AVALIAÇÃO DO PERFIL ALIMENTAR, USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES E CONHECIMENTOS SOBRE NUTRIÇÃO DOS ALUNOS DE UMA ACADEMIA EM IBITINGA – SP. ............................................................................................................................................... 324 AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE JIU-JITSU336 VEGETARIANISMO E EXERCÍCIO FÍSICO: IMPLICAÇÕES PARA O DESEMPENHO E A SAÚDE DO ATLETA. ................................................................................................................... 343 ESTUDO DE CASO SOBRE O EFEITO DO PNF NA RECUPERAÇÃO FUNCIONAL DA MARCHA EM PACIENTE ADULTO JOVEM PORTADOR DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL. ................................................................................................................................. 351 TECNOLOGIA COMO INCENTIVO NA ATIVIDADE FISICA: UTILIZAÇÃO DOS EXERGAMES356 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 5 A NATAÇÃO INICIADA PRECOCEMENTE PODE ALTERAR A RESPONSIVIDADE A GLICOSE EM ILHOTAS PANCREÁTICAS ISOLADAS................................................................................ 362 TREINAMENTO CONCORRENTE E SUAS CARACTERÍSTICAS ............................................. 371 RISCO DO USO INDISCRIMINADO DE ESTEROIDES ANDROGÊNICOS ANABOLIZANTES NA HIPERTROFIA MUSCULAR ........................................................................................................ 378 RESUMOS ANÁLISE DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E O PERFIL DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DOS PARTICIPANTES DO PROJETO DE GINASTICA LABORAL DO COLÉGIO TÉCNICO INDUSTRIAL DE SANTA MARIA – CTISM ................................................................................. 382 AUXÍLIO DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O GRUPO DOS IDOSOS ............................................ 383 BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA FUNCIONAL PARA SERVIDORES NUMA ESCOLA NO MUNÍCIPIO DE SALINAS: ESTUDO DE CASO ESCOLA ESTADUAL DOUTOR OSVALDO PREDILIANO SANT'ANNA .......................................................................................................... 384 EFEITOS NOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO NA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA. UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. ............................................................................................... 385 UTILIZAÇÃO DO TESTE DE SENTAR E LEVANTAR NA AVALIAÇÃO DE APTIDÃO FÍSICA FUNCIONAL EM POPULAÇÕES ESPECÍFICAS ........................................................................ 386 EFEITOS DA INTERVENÇÃO DO YOGA EM MULHERES MASTECTOMIZADAS. .................. 387 EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA REABILITAÇÃO CARDÍACA PÓS-INFARTO. ............... 388 TREINAMENTO FUNCIONAL COMO FATOR PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DOS SERVIDORES DA UNIVERSIDADE FEDEERAL DE RORAIMA (UFRR). .......... 389 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 6 ARTIGOS A DANÇA ESCOLAR COMO CONTRIBUIÇÃO NO APRIMORAMENTO DO DOMÍNIO DA CORPOREIDADE Liegem Amaral Leal1 Karina Gomes Cerquinho2 Resumo A Dança como contribuição para melhoria das práticas pedagógicas tradicionais, quais seriam os benefícios para os alunos? As indagações nos sugerem a Dança como um tema relevante para a pesquisa, fornecendo informações necessárias para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras e atraentes para os alunos. Descreve-se a dança escolar como melhoria no aprendizado, favorecendo a comunicação dos alunos e os aspectos lúdicos do movimento expressivo, como contribuição no aprimoramento do domínio da corporeidade e melhoria do ensino. Esta pesquisa de abordagem quantitativa teve como universo, as escolas estaduais da rede pública de ensino, localizadas nas zonas centro sul e centro oeste do município de Manaus, Amazonas. Os sujeitos desta pesquisa foram os professores de educação física de ensino fundamental e médio. O instrumento de coleta de dados foi o questionário semi estruturado com perguntas fechadas. A análise dos dados coletados corroborou em alguma medida com os objetivosda pesquisa, quando a maioria dos sujeitos acenaram que a dança pode influir na capacidade de aprendizado do aluno e na melhoria das práticas pedagógicas do professor de educação física. Palavras-chave: Dança escolar, corporeidade, professores de educação física. Abstract The Dance as contribution to improvement the traditional pedagogic practices, which would the benefits, be for the students? The inquiries suggest us the Dance as an important theme for our research, supplying necessary information for the development of innovative and attractive pedagogic practices for the students. Described the school dance as improvement in the learning and favoring the students' communication and the aspects join of the expressive movement. The school dance as contribution in the improvement of the domain of the corporaty and improvement of the teaching. It is research of quantitative approach had universe of the research, the state schools of the public net of teaching, located in the west center and south center zone from province of Manaus, Amazonas. The subjects of this research were the physical education teachers, in the modality of fundamental and medium teaching. The instrument of collection of data used was questionnaires semi structured with closed questions. The research is concluded and ten physical education teachers were interviewed. The analysis of the collected data corroborated in some measure with the objectives of the research, when most of the subjects waived that the dance can influence on the capacity of the student's learning and in the improvement of the physical education teacher's pedagogic practices. Keywords: School dance, corporaty, teachers of physical education. 1 Centro Universitário Luterano de Manaus/Educação Física/Discente, liegem_leal@hotmail.com 2 Centro Universitário Luterano de Manaus/Educação Física/Orientadora, kgcerquinho@yahoo.com.br Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 7 INTRODUÇÃO O presente artigo vem apresentar a dança escolar como uma das ferramentas de trabalho que o profissional de educação física pode utilizar em suas aulas. A dança escolar serve como contribuição no aprimoramento do domínio da corporeidade, melhoria do ensino e aprendizagem dos alunos. A atividade física desenvolvida no ambiente escolar, na maioria das vezes, por sua formalidade não é uma prática atrativa para os alunos. A inexperiência do professorado aliada ao comodismo da insatisfação profissional reforça práticas pedagógicas tradicionais e alienantes. Se tivéssemos uma atividade comum a todo ser humano e que não exigisse esta sistematização exacerbada, sendo do mesmo modo, garantidos os benefícios à saúde e ao bem estar psicossocial do praticante, teríamos práticas pedagógicas mais atrativas para os alunos e professores? Se adotássemos a Dança como uma contribuição para melhoria das práticas pedagógicas tradicionais. Quais seriam os benefícios para os professores? As indagações antes referidas nos sugerem a Dança como um tema relevante para esta pesquisa que poderá nos fornecer informações necessárias, em certa medida, para o desenvolvimento futuro de práticas pedagógicas inovadoras e mais atraentes para os alunos. Avançando desta maneira para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem dos profissionais de educação física. Quais seriam os benefícios que a dança escolar proporcionaria aos professores de educação física que buscam a prática de dança como meio de melhorar as atividades físicas? Utiliza-se a dança como instrumento lúdico para desenvolver a corporeidade dos alunos no ambiente escolar, como melhoria no aprendizado, favorecendo a comunicação dos alunos e os aspectos lúdicos do movimento expressivo. Identifica-se a dança como ferramenta facilitadora do processo ensino- aprendizagem, relacionado a pratica da Educação Física, como forma de atividade expressiva do movimento corporal, desenvolvendo ritmo que combine a ação de diversos grupos musculares com eficiência facilitando a prática baseado no trabalho psicomotor são alguns dos objetivos que nos ajudarão ao desenvolvimento de ações que nos leve, em alguma medida, as respostas necessárias para o problema de pesquisa. Esta pesquisa de abordagem quantitativa teve como finalidade se levantar hábitos dos professores de educação física referentes à utilização da dança como prática escolar nas aulas de educação física. HISTÓRICO DA DANÇA Na Antigüidade, a humanidade já tinha na expressão corporal, através da dança, uma forma de se comunicar. Encontramos influências culturais dos países onde são dançados e de onde são originários os ritmos. Cada cultura transporta seus conteúdos às mais diferentes áreas, dentre estas, as danças absorvem grande parte desta transferência, pois sempre foi de grande importância nas sociedades através dos tempos, seja como uma forma de expressão artística, como objeto de culto aos deuses ou como simples entretenimento. No entanto em tempos mais remotos o sentido da dança tinha um caráter místico, pois era muito difundida em ritos religiosos e raramente era dançada em festas comemorativas. O Renascimento cultural dos séculos XV/XVI trouxe diversas mudanças no campo das artes, cultura, política, dentre outras. Dentro deste contexto, a dança também sofreu profundas alterações que já vinham se arrastando através dos anos. Nesta época a dança começou a ter um sentido social, isto é, agora era dançada em festas pela nobreza apenas como entretenimento e como recreação (HAAS, p. 20, 2003). Desde então a dança social foi se transformando e aos poucos se tornou acessível às camadas menos privilegiadas da sociedade que já desenvolviam outro tipo de dança: as danças populares; que, inevitavelmente, com estas alterações de comportamento foram se unindo às danças sociais, dando origem assim a uma nova vertente da música, dançada por casais, que mais tarde seria denominada Danças de Salão. A dança, conjugada como produto e fator da cultura humana, estampa, portando, desde seus tempos primitivos até a atualidade, uma linguagem corporal moldurada e inserida sob a influência dos contextos econômicos, sociais, políticos, religiosos e econômicos, presentes no desenrolar de regimes histórico- sociais, evocando suas necessidades, crenças, tradições, convenções, rebeldias na sua natureza artístico- cultural. AS CARACTERISTICAS DA DANÇA NA AMÉRICA LATINA Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 8 A América Central não foi influenciada somente pela mistura de culturas depois da colonização e importação dos escravos, mas também por todas as culturas crioulas que se desenvolveram posteriormente, desde Cuba até o Chile. O México, com sua rica variedade cultural transformou-se na mãe adotiva e trampolim de uma das danças latinas mais conhecidas: comando. Quando os franceses invadiram o México entre 1861 e 1867, grupos indígenas fugiram para as montanhas. Ocasionalmente retornavam para espiar os franceses e uma das coisas que mais lhes chamavam a atenção eram as danças tradicionais como as valsas, a polca, a mazurca. A dança que no México recebeu o nome de Chilena (por ter vindo diretamente do Chile por meio do comércio marítimo) se conhece em outras áreas da América Central e da América do Sul como cueca ou zamacueca. É uma dança, conhecida desde época da colonização espanhola, que se executa ao som de uma música de violão bastante rítmica. O casal afasta-se, se segue e se ultrapassam, girando um ao redor do outro (SOTER, 2001). As comunidades negras que vivem nas costas caribenhas da América Central têm os nomes genéricos de garifunas ou caribes negros. Começaram chamando-se a si mesmos de garinagu. Durante os três últimos séculos, apesar dos inúmeros fluxos de migrações e de suarelação com os ingleses, franceses e espanhóis, preservaram grande parte da cultura das suas principais ramas de ascendência: os indígenas caribenhos e os escravos africanos. Em 1635, dois barcos espanhóis carregados de escravos naufragaram perto da ilha de San Vicente, no norte da Venezuela. Os negros escaparam e foram acolhidos pelos índios da ilha. Desta mestiçagem nasceram os garinagu (depois chamados de garifunas) que permaneceram em San Vicente até que, em 1795, os ingleses os fizeram prisioneiros e os transportaram, em companhia de outros escravos negros. AS DANÇAS BRASILEIRAS A estrela das danças brasileiras é sem nenhuma dúvida o samba e as suas variantes. Porém, no Brasil existiram muitos outros ritmos que foram essenciais para as músicas de dança em todo o mundo, como o maxixe ou a lambada. No descobrimento em 1500, só existiam indígenas no Brasil. Com o passar dos séculos foi colonizado pelos portugueses que introduziram os escravos africanos. Dessa mistura de culturas resultou toda a variedade de ritmos e danças brasileiras. Outras culturas influenciaram em menor escala, como a holandesa, a francesa, a italiana ou a alemã. Foi da fusão dos ritmos africanos com a música e dança européia que surgiram os principais gêneros musicais e danças brasileiras, como o lundu, o maxixe e o samba de gafieira. Umbigada, o início: Dança originária de Angola e do Congo, trazida pelos escravos, é uma das danças mais antigas executadas no Brasil (GARIBA, 2002). É realizada, ao ritmo do batuque africano, formando um círculo de participantes em volta dos dançarinos solistas. Os dançarinos executam uma coreografia sensual e ao convidar o próximo dançarinos para entrar no circulo, o faz tocando seu umbigo no dele. Lundu: Dança de origem Banto também da Angola e do Congo, descrita como licenciosa e indecente, surge como canção solista brasileira no final do século XVII, tornando-se o primeiro grande fruto da fusão cultural brasileira. Em 1792 são publicados os primeiros títulos. No século XIX é tocada e dançada em salões de diversos níveis sociais, tornando-se um gênero musical executado por brancos e negros, sem distinção racial. Podemos mencionar também as outras danças típicas do Brasil que são elas: O bumba-meu-boi, o frevo, xote, o xaxado, a ciranda, forró, pagode, brega, axé, a quadrilha e muitas outras, mas que tem em todo o nosso país em regiões diferentes do Brasil. DANÇA ESCOLAR A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9493/96 (LDB) tornou o ensino da arte e educação física componente curricular obrigatório e os Parâmetros Curriculares Nacionais, (BRASIL, 1997), passaram a incluir a dança como conteúdo curricular. A dança e a sociedade estão sempre imbricadas. Não há como falar da dança sem percorrer a grandeza de sua trajetória ao longo dos anos, nem deixar de falar do homem, da sua corporeidade e necessidades. Pereira, p.61, 2001, ajuda na busca por um conceito de dança escolar: (...) a dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela, podem-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e/com os outros; a explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem novos sentidos, Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 9 movimentos livres. Verifica-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/para o aluno com sua corporeidade por meio dessa atividade. Uma das atividades físicas mais significativas para o homem antigo foi à dança. Utilizada como forma de exibir suas qualidades físicas e de expressar os seus sentimentos, era praticada por todos os povos, desde o paleolítico superior (60.000 a.C.). De acordo com o autor Nanni (2003, p.7), a dança tanto tinha características lúdicas como ritualísticas, em que havia manifestações de alegria pela caça e pesca ou dramatizações pelos nascimentos e funerais. No Brasil e no mundo a dança vem ganhando cada vez mais espaço pelos benefícios comprovados que para Gariba (2002), vão desde a melhora da auto-estima, passando pelo combate ao estresse, depressão, até o enriquecimento das relações interpessoais. A importância e o significado da Educação Física implica em reflexões sobre seus paradigmas, pois se vive numa sociedade dinâmica e entende-se que essa área deve contemplar múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos por esta sociedade, a respeito do corpo, assim como afirma Pinheiro (2004, p.32): A Educação Física desenvolvida de forma consciente, respeitando as diferenças (“...), ou seja, as individualidades de cada um e não dicotômica o ser humano, não separando o corpo físico do mental, entendo que ambos funcionam de modo integral”. Na dança escolar, o que pretende se relacionado como pratica de movimentos rítmicos ajudando o aluno a desenvolver-se através das expressões corporais, durante as aulas de educação física. Segundo Ferreira (2005), os exercícios repetitivos e exercícios naturais, ou seja, repetição de exercícios inspirados nos movimentos naturais que obedecem à estrutura do corpo. Corroboramos com o conceito de dança explicitado por Verderi (1998): Considera-se a Dança uma expressão representativa de diversos aspectos da vida do homem; portanto, uma aula de Dança na escola permite ao professor conhecer melhor o seu aluno, ou seja, saber suas preferências sobre o que gosta de brincar, de cantar, de ouvir; discutir suas experiências; fazer fluir sua imaginação e verificar a influência dela na realidade e nas atitudes da criança. A dança então pode ser uma ferramenta preciosa para o indivíduo lidar com suas necessidades, desejos, expectativas e também servir como instrumento para seu desenvolvimento individual e social. Assim vivemos em um mundo repleto de variedades, aspectos consumistas, e informações globalizadas, as quais os adolescentes por estarem em processo de construção da personalidade, encontram - se também em conflitos na aparência e tornando-se por vezes pessoas, insatisfeitas, rebeldes e desmotivadas para até mesmo buscar uma atividade física que lhe dêem prazer. CONCEITO DE CORPOREIDADE A dança pode existir como manifestação artística ou como forma de divertimento e/ou cerimônia. Como arte, a dança se expressa através dos signos de movimento, com ou sem ligação musical, para um determinado público, que ao longo do tempo foi se desvinculado das particularidades do teatro. A presença da dança no Brasil enquanto ensino se dá em alguns espaços, como clubes, academias, escolas especializadas de dança, algumas escolas particulares enquanto atividades extras curriculares e algumas escolas públicas e privadas quando o professor de Educação Física ou de Artes a insere em suas aulas. Neste caso, em se sabendo que a dança está presente de alguma forma na Educação Física, é necessário refletir sobre a função, o papel da dança na Educação Física. É necessário que haja uma reflexão sobre as quais propósitos, finalidades e objetivos deve a dança servir na Educação Física. A corporeidade é animada pela alma humana isso dá transcendência pelo nosso corpo; é uma qualificação do corpo; se realiza no corpo. Há ainda a considerar a vertente da aprendizagem, onde imagem e prática corporal convergem para um objetivo de agregação de valores nos quais o ser humano possui maior possibilidade de explorar seus potenciais, sejam eles somático-fisiológicos, psicomotores, intelectivos ou sociais. Verderi (2000) considera a educação como evolução e transformação do indivíduo, considerando a dança como um contínuo da Educação Física, expressão da corporeidade e considerando o movimento um meio para se visualizar a corporeidade dos nossos alunos, a dança na escola deve proporcionar oportunidades para que o aluno possa desenvolver todos os seus domínios do comportamento humano e, através de diversificações e complexidades, o professor possa contribuir para a formação de estruturas corporais mais complexas. Revista ENAF ScienceVolume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 10 Os alunos precisam de uma educação através do corpo. Porém, essa educação que trata da corporeidade deve ter como foco central comprovar a nossa existência e importância nesse mundo. Precisa-se ressaltar que existimos para que o mundo possa existir também. Uma Educação Física que considere importante que os corpos se movimentem se transforme, para que possam transformar as coisas do mundo e, ao mesmo tempo, estar organizando e desorganizando sua própria construção e reconstrução. Esta interação de acordo com Nanni, apud Gaspari (2002, p.123), é “*...+ imprescindível para que o ser humano se torne sujeito de sua práxis no desvelar a sua realidade histórica, através de sua corporeidade.” A corporeidade é acima de tudo, uma presença, uma manifestação uma visibilidade, talvez dito com maior precisão uma fisionomia. A corporeidade se estende para além dos limites da Física e da Biologia. Ela alcança a esfera da consciência e não exclui a possibilidade de transcendência. Podemos afirmar com certa segurança que a corporeidade é a condição humana, é o modo de ser do homem (SANTIN, 1993, p. 13). MATERIAIS E MÉTODOS Esta pesquisa teve uma abordagem quantitativa, o universo da pesquisa foram as escolas estaduais da rede pública de ensino, localizadas no município de Manaus, Amazonas. Os sujeitos desta pesquisa foram os professores de educação física, na modalidade de ensino fundamental e médio. A coleta de dados se realizou através de entrevistas, utilizando como instrumento de coleta de dados questionários semi estruturado com perguntas fechadas, para levantar os hábitos dos professores referentes às suas aulas. A análise dos dados se deu pelo tratamento estatístico, co-relacionando os dados levantados a cerca dos professores com a prática de dança nas suas aulas. Os participantes tiveram todos os direitos preservados em relação à privacidade dos dados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 1 A dança escolar proporciona um melhor aprendizado? Respostas Sim Não Total Nº 9 0 9 % 100 0 100 * houve uma resposta em branco Conforme a tabela 1 observa-se que a maioria dos entrevistados concorda que a dança propiciaria um melhor aprendizado aos alunos. De acordo com Porto (1992), que recorre aos fundamentos desenvolvimentistas da aprendizagem motora, reconhece a necessidade deste tipo de conhecimento, entretanto não pode deixar de colocar uma ressalva a esta abordagem. Tabela 2. A prática de dança nas aulas de educação física proporciona um ambiente inibitório? Respostas Sim Não Total Nº 5 4 9 % 55,56 44,44 100 * houve uma resposta em branco Conforme a tabela 2 observou-se que dos dez entrevistados, 5 (55,56%) concordaram que a prática de dança nas aulas de educação física proporcionaria um ambiente inibitório aos alunos enquanto 4 (44,44%) responderam não concordaria que a dança proporcionar um ambiente inibitório e somente houve uma dos entrevistados não respondeu a questão. As respostas vão de encontro Fritsch (1988): “nisso, a aparência corporal não consegue fugir do olhar observador e é, evidentemente, um ponto de referência especial da inibição”. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 11 Tabela 3. Os movimentos corporais ajudam no desenvolvimento motor, afetivo, cognitivo dos alunos? Respostas Sim Não Total Nº 9 0 9 % 100 0 100 * houve uma resposta em branco Conforme a tabela 3 verificou-se que as totalidades dos entrevistados corroboram que os movimentos da dança ajudariam no desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo dos alunos. Ainda um entrevistado se abdicou de responder. Para Barreto (2004), “desenvolvendo e aprimorando suas possibilidades de movimentação, descobrindo novos espaços, novas formas, superação de suas limitações e condições”. Tabela 4. Os benefícios da dança escolar favorecerão ao professor a desenvolverem a criatividade e espontaneidade nos alunos? Respostas Sim Não Total Nº 10 0 10 % 100 0 100 Conforme a tabela 4, todos dos entrevistados concordaram que a dança escolar proporcionam benefícios que favorecerão aos professores a desenvolverem a criatividade e espontaneidade dos alunos em suas aulas. Segundo Ferreira (2005), o professor tem que saber explorar o potencial do aluno, possibilitando seu desenvolvimento natural e favorecer o despertar da criatividade e espontaneidade. Tabela 5. Na dança escolar, devem valorizar as possibilidades expressivas de cada aluno? Respostas Sim Não Total Nº 10 0 10 % 100 0 100 Conforme a tabela 5, os entrevistados reforçam a idéia de que na dança escolar, deve se valorizar as possibilidades expressivas de cada aluno em suas aulas. Tabela 6. A dança no ambiente escolar contribuiria ao domínio da corporeidade dos alunos? Respostas Sim Não Total Nº 10 0 10 % 100 0 100 Conforme a tabela 6, os entrevistados em alguma medida defendem a idéia da necessidade de se adotar a dança no ambiente escolar para melhoria do domínio da corporeidade dos seus alunos. Como afirma Bueno (1998): as danças, por sua vez, têm sido um elo necessário de equilíbrio para a corporeidade, na perspectiva de um ser humano integral. São também manifestações de conhecimento cultural transmitidos de geração em geração, servindo para fortalecer o elo da comunidade, além de coibir o conflito interno, algo essencial para muitas das comunidades tradicionais. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 12 Tabela 7. O professor de Educação Física utilizando a dança como instrumento lúdico proporcionaria aos alunos um ambiente formal? Respostas Sim Não Total Nº 4 5 9 % 44,44 55,56 100 * houve uma resposta em branco Conforme a tabela 7, 44,44% dos entrevistados concordaram que se o professor de educação física utilizando a dança como instrumento lúdico proporcionaria aos alunos um ambiente formal. Sendo que, 55,56 % discordam dessa posição. A dança no contexto escolar pode ser uma forma muito construtiva de experiência lúdica, pois esta ao alcance de todos, uma vez que seu instrumento principal é o corpo. Sem a intenção de formar bailarinos, a escola pode proporcionar ao aluno um contato mais efetivo e intimista com a possibilidade de se expressar criativamente com o movimento. O lúdico contribuir para construção da corporeidade, através das brincadeiras, dos relacionamentos e da humanidade com o próximo (MARQUES, 2003). CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando os objetivos da pesquisa fundamentados na literatura cientifica pertinente, a pesquisa de acordo com a proposta de trabalho em relação ao tema dança escolar e corporeidade, a entrevista utilizando um questionário com perguntas fechadas no qual os professores deveria responde (sim ou não), esta foi aplicada aos profissionais de Educação Física, esclarecendo aos mesmos, informações que muitos desses professores não utilizam a dança escolar como ferramenta de trabalho em suas aulas. De acordo com a análise dos dados, os professores acenaram que a dança escolar é uma alternativa para melhoria do processo de ensino e aprendizagem em sala de aula, contribuindo para que os alunos se sintam mais à vontade, dispostos a construírem novas amizades, desta maneira se tornando pessoas mais sociáveis. Além disto, corroboram com a literatura que em alguma intensidade a dança possibilita o desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo. A análise dos dados direciona a mudança do trabalho pedagógico nas aulas de educação física, abandonando o formalismo excessivo do tradicionalismo vigente para práticas que se baseie no modelo mais humano e que levem em consideração no planejamento e execução de atividades o entorno contextual do aluno. É necessário comentar que a pesquisa não teve a intenção de esgotar possíveis respostassobre a contribuição da dança escolar para o domínio da corporeidade. Desta maneira, é indispensável o aprofundamento do tema, através de uma pesquisa de abordagem qualitativa, onde possamos dispor de métodos e técnicas de análise e coleta de dados, onde se possa legitimar os discursos dos professores de educação física e seus alunos. Assim como, um cronograma maior de pesquisa que possibilite a realização de uma oficina sobre o tema. A análise desses dados favoreceu para uma proposta sugerida se talvez tivéssemos, mas tempo a fazer a pesquisa de campo o trabalho seria de grande prestigio. Os resultados que vimos na tabela podemos verificar o conhecimento prévio dos professores de educação física em relação à prática de dança escolar e os benefícios aos alunos. REFERÊNCIAS BARRETO, D. Dança... Ensino, sentidos e possibilidades na Escola. 2 ed. Autores associados, 2004. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 13 BRASIL. Secretária de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacional: educação física. Vol. 7. Brasília: MEC/SEF, 1997. BUENO, Jocian M. Psicomotricidade: Teoria e Prática. S. Paulo: Ed.Lovise, 1998. FERREIRA, Vanja. Dança Escolar: um novo ritmo para a educação física. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. FRITSCH, Ursula (1988). Tanz, Bewegungskultur, Gesellschaft. Verlust und Chancen symbolischexpressiven Bewegens. Frankfurt: Afra Verlag. GARIBA, C. M. S. Personal dance: uma proposta Empreendedora. 2002, Dissertação/Mestrado em Engenharia de produção. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. GASPARI, Telma Cristiane. A Dança aplicada às tendências da Educação Física Escolar. In: Motriz, set./dez. 2002, n.3, p.123-129, Rio Claro, UNESP. HAAS, Aline Nogueira. Ritmo e Dança. Canoas, Ulbra, 2003. MARQUES, Isabel. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003. NANNI, D. Dança educação, pré-escolar a universidade. 2. Ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2003, p.7-79. PEREIRA, S. R. C. et al., Dança na escola: desenvolvendo a emoção e o pensamento. Revista Kinesis, Porto Alegre, n. 25, p.60- 61, 2001. PINHEIRO, D. R. U. O perfil do personal trainer na perspectiva de um treinamento físico orientado para saúde, estética e esporte. 2004. Personal trainer.com. br. Acesso em 10.10.08. PORTO, Eliane Tereza Rozante. A dança em idade pré-escolar. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 14, n. 1, p. 38-40, set. 1992. SANTIN, S. Ed. Física Temas Pedagógicos. Ijuí: UNIJUÍ, 1993. SOTER, Silvia; PEREIRA, Roberto (org). Laban ou a experiência da dança. Rio de Janeiro: UniverCidade, 2001. VERDERI, E.B.L.P. Dança na escola. Rio de Janeiro, RJ: Sprint, 1998. ________________. Dança na escola. Rio de Janeiro, RJ: Sprint, 2000. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 14 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE LESÕES EM ALUNOS DE ACADEMIA DE GINÁSTICA DO BAIRRO SANTA RITA ZONA SUL DO MUNICÍPIO DE MACAPÁ AP. RAMOS, A.T.O.¹; FARIAS, W.L²; BELFORT, D.R.³. Universidade Federal do Amapá - Macapá - AP- Brasil Universidade Vale do Acaraú - Macapá - Brasil 3- Universidade Federal do Amapá- Macapá-AP- Brasil Walber_lopes@hotmail.com RESUMO O número de praticantes de atividade física cresceu vertiginosamente em decorrência da busca pela promoção da saúde e pela questão estética. Diante desta realidade, houve um aumento significativo no número de espaços e de profissionais que oferecem a prática das mais variadas modalidades esportivas, fato que tem induzido a população a praticar exercícios físicos constantes. No entanto sabe-se que a realização de exercícios físicos de forma incorreta ou exagerada pode causar problemas de saúde, entre os quais, o surgimento ou a acentuação de lesões já estabelecidas. Este estudo teve como objetivo analisar a percepção de lesão em alunos de quatro academias de ginástica do Bairro Santa Rita, Zona Sul do Município de Macapá-Ap, com relação à ocorrência de lesões musculoesqueléticas e identificar os segmentos corporais mais acometidos. A amostra da pesquisa foi composta por 400 alunos matriculados em modalidades esportivas ofertadas pelas quatro academias como musculação e aulas coletivas, foram 200 participantes do sexo masculino e 200 do sexo feminino. A idade dos participantes variou de 18 a 69 anos, e teve como média a idade de 35 anos. Para a coleta de dados foram aplicados questionários aos alunos das academias participantes da pesquisa. O questionário aplicado foi composto por perguntas sobre dados pessoais do aluno, atividades realizadas na academia, percepção de lesão e procedimentos adotados após a lesão. Os resultados demonstraram que 60% da amostra relatou a percepção de alguma lesão, e destes, 30% acreditam que a lesão estava relacionada às atividades realizadas na academia. Os segmentos corporais lesionados mais citados pelos alunos foram o joelho com 40%, o ombro com 25%, coluna e tornozelo com 10% cada. Diante dos resultados foi possível concluir que a percepção de lesões por praticantes de exercício físico em academias de ginastica não é um evento raro, por isso deve-se salientar a importância da atuação profissional dos professores de educação física ao prescrever e orientar treinamentos adequadamente para que possa haver uma mudança nessa realidade. PALAVRAS-CHAVE: exercício físico, academia de ginastica, lesões musculoesqueléticas. ABSTRACT The number of practitioners of physical activity has growing vertiginously as a result of the pursuit of health promotion and the aesthetic issue. Given this reality, there was a significant increase in the number of spaces and professionals that offer the practice of various sportive arrangements, a fact that has induced people to practice constant physical exercise. However it is known that the practice of physical exercises of incorrect form or exaggerated can cause health problems, including the emergence or accentuation of established lesions. This study aimed to analyze the perception of injury in students from four gyms Santa Rita's district in the South Zone of the city of Macapa-Ap, regarding the occurrence of musculoskeletal injuries and identify the most affected body segments. The sample research was composed by 400 students enrolled in sportive arrangements offered by the four academies as weight training and group lessons, were 200 male participants and 200 female. The age of participants ranged from 18 to 69 years, and had the average age of 35 years. For data collection, questionnaires were applied to students of the participating research academies. The questionnaire applied was composed by questions about student personal data activities carried in the gym, perception of injury and procedures adopted after the injury. The results showed that 60% of the sample reported the perception of an injury, and of these, 30% believe that the injury was related to activities in the gym. The injured body segments most often cited by students were the knee with 40%, 25% shoulder, spine and ankle with 10% each. With Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 15 the results it was concluded that the perception of injury from exercise practitioners in gymnastics academies is not a rare event, so it should be noted the importance of the work of professional physical education teachers to prescribe and guide training properly so there may be a change in this reality. KEYWORDS: exercise, fitness gym, musculoskeletal injuries. INTRODUÇÃO A prática de atividade física tem se destacado em âmbito mundial como um dos principais contributos não farmacológicos relacionados ao combate à mortalidade decorrentes das doenças crônicas não transmissíveis (Lee et al., 2012; Rezende et al.,2016). Nestesentido, evidências cientificas em atividades físicas através de intervenções, ações e estratégias, demonstram grandes potenciais para o aumento da prática. (PRATT et al 2015). Assim, percebe-se um aumento significativo nos espaços para prática de atividades físicas e/ou esportivas, como também dos profissionais qualificados para orientação das variadas modalidades físicas e esportivas, o que pode induzir ainda mais o número de adeptos nas práticas das atividades motoras. Paralelo a esse aumento, nota-se também uma maior prevalência de lesões nos praticantes de diferentes atividades física sistematizadas (Rombaldi et al 2014; Rola et al., 2004; Oliva, Bankoff e Zamai 1998). Motivados pela ânsia de alcançar objetivos rápidos, muitos indivíduos acabam se submetendo a realização de exercícios sem entender de que maneira a execução destes influenciará nas suas estruturas corporais, o que pode resultar em implicações negativas ao organismo. É importante termos consciência que, apesar de proporcionar muitos benefícios a quem pratica, exercícios físicos realizados de forma incorreta ou exagerada podem causar problemas de saúde, entre os quais, o surgimento ou a acentuação de lesões já estabelecidas. Para a realização de qualquer tipo de exercício, devem ser levadas em consideração todas as variáveis associadas ao desenvolvimento de lesões. É extremamente importante avaliar o resultado de forças repetitivas sobre uma estrutura e a habilidade da estrutura em absorver tais forças, para que sejam evitados excessos. As lesões provenientes da prática de exercício físico são definidas como lesões desportivas e geralmente estão associadas a excesso de treinamento, manuseio incorreto de equipamentos, e execução incorreta de movimentos. Para Vieira (2001) as lesões são decorrentes de aspectos classificados como intrínsecos: idade, sexo, estrutura, composição corpora, nível de aptidão física, período de treinamento da lesão, questões nutricionais e características psicológicas e sociais, e os extrínsecos: planejamento, periodicidade e intensidade da atividade física, condições atmosféricas e equipamentos (acessórios, calçados e vestuário) a serem usados durante a execução da atividade física, tipo de modalidade praticada, local de treino e instalações desportivas. Sabe-se que as lesões podem interferir na capacidade funcional de uma pessoa gerando diversos prejuízos, como o afastamento da prática de exercícios físicos, o afastamento de atividades laborais e gastos financeiros com tratamento. Devido à grande incidência de praticantes de exercícios físicos que vem apresentando as lesões desportivas, essa temática tem sido objeto de vários estudos. Rola et al (2004), analisaram a percepção de lesões em academias de ginastica de Belo Horizonte, chegando a conclusão de que houve muitos relatos de lesões e que por isso é de extrema importância para a prática de exercícios físicos em academias, a presença de um acompanhamento profissional, bem como duração e intensidade de treino adequados a fim de se alcançar um treinamento físico de qualidade e sem grandes consequências. Em um trabalho bastante semelhante, Almeida (2011), também detectou presença de algias musculoesqueléticas em praticantes de musculação em uma academia de Porto Alegre. Diante disto, este estudo teve como objetivo a análise da percepção de lesões em alunos de academias de ginástica do bairro Santa Rita, Zona Sul do Município de Macapá-AP com relação à ocorrência de lesões e identificar os segmentos corporais mais acometidos. MÉTODO A amostra da pesquisa foi composta por 400 alunos matriculados em atividades esportivas ofertadas pelas academias como musculação e aulas coletivas (step, localizada, bodypump). Para que os resultados não expressassem a caracterização de um gênero, foram selecionados 50 indivíduos do sexo feminino e 50 do sexo masculino de cada academia onde ocorreu a pesquisa, totalizando 200 participantes de cada sexo. A seleção ocorreu através de convites feitos a alunos que foram abordados nas entradas das academias. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 16 Toda a amostra se dispôs a participar voluntariamente do estudo. A idade dos participantes variou de 18 a 69 anos, e teve como média a idade de 35 anos. Esta pesquisa foi realizada em quatro academias localizadas na zona sul da cidade de Macapá que tivessem pelo menos um professor de educação física e que foram escolhidas por critério de conveniência quanto à localização. Para a obtenção dos dados foi elaborado um questionário, composto por 12 questões, 2 abertas e 10 fechadas, dos quais incluíram informações pessoais como idade e sexo, além de informações relativas ao tipo de atividade praticada na academia, percepção da lesão pelo aluno (presença de lesão, relação com a atividade física e localização), procedimentos após a lesão (suspensão de alguns ou de todos os exercícios, procura por atendimento médico, informação ao professor de educação física da academia e modificação do programa de treinamento) e possível melhora dos sintomas. As aplicações dos questionários ocorreram no período de dezembro de 2015 a janeiro de 2016 e foram realizadas nas dependências das academias participantes da pesquisa. Foram aplicados um total de 400 questionários, 100 em cada academia. Todos os questionários aplicados foram analisados. Os dados foram tabelados utilizando o programa Microsoft Excel 2010.Para realização da pesquisa os proprietários das academias foram contatados e autorizaram que a coleta fosse realizada em seus estabelecimentos. Todos os alunos participantes da pesquisa foram abordados e convidados a participar do estudo e caso concordassem em responder o questionário, faziam-no na presença do pesquisador. RESULTADOS E DISCUSSÃO Conforme pode ser observado no gráfico 01, que trata de lesões nos participantes, 60% da amostra relatou que já teve alguma lesão e 40% relatou não ter sido acometido por lesão. Gráfico 01 Em estudo realizado por Rombaldi et al (2014) com praticantes de atividades físicas no tempo de lazer, o percentual de lesões decorrentes da prática das atividades foi de 21,9%. Gomes e Junior (2013), em seus estudos observaram que 25% dos indivíduos disseram já tiveram alguma lesão corporal. A incidência de lesões na prática de exercícios físicos pode estar relacionada a diferentes fatores como a realização incorreta de exercícios, progressão inadequada das cargas de treinamento, desequilíbrios musculares, uso de equipamentos inadequados, e pela falta de acompanhamento de um profissional qualificado. Neste sentido, torna-se relevante uma prescrição orientada na realização de exercícios, pois a ausência de orientação é um dos aspectos que levam a uma alta incidência de lesões. É possível que o alto percentual de indivíduos acometidos por lesões apontado neste estudo, esteja relacionado a condicionantes provenientes de treinamentos mal elaborados, mal executados ou de práticas aleatórias de exercícios físicos. Ao questionar os alunos sobre a localização das lesões (gráfico 2), os seguimentos corporais mais destacados pelos participantes foram o joelho, apresentando um percentual de 40%, e o ombro com 25%. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 17 As regiões da coluna e cotovelo foram, cada uma, citadas por 10%. Os seguimentos do cotovelo, punho e quadril, apresentaram as menores prevalências de lesões, ambos com 5%. Gráfico 02 Estes resultados contrariam os achados de Moreira, Boery e Boery (2010), os quais relataram como seguimentos corporais mais acometidos por lesões entre os praticantes de atividade física em academias de musculação foram a coluna, seguida pelos ombros, joelhos, cotovelo, quadril, tórax e por último a panturrilha. No entanto, Souza, Moreira e Campos (2015), identificaramque as regiões com maiores frequências de lesões são ombro e joelho, seguidos pela região cervical e tórax. Igualmente, Oliva et al (1998), demonstram que os ombros se apresentam como as regiões de maior prevalência de lesões, seguidos pela coluna e cotovelo. Apesar das diferenças de lesões encontradas nas diferentes regiões corporais, percebe-se que os ombros, joelhos e coluna são frequentemente citadas pelos praticantes. Talvez pelo fato de o ombro e o joelho se tratarem de articulações que permitem a movimentação dos membros superiores e inferiores e acabam sendo exigidas a todo momento, tendo inclusive que suportar altas cargas nos mais variados movimentos e, a coluna vertebral, por suportar o peso corporal, e estar associada a manutenção da postura ereta. As possíveis causas de lesões nessas estruturas relacionadas à prática de exercícios físicos são treinos excessivos, uso impróprio das técnicas de treinamento ou a combinação de ambos. Na análise do gráfico 03, sobre se a lesão está relacionada com a atividade realizada na academia, 30% dos alunos questionados afirmaram que acreditavam que a lesão estava relacionada às atividades realizadas na academia, e 70% dos alunos responderam que acreditavam que não havia essa associação. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 18 Gráfico 03 Em estudo de Rolla et all (2004), 48% da amostra, afirmaram acreditar que havia associação entre lesões desenvolvidas e às atividades realizadas na academia. Já estudo de Gomes e Junior (2013) demonstrou que dos alunos que tiveram alguma lesão, 25% disseram que sua lesão está relacionada com a atividade que desenvolvem na academia. Por se tratar de um ambiente especifico para a realização de exercícios físicos, é comum que lesões sejam associadas a este ambiente. Sabemos, no entanto, que lesões nem sempre estão vinculadas as atividades praticadas na academia, podem estar associadas a atividades diárias, laborais ou de lazer por exemplo. Movimentos repetitivos em casa ou no trabalho, realização de práticas esportivas esporádicas são atividades que podem gerar lesões pelo fato do indivíduo muitas vezes, não possuir uma estrutura corporal preparada para suportar a carga de determinado movimento ou atividade. Quando tratamos de exercícios físicos realizados em academias de ginasticas, devemos considerar que estes ambientes devem oferecer atividades orientadas por profissionais que estão preparados para atuar de maneira preventiva quanto ao desenvolvimento de lesões. Contudo, sabemos que não são todos os profissionais que se preocupam com esta variável ao prescrever ou orientar treinamentos e por outro lado, não são todos os alunos que seguem o treinamento adequado prescrito pelo professor. Caso houvesse uma conscientização dos alunos e uma atuação profissional adequada à incidência de lesões provenientes de exercícios praticados nestes ambientes seriam reduzidas. O gráfico 04, sobre a atitude em relação à manutenção das atividades realizadas na academia, constatou- se que após a lesão, 50% dos alunos deixaram de realizar alguns exercícios, mas mantiveram suas atividades na academia, 23% afirmaram que não modificaram suas atividades na academia, e 27% alegaram ter deixado de realizar todas as suas atividades na academia. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 19 Gráfico 04 Corroborando com esses resultados os achados de Wagner e Shigunov (2013), demonstraram em seu estudo que 51% da sua amostra não interrompeu os treinamentos de musculação e 49% interrompeu totalmente os exercícios para uma melhor recuperação das partes envolvidas. Em contrapartida Gomes e Junior (2013) em relação à atitude tomada após a lesão, 33% continuaram a fazer as atividades normalmente e 67% deixaram de fazer apenas algumas atividades. As lesões podem ser definidas em diferentes graus, conforme sua gravidade. Quanto mais grave, maior será a interferência da lesão no cotidiano do indivíduo, inclusive nas atividades praticadas na academia. Normalmente é necessária a realização de ajustes, interrupções ou alterações nos exercícios realizados. Essas adequações são realizadas de acordo com a especificidade da lesão, que determinará qual a melhor recomendação em relação aos exercícios praticados. Na análise do gráfico 05, o qual discorre acerca da busca de tratamento especializado após a descoberta de lesão, foi identificado que 70% dos alunos procuraram algum tratamento médico e 30% não procuraram ajuda médica ou de fisioterapeutas. Gráfico 05 Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Rolla et all (2004), 73% dos acometidos por lesão na academia procuraram algum tratamento médico ou fisioterapêutico. Por sua vez, Rombaldi et al (2014) demostrou que apenas 28% dos indivíduos que se lesionaram praticando atividades físicas, procuraram atendimento fisioterápico. A importância de procurar um profissional médico ou fisioterapeuta consiste na necessidade de identificar as especificidades da lesão. São estes profissionais que irão atuar na elaboração de um diagnóstico que determinará as características da lesão e nele serão baseadas as medidas a serem adotadas como forma de tratamento ou recuperação. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 20 Cabe ressaltar que esses profissionais determinam a necessidade de tratamento farmacológico ou fisioterápico, enquanto a orientação prática da atividade física, é um papel atribuído ao professor de educação física, seja na forma de profilaxia ou tratamento de determinada lesão a partir de exercícios físicos (RESOLUÇÃO CONFEF, N° 046/2002). A negligência adotada pelos praticantes, quanto à consulta dos profissionais adequados e capacitados, aumenta às chances de elevar os riscos à saúde do próprio indivíduo. Ao serem questionados quanto ao relato da lesão ao professor da academia, 70% afirmaram ter informado o professor e 30% afirmaram não ter informado o profissional referido, como demostra o gráfico 06. Gráfico 06 Com resultados próximos aos deste estudo, Souza, Moreira e Campos (2015), demostrou que 75% dos alunos com lesão relataram o ocorrido ao professor de educação física da academia. No entanto, Oliva, Bankoff, Zamai (1998) demostrou que mais da metade dos praticantes de musculação entrevistados, treinaram sem comunicar o treinador sobre algum tipo de dor. A prescrição de exercícios deve ser baseada em avaliações que permitem identificar diversas características do aluno, como estilo de vida, composição corporal, nível de condicionamento físico, histórico de doenças e lesões. Além das informações advindas das avaliações, é necessário salientar aos alunos, a importância de ser repassado ao professor, informações sobre as variáveis resultantes ou que interferem na execução de um treinamento. Através do “feedback” entre professor e aluno, é possível obter parâmetros imediatos sobre a efetividade da prescrição do treino, o que engloba aspectos de prevenção e/ou desenvolvimento de lesões. O relato de lesões existentes ou da suspeita do surgimento de uma nova lesão, conduz o professor a adoção de uma nova metodologia de treino, devido a necessidade de ajustes à condição física do aluno. A omissão de informações relativas ao treino pode comprometer a saúde e a execução das atividades físicas, pois eleva o risco de agravamento de lesões. A omissão também dificulta a realização de intervenções terapêuticas de profilaxia em lesões em estados iniciais. Ao serem questionados se tiveram seu programa de treinamento modificado pelo professor da academia após avaliação médica, 65% afirmaram que sim e 35% afirmaram que não, conforme demonstra o gráfico 07. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN:1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 21 Gráfico 07 Em estudo semelhante, Rolla et all (2004), demostraram que 80% dos alunos que comunicaram a lesão ao professor ou ao fisioterapeuta da academia, tiveram seu programa de treinamento modificado. A execução e prescrição de exercícios físicos devem ser baseadas nos princípios do treinamento, entre os quais temos o da individualidade biológica, que consiste na ideia que cada indivíduo é formado por uma somatória de características que o torna único, sendo assim, um treinamento não pode desconsiderar essas peculiaridades individuais. Considerando este importante princípio, o indivíduo acometido por uma lesão precisa ter suas atividades adequadas a sua condição física, a fim de que seja evitado o agravamento do quadro da lesão e para evitar o desenvolvimento de lesões compensatórias, que podem surgir em decorrência da alteração do funcionamento de uma determinada estrutura corporal. Quando não há o devido cuidado e a adequação dos treinamentos do indivíduo lesionado, quadros de lesões podem evoluir para um grau de comprometimento maior e piorar a condição física da pessoa. Já quando ocorre a adequação necessária, quadros de lesões podem ser melhorados ou até revertidos. Quando questionados se houve melhora na lesão após a modificação do treinamento, dos alunos que afirmaram ter tido seu programa de treino modificado após a identificação da lesão, 90% relataram a identificação de melhorias com a mudança do treinamento e 10% relataram não ter identificado melhorias, como demonstra o gráfico 08. Gráfico 08 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 22 O estudo de Souza, Moreira e Campos (2015), o percentual de 80% relatou melhora nos sintomas após a mudança nos treinos. Já Rolla et all (2004), demostrou que após a modificação do programa de treinamento, 96% dos alunos relataram alívio dos sintomas. Quando a prescrição de uma atividade é realizada respeitando todas as condições peculiares ao indivíduo, é possível faze-la com segurança e de forma adequada. Treinamentos prescritos e executados corretamente possibilitam ao indivíduo lesionado, realizar suas atividades de maneira mais confortável, com diminuição ou ausência de dor, além de ajudar no processo de reabilitação da lesão. CONCLUSÃO Foi possível constatar através desse estudo que a percepção de lesões por praticantes de exercício físico em academias de ginastica não é um evento raro, por isso deve-se salientar a importância da atuação profissional dos professores de educação física ao prescrever e orientar treinamentos adequados para que possa haver uma mudança nessa realidade. Quando exercícios são realizados com segurança, o risco de um indivíduo ser acometido por uma lesão é menor, o que resulta na necessidade da difusão destas informações aos alunos, para que possam compreender a importância de respeitar o equilíbrio na relação exercício físico e saúde. Embora estudos demonstrem a importância da atividade física na prevenção e manutenção de um padrão de vida saudável, a prática pode determinar um aumento no risco da ocorrência de lesões entre os praticantes. O exercício físico sistematizado pode beneficiar o ser humano tanto fisicamente quanto mentalmente proporcionando uma melhor qualidade de vida. Contudo, quando praticado de maneira incorreta, o exercício físico deixa de ocasionar benefícios. As lesões musculares, tendinosas e ligamentares são exemplos de consequências da prática inadequada do exercício físico e podem ocorrer em qualquer estrutura corporal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ALMEIDA, R. G.; Prevalência de Algias Musculoesqueléticas em praticantes de musculação. Trabalho de Conclusão de Curso, Novo Hamburgo, 2011, p.01-36. Disponível em: ttp://gedfeevale.br/bibvirtual/monografiaRosselieAlmeida.pdf acesso em: 15/02/2016. 2. GOMES, V. S., JUNIOR, C. A. P. Análise dos principais tipos de lesões em praticantes de musculação na cidade de cachoeira alta - go. São Simão – GO, 2013 3. LEE IM, SHIROMA. EJ, LOBELO et al.; Efect of physical inactivity on major non-communicable diseases worldwide: na analisis of burden of disease and life expctancy, lancet. Publishedeolinejuly 18, 2012: http://dx.doi.or 4. MOREIRA, R. M., BOERY, E. N., BOERY, R. 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Florianópolis – SC, 2013. PROTOCOLO DE PESQUISA Título: análise da percepção de lesões, em academias de ginástica do Bairro Santa Rita Zona Sul do Município de Macapá- Ap. Pesquisadores: Aline Thaíze de Oliveira Ramos/Walber Lopes Farias. Pós-Graduando em Fisiologia do Exercício, Avaliação Física e Atividade para Grupos Especiais. ENAF/Desenvolvimento Serviços Educacionais do Estado do Amapá. Nome: ____________________________________________________________ 1) Idade: __________ 2) Sexo: M ( ) F ( ) 3) Quais atividades você realiza na academia? ( ) somente musculação ( ) somente aulas coletiva ( step, localizada,bodypumpetc) 4) Você já teve ou tem alguma lesão? ( ) Sim ( ) Não 5) Você acredita que esta lesão está relacionada à(s) atividade(s) realizada(s) na academia? ( ) Sim ( ) Não 6) Onde está localizada a lesão? (Se necessário, marque mais de uma opção) ( ) joelho ( ) tornozelo ( ) quadril ( ) coluna ( ) ombro ( ) cotovelo ( ) punho ( ) outros 7) Com o resultado da lesão você: ( ) não modificou sua(s) atividade(s) na academia ( ) deixou de realizar apenas alguns exercícios ( ) deixou de realizar toda(s) a(s) sua(s) atividade(s) 8) Você procurou algum tratamento médico e/ou fisioterapeuta? ( ) Sim ( ) Não 9) Você informou ao professor de sua academia sobre a sua lesão? ( ) Sim ( ) Não 10) O seu programa de treinamento foi modificado pelo professor?( ) Sim ( ) Não 11) Em caso afirmativo, houve melhora dos sintomas relacionados à lesão, após esta modificado? ( ) Sim ( ) Não ENDEREÇO: AVENIDA HENRIQUE GALÚCIO, N°3216. SANTA RITA CEP:68900-255. MACAPÁ-AP Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 24 WHEY PROTEIN A SOLUÇÃO PARA A OBESIDADE? DE PAULA, A. C. ¹ VIANNA, D. ENAF/DSE- Ribeirão Preto- Brasil EMAIL: aline_acp_@hotmail.com RESUMO Introdução.No Brasil, assim como em vários outros países em desenvolvimento, a obesidade tem aumentado significativamente nas duas últimas décadas.A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal, em decorrência da somatória de fatores genéticos e ambientais. Obesidade é fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis como diabete melitus tipo 2, hipertensão, resistência à insulina entre outras. Diante destas evidências é recomendado que obesos se submetam a algum tratamento para atenuar o incremento de gordura corporal, a fim de reduzir as chances de mortalidade e controlar as doenças relacionadas à obesidade. Nesse sentindo, várias intervenções terapêuticas são propostas, como a prática de exercício físico, a restrição calórica e a suplementação alimentar. Diversos estudos relatam que a suplementação de wheyprotein é eficaz em reduzir a gordura corporal e em estimular a síntese proteica favorecendo o crescimento ou manutenção da massa magra. Objetivo:este trabalho teve como objetivo avaliar a associação do exercício físico e do acompanhamento nutricionaljunto com uso do suplementoWheyprotein como tratamento para obesidade.Métodos: O estudo foi conduzido na academia da cidade de Ituverava- SP, realizadocom 2 mulheres e 2 homens 36±12,72 anos e peso médio de 95±21,21 Kg, submetidos a dois meses de tratamento. Foram feitas avaliações antes a após o período de intervenção. O acompanhamento nutricional consistia em consultas semanais sendo utilizado uma dieta hipocalórica de 1700 Kcal associada ou não a suplementação de 23g de wheyprotein. O treinamento físico (resistido + aeróbio) foi realizado 3 vezes na semana, tinha duração de 1 hora. Conclusão. Conclui-se que a suplementação de wheyprotein associado a dieta hipocalórica e ao treinamento foi eficaz em reduzir o peso corporal. Mostrando assim a importância de unir dieta, suplementação e atividade física, para se obter resultados satisfatórios no tratamento para o emagrecimento. Palavras chave: Obesidade; Emagrecimento; wheyprotein. ABSTRACT Introduction. In Brazil, as in many other developing countries, obesity has increased significantly in the last two decades. Obesity is characterized by the accumulation of body fat as a result of the sum of genetic and environmental factors. Obesity is a risk factor for chronic diseases such as diabetes mellitus type 2, hypertension, insulin resistance, among others. On this evidence it is recommended that obese to undergo some treatment to mitigate the increase of body fat in order to reduce the chances of mortality and control diseases related to obesity. In that sense, various therapeutic interventions are proposed, such as physical exercise, caloric restriction and supplemental feeding. Several studies have reported that supplementation of whey protein is effective in reducing body fat and stimulate protein synthesis favoring the growth or maintenance of lean mass. Objective: This study aimed to evaluate the association of physical exercise and nutritional counseling along with use of Whey protein supplement as a treatment for obesity. Methods: The study was conducted at the Academy of the city of Ituverava- SP, performed with 2 women and 2 men 36 ± 12.72 years and average weight of 95 ± 21.21 kg, submitted to two months of treatment. Evaluations were made before to after the intervention period. Nutritional monitoring consisted of weekly consultations are using a reduced calorie diet of 1,700 Kcal with or without supplementation of 23g of whey protein. Physical training (resistance + aerobic) was performed 3 times a Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 25 week, I had duration of 1 hour. Conclusion. It is concluded that supplementation of whey protein associated with reduced calorie diet and the training was effective in reducing body weight. Thus showing the importance of uniting diet, supplementation and physical activity, to obtain satisfactory results in the treatment for weight loss. Key words: Obesity; Weight loss; whey protein. INTRODUÇÃO A obesidade nos dias atuais é um problema de saúde que cresce constantemente e já é classificada como uma epidemia mundial, pois o mercado de alimentos oferece oportunidades de fácil acesso para que o indivíduo possa ingerir altos volumes de alimentos sem levar em consideração a qualidade, como por exemplo: fastfoods, lanches, salgadinhos, refrigerantes entre outros com preços mais acessíveis, sendo mais vantajoso manter uma dieta pobre em nutrientes, mas rica em quantidade. (FETT, 2001) (FRANCISCHI; LANCHA-JUNIOR & PEREIRA 2003) O individuo é considerado obeso, pelo acumulo de gordura corporal, ou seja quando sua porcentagem de gordura é maior que de massa muscular, seu indice de massa corporal é classificado por 30 Kg/m² ou mais. (SALVE, 2006) A obesidade geralmente esta associada a outras patologias, como: Diabete Mellitus, hipertensão, doença renal, gota, entre várias outras. Alguns dos fatores que ajudam a desencadear a obesidade são principalmente hábitos alimentares inadequados, bem como a falta de atividade física. O tipo, a intensidade e a duração do exercício determinam alterações significativas com aumento do metabolismo. Sendo assim, conhecendo a dieta, o tipo de exercício e o suplemento alimentar, podem melhorar e acentuar o acúmulo de gordura corporal e assim acelerar o processo de emagrecimento. (FETT, 2001). Para que ocorra um bom tratamento dietoterápico esportivo é importante que o nutricionista tenha um bom histórico sobre o paciente, um planejamento dietético e um conhecimento na área de nutrição esportiva e principais características da modalidade desempenhada. (Braggion, 2008). De acordo com a Resolução do CFN n°380/2005: “suplementos nutricionais são alimentos que servem para complementar, com calorias, e ou nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente, ou quando a dieta requerer suplementação”. No mercado os suplementos alimentares são encontrados de seguinte forma: pós, capsulas, tabletes, barras, pastilhas mastigáveis, drágeas, granulados, líquidos, géis, semissólidos e suspensões. Eventualmente os suplementos nutricionais são utilizados para alcançar resultados positivos em qualquer que seja o objetivo e o treinamento. A maneira que as proteínas do soro do leite utilizadas como suplementos alimentares são comercializadas principalmente em forma de pó (Braggion, 2008; FISCHBORN, 2009). Com a pratica de atividade física melhora-se a qualidade de vida dos indivíduos. Vários fatores vão interferir no desenvolvimento da atividade física, como organização do treino, genética, suplementação, tempo da prática de atividade física e dieta, principalmente. Com isso aumenta-se a necessidade de nutrientes do corpo, principalmente de proteína. Com a ingestão de proteína ou aminoácidos pós treino contribui na recuperação e na síntese proteica, a qualidade dessas funções são acentuadas positivamente se a quantidade e o tipo de proteína for adequado.) (HARAGUCHI, 2008)(FISCHBORN, 2009) Segundo a ANVISA, na Portaria n° 222/1998: “os Alimentos Proteicos são produtos com predominância de proteína(s), hidrolisada(s) ou não, em sua composição, formulados com o intuito de aumentar a ingestão deste(s) nutriente(s) ou complementar a dieta de atletas,cuja as necessidades proteicas não estejam sendo satisfatoriamente supridas pelas fontes alimentares habituais.” (ANVISA, 1998) A wheyprotein tem como seu principal produto a proteína do soro do leite. O soro do leite possui cor amarela esverdeada e é obtido através da coagulação do leite e possui sabor de ácido para doce. Por ser rico em proteínas, sendo elas aminoácidos essenciais e por possuir alta biodisponibilidade, ele se tornou um material usado na alimentação humana e na confecção de suplementos proteicos. Elas correspondem a 20% das proteínas do leite, compostas principalmente por α-lactoalbumina (ALA) e a β-lactoglobulina (BLG) e outros componentes como: albumina do soro bovino (BSA), Imunoglobulinas (Ig’s) e glico- Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 26 macropetídeos. A composição de aminoácidos das proteínas do soro são semelhantes as do musculo esquelético(ZUÑIGA,2003) (HARAGUCHI, 2008) (MELO, 2009) De acordo com estudos, as proteínas do soro auxiliam o emagrecimento por meio da redução do percentual de gordura corporal, realizado pelo micronutriente Cálcio e por ter em sua composição alta concentração de Aminoácidos de Cadeia Ramificada (BCAA). Com o aumento do cálcio na dieta, ocorre o auxílio na redução dos hormônios calcitropicos, esse hormônio é o responsável por estimular a transferência de cálcio para as células de gordura e em altas concentrações leva a lipogênese e a redução da lipólise. Além de oferecer vários benefícios como recuperação muscular, fortalecimento da imunidade e melhoria no desempenho físico (HARAGUCHI, 2008; MELO, 2009) No mercado, a WheyProtein pode ser encontrada em três formas mais conhecidas, sendo elas: isolada, hidrolisada e concentrada. Na proteína isolada encontra-se de 90% a 95% de proteínas, com baixo teor de gordura e lactose, a hidrolisada é feita da concentrada e da isolada, também contem baixo teor de gordura e lactose e possui fácil digestão e absorção. E a concentrada em duas formas, a concentrada passa por um processo de extração do componentes não proteicos, sua porcentagem de proteína varia entre 25% e 89%, a medida que a lactose diminui aumenta a % de proteínas e a concentrada com lactose reduzida tem em sua formulação menos de 1% de lactose (CASAGRANDE, 2006) . E o último e menos conhecido é a WheyProtein por troca iônica, nela ocorre a remoção de determinados minerais por meio da troca iônica, por eletro diálise ou pela técnica de filtração em membranas (CASAGRANDE, 2006). Existem diversas maneiras de utilizar a suplementação desta proteínas, como após treino, para que seja oferecido aminoácidos essenciais para que ocorra a síntese proteica;pré treino, assim irá prevenir o catabolismo muscular, pelo alto teor de glutamina e BCAA; ao levantar-se da cama, por ser uma proteína de rápida absorção e digestão, esta ajuda na reposição de proteínas e carboidratos de forma mais rápida, causada por jejum noturno (sono); ou ainda antes de dormir, para favorecer a recuperação muscular e impedir o catabolismo em atletas em dieta hipocalórica, oferecendo aminoácidos. Lembrando sempre que se deve levar em consideração o tipo e volume de treinamento, a dieta, o objetivo do individuo para assim orientar o melhor horário para ingerir o suplemento proteico (NILSEN, 2010). OBJETIVO O estudo teve como objetivo avaliar a associação do exercício físico e do acompanhamento nutricional junto com uso do suplemento Wheyprotein como tratamento para obesidade. Por último incentivar a melhoria de hábitos e mostrar a importância de ter um profissional qualificado para supervisionar o tratamento. MATERIAIS E MÉTODOS AMOSTRA O estudo contou com a participação de 2 homens e 2 mulheres que se enquadraram no critério de seleção, deveriam ser obesos, não ter doenças associadas, frequentadores de academia 3 vezes por semana, não estar em tratamento nutricional e frequentador da academia a mais de 2 anos. A idade média era de 36±12,72 anos e peso médio de 95±21,21 Kg (tabela 1). Para iniciação deste trabalho, duração 2 meses, foi feita uma reunião com os participantes para explicar seu objetivo e metodologia e em seguida foi entregue o termo de consentimento livre e esclarecido, formulado de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes foram distribuídos em 4 grupos: grupo mulher (M) participante com dieta hipocalórica (n=1); grupo mulher (ML) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein(n=1); Grupo Homem (H) participante com dieta hipocalórica (n=1) e Grupo Homem (HL) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein (n=1). (Tabela 1) MATERIAIS UTILIZADOS Os materiais utilizados para a realização do estudo foram: balança e fita métrica. INSTRUMENTOS EMPREGADOS Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 27 Foi utilizado como instrumento para coleta de dados para a identificação do consumo alimentar o diário alimentar. PROCEDIMENTOS REALIZADOS A pesquisa se desenvolveu numa academia da cidade de Ituverava-SP, os participantes realizaram no inicio e no final do estudo a avaliação antropométrica onde foi mensurado o perímetro abdominal, quadril, cintura, peso e altura. O acompanhamento nutricional consistia em consultas semanais. Todos participantes receberam prescrição de dieta hipocalóricade aproximadamente 1.700 Kcal com o sem o acréscimo do suplemento proteico, o diário alimentar, para que pudessem anotar tudo o que foi consumido durante o dia, incluindo quantidade de água, exercício físico e suplemento.Na metade do tratamento foi entregue um novo questionário, o intermediário, para avaliar a aceitação da dieta, do treinamento e da suplementação e se já houve emagrecimento. A suplementação de wheyprotein (Wheyprotein 3 W/probeiótica®) foi de 23 g de proteína fornecida 30 minutos após a treino para um participante de cada grupo M e H. Os participantes foram submetidos a um programa de exercício físico durante dois meses, três vezes por semana com duração de uma hora. O programa de exercício físico foi elaborado por um educador físico o qual propôs exercícios aeróbios combinados com exercícios resistido. O exercício aeróbio consistiu de corrida. O exercício resistido foi executado utilizando uma combinação de pesos livres e aparelhos específicos de musculação. Tabela 1: caracterização dos participantes Grupo ML Grupo M Grupo HL Grupo H Idade (anos) 45 35 25 27 Peso Inicial (Kg) 91,5 90 122,5 107,9 Altura (cm) 162 165 174 188 IMC kg/m2 34,9 33,08 40,56 30,57 Grupo mulher (M) participante com dieta hipocalórica (n=1); grupo mulher (ML) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein(n=1); Grupo Homem (H) participante com dieta hipocalórica (n=1) e Grupo Homem (HL) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein (n=1) RESULTADOS Segundo o questionário inicial, conclui-se que todos os participantes estavam com IMC acima de 30kg/m². Todos frequentavam a academia a mais de 2 meses, a duração do treino era de 1 hora, todos faziam a junção de aeróbio+musculação. Objetivo em comum emagrecimento. Quando perguntados sobre para que serviam os suplementos, relataram o seguinte: “ ajuda a estimular e dar mais energia na hora de fazer os exercícios”, “para auxiliar no emagrecimento”, “não tenho opinião” e “para que possa auxiliar e acelerar o desenvolvimento de músculos e o desempenho no treino”. Nenhum possuía nenhum tipo de doença crônica, os antecedentes familiares eram principalmente avô/irmãos/mãe com diabetes mellitus tipo I ou tipo II. Já no questionário intermediário, verificou-se que todos os participantes afirmaram que aprenderam o porquee a importância de se utilizar suplemento como auxiliador no emagrecimento e concordaram que com supervisão de uma equipeespecializada os resultados são atenuados com o uso. Todos se encontravam satisfeitos com os resultados obtidos até naquele momento e estavam aflitos com medo do fim do tratamento, queriam continuar, pois estavam conseguindo emagrecer bem mais que se estivessem sozinhos, todos responderam que não tinha dificuldade ao segui o plano alimentar proposto. Referiram sentir mudanças ao colocarem roupas que antes ficavam muito justas ou não “entravam”, agora estavam vestindo melhor, uma das participantes teve que mandar várias de suas roupas para ajustar em uma Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 28 costureira, pois ficavam "caindo" e afirmou que até o fim do estudo teve que ser realizadas três vezes o ajuste pra diminuir ainda mais todas as peças. E no questionário final, todos os participantes queriam ingerir suplemento, pois o emagrecimento foi mais acentuado em quem consumiu, perderam o medo e relataram que aprenderam que “esses” produtos nada mais são que alimentos modificados, desidratados e que quando há necessidades são até benéficos para a saúde. Ficaram muito satisfeitos com os resultados obtidos, todos queriam seguir com o tratamento e todos conseguiram emagrecer. Em relação a avaliação do diário alimentar (dados não mostrado), todos os participantes seguiram a recomendação. Porém, no inicioda intervenções os participantes relatavam m “medo” de fazer as substituições, mas com os encontros semanais aprenderam a fazer trocas “inteligentes”. Nos horários, quantidades e qualidade dos alimentos após esse episodio todos faziam corretamente. Na tabela 2, foi analisado os pesos e IMC iniciais e finais de todos os integrantes, ao comparar o pesos iniciais e final nota-se que a ML e o HL emagreceram mais, sendo 4,5kg e 2,5Kg, já a M e o H foram os seguintes valores, 4Kg e 1,9Kg. O IMC inicial serviu de critério para seleção para o estudo, foi usado o seguinte parâmetro, todos deveriam ter o IMC= ou > que 30 Kg/m², com a classificação de obesidade. No decorrer do tratamento todos diminuíram o IMC, mais ainda permaneceram com a classificação de obesidade. Tabela 2: Dados de peso e IMC feitos no inicio e fim do tratamento. Grupo ML Grupo M Grupo HL Grupo H Peso Inicial (Kg) 91,5 90 122,5 107,9 Peso final (Kg) 87 86 120 106 IMC kg/m2 inicial 34,92 33,08 40, 56 30,56 IMC kg/m2 final 33,21 31,61 39,73 30, 02 Grupo mulher (M) participante com dieta hipocalórica (n=1); grupo mulher (ML) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein(n=1); Grupo Homem (H) participante com dieta hipocalórica (n=1) e Grupo Homem (HL) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein (n=1) Nas tabelas 3, 4, 5 e 6 foram comparadas as medidas inicias e finais de todos os participantes, foi analisado as medidas de abdomen, cintura e quadril. A diminuição de medidas abdominais foram mais acentuadas nosindivíduos dos grupos ML e no H. O perímetro da cintura e do quadril reduziu nos grupos ML e HL. A relação cintura/ quadril notou-se que a ML estava em alto risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes mellitus entre outras, já a M iniciou e permaneceu em risco moderado. Os candidatos HL e H começaram em alto risco e no fim foram pra moderado. Tabela 3: GRUPO ML: Avaliação antropométrica, perímetro do abdômen, cintura e quadril. Grupo ML Abdômen cm Cintura cm Quadril cm Relação cintura/quadril Inicio 130 109 127,5 0, 85- Alto risco Fim 107 100 121,5 0,82- Alto Grupo mulher (ML) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein(n=1); Tabela 4: GRUPO M: Avaliação antropométrica, perímetro do abdômen, cintura e quadril. Grupo M Abdômen cm Cintura cm Quadril cm Relação cintura/quadril Inicio 95 90 121 0,74- Moderado Fim 89 88 119 0,74- Moderado Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 29 Grupo mulher (M) participante com dieta hipocalórica (n=1) Tabela 5: GRUPO HL: Avaliação antropométrica, perímetro do abdômen, cintura e quadril. Grupo HL Abdômen cm Cintura cm Quadril cm Relação cintura/quadril Inicio 120 112 124 0,90- Alto Fim 116 104 120 0,87- Moderado Grupo homem (HL) participante com dieta hipocalórica + suplementação de Wheyprotein(n=1); Tabela 6: GRUPO H: Avaliação antropométrica, perímetro do abdômen, cintura e quadril. Grupo H Abdômen Cintura Quadril Relação cintura/quadril Inicio 113 106 117 0,91- Alto Fim 103 101 117 0,86- Moderado Grupohomemr (H) participante com dieta hipocalórica (n=1) DISCUSSÃO Com o estudo foi possível avaliar as modificações antropométricas e visuais dos participantes e então verificou-se que a hipótese é verdadeira, pois o suplemento pode auxiliar no emagrecimento de indivíduos obesos, mas com a junção de alimentação saudável e balanceada e atividade física. As limitações do estudo foram, os participantes não conhecer os exercícios pelos nomes, então foi necessário sempre ter um educador físico por perto, para não confundirem e nem executarem errado, alguns dos participantes nunca terem nem visto um suplemento alimentar, acharem que eram anabolizantes, para isso foi ministrada uma palestra para ensinar e tirar dúvidas sobre o tema. Nos encontros semanais, também, eram sanadas dúvidas referentes a alimentação e a suplementação. Houve redução de IMC, mas não o suficiente para alterar o estágio de IMC (Indice de Massa Corporal), então ainda continuaram com a classificação de obesidade, o mesmo foi comprovado no estudo do autor Varela e colaboradores, onde foi comparado os IMCs iniciais e finais do estudo, os requisitos para participar do estudo era ter IMC> ou igual a 30 Kg/m², foram três meses de tratamento. Ao analisar os dados é possível notar que houve redução significativa em todas as medidas corporais e de peso, mas a redução mais acentuada foi nos participantes que estavam com suplementação. De acordo com o estudo é possível notar, que três dos participantes saíram do risco alto para o desenvolvimento de outras patologias, levando em consideração o perímetro cintura/quadril. Estes resultados vão de encontro com os dos autores Rocca, Tirapegui, Melo e Ribeiro, que o estudo teve duração de três meses, um dos critérios para a seleção de participantes também era ter IMC maior que 30 Kg/m², foi verificadoque houve uma boa redução na relação cintura/quadril e também nas circunferências de cintura e quadril dos indivíduos estudados. Em relação ao emagrecimento, o grupo suplementado foi o que mais obteve resultados positivos, em dois meses de tratamento emagreceram HL- 2,5 Kg e ML 4,5Kg. A importância do trabalho foi mostrar que com a junção e o equilíbrio entre alimentação, atividade física e suplementação o resultados almejados podem ser alcançados, podem ser aplicados em alunos de academia que já tenham passado pela fase de adaptação, recomendações que sempre procure profissionais qualificados e específicos para cada caso (exemplo: nutricionista para alimentação e suplementação, pois para cada objetivo e necessidade variam, sempre levando em consideração a individualidade; educador físico: para ficha de treinamento, médico: para exames de rotina).As implicações Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 30 podem acontecer se o aluno fizer algum exercício errado e se machucar, ou não consumir o que foi proposto no plano alimentar e causar um desiquilíbrio ou uma deficiência no organismo. Umas das maiores especulações é saber mais sobre o metabolismos dos suplementos no organismo, saber se um individuo sem diabetes pode vir a ter pelo uso de suplementos, por nele conter adoçantes e se seria necessário a pausa no uso destes produtos. CONCLUSÂO Conclui-sea importância de unir dieta, suplementação e atividade física, para se obter resultados satisfatórios no tratamento para o emagrecimento. Comprovando o objetivo do estudo, o grupo suplementado emagreceram mais que o grupo não suplementado. A importância de tratamento foi melhorar a qualidade de vida, saúde e até as emoções dos participantes e poder mostrar e ensinar como ter um hábito mais saudável pode fazer toda a diferença. Mas como o tempo de tratamento foi limitado é necessário mais estudos e analises sobre o tema. REFERENCIAS BRAGGION, G. F. SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR NA ATIVIDADE FÍSICA E NO ESPORTE – ASPECTOS LEGAIS NA CONDUTA DO NUTRICIONISTA. 2008. 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Cidade: Ituverava- São Paulo Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 32 ALONGAMENTO ANTES OU APÓS MUSCULAÇÃO: OS PRÓS E CONTRAS ALBUQUERQUE, V. 1 TOMAZ, T.P.1 VASCONCELOS, T. P.3 VILAS BOAS, Y. F.² 1 Educador Físico / Pós graduando em Musculação e Personal Trainer. Pós Graduação Enaf Desenvolvimento Serviços Educacionais - Poços de Caldas / MG - Brasil. Email: vandinhoef@hotmail.com ² Orientador / Professor e Coordenador do Curso de Educação Física da Universidade José do Rosário Vellano - Unifenas - Alfenas / MG - Brasil. Email: yvan.boas@unifenas.br RESUMO Este estudo trata do alongamento antes ou após musculação, elucidando seus prós e contras. Tal abordagem se justifica na divergência encontrada, visto que apesar da literatura científica enumerar os benefícios importantes atrelados ao alongamento, no que se diz respeito à diminuição de lesões, é bastante controversa quanto ao momento que este deve ser realizado. Objetiva-se com este estudo, verificar a literatura existente sobre o alongamento na musculação, elucidando os aspectos que designam o melhor momento para a sua realização. O estudo constatou que o benefício do alongamento decorre de seu efeito a médio e longo prazo, melhorando a flexibilidade, e não de um efeito imediato por alongar logo antes da prática de exercícios. Palavras-chaves: Atividade Física, Fitness, Treinamento Contra Resistência. ABSTRACT This study deals with stretching before or after weight training, elucidating its pros and cons. This approach is justified found in divergence since, though the scientific literature enumerate the major benefits related to stretching, as regards the decrease of injury, it is quite controversial as to when this should be done. Objective with this study, verify the existing literature on the stretch in bodybuilding, elucidating aspects which designate the best time for their realization. The study found that the benefit of stretching is due to its effect in the medium and long term, improving flexibility, not an immediate effect by then stretch before exercise. Keywords: Physical activity , Fitness , Training resistance against. INTRODUÇÃO Este artigo visa, por meio de pesquisa bibliográfica, entender a importância do alongamento atrelado a musculação. Pois com o aumento da procura, visualizada hoje em dia, na prática e nos benefícios dos exercícios físicos, surgem algumas dúvidas em relação ao alongamento, se deve ser pré-treino ou pós- treino, em relação a uma melhoria na flexibilidade e seus benefícios para evitar possíveis lesões. O alongamento estimula o movimento das articulações do corpo humano, existem muitos casos de pessoas que sofreram ou estão sofrendo lesões devido à falta deste hábito. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 33 Neste importe, algumas pessoas sofrem lesões durante as atividades de musculação, seja por desconhecer os benefícios do alongamento, ou o realizando de forma errada ou insuficiente. Devido à falta de informação sobre o alongamento antes do treino e pós-treino e seu benefício voltado à flexibilidade, o estudo tem como busca a resolução do seguinte problema: Quando deve ser realizado o alongamento para a efetiva proteção dos músculos e articulações nas atividades de musculação? Este intento se justifica pelo alto índice de lesões que a atividade de musculação pode causar, quando o alongamento não é alçado como essencial. Para isso, primeiramente, é preciso entender o que é o alongamento, sua finalidade, os tipos existentes, ele previne ou aumenta o nível de lesões, ajuda ou atrapalha os exercícios executados na musculação. E a musculação, qual seu impacto sobre o corpo humano, qual o impacto gerado com e sem alongamento. O alongamento normalmente é utilizado para relaxarmos uma determinada musculatura, pois realiza-se a extensão dos músculos e articulações ao ângulo máximo da amplitude e depois, faz-se o processo inverso, em vários grupos musculares. É utilizado a fim de evitar os encurtamentos musculares, pois quando estimula-se os músculos, articulações e tendões, estes tendem a continuar amplitude máxima de movimento. Uma das consequências do alongamento é promover a flexibilidade de quem o pratica. Com o tempode prática do alongamento feito de forma correta, o corpo se torna mais flexível, e consequentemente, menos propício ou sujeito a lesões (THOMPSON et al, 2011). Para Nahas (2010), a flexibilidade é a valência física que reflete a amplitude dos movimentos articulares. Seu desenvolvimento se dá por meio de alongamentos que aumentam consideravelmente a elasticidade dos músculos, tendões e ligamentos, permitindo uma maior amplitude de movimento. Hamil e Knutzen (2011) sugerem que vários fatores determinam a flexibilidade. Esses fatores incluem estrutura articular, saúde dos tecidos moles ao redor da articulação, comprimento dos músculos antagonistas e temperatura dos tecidos que estão sendo alongados, além das propriedades viscoelásticas (“semelhantes a uma faixa de borracha”) dos tecidos ao redor da articulação. Assim não é de surpreender que a flexibilidade seja determinada em grande parte pela maneira como esses fatores facilitam o movimento. Muitas pessoas buscam centros de treinamento para alcançar uma boa forma física (estética) ou apenas para manter e melhorar sua saúde, porém muitas vezes acabam negligenciando o alongamento que é indicado. Para Pinto et al. (2008), a musculação é uma das práticas físicas mais antigas do mundo, e que passou a se tornar uma prática que atrai cada vez mais adeptos. A musculação é definida como “treinamento com pesos”, não sendo caracterizada como uma modalidade esportiva, e sim como uma forma de treinamento. Em seu contexto histórico, a musculação teve suas origens na Grécia antiga, quando Milon de Creton iniciou seus trabalhos levantando bezerros. Assim, a medida que o bezerro crescia, o organismo dele estava preparado para sustentar a nova carga, iniciando assim o princípio da sobrecarga. Devido ao histórico, a musculação começou a ser utilizada como uma prática de ganho de massa e força, mas hoje, esses mesmos objetivos são alcançados de forma adaptada e diferenciada para os idosos (PINTO et al., 2008). Musculação diz respeito à atividade que muitas pessoas realizam em uma academia, por exemplo, a fim de atingir um objetivo, seja ele ganho de força e massa muscular, ou simplesmente uma melhor aparência. Musculação em um âmbito genérico, se trata de um trabalho chamado de hipertrofia, onde o indivíduo realiza a musculação afim de aumentar o tamanho ou volume dos músculos, ter um aumento de força física, que também pode ser associado a uma melhor aparência física (THOMPSON et al, 2011). Os chamados exercícios resistidos, ou exercício contra resistência, geralmente são realizados com pesos, embora existam outras formas de oferecer resistência à contração muscular. Musculação é o termo mais utilizado para designar o treinamento com peso, fazendo referência ao seu efeito mais evidente, que é o aumento da massa muscular (QUEIROZ e MUNARO, 2012). Diante disso, objetiva-se com o estudo verificar a abordagem da literatura existente sobre o alongamento e a musculação, elucidando os aspectos que designam o melhor momento para a sua realização, além de elucidar os prós e os contras de sua realização. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 34 MATERIAIS E MÉTODOS A metodologia utilizada está baseada em levantamentos a partir de dados bibliográficos através da leitura, análise e interpretação de livros, artigos, monografias e teses sobre o assunto abordado. Aos dados bibliográficos foram agregadas informações obtidas em sites na internet, pertencentes a organizações governamentais e não governamentais, que divulgam textos e dados relacionados às temáticas abordadas no presente trabalho. Conforme Gil (1991), a revisão bibliográfica não produz conhecimento novo: ela apenas supre as deficiências de conhecimento do pesquisador no tema de pesquisa, procurando em referências a conexão entre suas dúvidas, o tema e o material pesquisado. Ainda, como meios de levar ao leitor as informações de maneira correta, utilizou-se como técnica de instrumentação de coleta de dados, a técnica de documentação indireta. Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregados. No caso, da documentação indireta, a pesquisa foi realizada com intuito de recolher informações prévias sobre o campo de interesse. O levantamento de dados foi cumprido de duas maneiras: através de pesquisa documental e de pesquisa bibliográfica (GIL, 1991). RESULTADOS E DISCUSSÃO Para Lima (2012), a musculação consiste em uma forma de exercício resistido no qual se tem grande controle de variáveis como: carga, tempo de contração, velocidade, etc. Vale ressaltar ainda que, variáveis como intensidade do exercício (se leve, moderada, ou intensa), atuam como importante componente de versatilidade da prática da musculação, podendo esta, se adequar às diferentes faixas etárias, e ser praticada de acordo com os mais diferentes objetivos propostos pelos indivíduos que a praticam. Ainda segundo Lima (2012), dentre todos os ganhos provenientes à prática da musculação, o aumento de força é o benefício mais conhecido, embora ela seja usada ainda para quem busca saúde, como influenciador na perda de massa adiposa no caso de obesos, aumento da densidade corporal em idosos, e até mesmo na estética. Para Santarem (1998), do ponto de vista funcional, os exercícios com pesos, desenvolvem importantes qualidades de aptidão, constituindo uma das mais completas formas de preparação física. Uma das características mais marcantes dos exercícios com peso é a facilidade com que podem ser adaptados à condição física individual, possibilitando até mesmo o treinamento de pessoas extremamente debilitadas. Segundo Viana (2002), a musculação é um meio, de preparação física, utilizado para o desenvolvimento das qualidades físicas relacionadas com as estruturas musculares. Além disso, é também o conjunto dos processos e meios que levam ao aumento e ao aperfeiçoamento da força muscular, a chamada hipertrofia, associada ou não a outra qualidade física. A hipertrofia consiste no aumento da contração de proteína contrátil no interior das fibras musculares, o que intensifica o desenvolvimento da força (FLECK; FIGUEIRA, 2003). Esta adaptação resulta no aumento entre 20% e 45 %, podendo chegar até mesmo a 50% (STARON et al, 1991), sendo este aumento idêntico em homens e mulheres quando submetidos ao mesmo tipo de treinamento, e é um dos objetivos mais procurados dentro das academias Em relação à musculação e o alongamento, muito tem se falado na determinação do momento correto para a prática do alongamento. Para tanto, a flexibilidade deve ser discutida, pois através da prática do alongamento, haverá aumento dessa, o que leva a benefícios em qualquer atividade física. Nussio (2006), os exercícios de alongamento deveriam ser parte integrante de qualquer tipo de disciplina esportiva, tanto para a fase de aquecimento quanto para o final, como relaxamento. Os exercícios, suaves Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 35 e harmoniosos, contribuem também para trazer um relaxamento psíquico, com o que se tornam ainda mais eficazes. Para Simón (2006) os alongamentos servem para manter a máxima amplitude dos movimentos, evitando assim descompensações musculares e posturas que podem ocasionar dores e lesões, recomenda-se o alongamento antes de qualquer tipo de treino. O alongamento prévio pode ser mais suave e, após o treinamento, deve ser mais profundo. Oliveira (2012) sugere que o grau da flexibilidade varia. Pela manhã têm-se uma diminuição deste grau, devido à composição plástica do corpo estar em seu tamanho original, devido às longas horas descansadas no sentido horizontal. Ao longo da manhã, a flexibilidade sofre um crescente aumento, chegando a seu pico ideal por volta das 13 horas, para mais tarde sofrer um declínio.Existem diversos métodos para melhorar a flexibilidade e aumentar a amplitude de movimento articular, e quase todos eles envolvem uma forma de alongamento. Os alongamentos podem ser realizados pelo instrutor (alongamento passivo) ou pelo próprio indivíduo (alongamento ativo). O alongamento passivo pode ser muito útil no aprimoramento da flexibilidade, a flexibilidade refere-se ao grau em que uma articulação movimenta-se através de uma amplitude de movimento (ADM) normal ou indolor (THOMPSON et al, 2011). Para Bob (1998), o alongamento traz seus benefícios para a vida diária, ele é perfeito para períodos de inatividade, imobilidade e longos períodos de trabalhos exaustivos e repetitivos, os benefícios do alongamento são: Diminuir a tensão muscular Melhorar a circulação Reduzir a ansiedade, o estresse e a fadiga. Melhorar a prontidão mental Diminuir o risco de lesões Facilitar seu trabalho Desenvolver a consciência corporal Fazer você se sentir melhor Almeida et al (2009) relata que o alongamento vigoroso, quando utilizado antes dos treinos pode diminuir o desempenho, levando à perda de força e/ou velocidade, devido às micros lesões no tecido muscular afetando diretamente os resultados buscados na prática da atividade. A mesma linha de pensamento é defendida por Shrier (2004). Em seu estudo chegou à conclusão de que não é recomendável o alongamento antes da prática do exercício por demonstrar detrimentos no desempenho. Este ainda elucida que, o alongamento antes do treino pode prejudicar os resultados para quem busca bom desempenho, reafirmando o fato de que, o alongamento, quando muito intenso, pode causar micro lesões na musculatura. Nos estudos de Shrier (2004) e Almeida et al (2009) foi verificado que embora os efeitos imediatos do alongamento resultem em diminuição da força e velocidade, a realização regular de exercícios de alongamento acarreta em aumentos na força e na velocidade de contração muscular a longo prazo. Por esse motivo, foi sugerido que o alongamento deveria ser realizado após a realização de exercícios ou numa sessão à parte. Quando utilizado após o treino, o alongamento tem como função eliminar os metabólitos que são acumulados durante o treinamento, levando a uma recuperação mais rápida. Em exercícios de alta intensidade, como a musculação, há acumulo de fluídos metabólicos anaeróbicos láticos. O alongamento, ajuda na eliminação dos metabólicos acumulados. (ALTER, 1999). Além disso, segundo Knight et al (2001), devido os músculos estarem aquecidos após uma sessão de treinamento de força, o alongamento realizado seria mais benéfico. Isto indica que, os ganhos de flexibilidade são mais expressivos quando o músculo está aquecido, isto é, a deformação do tecido conjuntivo depende da temperatura muscular. Para Santarem (2012), a musculação pode aumentar ou não a flexibilidade, mas nunca diminuir. A falta de movimento por qualquer razão é o principal fator determinante da diminuição da flexibilidade. Quando os Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 36 exercícios com pesos forçam os limites da amplitude articular ocorre estímulo para o aumento da flexibilidade. No entanto, quando as articulações apresentam deformidades ou dores, os limites das amplitudes não devem ser forçados para não agravar os problemas. Outro aspecto é que os músculos hipertrofiados apresentam aumento da elasticidade em função da proliferação do tecido conjuntivo estimulada pelos exercícios, favorecendo a flexibilidade articular. Músculos hipertrofiados não ficam hipertônicos, como já se pensou no passado. Ainda segundo Santarem (2012), embora o alongamento seja utilizado na prática esportiva com muitas propostas, nenhuma teve sua importância confirmada, com e exceção do estímulo à flexibilidade. Para tanto, os alongamentos precisam ser intensos, realizados antes da sessão de musculação ou em outros horários ou dias. No entanto, não se justifica preconizar o alongamento associado à musculação com a proposta de impedir sua suposta diminuição da flexibilidade. Como já vimos, a flexibilidade pode aumentar ou não em função da musculação, mas sua diminuição não ocorre. O grau de flexibilidade estimulado ou mantido pela musculação é suficiente para a realização confortável das atividades de vida diária. CONSIDERAÇÕES FINAIS É evidente a controvérsia existente na literatura em relação ao momento do alongamento. Contudo, é constante a afirmativa de que o investimento em um programa de treinamento de flexibilidade antes ou depois da sessão de musculação leva ao aumento da flexibilidade nos músculos, tendões e articulações, o que gera os benefícios para proteção contra lesões, como também de melhora do desempenho físico e da qualidade de vida. Desta forma, o mais importante é perceber que o efeito do alongamento, não pode ser vislumbrado de imediato, este aparecerá a médio e longo prazo, igualmente aos benefícios de exercícios de força e de resistência. É indispensável que o profissional de Educação Física informe as pessoas sobre os benefícios que o alongamento pode trazer a longo prazo. Deve-se observar a importância da flexibilidade, pois somente assim, lesões nas práticas de atividades físicas podem ser evitadas. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Paulo Henrique Foppa. Efeito crônico do alongamento realizado antes ou após treino de força de isquiotibiais na flexibilidade e na força. Disponível em: http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/23080/ Dissertacao%20Paulo%20Foppa.pdf?sequence=1. Acesso em 18 fev 2016. FLECK, S. J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 2. ed. PORTO ALEGRE: Artmed, 2002. NAHAS, Marcos Vinícius. 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C.4 Graduada em Nutrição Graduada em Nutrição Faculdade de Nutrição - Universidade Federal de Alfenas – Alfenas MG - Brasil Faculdade de Nutrição - Universidade Federal de Alfenas – Alfenas MG – Brasil jujubmaia@yahoo.com.br RESUMO O objetivo deste estudo foi verificar a existência de associação da espessura do músculo adutor do polegar (MAP) com variáveis e índices antropométricos utilizados para a avaliação nutricional na prática clínica. Para tanto foi aplicado um estudo epidemiológico descritivo observacional transversal coletando-se dados de 26 indivíduos. As variáveis coletadas foram peso, estatura, circunferência do braço (CB), dobra cutânea tricipital (DCT), dobra cutânea subescapular (DCSE), circunferência da panturrilha (CP), circunferência abdominal (Cab), espessura do MAP, sexo, data da aferição e data de nascimento. A variação nos dados numéricos foi descrita calculando-se média, desvio padrão e valores mínimo e máximo. As variações da espessura do MAP entre os sexos e as idades foram descritas aplicando-se o teste t-Student adotando-se grau de confiança de 95% (p<0,05). A correlação entre o MAP e os demais indicadores do estado nutricional foi analisada por regressão linear simples e exponencial. As equações para estimativa de variáveis antropométricas que apresentaram R2>0,386 e valor de p<0,001 foram adotadas como modelo para o estudo. Os resultados obtidos mostraram correlação significativa entre a espessura do MAP e o IMC, o peso, a AMBc, a CMB, a CB, a CP, a Cab, a massa corporal total e a massa protéica somática e não significativa com DCSE, DCT e massa gorda. Conclui-se que o MAP pode ser uma boa alternativa para avaliação do estado nutricional de hospitalizados, embora seu uso ainda deva estar condicionado a demais estudos para uma validação generalizável e ainda exista a demanda para a construção de padrões de referência populacionais. Palavras-chave: antropometria; avaliação nutricional; pacientes internados; pesos e medidas corporais; polegar. Abstract The aim of this study was verify the possibility of association of the adductor policis muscle (APM) thickness with variables and anthropometric indexes. In this way, was applied a transversal observational descriptive epidemiologic study acquiring data from 26 individual. The collected variables were the weight, stature, arm circumference (AC), triceps skinfold thickness (TSF), subscapular skinfold thickness (SESF), calf circumference (CC), abdominal circumference (AbC), APM thickness, sex, date of examination and date of birth. The data was analyzed by the calculus of average, standard deviation and minimal and maximal values. The variation of the APM thickness, regarding sex and ages, was described by the t-Student test for 95% for confidence degree (p<0,05).The correlation among APM thickness and the other cited indicators of nutritional state was analyzed by exponential and linear regression. The equations, for the estimative of the anthropometric variables, which present R2 (determination coefficient) higher than 0,386 and p lesser than 0,001 was used in the study. The obtained results show significant correlation with APM thickness were: BMI (Body mass index), weight, AMBc, CMB, AC, CC, AbC. But there was no significant correlation of APM thickness with SESF and TSF. We should emphasize the correlation between APM and the weight, due to it present the higher R2 value. The APM thickness demonstrated significant correlation with anthropometric variables which estimate the total corporal mass and proteinic-somatic mass and no significant correlation with the fat mass. Therefore, one can conclude that the APM thickness is an alternative parameter to assess the nutritional state of hospitalized patients, although its effective use as a mailto:jujubmaia@yahoo.com.br Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 39 reliable method requires further investigations. One also should address that the method stills demands population references. Key words: anthropometry; body weights and measures; inpatients; nutrition assessment; thumb. INTRODUÇÃO O estado nutricional adequado é o reflexo entre a ingestão balanceada de alimentos e o consumo de energia necessário para manter as funções diárias do organismo. Sempre que existirem fatores que interfiram em qualquer uma das etapas desse equilíbrio, os riscos de o indivíduo desenvolver desnutrição são iminentes (TEIXEIRA, 2003). Estudos demonstram que a desnutrição está entre as mais frequentes causas de morbimortalidade no mundo (LORENZO, 2005). A avaliação nutricional é o primeiro passo para diagnosticar a desnutrição (BODINSKI, 1988; ENGSTROM et al., 2002). Neste contexto, destacam-se métodos antropométricos dentre as principais formas utilizadas na avaliação do estado nutricional (TEIXEIRA, 2003). Antropometria pode ser definida como o estudo científico das medidas do corpo humano, contudo, todo e qualquer método antropométrico apresenta limitações importantes (ANDRADE; LAMEU, 2007). Por isso, há constante necessidade de se buscar novas metodologias de maior abrangência ou que resultem em avaliações mais confiáveis para casos em que medidas, convencionalmente adotadas, falham. Neste trabalho, abordamos este problema e apresentamos um novo método para avaliação nutricional usando basicamente medidas do músculo adutor do polegar (MAP). O MAP, por ser plano e estar situado entre duas estruturas ósseas, permite uma medição adequada da espessura devido ter um referencial anatômico bem definido e principalmente, ser reproduzível por outros pesquisadores (ANDRADE; LAMEU, 2007). Apesar de estudos já adotarem metodologias análogas como indicador de massa magra (URBANO, 2011; SILVA, 2011), ainda há necessidade de mais estudos para validação por parte da comunidade científica e com vistas a uma abrangente generalização. Podem-se enumerar vantagens do nosso método como fácil execução, baixo custo, confiabilidade e segurança. Outro ponto a se ressaltar é que nossa proposta é recomendável para a prática clínica em, a título de exemplo, pacientes cirúrgicos (BRAGAGNOLO, 2009). Observamos que a avaliação baseada na espessura do MAP traz também ganhos substanciais para a mensuração de massa magra corporal principalmente por ser mais direta que os índices convencionalmente utilizados, como circunferência muscular do braço (CMB) ou área muscular do braço corrigida (AMBc). Os resultados aqui obtidos demonstram evidente correlação entre a espessura do MAP e variáveis e índices antropométricos utilizados para a avaliação nutricional. Desta maneira, estudo pode servir como base para o desenvolvimento uma metodologia usando medidas do MAP, como parâmetro antropométrico, na prática clínica. OBJETIVO Verificar a existência de associação da espessura do MAP a variáveis e índices antropométricos utilizados para a avaliação nutricional na prática clínica. CASUÍSTICA E MÉTODOS O estudo foi do tipo epidemiológico descritivo observacional transversal. A amostra foi constituída de 26 pacientes, internados em um hospital do sistema de saúde alfenense, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 20 anos. Todos tinham permissão para ficarem em pé, na posição ereta, e deveriam estar lúcidos e orientados no tempo e no espaço (LOTE). Foram excluídos da amostra os indivíduos com edema, amputados, imobilizados por fraturas, gestantes, puérperas, lactantes e aqueles com hidratação endovenosa. As variáveis coletadas foram peso, estatura, circunferência do braço (CB), dobra cutânea tricipital (DCT), dobra cutâneasubescapular (DCSE), circunferência da panturrilha (CP), circunferência abdominal (CAb), espessura do MAP, sexo, data da aferição e data de nascimento. Inicialmente, as triplicatas de cada variável foram processadas na forma de suas médias aritméticas simples. Foram calculados o índice de massa corporal (IMC), a circunferência muscular do braço (CMB) e a área muscular do braço corrigida (AMBc) de acordo com o gênero. Para auxílio no processamento de dados, foi utilizado o software Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 40 Microsoft Excel For Windows (MICROSOFT, 2003). A variação nos dados numéricos foi descrita calculando- se média, desvio-padrão, erro padrão, variância e valores mínimo e máximo. As variações da espessura do MAP entre os sexos e as idades foram analisadas aplicando-se o teste t-Student, adotando-se nível de confiança de 95% (p<0,05). A correlação entre o MAP e os demais indicadores do estado nutricional foi analisada por regressão linear simples e exponencial (JEKEL et al., 1999). Para os cálculos estatísticos, utilizou-se o SPSS 16.0 for Windows (SPSS, 2007). RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise descritiva das variáveis utilizadas no estudo está apresentada na Tabela 1 e tem por objetivo traçar um perfil geral da casuística. Observa-se que a média da espessura do MAP dos 26 indivíduos foi de 19,82±4,16 mm. Tabela 1 – Análise estatística descritiva de indicadores antropométricos de indivíduos hospitalizados - Município de Alfenas, MG - 2007 a 2008 Variáveis Média Desvio-padrão Mínimo Máximo Idade (anos) 45 16,19 20 81 Peso (Kg) 66 14,00 47 97 CB (cm) 30,96 4,32 23 41 DCT (mm) 26,57 10,22 8 46 DCSE (mm) 19,09 8,82 8 41 Cab (cm) 90,39 11,20 70 112 CP (cm) 35,92 4,47 26 45 MAP (mm) 19,82 4,16 10 28 IMC (Kg/m2) 25,13 14,87 18 35 AMB (cm2) 33,66 11,02 17 57 CMB (cm) 22,61 3,21 17 29 Do total da amostra, 38% dos indivíduos eram do sexo masculino e 62% do sexo feminino. Apesar de a amostra ter sido composta, majoritariamente, por indivíduos do sexo feminino (62%), não houve diferença significativa entre as médias dos valores de espessura do MAP entre os sexos (p=0,47). Portanto, o desequilíbrio percentual entre os sexos na composição da amostra não influenciou no resultado (TABELA 2). Nossos resultados divergem dos divulgados por Lameu et al.(2004a), que apresentaram uma amostra mais proporcional em relação ao número de indivíduos de cada sexo, 49,6% do sexo masculino e 50,4% do sexo feminino. No estudo de Lameu, encontra-se uma diferença altamente significativa entre as médias da espessura do MAP e observaram-se valores de 12,49±2,85 mm para o sexo masculino e 10,53±2,29 para o feminino (p<0,001). Semelhantemente, Vulcano (2010) identificou valores diferentes para MAP entre os sexos investigando portadores de doenças hepáticas. Da mesma forma, a espessura do MAP não apresentou diferença significativa (p= 0,15) quando comparados indivíduos adultos (20 a 59 anos) e idosos (idade maior ou igual a 60 anos), conforme a Tabela 2. Lameu et al. (2004a), após a análise de sua amostra por grupos de idade, demonstraram haver diferença significativa entre indivíduos jovens e idosos (p< 0,0001). Tal fato pode ser atribuído ao baixo número de idosos participantes do presente trabalho. Tabela 2 - Média (± desvio padrão) e valor-p para espessura do MAP de acordo com as variáveis sexo e idade (anos) de indivíduos hospitalizados - Município de Alfenas – 2007 a 2008 Variáveis n (%) X ± DP Valor-p Sexo 0,47 Masculino 10 (38) 20,60 ± 5,09 Feminino 16 (62) 19,19 ± 3,92 Idade (anos) 0,15 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 41 Adultos 22 (85) 16,83± 4,01 Idosos 4 (15) 20,21 ± 4,84 Na Tabela 3 estão apresentados os modelos de melhor associação entre espessura do MAP e demais variáveis antropométricas. Verificou-se correlação significativa (p<0,05) entre MAP e as variáveis Peso, IMC, AMBc, CMB, CP, CB e Cab. Por sua vez, observou-se correlação não significativa (p>0,05) entre a espessura do MAP e as variáveis DCT e DCSE. Ainda, foram elaboradas equações para estimativa de variáveis e índices antropométricos a partir da espessura do MAP. Nota-se, portanto, a especificidade da espessura do MAP para aferição de massa magra, em detrimento dos tecidos gordurosos. A análise dos dados, a partir de regressão exponencial, indicou uma correlação significativa entre a espessura do MAP e IMC (R2= 0,473; p<0,0001). Lameu et al. (2004a) também demonstraram haver correlação significativa entre a espessura do MAP e IMC (p<0,001). No entanto, a força da associação entre as variáveis apresentou-se maior no presente estudo, uma vez que o coeficiente de determinação do estudo de Lameu et al. (2004a) foi de 0,158. Ferreira (2009) encontrou associação positiva entre índice de desnutrição e baixos valores de MAP. A Organização Mundial de Saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1995) descreve o índice de massa corporal como um bom indicador para classificação do estado nutricional. As correlações entre a espessura do MAP e as variáveis AMBc e CMB foram significativas, confirmando os resultados de Lameu et al. (2004a) e Ferreira (2009). Tabela 3 - Correlação entre a espessura do MAP e outras variáveis antropométricas de indivíduos hospitalizados - Município de Alfenas - 2007 a 2008 Variável dependente Modelo R2 p IMC IMC=13,208 x e0,32 x MAP 0,473 <0,0001 Peso P=9,329 + 2,890 x MAP 0,737 <0,0001 AMBc AMBc=10,949 x e 0,54 x MAP 0,465 <0,0001 CMB CMB=12,637 + 0,503 x MAP 0,426 <0,0001 CB CB=18,721 x e0,025 x MAP 0,544 <0,0001 CP CP=22,804 x 22,804 x e0,23 x MAP 0,554 <0,0001 Cab Cab=57,265 + 1,671 x MAP 0,386 <0,001 DCSE DCSE=5,732 x e0,55 x MAP 0,232 0,013 DCT DCT=10,700 + 0,801 x MAP 0,106 0,104 *CAb = circunferência abdominal (cm); CB = circunferência do braço (cm); CP = circunferência da panturrilha (cm); DCSE = dobra cutânea subescapular (mm);DCT = dobra cutânea tricipital, IMC =íÍndice de massa corporal (Kg/m2); Peso (Kg); AMBc = área muscular do braço corrigida (cm2); CMB =circunferência muscular do braço (cm); A medida da espessura do MAP apresentou correlação significativa com a medida de CP. Lameu et al.(2004a) e Ferreira (2009) também demonstraram haver correlação significativa entre MAP e CP. As variáveis antropométricas DCSE e DCT não apresentaram correlação significativa com o MAP. De acordo com estudo realizado por Lameu et al. (2004a), a correlação entre DCT e MAP não se apresentou significativa. A correlação entre peso e a espessura do MAP foi analisada segundo regressão exponencial obtendo-se um valor de R2=0,737 e p<0,0001. Tal constatação permite concluir que há uma correlação significativa entre a espessura do MAP e o peso. Dessa forma, pode-se vislumbrar possíveis construções de indicadores do estado nutricional que estabeleça uma proporção entre MAP e estatura, tal como sugerido por Lameu et al. (2004b). Equações para estimativa de peso utilizando variáveis antropométricas têm sido propostas por diversos autores (RABITO et al., 2006; HAN e LEAN, 1996; MITCHELL e LIPSCHITZ, 1982 Apud RABITO et al.; CHUMLEA et al., 1994 Apud HEYMSFIELD et al., 2003). Embora algumas dessas equações sejam aplicáveis para a estimativa de peso, apresentam limitações importantes como a necessidade da coleta de inúmeras variáveis antropométricas. Portanto, a estimativa do peso através da espessura do MAP apresentaria a Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 42 vantagem da coleta apenas de uma única variável, de fácil localização, pouco invasiva e que requer aparelho para aferição de relativo baixo custo. CONCLUSÕES Foi verificada a associação da espessura do MAP com as variáveis e índices antropométricos utilizados para a avaliaçãonutricional na prática clínica. Os resultados obtidos mostraram correlação significativa entre a espessura do MAP e o IMC, o peso, a AMBc, a CMB, a CB, a CP, a Cab. As variáveis DCSE e DCT não se correlacionaram significativamente ao MAP. Deve-se ressaltar a correlação significativa entre MAP e peso, pois apresentou, dentre as análises de correlação das demais variáveis, o maior valor de R2. Tal fato sugere que mais estudos devam ser desenvolvidos para esta comprovação, pois a variável peso é imprescindível para a avaliação nutricional, e pressupõe-se que sua estimativa por meio de equações utilizando a medida da espessura do MAP tornar- se-ia mais simples do que por meio de equações que utilizam variáveis e índices antropométricos descritas na literatura. Propõe-se, ainda, que tais estudos sejam realizados prioritariamente com crianças, pois para este estágio de vida o peso é de extrema relevância para a determinação do estado nutricional. A possível correlação entre MAP e peso seria importante do ponto de vista prático, uma vez que a medida da espessura do MAP é de fácil execução, pouco invasiva e de baixo custo. Sugerem-se novos estudos para identificar a existência ou não de diferenças significativas entre as médias da espessura do MAP para os gêneros e para os grupos etários de adultos e idosos, pois os resultados do presente estudo apresentam-se divergentes em relação aos mostrados anteriormente na literatura. Neste sentido, vale ressaltar que a amostra do presente estudo foi menor que os encontrados nas buscas bibliográficas. Portanto, é possível que o presente estudo tenha sido insuficiente ao reproduzir a heterogeneidade dos seres, particularmente no que tange à antropometria. A medida da espessura do MAP mostrou correlação significativa com as variáveis antropométricas que estimam massa corporal total e massa protéico-somática, e não significativa para massa gorda. Todavia, há necessidade de novos estudos que esclareçam melhor esta questão, uma vez que a massa corporal total é constituída tanto por massa protéico-somática, quanto por massa gorda. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TEIXEIRA, R. 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Assim, o objetivo desse estudo foi verificar o conhecimento de praticantes de musculação sobre a hidratação e a devida reposição de líquido. Participaram da amostra 86 praticantes de musculação, de ambos os sexos, com idades de 18 a 57 anos, voluntários e residentes na cidade de Maceió. Para a coleta das informações foi utilizado um questionário padronizado sobre hidratação segundo modelo de Brito e Marins (2001). Para análise dos dados foi utilizada a distribuição percentual obtida em cada resposta. Os resultados demonstraram que 78,82% dos participantes possuem o costume de se hidratar durante o treino, enquanto que 17,64% se hidratam às vezes. Contudo, apenas 41,86% responderam corretamente como deve ser feita tal prática, sendo que 34,88% não possui a mínima ideia de como deve ser feita a hidratação. De acordo com os resultados, os praticantes de musculação não possuem o conhecimento adequado em relação aos hábitos de hidratação que devem ser realizados. Palavras Chaves: Hidratação; Exercício Físico; Aptidão Física. ABSTRACT Knowledge about the hydration status is of at most importance to maintain the water balance during physical exercises, preventing physiological risks and ensuring an improvement in exercise performance. The objective of this study was to verify the knowledge of bodybuilder son hydration and proper replacement fluid. The sample 86 bodybuilders, of both sexes, aged 18-57 years old, volunteers and residents in the city of Maceio. To collect the information we used a standardized questionnaire son hydration second model of Brito and Marins (2001). For data analysis was used the percentage distribution obtained in each response. The results showed that 78.82% of the participants have the usual hydration during training, while 17.64% hydrate sometimes. However, only 41.86% answered correctly, as it shouldbe done this practice, while 34.88% do not have a clue, as hydrations should be made. According to the results, bodybuilders do not have the proper knowledge regarding hydration habits that should be performed. Key words: Hydration; Physical exercise; Physical aptitude INTRODUÇÃO Diariamente, perdas hídricas são ocasionadas pela falta de ingestão de líquidos e através da sudorese (CHEUVRONT; SAWKA, 2006). Os índices de água corporal devem estar em quantidades “balanceadas”, a fim de evitar um estado de hiper-hidratação (o excesso de água no corpo), ou hipohidratação (o débito de Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 45 água corporal). Tais estados podem ocasionar, desde desconfortos gástricos, até mesmo, em casos extremos, encaminhar o individuo a morte (PEREIRA et al., 2010; CHEUVRONT; SAWKA, 2006). As alterações fisiológicas são apresentadas de acordo com o estado de desidratação do indivíduo, como: diminuição do volume plasmático; aumento da freqüência cardíaca submáxima; redução do débito cardíaco; redução do fluxo sanguíneo nos músculos ativos; diminuição do VO2máx; aumento da osmolaridade sangüínea; maior risco de hipertermia, dentre outros (CRUZ et al., 2009). Durante a desidratação, a diminuição do volume plasmático altera a homeostase e consequentemente, todo o desempenho durante um treinamento. Esta situação é exacerbada principalmente quando o exercício é realizado em ambientes com altas temperaturas. (CHEUVRONT; SAWKA, 2006; BRITO; MARINS, 2005; SILVA et al., 2014). Para que o estado de desidratação possa ser evitado, ou mesmo retardado, faz-se necessário que o indivíduo inicie o exercício hidratado(PEREIRA, 2010). A ingestão de líquidos efetuada de forma regular (antes, durante e após os exercícios), faz com que os efeitos fisiológicos que lesariam o organismo do individuo apresentem-se de forma aprazível. Porém, por muitas vezes, a reposição desses líquidos não é suficiente em relação às perdas durante os exercícios, no qual a manutenção hídrica não é alcançada (CRUZ et al., 2009). Segundo Machado (2006), a ingestão de líquidos de acordo com o mecanismo da sede é o suficiente, pois o cérebro posiciona-se como regulador para a quantidade a ser ingerida. No entanto, Brito (2006) relaciona a quantidade de líquidos a ser ingerida de acordo com a intensidade, a duração e o ambiente onde os exercícios serão realizados. Segundo Coelho et al. (2007), a avaliação do nível de hidratação dos indivíduos ainda se encontra como processo a ser discutido, no qual julga-se necessário a junção de técnicas para chegar a um resultado. A combinação das análises de líquidos corporal total, utilizando marcadores com isótopos e osmolaridade plasmática se apresenta como padrão ouro para tal análise, contudo parâmetros simples podem ser utilizados como coloração e gravidade específica da urina e massa corporal. Na cidade de Maceió, devido ao clima úmido e temperatura elevada, indivíduos praticantes de exercícios físicos acabam expondo-se a níveis elevados de desidratação, podendo acarretar uma diminuição considerável no desempenho durante o exercício (MAUGHAN e SHIRREFFS, 2010). Além disso, o nível de conhecimento das práticas e do estado de hidratação de indivíduos praticantes de musculação ainda é desconhecido. O presente estudo tem como objetivo, verificar o conhecimento de praticantes de musculação da cidade de Maceió, sobre a hidratação e a devida reposição de líquidos.A elaboração desse projeto justifica-se a partir do momento que propiciará informações sobre os hábitos hídricos desses indivíduos, além de demonstrar o conhecimento sobre o estado de hidratação. Tais informações podem proporcionar uma melhor conduta no tratamento hídrico desses indivíduos para uma possível diminuição do estado de desidratação, podendo ocasionar melhor desempenho. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Tipo de pesquisa A pesquisa realizada foi de cunho descritivo, de corte transversal, através de um estudo de levantamento, utilizando-se de um questionário adaptado com perguntas do tipo itens em escala e auto administrativa. Este tipo de estudo tem como principal vantagem o curto período de tempo. A pesquisa descritiva é um estudo de status onde seu método mais comum é o estudo exploratório (surve/y), no qual inclui questionários e entrevistas (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007). 2.2 Amostra Após divulgação numa academia na cidade de Maceió, a amostra desse estudo foi composta por 86 indivíduos de ambos os sexos, com idades entre 18 e 57 anos, todos voluntários e residentes no Estado de Alagoas, que realizavam frequentemente suas atividades, com uma média de três anos de tempo na prática da musculação. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 46 Todos foram informados e orientados com antecedência sobre a realização do estudo, e assinaram um termo de consentimento, o qual garantiu a privacidade de informações pessoais. O presente trabalho, também atendeu às normas para a realização de pesquisa em seres humanos, resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde de dez (10) de outubro de 1996 e foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas sob número 017640/2011-61. 2.3 Procedimentos de coleta de dados A coleta de dados do estudo objetivou a determinação do conhecimento das práticas de hidratação dos indivíduos praticantes de musculação. Assim, em dia e local pré-determinado, no momento que antecedeu o treinamento, os participantes, responderam a um questionário adaptado, segundo modelo de Brito et al. (2006), sobre o conhecimento de hidratação. Os resultados do questionário sobre o conhecimento de hidratação foram expressos em termos percentuais (%). RESULTADOS Durante a realização da pesquisa, foram abordados alguns pontos como, qual momento (antes, durante e depois) tem o costume de se hidratar, 23,56 % assinalaram que antes da pratica, 47,77 % durante a mesma e 28,66 % apenas depois do treino (Figura 1A). Em cada momento (Antes, durante e após) de um treino, a informação comunicada em relação ao tipo de hidratação realizada pelos praticantes de musculação, nos momentos que antecedem a atividade, é de 25,14% de água e 4,8% de Bebida carboidratada, durante de 44,91% de água e 1,2% de Bebida Carboidratada e após, 29,94% de água e 4,0% de Bebida carboidratada (Figuras 1B e 1C). A partir dos apanhados através dos questionários implantados, pôde ser observado que 78,82 % dos praticantes de musculação possuem o costume de hidratar-se durante o treino, enquanto que 17,64 % hidratam-se às vezes. Apenas 2,35% quase nunca se hidratam durante o treino (Figura 1D). Ao investigar sobre qual o melhor momento que se deve beber líquidos, 81,6% dos praticantes de musculação, relataram que seria antes da sensação de sede, 14,94% responderam que somente depois de sentir sede e 3,44%dizem que somente quando se sente muita sede. Em relação ao costume de se pesar antes e após um treino, a maioria dos praticantes (43,02%) responderam que nunca o fazem. Em relação ao conhecimento de como deve ser feita a prática de hidratação entre os praticantes de musculação, 41,86% destes responderam corretamente (¼ de litro), em compensação muitos (23,25%) optaram pela alternativa incorreta (1/2 de litro), e 34,88% não possui a mínima ideia de como deve ser feita tal prática (Figura 1E). A questão sobre qual a temperatura que se costuma beber o líquido: 69,41% dos praticantes relataram que consomem moderadamente gelados, 23,52%ingeriam líquidos com temperatura normal e 7,05%extremamente gelado. O questionamento em relação a obtenção de orientação sobre qual melhor forma de se hidratar resultou em, 45,88% dos praticantes que não obtiveram nenhum tipo de orientação e 54,11% dos que obtiveram. Em relação a orientação à prática de hidratação, observamosque 43,47 % dos entrevistados relataram que estas informações foram adquiridas através do preparador Físico, seguido de 39,13% do Médico, 34,78% Nutricionista, 30,43% em livros, 28,26% Treinador Físico, 19,56% do Professor de Educação Física, amigos e outros, 17,39% dos pais, 15,21% de Revistas, 4,34% Fisioterapeutas e Técnico (Figura1F). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 47 Nu nc a Qu as e n un ca Às ve ze s Se mp re Pe rc en ta l ( % ) 0 20 40 60 80 100 Antes Durante Depois Pe rc en ta l ( % ) 0 10 20 30 40 50 60 Antes Durante Depois Pe rc en ta l ( % ) 0 10 20 30 40 50 Antes Durante Depois Pe rc en ta l ( % ) 0 10 20 30 40 50 60 Pe rc en ta l ( % ) 0 10 20 30 40 50 Mé di co Fi si ot er ap eu ta Li vro s Pr ep ar ad or F ís ico Di re to r d a eq ui pe Re vis ta s Té cn ico Pr of . D e Ed . F ís ica Am ig os Tr ei na do r Pa is Nu tri cio ni st a Ou tro s P er ce nt al (% ) 0 10 20 30 40 50 A B C D E F ½ L p ara ca da ½ ho ra Nã o t en ho idé ia 1L de um a s ó v ez ¼ litr o p ara ca da ¼ de ho ra Figura 1. Respostas obtidas no questionário aplicado com praticantes de musculação. Dados mostrados em %. DISCUSSÃO O estudo realizado numa academia de Maceió, através de um questionário, nos permitiu observar, um pobre conhecimento em relação à hidratação por praticantes de musculação. Muitos afirmaram que sempre se hidratam durante os treinos, no entanto, 58,13% dos entrevistados afirmou não saber como realizá-la corretamente a fim de evitar o estado de desidratação, conforme exposto na figura 1E. O conhecimento da prática correta de como se hidratar é de extrema importância, visto que beber líquidos Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 48 em quantidades inferiores a perda, pela sudorese, durante o exercício, pode prejudicar a saúde, como um estado de desidratação e/ou hipertermia (MAUGHAN; SHIRREFS, 2010; CRUZ et al., 2009). Stover (2006) relata a necessidade de uma concientização em relação à importância da prática de hidratação, além da disponibilidade de líquidos, para os praticantes, antes, durante e após a prática do exercício físico, para que ocorra uma redução, de forma considerável, no estado de desidratação. Tal condição pode causar o aparecimento de agravos fisiológicos causando, até mesmo, uma queda no desempenho do indivíduo (MAUGHAN; SHIRREFFS, 2010; CASA, 1999;). Graciano (2014) relata que pouca ingestão de líquidos após o exercício, é preocupante, pois torna-se difícil a manutenção para as condições de euhidratado ao longo do exercício. Devido a este fato, o ACSM (2007) sugere a ingestão de líquidos após o exercício em um volume de 1,5 vezes o total perdido pela sudorese, buscando facilitar a recuperação do praticante. Vários estudos têm sido feitos em relação aos termos supracitados, no âmbito do esporte. Em relação a atividades feitas em academias, os estudos são praticamente escassos (GRACIANO et al., 2014).A maior parte dos praticantes de musculação relatou que possuem o costume de se hidratar apenas durante a atividade (47,77%), conforme descrito na figura 1A. Durante a execução de exercícios, a temperatura corporal é elevada, devido ao ganho de calor do ambiente e da produção metabólica do próprio organismo (GRACIANO et al., 2014). Por isso, a necessidade de ingestão de água e eletrólitos torna-se de grande importância devido a deficiência destes componentes no organismoexcretadas através do suor durante o exercício físico, conjecturando em prejuízos no rendimento do praticante e na saúde do mesmo. Pois, a desidratação, apresentando uma redução de 2% do peso corporal ocasiona aumento na temperatura interna, aumento da frequência cardíaca, além de um aumento na percepção de esforço. Principalmente se tal exercício for executado em um ambiente com elevadas temperaturas (SILVA et al., 2009). Sabendo disto, o consumo de líquidos deve ocorrerde acordo com a intensidade do exercício, ambiente, aclimatação do atleta e suas características individuais (MONTEIRO, 2003). As quantidades de líquidos necessárias durante um exercício específico, ainda não estão estabelecidas (Maughan; Shirrefs, 2010). No entanto, Machado-Moreira et al (2006), acreditam que a sede é o suficiente para que o indivíduo se mantenha hidratado, pela capacidade que o sistema nervoso central possui de informar a quantidade de líquidos que o organismo precisa ingerir. Em contrapartida, Meyer; Perrone (2004) afirmam que o mecanismo da sede não é o suficiente para que se estabeleça o estado “normal” de hidratação, sendo assim, necessária a ingestão de líquidos antes mesmo da sensação de sede. Assim como relatada nas respostas da maioria dos participantes (81,6%), durante a pesquisa, apresentados na figura 1. Mensurar alterações da massa corporal é um método simples e eficiente, no entanto, a maioria dos praticantes de musculação afirmou não possuir o costume de verificar tal índice (43,02%), descartando uma das formas utilizadas para observar o estado de hidratação (CHEUVRONT; SAWKA, 2006). Para Cheuvront; Sawka(2007);Maughan (2010) a importância desse acompanhamento é necessária para que possam ser administradas as perdas de fluidos, não prejudicando o desempenho do praticante. A variação de peso corporal adquirida através da mensuração antes e após o exercício apresenta-se como um fator importante no diagnostico de desidratação. Marcador simples de grande utilização no diagnostico de alterações no estado de hidratação dos praticantes (LEMOS et al., 2015). A orientação em relação à manutenção do estado de hidratação apresenta-se como um tópico também de grande importância, no entanto 45,88% dos indivíduos que participaram da pesquisa, não a obtiveram. A conscientização da reposição de líquidos é indispensável, principalmente através dos professores e treinadores, a fim de conscientizar e evitar possíveis casos de desidratação. (CASA et al., 2000). CONCLUSÃO De acordo com os resultados, os praticantes de musculação, entrevistados na cidade de Maceió, não possuem o conhecimento adequado em relação aos hábitos de hidratação que devem ser realizados. Sugere-se, que professores e treinadores, bem como nutricionistas, possam conscientizar freqüentadores Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 49 de academias, assim como as demais pessoas praticantes de exercícios físicos, aos riscos de uma má hidratação, além de propor formas corretas de hidratação, de acordo com a intensidade e duração do exercício, e com a temperatura local. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACSM (American Collegeof Sports Medicine). Position stands: exerciseandfluidreplacement. MedSci Sports Exer. 2007;268:377-90. BRITO, I. S. de S.; BRITO, C.J; FABRINI, S.P.; MARINS, J.C.B. Caracterização das práticas de hidratação em karatecas do estado de Minas Gerais. Fit Perf J 2006; 5(1): 23-29. BRITO, C.J.; MARINS, J.C.B. Caracterização das práticas sobre hidratação em atletas da modalidade de judô no estado de Minas Gerais. R brasCi e Mov 2005; 13(2): 59-74. CASA D. J. Exercise in the Heat. II. 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BAIRRO: PAJUÇARA CEP: 57030-632 MACEIÓ-AL Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Você está sendo convidado para participar da pesquisa sobre a caracterização do estado de hidratação durante a prática de Exercícios.Você foi selecionado de forma aleatória e sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador. Sua participação nesta pesquisa consistirá exclusivamente nas respostas do questionário abaixo. As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua participação. Questionário sobre a caracterização do estado de hidratação Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 51 08. 09. 10. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 52 ATUAÇÃO DO EPOC VISANDO O EMAGRECIMENTO: UMA REVISÃO DE LITERATURA AZEVEDO, M.4 SILVA JR, A. J.2 1- Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil E-mail:marcus.karate@hotmail.com 2 Educação Física / UNIFEG autranjsilvajr@gmail.com RESUMO Atualmente a ocorrência da obesidade e sobrepeso cresce no mundo, devido a vários fatores. Entre as formas de tratamento dessa doença, está a práticaregular do exercício físico, onde uma alternativa pode ser o treinamento EPOC.Esse artigo tem o objetivo de analisar e discutir a eficiência do treinamento EPOC para o emagrecimento de pessoas adultas. O assunto foi abordado através de uma revisão bibliográfica de autores como: Foureaux et al. (2006); Castinheiras et al. (2009); Schmidt et al. (2014)e justifica-se por contribuir para complementar otratamento e prevenção do sobrepeso e obesidade. Como hipótese, levanta-se o que existe na literatura sobre o assunto quanto aos estudos científicos. Os resultados obtidos nas informações publicadas mostram o êxito do treinamento EPOC como alternativa do emagrecimento. A conclusão encontrada foi que ainda não foi comprovada cientificamente a perda de peso e o EPOC. Palavras-Chaves:Obesidade,EPOC, Resultados. ABSTRACT Currently the occurrence of obesity and overweight growing in the world, due to several factors. Among the forms of treatment of this disease is regular physical exercise where an alternative may be the EPOC training. This article aims to analyze and discuss the effectiveness of EPOC training for slimming adults. The subject was approached through a literature review of authors such as: Foureaux et al. (2006); Castinheiras et al. (2009); Schmidt et al. (2014) and is justified by contributing to complement the treatment and prevention of overweight and obesity. As a hypothesis, it arises that exists in the literature on the subject as to scientific studies. The results obtained in published data show the success of the EPOC training as an alternative weight loss. The conclusion was found that has not been scientifically proven weight loss and EPOC. Key Words: Obesity, EPOC, Results. 1 INTRODUÇÃO A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública em âmbito mundial, com tendência crescente nos últimos anos. Está associada a um aumento da mortalidade e é um dos principais complicadores no controle das doenças crônicas não transmissíveis (SCHMIDT et al., 2011). mailto:marcus.karate@hotmail.com Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 53 Este fato se deve, em grande parte, às mudanças nos hábitos alimentares e ao estilo de vida sedentário, levando ao contínuo aumento do peso corpóreo das populações (BENATTI; LANCHA, 2007). No entanto, a obesidade não se apresenta como uma condição clínica única, mas sim, como uma interação de diversas situações patológicas que convergem para sua expressão (HALPERN et al., 2004). Segundo Ferreira et al. (2006, p. 20): “Assim, tem-se pesquisado a influência da intensidade, da duração e do tipo de exercício no gasto energético e na oxidação do substrato após o exercício.” Nesse contexto, a atividade física pode contribuir com o gasto energético do exercício e recuperação, ou seja, o EPOC(ExcessofPost-exerciseOxygenConsuption) através do consumo excessivo de oxigênio após o exercício. Este artigo propõe um estudo a respeito do treinamento EPOC como auxílio ao emagrecimento.Sendo assim, questiona-se quais os resultados dessa associação. A hipótese levantada é que ainda não há literatura existente sobre o assunto com comprovação científica. 2 OBJETIVO O objetivo deste estudo é buscar na literatura evidências disponíveis sobre o treinamento EPOC como alternativa para adultos com sobrepeso ou obesidade. 3 MATERIAIS E MÉTODOS Para este estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica nos bancos de dados: LILACS (Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde);SciELO (ScientificEleetronic Library Online) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e revistas cientificas, nos anos de 1990 a 2014, nos idiomas português e inglês, usando as palavras chaves:obesidade, emagrecimento e EPOC. 4 RESULTADOS Para além da preocupação estética e dos padrões atuais de beleza atuais, a obesidadeé motivo de preocupação quando se fala em saúde. Segundo Carvalho (2014) um estudo publicado no final de 2014, na revista científicaThe Lancet mostrou que a população acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) cresceu consideravelmente nas últimas décadas. De acordo com a pesquisaGlobal BurdenofDisease(GBD), que é uma abrangente investigação, onde são avaliadas a mortalidade e incapacidade das principais doenças, lesões e fatores de risco, o sobrepeso e a obesidade foram responsáveis pela morte de 3,4 milhões de pessoas, em 2010, além de terem causado a redução de 3,9% da expectativa de vida dos indivíduos. O levantamento indica que, de 1980 a 2013, a proporção mundial de adultos com IMC (índice de massa corporal) acima de 25 kg/m², subiu de 28,8% para 36,9%, entre os homens, e de 29,8% para 38%, entre as mulheres. Já entre crianças e adolescentes, a situação também é preocupante. No ano de 2013, 23,8% dos meninos e 22,6% das meninas que viviam em países desenvolvidos estavam no quadro de sobrepeso ou de obesidade(MARIE et al. 2014). Um crescimento de 240% nos últimos 33 anos. No mesmo período, a população mundial cresceu 160%. Dois pontos da pesquisa chamam a atenção: o aumento de 47% na taxa de obesidade entre crianças e jovens; e o crescimento acelerado no ganho de peso em economias emergentes. Os Estados Unidos estão no topo do ranking, seguidos da China, Índia, Rússia e Brasil. Em 2010, o governo americano implantou nas escolas do país um programa para combater a obesidade. Mas tem sido grande a resistência (IBGE, 2010). O Brasil é um dos países no topo da lista da obesidade. A mudança radical nos hábitos dos brasileiros nos últimos 30 anos levou o país a ocupar a quinta posição no ranking mundial da obesidade: 60 milhões de brasileiros estão acima do peso e 22 milhões considerados obesos (IBGE, 2010). Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2009, mostrou que a frequência de excesso de peso e de obesidade aumentou em homens e mulheres. Atualmente, 13,9% dos adultos são obesos, com o índice maior entre as mulheres (14%) do que entre os homens (13,7%), enquanto 46,6% dos adultos brasileiros estão com excesso de peso, sendo maior entre homens (51%) do que entre mulheres (42,3%) (BRASIL, 2010). http://www.exame.com.br/topicos/obesidade http://www.exame.com.br/topicos/saude http://www.exame.com.br/topicos/pesquisas http://www.exame.com.br/topicos/pesquisas http://www.exame.com.br/topicos/pesquisas http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-BR&prev=search&rurl=translate.google.com.br&sl=en&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Research&usg=ALkJrhg9lJa-H7Hl7oW4HQaPa2xtxq1m2w http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-BR&prev=search&rurl=translate.google.com.br&sl=en&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Disability&usg=ALkJrhgXJr67KjWc20XZZf2jt1iffhdypg http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-BR&prev=search&rurl=translate.google.com.br&sl=en&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Risk_factor&usg=ALkJrhgyoyRfc3c1Z3MYhFcn4oqXZBciaw Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 54 Como auxílio ao emagrecimento, estuda-se o EPOC que ganha importância, devido o interesse da população em geral e vários estudos sendo realizados. Os estudos iniciais foram de Gaesser e Brooks em 1984, onde se pesquisava para descobrir o motivo da taxa metabólica permanecer elevada mesmo após o exercício. Essa análise foi realizada através da medição do consumo de oxigênio e, por isso a taxa metabólica aumentada foi denominada de EPOC. Diagnosticada como o gasto energético aumentado após o exercício, que ocorre em razão dos sistemas fisiológicos buscarem o restabelecimento da homeostase. Gráfico 1 - Gráfico durante o exercício e na recuperação. Fonte: Porto; Garcia Junior (2011, p. 46). Gráfico 2 - Gráfico demonstrativo com a prática de exercício de intensidade máxima. Fonte: Porto; Garcia Junior (2011, p. 46). No Gráfico 2 desde o início, já há desequilíbrio de elevada magnitude, ocorre um déficit de oxigênio e não há condições de estabelecer a condição de estado estável, ocorrendo a fadiga. O déficit é compensado a partir do final do exercício com o consumo extra de oxigênio pós-exercício (EPOC). Como efeito do aumento da intensidade do exercício, há um aumento no gasto energético, promovendo um maior EPOC e oxidação de gordura (FOUREAUX et al., 2006). O gasto energético pós-exercício continua estimulado por um período de tempo de 4 a 5 horas, dependendo da intensidade, da duração, e de outros fatores (SEDLOCK, 1991). Além do gasto energético promovido pelo exercício em si e da ingestão energética, o consumo excessivo de oxigênio pós-exercício (EPOC) também é um fator essencial na determinação do balanço energético, visto que é um indicador do gasto energético pós-exercício. Está bem estabelecido que, após o término do exercício, o consumo de oxigênio não retorna aos valores de repouso imediatamente (EPOC) (FOUREAUX et al., 2006). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 55 O consumo extra de oxigênio após o exercício (EPOC) pode ser medido de duas maneiras: por calorimetria indireta, ou seja, a utilização de uma máscara ou bucal ligados a um aparelho que coleta e analisa o oxigênio que está sendo consumido e, a calorimetria direta, com a utilização de uma câmara onde o indivíduo permanece isolado e tem o calor de seu corpo medido para o cálculo do consumo de oxigênio e gasto energético (McARDLEet al., 2008). O EPOC pode ser dividido em três componentes: o componente rápido com duração de 10 segundos a alguns minutos; o componente lento, que pode durar várias horas e, por fim, o componente ultralento, que refere-se à taxa metabólica elevada que pode perdurar por várias horas) (DOLEZAL et al., 2000). A duração dos três componentes depende do grau do distúrbio da homeostase causado pelo esforço, podendo ser observados os efeitos de vários hormônios, como o cortisol, adrenalina, adrenocorticotrófico (ACTH), hormônios da tireóide e hormônio do crescimento (GH) (THORTON; POTTEIGER, 2002). O Gráfico 3 demonstra o gasto energético durante o repouso, exercício e a recuperação com os componentes: (1) rápido, (2) lento e (3) ultralento do consumo extra de oxigênio pós-exercício (EPOC). Gráfico 3 - Gráfico demonstrativo com o gasto energético. Fonte: Porto; Garcia Junior (2011, p. 46). Evidências sugerem não haver grandes alterações no EPOC após estímulos de baixa intensidade (abaixo de 50% VO2max) e com gasto de 300Kcal, aproximadamente, o que vem ao encontro dos nossos achados, uma vez que encontramos maior gasto energético pós-exercício após as sessões de moderada e alta intensidade, sendo maiores os valores em resposta à sessão de alta intensidade (MARKOFSKI et al., 2005). Uma possível resposta para o consumo elevado de O2 logo após a realização de exercício de alta intensidade é a utilização deste para restaurar a creatina fosfato no músculo esquelético, restabelecer os estoques de O2 no sangue e nos tecidos, e ativar a gliconeogênese. Outros fatores que podem influenciar o EPOC são a temperatura elevada e determinados hormônios circulantes, como adrenalina e noradrenalina. Tais alterações são mais pronunciadas após exercícios vigorosos ou de longa duração (OHKAWARA et al., 2008). Uma análise de variância indicou que a intensidade do exercício foi o principal determinante do EPOC, uma vez que explicou cinco vezes mais da variância EPOC do que qualquer duração do exercício ou a interação intensidade vezes duração. A média EPOC: variou de 0,8 a 4,5 e em geral aumentou tanto com a intensidade do exercício e duração (GORE, WITHERS, 1990). A maioria dos estudos demonstrou maior gasto energético para os exercícios mais intensos. Bahr et al.(1992) já haviam considerado o EPOC como um importante fator no controle do peso, uma vez que o exercício demanda uma energia extra além da prevista na atividade física.Partindo-se do princípio que é possível realizar mais minutos a alta intensidade com o exercício intermitente se comparado com o exercício contínuo,pessoas com sobrepeso podem exercitar-se por tempo menor a uma intensidade que produza um EPOC maior, visto que na maioria das vezes essas pessoas, além de descondicionadas, têm aversão à atividade física (LAFORGIA et al., 1997). http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Gore%20CJ%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=2347316 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Withers%20RT%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=2347316 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 56 Muitos processos ocorrem no período de recuperação em função do desgaste provocado pelo exercício, e são responsáveis por grande parte das alterações, sendo as mais relevantes o restabelecimento das reservas de ATP e CP musculares, a reposição dos estoques de oxigênio hemo e mioglobinulares, a diminuição da atividade da bomba sódio-potássio e redistribuição dos íons, oxidação de lactato sanguíneo e ressíntese de glicogênio (THORNTON, 2002). Dois fatores têm sido atribuídos ao fato de o exercício resistido produzir maior EPOC. O primeiro fator refere-se às respostas hormonais que podem alterar o metabolismo, especificamente catecolaminas, cortisol e GH. O segundo refere-se ao dano tecidual acompanhado do estímulo para a hipertrofia tecidual, pois a síntese de proteína é diminuída durante o exercício em si, mas após o exercício existe um fenômeno compensatório, em que o turnover de proteína parece ser estimulado (KRAEMER et al., 1992). Esse mecanismo pode também contribuir para uma longa estimulação do gasto energético após o exercício. Existem vários fatores que podem influenciar o EPOC, como massa muscular envolvida no exercício, intensidade, duração, estado do treinamento, ingestão de alimento (efeito térmico da refeição), qualidade do sono da noite anterior e condições ambientais, entre outros. São fatores que devem ser considerados ao analisar e comparar os estudos sobre o EPOC (IMAMURA et al., 2004). Vários trabalhos têm analisado a contribuição do EPOC em programas de emagrecimento, visto que este é o resultado de um balanço energético diário negativo entre consumo e gasto energético(HUNTER et al., 1998). 5DISCUSSÃO A proposta deste estudo foi a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre a associação entre o treinamento EPOC para o auxílio da obesidade. Embora a obesidade esteja relacionada a diversas causas, como as genéticas, fisiológicas, metabólicas, ambientais, emocionais e culturais, toda a atenção dada no sentido de aumentar o gasto energético diário total é de grande valia, uma vez que o balanço energético é determinado, de um lado, pelo consumo e, de outro, pelo dispêndio de energia(DÂMASO, 2003), sendo que um desequilíbrio energético positivo pode levar ao acúmulo excessivo de energia armazenada como gordura corporal (FOUREAUX et al., 2006). Em corroboração, outros estudos relataram que a magnitude do metabolismo elevado durante a recuperação tem implicação importante na prescrição de programas de redução ponderal(LAFORGIA; WITHERS, 1997). Através dos estudos analisados, foi observada que a intensidade possui a maior influência no EPOC entre os fatores relacionados ao exercício, sendo que a literatura mostra que a intensidade possui a maior influência no EPOC entre os fatores relacionados ao exercício (ALMEIDA et al., 2011). O intervalo tem influência no EPOC, como demonstrado num estudo Haltom et al. (1999) que mediu o gasto energético durante uma hora após o termino da sessão de exercício de resistência. Após a sessão com intervalo considerado longo, o gasto energético no período de recuperação foi de 37 Kcal, enquanto na sessão com intervalo curto, o gasto energético foi de 52 Kcal. Dessa forma, a mudança do intervalo entre séries pode ser manipulado para provocar diferentes adaptações fisiológicas e metabólicas, além de aumentar também a magnitude e duração do EPOC. A velocidade de execução dos exercícios é outra variável que pode alterar a intensidade do treinamento. Apesar de não haver estudos relacionando diretamente a velocidade de execução com o EPOC, como há relação com a intensidade, é provável que haja influência no EPOC. O número de séries de um exercício de resistência varia conforme o objetivo pretendido, porém, há recomendações relacionadas com a saúde, como da American Heart Association (2001) para a realização de pelo menos uma série de 8 a 15 repetições para os principais grupos musculares. Estudos que se baseiam em aspectos relacionados à saúde demonstram que programas de série única podem levar a ganhos de força e hipertrofia muscular de forma similar a series múltiplas, principalmente em indivíduos sedentários ou na fase inicial de um programa de treinamento (WOLFE et al., 2004). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 57 Quanto à influência do número de séries no EPOC, estudos de Henley et al. (2004) e Haddock e Wilkins (2006) demonstraram que o gasto energético total de três séries foi, aproximadamente, três vezes maior que o gasto energético de uma série. Entretanto, o gasto foi semelhante quando os valores foram expressos em relação ao tempo de exercício. Já o EPOC foi de igual magnitude em valores absolutos e maior na situação de série única, quando expresso por tempo de exercício. Os principais resultados deste estudo foram que a periodização de um treinamento que possa maximizar o EPOC pode ser importante fator para o emagrecimento e, embora, o custo energético dessas variáveis em uma sessão de exercício se mostre pequeno, em longo prazo poderá ser bastante significativo (FOUREAUX et al., 2006). Dessa forma, observa-se que o EPOC aumenta o gasto calórico após o exercício, juntamente com a diminuição do valor do quociente respiratório pós-exercício, resultando, provavelmente, em uma maior utilização de gordura. Verificou-se que a hipótese da pesquisa é verdadeira, pois segundo Foureaux et al. (2006) embora o custo energético do EPOC em uma sessão de treinamento se mostre pequeno, seu efeito cumulativo poderá ter um impacto positivo no quadro da obesidade. Entretanto, torna-se interessante ressaltar que a perda de peso e EPOC não tem sido comprovada. Observou-se que os resultados sobre magnitude e duração do EPOC, além de sua real contribuição para indução do balanço energético negativo ainda são controversos. Vários estudos demonstram que o EPOC pode permanecer por horas (BAHR, et al., 1992), enquanto que outros afirmam que seu efeito é de curta duração (MARESCH et al., 1992). No entanto, existe o consenso na literatura que o tempo e a magnitude do EPOC são determinados pela duração, intensidade, utilização de substratos e tipo de exercício, além da ingestão alimentar. Maraki et al. (2005) atribuem as divergências nos resultados provavelmente, às diferenças metodológicas, como o tipo, duração e a intensidade do exercício, o estado nutricional dos indivíduos, composição da refeição pré-teste, e o tempo decorrido entre o exercício e a ingestão. Alguns estudos associaram o treinamento EPOC no auxílio do emagrecimento. As palavras emagrecimento e obesidade apareceram constantemente, mas poucos estudos analisaram realmente esse contexto quanto ao EPOC. As limitações e dificuldades para este estudo baseiam-se na pouca literatura que existe, devido ao contexto do assunto que não é muito explorado no Brasil. 6CONCLUSÃO Baseada na pesquisa bibliográfica deste estudo, conclui-se que o treinamento EPOC atua com ênfase no emagrecimento de pessoas obesas ou com sobrepeso. Sendo que, quanto maior a intensidade do exercício maior a resposta de EPOC. Com este estudo percebeu-se a importância de mais pesquisas neste assunto, para uma melhor análise dos recursos do treinamento EPOC, comoforma de comprovar sua eficácia. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, A. P. V. de; COERTJENS, M.; CADORE, E. L.; GEREMIA, J. M.; SILVA, A. E. L. da; KRUEL, L. F. M. Consumo de oxigênio de recuperação em resposta a duas sessões de treinamento de força com diferentes intensidades. 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Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 61 A INTERVENÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO FUNCIONAL EM IDOSOS HIPERTENSOS ALVES, R.B. ¹; RODRIGUES, K.S.¹; RODRIGUES, M.S.¹; MELO, V.M.P.²; rafael_rba@hotmail.com 1-Pós-graduandos do curso de Fisiologia do Exercício, Avaliação Física e Atividade Física Para Grupos Especiais da Pós Graduação ENAF Desenvolvimento – Maceió - Alagoas-Brasil. 2-Especializada em Treinamento de Força e Musculação pela Gama Filho – Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil. RESUMO Nesta abordagem pretende-se analisar a intervenção do exercício físico funcional em idosos hipertensos considerando a integridade física, psíquica e social dos idosos. Convém ressaltar que a avaliação consiste observar o efeito da implementação de treinamento funcional sobre a pressão arterial em repouso em idosos hipertensos. A pesquisa baseou-se na literatura existente sobre exercício físico funcional. Considera-se assim, que o treinamento físico ao exercer um efeito fisiológico especifica ao nível muscular e cardiocirculatório é protetor do estado de saúde global pelo que deve ser incentivado ao longo de todo o ciclo vital. Palavras chave: Hipertensão, Exercício físico, Qualidade de vida relacionada à saúde. ABSTRACT In this approach we intend to analyze the intervention of the functional exercise in elderly hypertensive patients considering the physical, psychological and social of the elderly. It is worth noting that the evaluation is to observe the effect of the implementation of functional training on resting blood pressure in elderly hypertensive patients . The research was based on existing literature on functional exercise. It is therefore considered that the physical training to exert a physiological effect specific to muscle and cardiocirculatory level is protective of the overall health and should be encouraged throughout the life cycle. Keywords: Hypertension , Exercise , Quality of life related to health. INTRODUÇÃO A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. É uma doença caracteristicamente assintomática que exterioriza sua morbidade e mortalidade pela degeneração dos vasos sanguíneos, miocárdio, glemérulos e retina. Estas lesões são decorrentes da carga pressórica cronicamente elevada, favorecendo a ocorrência de eventos cardiovasculares clinicamente relevantes, como acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência vascular periférica lesões retinianas mais acentuadas, como exsudados, hemorragias e edema do disco óptico. (MASSA, 2013). A HAS tem alta prevalência e baixas taxas de controle. A mortalidade por doença cardiovascular (DCV) aumenta progressivamente com a elevação da pressão arterial a partir de 115/75 mmHg de forma linear, contínua e independente. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Duas metanálises envolvendo estudos brasileiros realizados nas décadas de 1980, 1990 e 2000, apontaram uma prevalência de HAS de 31%, sendo que entre idosos esse valor chega a 68%. (PICON et al., 2013). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 62 A HAS é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A sua prevalência no Brasil varia entre 22% e 44% para adultos (32% em média), chegando a mais de 50% para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos com mais de 70 anos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial – PA (PA ≥140 x 90mmHg). Associa-se, frequentemente, às alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Em geral, 6% das mortes no mundo são consideradas e atribuídas a inatividade física. Tendo a hipertensão 13%, depois o fumo 99%. Além disso, a falta de atividade física e a causa de 21 a 25% dos casos de câncer de mama, 27% de diabetes e 30% de doenças cardíacas. Para mudar este quadro pessoas inativas devem procurar executar exercícios físicos para a promoção da saúde. É necessário que todo profissional da saúde, seja qual for sua especialidade, compreenda que a hipertensão arterial deve ser analisada como um problema de saúde pública, para que se integre de acordo com as necessidades comunitárias, visando que o seu controle não seja limitado a um pequeno grupo de pessoas mais favorecidos economicamente, para que se modifiquem significativamente os indicadores de saúde da população. É visível em todo o mundo, o número crescente de idosos, fato também observado no Brasil, considerado no passado um país de jovens. Este fenômeno está relacionado com alguns fatores, como, por exemplo: a queda de número de nascimentos e ao aumento da expectativa de vida. No Brasil os idosos crescem atualmente sendo de extrema importância que se conheçam as condições de saúde destes indivíduos e que se façam estudos epidemiológicos específicos para cada região, a fim de contribuir para uma gestão de saúde de acordo com as demandas locais de saúde da população pesquisada. (MASSA, 2013). O processo fisiológico do envelhecimento também acontece nos mecanismos homeostáticos para a regulação da pressão sanguínea que respondem a intervenções fisiológicas e farmacológicas. Um grande número de drogas está envolvido na regulação da pressão, devendo ser usadas na terapia da hipertensão, seguindo as devidas recomendações. Considerando o fato de a pressão arterial elevada ser o fator de risco de maior magnitude, respondendo por grande parte da morbi-mortalidade nas doenças neurológicas, ela representa um grande problema de saúde no Brasil, principalmente na população idosa na qual ocorre alta prevalência em consequência das mudanças morfo-fisiológicas, psicológicas e sociais ocorridas com o passar da idade. (NAHAS, 2013). Há uma relação inversa entre o grau de atividade física e a incidência de hipertensão. O exercício físico regular reduz a pressão arterial sistêmica (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010), visto que um de seus efeitos crônicos observados é a redução dos níveis tensionais. Isso ocorre por haver diminuição da concentração de cálcio intracelular no músculo liso vascular e redução no tônus simpático, causando, assim, a queda da pressão arterial sistêmica. A pressão arterial sistólica e a diastólica diminuem de 5 a 7 mmHg depois de 4 a 10 semanas de exercício físico, com no mínimo três sessões semanais e com duração de 50 minutos, porém indivíduos em uso de betabloqueadores mostram menor resposta anti-hipertensiva aos exercícios, quando comparados com hipertensos em uso de anti-hipertensivos de outras classes. Contudo há uma elevação da pressão arterial, como consequência do efeito agudo, observado durante o exercício resultante do aumento instantâneo da demanda energética da musculatura, necessitando de um fluxo sanguíneo maior (LINO, et al, 2013) Muitos estudos mostram que existem algumas condições, consideradas fatores de risco que, associados entre si e a outras condições, facilitam o aparecimento da hipertensão arterial, sendo: idade, sexo, antecedentes familiares, raça, obesidade, estresse, falta de atividade física, álcool, tabaco, anticoncepcionais, alimentação ricaem sódio e gorduras (FECHINE e TROMPIERI, 2012). Fatores de risco, ou seja, características ou condições que, quando presentes aumentam a probabilidade de ocorrência de HAS, são bem conhecidos e, entre eles, o efeito de idade, raça negra, baixa escolaridade, Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 63 história familiar, obesidade, obesidade central, consumo excessiva de bebidas alcoólicas e ingestão excessiva de sal (VENDRUSCOLO, 2013). A incidência da hipertensão eleva-se com o envelhecimento e apesar dos avanços no tratamento da hipertensão, muitos fatores ainda são desconhecidos acerca da etiologia da doença (MASSA, 2013). A hipertensão propriamente dita não provoca nenhum sinal ou sintoma, a não ser que a pressão arterial esteja muito alta. Os sinais e sintomas da hipertensão essencial são secundários a lesão dos órgãos-alvo. Por exemplo, a retinopatia, provoca escotomas, visão embaraçada e, por fim, cegueira (FECHINE; TROMPIERI, 2012). O diagnóstico da hipertensão arterial é determinado através da medida da pressão arterial com a pessoa em ambiente calmo, após pelo menos 5 minutos de repouso, devendo realizar pelo menos três medidas, com intervalo de um minuto entre elas, sendo a média das duas últimas considerada a pressão arterial do indivíduo. A posição adequada para medir a pressão arterial é a sentada (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Convém enfatizar que o exercício físico provoca uma melhoria dos sintomas do tratamento farmacológico da HAS, diminuindo seu impacto no dia a dia da vida do hipertenso. (MELCHIORS, 2008). Diante do contexto abordado indaga-se: Qual o efeito do exercício físico funcional em idosos hipertensos? Sendo assim, nesta pesquisa serão apontados seus principais aspectos. Revisão de Literatura Capacidade funcional e atividade física A capacidade funcional conjuga a habilidade e independência que a pessoa tem para concretizar certas atividades. Por isso, a capacidade funcional pode ser definida como a capacidade do indivíduo de praticar atividades da vida diária de modo independente, abrangendo atividades ocupacionais e recreativas, ações de deslocamento e auto cuidado. Mais especificamente, expressa a capacidade do indivíduo viver independente no seu convívio apesar de seus limites (DUARTE, 2013). Importante ressaltar que as dificuldades para a realização das atividades de vida diárias (AVD) são constantemente relatadas pelos idosos. Recentes estudos revelam que no Brasil quase a metade dos idosos necessitam de alguma ajuda para a realização de pelo menos uma dessas atividades e uma minoria revelou-se altamente dependente (DUARTE, 2013). As atividades da vida diária se dividem em básicas e instrumentais. As atividades básicas são: caminhar e levantar sem auxílio, atividades de auto-cuidado como tomar banho, alimentar-se sem auxílio. Já as atividades instrumentais da vida diária abrangem atividades mais complexas, como preparar e servir o próprio alimento, operar o telefone, usar meios de transportes, lavar sua roupa, fazer pequenas compras e administrar os próprios medicamentos (MASSA, 2013). No Brasil os idosos com 65 anos ou mais de idade precisam de auxílio para realização das atividades diárias, como por exemplo: administrar a renda, fazer refeições ou arrumar a casa, e que 10% necessitam de ajuda para executar certas tarefas fundamentais, como tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro, alimentar-se e, até, sentar e levantar de cadeiras e camas (DUARTE, 2013). Quando ocorre um comprometimento da capacidade funcional do idoso, impossibilitando-o do seu próprio cuidado, a carga sobre a família e sobre o sistema de saúde pode tornar-se muito elevado (MASSA, 2013). São as habilidades que o indivíduo idoso expõe em suas AVD que decidirá o grau de sucesso, satisfação pessoal e adequação perante a sociedade. Significa dizer que a manutenção e a preservação dessa capacidade são fatores importantes para dilatar o maior tempo plausível à independência do idoso, mantendo-o em plena capacidade funcional. O aspecto principal da atividade física regular deve ser na promoção da saúde, e mesmo para indivíduos com saúde debilitada. A prática de exercícios físicos é muito importante, pois pode controlar, amenizar, Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 64 evitar progressão da doença e/ou reabilitar o paciente. A atividade física sociabiliza o idoso, desenvolve a autoestima e faz com que estes se sintam mais independentes. (MORAES e CÁRDENAS, 2010). A intensidade é função da força dos impulsos nervosos que o atleta concentra em uma sessão de treinamento. A força do estímulo depende da carga, da velocidade de execução e da variação do intervalo de recuperação. Já o volume constitui a quantidade total da atividade concretizada no treinamento. Ao mesmo tempo em que diz respeito à soma do trabalho feito em determinada sessão ou fase de treinamento (SILVÉRIO, 2013). A atividade física promove a melhoria física, psicológica e social dos idosos hipertensos. Os benefícios não são apenas biológicos e fisiológicos; existe uma grande ajuda psicológica com a prática regular de atividades seja exercícios físicos ou atividades lúdicas. Desta forma, o idoso mantém a autoestima, opinião positiva e um sentimento de potência. Isso se torna importante porque com o envelhecimento ocorrem mudanças corporais e com a atividade física o idoso aprende a gostar mais de seu corpo obtendo satisfação pessoal. A prática de atividade física regular é capaz de minimizar os efeitos do envelhecimento (DUARTE, 2013). A atividade física está vinculada ao bom funcionamento físico e prevenção de doenças como hipertensão e doença arterial coronária. Logo, leva à maior longevidade, o que atribui melhor percepção de saúde aos que fazem prática regular de alguma modalidade que exija esforço físico (MASSA, 2013) Tratando-se de idosos os exercícios físicos mais indicados são os exercícios dinâmicos, baseado nos movimentos, e os aeróbicos, de baixa ou média intensidade e de longa duração. Variando em sua prescrição a partir do tipo ou modalidade, intensidade, duração e frequência semanal (MOREIRA; TEIXEIRA, NOVAES, 2014) O tipo ou modalidade de exercício mais adequado ao hipertenso é o exercício aeróbico envolvendo massas musculares: caminhar, correr, nadar, pedalar. Os exercícios físicos que produzem uma melhoria da capacidade funcional abrangem a diminuição da morbidade e mortalidade por doença coronariana, controle da pressão arterial, da glicemia e do colesterol e melhora do peso. A pressão arterial e aferida deste o final do século XIX, quando foi desenvolvido por Scipone Riva-Roccs, do esfigmanômetro e dos sons e seus significados clínicos o tratamento da hipertensão é repouso e dieta sem sal entre ela prevalece o maior índice de maiores problemas de saúde pública no mundo, sendo a responsável direta ou indiretamente com certa de 7,5 milhões de morte no mundo. Neste momento uma em cada adulto no mundo pode ser classificado como hipertenso, isso equivale há 1 bilhão de indivíduos, estima-se que até 2025 haverá um crescimento para 1,5 bilhões de hipertensos. A OMS atribui a hipertensão arterial sistêmica, 5,8% de óbitos no mundo (NAHAS, 2013). As respostas cardiovasculares à atividade física dependem do tipo, da intensidade e da duração do exercício. A redução dos níveis pressóricos, após os exercícios, é mais evidente em indivíduos hipertensos que em normotensos. Essa queda na pressão arterial se deve aos seguintes fatores: 1 – redução do débito cardíaco, em função da diminuição do volume sistólico; 2 – redução da resistência vascular periférica; 3 – redução da atividade nervosa simpática, atuando na complacência vascular (PITANGA, 2010). A dificuldade de preambulação é uma característica do envelhecimento, representaum motivo de preocupação para os idosos, pois pode acarretar a incapacidade física, os idosos sedentários tem uma maior propensão de quedas, com o baixo nível de mobilidade funcional devido, a redução na capacidade de adaptação homeostática, alterando progressivamente o organismo intrínseco e extrínseco. Entre as perdas com o envelhecimento vêm as instabilidades postural que ocorre devido às alterações do sistema sensorial motor levando-o a perda do equilíbrio. Consoante a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, o exercício físico regular melhora a qualidade e expectativa de vida do idoso beneficiando-o em vários aspectos principalmente na prevenção de incapacidades. (NAHAS, 2013). Mediante estudo epidemiológico constatou-se uma intensa relação entre a inatividade física e a presença de fatores de risco cardiovascular, como hipertensão, resistência à insulina, diabetes, dislipidemias e obesidade. (CASTELLI, 2010). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 65 A atividade física regular promove uma série de mudanças no organismo do idoso, como por exemplo, diminuição da frequência cardíaca, aumento das endorfinas endógenas, responsáveis pela sensação de bem-estar, redução do colesterol, fortificação da estrutura óssea, das articulações e melhora na postura. Ressalte-se que a liberação de endorfina pelo organismo, provoca no individuo praticante de atividade física regular, um estado de plenitude trazendo benefícios em todos os níveis, sobretudo, em sua auto- estima e no convívio social. Percebe-se que o exercício físico constante e moderado produz aos indivíduos efeitos benéficos na saúde em geral, sendo capaz de melhorar o nível psicológico diminuindo a ansiedade, o stress, e ao mesmo tempo elevando a autoestima e a cognição. Afirmam que os idosos quando praticam exercícios físicos regulares, apresentam melhores resultados diferentemente ocorre com os idosos sedentários na sua capacidade funcional. Desta maneira o estilo de vida dessa população, aumenta o grau de autonomia em relação às AVD e em um envelhecimento mais rico em oportunidades de relações sociais. (OLIVEIRA, et al, 2013). Por outro lado, a deficiência de atividades físicas está também associada com inúmeros problemas músculo-esqueléticos, que podem atingir negativamente as atividades funcionais do idoso. (DUARTE, 2013). Sendo assim, o fortalecimento dos elementos da aptidão física, como força, flexibilidade, capacidade cardiorrespiratória, coordenação motora, entre outros, é uma extraordinária forma de impedir os efeitos degenerativos acarretados pelo envelhecimento. E, Nahas (2013, p. 62) que: As atividades físicas num programa de condicionamento físico devem ser adequadas ao indivíduo em termos de tipo, duração e intensidade, devem ser adequadas ao indivíduo em termos de tipo, duração e intensidade, devendo ser realizadas com regularidade (o ideal são de 3 a 5 sessões por semana). É fundamental, também, que as atividades físicas sejam as mais agradáveis possíveis ao praticante. A aptidão física relacionada à saúde estaria no Brasil dentro de uma perspectiva de identificação de variáveis determinantes, considerando as diferenças sociais, ambientais, econômicas e comportamentais da nova população. Com o aumento das intervenções nas últimas décadas sobre as pesquisas na Educação Física e Desporto abordando o processo de envelhecimento, com toda a atenção voltada sobre a importância da atividade física sob a perspectiva da promoção da saúde. (MORAES e CÁRDENAS, 2010). Há um grande reconhecimento das vantagens da prática regular de exercícios físicos e ou atividades físicas promovendo uma excelente redução nas doenças crônicas degenerativas. Pois, dentro do quadro atual a inatividade já é considerada um grande fator de risco primário, principalmente as doenças cardiovasculares, com isso tem-se tornado fundamental a identificação das incessantes buscas em modelos técnicos para a participação da população em estilos de vida. De acordo com Kokkinos et al, 1995 apud Pitanga, 2010, p. 92 “Estudos mais recentes reconhecem a inatividade física como fator de risco independente, comparado com outros fatores de risco estabelecidos para doença cardíaca coronariana”. A atividade física tem sido associada ao bem estar, a saúde e a qualidade de vida das pessoas de todas as faixas de idade, assim sendo o mais visível a partir da meia idade, quando os riscos potenciais da inatividade aumentam, levando a perca da vida muito mais cedo e da utilidade. Com isto a diminuição das funções morfológicas são alteradas e uma maior quantidade de pessoas sedentárias na terceira idade e não tão somente ao inexorável envelhecimento celular. (ANAIS, 2013). Os comportamentos tipicamente associados aos idosos referem-se à passividade e a imobilidade, com reduzida atividade física, e algumas patologias crônicas e também com a perda da vitalidade, reduzem o seu comportamento motor, mudando seus hábitos de vida e criando uma dependência com o meio que os rodeia. (VENDRUSCOLO, 2013). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 66 1.2 O papel do educador físico e a promoção da saúde do idoso hipertenso A saúde e a qualidade de vida dos idosos necessitam de uma atenção multidisciplinar e interdisciplinar. O profissional de educação física tem um papel de grande importância quando a questão é promoção da saúde, pois cabe a ele desenvolver atividades que gerem benefícios para a população tais como: aumento tônus e trofismo muscular, aumento da massa óssea diminuição dos níveis de pressão arterial, glicose e colesterol, normatização do peso corporal e diminuição do stress. As atividades da vida diária juntamente com o treinamento físico podem estabelecer o grau de autonomia e independência do idoso, sobretudo no suprimento de suas necessidades. É bem notório aos especialistas da área que a atividade física e saúde têm ocupado lugar de destaque nos cenários nacional e internacional. Isso só se tornou possível devido aos diversos indicadores como, por exemplo: o Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde realizado em 2014; periódicos como a Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde e o Journal of Physical Activity and Health, que podem ser utilizados para confirmar o avanço e a consolidação da área (FARIAS JÚNIOR, 2014). A prática de atividade física relacionou-se à melhor percepção do estado de saúde. Outros estudos mostram que indivíduos que praticam exercícios físicos como prática de lazer possuem melhor autopercepção de saúde do que aqueles que não praticam ou realizam menos atividade física (MASSA, 2013). Sabendo-se que a maioria dos idosos, são geralmente portadores de doença crônica mas as limitações nem sempre os impossibilitam e muitos continuam levando uma vida normal com o controle de suas enfermidades, demonstrando satisfação pela vida. Um idoso com apenas uma doença crônica poderá ser considerado um idoso saudável, contrariando a Organização Mundial da Saúde (OMS) que diz que a ausência de doenças é um privilégio de poucos, pois o completo bem-estar pode ser atingido por muitos, independente ou não da presença de doenças crônicas. Moraes e Cárdenas (2010) compreendem que: Houve relação da percepção do estado de saúde com as variáveis: condições físicas (gênero, doenças crônicas), condições socioeconômicas (escolaridade, e trabalho) e hábitos de vida (prática de atividade física). A autopercepção do estado de saúde se apresenta pior nos idosos que relataram presença de doenças crônicas, baixa escolaridade, menor ocupação laboral e redução das práticas de atividade física. O envelhecer está inteiramente ligado à autonomia, devida a capacidade de executar o controle sobre sua vida e seus objetivos. Quando um idosoconsegue ter o controle das suas atividades socais, lazer e utilidade com certeza poderá ser considerado um indivíduo saudável. Não resta a menor dúvida que, com o passar dos anos, o indivíduo tende a sofrer alterações nos diversos sistemas do organismo. Porém, não se sabe até que ponto essas alterações são consequências do envelhecimento biológico ou se são simplesmente resultantes de fatores ambientais ou do desuso, ocasionado por alterações no estilo de vida dos idosos (MASSA, 2013). Nesse contexto, a prática da atividade física surge como opção essencial na redução dos declínios físico- fisiológicos da pessoa idosa, interferindo também nos aspectos sociais e psicológicos destes indivíduos (DUARTE, 2013). Na verdade envelhecer de forma saudável está diretamente ligado à capacidade funcional da integração social, apoio familiar e independência financeira, com isso encontra-se equilíbrio para envelhecer de forma feliz e saudável. 1.3 A Função do Educador Físico Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 67 O educador físico precisa ter habilidade para ministrar as aulas, usando técnicas propícias com uma forma de execução fácil de serem aprendidas, com o objetivo de contribuir para com o aprendizado rápido e eficiente dos movimentos básicos da ginástica funcional, dança, alongamentos e assim trazer benefícios no cotidiano das participantes, ao mesmo tempo proporcionando o bem-estar físico, psíquico e social. Santos e Silva (2013), explicam que a gerontotecnologia educativa nasce como um recurso pedagógico capaz de consentir a integração dialógica entre os profissionais de saúde, o idoso e a família, permitindo a construção de um conhecimento para precaver e diminuir incapacidades facilmente disponível e de baixo custo, capaz de integrar idosos e familiares para o cuidado. Benedetti et al (2014, p. 89) explicam que: Historicamente, tanto a formação quanto uma parte das possibilidades de atuação do profissional de Educação Física têm sido associadas à saúde, independentemente de qual seja a visão de saúde a que nos refiramos. Tal associação vem ocorrendo a despeito dos diferentes tipos de formação no Ensino Superior, da regulamentação da profissão e das mudanças epidemiológicas que temos acompanhado. No entanto, o papel e a importância deste profissional neste campo tem se ampliado e modificado muito rapidamente nos últimos anos. Um dos principais motivos é o destaque que a atividade física vem recebendo nas políticas públicas de enfrentamento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e de promoção da saúde, no cenário mundial e no Brasil. Cabe ao professor e direcionador, a responsabilidade da saúde e segurança de seus alunos, para que este profissional ministre suas aulas com competência sabendo intensificar o nível de treinamento adequado, para que a cada sessão de treino o idoso sinta-se muito melhor do que havia chegado é preciso se relaciona com este grupo com afetuosidade, compreensão e paciência, embasamento científico, sensibilidade profissional, constituindo-se, portanto de uma arte. A confiabilidade do idoso para o educador físico será um dos grandes motivos para o sucesso do programa de treinamento sugerido. Considerando a parte final da revisão de literatura resta claro que os exercícios físicos trazem benefícios no que diz respeito às doenças coronarianas e prolongamento da vida, existindo uma relação inversa com a prática de exercício habitual. Isto vem sendo comprovado tanto para a prática de exercício programado, quanto para as atividades de lazer ou colocadas nas rotinas diárias. Apesar do exercício moderado já apresentar benefícios sobre a mortalidade, aparentemente possui uma relação dose-resposta, com exercícios mais vigorosos evidenciando um efeito ainda maior. (SANTOS; SILVA, 2013). As atividades físicas funcionais aumentam a autonomia daqueles que não conseguem executar com facilidade os exercícios, por isso foram aplicadas com rigor justamente para transmitir a segurança necessária ao grupo estudado. O exercício físico pode ser então um componente de grande importância para o idoso, e em alguns casos a idade biológica chega a ser reduzida até mais de vinte anos. A expectativa de vida é incrementada, condições debilitantes são adiadas, e ocorrem muitos ganhos na sua qualidade de vida. (RAMOS, 2011). A prática de atividade física relacionou-se à melhor percepção do estado de saúde. Outros estudos mostram que indivíduos que praticam exercícios físicos como prática de lazer possuem melhor autopercepção de saúde do que aqueles que não praticam ou realizam menos atividade física. A preocupação do profissional de educação física é motivar os idosos na participação de atividade física com objetivo de melhorar seu desempenho neuromotor social e afetivo emocional, bem como sua qualidade de vida. Além dessas alternativas de conhecimento e de compreensão a proposta da educação para a saúde deriva do campo da prevenção e da terapêutica indispensável ao longo da vida. A promoção e a preservação da autonomia do idoso são fundamentais na vida desse idoso, visando garantir atenção integral e adequar sua participação ativa e cidadã, enquanto sujeito individual e coletivo, a fim de que se torne um sujeito capaz de decidir sobre as deliberações imprescindíveis para a sua vida. (MOREIRA, TEIXEIRA e NOVAES, 2014). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 68 O Brasil desde a década de 40 passa por um processo de inversão das curvas de mortalidade, observando- se um declínio de mortes por doenças infecciosas e um concomitante aumento por doenças crônicas. Este processo é conhecido por fenômeno de transmissão epidemiológica, ocorrida em todos os países hoje desenvolvidos, nos quais a população de idosos é cada vez mais expressiva. (CARVALHO, 2010). É preciso que o profissional de educação física busque o aprimoramento de técnicas de trabalho em grupo e de educação em saúde e com isso buscar a investigação dinâmica das hipóteses e com o estudo as possibilidades. O vivenciar das práticas de atividade física representa, para a pessoa idosa, além de prevenção de doenças e uma possibilidade de maior expectativa de vida, a possibilidade de desenvolver sua capacidade funcional e da sua autonomia, o que é essencial para a qualidade de vida. Os exercícios físicos e a educação em saúde são estratégias para uma influência positiva durante o envelhecimento, gerando o processo saúde-doença e colaborando social e psicologicamente nas escolhas e decisões dos idosos. Sendo assim, sugere-se que a participação de idosos em grupos de convivência melhora e abrange as condições de saúde dessas pessoas. (MOREIRA, TEIXEIRA e NOVAES, 2014). 1.4 O uso da farmacologia em idosos hipertensos praticantes de atividade física Devido ao uso farmacológico são imprescindíveis alguns cuidados, principalmente em idosos com hipertensão arterial, sendo vasodilatadores, pois reduzem a quantidade de ca2 que alcança os locais intracelures, relaxando o músculo liso (DUARTE, 2013; MASSA, 2013). Existem algumas medidas que também podem contribuir para a maior eficácia anti-hipertensiva, como por exemplo: redução do peso corporal; redução da ingestão de sódio; maior ingestão de alimentos ricos em potássio; redução do consumo de bebidas alcoólicas e exercícios físicos regulares. Saliente-se que diante da necessidade de manterem a pressão arterial controlada, os hipertensos idosos submetidos à atividade física, necessitam fazer uso de diuréticos em baixa dose como monoterapia, betabloqueadores, uma vez que neutralizam a ação da adrenalina impedindo a insuficiência cardíaca, bem como evitando o infarto do miocárdio. Podendo utilizar também antagonistas da angiotensina que é um hipertensivo com menor efeito colateral. Os agentes simpaticolíticos tornam-seútil por não interferir na dosagem glicêmica, efeito de proteção renal. Terapia combinada de ante-hipertensivos são 60% dos casos de hipertensão arterial em idosos, como forma bastante eficaz, com menos efeitos adversos. O treinamento físico diminui expressivamente a pressão arterial em pacientes com hipertensão arterial sistêmica. (PITANGA, 2010). A atividade física é um excelente instrumento de saúde em qualquer faixa etária em especial no idoso, induzindo várias adaptações fisiológicas e psicológicas, tais como: - aumento do VO2 máx. - aumento dos benefícios circulatórios periféricos; aumento da massa magra (muscular); melhor controle da glicemia; redução do peso corporal; melhor controle da pressão arterial em repouso; melhora a função pulmonar; maior autonomia; maior auto-estima autoconfiança; melhor qualidade de vida. Os efeitos associados à inatividade física levam o idoso a uma condição degenerativa crescente de suas capacidades físicas e acarretam uma diminuição no desempenho físico, na habilidade motora, na capacidade de concentração, de reação e de coordenação, provocando processos de auto-desvalorização, stress, apatia, insegurança, perda da motivação, isolamento social e a solidão. A independência para a realização das atividades da vida diária determina à expectativa de vida ativa ou saudável do idoso. A decadência nos níveis de atividade física habitual para idoso coopera para a diminuição da aptidão funcional e a manifestação de diversas doenças, como sequela a perda da capacidade funcional. Neste sentido, tem sido ressaltada a prática de exercícios como estratégia de prevenir as perdas nos componentes da aptidão funcional. (DUARTE, 2013). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 69 Evidências atuais sugerem claramente que a participação em exercícios regulares é um efetivo caminho para restringir e/ou prevenir o número de declínios associados ao envelhecimento, sendo capaz de transformar a condição de incapacidade para realização das atividades da vida diária. Os exercícios funcionais ajudam ampliar as possibilidades de exigência motora durante o exercício físico com o intuito de melhorar a capacidade funcional, com exercícios que estimulam os proprioceptores presentes no organismo, os quais possibilitam a melhora do desenvolvimento simeslesino do controle do corpo, equilíbrio muscular dinâmico, diminuindo as lesões e aumento a eficiência dos movimentos (PITANGA, 2010). Saliente-se que as habilidades físicas (força, equilíbrio, resistência muscular, esquema corporal, alteridade e agilidade) favorecem o desenvolvimento. Bem como, preparam o músculo com a ampliação da condição neuromotora e aptidão física e funcional de cada indivíduo (DUARTE, 2013). Discussão A pesquisa revela que idosos hipertensos não praticantes de exercício físico apresentam um menor escore de qualidade de vida. Além disso, foi possível observar também que a alta prevalência de sintomas desencadeados pelo tratamento farmacológico da HAS colabora para a aquisição de tais resultados. Em um estudo realizado por Werneck et al. (2011) afirmam que o efeito da pressão arterial pode variar de acordo com o tipo e a intensidade do trabalho aplicado constatando redução em alguns grupos de estudo e outros não apresentaram nenhuma alteração. Nesse mesmo sentido, defendem Kolb et al. (2012) a necessidade de realização da atividade física, assim como do treinamento resistido em idosos hipertensos tendo em vista a queda da pressão arterial caracterizando a hipotensão pós-exercício. Entretanto, afirma que não existe um esclarecimento quanto ao melhor tipo de exercício físico. Em 2011 o Ministério da Saúde difundiu um Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis estabelecendo metas globais determinadas para o controle dessas doenças até 2025. O Plano brasileiro delibera e prioriza as ações e os investimentos essenciais com foco nas ações populacionais visando o controle de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doença respiratória crônica decorrentes da má alimentação, do uso excessivo de álcool e fumo e a falta de atividade física (DUNCAN et al., 2012; MALTA; SILVA Jr, 2013). Ferreira (2012, p.2) enfatiza que: Porque a gestão de qualquer doença crónica requer a participação dos doentes, é necessário monitorizar o seu impacto, principalmente nas funções psicossociais e de comportamento. Assim é necessário todos os esforços no sentido de colaborar na determinação dos ganhos em saúde obtidos com os tratamentos e sob a perspectiva do cidadão. Malta e Silva (2013) sustentam que programas de educação para a autogestão procuram ajudar as pessoas a consciencializarem-se de que são os seus principais cuidadores e que os profissionais de saúde são consultores que os apoiam nesta função. O programa de intervenção implementado devolveu resultados positivos, nomeadamente a nível comportamental, dos indivíduos no tratamento da sua doença. Com o favorecimento pela diminuição da fecundidade e mortalidade, e o aumento da longevidade e os avanços nas formas de tratamento em saúde é possível observar uma grande mudança na pirâmide etária da população, que passa se assemelhar às de países onde o processo de transição já vem ocorrendo (CAMARANO, 2013). Diante dessas considerações acima citadas verifica-se que os efeitos hipotensores pós-exercícios podem ocasionar uma redução bastante significativa na diminuição da pressão arterial em idosos hipertensos. A presente pesquisa analisou como a prática da atividade física pode ser benéfica na prevenção de doenças crônicas e a utilização de medicações por parte dos idosos hipertensos. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 70 Conclusão A hipertensão arterial em pacientes idosos é uma patologia crescente e que vem provocando muita preocupação no âmbito das políticas públicas, no mundo inteiro. As preocupações com estes problemas de hipertensão, não devem ser apenas dos governantes, a sociedade em geral deve estar consciente de seus riscos e de suas consequências, para a saúde de todos. No caso de pessoas idosas, este quadro torna-se mais preocupante ainda, pois a medida que se envelhece, também se torna mais frágil e susceptível a muitas patologias, devido ao envelhecimento, também, das células. Devido o aumento da longevidade, verificou-se um grande aumento na prevalência de doenças crônicas, que trazem consequências econômicas, sociais, por isto a busca de implantação de programas de atividades físicas em todo o mundo como meio de promoção de saúde com hábitos saudáveis voltados para a qualidade de vida dos idosos, aumentam a longevidade e melhoram a sua saúde. As doenças crônicas são incuráveis e de origem não contagiosa, associadas ou causada por fatores sociais, culturais, ambientais e comportamentais têm impacto econômico e deterioração na qualidade de vidas das pessoas da família e da comunidade. Entre os fatores de risco para a hipertensão arterial incluem-se o baixo consumo de frutas e hortaliças, inatividade física, alto consumo de álcool, excesso de peso. A atividade física sem dúvida alguma contribuiu com a prevenção da hipertensão e promoção de saúde. As características desse aprendizado confirmam o caráter global do cuidado com o corpo na melhoria da saúde buscando uma melhor qualidade de vida. Sendo assim, acredita-se que a hipertensão em idosos requer uma ampla atenção de todos os profissionais envolvidos em saúde, assim como dos governos através de campanhas, e da população, que deve ser estimulada a praticar atividade física regularmente. Portanto, resta evidente que o treinamento físico exerce um efeito fisiológico específico ao nível muscular e cardiocirculatório melhorando a qualidade de vida dos idosos hipertensos. Acredita-se que o exercíciofísico é eficaz não apenas no controle da HAS, assim como pode amenizar os efeitos colaterais do tratamento farmacológico, favorecendo a percepção do paciente sobre como a doença afeta seu bem estar e saúde. Referências BENEDETTI, T.R.B.; Borges, G.F.; Farias, S.F. (2014). Atividade física habitual e capacidade funcional percebida de idosas do Sul do Brasil. Pensar a Prát., 2014. 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O objetivo da pesquisa foi identificar de maneira social e antropométrica os principais adeptos deste tipo de atividade física. Participaram da pesquisa 50 pessoas atuantes desta modalidade. Como fundamentação metodológica, utilizou-se uma pesquisa de abordagem quantitativa e natureza descritiva, aplicando-se como instrumento de coleta de dados e informações, um questionário contendo 10 perguntas fechadas. O crescimento evidente da modalidade investigada no município de Parintins/AM foi o que despertou o interesse pelo objeto dessa investigação. A atividade física na areia em forma de circuito possibilita um maior gasto energético e, por conseguinte os resultados são mais eficazes quando comparados a outros tipos de atividades aeróbicas. Constatou-se ainda que, a maioria dos praticantes é do sexo feminino e tem idade media entre 20 a 40 anos e que boa parte desses praticantes está acima do peso e buscam no circuito uma maneira de reverter esse quadro, objetivando saúde e qualidade de vida. No resultado da pesquisa constata-se que o Treinamento Funcional na modalidade circuito na areia, trouxe uma melhoria notória para os praticantes, principalmente quando diz respeito à perda de peso, resistência, tônus muscular, condicionamento físico, saúde e qualidade de vida. Unitermos: Perfil dos praticantes; Circuito Funcional; Qualidade de vida. . Abstract - This paper presents a research on the Profile of Functional Training Practitioners in "circuit in the Sand" mode in the city of Parintins – AM. The objective of the research was to identify social and anthropometric way the main supporters of this type of physical activity. The participants were 50 people active in this mode of this type. As methodological basis, we used a quantitative approachto research and descriptive, applying as a data collection tool and information, a questionnaire containing 10 closed questions. The apparent growth of the sport investigated in the city of Parintins/AM was what sparked interest in the object of investigation. Physical activity as sand circuit allows a greater energy expenditure and therefore the results are more effective when compared to other aerobic activities. It was also found that most practitioners are female and average age is between 20 to 40 years and that many of these practitioners are overweight and looking at the circuit a way around this, aiming health and quality of life. The search result can be seen that the Functional Training in circuit mode in the sand, brought a marked improvement for practitioners, especially when it comes to weight loss, strength, muscle tone, fitness, health and quality of life. Keywords: Profile of practitioners; Functional circuit; Quality of life. mailto:gil_lopiz@hotmail.com Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 74 INTRODUÇÃO A busca pelo bem-estar, boa forma, peso ideal, a resistência física e principalmente às condições à saúde ligadas a qualidade de vida, tem crescido nos últimos anos no país, principalmente em si tratando do treinamento funcional. É o que afirma Bossi (2014), “o treinamento funcional vem crescendo nos últimos anos e espalhando-se pelo mundo de uma maneira um tanto quanto descontrolada”. O circuito funcional na areia é a modalidade com mais adeptos na atualidade, isso porque ele promove maior resistência física aos praticantes e resultados mais eficazes em menor tempo do que outras práticas físicas “tradicionais”. Ressalta-se que o circuito funcional na areia, é apenas uma variação do Treinamento Funcional. Para CAMPOS e CORAUCCI NETO (2004). Sabe-se que o treinamento funcional está amparado na proposta de melhoria de aspectos neurológicos que conduzem a capacidade funcional do corpo humano, empregando exercícios que estimulem os diferentes componentes do sistema nervoso, gerando, dessa forma, sua adaptação. O interesse dessa pesquisa surgiu da demanda pelo treinamento funcional modalidade circuito na areia. A busca por esse tipo de atividade deve-se por motivos como: a insatisfação dos praticantes com os demais tipos de atividades físicas, que optaram por buscar um treinamento dinâmico e eficaz, que proporcionasse prazer e motivação a eles, fugindo do convencionalismo dos treinos, como a musculação (fitness). Conforme (BOSSI apud CLARK, 2001) “A ideia principal do treinamento funcional é trabalhar mais de um segmento ao mesmo tempo (multiplanares), envolvendo estabilização, força, potencia agilidade”. O Treinamento Funcional veio para quebrar paradigmas, e ganhou seu espaço principalmente para o publico que não gosta de frequentar academias de musculação. A modalidade circuito na areia trouxe a proposta de intensificar e tornar o treino ainda mais atrativo. Para Atalla (2012, p.22) “circuito é uma sequencia de movimentos feitos em série e então repetidos, do primeiro ao ultimo”. Com isso o treinamento funcional foi se diversificando a ponto de atingir todos os públicos além de ser trabalhado em qualquer tipo de ambiente. A modalidade Circuito Funcional na Areia teve um alto crescimento nos últimos tempos principalmente no município de Parintins–Am. Por isso houve esse interesse em classificar e saber qual é o publico que este tipo de treinamento vem ganhando adeptos a cada dia. A atividade física na areia tem como principal objetivo o ganho de resistência e a perda de calorias, facilitando assim o emagrecimento, além de auxiliar na regeneração e fortalecimento muscular e articular. A superfície irregular da areia faz com que o corpo faça um trabalho de propriocepção, ou seja, que o individuo aumente o controle de movimento e o domínio do corpo que auxiliam na pisada durante o exercício. Praticar esportes e fazer caminhadas na areia são atividades saudáveis e agradáveis, que auxiliam e aliviam dores causadas por lesões, e tiram à tensão do dia a dia. Além do mais, o contato com a areia é comprovadamente eficaz no combate ao estresse. O objetivo dessa pesquisa foi identificar o perfil dos praticantes de treinamento funcional na modalidade circuito na areia na cidade de Parintins-AM, com relação à questão social e antropométrica. A pesquisa foi realizada com 50 pessoas que praticam esse tipo de atividade física, que responderam as 10 perguntas fechadas do instrumento de pesquisa utilizado – o questionário. Partindo para o desenvolvimento desse estudo, serão apresentados os materiais e métodos abordados para a coleta dos dados da pesquisa, seguindo dos resultados da pesquisa através de tabela juntamente com suas discussões onde serão apresentadas de forma detalhada todas as informações colhidas nesta investigação. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 75 MATERIAIS E MÉTODOS Segundo Armani (2009, p.17) define-se pesquisa como “o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas e questionamentos que são propostos”. A abordagem metodológica dessa investigação esta voltada para pesquisa quantitativa. “O método quantitativo justifica seu uso pela facilidade de aplicação dos instrumentos de recolha, pela possibilidade de uso constante de métodos estatísticos, baixo custo operacional e rapidez nos resultados de pesquisa.” (JUREMA; QUEIROZ, 2008, p. 103). O questionário aplicado em anexo a este artigo foi constituído de 10 (dez) questões fechadas, elaboradas para analise dos dados, além da aferição do peso e estatura de cada praticante, para a indicação do Índice de Massa Corporal (IMC). A aplicação do questionário acorreu de forma individual, para auxiliar na coleta dos dados foram utilizados, canetas, uma balança digital e um estadiomêtro. Sua validação se deu através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) onde os investigados assinaram o mesmo antes de participarem da pesquisa em loco. Quanto à população investigada, esta se constituiu por homens e mulheres com faixa etária entre 20 a 40 anos, e a amostra foram de 50 praticantes do circuito funcional na areia. Para a apresentação dos dados, utilizaram-se apenas procedimentos estatísticos descritivos. RESULTADOS Os resultados adquiridos na pesquisa sobre o Perfil dos Praticantes de Treinamento Funcional na modalidade Circuito na Areia em Parintins- Am, estão apresentados abaixo na tabela 1. Tabela 1. Perfil dos praticantes de treinamento funcional modalidade circuito na areia em Parintins-Am. Perguntas Opções de resposta: Resultados em % Sexo Masculino 11% Feminino 89% Idade 12 a 20 7% 21 a 30 30% 31 a 40 37% 41 a 50+ 26% Nível de Escolaridade Ens. Fundamental 4% Ens. Médio 23% Ens. Superior 53% Pós-graduação 12% Mestre ou Doutor 8% Na sua Profissão, você passa maior parte do tempo...? Sentado 50% Em pé 22% Medial 28% PESO/ ALTURA: IMC Abaixo do peso 4% Peso Ideal 32% Sobrepeso 48% Obesidade grau 1 16% Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 76 Obesidade grau 2 - Pratica outros tipos de atividades físicas? Quais? Sim 48% Não 52% Musculação 17% Caminhada ou corrida 13% Ciclismo 9% Outros 9% Qual seu objetivo com a pratica do TF? Emagrecimento 39% Cond. Físico 17% Resistencia 10% Saúde e bem estar 29% Fortalecimento muscular 5% O que levou você a praticar o TF? Excesso de peso 31% A busca por saúde e qualidade de vida 19% Sair do sedentarismo 31% Dinâmica de treino 19% Você recebe algum incentivo para á pratica de atividades físicas? Sim 89% Não 11% Familiares 42% Amigos 41% Outros6% Quais benefícios o TF trouxe pra você? Autoestima 7% Qualidade de vida 33% Perda de peso 23% Resistência 20% Saúde e bem estar 17% Fonte: SANTOS (2015) Discussões dos resultados Para a análise do perfil dos praticantes do TF, verificou-se o gênero, a faixa etária, o nível de escolaridade, o estilo comportamental e profissional para atividades físicas e ainda os objetivos em relação a prática do Treinamento Funcional na modalidade circuito na areia. Sendo assim, observou-se que o gênero feminino tem predominância sobre o masculino, isso porque desde o final do século XIX a pratica de exercícios físicos pelas mulheres obteve maior êxito, pois as formas feminis passaram a ser respeitadas. É o que afirma Goellner (2009, p. 273): Nada mais pertinente do que indicar a exercitação física, dado que sua prática poderia possibilitar o desenvolvimento orgânico e social das mulheres, tornando-as mais fortes, saudáveis e aptas para os desafios de uma sociedade que se modernizava a passos rápidos e empolgantes. Segundo Costa et al. (2003), “a inserção da prática de exercícios físicos entre as mulheres está associada à manutenção da saúde e valorização dos cuidados com a imagem corporal”. Diante de uma pesquisa feita Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 77 pelo site Exame.com (2015) em relação ao perfil de quem faz esportes no Brasil e o do sedentário, “os homens (35,9%) declararam praticar mais esportes, enquanto as mulheres (34%) preferem as atividades físicas”. Em relação a idade media dos praticantes, pode-se observar que a maioria são pessoas adultas, seguido por jovens e adolescentes. Sobre o nível de escolaridade dos praticantes do treinamento funcional modalidade circuito na areia, fica evidente que são pessoas instruídas, que tem ou já tiveram acesso ao ensino superior. Quando perguntados sobre a rotina de trabalho, notou-se entre os praticantes que como boa parte deles, passa a maior parte do tempo sentado durante horas de expediente. Contribuindo assim para problemas ergonômicos e estresse, podendo levar a indisposição para a pratica de atividade física devido a rotina de trabalho diário, facilitando o sedentarismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Uma pessoa é considerada ativa quando pratica alguma atividade física pelo menos três vezes por semana, em seu tempo livre, com duração mínima de 30 minutos. O sedentário é aquele que não faz nenhum tipo de atividade física ou esporte. Pitanga (2004) afirma, que “o IMC pode diagnosticar desnutrição energética crônica, gozando este método de grande popularidade na área de saúde”. Quanto ao IMC dos praticantes, verificamos em loco que boa parte dos entrevistados está acima do peso, podendo ser justificado como um dos motivos pela procura do treinamento funcional modalidade circuito na areia. Através da pesquisa, verificou-se também que o grupo estudado, em sua maioria pratica mais de um tipo de atividade física. Segundo os praticantes do treino funcional na modalidade circuito na areia, o que levou a essa prática foi principalmente a busca pela melhoria da qualidade de vida, do peso ideal e consequentemente o aumento da auto-estima, além da dinâmica do treinamento que proporciona bem-estar. Para o (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). A prática de atividade física está presente na vida da maior parte das pessoas, sejam elas mais, ou menos ativas. Pela procura de melhorar sua saúde física e mental. Muitas pesquisas são destinadas a identificar os inúmeros benefícios que a atividade física pode proporcionar. As oportunidades para indivíduos adultos serem fisicamente ativos podem ser classificadas em quatro domínios: no lazer, no trabalho, no deslocamento para o trabalho e nos afazeres domésticos. De acordo com os participantes da pratica do treino funcional na modalidade circuito na areia, a busca pela pratica da atividade, partiu principalmente pela conservação da saúde e os incentivos relacionado à vontade pessoal em praticar a atividade integrada ao desejo do bem-estar físico e mental, ou seja, o incentivo próprio se sobressaiu em relação ao apoio de amigos e familiares. Para Balbinotti & Capozzoli (2008), “descrevem que para os indivíduos de 21 a 40 anos, os motivos mais importantes para a prática de atividade física foram saúde, prazer, controle do estresse e estética”. Todos de alguma forma se sentem satisfeito pelos benefícios que o treino tem proporcionado no decorrer da prática do TF. Principalmente quando se referem ao rendimento físico, melhora na disposição para realização das atividades do dia-a-dia, além da perda do peso, ganho de resistência e a convivência social. Esses são um dos muitos benefícios encontrados na pesquisa através da pratica do treino funcional na modalidade circuito na areia. “Ele tira a pessoa dos movimentos mecânicos e eixos definidos ou isolados, como acontece na musculação. Por isso, virou uma alternativa para quem estava cansado dos exercícios mais tradicionais na academia.” (Gomes; Christ, 2014). Para finalizar a pesquisa estabeleceu-se a analise dos dados coletados através de ferramentas computacionais, para efetuar a interpretação das informações colhidas nas fases anteriores e para apresentação dos resultados deste estudo. http://www.exame.com.br/topicos/oms Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 78 CONCLUSÃO Nesta pesquisa, conclui-se que o perfil dos praticantes de Treinamento Funcional na modalidade circuito na areia, é bem diversificado. Que a maioria dos praticantes são do sexo feminino, com idade media entre 20 a 40 anos, que estão acima do peso e que buscam através do treino obter um resultado mais eficaz e mais rápido comparado a outros treinos convencionais. Boa parte dos investigados teve incentivo próprio, seguido do apoio de amigos e familiares. Foi notória a insatisfação dos mesmos com suas “formas físicas”, sendo esse um dos principais motivos pela procura de um treino que lhe proporcionasse mais efetividade nos resultados. Vale ressaltar que o treinamento funcional em si, veio com essa proposta de fazer a diferença na vida de qualquer pessoa que almeje uma melhora no seu estilo vida. Proporcionando através do seu dinamismo de treinamento, maior comodidade, bem-estar e qualidade de vida aos praticantes e consequentemente mais adeptos para essa modalidade. Portanto, de acordo com este estudo, o perfil dos praticantes do Treinamento Funcional na modalidade circuito funcional na areia atende todos os tipos de público, principalmente o feminino, de pessoas com instrução acadêmica superior, que reconhecem que a pratica de atividades físicas é essencial em todas as fases da vida, e que a procura por saúde, bem estar e qualidade de vida sempre estarão em evidência. Pois os treinos proporcionaram um diferencial significativo na vida dos investigados nesta pesquisa, principalmente quando se diz respeito à perda de peso, resistência, tônus muscular, condicionamento físico, saúde e bem-estar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATALA, Marcio – Sua vida em movimento/Marcio Atalla. – 1º ed. São Paulo: Paralela, 2012. BALBINOTTI, M.A.A. & CAPOZZOLI, C.J, Motivação à prática regular de atividade física: um estudo exploratório com praticantes em academias de ginástica. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.22, n.1, p.63-80, jan./mar. 2008. BOSSI, Luiz Claudio – Treinamento Funcional para Mulheres – Edição (2014) CAMPOS, Maurício de Arruda; CORAUCCI NETO, Bruno. - Treinamento Funcional Resistido. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. COSTA, R. S.; et al. Gênero e pratica de atividade física de lazer. Caderno de Saúde Pública. V, 19. N, 2. Pag, 325 – 333. Rio de Janeiro, 2003 GOELLNER, S. V. Imagens da mulher no esporte. In: PRIORE, M. D.; MELO, V. A. (orgs). História do esporte no Brasil:do império aos dias atuais. São Paulo: Editora Unesp, 2009. 568 p. http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/o-perfil-de-quem-faz-esportes-no-brasil-e-o-do-sedentario Htttp://globo.com/euatleta JUREMA, Jefferson; QUEIRÓZ, Walace. – Metodologia Científica – Manaus, Valer, 2008. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico– 2007. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/vigitel2007_final_web.pdf Acessado em 21 de abril de 2016. PITANGA, Francisco J. G.. Teste e medidas de educação Física. 3ª ed. São Paulo: Phorte, 2004. gil_lopiz@hotmail.com rua: sete de setembro – 1593 / Palmares – Parintins-AM/Brasil - CEP. 69153040 http://www.globo.com/euatleta mailto:gil_lopiz@hotmail.com Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 79 ANEXO Questionário 1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Idade: _____ anos 3. Nível de Escolaridade:___________________ 4. Na sua Profissão, você passa maior parte do tempo...? ( ) sentado ( ) em pé ( ) medial 5. Peso: ________ Altura: __________ IMC: __________ 6. Pratica outros tipos de atividades físicas? _______ Quais? ( ) musculação ( ) caminhada ou corrida ( ) ciclismo ( ) outros 7. Qual seu objetivo com a pratica do Treinamento Funcional? ( ) emagrecimento ( ) cond. físico ( ) resistência ( ) saúde e bem estar ( ) fortalecimento muscular 8. O que levou você a praticar o Treinamento Funcional: ( ) excesso de peso ( ) sair do sedentarismo ( ) dinâmica do treinamento ( ) a busca por saúde e qualidade de vida 9. Você recebeu algum tipo de incentivo? ______ ( ) familiares ( ) amigos ( ) outros 10. Em sua opinião quais os benefícios o TF trouxe para sua saúde? ( ) autoestima ( ) qualidade de vida ( ) perda de peso ( ) resistência ( ) saúde e bem estar. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 80 O TREINAMENTO FUNCIONAL APLICADO NA MUSCULAÇÃO CONVENCIONAL Allan da Costa e Silva Barbosa Alexander Freire Teles Hugo Ronnan Luna Esteves ENAF/ DESENVOLVIMENTO SERVIÇOS EDUCACIONAIS Allanbarbosa.personal@outlook.com Profª Orientadora MSc. Ida de Fátima de Castro Amorim Mourão 1 RESUMO O presente trabalho tem o propósito de explicar a importância de treinamento funcional/musculação e analisar se o treinamento funcional pode ter uma aplicação eficaz para o praticante de musculação, e de que forma os dois podem estar associando um ao outro, já que os dois métodos de treinamento traz benefícios à saúde. A combinação de treinamento funcional e musculação para muitas pessoas é uma boa saída, mas ainda é um assunto bastante discutido no mundo fitness, e surgem muitas pergunta, como: qual traz mais resultados? Qual é o melhor? Qual gasta mais calorias? Esses são alguns questionamentos e dúvidas que mais ouvimos nas academias. O treinamento funcional para a maioria é o mais importante, mas todas as pessoas também precisam trabalhar os músculos isoladamente, e a musculação faz isso de forma eficiente, e principalmente se for a máquinas guiadas. Logo este artigo mostrará os resultados obtidos através das pesquisas realizadas e orientações de profissionais especializados. Portanto, o foco deste trabalho é saber de que forma o treinamento funcional faz parte da musculação, Pois qualquer pessoa que deseja melhorar a força, resistência ou hipertrofia muscular pode praticá-la.Entenderemos o que é treinamento funcional, e se pode ter uma aplicação prática e eficaz para o praticante de musculação.Todos nos passamos por dificuldades em nossas vidas e na musculação não é diferente! Saiba também como melhorar seu desempenho no treino. É importante ressaltar que para cada objetivo há um tipo de treinamento especifico. Palavras chaves: saúde; treinamento funcional; musculação. ABSTRACT This work has the purpose to explain the importance of functional training / bodybuilding and analyze the functional training can be an effective application to the bodybuilding practitioner, and how the two can be associating each other, since both methods training brings health benefits. The combination of functional training and weight for many people is a good solution, but it is still a subject much discussed in the fitness world, and many questions arise, such as: what brings more results? Which one is the best? Which spends more calories? These are some questions and doubts that we hear the academies. Functional training for the majority is the most important, but all the people also need to work muscles in isolation, and weight does this efficiently, especially if it is guided machines. So this article will show the results obtained from the research conducted and specialized professional guidelines. Therefore, the focus of this work is to know how functional training is part of bodybuilding, for anyone who wants to improve strength, endurance or muscle hypertrophy can practice it. We understand what functional training is, and you can have a practical and effective application to the bodybuilding practitioner. All go in for difficulties in our lives and in the weight is no different! Also learn how to improve their performance in training. Note that for each objective there is a specific type of training. Key words: health; functional training; bodybuilding 1-Introdução A importância da atividade física foi motivo de vários estudos, pois esses estudos provam vários benefícios que a atividade física traz para o ser humano, como: aumenta o metabolismo, melhora a irrigação sanguínea, diabetes, obesidade, aumento da oxigenação, diminuição de batimentos cardíacos e mailto:Allanbarbosa.personal@outlook.com Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 81 hipertensão arterial, sobretudo modela o corpo. O objetivo desse trabalho é analisar se o treinamento funcional pode ter uma aplicação eficaz para o praticante de musculação? O entendimento do termo treinamento é, sem dúvida muito amplo, e aplicado em diversas áreas cientificas e profissionais. Por isso, apenas buscaremos entender se o treinamento funcional e a musculação podem ser explorados juntos. E esclareceremos também, qualquer que seja a sua escolha, que tanto a musculação quanto o treinamento funcional irão melhorar a sua qualidade de vida. Embora, os dois modelos de atividade física apresentado nesse artigo faça bem a sua saúde, você precisa primeiramente procurar um medico para fazer os exames necessários antes de iniciar qualquer treinamento.Por conseguinte, não nos aprofundaremos a respeito do assunto, apenas analisaremos de que forma o treinamento funcional está aplicado na musculação, quais são seus benefícios e como melhorar o desempenho no treino com peso. Para melhor desenvolvimento do artigo usamos os livros: treinamento funcional na musculação de (Bossi, 2011), apostila da confederação brasileira de esporte e lazer (2013),entre outros. 2-Revisão de Literatura 2.1O Treinamento Funcional aplicado na musculação A palavra “treinamento” refere-se à aquisição de conhecimentos, competência de habilidades. Esse termo é muito amplo, porque está empregado em diversas áreas cientificas e profissionais.Já o “Funcional” é aquilo que possui eficiência, utilidade e praticidade.Unindo esses conceitos temos; “O treinamento funcional trabalha o corpo como um todo e não somente grupos musculares isolados, ou seja, trabalha o corpo de forma integrada e diversas capacidades, como força, equilíbrio, agilidade e resistência”. Segundo alguns autores (Bossi, Coutinho, 2011), o termo treinamento funcional surgiu na segunda guerra Mundial, com a reabilitação de lesões dos soldados, e também com os atletas olímpicos nos anos 50. NoBrasil, o treinamento funcional teve sua origem com os profissionais de fisioterapias na reabilitação de pacientes, no qual utilizavam exercícios que imitavam o que seus pacientes faziam em suas tarefas diárias ou em seu trabalho.Portanto, de acordo com (Campos, 2004). o desenvolvimento de treinamento funcional está inteiramente ligada a capacidade funcional dos indivíduos. Essa capacidade pode ser entendida como uma grande realização de tarefas diárias como; andar, correr, pular, levantar algo ou agachar sem ajuda de outra pessoa. Seguindo a mesma linha de pensamento (Campos, 2004) afirma que para executar os exercícios com precisão é necessário que a pessoa se movimente de maneira eficiente conta a ação da gravidade, ou seja, ela deve possuir amplitude de movimentos, mobilidade articular, força e resistência muscular bem como a habilidade de coordenar os movimentos.Segundo, os autores Monteiro e Evangelista (2010). O treinamento funcional se refere ao um treinamento que visa trabalhar os diversos grupos musculares ao mesmo tempo. Já a musculação, também chamada de hipertrofia muscular ou treinamento de força é entendida como ganho de massa, ou seja, aumento da massa muscular, pois estes são trabalhados os músculos isoladamente, que é proporcionado através de um treinamento. Vejamos, segundo Lambert, a musculação leva ao aperfeiçoamento de força, que é uma das valências físicas que possuímos. Há outras capacidades físicas envolvidas, mas o foco aqui é a força. Logo, a força muscular exerce um papel importante para a capacidade funcional, por ser um componente da aptidão física relacionada à saúde, além disso, é importantíssimo para o desempenho físico em inúmeras atividades cotidiana ou esportista. Então, podemos perceber que os dois modelos de treinamento andam juntos, treinamento funcional e musculação estão ligados as suas ações motoras, mas em situações totalmente diferentes entre peso corporal e máquinas, aumento de volume. Segundo Bossi, (2011) o treinamento funcional aplicado na musculação traz um método de estímulos musculares para atingir um corpo com desenho muscular mais atlético, por meio de deslocamentos e movimentos que buscam ser mais próximos dos vividos diariamente. De acordo com o professor Sendon, sendo assim, as vantagens que o treinamento funcional apresenta, vão além dos fatores unicamente trabalhados na musculação. Mas, espere! Não estou dizendo que a musculação seja um esporte incompleto, muito pelo contrario, sessões de musculação bem feitas são extremamente completas e valem para todos os músculos. Entretanto, se, podemos aperfeiçoar alguns Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 82 deste que não são o enfoque principal da musculação, então, ainda obteremos mais resultados e conseqüentemente um melhor desempenho da musculação em si, seja em quesitos de força, estabilidade, equilíbrio, melhora na respiração, melhora na coordenação motora, melhora da postura dentro e fora do exercício, formas de execução e também consciência corporal. Vale ressaltar que os programas de treinamento para hipertrofia muscular exigem variação de estímulos, e os exercícios funcionais podem essa variação. Portanto, pensando na saúde como em um toda, a inclusão de alguns exercícios funcionais nos programas de musculação pode ser uma estratégia interessante do ponto de vista fisiológico e motivacional. (Teixeira, 2009). 2.2Musculação e treinamento funcional caminham juntos Atualmente, a musculação, ou a musculatura tem um papel muito importantenos sistemas de treinamento do esportista. Qualquer que seja sua especialidade consagra uma parte mais ou menos importante de seu tempo de trabalho a musculação. Aliás, os modelos corporais do homem e da mulher são representados por indivíduos com uma musculatura de forte. O interesse pela musculação foi, portanto, fortemente reforçado na população. No entanto, o desenvolvimento das qualidades e do volume dos músculos exige um conhecimento anatômico e fisiológico. (Raymond Thomas, ex- recordista e campeão francês de atletismo e levantamento de peso, professor na Universidade de Paris x). Musculação é o conjunto de processos e meios que levam ao aumento e aperfeiçoamento de força muscular, associada ou não a outra qualidade física. Lambert (1987). A força nunca aparece, nos outros esportes, de uma forma clara e concisa, mas como uma combinação ou mistura de fatores fiscos de condicionamento do desempenho. De acordo com a preparadora física Mariana Nascimento, retifica que, na musculação o objetivo é ganho de força e no treinamento funcional a flexibilidade, velocidade, resistência e todas as capacidades físicas que possuímos. É fundamental ressaltar que tanto o treinamento funcional quanto a musculação vão melhorar a qualidade de vida do praticante. Logo, os dois tipos de treinamento podem caminhar juntos, para algumas pessoas o funcional é mais estimulante, mas a musculação também precisa ser trabalhada, pois é necessário trabalhar os músculos de maneira especifica e isolada. Ela esclarece que não há treino melhor que o outro, pode se dizer equivalentes, cada um com seu propósito, e tanto um quanto o outro vai auxiliar no desenvolvimento corporal dos praticantes.Para entendermos melhor, a forma que o treinamento funcional pode ter uma aplicação prática e eficaz na musculação; vejamos um exemplo: um banco de supino reto com um par de halteres de 40 kg em cada mão. Você deita no banco e executa 8 movimentos em boa forma se grandes dificuldades, agora imaginemos a mesma situação, mas invés de você estar deitado em um banco plano de supino, você encontra-se em um banco com angulação de 45°, ou o que chamamos de supino inclinado e com a mesma carga. O movimento é facilitado ou dificultado? Pela biomecânica do exercício e pelo grau de isolamento no peitoral, ele será dificultado. Logo, você realizará menos repetições, ou realizará repetições parcialmente completas ou terá de diminuir o peso. Em outra situação: você, ao invés de realizar o supino em um banco, seja ele reto ou inclinado, onde você pode ter todo um apoio e suporte, focando no músculo especifica alvo( apesar de simultaneamente estar trabalhando diversos outros músculos auxiliares e sinérgicos também), você está em uma bola daquelas de pilattes que toda academia tem. Será que você se quer conseguiria realizar o movimento com esta carga? Particularmente duvido! Mas, por que isso ocorre? Simplesmente porque causamos uma desestabilidade no corpo, forçando-o a trabalhar e ativar outros grupamentos musculares, além, claro do grupamento alvo principal. Isso faz com que mais energia seja desprendida para o controle, equilíbrio e força, faz com que você fique menos relaxado e então, através dessa desestabilidade é que começamos a obter certa estabilidade. Isso fará com que posteriormente isso possa ter algum tipo de aplicação no treino básico com pesos. O corpo necessita de uma boa oxigenação nos tecidos para continuar com máxima eficiência no exercício físico. O treinamento funcional pode muitas vezes auxiliar nesse processo, favorecendo um pouco as condições cardiovasculares do atleta no treino clássico. A aplicabilidade do mesmo também pode Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 83 envolver a readaptação e/ou a recuperação de indivíduos e atletas que se encontram em estado de lesão. Muitas vezes, esses atletas são impedidos de realizar determinado movimento ou até mesmo podem realizá-lo, mas sem gerar lá grande sobrecarga. ( Sendon, 2013.) 2.3Dicas para melhorar o desempenho notreino de musculação. Todos nos passamos por dificuldades em nossas vidas e na musculação não é diferente. Vejamos como podemos fazer paramelhorar seu desempenho durante os treinamentos com pesos. (Sendo, 2013) professor na confederação brasileirade esporte e lazer. Inúmeros aspectos podem interferir um treinamento, mas tomando os devidos cuidados e levando em consideração a individualidade biológica, os problemas podem ser driblados, continuando a obter bons resultados no processo de ganho de massa ou perda de gorduras. Dieta: A dieta é fator primordial para um bom desempenho dentro da academia. Sem uma dieta equilibrada que forneça quantidades interessantes, é difícil ou impossível não ficar indisposto, ter queda de rendimento. Descanso adequado: O descanso é tão importante quanto o treinamento propriamente dito. Sem um descanso adequado, fica difícil ter não só a recuperação muscular quanto à síntese das mio fibrilas musculares, quanto à síntese de glicogênio e até mesmo recuperação de articulações, tendões e outros. Muitos costumam treinar o mesmo músculo duas, até três vezes em uma semana, isso não é recomendado. Temos que ter cuidado também com a periodização e não treinarmos com a mente cansada, pois às vezes subestimamos o poder da mente e a capacidade que a mesma tem de interferir em estados físicos, por isso, evite treinar aparentemente cansado. 2.4 Os benefícios de se treinar musculação. Segundo o professor ( Marcelo Sendon,2013) veremos os principais benefícios que a musculação traz para a saúde. A musculação é uma atividade física que trabalha dando ação aos músculos. Como já sabemos, os músculos são órgãos capazes de “expandir” e “encolher”, sendo responsáveis pelo movimento do corpo humano. Dessa forma, os músculos transmitem os seus movimentos aos ossos, formando o sistema do aparelho locomotor. Portanto, a musculação geralmente utiliza pesos nos treinos. Embora não seja considerado um esporte, a musculação é um importante instrumento para a manutenção da saúde e do condicionamento físico do praticante, seja ele atleta ou não. Os principais benefícios da musculação são: Aumento da massa muscular; Reduz a gordura corporal; Mantém a pele esticada em caso de emagrecimento e envelhecimento; Aumenta a densidade óssea; Alivia os sintomas da artrite. Previne dores nas costas e melhora a postura; Eleva a taxa metabólica; Melhora a circulação e pode diminuir a pressão arterial. Objetivos Os objetivos deste estudo são: Conceituar o treinamento funcional e a musculação. Analisar se o treinamento funcional pode ter uma aplicação eficaz para o praticante de musculação e de que formas. Explicar como você pode melhorar seu desempenho no treino de musculação. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 84 Mostrar os benefícios de se treinar musculação. Materiais e métodos Amostra O presente estudo visa analisar se o treinamento funcional pode estar aplicado na execução dos exercícios de musculação, quais são as dicas para se melhorar no treinamento com peso e os benefícios que a musculação traz para a saúde, é claro, este estudo foi realizado com base em conhecimentos científicos e orientação de professores e profissionais da área. Materiais utilizados Para melhor desenvolvimento da pesquisa foram utilizados e selecionados: livros, apostilas, opiniões de especialista e autores a respeito do assunto. Instrumentos empregados A técnica utilizada neste artigo é a pesquisa bibliográfica, que abrange toda a bibliográfica já tornada publica em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas e pesquisas de opiniões de professores, treinadores, e educadores físicos. Procedimentos realizados O presente artigo foi realizado em base de dados científica, apostilas atualizada se orientação de profissionais especializados como: Guia de treinamento da confederação brasileira de esporte e lazer, treinamento funcional na musculação de Bossi, entre outros. Tratamento estatístico A hipótese estatística é um procedimento no qual, nos permite decidir, com base em informações obtidas na pesquisa experimental. Porém, o estudo apresentado neste trabalho se caracteriza como pesquisa bibliográfica. Resultados Conforme a pesquisa realizada, obtivemos um resultado positivo com relação à aplicabilidade do treinamento funcional na musculação, com base é claro em estudo científicos já citados acima. Acredita-se que não existe treino melhor que o outro, mas cada um com seu propósito. Constatou-se que o treinamento funcional pode auxiliar no processo de treino na musculação, favorecendo um pouco as condições cardiovasculares do atleta no treino, esta aplicabilidade também acontece na readaptação e/ou recuperação de indivíduos que se encontram em estado de lesão. Discussão O objetivo deste artigo é discutir a relevância do treinamento funcional nos programas de treinamento de força, de acordo com os conceitos descritos e os resultados obtidos através das pesquisas realizadas, podemos afirmar que tanto o treinamento funcional quanto a musculação podem ser exploradas juntas, no entanto o treinamento funcional inserido na musculação traz um método de estímulos musculares especifico já o funcional trabalha o corpo todo. Observou-se nesse estudo com base na revisão literária que o treinamento funcional pode ter sim, uma aplicação eficiente no treino de musculação e os benefícios que a mesma traz para a saúde. Embora, muitas pessoas prefiram o funcional por acharem ser mais estimulante e motivante, mas a musculação precisa também ser praticada, porque são necessários que se trabalhem alguns músculos de maneira especifica. Lembramos que a musculação é muito eficiente para hipertrofia, que não é o objetivo do funcional. Considerações finais Perante as informações obtidas na pesquisa podemos concluir que o treinamento funcional e a musculação possuem benefícios e podem ser exploradas juntas, foram citados,educadores físicos e autores adeptos a respeito do assunto com o objetivo de esclarecer as dúvidas, e inclusive recomendam a prática Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 85 dos dois métodos em paralelo, para garantir condicionamento físico, força, potência e definição muscular. Portanto, os principais objetivos analisados foram: De que forma o funcional está inserido na musculação, quais são seus benefícios e como melhorar o desempenho no treinamento de peso. Referências bibliográficas BOSSI LC. Treinamento funcional na musculação:São Paulo: Phorte 2011. CAMPOS, Mauricio de Arruda; CORAUCCI Neto, Bruno. Treinamento funcional resistido. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. MONTEIRO AG, EVANGELISTAAL. Treinamento funcional: uma abordagem prática. São Paulo: Phorte,2010. NASCIMENTO, Mariana. Preparadora física. Artigo relacionado Movimente-se. Rio de Janeiro, 2014. RAYMOND Thomas, ex- recordista e campeão francês de atletismo e levantamento de peso, professor na universidade de Paris x. SENDON, Marcelo. Orientador físico. Apostila, Guia de treinamento super completo, da confederação brasileira de esporte e lazer, 2013. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 86 LEI DE INCENTIVO COMO INSTRUMENTO DE ACESSO DEMOCRÁTICO AO ESPORTE SANTOS, E.L.5PINHEIRO, I.V.Q.6MELO,E.L.7 RESUMO Em diversos países, a estrutura organizacional voltada ao desenvolvimento das modalidades esportivas é definida por programas de esporte desenvolvidos nacionalmente. Este trabalho tem como objetivo analisar as regiões que mais captaram recursos através da Lei de Incentivo ao Esporte ecomparar as modalidades esportivas mais contempladas pela lei. Foi analisada, em especial, a Lei de Incentivo ao Esporte e as ações de órgãos governamentais e/ou entidades nacionais do esporte de alto nível. Verificou-se que o país possui ações isoladas oriundas do COB e do Ministério do Esporte,que não existe priorização na aplicação dos recursos financeiros nas modalidades com chances reais de medalhas e a existência de ações do COBem relação à formação de gestores e técnicos e que a participação da representação de atletas nas entidades nacionais de esporte ainda é bastante restrita e recente. Palavras-chave: Organização esportiva; Políticas esportivas; Esporte de rendimento. ABSTRACT In several countries, the organizational structure dedicated to the development of sports is defined by sports programs developed nationally. This work aims to analyze the regions that raise funds by law to encourage the sport; compare the sports most contemplated by the law. Was examined in particular the law of incentive to sports and the actions of government bodies and / or national high-level sports entities. It was found that: the country has isolated actions from the COB and the Ministry of Sports; there is no prioritization in the use of financial resources in the forms with real chances of medals; there COB's actions in relation to the training of managers and technicians, and the participation of representative athletes in the sport of national authorities is still very limited and recent. keywords: Sport organization; Sport policy; Elite Sport. INTRODUÇÃO O que levou o aluno pesquisador a investigar o tema e montar talproblematizaçãodeveu-se a pesquisas de interesses particulares, cujo objetivo consistiu em mostrar que a Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) não é tão democrática comoo que descreve a Constituição brasileira.Desta forma, podemos perguntar de que modo estão distribuídos os recursos destinados aos projetos desportivos através da mesma no Brasil. Este trabalho tem, portanto, como objetivo analisar as regiões que mais captaram recursos através da lei,comparar as modalidades esportivas mais contempladas pela lei eidentificar o número de projetos aprovados no tocante às manifestações desportivas. A referida pergunta caracteriza-se como uma adequada justificativa para a elaboração do presente trabalho de pesquisa.Além disso,serão expostos alguns fatoresde grande relevância, os quais apresentam um conhecimentoreal tanto para o aluno pesquisador como para a pesquisa em si, podendo, com isso, serem utilizados como fonte de pesquisa em trabalhos posteriores que estejam relacionados a uma mesma linha de investigação.Assim,um dosobjetivos do pesquisador consiste emrealizar uma análise acerca das regiões do Brasil onde secaptam maiores recursos, em desfavor das outras. 5 Graduado em Educação Física, UVA. Sobral, CE emersonlucas.edfisica@hotmail.com 6 Graduada em Educação Física, UNIFOR, Fortaleza, CE 7 Orientador. Mestre em Políticas Públicas UECE. Fortaleza - CE mailto:emersonlucas.edfisica@hotmail.com Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 87 Investigar-se-áse a lei possui de fato um viés democratizante e quais ostipos de lacunas que se encontram abertas,de modo afavoreceralguns em detrimentode outros, uma vez que para o direito social o Estado possui como dever fomentar as práticas desportivas caracterizadas como formais e não formais, bem como conceder autonomia, cuja definição consistena faculdade de as pessoas físicas e jurídicas se organizarem por si mesmas com relação à prática desportiva;a qualidade, assegurada pela valorização dos resultados desportivos, educativos e dos que estão voltados à cidadania e ao desenvolvimento físico e moral; a descentralização, consubstanciada na organização e no funcionamento harmônico de sistemas desportivos diferenciados e autônomos a níveis federal, estadual, distrital e municipal; a eficiência, obtida por meio do estímulo à competência desportiva e administrativa (BRASIL, 1998). A partir disso,serão apontadas as diversas ações dos governos federais desenvolvidas no sentido de destinar recursos para o esporte nas três manifestações. No que se refere ao desporto de rendimento, os patrocínios oriundos da iniciativa privada e de empresas estatais têm tido papel relevante para o desenvolvimento das diferentes modalidades,destacando-se aqui o esporte olímpico.Vale lembrar, portanto, que a Lei nº 10.264 (BRASIL, 2001) destina recursos oriundos da loteria esportiva para os comitêsolímpico e paraolímpico, contemplando também o esporte escolar e o universitário.É necessário pontuar também que o Ministério do Esporte destina recursos para que os municípios desenvolvam programas voltados para oesporte e lazer, também conhecido como desporto de participação.Oesporte educacional, por sua vez, tem sido fomentado com programas específicos através de recursos federais. 2 LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE: CONTEXTO HISTÓRICO Segundo Rezende, o esporte no Brasil passou a ter um viés organizado e institucionalizado a partir de 1939, por meio do Decreto-Lei nº 3199, que criou o Conselho Nacional de Desportos (CND), ligado ao Ministério da Educação, cujas atribuições eram de orientar, fiscalizar e incentivar a prática no país. Durante a Ditadura Militar, sancionou-se a lei 6.251, em substituição ao Decreto-Lei nº 3.199/41, a qual delegou ao Ministério da Educação e Cultura a elaboração do Plano Nacional de Educação Física e Esporte, definindo como quatro as manifestações esportivas, a saber: educacional, classista, militar e comunitária, cujo intuito era o de aumentar o nível esportivo nas diferentes manifestações. Conforme a Constituição Federal de 1988, o esporte passou a ser considerado um direito de todo cidadão e ao Estado coube o papel de estimulá-lo. Em 1998, a Lei nº 9.615 dividiu em três as manifestações esportivas: desporto educacional, desporto de participação ou de lazer e desporto de rendimento. O então presidente Lula sancionou a Lei nº 11.438 de 29 de dezembro de 2006, regulamentada através do Decreto nº 6.180, denominada Lei de Incentivo ao Esporte (LIE 2013). Com o surgimento da LIE8, abriu-se uma grande oportunidade para o fomento de projetos desportivos no âmbito do esporte educacional, de participação e de rendimento, embora seja dever do Estado garantir constitucionalmente o direito à sua prática. A lei garante que entidades sem fins lucrativos, como associações, Organizações Não Governamentais (ONGs) e institutos executem projetos nas mais variadas modalidades esportivas. (BRASIL, 2007) O Decreto nº 6180 de 03 de agosto de 2007, em seu art.3º, considera: 8 A Lei Federal de Incentivo ao Esporte (lei 11.438/06, regulamentada pelo Decreto nº 6.180/07), efetivo instrumento de financiamento esportivo, que possibilitou o acréscimo de milhões de reais ao segmento, em projetos distribuídos por todo o território nacional. A Lei de Incentivo ao Esporte é um importante instrumento de efetivação de direitos sociais, pois prevê a possibilidade de pessoas físicas e jurídicas destinarem uma parcela do imposto de renda devido em benefício de projetos esportivos e paradesportivos elaborados por entidades do setor, estimulando, assim, uma participação mais efetiva de todos os entes sociais, por intermédio de ações diversas, engajados em um trabalho conjunto entre governo e sociedade. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 88 I – projeto desportivo: o conjunto de ações organizadas e sistematizadas por entidades de natureza esportiva, destinado à implementação, à prática, ao ensino, ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento do desporto, atendendo a pelo menos uma das manifestações desportivas previstas no art. 4º [...] (BRASIL, 2007). Entretanto, anterior ao seu surgimento, o projeto de lei (PL) n° 1367/03 que tramitava no congresso e que lhe deu origem enfrentou muitos choques de ideias no que tange ao modelo a ser adotado. Encaminhou- se, ao presidente da república, um texto substitutivo, PL nº 6999/06, responsável por dar um fim às dificuldades impostas ao projeto anterior. Esse encaminhamento aconteceu devido à aberturada II Conferência Nacional do Esporte, em maio de 2006. Dias afirma que diante dos questionamentos acerca do modelo a ser adotado, o que acabou prevalecendo foi o apresentado pelo governo, semelhante à Lei Rouanet - Lei de Incentivo à Cultura. Sua adoção gerou várias polêmicas, especialmente entre a classe artística, que se mobilizou contra, uma vez que desejavam evitar a formação de uma disputa pelos benefícios provenientes dos incentivos fiscais destinados às suas iniciativas. (ALMEIDA 2008) A referida lei prevê que pessoas físicas e jurídicas destinem uma parcela do imposto de renda devido a projetos desportivos elaborados por entidades que façam parte do setor, de modo a beneficiá-los, mediante aprovação de uma Comissão Técnica Especializada. De acordo com o exposto no Decreto nº 6180/07, art. 6º, compete à comissão técnica da Lei de Incentivo ao Esporte: a avaliação e a aprovação dos projetos apresentados ao Ministério do Esporte (ME, 2009). Com relação aos membros que compõem a comissão esse mesmo decreto ressalta: Art.7º A Comissão Técnica será composta por seis membros, sendo: I - três representantes governamentais, indicados pelo Ministro de Estado do Esporte; e. II - três representantes dos setores desportivo e para desportivo, indicados pelo Conselho Nacional do Esporte. § 1o Compete ao Ministro de Estado do Esporte designar os integrantes da Comissão Técnica. § 2o O presidente da Comissão Técnica será designado pelo Ministro de Estado do Esporte entre os representantes governamentais. § 3o O presidente da Comissão Técnica terá direito, além do voto comum, ao voto de qualidade. § 4o O Ministério do Esporte disponibilizará à Comissão Técnica a estrutura e o apoio necessários ao bom desenvolvimento dos trabalhos. § 5o A participação na Comissão Técnica será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada. [...] (BRASIL, 2007) Por fim, é necessário ressaltar que o melhor uso da Lei de Incentivo ao Esporte remete ao seu contexto de utilização e à percepção de um melhor direcionamento, como também às dificuldades e possíveis ameaças. Está clara a noção do papel de cada um no seu processo de execução que é imprescindível. 2.1LEI DE INCENTIVO: UM INSTRUMENTO DEMOCRÁTICO? Desde o ano de 2007, a LIE permite que Entidades Esportivas, Associações, ONGs e Clubes possam apresentar projetos desportivos em três dimensões: educacional, de participação e de rendimento, financiados com recursos provenientes da renúncia fiscal, ou seja, 1% do imposto de renda devido à pessoa jurídica e 6%, à pessoa física. Os proponentes terão que apresentar os projetos desportivos junto ao Ministério do Esporte, a fim de serem avaliados, aprovados e publicados no Diário Oficial da União. (BRASIL, 2007) Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 89 Nos últimos oito anos, R$ 4,2 bilhões foram concedidos através de incentivos ficais, porém foi captado somente R$ 1,4 bilhão neste período. Ou seja, a título de comparação, para cada 04 reais destinados, somente 01 real foi captado de fato. Apesar da disparidade percebida entre os valores aprovados e os captados, o ME considera o que se aprovou como algo positivo, visto que, desde 2007, houve um aumento dos valores captados, tendo em vista um aumento das entidades proponentes. O ME considera que a LIE é de fundamental relevância para a política pública do esporte, visto que se caracteriza como uma fonte de financiamentos a atletas, clubes e organizações esportivas nos últimos 12 anos, desde que o ministério foi criado. De acordo comBrasil(2007), consultor legislativo do Senado Federal, a LIE apresenta falhas em decorrência da baixa arrecadação. O mesmo aponta que a Lei inicialmente teve sua aprovação com base na Lei de Incentivo à Cultura, destinando 4% de incentivos para as pessoas jurídicas ecom uma posterior redução para 1% por meio de uma medida provisória. Além disso, o especialista citado anteriormente apontou falhas apresentadas pela LIE no tocante à prestação de contas das entidades beneficiadas. Tais falhas estariam relacionadas à questão da transparência na aplicação dos recursos nos projetos. “Não há porque ocultar os projetos é preciso mostrar a eficácia dos mesmos expondo os resultados obtidos, e as metas alcançadas é o que se faz necessário, e que não são pensados pelos gestores e entidades esportivas desses projetos no Brasil”, explica. Com relação à questão da não democratização da LIE, houve uma grande concentração de recursos captados no seguimento do desporto de “rendimento’’, cujo objetivo maior consiste em obter grandes resultados nas modalidades esportivas de mais evidência no cenário do esporte brasileiro”. Destaca-se, nessa manifestação, o atleta de alto rendimento ou o atleta em formação. Segundo o Ministério (2009),os eventos denominados de alto rendimento garantem maior visibilidade às empresas e suas respectivas marcas, sendo, com isso, os mais procurados pela classe empresarial. Exatos R$ 2,9 bilhões tiveram aprovação para captação nesta manifestação desportiva, ao contrário das demais, como no desporto de participação (esporte como lazer) e no educacional (esporte atrelado à escola), que se apresentam com grande distância da referida realidade. Nota-se, diante do exposto, que, nos últimos anos, a formação de novos atletas de alto rendimento estimulou a prática dessas modalidades, o que é considerado algo positivo pelo ME, embora venha sendo constatada uma maior necessidade de estímulos para o desenvolvimento em sua base. Em contrapartida, é bastante claro que há uma grande preocupação em destinar uma maior quantidade de recursos aos esportes considerados de alto rendimento em detrimento de investimentos nos desportos de participação e educacional, visto que os mesmos conferem pouca visibilidade às empresas patrocinadoras, na maioria das vezes atreladas à mídia, acarretando uma discrepância nos investimentos, em virtude da falta de interesse em patrocinar projetos desta natureza. 3MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo é caracterizado como descritivo e explicativo, uma vez que pretende expor as características do fenômeno estudado a partir da análise de informações documentais. As informações referentes à aplicação da Lei de Incentivo ao Esporte foram levantadas nas atas das reuniões da Comissão Técnica e no Diário Oficial da União (DOU). No período de 2016,estão disponibilizadas no site do Ministério do Esporte (BRASIL, 2009). A partir da leitura dos documentos realizada pelopesquisador, foram levantados dados referentes ao número de projetos encaminhados à Secretaria do Ministério e apreciados pela Comissão, na condição de aprovados ou rejeitados, o montante aprovado e o captado. 4RESULTADOS: De acordo com dados levantados pelo Ministério do Esporte, entreos anos de 2007 e 2014, verificou-se que os projetos relacionados ao esporte de alto rendimento foram os que apresentaram número superior Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 90 frente ao de participação e educacional, com as seguintes taxas em termos percentuais: 27% para os educacionais; 23% para os de participação e 50% para os de alto rendimento. No gráfico a seguir, pode-se verificar o número de projetos apresentados nos períodos citados. Figura 1 - apresentada por manifestação desportiva Fonte: ME/SE/DIFE – SLIE – 27/03/2015 Com base no gráfico apresentado, é possível constatar que no ano de 2014 houve um aumento significativo de projetos apresentados na manifestação de rendimento se comparado às demais nos períodos iniciais da LIE. Nos anos posteriores, constata-se uma pequena redução no número dos mesmos, porém são os que predominam. Com relação ao que foi captado entre os anos de 2008 a 2014, percebem-se diferenças, ou seja, os projetos de altorendimento foram os que mais receberam recursos por meio da referida lei. O gráfico abaixo ilustra essa afirmação: Figura 2-Captação por manifestação desportiva Fonte: ME/SE/DIFE – SLIE – 27/03/2015 4.2 LEIS DE INCENTIVO E CAPTAÇÃO POR REGIÕES Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 91 Mediante os dados divulgados pelo ME, em primeiro lugar, com 82% dos valores captados, através da LIE, aparece a região Sudeste. Em segundo lugar, a região Sul, onde foramcaptados 11%, seguida do Centro- Oeste e Nordeste, captando, cada uma, 3%. A região Norte, por sua vez, contou apenas com 1% do valor captado. É possível identificar claramente, conforme o exposto no gráfico a seguir, que a LIE, conforme o estatuto, ainda não constitui uma forma de democratização do esporte no Brasil, se tomarmos como referência projetos nos âmbitos educacionais e de participação. Verifica-se uma imensa concentração de captação de recursos, em algumas regiões, e de certas modalidades esportivas, bem como de organizações e entidades específicas que pouco contribuem para as demais manifestações desportivas contempladas pela lei. Figura 3 - Captada por Região no Acumulado de 2014 Fonte: ME/SE/DIFE – SLIE – 20/02/2015 5DISCUSSÃO: Segundo Rezende 2005(Lei nº 6.251/75), no período inicial da aplicação da Lei de Incentivo ao Esporte, o volume de projetos submetidos à análise da Comissão Técnica pode sinalizar a dificuldade inicial encontrada pelas organizações na elaboração e encaminhamento, ou ainda, por parte de alguns setores, o seu desconhecimento. Uma possível análisepode assegurar que os proponentes representantes da manifestação de desporto de rendimento tendem a apresentar uma maior receptividade no tocante às pessoas físicas e jurídicas dispostas a destinar parte do seu Imposto de Renda a projetos esportivos que, em princípio, contam com maior visibilidade na sociedade. Visto que só podem ser aprovados projetos que estejam submetidos à análise, o cenário exposto neste estudo sinaliza para um conhecimento mais efetivo da LIE por parte dos proponentes ligados ao desporto de alto rendimento, uma vez que é possível perceber que os mesmos submeteram grandes números de projetos, pleiteando, dessa forma,um montante superiordo total de verbas, ao captarem, em números absolutos, maiores quantidades que as outras manifestações. Noentanto, quando se analisa a razão entre os valores captados e os valores aprovados, os projetos de desporto educacional mostram a mesma efetividade na captação dos recursos, enquanto que os de participação (esporte e lazer) parecem ser menos efetivos. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 92 Uma explicação possível reside no fato de que os projetos relacionados ao esporte e lazer já são contemplados com verbas do Programa Esporte e Lazer da Cidade, do Ministério do Esporte, e de que diversas modalidades não olímpicas não se beneficiam com verbas distribuídas pelos comitês olímpicos e paraolímpicos brasileiros.Lei nº 10.264 (BRASIL, 2001) CONCLUSÃO Diante da investigação realizada em torno do tema em estudo, conclui-se que a criação de um departamento voltado para o desporto é de suma importância, visto ser necessária a existência adequada e eficiente de uma fiscalização das práticas relacionadas ao mesmo, tal como: análise de projetos, execução, avaliação da prestação de contas, dentre outras, além de incentivos voltados para projetos desportivos em geral. A Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) surge a partir dessas preocupações e tem seu embasamento proveniente das considerações da Constituição de 1988 acerca do desporto, a qual afirma ser ele um direito de todos, ou seja, um direito universal. Vale dizer que, a partir da LIE, abriu-se um leque de oportunidades para a criação de projetos caracterizados como educacionais, de participação e de rendimento. A LIE veio assegurar, dessa forma, que o direito de acesso ao esporte, em sua prática, constitui dever do Estado, sem a exclusão das associações, ONGs e institutos, os quais também teriam direito à execução de projetos nesse sentido. Embora a Lei de Incentivo tenha surgido com o fim de democratizar e universalizar o acesso dos indivíduos à prática do esporte percebe-se uma incoerência, ou seja, um distanciamento de sua proposta com relação à maneira de sua execução. Tal incoerência impossibilita que a lei tenha de fato um caráter democrático. Essa impossibilidade de democratização pode ser percebida a partir da realidade vivenciada, apontada nos gráficos expostos na pesquisa, os quais denunciam que há, por exemplo, uma preocupação maior em investir nos projetos denominados de rendimento, em detrimento dos demais, uma vez que a visibilidade alcançada pelo esporte de rendimento, tanto para os atletas como para aqueles que o financiam, é considerada fator preponderante. Outro ponto observado está relacionado à captação dos recursos, por meio da referida lei, no tocante às regiões. Percebe-se que a região Sudeste, por exemplo, captou, em maior número, os recursos em comparação com as outras regiões do país. Por fim, é imprescindível que haja uma maior conscientização por parte daqueles que estão à frente de tais projetos, tanto no setor público como por parte das entidades desportivas e dos possíveis e futuros apoiadores (pessoas físicas ou jurídicas), cujo objetivo maior será o de uma efetiva execução. Deve-se evitar, portanto, que o viés democrático próprio da lei permaneça apenas como uma idealização, sem o alcance da sua consequente concretude. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: ALMEIDA, S., N. Reflexões sobre a nova Lei de Incentivo à Pesquisa. In: Anais... XVII Congresso Nacional do CONPEDI. 2008, Brasília, 2008. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 mar. 2010. ______. Lei. n. 9.615, de 24 de março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 30 mar. 2010. ______. Lei n. 10.264, de 16 de julho de 2001. Institui normas gerais sobre desportos e dá outras providências. Disponível em: http://www.senado.gov.br/sicon. Acesso em: 30 mar. 2010. ______. Lei n. 11.438, de 29 de dezembro de 2006. Institui o incentivo fiscal a projetos desportivos. Disponível em: http://www.senado.gov.br. Acesso em: 30 mar. 2010. ______. Ministério do Esporte. Atas das reuniões da Comissão Técnica. Disponível em: http://portal.esporte.gov.br/leiIncentivoEsporte/reunioes. jsp, acesso em: 30 out. 2009. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 93 DIAS, H. P.; BASTOS, F. C. Analysis of the brazilian sports incentive program. In: Program & Book of Abstracts. 13th Annual Conference of the German Sports Economics Association.Sports and Urban Economics.Berlim-Alemanha, May, 8th and 9th, 2009. DIAS, H. P. Legislação Desportiva Brasileira: antecedentes e análise da Lei de Incentivo Fiscal. Monografia Bacharelado em Esporte. Escola de Educação Física e Esporte Universidade de São Paulo. 2007. MANUAL COMPLETO DA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 4° Edição Editora, All Print, 2013 Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 94 ANÁLISE QUALITATIVA DA COMPARAÇÃO ENTRE OS ÂNGULOS DE CINCO MOVIMENTOS NO MOMENTO DA PEDALADA. GARANTIZADO, A.L 1 - Pós-Graduação ENAF/Desenvolvimento Serviços Educacionais – Manaus - Brasil. 2 - Orientador: Msc. Jansen Atier Estrazulas – Uninorte Laureate Internacional Universities – Manaus- Brasil. personal_garantizado@hotmail.com RESUMO:O objetivo desse estudo foi de comparar o nívelde amplitude articular num ciclo de pedalada entre dois sujeitos, onde o primeiro é estudante de educação física e o segundo atleta de alto rendimento. Para a avaliação foi utilizado uma espuma de poliestireno (isopor) para a marcação dos pontos anatômicos do membro inferior direito (trocanter maior do fêmur, epicôndilo lateral do fêmur, maléolos lateral fíbula), utilizando a bicicleta de marca (moviment) para a realização do movimento da pedalada na posição sagital, sendo captada por uma câmera filmadora digital bidimensional da marca (SONY), A câmera foi posicionada perpendicularmente ao plano de movimento, a uma distância de aproximadamente 3m. Segunda parte utilizando o software sapo para verificar a medida dos ângulos do segmento quadril/horizontal, coxa/perna, em seguida com os ângulos medidos, será feito a modelos espaciais do sujeito em um programa comum (microsft Powerpoint).Os erros no posicionamento encontradospodemestarrelacionadosaotempodepráticadecada sujeito. Assim, através deste estudo verificou-se que a posição do ciclista 1 na bicicleta é afetada simultaneamente por um conjunto de variáveis biomecânicas, que pelo fato de interagirem num sistema fechado, com vários graus de liberdade, onde as extremidades estão fixas, qualquer mudança numa ou mais variáveis afeta as restantes duma forma por vezes pouco previsível. Palavras-chave: Amplitude de movimento; ciclistas; bicicletas. ABSTRACT: The objective of this study was to compare the level of range of motion in a pedaling cycle between two subjects, where the first is a student of physical education and the second high-performance athlete. For the evaluation we used a polystyrene foam (Styrofoam) for marking the anatomical points of the right lower limb (greater trochanter of the femur, femoral lateral epicondyle, lateral malleolus fibula), using the bicycle mark (moviment) for the realization of movement of the pedal stroke in the sagittal position, being captured by a camera-dimensional digital camera brand (SONY), the camera was positioned perpendicular to the plane of motion, at a distance of about 3m. Part sapo using the software to check the measurement of the angles of the hip segment / horizontal, thigh / leg, then with the measured angles, will be the spatial models of the subject in a joint program (microsft Powerpoint). Errors found in positioning may be related to practice time of each subject. Thus, through this study it was found that the cyclist 1 position on the bike is affected simultaneously by a number of biomechanical variables, the fact interact in a closed system with several degrees of freedom, where the ends are fixed, any change in or more variables affects the other in a way Keywords: Range of motion; cyclists; bicycle. INTRODUÇÃO Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 95 A influência da postura na bicicleta no conforto, o rendimento e a prevenção de lesões no ciclismo tem sido temáticas estudadas na última década (Rodano et al., 2002; Salai et al.,1999; Diefenthaeler et al., 2008; Potter et al., 2008; Bressel et al., 2005; Akuthota et al., 2005). A bicicleta é o veículo mais utilizado no mundo, sendo também o que mais cresce em número de usuários, tanto com objetivo de lazer, treinamento físico,reabilitaçãooupráticacompetitiva1.Relacionado à prática do ciclismo, o posicionamento ideal para maximização do conforto e do desempenho tem sido bastantediscutido,principalmentequandoseobservam diferentesmodalidades. O ciclismo tem se desenvolvido notavelmente nas últimas décadas. No âmbito esportivo, de alto rendimento e preocupações diversas, questões como a posição tomada pelo atleta na bicicleta, até acessórios como pedais, freios, assentos, pneus, entre outros, tem intrigado pesquisadores e forçados a buscar soluções para as perguntas acerca das respostas fisiológicas e mecânicas para as alterações na carga de trabalho e/ou na produção de energia, bem como dos efeitos da posição do corpo e configuração do quadro sobre desempenho (Gregor,2000). A discussão sobre modelos biomecânicos para a extremidade inferior durante o ciclismo geralmente enfocam o movimento rítmico das pernas, operando em alguma escala "ótima" de movimento projetado para produzir o máximo de benefício partindo das propriedades mecânicas dos músculos envolvidos, como exemplo, músculos esqueléticos nas extremidades inferiores utilizados para dar potência à bicicleta (Gregor, 2000). A técnica da pedalada do ciclista é também um aspecto biomecânico a considerar é tida como uma característica pessoal que depende de fatores fisiológicos e biomecânicos. Entre as variáveis mecânicas mais importantes estão: a antropométrica corporal; a configuração do complexo ciclista-bicicleta; e a cadência de pedalada. As variáveis supracitadas estão intimamente relacionadas podendo gerar influência entre si. Por exemplo, o comprimento dos segmentos corporais (coxa, perna e pé) e os alinhamentos articulares dos membros inferiores influenciam diretamente na regulação da altura do selim, bem como na amplitude da adução e abdução da articulação do quadril durante a pedalada (Hull; Ruby, 1996). Gregor (2000) reitera que ao se fazer um levantamento de pesquisas sobre a cinemática do ciclismo, nota- se que a maioria das pesquisas considera apenas movimentos no plano sagital, de flexão e extensão do quadril e joelho e de flexão plantar e dorsal do tornozelo. Analisando a pedalada no plano sagital, Faria & Cavanagh (1978) reportaram um deslocamento angular total, durante um ciclo da pedalada de 45º para a coxa, 75º para o joelho. Já Rugg & Gregor (1987), demonstraram o efeito das alterações da altura do assento sobre a escala de movimento do quadril e do joelho à medida que é variada a altura de 100% para 115% da altura da cintura pélvica (a altura medida a partir da sínfise púbica até o solo). A busca por analisar a amplitude articular e comparar dois indivíduos um não treinado e um treinado para ver a angulação da articulação entre o ponto da flexão do quadril com a horizontal e flexão do joelho, proporcionar um melhor trabalho da pedalada do individuo não treinado. MATERIAIS E MÉTODOS A escolha do primeiro sujeito analisado;um praticante de exercício regulares sendo que o mesmo é acadêmico de educação física, onde seu dados são: Sujeito 1 praticante de atividades físicas 3 vezes por semana durante 1 hora, idade 30 anos, altura 1,77, peso 81,0 kg; o sujeito 2 e um atleta de alto nível com idade ± 38 anos , altura 1,85, peso de 80 kg, também por mostra melhor nível de articulação na pedalada são itens importante da amostra. A análise do estudo é descritiva onde mostra dados comparativos de probabilística sendo que possui parte qualitativa para que haja uma comparação da amplitude articular dos sujeitos 1 e2. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 96 Foi utilizada uma câmera filmadora da marca (SONY) para a captação do movimento; marcadores corporais nos pontos anatômicos; executado o movimento em uma bicicleta da marca (moviment); o programa utilizado para analise dos ângulos foi o software sapo; local da coleta no laboratório deBiomecânica. A coleta de dados com 1 sujeito não sedentário foi feito dentro do laboratório de biomecânica, o sujeito ficou com um roupa adequada para a coleta. Onde foi usada espuma de poliestireno (isopor) para a marcação dos pontosanatômicosdereferênciautilizadosparaocálculodasvariáveis cinemáticas de interesse foram estes: (1) trocânter maior direto; (2) epicôndilo lateral do femur direito; (3) maléolo lateral direito. A partir da diferenciação das posições dos pontos mencionados acima,foi possível determinar as variáveis angulares dos segmentos de interesse com ajuda de iluminação direcionada sobre os marcadores e refletida na direção da câmeradevídeo,somadaaosrecursosdebrilhoecontraste.Utilizando a bicicleta de marca (moviment) para a realização do movimento da pedalada na posição sagital, sendo captadapor uma câmera filmadora digital bidimensional da marca (SONY), A câmera foi posicionada perpendicularmente ao plano sagital de movimento, a uma distância de aproximadamente 3m, permanecendo estacionaria durante todo o experimento. Segunda parte utilizando o software sapo para verificar a medida dos ângulos do segmento quadril/horizontal, coxa/perna, em seguida com os ângulos medidos, será feito a modelos espaciais do sujeito em um programa comum (microsft Powerpoint). RESULTADOS Foi analisado a amplitude articular do membro inferior direito. Os resultados obtidos com a análise qualitativa da comparação entre os ângulos de cinco movimentos no momento da pedalada: Tabela 1 SUJEITO - 1 SUJEITO - 2 Foto - 1/ Sujeito – 1 Ângulos Foto - 1/ Sujeito - 2 Ângulos Horizontal/quadril 9,9º Horizontal/quadril 9º Quadril/joelho 70,4º Quadril/joelho 62,7º Foto - 2/ Sujeito – 1 Foto - 2/ Sujeito - 2 Horizontal/quadril 23,7º Horizontal/quadril 43º Quadril/joelho 105,4º Quadril/joelho 117,1º Foto - 3/ Sujeito – 1 Foto - 3/ Sujeito - 2 Horizontal/quadril 43,5º Horizontal/quadril 63,5º Quadril/joelho 129,2º Quadril/joelho 146º Foto - 4/ Sujeito – 1 Foto - 4/ Sujeito - 2 Horizontal/quadril 34,9º Horizontal/quadril 57,9º Quadril/joelho 86,1º Quadril/joelho 111,3º Foto - 5/ Sujeito – 1 Foto - 5/ Sujeito - 2 Horizontal/quadril 14,1º Horizontal/quadril 47,8º Quadril/joelho 66,5º Quadril/joelho 91º A tabela 1, mostra que o sujeito 1 teve uma amplitude próxima a do sujeito 2, sendo que a 1º foto mostra uma proximidade de ângulos, nas seguintes fotos as amplitudes já não se aproxima, tem que se levar em conta que na coleta do sujeito 1 ele estava com um frequencia baixa na pedalada, já o sujeito 2 já esta com Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 97 um frequência alto por esta participando de uma competição. A partir da análise individual dos ciclistas avaliados, perceberam-se um padrão similar para a amplitude articular desenvolvida durante o ciclo de pedalada nos dois ciclistas. Figura 1: Análise de amplitude entre sujeito 1 e sujeito 2. DISCURSÕES A análise de um movimento esportivo, seja ela de forma bidimensional ou tridimensional, na tentativa de quantificação de variáveis cinemáticas, tem como importante objetivo um melhor entendimento sobre as características relacionadas com o desempenho tanto de atletas de alto nível quanto praticantes comuns. Este estudo foi desenvolvido como parte de trabalho que tem o propósito de analisar a amplitude articular com interfaces compatíveis ao uso no ciclismo de alto nível e reacreacional. A fim de sanar dúvidas quanto ao comportamento da articulação ao longo do ciclo, foi avaliado o comportamento desta amplitude quando obtida com uso de cinemetria em comparação ao obtido com o uso de medidor de ângulos dos segmentos e utilizando o software sapo para verificar a medida dos ângulos do segmento quadril/horizontal, coxa/perna, em seguida com os ângulos medidos. O objetivo deste estudo foi comparar o nível de amplitude articular durante ciclo de pedalada entre um sujeito de alto rendimento e um ciclista reacriacional. CONCLUSÃO Considerando que o movimento é o mesmo, possivelmente os achados científicos publicados, até então, podem ser transferidos para as práticas indoor, melhorando as condições desta prática e possibilitando melhores adaptações a seus praticantes. O movimento do ciclista é cíclico e repetitivo, identificado pela pedalada, que consiste na rotação completa do eixo do pedal em torno do eixo central da bicicleta, (NABINGUER, ITURRIOZ & TREVISAN, 2003). Segundo HULL & RUBY (1996), a pedalada pode ser considerada um gesto motor tridimensional Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 98 complexo, compreendido no plano sagital pela flexão e extensão do joelho, quadril e tornozelo, a abdução e adução do quadril no plano frontal e, conseqüentemente, a rotação da tíbia no plano transversal. A flexibilidade é a qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesões. A flexibilidade é certamente a qualidade física utilizada pelo maior número de desportistas. (DANTAS, 2003; PLATONOV; BULATOVA, 2003; PITANGA, 2004). Para Holland citado por Shankar (2002) o músculo, a fáscia, o tendão e o ligamento podem exibir um grau de rigidez aumentado - que conduz a um funcionamento não-ótimo em uma determinada articulação. Todo o músculo tem seu cumprimento normal desejado para a sua função, exceder este cumprimento realizando amplitude extremas podem predispor tal musculatura a lesões. Castro (2001), sugere a prática constante de exercícios de flexionamento, procurando dar ênfase nos grupos musculares mais solicitados durante a prática de alguma modalidade, respeitando o princípio da especificidade, os exercícios para manter ou aumentar a flexibilidade, seriam aplicados para prever encurtamentos e possíveis contraturas para otimização da performance muscular. As lesões para Farinatti (2000), decorem de fatores múltiplos, não somente pela influência de uma má flexibilidade. Os resultados mostraram que, para o sujeito 1 melhorarsua amplitude articular no ciclo de pedalada, deverá realizar alongamento e flexionamentodiariamente, pois foram observadas diferenças nas medidas angulares que com uma variação de treino e excluindo o local e o tipo de bicicletautilizadas, mostra que mesmo com treino em uma bicicleta com fins de análise e outra de competiçãoo sujeito 1 tem total chance se chegar ao nível do atleta de alto rendimento. Dentro do ciclismo esportivo, o rendimento exigido depende de diversos fatores como postura adequada, composição corporal, aptidão física, e equipamento adequado. Essas variáveis devem ser otimizadas para o melhor rendimento. O posicionamento do sujeito sobre a bicicleta está relacionado com a busca de melhor conforto e desempenho. Portanto o presente estudo teve como objetivo buscar e revisar dados, informações e conceitos, para ciclistas, professores, treinadores e pesquisadores que queiram compreender as respostas musculares dos membros inferiores no movimento da pedalada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BROKER JP, Gregor RJ. A dual piezoelectric force pedal for kinetic analysis of cycling. Int J Sports Biomech 1990; 6:394-403. CARPES FP. Desenvolvimento de um sistema de pedais dinamométricos para avaliação biomecânica no ciclismo. [Projeto de Dissertação de Mestrado]. Santa Maria (RS): Universidade Federal de Santa Maria; 2005. CARPES F.P., DAGNESE F., ROSSATO M., NIEDERAUER V., PORTELA L.O.C. CASTRO, R. Treinamento da flexibilidade: Uma Abordagem Metodológica. Revista Baiana de Educação Física, V.2, N.3, 2001. CHRISTIAANS H.C.M., BREMNER A. Comfort on bicycles and the validity of a commercial bicycle fitting system. Applied Ergonomics 29(3):201-211, 1998. 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Porém, não podemos pensar em treinamento para mulheres da mesma forma que pensamos o treinamento para os homens. O gênero feminino possui características próprias de morfologia e hormonais que nos alertam para a necessidade de adequarmos suas particularidades. Um dos fatores apontados por muitas mulheres como prejudicial ao seu plano de treino é aqueles resultantes do ciclo menstrual. Faz então necessário uma melhor compreensão das flutuações hormonais femininas e como isso pode influenciar no treinamento resistido Palavra – chave: ciclo menstrual, treinamento resistido, hipertrofia ABSTRACT The seek for betterbeautyandhealthstandardshastakenwomentoexerciseandwork out more often. However, wecannotthinkof training womenandmenthesameway. Femaleshavemorphologicandhormonecharacteristicsoftheirown, whichcalls for theneedofadaptationtotheirparticularities. Oneofthetopicspointed out bymanywomen as damagingtotheirwork out planistheresultsoftheir menstrual cycle. Thisrequires more comprehensiontowomen's hormonal fluctuationsandhow it may interfere in training resistance. Key words: menstrual cycle; menstruation; Training resistance; Hypertrophy Introdução Observamos de alguns anos para cá um aumento significativo nas mulheres buscando a prática de atividade física voltado para hipertrofia. É sabido, atualmente, que inúmeros estímulos são capazes de engatilhar o processo de síntese proteica. Sendo eles promovidos pela contração muscular por si só (TIDBALL, 2005), alterações no estado energético das células,por determinado tempo de estimulação das vias metabólicas de ressíntese de ATP (FLUCK et al, 2005), ação e a interação de hormônios, fatores de crescimento e determinados nutrientes, que engatilhariam cascatas de sinalizações intracelulares (KRAEMER e RATAMESS, 2005) e ativação de células- satélites cuja ação mediada pelo processo inflamatório promoveria novos núcleos na célula muscular (KADI et al, 2005). Apesar da síntese protéica ser a mesma em ambos os gêneros, as mulheres apresentam um sistema hormonal sexual feminino com flutuações que regem diretamente o ciclo menstrual e com isso observamos alterações corporais que podem interferir na rotina diária e consequentemente no treinamento das mesmas. Objetivos mailto:clareserena@hotmail.com Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 101 Ao observar e interagir com as praticantes de atividades física é possível saber que em muitas vezes cada fase do ciclo menstrual interfere em seu treinamento. Tendo como base está informação tivemos o objetivo de entender e correlacionar os efeitos do ciclo menstrual no ganho de hipertrofia. Metodologia O trabalho foi realizado através de revisão literária relacionada a treinamento desportivo e características do sistema reprodutor e hormonal feminino. Resultado Foram encontrados pesquisas com resultados divergentes como no caso de de Simão et al. 2011 em que não se apresenta diferença no ganho de força entre as fases do ciclo menstrual contra o estudo de Gutachterin, E.; Gutacher, Z, 2012 em que há estes apresentam ganho de força na fase folicular. Se tratando com o ganho de força alguns dos artigos estudados demonstram não haver alterações positivas ou negativas durante as fases do ciclo menstrual (BLONDIN, D. P. et al, 2011; LOUREIRO et al. 2011; TSAMPONKOS A., et al., 2010) e outros que apontam um aumento no ganho de força na fase folicular (Gutachterin, E.; Gutacher, Z, 2012; SIMÃO et al., 2007) Encontramos ainda uma pesquisa de Sipavičienė S. et al. 2013 onde é apresentado uma maior recuperação muscular pós treino da fase ovulatória, o que pode estar relacionado ao aumento de estrogênio nesta fase. Discussão Percebemos nesta revisão que não há um consenso ao se determinar se o ciclo menstrual influencia ou não no desempenho e resultados do treinamento de resistido. Dias (2005) coloca a questão que algumas mulheres apresentam interferências negativas no treinamento geradas pelo ciclo menstrual tornando isso um fato individual (apud GIACOMONI et al. 1999). Os estudos nos quais foram utilizadas mulheres que fazem uso de anticoncepcionais orais, em sua maioria, não foi relatado nenhum tipo de alteração significativa (SIMÃO et al 2011; DIAS, SIMÃO e NOVAES 2005; LOUREIRO et al. 2011) independente da metodologia utilizada. Isso pode ocorrer devido ao fato que os contraceptivos orais podem influenciar da biossíntese dos hormônios femininos fazendo com que eles sejam anulados. Mulheres na menopausa relatam ganho de força com a ingestão exógena do estrogênio o que pode sugerir que este hormônio tenha um importante papel no aumento da massa muscular. (GUTACHTERIN, GUTACHER, 2012). Somente o estudo de Lopes (2013) apresentou variação na força muscular mas atenta ao fato que cada ciclo menstrual pode sofrer alterações, assim como a mulher, levantando a hipótese que o resultado pode ser alterado. Já quando se trata de estudos com mulheres que não fazem uso de métodos de contracepção oral há divergência entre os estudos. Há aqueles que nos aponta diferenças nos resultados do treinamento entre as fases do ciclo (SIPAVICIE et al., 2013; SOUZA et al, 2012 LEBRUN, 1995) e aqueles apresentam não haver diferença ( FONSECA, 2010). A recuperação no pó treino pode ser acelerado pelo estrogênio segundo Gutachterin e Gutacher (2012) (apud ENNS, TIIDUS, 2010) o que poderia levantar a questão que entre aproximadamente o 14º do ciclo e antes da menstruação o nível do treino pode ser elevado A contradição entre os resultados pode ser mostrado por dois estudos realizados por Janse de Jonge onde o de 2001 não apresenta alterações e o de 2003 apresenta alterações causadas pelo ciclo menstrual. Alguns estudos não apresentam interferências diretas do ciclo menstrual no treinamento de força mas levanta a observação de como os hormônios sexuais femininos podem gerar efeitos colaterais, como a retenção liquida, atrapalhando a capacidade física do indivíduo (SAWAKA, 2007). Se levarmos em consideração os sintomas relacionados a Síndrome Pré – Menstrual, erroneamente conhecida como Tensão pré – mestrual, que podem atrapalhar a rotina da mulher (VALADARES et al. 2006), veremos que este pode ser um fator prejudicial ao treinamento. Fleck e Kramer ( 1995) corroboram Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 102 com está informação e apresentam algumas as alterações físicas e psicológicas que podem atrapalhar o rendimento, já citado anteriormente neste revisão. Umdos fatores que pode contribuir para uma falta de consenso é não haver um protocolo padrão para realizar os testes comparativos dado que, temperatura, idade, entre outros fatores podem interferir no resultado final (SIMÃO, 2007). MOURA (2004) se refere a influência do ciclo menstrual no rendimento como algo bem individual portanto difícil de ser respondido por completo. Ele coloca o estudo de Kraemeret al. (1995) onde a relevância ao ganho de força é mais específico a hormônios sendo que a progesterona e o estradiol estão inclusos nesta lista. Conclusão Após observamos dados tão divergentes com relação as alterações que o ciclo menstrual e a flutuação hormonal podem gerar no treinamento resistido entendemos que o Princípio da Individualidade biológica deve ser o fator mais significativo quando falamos de rendimento. Escutamos no ambiente das academias várias mulheres relatarem fatores que atrapalham seu treinamento, fazendo com que as mesmas até não compareçam ao seu ambiente de treino. São cólicas, cansaço, inchaços, alteração de humor, entre outros fatores, que nós trazem uma outra conclusão, a de que os sintomas relacionados a Síndrome Pré – Menstrual é o que mais interfere na rotina de treinos das mulheres. Não podemos, portanto, tomar como verdades os resultados apresentados em algumas pesquisas e sim conhecer a aluna com a qual se vai trabalhar para saber como ela reage em cada fase do ciclo menstrual e se o mesmo interfere ou não em seu rendimento. Com isso elaborar uma um ciclo de treino adequado a sua individualidade, tendo ciência que este mesmo quadro pode ser alterado com o tempo já que é de conhecimento que o treinamento pode influenciar no ciclo menstrual assim como o nível de treinamento no qual o indivíduo se encontra REFERÊNCIA BENDA, Rodolfo Novellino & GRECO, Pablo Juan. Iniciação Esportiva Universal: Da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo horizonte, Editora UFMG, 2001 BLONDIN, Denis. P. et al., Effectsofthe menstrual cycleonmusclerecruitmentandoxidativefuelselectionduringcoldexposure, JournalofAppliedPhysiology, v. 111, n. 4, p. 1014 – 1020, out. 2011. BOMPA, Tudor O.; HAFF, Gregory G. Periodização: Teoria e Metodologia do Treinamento. São Paulo: Phorte, 2012. BOSSI, Luis Cláudio. Periodização na musculação. São Paulo: Phorte, 2009. CANALI, Enrico; KRUEL, Luiz Fernando Martinz, Respostas hormonais ao exercício. Revista Paulista de Educação Física. São Paulo. v.15, n.2. p. 141 – 153. jul/dez 2001. 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O Diabetes Mellitus do Tipo II é a forma mais frequente, acometendo cerca de 90% de todos os casos de diabetes, e segundo a Organização Mundial da Saúde as projeções apontam que em 2030 o número de pessoas com diabetes será de aproximadamente 700 milhões de pessoas no mundo todo. O exercício físico tem sido extensivamente estudado como uma forma de profilaxia contra essa patologia, entretanto, cada forma de exercício parece apresentar resultados diferentes nessa doença, o que justifica uma busca dos resultados das duas mais comuns modalidades: o exercício aeróbio e o treinamento de força. Objetivo:Descrever por meio de uma revisão bibliográfica os efeitos do treinamento aeróbio e do treinamento de força para indivíduos diabéticos do tipo II.Materiais e Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica por meio de uma revisão de literatura através de busca eletrônica nas bases de dados LILACS, MEDLINE e PubMed. Resultados: Os achados encontrados das pesquisas de campo mostram que o treinamento físico de uma forma geral para diabéticos tipo II foi capaz de diminuir eventos de insônia, reduz ansiedade, diminui marcadores inflamatórios, melhora da função macrovascular, melhora o controle glicêmico pós-prandial, aumenta a força de membros superiores e inferiores, reduz os níveis de vaspina, aumenta o consumo de oxigênio, aumenta a massa magra, aumenta os níveis de adiponectina e reduz a circunferência da cintura. Conclusão:Ambas as formas de treinamento promovem melhoras significativas na qualidade de vida de sujeitos diabéticos tipo II sendo os efeitos específicos de cada um, justificando assim a combinação das duas formas de exercício. Palavras-chave: Diabetes Mellitus Tipo II. Exercício Aeróbio. Treinamento de Força. ABSTRACT Introduction: With the advancement of the elderly population and obesity worldwide, chronic diseases such as diabetes mellitus has been following this increase accordingly. Diabetes Mellitus Type II is the most common form, affecting about 90% of all cases of diabetes, and according to the World Health Organization forecasts indicate that by 2030 the number of people with diabetes will be approximately 700 million people in all world. Exercise has been extensively studied as a form of prophylaxis against this disease, however, each form of exercise seems to have different outcomes in this disease, which justifies a search of the results of the two most common types: aerobic exercise and strength training. Objective: To describe through a literature review the effects of aerobic training and strength training for type II Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 106 diabetics. Materials and Methods: A literature search through a literature review through electronic search in the databases LILACS, MEDLINE and PubMed was performed. Results: The findings in the fields of research shows that in general physical training for type II diabetics was able to reduce insomnia events, reduces anxiety, reduces inflammatory markers, improved macrovascular function, improves postprandial glycemic control, increases the strength of upper and lower limbs, reduces vaspina levels, increases oxygen consumption, increases lean body mass, increases adiponectin levels and reduces waist circumference. Conclusion: Both forms of training promote significant improvements in quality of life in diabetic subjects with type II the specific effects of each, thus justifying the combination of the two forms of exercise. Key-words: Diabetes Mellitus Type II. Aerobic exercise. Strength training. INTRODUÇÃO Com o crescente avanço da obesidade, que em 2014 ultrapassou a marca de 500 milhões de adultos obesos por todo o mundo, as doenças associadas a ela como por exemplo o Diabetes Mellitus Tipo II vem acompanhando esse aumento proporcionalmente(MENDIS; DAVIS; NORRVING, 2015). O Diabetes Mellitus Tipo II que é formalmente chamado de não isulino-dependente é causado por uma inefetividade da insulina no corpo(WHO, 2015).Ainda segundo a World Health Organization, aproximadamente 347 milhões de pessoas no mundo tem diabetes, sendo as projeções para 2030 de que o número de mortes causadas pelo diabetes dobre. O exercício físico regular tem sido proposto para esse tipo de patologia por aumentar a captação de oxigênio, reduzir a resistência insulínica, reduzir a obesidade e prevenir futuros ganhos de peso, além de reduzir marcadores inflamatórios (KONDO et al., 2005) O treinamento aeróbio (também chamado de treinamento de endurance), que é caracterizado por um enorme número de contrações sucessivas realizadas com um relativo desenvolvimento de força, tem sido extensivamente estudado e reconhecido por seus efeitos benéficos no metabolismo da glicose no músculo na patologia do Diabetes Mellitus Tipo II(YASPELKIS, 2006). O treinamento de força (também chamado de treinamento de resistência) que é caracterizado por um menor número de contrações e com o desenvolvimento de força relativamente maior que o treinamento aeróbio, não recebeu tanta atenção na literatura como forma de tratamento do diabetes mellitus tipo II(YASPELKIS, 2006). Mediante a isso, buscamos apresentar o conhecimento sobre os efeitos dessas duas modalidades de exercício (aeróbio e força), de forma a apresentar os resultados de ambos para o tratamento do diabetes mellitus tipo II. OBJETIVO Descrever por meio de uma revisão bibliográfica os efeitos do treinamentoaeróbio e do treinamento de força para indivíduos diabéticos do tipo II. MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizada uma revisão de literatura por meio de pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório e natureza qualitativa (por não envolver dados numéricos). O levantamento de dados foi feito através de busca eletrônica nasbases de dados LILACS, MEDLINE e PubMed, utilizando os seguintes descritores: “resistance trainingand diabetes type 2”, “strength trainingand diabetes type 2”, “diabetes mellitus type 2”, “exerciseand diabetes type 2”, “aerobicexerciseand diabetes type 2”, “endurance training and diabetes type 2”. Além disso, pesquisas nos sites da World Health Organization e American Diabetes Association Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 107 também foram realizadas. Dentre os resultados encontrados, os autores selecionaram 14 artigos que julgaram relevantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Treinamento Aeróbio e Diabetes Mellitus Tipo II Em um estudo realizado por Van Dijket al. (2013) envolvendo treinamento aeróbio de moderada intensidade para indivíduos 20 diabéticos do tipo II, objetivou comparar esse tipo de exercício com atividades da vida diária (AVD). O experimento foi realizado em 3 dias consecutivos dos quais:o protocolo das AVDs que era realizado por 15 min cada dia durante esses 3 dias e consistia de: caminhar com cachorro, realizar tarefas domésticas e trabalho de jardinagem. Já o protocolo de exercício, consistiu na realização de um ciclo-ergômetro à 50% do VO2máx por 45 min contínuos, sendo realizado somente em uma única sessão no segundo dia dos 3 dias experimento. Os autores concluíram que uma sessão única de exercício aeróbio de intensidade moderada apresentou um impacto melhor na homeostase da glicemia se comparado a realização de repetidas AVDs.(VAN DIJK et al., 2013) Outro estudo envolvendo realização de exercício aeróbio, buscou avaliar os efeitos desse tipo de treinamento na saúde geral de diabéticos tipo II. Para isso foram recrutados53 homens diabéticos tipo II diagnosticados a pelo menos 3 anos, que foram divididos em dois grupos. O grupo controle foi instruído a manter suas atividades rotineiras (alimentação, trabalho, atividade física), enquanto o grupo experimental realizou trabalho no ciclo-ergômetro por 3 vezes por semana durante 8 semanas com intensidade de 60- 70% da frequência cardíaca máxima monitorados por frequencímetros e pela escala percepção subjetiva de esforço de Borg(SARDAR et al., 2014). Os resultados mostraram que o treinamento aeróbio regular foi capaz de melhor a saúde geral dos praticantes através das respostas do questionário, além de diminuir os níveis de ansiedade e controlar eventos de insônias, que de acordo com os autores auxiliam os pacientes no controle dessa doença. Quando comparado diferentes intensidades de exercício aeróbio de forma contínua em diabéticos tipo II como o estudo de Abd El-Kader, Gari e Salah (2013) as respostas podem ser diferentes. ((ABD EL-KADER; GARI; SALAH EL-DEN, 2013) Neste trabalho participaram 50 diabéticos tipo II obesos divididos em dois grupos que realizavam treinamento aeróbio 3/semana durante 3 meses. Um dos grupos caminhava na esteira à 65-75% da FCmáx e outro grupo caminhava na esteira à 55-65% da FCmáx. Marcadores inflamatórios para doenças cardiovasculares como Interleucina-6 (IL-6), Fator de Necrose Tumoral-α (TNF-α), Peptídeo-C foram avaliados em ambos os grupos. Por fim, o grupo que se exercitou a uma intensidade maior conseguiu reduzir em uma maior magnitude esses marcadores inflamatórios se comparados ao outro grupo, o que levou os autores a concluírem que essa intensidade pode ser mais efetiva na diminuição do risco de doenças cardiovasculares. A forma com que a realização do exercício aeróbio é realizada também parece ser um fator modulador nas respostas endócrino-metabólicas em diabéticos do tipo II.Em 2014, um estudo buscou comparar os efeitos de exercício aeróbio realizada de forma contínua e exercício aeróbio realizada de forma intervalada. Foram recrutados 45 adultos diabéticos tipo II (16 homens e 29 mulheres) que foram divididos aleatoriamente em 3 grupos: Grupo Sedentários (SED), que foram instruídos a continuarem sedentários durante a realização do estudo, outro grupo chamado de Grupo Contínuo (CON), que realizaria exercícios aeróbios de forma contínua 3 vezes por semana durante 12 semanas em uma esteira, e por último, o Grupo Intervalado (INT) que realizaria exercício nas mesmas condições que o grupo anterior só que alternando a intensidade na esteira (MITRANUN et al., 2014). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 108 Todos sujeitos realizaram avaliação prévia clínica dotada de eletrocardiograma para segurança da realização da pesquisa, e o monitoramento da intensidade foi feito através de um analisador de gases (espirômetro). Foram avaliados antes e depois do experimento: a composição corporal (por meio de bioimpedância), o consumo de oxigênio (através do Protocolo de Bruce, força muscular (teste de 1RM para Leg Press, Cadeira Extensora de Joelhos, Supino Reto com Barra e na Máquina de Dorsais), as características da artéria braquial (Ultrassonografia), Pressão Arterial Sistólica e Diastólica, Frequência Cardíaca de Repouso, e amostras sanguíneas (glicemia de jejum, hemoglobina glicosilada, insulina, lipídeos séricos, frações de colesterol, superóxido dismutase, glutationaperoxidase, malondialdeído e óxido nítrico). O protocolo de treinamento foi dividido em três fases, separadas pela sua intensidade de trabalho e pelo consumo médio de oxigênio ao final do treino. As figuras a seguir (FIG.1, 2 e 3)apresentam as 3 fases distintas do protocolo baseados no VO2 de pico e seus respectivos consumos de oxigênio avaliados ao fim. FIGURA 1 - FASE 1: Corresponde à 1ª – 2ªsemana do experimento Fonte: Mitranun et al. (2014) FIGURA 2 - FASE 2:Corresponde à 3ª – 6ª semana do experimento Fonte: Mitranun et al. (2014) FIGURA 3 - FASE 3:Corresponde à7ª – 12ª semana do experimento Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 109 Fonte: Mitranun et al. (2014) Ao final do estudo, ambos protocolos que se exercitaram (contínuo e intervalado) promoveram efeitos benéficos aos seus praticantes atuando no controle glicêmico, na capacidade física e na função macrovascular em diabéticos tipo II. No entanto, o protocolo intervalado se mostrou mais efetivo em algumas variáveis quando comparado ao grupo SED e ao grupo CON. O grupo INT conseguiu melhor a taxa máxima de fluxo cutâneo em repouso, as concentrações de óxido nítrico, níveis de glutationaperoxidase, colesterol total, força nos extensores de perna e o consumo máximo de oxigênio em uma magnitude maior que os demais grupos. Um outro estudo comparou os efeitos agudos de uma sessão de caminhada comparando caminhada realizada de forma contínua e de forma intervalada. Ao todo, 10 participantes diabéticos tipo II foram divididos em 3 grupos: O grupo controle (COM), o grupo que realizava caminhada contínua (CONT) por 1 hora à 73% do VO2 de pico e o grupo que realizava caminhada intervalada (INT) por 1 hora com alternâncias de 3 minutos entre as intensidades de 54% - 89% do VO2 de pico. Os sujeitos ficaram sobre monitorização durante 32 horas após a realização da sessão de exercício (KARSTOFT et al., 2014). Os resultados desse estudo também mostraram que o treinamento realizado de forma intervalada foi mais efetivo no controle da glicemia pós-prandial e ao longo do dia quando comparado a realização do treinamento aeróbio de forma contínua. Treinamento de Força e Diabetes Mellitus Tipo II Se tratando de pesquisas de treinamento de força para diabéticos, verificou-se através da busca realizada neste estudo que o número de pesquisas nesse âmbito é menor se comparado ao treinamento aeróbio, justificando assim a necessidades da realização de novas pesquisas. Na pesquisa de Santos et al. (2014), os autores buscaram avaliar os efeitos de um programa de treinamento de força realizado de forma ondulatória aplicado a idosos diabéticos tipo II treinados e não treinados. Nesse estudo participaram 48 indivíduos com idade entre 60 e 85 anos de ambos os gêneros divididos em sedentários e praticantes de treinamento força. O estudo foi conduzido durante 16 semanas, sendo o treinamento realizado 3 vezes por semana no método ondulatório (sobrecargado programa foi alternada, sendo em 1 semana equivalente a 50% de uma repetição máxima perfazendo 12 repetições e, na outra semana, a 70% de uma repetição máxima perfazendo 8 repetições).(SANTOS et al., 2014) Os resultados mostraram que o protocolo de treinamento físico resistido ondulatório utilizado mostrou-se eficiente em proporcionar significativos aumentos de força máxima, tanto de membros inferiores, quanto de membros superiores em indivíduos diabéticos do tipo II, mas sem redução glicêmica em ambos os grupos. Outro estudo envolvendo treinamento de força avaliou os seus efeitos sobre os níveis séricos de vaspina (uma adipocina que atua no metabolismo glicêmico) e perfil lipídico de adultos com diabetes tipo II. Trinta homens foram divididos em 2 grupos (15=controle e 15=treinamento de força). O protocolo consistiu na realização de 3 sessões semanais durante 8 semanas, sendo feito 8 exercícios diferentes em 3 séries de 15 repetições. Ao final do período, o treinamento de força foi capaz reduzir significativamente os níveis de vaspina mas sem notórios efeitos no perfil lipídico (BARZEGARI; AMOUZAD MAHDIREJEI, 2014). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 110 Em um estudo conduzido com sujeitos asiáticos, cujo objetivo era investigar a eficácia de um treinamentode força progressivo no controle glicêmico e nas variáveis musculoesqueléticas, antropométricas e cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo II não treinados(HAMEED et al., 2012). O estudo contou com a participação de 48 sujeitos de meia-idade (35 homens e 13 mulheres), que foram divididos em dois grupos (controle e treinamento de força). O grupo do treinamento de força inicialmenterealizava durante 4 semanas treinamento com 65% de sobrecarga de 1 RM e nas 4 semanas subsequentes (totalizando assim 8 semanas de estudo) o treinamento foi executado a 70% de 1 RM. Foram realizadas 3 séries de 10 repetições com descanso de 2 minutos entre as séries com densidade semanal de 3 vezes por semana. Ao final do estudo, os resultados mostraram uma redução da hemoglobina glicosilada no grupo treinamento de força se comparado ao grupo controle. Verificou-se também, ganhos de força nos membros inferiores e superiores no grupo treinamento, redução da circunferência abdominal e aumento da lipoproteína de alta densidade (HDL). Na pesquisa de Brooks et al. (2007) conduzida com a aplicação de treinamento de força para diabéticos tipo II os resultados encontrados também foram satisfatórios. Um grupo de 62 indivíduos com idade média de 55 anos diagnosticados clinicamente como diabéticos tipo II foram aleatoriamente divididos em grupo controle (CON) e grupo treinamento de força (TF). O treinamento de força consistiu na realização de 16 semanas de treinamento de força em máquinas (Puxada/Pulley Costa, Supino Reto, Leg Press, Cadeira Extensora e Mesa Flexora) com 3 séries de 8 repetições à 60-80% de 1 RM durante as 8 primeiras semanas e 70-80% de 1 RM durante as semanas finais.(BROOKS et al., 2007) Os autores verificaram com a conclusão do estudo, que o treinamento de força para o grupo que se exercitava foi capaz de aumentar a área de secção transversa de fibras tipo I e tipo II feitas através de biopsia muscular. Esse aumento da massa muscular foi acompanhado de uma redução da resistência insulínica, aumento das concentrações séricas de adiponectina (uma adipocina que atua na homeostase glicêmica) e consequentemente aumento da força muscular dos sujeitos. E para finalizar, Strasser et al. (2008) avaliaram os efeitos do treinamento de força sobre a pressão arterial de pacientes com diabetes mellitus tipo II. Foram recrutados 10 pacientes que fazem uso de medicação antidiabética mas sem qualquer terapia insulínica. Todos eles fazem uso de pelo menos três medicações anti-hipertensivas. O treinamento de força consistiu na realização de 4 meses sucessivos com realização do treino 3 vezes por semana não consecutivos, sendo a carga calculada para que realizassem entre 10-15 repetições por série. O número de séries por grupo muscular foi sistematicamente aumentando de 3 até atingir 6 séries ao final do programa. A pressão arterial foi monitorada pelo método Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) no início do treinamento e ao fim. O Aparelho foi programado para realizar leituras de forma automatizada a cada 15 min durante 24hrs.(STRASSER et al., 2008) Ao fim do estudo, verificou diminuição dos valores de hemoglobina glicosilada, diminuição do percentual de gordura corporal, aumento da força muscular (medida através do teste de 1 RM), aumento do VO2 de pico e da massa magra. CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificou-se que ambas as formas de treinamento são benéficas a vida de pessoas com Diabetes Mellitus Tipo II. Embora cada forma de exercício apresente suas particularidades específicas e consequentemente efeitos específicos de cada, não é possível determinar a forma mais eficiente, pois cada um promove benefícios diferentes. Acredita-se que a combinação de exercício aeróbio e treinamento de força possa ser mais eficaz que quando comparada apenas uma das modalidades. Embora não apresentado aqui pesquisas que utilizaram essa metodologia, alguns estudos encontrados sustentam essa noção. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 111 Finalmente, conclui-se que ambas as formas de treinamento promovem melhoras significativas na qualidade de vida de sujeitos diabéticos tipo II justificando a sua realização. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABD EL-KADER, S.; GARI, A.; SALAH EL-DEN, A. Impact of moderate versus mild aerobic exercise training on inflammatory cytokines in obese type 2 diabetic patients: a randomized clinical trial. Afr Health Sci, v. 13, n. 4, p. 857-63, Dec 2013. BARZEGARI, A.; AMOUZAD MAHDIREJEI, H. Effects of 8 weeks resistance training on plasma vaspin and lipid profile levels in adult men with type 2 diabetes. Caspian J Intern Med, v. 5, n. 2, p. 103-8, Spring 2014. BROOKS, N. et al. Strength training improves muscle quality and insulin sensitivity in Hispanic older adults with type 2 diabetes. Int J Med Sci, v. 4, n. 1, p. 19-27, 2007. HAMEED, U. A. et al. 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Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 112 WHO. Diabetes Mellitus. january 2015 2015. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/>. Acesso em: 10/06/2015. YASPELKIS, B. B., 3RD. Resistance training improves insulin signaling and action in skeletal muscle. Exerc Sport Sci Rev, v. 34, n. 1, p. 42-6, Jan 2006. Endereço para correspondência: Gleuber Henrique Marques de Oliveira Rua Itamembé, 83 - Bairro Cachoeirinha - Cláudio-MG - CEP: 35530-000 http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/ Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 113 ANÁLISE SOBRE AS INFLUENCIA DA NATAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO- SOCIAL DE ALUNOS DO 5º ANO DA ESCOLA CEJE NO MUNICÍPIO DE BOA VISTA-RR CARLIENE DE SOUZA SANTOS ENDSON DOS SANTOS LIMA carliene_souza@hotmail.com RESUMO A natação é considerada um dos esportesmais completos para os praticantes de todas as faixas etárias, trazendo a seus praticantes diversos benefícios. Pensando nisto a presente pesquisa iniciada na forma de TCC, realizada em dezembro de 2010, com o tema sobre o desenvolvimento educacional através da natação em alunos do 5º ano do ensino fundamental do centro Educacional Jardim do Éden, agora na forma de artigo vem fazer umadiscursão sobre o resultado da pesquisa, através da imagem do gráfico que trata sobre a melhora na socialização dos alunos através da natação. Após a analise dos dados concluiu-se que a natação propicia uma significante melhora dos alunos em relação a socialização entre alunos e professores. Palavras-chave: Natação, Socialização, Educação Física Escolar. ABSTRACT Swimmingisconsideredoneofthemost complete resources for practitionersofall ages, bringingmanybenefitsto its practitionerssports. Thinkingabout it thisresearchstarted in theformof CBT, held in December 2010, withthethemeoftheeducationaldevelopmentthroughswimming in students in the 5th grade ofelementaryschooldowntownEducational Garden ofEden, now in theformofarticle comes toumadiscursãoontheresultofresearchbythechartimage whichdealswiththeimprovement in thesocializationofstudentsthroughswimming. Afteranalyzingthe data it wasconcludedthatswimmingprovides a significantimprovementofstudents in relationtosocializationamongstudentsandteachers. Keywords: Swimming, Socialising, PhysicalEducation. INTRODUÇÃO A natação praticada desde cedo tem diversos efeitos benéficos para o desenvolvimento da criança. Além dos benefícios tradicionais do esporte, como a melhora do sistema cardíaco e respiratório, trabalha os movimentos, ajudando-os a desenvolver a coordenação motora, noção de espaço, equilíbrio, agilidade, força, e ainda colabora para que eles criem autoconfiança e sociabilidade dos seus praticantes. Por se tratar de um esporte completo que pode ser praticado sem restrições desde o nascimento até a vida adulta, a natação, na sua prática regular, oferece inúmeros benefícios, dentre eles uma maior resistência muscular, melhor captação de oxigênio pelos pulmões, prevenção e tratamento de doenças respiratórias e circulatórias, além de ser uma atividade física que pode ser bastante divertida e prazerosa. Como elucida EVANS (2009), ARROYO(2007), quando diz que a natação pode ser realizada desde a pratica esportiva ate o lazer, proporciona diversos benefícios como :melhora da coordenação motora, aumento do equilíbrio, Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 114 condicionamento cardiorrespiratório, desenvolvimento da lateralidade, aumento da flexibilidade e do nível de força. Assim, partindo-se do princípio, quando a natação era praticada desde os primórdios pelos povos primitivos, quando estes se locomoviam pelas águas para caçar ou fugir, até chegar aos dias atuais, quando esta prática é sinônimo de saúde, lazer, esporte e bem estar, que propicia um desenvolvimento global do homem, apresenta-se neste artigo uma discursão sobre o resultado da pesquisacom o temadesenvolvimento educacional através da natação em alunos do 5º ano do ensino fundamental do centro Educacional Jardim do Éden ,através da imagem do gráfico dos resultados da pesquisa. A NATACÃO DOS DIAS DE HOJE Nos dias atuais as práticas de atividades físicas em meio aquático ganharam contornos menos existencialistas, contudo mais fragmentados. Segundo Damasceno (1992) a natação, muitas vezes, está sendo trabalhada como um esporte de competição de alto nível, onde o melhor rendimento e o nadar mais rápido são valorizados, sendo assim uma atividade excludente. Porém, o autor atenta para o fato de que ela, natação, não pode ser vista somente desta maneira; ela deve contribuir para o desenvolvimento da personalidade do indivíduo e de suas relações sociais buscando integrar e estimular a todos, neste conceito as práticas de atividades físicas na água se configura uma modalidade bastante completa que excedeu de um simples divertimento a práticas desportivas, sendo hoje utilizada, além de todos os benefícios outrora citados, também com fins terapêuticos. Isso não implica que precisa ser uma atividade chata. Ao se analisar as práticas desportivas de alta competitividade chega-se a premiar resultados em detrimento da diversão, que é o que desopila a tensão e promove prazer. Contrariando essa lógica, o desenvolvimento educacional por meio da natação se fundamenta numa prática pedagógica interacionista, e para tanto precisa transpor a rotina da ação e repetição, logo, o divertimento se faz necessário; portanto, visando alcançar tais resultados, as atividades lúdicas em meio líquido permitem a expressão livre, além de possibilitar a apropriação de habilidades motoras aquáticas básicas na fase de adaptação, podendo ser ampliada esta abrangência para a aquisição de habilidades motoras aquáticas específicas e para a vivência de conteúdos mais significativos em termos psicossociais. Todos estes argumentos acima citados mostram o grande desafio em imaginar a premência, a urgência, em se catalisar mudanças axiológicas, de valor, capazes de promover alternativas pedagógicas que privilegiem a expressão das emoções, a potencialização do aprendizado das habilidades motoras, cognitivas e sociais, respeitando as limitações próprias de cada praticante e suas experiências anteriores, contribuindo para a socialização, para a interação e para a ampliação do prazer em participar de determinada atividade aquática, de modo a que os praticantes mantenham-se por mais tempo vinculados à prática regular de atividades físicas. A NATAÇÃO E SEUS INÚMEROS BENEFÍCIOS A natação, por se tratar de um esporte completo, possibilita ao aluno uma gama de movimentos ele precisa para a sua necessidade de expressão e de experiências corporais. Esmiuçando tal conceito, Queiroz explica que a prática da natação: É um espaço de experimentação, para que a criança vivencie situações de qualidades variadas, sensações de alternância de tensão e distensão, prazer e desprazer, acompanhada da necessidade de expressividade motora. Tudo isso vai fazer com que a criança perceba seu próprio corpo, a nível motor e cognitivo. E principalmente afetivo, pois a criança está envolvida corporalmente (QUEIROZ, 2000, p.20). Ou seja, através da prática da natação, os alunos aprimoram o desenvolvimento motor, cognitivo e social, além de trabalhar a autonomia e o respeito às regras. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 115 A natação diminui o risco de doenças cardiovasculares pelo fato de que as braçadas vão tornando o coração mais forte favorecendo a formação de músculos ao mesmo tempo em que elimina as gorduras em torno do órgão vital, de modo que ele adquire a capacidade de bombear mais sangue para todo o corpo. Além do mais, essa prática reduz a freqüência cardíaca e estimula a circulação sanguínea. O fator psicológico também sofre mudanças, pois um dos proveitos que a natação oferece é que a auto-estima se eleva consideravelmente pelo simples fato de você se considerar capaz de realizarisso; enfim, as pessoas que praticam esse esporte sentem-se na maioria dasvezes mais seguras e independentes. O exercício da natação desde a infância fortalece o caráter e a noção de disciplina, fatores que, ainda segundo o autor (2000), são importantes para que a criança escolha seus próprios caminhos, saiba tomar suas próprias decisões, evoluindo de acordo com os limites impostos, e, que, dessa maneira, aprenda a exercer sua autonomia. Nessa perspectiva se pode observar que a natação possibilita ao aluno um desenvolvimento global. A NATAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO AFETIVO-SOCIAL Uma boa relação afetivo-social deve começar desde cedo, ou em casa, afinal, os alunos que estão no ensino fundamental (1º a 5º ano)desenvolvem essa relação baseada em seus pais. E o exemplo de casa é algo significativamente importante, pois segundo Corrêa (2004) a atitude materna desempenha papel relevante na estruturação da dinâmica afetiva da criança, onde a família pode exercer influencia facilitadora ou inibidora da sensibilidade social, ou seja, a família possui uma influencia direta na vida social de uma criança, embora não sejam as únicas pessoas que a cercam. Uma criança necessita socializar-se com outras crianças de sua faixa etária, para que haja troca de experiências que a ajudam no seu processo de maturação. A natação possibilita essa socialização entre as crianças. A mesma autora, Corrêa (2004), comenta que, as conversas bem humoradas à beira da piscina fazem com que as crianças fiquem alegres, provocando um clima agradável e festivo. Esse clima agradável possibilita ao aluno um convívio harmonioso com os outros, pois todo ser humano tende a se socializar com outras pessoas, sendo uma necessidade de se sentir acolhido e amado, afinal há muito tempo se afirma que o homem é um ser social, isso inclusive é um postulado marxista. Corroborando esse conceito de socialização, sabe-se que a criança necessita do contato com outras crianças da mesma faixa etária, conhecer e aproximar-se de adultos, a fim de iniciar sua fase elementar de socialização. O caráter coletivo da aprendizagem da natação, através do intercâmbio com as outras pessoas permite à criança ampliar sua relação afetivo-social (LE BOULCH, 1982). PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O presente trabalho realizado de forma descritiva, utilizou a pesquisa se deu dezembro 2010 na forma de TCC, com o tema que tratava sobre o Desenvolvimento Educacional através da Natação em alunos do 5º ano do ensino Fundamental do centro Educacional Jardim do Éden, agora na forma de artigo vem fazerdiscursão sobre o resultado da pesquisa, através da imagem do gráfico que trata sobre amelhora na socialização dos alunos através da natação. Traz na sua metodologia uma pesquisaqualitativa. Que segundo Minayo (2002, p. 21-22): A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Portanto, o fato de apresentar um gráfico, retirado do TCC/2010 não descaracteriza a abordagem qualitativa, cuja finalidade do uso da imagem gráfica é de realizar leitura dando qualidade a interpretação emitida pela autora neste momento. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 116 A mesma se caracterizou ainda como sendo exploratória que para Chemin (2010, p. 57) citando Yin “tem em vista favorecer a familiaridade, o aumento da experiência e uma melhor compreensão do problema a ser investigado; seu problema de pesquisa normalmente está voltado a ‘o quê, qual e quais”. Assim sendo, dada a verificação sobre quais os benefícios adquiridos na visãodos estudantes ao praticar a natação e / ou atividades aquáticas no ambiente escolar,sentido dado ao caráter exploratório, a partir do tratamento textual que ressiginifica a pesquisa realizada e concluída em 2010. Em geral, conforme Gil, Leopardi, e Malhotra: A pesquisa exploratória envolve revisão de literatura, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, testes padronizados, escalas ou emprego de questionários, análise de exemplos que auxiliem a compreensão de forma mais ampla etc.; a partir dos dados, cuja análise geralmente é qualitativa, é possível formular sugestões para a melhoria de práticas administrativas, educacionais, de saúde e outras. Seu planejamento é flexível e não estruturado, a amostra selecionada é simples e não representativa, os resultados não são considerados como definitivos e normalmente este tipo de pesquisa assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso. ( IDEM). A revisão da literatura foi selecionada obedecendo ao pensamento do autor em querer atingir os leitores no que tange a prática da natação para além do esporte, apontado seus benefícios para o desenvolvimento integral dos seus praticantes ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Neste tópico apresenta-se na forma qualitativa a releitura da interpretação dos dados a partir da imagem dos gráficos originários do TCC- monografia, de 2010.2, na perspectiva fazer uma discursão sobre o resultado da pesquisa da influência da natação sobre a melhora na socialização dos alunosdo 5º ano da Escola CEJE no Município de Boa Vista-RR. Pela natação se tratar de um esporte completo que pode ser praticado sem restrições desde o nascimento até a vida adulta.comoenfatizaMassaud (2004), a natação representa uma atividade física completa, possível de ser praticada em várias etapas da vida, ora como terapia, recreação, ora como competição a natação. A sua prática regular, oferece inúmeros benefícios, dentre eles uma maior resistência muscular, melhor captação de oxigênio pelos pulmões, prevenção e tratamento de doenças respiratórias e circulatórias, além de ser uma atividade física que pode ser bastante divertida e prazerosa..Taharaet al (2006),diz que são beneficios no aspecto físico, a possibilidade de realizar movimentos sem causar impacto às articulações e tendões, estimulação de toda a musculatura e manutenção do tônus muscular, efeitos benéficos sobre o sistema respiratório e cardiovascular, recuperação de enfermidades, entre outros. BLAKSBY (1995) diz que a natação pode interferir positivamente no desenvolvimento motor da criança e também na formação de sua personalidade e inteligência. Diante de tantos argumentos, a natação pode fazer uma grande diferença para o desenvolvimento afetivo- social das, já que as atividades realizadas na piscina possibilitam a socialização, o desenvolvimento dos aspectos neuropsicomotores, além de outras vantagens na formação da sua personalidade, pois a criança irá aprender a lidar com o desafio e tolerar o fracasso como caminho da vitória. Gráfico 1 - Mudanças no afetivo- social Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 117 70% 30% Houve mudanças no afetivo- social (socialização) depois que começou a praticar … Sim Não Gráfi No gráficopode perceber alegaram que conseguiram mais amigos depois que começaram a pratica natação, 70% dos entrevistados afirmam tal fato, sendo que 30% , contrários, dizem que nada mudou, que a quantidade de amigos continua a mesma. Assim percebe-se queos alunos que tem apratica da natação possuem um melhor desenvolvimento afetivo- social. CONSIDERAÇÕES FINAIS A natação é um esporte diferenciado, por ser uma atividade praticada em um meio específico e por ser uma atividade tida como utilitária, pois pode assegurar a sobrevivência. Assim, várias são as influências que levam uma criança ou um adulto a se dedicar a natação: por uma questão da prática esportiva, pelo fator saúde, pela estética ou pelo simples prazer do contato com a água. A água atrai o homem de qualquer idade, ainda mais uma criança. Como ficou claro neste trabalho o movimento tem um papel fundamental no desenvolvimento humano (cognitivo, psicomotor, afetivo-social), portanto a Educação Física Escolar deve considerar esses aspectos como independentes e interdependentes. Sobre os conteúdos a serem desenvolvidos nas aulas, os mesmos implicam na estruturação de um ambiente que auxilie as crianças a incorporar a dinâmica da solução de problemas, do “espírito” de descoberta nos domínios da cultura de movimento. Através dos resultados dos dados, a natação, sim, caracteriza um diferencial no desenvolvimentoafetivo – social dos alunos. Sendo unanimidade entre os entrevistados, a prática da natação representa grandes ganhos no que tange aos critérios comportamentais e de socialização. Finalizando, e estabelecendo sugestões, se entende que as três dimensões do conteúdo podem e devem ser trabalhadas nas aulas de natação: conceitual: história da natação, utilidade da natação ao longo do tempo, relação da natação com o lazer, com o esporte e com a qualidade de vida, as regras, por exemplo, podem ser apresentados e discutidos com os alunos; procedimental: as fases da aprendizagem, os nados, as saídas e as chegadas devem ser trabalhados; atitudinal: respeito a vida e aos colegas, a cooperação, a solidariedade devem ser cultivados e desenvolvidos. Que este trabalho possa contribuir com futuros profissionais de Educação Física que queiram implementar aulas de natação ou simplesmente buscar conhecimentos a respeito do tema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARROYO, C. T.; OLIVEIRA, S. R. G. Atividade Aquática e a psicomotricidade de crianças com paralisia cerebral.Motriz, Rio Claro, v. 13, n.2, p. 97-105, 2007. BLAKSBY, BA.; PARKER, HE.; BRADLEY, S.; ONG, V. Children’s readiness for learning front crawl swimming.The Australian Journal of science and medicine in sport, v.27, n.2, p. 34 – 37, 1995. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 118 CHEMIN, Beatris Francisca. Manual da Univates para trabalhos acadêmicos. Lajeado: Univates, 2010. CORRÊA, C. R.; MASSAUD, M. G. Natação na idade escolar: terceira infância; a natação no apoio ao aprendizado escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2004. DAMASCENO, L. G. Natação, psicomotricidade e desenvolvimento. 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RUA MESTRE ALBANO,N: 3397,BAIRRO: ASA BRANCA,BOA VISTA – RORAIMA.CEP:693122298 TEL: (95) 9138-0537 carliene_souza@hotmail.com Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 119 ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENDSON DOS SANTOS LIMA CARLIENE DE SOUZA SANTOS MARCIA ROSANA DE OLIVEIRA SENNA endson-lima@bol.com.br RESUMO Este artigo de caráter bibliográfico e de campo surge a partir dos estudos realizados sobre o Ensino da Educação Física na Educação de Jovens Adultos, com o propósito de analisar como se desenvolvem as aulas de Educação Física Escolar na Educação de Jovens e Adultos – EJA, em seis escolas da rede Estadual de ensino no município de Boa Vista – RR, 2013. A amostra é composta pelos professores de Educação Física e alunos da EJA, a partir da verificação e análise da práxis do professor. Apresentando em forma de gráficos as respostas dos alunos que foram indagados sobre a importância da disciplina, a fim de verificar o interesse dos discentes com as aulas de Educação Física. Nesta perspectiva a pesquisa contribuiu para melhor organização didática e pedagógica no ensino da Educação Física, ressaltando, a importância da Educação Física na EJA a ser mais uma oportunidade de atuação profissional da área justificando a relevância desse componente curricular da base educacional brasileira. Palavras-chave: Educação Física. Ensino. Educação de Jovens e Adultos. ABSTRACT This article bibliographical and field comes from studies on the Teaching of Physical Education of Young Adult Education, in order to analyze how to develop physical education classes in the School of Adult Education - EJA, in six schools of the State school system in Boa Vista -. RR, 2013 The sample consists of the Physical Education teachers and students of AYE from the verification and analysis of teacher practice. Presenting in the form of graphs the responses of students who were asked about the importance of discipline in order to verify the interest of students with physical education classes. In this perspective the research contributed to better teaching and educational organization in the teaching of physical education, stressing the importance of physical education in the EJA to be another opportunity in the area of professional activity justifying the relevance of this curricular component of the Brazilian educational foundation. . Keywords: physical education. education. youth and adults. 1 INTRODUÇÃO Este artigo surge a partir dos estudos realizados sobre o Ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos: Desafios e Necessidades. Apresentado na forma artigo – pós graduação, com o propósito de analisar a importância da Educação Física na Educação de Jovens Adultos. Nesse aspecto, a Educação Física é chamada a corresponder, através do esporte, lazer, dança, ginástica e qualidade de vida entre outras áreas de dominância que gerem o letramento, ou seja, a gerar saberes significativos para a formação humana e não somente a reprodução corporal, de forma tecnicista projetado para o mundo do trabalho.Dessa maneira, torna-se importante mostrar aos profissionais da área e à sociedade em geral, a opinião dos alunos do EJA em relação às aulas de Educação Física, assim como, disseminar possível melhora na metodologia e aceitação das aulas por parte desses alunos. Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 120 Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi o de analisar, através dos professores de Educação Física e alunos, como se desenvolviam as aulas de Educação Física Escolar na EJA em seis escolas Estaduais no município de Boa Vista-RR, análise da práxis do professor dessa disciplina, apresentando ao final do artigo sugestões de adequação do currículo de Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. Considerando a importância da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos, utilizam-se gráficos elaborados a partir das respostas dos alunos que oportuniza verificar o entendimento, as dificuldades, as abordagens utilizadas e a predominância destas no desenvolvimento das aulas. 2 METODOLOGIA O presente trabalho caracteriza-se como sendo uma pesquisa bibliográfica e de campo, de natureza quali- quantitativa, sob o olhar fenomenológico e voltado para o tipo de pesquisa bibliográfica. Neste sentido, apresenta-se a seguir a analise a partir do gráfico, elemento finalizador da organização metodológica e apresentação do resultado deste estudo teórico. Quanto à natureza, corresponde a uma pesquisa qualitativa por procurar capturar a situação ou fenômeno em toda a sua extensão, que em sua investigação qualitativa segue uma “Perspectiva Fenomenológica – que busca entender o comportamento humano do ponto de vista dos próprios atores sociais, busca a essência dos fenômenos e procura captar como eles são evidenciados pelas pessoas” (COSTA, 2001, p.39). A natureza quantitativa por apresentar a quantificação de opiniões, utilizando-se para isso, recursos e métodos estatísticos em forma de gráficos sistematizando as informações coletadas através dos questionários. A pesquisa se deu através da aplicação de roteiros de entrevista estruturada com questões fechadas e abertas com os professores de Educação Física e questionários com perguntas fechadas aplicados aos alunos da Educação de Jovens e Adultos - EJA. Com o olhar fenomenológico, buscamos investigar no contexto do ensino oferecido no período noturno para Jovens e Adultos aproximando e os distanciando do desenvolvimento das aulas de Educação Física. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3. 1. ANÁLISE DA PRÁXIS DOCENTE A partir da coleta de dados e da observaçãodas aulas percebeu-se que todos os seis professores entrevistados possuem a mesma metodologia de ensino, especialmente quanto aos conteúdos oferecidos na aula. As principais respostas relativas a esse ponto diz respeito à utilização de jogos de mesa como dama, dominó e baralho, nos quais os alunos se sentem mais motivados de fazer as aulas, sendo que apenas uma professora respondeu que além destes meios, empregava também a temática esportiva na disciplina. As dificuldades mais recorrentes dos professores com o desenvolvimento das aulas ainda é ausência de material pedagógico, justificando a pouca variação dos conteúdos. Comprovou-se também quanto aos temas das aulas, todos os entrevistados aplicam nas suas aulas assuntos relacionados à Atividade Física e Saúde, como palestras, debates e até mesas redondas, demonstrando que os docentes seguem uma parte da Abordagem da Saúde renovada. Outra questão relevante da entrevista foi o motivo de atuar na Educação de Jovens e Adultos, em que os seis professores entrevistados continuam com a mesma resposta: complementar a carga horária de trabalho com a outra escola que trabalha durante o dia. Quanto à concepção dos alunos sobre o papel da Educação Física na EJA, os educadores revelaram respostas semelhantes, as quais de que os discentes acreditam infelizmente em uma aula somente direcionada para o desporto e à aptidão física, ou seja, eminentemente prática, fazendo com que poucos se interessem pela disciplina devido ao público trabalhador que está matriculado no ensino noturno. Essa dura realidade se reflete na LDB 9.394/96 art. 26, alterada pela Lei 10.793/03 que trata a Educação Física Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 121 como uma área reducionista focada somente no físico, esquecendo de outros importantes temas pertencentes à disciplina. Na questão da orientação curricular, nenhum dos professores entrevistados segue uma Proposta Curricular e/ou plano de ensino da escola para o planejamento das aulas, devido à proposta curricular esta fora da realidade do público da EJA. Outros professores nunca ouviram falar em currículo para EJA, desconhecem tal proposta. De acordo com todos os educadores entrevistados, a prática e orientação da atividade física como área temática da Educação Física é a contribuição mais evidente que a disciplina pode gerar para os jovens e adultos, a qual pode trazer sensibilização desse público para com os benefícios da qualidade de vida e saúde através de aulas que utilizem assuntos sobre o estresse e atividades de relaxamento que levem os alunos considerar a Educação Física como um componente curricular relevante para a EJA indo de encontro ao que o autor a seguir comenta: [...] os estudantes de EJA, segundo alguns colaboradores, apresentam interesse em conhecer mais sobre os processos fisiológicos que ocorrem no organismo durante a prática de atividades físicas e ainda efeitos e riscos que a acompanham. Para vários colaboradores, as aulas constituem uma possibilidade de conscientização para uma prática adequada de atividades físicas ou, por outro lado, uma instrumentalização para o lazer através da vivência de distintas práticas corporais. (GUNTHER et. AL. 2009, p.8). Assim, a Educação Física torna-se importante não só como uma prática de atividade física, mas conhecimentos sobre o corpo e cuidados com este, ou seja, uma prática adequada e consciente. 3. 2. PARTICIPAÇÃO E INTERESSE DOS ALUNOS DA EJA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Foram aplicados questionários aos alunos que continham duas perguntas fechadas, os quais abordavam sobre a necessidade do ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos, participação dos discentes nas aulas depois de longo dia trabalho, ao final, sugestões de conteúdos para a Educação Física como componente curricular. Também foram observadas duas aulas de Educação Física da EJA, nas escolas pesquisadas. A partir destes questionários, foram elaborados gráficos representando cada pergunta. GRÁFICO 1 85% 15% Pergunta n.º 1 - A Educação Física é uma disciplina necessária na educação de jovens e adultos (EJA)? Sim Não De acordo com o gráfico 1, um grande percentual dos alunos pesquisados respondeu positivamente, o que, no entanto, não condiz com a realidade observada, pois infelizmente os discentes não vêem a Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 122 Educação Física como disciplina e sim, como um mero momento livre de lazer e descanso, no qual somente há realização de jogos sem objetivos concretos, sendo que um dos motivos que mais colaboram com esse triste contexto é apenas da exigência da freqüência nas aulas sem uma participação efetiva da classe na aula. Araújo critica a visão deturpada que se tem até hoje do ensino da disciplina discutida: O que se verifica no decorrer da história da Educação Física é que suas aulas são representadas como uma aula: do tempo livre, do “faz-de-conta”, da “bola-bola”, de fazer atividades de outras disciplinas, de falar do capítulo de uma novela, do lazer, do “tampa buraco de outras matérias”. (ARAÚJO, 2008, p. 27) Quanto aos estudantes que responderam negativamente, percebe-se que no momento o maior objetivo é a conclusão dos estudos para que tenha uma qualificação melhor a fim de buscar oportunidades maiores no mercado de trabalho. Assim, Carvalho (1994) chama a atenção para o fato de que o estudo à noite parece representar um prolongamento da jornada de trabalho; pois muitos destes alunos, após trabalharem o equivalente à oito horas diárias, deslocam-se sem tempo para descanso rumo às escolas, onde irão trabalhar por mais algumas horas. Desta jornada tripla participam tanto os alunos quanto os professores. É a luta pela sobrevivência, onde ambos, desempenhando papéis contrários, participam como atores do ensino noturno. É preciso que a escola entenda-o enquanto sujeito participante das relações de trabalho e questione que tipos de relação e de trabalho estão em jogo. GRÁFICO 2 46% 13% 41% Pergunta n.º 2 - Depois de um longo dia de trabalho o aluno da EJA deve participar da aula de Educação Física: Sim Não Às vezes Considerando a segunda pergunta, pode-se perceber que houve certo equilíbrio entre as respostas sim e às vezes, no qual gráfico 2 aponta que a maioria acredita que deve participar das aulas, contudo, como visto anteriormente na primeira questão, tratam a disciplina como um espaço livre para outras atividades. Em segundo, os alunos crêem que às vezes deve-se está nas atividades que não demandem grande esforço físico devido a exercício laboral realizado durante todo o dia. Quanto os que disseram não, observam-se um público feminino que tem um tabu antigo com o ensino tradicional da Educação Física. Nessa perspectiva o autor propõe indagações como novas alternativas para o componente no ensino de jovens e adultos: Por que não a utilização de aulas de Educação Física na EJA para, considerando o discurso da LDB, de que os alunos estão cansados para o exercício da mesma (facultatividade), onde poderíamos trabalhar com meditação, relaxamento ou ginástica laboral, por exemplo. Por que não trabalharmos com a história das artes marciais: capoeira, judô, caratê... etc, de forma que os sujeitos as redescubram enquanto instrumentos de libertação e luta contra a subserviência? Por que não trabalhar com jogos adaptados na EJA de forma a ropiciar lazer, prazer e diversão para estes sujeitos que chegam já “cansados” de um dia inteiro de trabalho? (COSTA et. AL. 2007, p.2). Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 123 Deste modo, evidencia-se o campo de conteúdos da Educação Física que pode e/ou deve ser trabalhados nas aulas de EducaçãoFísica na EJA, para uma maior participação dos alunos. De essa forma os autores a seguir refletem sobre uma nova proposta para a Educação Física para os jovens e adultos: [...] precisamos pensar em uma Educação Física escolar para o ensino noturno que busque atender ao aluno em todos os seus domínios, ou seja, que dê oportunidades para estes alunos expressarem seus valores, suas vontades, seus desejos e fazer com que se libertem das "algemas da dependência", que sejam seres humanos que tenham uma visão crítica sobre seu papel na sociedade e consigam com isso dar um salto para um verdadeiro conhecimento válido. (SILVA e SILVA, 2007, p.4) Portanto, pode-se dizer que a Educação Física na EJA deve ter como objeto principal o diálogo entre professor e aluno, para acima de tudo, realizar um trabalho que estimule a participação dos alunos, utilizando-se das vivências destes e da diversificação de conteúdos para formação do cidadão crítico e atuante na sociedade. 4 CONCLUSÃO Considerando as reflexões que este artigo nos proporcionou e a análise do material coletado, notou-se que a prática docente do profissional de Educação Física para com a Educação de jovens e adultos vem considerando as particularidades desse público, visto que, a metodologia empregada nas aulas aborda temas relacionados à Atividade Física e Saúde. Contudo, no que tange à proposta de ensino, ainda é necessário avançar na orientação curricular, relativo aos conteúdos que são utilizados nas aulas de Educação Física, para que esta se torne valorizada, rompendo com o olhar voltado apenas como um espaço de prática de jogo sem promoção de aprendizagem significativa aos estudantes da EJA. Assim observa-se que os professores necessitam de uma formação continuada que condiza com as necessidades dos alunos da EJA, promovendo a construção de um currículo que leve em consideração a perspectiva do aluno trabalhador na práxis de ensino da Educação Física, deste modo gerando aulas contextualizadas com a realidade do ensino noturno. Sinalizamos que os alunos já rompem com paradigmas sobre a concepção de ensino, visto que acreditam na Educação Física, frente a sua importância nesta modalidade de ensino, entretanto ainda compreendem o ensino desta forma sendo organizado tradicionalmente utilizando o esporte como conteúdo prioritário. Sugerem-se então adequações curriculares que perpasse pela holística do aluno trabalhador: Construção conjunta entre gestão, professores, alunos e comunidade em uma Proposta Curricular para a EJA que contemple mais essa alternativa de conhecimento à formação do ser humano, como reconhecimento às várias linguagens e expressões que do sujeito é de direito; Atribuição de notas por meio de avaliação do processo com aplicabilidade de instrumentos: seminários, pesquisa e palestras temáticas, relatórios das aulas - de vídeos, entre outros, sendo em grupo, a fim de aumentar o comprometimento dos alunos e professores com as aulas de Educação Física; Abordagem de temas relativos à Atividade Física e Saúde, qualidade de vida, esporte, ginástica de formação geral, assim possibilitando a sensibilidade e conhecimento sobre o vasto campo de atuação desta área. É possível afirmar, enquanto pesquisadores e professores, que este estudo foi de fundamental importância na aquisição de novos conhecimentos, na abertura de novos horizontes e possibilidades de atuação no âmbito educacional, especialmente no ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. REFERÊNCIAS Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 124 __________. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. CARVALHO, C. P. de. Ensino noturno: realidade e ilusão. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 1994. 120p. COSTA, Leandro da et al. A educação física no currículo da educação de jovens e adultos: análise dos documentos curriculares. Trabalho de conclusão de curso de Especialização. Florianópolis, SC: CEFET-SC, 2007. 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CEP: 69.304-360 TEL: (95) 9114-3757 endson-lima@bol.com.br Revista ENAF Science Volume 11, número 1, Junho de 2016 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Página 125 EXERCÍCIOS FÍSICOS COMO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO PARA OSTEOARTRITE DE JOELHO RANGOUSSIS, B.¹; COSTA, A.C (Orientador).² 1 - Faculdade Mogiana do Estado de São Paulo - Maceió – Brasil. 2 - FaculdadeMogiana do Estado de São Paulo - Distrito Federal – Brasil. bruno_rangoussis@hotmail.com RESUMO Introdução: A prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) vem ocorrendo nos últimos anos em países desenvolvidos e em desenvolvimento sendo vista como uma das principais características do processo de transição epidemiológica, transformando o paradigma de saúde, onde doenças crônicas e degenerativas afetam principalmente a população idosa, assumam papel de destaque. Algumas doenças aumentam sua permanência a partir dos 60 anos, como é o caso da osteoartrite. A osteoartrite (OA) é uma doença crônico-degenerativa, multifatorial que acomete a cartilagem articular, levando a incapacidade funcional progressiva, alterações ósseas, rigidez a movimentação, deformidades, e que atinge repetidamente as articulações que sustentam peso, como por exemplo, o joelho. Objetivo: Expor as principais evidências relacionadas ao uso do exercício físico como tratamento não farmacológico na melhora dos sintomas decorrentes da osteoartrite de joelho. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica, com a utilização das bases de dados eletrônicos de periódicos indexados; foram analisadas as publicações a partir do ano 1999 até o ano de 2015, na base PubMed e na base Scientific Electronic Library Online (Scielo) Resultados: Foiselecionado um total de 11 artigos, encontrados nas bases de dados Scielo e PubMed. De acordo com o ano de publicação, os artigos classificados foram os publicados entre os anos de 1999 a 2015. Conclusão: Pôde-se perceber que o exercício físico é colocado como método eficaz de intervenção terapêutica no tratamento não farmacológico da osteoartrite, tendo como suas principais ações a redução da dor e o aumento da mobilidade. Palavras-chave: Osteoartrite. Osteoartrite de joelho.Exercícios e osteoartrite. ABSTRACT Introduction: The prevalence of chronic noncommunicable diseases (NCD) has been taking place in recent years in developed and developing countries is seen as one of the main characteristics of the epidemiological transition, transforming the health paradigm, where chronic and degenerative diseases affect mainly elderly, assume a prominent role. Some diseases increase their stay from 60, as in the case of osteoarthritis. Osteoarthritis (OA) is a chronic degenerative and multifactorial disease that affects articular cartilage, leading to progressive disability,